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EMIGRAÇÃO




STC 6 – Modelos de Urbanismo e Mobilidade




                                      Lurdes Costa

                                 Sendim, Abril 2009
No século XVIII, a revolução industrial trouxe consigo grandes inovações, que
contribuíram para a mudança do mundo, também a nível de migrações.
      Então, no século XIX, ocorreu uma alteração dos modos de vida tradicional a nível
demográfico e social, principalmente nos seguintes aspectos: a explosão demográfica; o
desenvolvimento e a expansão capitalista industrial; a revolução do maquinismo; a
alteração do sistema de transportes nacionais e internacionais (caminhos de ferro e
navegação a vapor).
      Devido a estes progressos, sobretudo, a nível de novos transportes e de novas vias
de acesso, a emigração ficou mais facilitada e foi melhorando ainda mais ao longo dos
tempos, facto para o qual contribuir também a chegada das telecomunicações, como o
telefone, a internet, entre outros.
      Contudo, a máquina a vapor deu inicio aos progressos que viriam mudar o mundo, a
passos largos. Através dela conseguiram-se muitas coisas, como a construção de novos
meios de acessos para os meios de transporte e melhoramento dos já existentes, mais e
melhores meios de transportes, entre tantos outros suportes de apoio à emigração.
      Portugal foi durante séculos um país onde a maior parte da sua população se viu
forçada a emigrar para poder sobreviver, o que ainda continua a acontecer. A história de
cada uma das inúmeras comunidades portuguesas espalhadas por todo o mundo
espelham esta dura realidade.
      Na primeira metade do século XIX, predominava a migração interna, surgindo em
segundo lugar a emigração.
      Há muitas causas de migração interna, mas a principal é a procura de melhores
condições de vida, na maior parte dos casos, incentivada pela falta de emprego ou pelo
emprego precário e mal pago.
      No início do século XX e até 1914, o fluxo emigratório essencialmente para o Brasil
era muito grande, apresentando um registo de 195 000 emigrantes só de 1911 a 1913. Nos
anos seguintes, em consequência das duas guerras mundiais e da grave crise económica
dos anos 30, a emigração sofreu novo decréscimo. Foi precisamente entre os anos 30 e
meados dos anos 40 que se registou menor volume de emigrantes: 7 000 saídas anuais no
período 1939/1945; foi o fim da fase transoceânica que caracterizou a primeira metade do
século XX, com predomínio da emigração para o continente americano e em especial para
o Brasil, mas logo a seguir, com 26 000 saídas anuais entre 1946 e 1955, iniciou-se uma
nova fase que decorreu até meados dos anos 70.
      A Europa procurou recompor-se dos danos causados pela guerra, com o apoio
financeiro dos Estados Unidos, através do Plano Marshall. Com a formação do Mercado
Comum, atingiram-se níveis elevados de crescimento económico, sendo as necessidades
de mão-de-obra colmatadas com o recrutamento de trabalhadores nos países do Sul da
Europa: entre 1958 e 1973 foram emitidas 8 milhões de autorizações de trabalho. Foi
nesse período que se registaram os valores mais elevados de emigração em Portugal:
entre 1960 e 1974 terão emigrado mais de 1,5 milhão de portugueses, ou seja, uma média
de 100 000 saídas anuais, que só a crise petrolífera de 1973 e consequente recessão
económica veio travar.
      Até então, o movimento emigratório assumiu proporções alarmantes, pois aos
números oficiais há que acrescentar o grande volume de saídas clandestinas. O máximo
de emigrantes legais registou-se em 1966 (120 000), mas o recorde de saídas foi
alcançado em 1970 (173 300 emigrantes, dos quais 107 000 ilegais).
      Esta fase de intensa emigração para a Europa ocorreu durante a guerra colonial e
originou um decréscimo de 3% na população entre 1960 e 1970. O principal destino foi a
França, país que recebeu um terço (65 200) dos emigrantes na primeira metade dos anos
60, 59% (264 000) durante a segunda metade dessa década e 28% (81 000) no primeiro
quinquénio de 70. Foi precisamente nos primeiros anos de 70 que a Alemanha surge como
destino preferencial dos emigrantes portugueses (29% do total), estimando-se que em
1973 aí residiriam 100 000 portugueses.
      A emigração intra-europeia alargou-se a todas as regiões do território nacional, mas
foi mais intensa nas áreas densamente povoadas do Norte e Centro do Continente.
      Desde finais dos anos 50, e sobretudo na década de 60, foram também
consideráveis os movimentos migratórios de todos os territórios portugueses para as então
colónias africanas. Foi também neste período que a Venezuela se afirmou como destino da
emigração portuguesa, em especial de madeirenses, que também procuraram a África do
Sul, onde hoje residem cerca de 300 000 portugueses, maioritariamente madeirenses. No
continente americano, Estados Unidos e Canadá não deixaram de exercer uma forte
atracção, recebendo sobretudo emigrantes açorianos.
      A composição dos fluxos emigratórios também se alterou: inicialmente constituídos
