1. O Concretismo no Brasil
Contexto histórico-cultural da poesia concreta: o Brasil e o mundo na década
de 1950: consequências da Segunda Guerra Mundial; o governo de Juscelino
Kubitschek (1956-1960) e o plano de modernização do país; o Festival de
Música de Vanguarda do Teatro Arena (1955), grupo formado por Augusto de
Campos, Haroldo de Campos e Décio Pignatari; a exposição do movimento
concretista no Museu de Arte Moderna de São Paulo: oposição às propostas
poéticas da Geração de 45.
Características da poesia concreta: a concisão dos versos: oposição às formas
tradicionais do verso, à poesia lírica, subjetiva e discursiva; exploração de
novos recursos poéticos: disposição não convencional dos vocábulos na
página, o uso do espaço em branco como produtor de sentidos, utilização de
elementos visuais e sonoros; valorização do espaço gráfico.
Poesia concreta e arte concretista: interesse em comum por questões de
estruturação de espaços e exploração de novos recursos estéticos frente à
tradição.
Decio Pignatari
3. Augusto de Campos
Haroldo de Campos.
TENSÃO
Este poema é, “uma teia de elos sonoros e semânticos meticulosamente
construída” (*)”Ten-são” é o tema que se expande. “Tem” em forma
de cruz para cima (“tem”), para um lado (“tem”), para o outro (“tam”) e
4. para baixo (“tom”). “São” o faz em diagonal “som” e “sem som” . Os
elementos que sobram formam um triângulo: “con”, ”com” e “can”- e
uma diagonal: “bem”, “bem”. Todos estão a uma mesma distância do
centro que é um nó em tensão. Segundo os princípios das palavras, há
quatro grupos (“t”, “s”, “k” e “b”, mas há somente um se considerarmos
as letras finais (todas estão enlaçadas pela nasalização). Assim como
Augusto de Campos extrai quantidade de possibilidades do visual das
palavras, também aproveita sua sonoridade, indo do “com som” ao
“sem som” e extraindo valor onomatopaico das sílabas. Ao fazer um
percurso clássico do olhar – da direita à esquerda -, vê-se que o poema é
a tensão entre o silêncio: do “com som” ao “sem som”.