1. Bactérias
Biologia, Nutrição e Divisão bacteriana
Mecanismos de Patogenicidade
Cocos GRAM-POSITIVOS: Staphylococcus,
Streptococcus e Enterococcus
2. Biologia, Nutrição e Divisão bacteriana
As bactérias são:
Organismos unicelulares e procariontes,
relativamente simples e muito pequeno;
Nutrição:
Ocorre predominantemente pela absorção.
Divisão:
Por fissão binária;
Eubactérias e Archaea;
7. Microbiota Normal - Hospedeiro
Antagonismo microbiano: microbiota
normal pode beneficiar o hospedeiro
prevenindo o crescimento excessivo de
microrganismos nocivos.
Competição de nutrientes
Produção de substancias nocivas
Afetando condições como: pH e oxigênio
8. Microbiota Normal - Hospedeiro
Simbiose , Relação simbiótica ou Relação
simbiôntica: associação de dois organismos
(geralmente de espécies diferentes) vivendo
juntos.
Comensalismo: É uma relação simbiótica que é
benéfica para um organismo sem acarretar
qualquer conseqüência para o outro.
9. Microbiota Normal - Hospedeiro
Mutualismo: É uma relação simbiótica benéfica
para ambos os organismos (isto é, uma relação
mutuamente benéfica).
E. coli
Vitamina K
10. Microbiota Normal - Hospedeiro
Parasitismo: É uma relação simbiótica benéfica
para um organismo (parasita) e danosa para outro
(hospedeiro).
11. Microrganismos Oportunistas
São organismos que não causam doença em
seu habitat normal, em uma pessoa saudável,
mas que pode se tornar patogênico sob certas
circunstancias.
AIDS – Pneumocystis carinii (pneumonia)
12. Cooperação entre microrganismos
Sinergismo: Quando dois ou mais microrganismos se
unem e agem em conjunto para produzir uma doença que
nenhum dos dois, isoladamente, poderia causar. Pode ser
definido como sinergismo ou relação sinérgica (infecções
sinérgicas).
Fusobacterium, Actinomyces,
Prevotella e espiroquetas -
Gengivite
13. Definições
Patologia : estudo cientifico da doença
Etiologia: causa da doença
Patogenos: microrganismos causadores de doença.
Patogenicidade: capacidade de causar doença.
Patogênese: forma com que a doença se desenvolve.
Infecção: invasão ou colonização do corpo por
microrganismos patogênicos.
Doença: estado anormal em que parte do corpo ou todo ele
não estão ajustados corretamente ou são incapazes de realizar
suas funções normais.
14. Doença
Infecciosa
Patógenos (Microrganismos
causadores de doença infecciosa)
infecção
Geralmente o termo ´´infecção`` é utilizado como sinônimo de ´´doença infecciosa``
Porém, muitos microbiologistas utilizam a palavra ´´infecção`` para se referir ao
fato do patógeno se alojar no organismo do hospedeiro, podendo ou não
causar doença (neste caso o indivíduo pode ser um portador).
Doença Infecciosa - Infecção
15. Aguda
Desenvolve-se rapidamente, mas dura apenas um
período curto (gripe).
sarampo
Crônica
Desenvolve-se mais lentamente, e as reações do corpo
podem ser menos grave, mas a doença provavelmente
será continua ou recorrente por longos períodos
(Tuberculose). Tuberculose
Subaguda
Doença intermediaria entre aguda e crônica (bacterioses)
Gravidade ou Duração de uma
Doença
16. Infecção local
(Espinhas, furúnculos
e abscessos,)
Infecção Generalizada
Vários órgãos estão
infectados pelo patógeno
(sarampo).
Falta de tratamento
Infecção Localizada
Área limitada
Infecção Sistêmica
Disseminação pelo sangue ou linfa
Extensão do Envolvimento do
Hospedeiro
18. Reservatórios de Infecção
Reservatórios Humanos – Portadores: são
reservatórios vivos da infecção (AIDS).