por mão-de-obra masculina, os últimos anos da década de 60 revelam uma maior
participação feminina – 40% em 1966, 48% em 1967 e 54% em 1968 – e uma maior
proporção de jovens menores de 15 anos, valores que evidenciaram o processo de
reagrupamento familiar em curso nesse período. Em traços gerais, a maioria dos
emigrantes era adulta, sobretudo homens com baixos níveis de escolaridade e de
qualificação profissional.
      A partir de meados dos anos 70 a emigração em Portugal entrou numa nova fase.
Desde logo pela grande quebra verificada no número de saídas: entre 1974 e 1988 a
emigração oficial cifrou-se em 230 000 saídas, o que corresponde a uma média anual de,
apenas, 15 000 emigrantes.
     Paralelamente    à   contínua   redução   dos   contingentes   emigratórios,   apenas
contrariada nos últimos anos da década de 80, verifica-se uma maior diversificação dos
destinos. Os portugueses continuaram a partir para a Europa – França, Espanha,
Luxemburgo, Suíça e Alemanha, revitalizando redes já existentes ou criando novos
espaços de emigração – mas também para os Estados Unidos e Canadá e outros destinos
longínquos como a Austrália, África do Sul e países do Médio Oriente.
     Embora a emigração para alguns destinos, nomeadamente os mais distantes,
pressuponha o estabelecimento a longo prazo, uma parte significativa dos emigrantes que
saiu do Continente, nos anos 80, fê-lo com carácter temporário (43% do total de saídas
legais entre 1980 e 1988). O exemplo ‘francês’ é elucidativo: dos cerca de 42 000
emigrantes registados entre 1980 e 1988, 80% foram emigrantes temporários.
O decréscimo da emigração verificado nesta fase ficou a dever-se a vários factores: por
um lado, a crise económica internacional de 1973 levou os principais países de imigração
na Europa – Alemanha (1973) e França (1974) – a adoptar medidas restritivas à entrada
de novos imigrantes e de incentivo ao retorno aos países de origem, mas também a
mudança de regime político em Portugal (1974) que conduziu ao fim da guerra colonial e
ao processo de independência das colónias africanas.
      A integração de Portugal na Comunidade Europeia, com as necessidades do
mercado internacional de trabalho, permitiu que se criassem novas condições de
mobilidade para os trabalhadores portugueses. Com efeito, a emigração não cessou.
     A quase totalidade dos fluxos de partida é gerada no Continente: entre 1999 e 2003,
95% do total, sendo 46% na região Norte, enquanto do Alentejo, Algarve e Regiões
Autónomas saiu pouco mais de 10%.
      Dos indivíduos que emigraram durante este período 45% possuía o 2.º ou 3.º ciclo
do ensino básico, 9% o secundário ou superior, e 10% não tinham qualquer grau de
ensino. A nova face da emigração portuguesa mostra uma maior proporção de licenciados
ou com o ensino secundário.
      O aumento da taxa de desemprego, nomeadamente dos diplomados (entre Maio de
2002 e Maio de 2003 o número de desempregados com o ensino superior aumentou 44%)
tem impulsionado a partida de jovens qualificados, em que se incluem muitos
investigadores.
     Entre os impactos da emigração, um dos mais importantes é, sem dúvida, as
poupanças que são enviadas para Portugal.
Nas causas da migração externa ou emigração, apresentam-se os seguintes quadros
explicativos: sistema autoritário, proteccionista, regulador e policial, compensador e de
plena liberdade, descrevendo os elementos “orgânicos da sociedade portuguesa”, como o
de qualquer sociedade política: território (a extensão, o clima influenciador da natureza
física e psicológica, bem como o carácter dos povos); a situação política; a situação
natural; o solo; a população (relação entre a dimensão do território, a população e a
fertilidade do solo); o estado (relações jurídicas, económicas e morais).
      Como causas deduzidas das relações económicas, referem-se o atraso da
industrialização portuguesa e a falta de competitividade, ainda que não houvesse falta de
trabalho.
      No que se refere aos impostos, estes não são excessivos, reconhece-se, no entanto
que é grande a desigualdade no pagamento desta contribuição, entre os vários
contribuintes do mesmo povo.
      Mesmo que se reconheça que há grande número de necessitados, o pauperismo não
deveria produzir a emigração. Se há pobreza e miséria, esta não deveria forçar o
abandono da pátria, deveriam surgir soluções para resolver tal situação.
      Os baixos salários, são apontados como a principal causa, senão a única da
emigração, referindo-se que o trabalho agrícola é muito mal remunerado e que, o maior
número dos nossos emigrantes se compõe de agricultores.
      É demonstrada a escassez de oportunidades para as pessoas, pois cada vez mais,
na actualidade, elas emigram porque não encontram um trabalho para o qual estão
habilitadas e são preparadas.
      Todas as causas mencionadas acima seriam insuficientes para explicar a emigração.
      Infelizmente, além isso, a maioria das vezes os emigrantes não têm os mesmos
direitos que os outros trabalhadores (seguro social, pagamento de horas extras, entra
outros).
BIBLIOGRAFIA



