O quadro "3 de Maio de 1808" de Francisco Goya retrata a execução de espanhóis pelas tropas napoleônicas após uma revolta em Madrid. A figura central está na pose de Cristo crucificado, rodeado por vítimas em desespero e terror. Os soldados sem rosto representam a máquina de guerra destrutiva. A obra imortaliza a brutalidade da cena de uma forma que influenciou outros artistas.
15. O pelotão de fuzilamento – os soldados são representados sem rosto. Os seus corpos estão colados uns aos outros, como se fossem uma espécie de insectos destruidores. Encontram-se próximos das vitimas, realçando a natureza brutal e tragicamente ridícula da cena, e espelhando com crueldade o maior quadro neoclássico de David, O julgamento dos Horácios, mas enquanto que os soldados de David representam a unidade da vontade, os de Goya representam apenas o anonimato acéfalo da maquina de guerra.
16. No quadro, Goya não esquece a igreja. Na primeira fila das vítimas, ajoelhado, aparece um frade. A “gloriosa insurreição” - Apesar da sua inetenção declarada de imortalizar os “actos heróicos” dos seus compatriotas, Goya produziu uma imagem de um matadouro. Um homem morto, deitado de barriga para baixo numa poça de sangue, projecta-se de uma forma perturbante, para o primeiro plano. Foi abatido a frio. Os braços estendidos sugerem uma súplica, um eco silencioso do gesto corajoso e dramático da vitima que se segue, que em breve se irá juntar a pilha de cadáveres em primeiro plano.