Reservatórios Animais – Zoonoses: doenças que
ocorrem primariamente em animais selvagens e
domésticos e podem ser transmitidas aos seres
humanos (Raiva).
Reservatórios inanimados – solo e água.
19. Transmissão de Doenças
Transmissão por contato:
Direto – pessoa a pessoa (toque, beijo, relação
sexual): resfriado, infecção estafilococicas,
gonorréia.
Indireto – objeto inanimado (fomite: toalha,
tecidos,copos, seringas): HIV, oxiúros.
Perdigotos – gotículas: tosse, espirro, risada ou
conversa (< 1m): Influenza, coqueluche
20. Transmissão de Doenças
Transmissão por veículos:
Água – água contaminada com esgoto não tratado ou
inadequadamente tratado (cólera).
Alimentos– alimentos incompletamente cozidos, mal
refrigerados ou preparados em condições pouco
higiênicas (teníase).
Ar– gotículas que percorrem mais de 1 m (tuberculose).
Outros: sangue, líquidos corporais, drogas e líquidos
intravenosos.
21. Transmissão de Doenças
Transmissão por vetores:
Artrópodes:
Transmissão mecânica: transporte passivo de
patógenos nas patas do inseto ou outras partes do
corpo.
Transmissão biológica: transporte ativo – picada,
defecação, vomito.
22. EXPOSIÇÃO AO PATÓGENO
PERÍODO DE INCUBAÇÃO
PERÍODO PRODRÔMICO
PERÍODO DE DOENÇA
MORTE CONVALESCÊNCIA
Tempo que decorre entre a chegada do
patógeno e o aparecimento dos sinais e
sintomas
O paciente está indisposto, porém ainda
não apresenta a doença
É o tempo em que o paciente apresenta os
sinais e sintomas típicos associados a
doença.
Tempo de recuperação.
Desenvolvimento da Doença
23. Portas de Entrada
• Membranas mucosas
•Trato respiratório
•Trato gastrintestinal
•Trato geniturinário
•Conjuntiva
•Pele
•Via parenteral
Aderência
Adesinas ou ligantes
Glicoproteinas ou lipoproteinas
Numero de Microrganismos
invasores
Penetração ou Evasão
das Defesas do
Hospedeiro
•Cápsulas - Virulência
•Componentes da parede
celular (proteína M)
•Enzimas (leucocidinas)
Lesão as Células do
Hospedeiro/ Efeitos
Citopaticos
•Lesão direta
•Toxinas
•Exotoxinas
(proteínas)
•Endotoxinas
(lipideos A)
•Hipersensibilidade
Mecanismos de
Patogenicidade
24. Staphylococcus
• Família: Micrococcacea
• Planococcus,
• Micrococcus,
• Stomatococcus,
• Staphylococcus.
• Staphylococcus: 33 espécies
- 17 podem ser isoladas de
amostras biológicas
humanas.
25. Staphylococcus
O gênero Staphylococcus é composto por várias espécies:
S. lugundensis
S. schleiferi
S. sciuri
S. lentus
S. caseolyticus
S. hyicus
S. chromogenes
S. intermedius
S. delphini
S. carnosus
S. simulans
S. cohnii
S. xylosus
S. saprophyticus
S. gallinarium
S. kloosii
S. equorum
S. arlettae
S. epidermidis
S. capitis
S. warnei
S. caprae
S. hominis
S. aureus
S. auricularis
S. haemolyticus
S.pulvereri
S.saccharolyticus
S. pasteuri
S. felis
S. muscae
S. piscifermentans
S. vitulus
26. Staphylococcus
.
Cocos Gram-positivos medindo 0,5 a 1,5 mm
de diâmetro, imóveis, catalase positiva, não
esporulados, aeróbios facultativos,
usualmente ocorrem em aglomerados
característicos (cacho de uvas).
27. Staphylococcus aureus
O nome “aureus” significa “dourado” em
latim, qualidade atribuída ao pigmento
amarelado característico produzido pela
bactéria.
28. Staphylococcus aureus
• De todas as espécies do gênero, o S. aureus é
o mais importante.