http://pt.shvoong.com/social-sciences/sociology/246399-desemprego-causa-importante-da-
migra%C3%A7%C3%A3o/

http://www.museu-emigrantes.org/miguelogronho.pdf

http://www.familyd.net/_libano/migracao_01b.asp

http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20070521011130AAoqQoZ

http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/diarioeconomico/opinion/columnistas/pt/desarrollo/70
8817.html

http://imigrantes.no.sapo.pt/page6.EmigPortEsc.html

http://www.igeo.pt/atlas/Cap2/Cap2c_1.html

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Emigração

  • 1. EMIGRAÇÃO STC 6 – Modelos de Urbanismo e Mobilidade Lurdes Costa Sendim, Abril 2009
  • 2. No século XVIII, a revolução industrial trouxe consigo grandes inovações, que contribuíram para a mudança do mundo, também a nível de migrações. Então, no século XIX, ocorreu uma alteração dos modos de vida tradicional a nível demográfico e social, principalmente nos seguintes aspectos: a explosão demográfica; o desenvolvimento e a expansão capitalista industrial; a revolução do maquinismo; a alteração do sistema de transportes nacionais e internacionais (caminhos de ferro e navegação a vapor). Devido a estes progressos, sobretudo, a nível de novos transportes e de novas vias de acesso, a emigração ficou mais facilitada e foi melhorando ainda mais ao longo dos tempos, facto para o qual contribuir também a chegada das telecomunicações, como o telefone, a internet, entre outros. Contudo, a máquina a vapor deu inicio aos progressos que viriam mudar o mundo, a passos largos. Através dela conseguiram-se muitas coisas, como a construção de novos meios de acessos para os meios de transporte e melhoramento dos já existentes, mais e melhores meios de transportes, entre tantos outros suportes de apoio à emigração. Portugal foi durante séculos um país onde a maior parte da sua população se viu forçada a emigrar para poder sobreviver, o que ainda continua a acontecer. A história de cada uma das inúmeras comunidades portuguesas espalhadas por todo o mundo espelham esta dura realidade. Na primeira metade do século XIX, predominava a migração interna, surgindo em segundo lugar a emigração. Há muitas causas de migração interna, mas a principal é a procura de melhores condições de vida, na maior parte dos casos, incentivada pela falta de emprego ou pelo emprego precário e mal pago. No início do século XX e até 1914, o fluxo emigratório essencialmente para o Brasil era muito grande, apresentando um registo de 195 000 emigrantes só de 1911 a 1913. Nos anos seguintes, em consequência das duas guerras mundiais e da grave crise económica dos anos 30, a emigração sofreu novo decréscimo. Foi precisamente entre os anos 30 e meados dos anos 40 que se registou menor volume de emigrantes: 7 000 saídas anuais no período 1939/1945; foi o fim da fase transoceânica que caracterizou a primeira metade do século XX, com predomínio da emigração para o continente americano e em especial para o Brasil, mas logo a seguir, com 26 000 saídas anuais entre 1946 e 1955, iniciou-se uma nova fase que decorreu até meados dos anos 70. A Europa procurou recompor-se dos danos causados pela guerra, com o apoio financeiro dos Estados Unidos, através do Plano Marshall. Com a formação do Mercado
