O documento discute o conceito de acessibilidade e como as empresas podem ser mais inclusivas. Acessibilidade significa que todos devem poder usar espaços e equipamentos de forma autônoma e segura, não apenas pessoas com deficiência. Além de acessibilidade física, é importante a conscientização sobre inclusão social e o uso de tecnologias assistivas.
1. Boletim Informativo da Gimenez
Nº 31 – MARÇO DE 2013
Gimenez & Associados – Assessoria em Segurança e Saúde do Trabalho - Perícias - Treinamentos
Rua Salvador Padilha Gimenez, 195 – Cj. 02 – São Paulo/SP – CEP: 02562-130
Fone/Fax: (11) 3856-7673 – contato@gimenezeassociados.com.br – www.gimenezeassociados.com.br
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B I G
Editorial
Boa Leitura!
Você sabe explicar o que é
Acessibilidade? Será que sua empresa é
acessível? Vamos entender alguns
conceitos básicos sobre esse assunto.
O que é Acessibilidade?
Erroneamente, o termo Acessibilidade é
definido com espaços que tenham
rampas, elevadores, banheiros projetados
para deficientes físicos, área de circulação
de cadeira de rodas, etc., porém,
Acessibilidade não se resume apenas em
ambientes com dimensões para
cadeirantes.
Conforme o Decreto nº 5.296/2004,
Acessibilidade é o fornecimento de
condições de utilização UNIVERSAL de
espaços, mobiliários e equipamentos
urbanos, com autonomia e segurança, ou
seja, que os espaços possam ser usados
por todos, sem nenhum tipo de restrição.
Ao pensar no dimensionamento de um
local, devemos levar em consideração
dois grupos principais que possuem
restrição de mobilidade: Pessoa Com
Deficiência e Pessoa com Mobilidade
Reduzida.
Deficiência X Mobilidade Reduzida
Uma Pessoa com Deficiência é aquela que tem
impedimento de longo prazo ou permanente, de natureza
física, intelectual (mental) ou sensorial (visual e auditiva).
Neste grupo se encontram pessoas com paraplegia,
tetraplegia, monoplegia, amputação, os cegos, surdos,
mudos, etc.
Pessoas com Mobilidade Reduzida não se enquadram no
conceito de deficiência, mas também possuem dificuldade
de se movimentar e aceder aos espaços físicos que as
rodeiam. Elas têm desajustes no equilíbrio, na capacidade
de reação, força muscular, percepção sensorial,
flexibilidade, coordenação motora, peso, altura, etc. Alguns
exemplos são: idosos, grávidas, obesos, crianças, pessoas:
de baixa estatura, que façam uso de muleta, com catarata,
entre outras. Restrição de mobilidade não é doença, então
as pessoas que a possuem não podem ter a vida
prejudicada, pois têm o mesmo direito que os demais
cidadãos.
Quando refletimos sobre Acessibilidade, o primeiro
pensamento que temos é sempre ligado à Arquitetura,
Urbanismo e Design de Interiores e não é uma lógica
errada, pois é nesse momento que a Acessibilidade começa.
Ao projetar um espaço, seja público ou privado, temos que
seguir os dimensionamentos básicos conforme as normas
regulamentadores para cada tipo de uso. Porém, não
adianta atendermos alguns tipos de restrição de mobilidade
e se esquecer dos demais usuários, sejam eles constituídos
de público fixo ou flutuante. Por exemplo, ao criar um
sanitário para deficiente físico, o projetista não deve se
limitar em adequar os mobiliários nas alturas apenas dos
cadeirantes, a verdadeira acessibilidade descreve que todos
(sem exceção) devem poder utilizar esse mesmo espaço
sem se sentirem ergonomicamente afetados. Para atender
as Normas, muitos locais fazem reforma de espaço
tentando se enquadrar a essa inclusão social.
Nossa preocupação não deve se limitar a portas e
corredores estreitos, mas a áudio descrição, legenda,
sinalização visual, sinalização tátil, entre outras. Os espaços
sempre tiverem referência ao Homem Vitruviano de
Leonardo da Vinci, com as medidas antropométricas
aplicadas a anatomia humana, porém, essa referencia é
falha para as pessoas com restrição de mobilidade, ai vem o
grande desafio, a Acessibilidade nunca deverá ser para um
grupo específico, mas para TODOS.
2. Boletim Informativo da Gimenez
Nº 31 – MARÇO DE 2013
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B I G
Acessibilidade Tecnológica
As pessoas com deficiência ou restrição de mobilidade
possuem várias ferramentas que podem auxiliar o seu
dia-a-dia, nos estudos, trabalho e lazer como: teclados
virtuais para pessoas com deficiência motora ou com
dificuldade de coordenação, sintetizadores de voz para
pessoas com problemas de fala, bengalas com sensor,
computador feito exclusivamente para cegos com
digitação em braile, programas que permitem os cegos
navegarem na internet, ler e escrever textos no
computador, proporcionando aos deficientes visuais
um novo mundo de informações e conhecimentos.
Estes programas para deficientes visuais, passam por
textos e imagens, sintetizando a fala humana, o
programa le para a pessoa o que está na tela ou o que
ela está fazendo/ digitando.
Alguns destes programas são: Braille Fácil - Programa
que permite digitar diretamente ou importar um texto
de um editor de texto convencional para preparar
textos que podem ser enviados para uma impressora
braile; Pocket Voice - uma aplicação informática que,
fazendo uso da linguagem pictórica, simbólica e do
simples texto, possibilita ao utilizador reproduzir
sonoramente o que não se consegue dizer por
incapacidade física; Tecla Fácil - Esse programa permite
o treinamento de técnicas de digitação com o uso de
teclado alfanumérico e numérico do microcomputador
por cegos e portadores de visão subnormal, de forma
autônoma; Virtual Vision – Leitor de tela brasileiro que
não requer sintetizador de voz externo; WAT - IBM
Web Adaptation Technology - navegador para pessoas
com baixa visão, que pode ser configurado conforme a
necessidade do usuário.
Vamos partilhar a Acessibilidade?
Inclusão Social
Tratamos até o momento sobre a
Acessibilidade física, que é palpável e
pode ser quantitativa, mas muito mais
delicado do que um edifício atender os
parâmetros Acessíveis que constam nas
Normas, é a conscientização das pessoas
sobre este assunto. Não basta
disponibilizar que o espaço seja acessível,
ele deve incluir a pessoa em produtos,
serviços, informações, culturas, etc. Por
exemplo, muitas salas de teatro possuem
espaços reservados para cadeirantes
estando um ao lado do outro no pior
ponto de visão e audição.
Essa atitude está errada, pois o cadeirante
também pode ter um acompanhante e
não deve ser discriminado como uma
categoria inferior aos demais usuários.
Não basta atender a legislação, é
imprescindível a sensibilização humana
para o uso das pessoas com restrição de
mobilidade a todas as atividades comuns
do nosso cotidiano, visando suas
adaptações e eliminações de barreiras
físicas e mentais, incorporando todos ao
convívio social, possibilitando assim o ir e
vir de forma autônoma, sem necessidade
de recorrer a terceiros.
Conforme a Lei nº 8213/1991, as
empresas com 100 ou mais funcionários
devem preencher de dois a cinco por
cento dos seus cargos com pessoas com
deficiência, seguindo as seguintes
porcentagens:
- de 100 a 200 funcionários, 2%
- de 201 a 500 funcionários, 3%
- de 501 a 1000 funcionários, 4%
- de 1000 funcionários em diante, 5%