  • 3. Comum, atingiram-se níveis elevados de crescimento económico, sendo as necessidades de mão-de-obra colmatadas com o recrutamento de trabalhadores nos países do Sul da Europa: entre 1958 e 1973 foram emitidas 8 milhões de autorizações de trabalho. Foi nesse período que se registaram os valores mais elevados de emigração em Portugal: entre 1960 e 1974 terão emigrado mais de 1,5 milhão de portugueses, ou seja, uma média de 100 000 saídas anuais, que só a crise petrolífera de 1973 e consequente recessão económica veio travar. Até então, o movimento emigratório assumiu proporções alarmantes, pois aos números oficiais há que acrescentar o grande volume de saídas clandestinas. O máximo de emigrantes legais registou-se em 1966 (120 000), mas o recorde de saídas foi alcançado em 1970 (173 300 emigrantes, dos quais 107 000 ilegais). Esta fase de intensa emigração para a Europa ocorreu durante a guerra colonial e originou um decréscimo de 3% na população entre 1960 e 1970. O principal destino foi a França, país que recebeu um terço (65 200) dos emigrantes na primeira metade dos anos 60, 59% (264 000) durante a segunda metade dessa década e 28% (81 000) no primeiro quinquénio de 70. Foi precisamente nos primeiros anos de 70 que a Alemanha surge como destino preferencial dos emigrantes portugueses (29% do total), estimando-se que em 1973 aí residiriam 100 000 portugueses. A emigração intra-europeia alargou-se a todas as regiões do território nacional, mas foi mais intensa nas áreas densamente povoadas do Norte e Centro do Continente. Desde finais dos anos 50, e sobretudo na década de 60, foram também consideráveis os movimentos migratórios de todos os territórios portugueses para as então colónias africanas. Foi também neste período que a Venezuela se afirmou como destino da emigração portuguesa, em especial de madeirenses, que também procuraram a África do Sul, onde hoje residem cerca de 300 000 portugueses, maioritariamente madeirenses. No continente americano, Estados Unidos e Canadá não deixaram de exercer uma forte atracção, recebendo sobretudo emigrantes açorianos. A composição dos fluxos emigratórios também se alterou: inicialmente constituídos por mão-de-obra masculina, os últimos anos da década de 60 revelam uma maior participação feminina – 40% em 1966, 48% em 1967 e 54% em 1968 – e uma maior proporção de jovens menores de 15 anos, valores que evidenciaram o processo de reagrupamento familiar em curso nesse período. Em traços gerais, a maioria dos emigrantes era adulta, sobretudo homens com baixos níveis de escolaridade e de qualificação profissional. A partir de meados dos anos 70 a emigração em Portugal entrou numa nova fase. Desde logo pela grande quebra verificada no número de saídas: entre 1974 e 1988 a
  • 4. emigração oficial cifrou-se em 230 000 saídas, o que corresponde a uma média anual de, apenas, 15 000 emigrantes. Paralelamente à contínua redução dos contingentes emigratórios, apenas contrariada nos últimos anos da década de 80, verifica-se uma maior diversificação dos destinos. Os portugueses continuaram a partir para a Europa – França, Espanha, Luxemburgo, Suíça e Alemanha, revitalizando redes já existentes ou criando novos espaços de emigração – mas também para os Estados Unidos e Canadá e outros destinos longínquos como a Austrália, África do Sul e países do Médio Oriente. Embora a emigração para alguns destinos, nomeadamente os mais distantes, pressuponha o estabelecimento a longo prazo, uma parte significativa dos emigrantes que saiu do Continente, nos anos 80, fê-lo com carácter temporário (43% do total de saídas legais entre 1980 e 1988). O exemplo ‘francês’ é elucidativo: dos cerca de 42 000 emigrantes registados entre 1980 e 1988, 80% foram emigrantes temporários. O decréscimo da emigração verificado nesta fase ficou a dever-se a vários factores: por um lado, a crise económica internacional de 1973 levou os principais países de imigração na Europa – Alemanha (1973) e França (1974) – a adoptar medidas restritivas à entrada de novos imigrantes e de incentivo ao retorno aos países de origem, mas também a mudança de regime político em Portugal (1974) que conduziu ao fim da guerra colonial e ao processo de independência das colónias africanas. A integração de Portugal na Comunidade Europeia, com as necessidades do mercado internacional de trabalho, permitiu que se criassem novas condições de mobilidade para os trabalhadores portugueses. Com efeito, a emigração não cessou. A quase totalidade dos fluxos de partida é gerada no Continente: entre 1999 e 2003, 95% do total, sendo 46% na região Norte, enquanto do Alentejo, Algarve e Regiões Autónomas saiu pouco mais de 10%. Dos indivíduos que emigraram durante este período 45% possuía o 2.º ou 3.º ciclo do ensino básico, 9% o secundário ou superior, e 10% não tinham qualquer grau de ensino. A nova face da emigração portuguesa mostra uma maior proporção de licenciados ou com o ensino secundário. O aumento da taxa de desemprego, nomeadamente dos diplomados (entre Maio de 2002 e Maio de 2003 o número de desempregados com o ensino superior aumentou 44%) tem impulsionado a partida de jovens qualificados, em que se incluem muitos investigadores. Entre os impactos da emigração, um dos mais importantes é, sem dúvida, as poupanças que são enviadas para Portugal.
  • 5. Nas causas da migração externa ou emigração, apresentam-se os seguintes quadros explicativos: sistema autoritário, proteccionista, regulador e policial, compensador e de plena liberdade, descrevendo os elementos “orgânicos da sociedade portuguesa”, como o de qualquer sociedade política: território (a extensão, o clima influenciador da natureza física e psicológica, bem como o carácter dos povos); a situação política; a situação natural; o solo; a população (relação entre a dimensão do território, a população e a fertilidade do solo); o estado (relações jurídicas, económicas e morais). Como causas deduzidas das relações económicas, referem-se o atraso da industrialização portuguesa e a falta de competitividade, ainda que não houvesse falta de trabalho. No que se refere aos impostos, estes não são excessivos, reconhece-se, no entanto que é grande a desigualdade no pagamento desta contribuição, entre os vários contribuintes do mesmo povo. Mesmo que se reconheça que há grande número de necessitados, o pauperismo não deveria produzir a emigração. Se há pobreza e miséria, esta não deveria forçar o abandono da pátria, deveriam surgir soluções para resolver tal situação. Os baixos salários, são apontados como a principal causa, senão a única da emigração, referindo-se que o trabalho agrícola é muito mal remunerado e que, o maior número dos nossos emigrantes se compõe de agricultores. É demonstrada a escassez de oportunidades para as pessoas, pois cada vez mais, na actualidade, elas emigram porque não encontram um trabalho para o qual estão habilitadas e são preparadas. Todas as causas mencionadas acima seriam insuficientes para explicar a emigração. Infelizmente, além isso, a maioria das vezes os emigrantes não têm os mesmos direitos que os outros trabalhadores (seguro social, pagamento de horas extras, entra outros).