• É responsável pelo segundo maior número de
infecções em seres humanos.
30. Staphylococcus aureus
Infecções cutâneas: Foliculite, Impetigo,
Furúnculos, Carbúnculos.
Furúnculos e Carbúnculos (vários sítios de
drenagem): infecção do folículo piloso ou
glândulas sebáceas– obstrução- tecido
subcutâneo.
31. Staphylococcus aureus
Infecções cutâneas: Foliculite, Impetigo,
Furúnculos, Carbúnculos.
Impetigo: vesículas de paredes delgadas, que se
rompem e formam crostas.
35. Staphylococcus aureus
Fatores de virulência:
Cápsula
Impedir a fagocitose;
Aderência
Proteína A
Presente na parede celular;
Uni-se a região Fc da IgG – interferindo a
opsonização --- fagocitose;
36. Staphylococcus aureus
Fatores de virulência:
Enzimas:
Catalase – atua inativando peróxido de hidrogênio e
radicais livres tóxicos formados no interior das células
fagocitárias.
Coagulase ou fator de agregação - recobre as células
bacterianas com fibrina – opsonizacao – fagocitose.
Fibrinolisina – degrada coágulos de fibrina –
disseminação da infecção.
37. Staphylococcus aureus
Fatores de virulência:
Hemolisinas:
Alfa - hemolisina – tem ação letal sobre leucócitos
polimorfonucleares e eritrócitos (Agar sangue).
Beta - hemolisina – tem ação contra uma variedade de
células (Agar sangue).
38. Staphylococcus aureus
Fatores de virulência:
Toxinas:
Leucocidinas : leucócitos;
Exfoliatinas ou Toxinas epidermoliticas: dissolvem a
matriz mucopolissacaridica da epiderme – Síndrome
estafilococica da pele escaldada.
39. Síndrome da Pele Escaldada - Exfoliatina
(Gottifried Ritter, 1878)
Formação de bolhas;
Aparecimento de áreas
descamadas em carne
viva.
Recém-nascidos e
lactentes.
44. Staphylococcus epidermidis
• Não apresentam a produção de coagulase
• Algumas cepas apresentam a produção muito
tímida de certas enzimas
• Esta espécie tem muitos fatores de adesão,
sendo perigosa para pacientes que fazem uso
de material invasivo de plástico (cateter,
próteses, etc.).
45. Staphylococcus epidermidis
• Pode causar:
• Endocardite;
• Infecções por cateter;
• Bacteremia;
• Infecções de feridas;
• Infecções urinarias;
• Infecções em locais com prótese...
46. Staphylococcus saprophyticus
• Não apresentam a produção de coagulase
• Frequentemente causa infecção do trato
urinário, especialmente em mulheres,
podendo chegar a causar cistite, uretrite e
pielonefrite, e em casos extremos bacteremia.
49. Diagnóstico Laboratorial
Prova da Catalase:
Consiste em colocar uma amostra de bactéria em
contato com o peróxido de hidrogênio, e
pesquisar a formação de bolhas de oxigênio.
2H2O2 2H2O + ↑O2
catalase
52. Diagnóstico Laboratorial
Prova da Coagulase: A produção de coagulase é
exclusiva ao Staphylococcus aureus.
coagulase
Fibrinogênio Fibrina
53. No laboratório clínico, faz-se um ensaio com plasma de coelho. A
bactéria em questão é inoculada num tubo com plasma de coelho.
Se o plasma coagular, a espécie é S. aureus.
Se não coagular deixar mais 20h, totalizando 24h verificar novamente
68. Classificação dos Estreptococos
Grupos Sorológicos: 20 grupos – Grupos de
Lancefield: Carboidrato C (variações na
composição) – parede celular.
(A,B,C,D,E,F,G,H,K,L,M,N,O,P,Q,R,S,t,U e V).
Grupo A - Streptococcus pyogenes
Grupo B - Streptococcus agalactiae
Grupo C - S. equi, S. dysgalactiae
Grupo D - S. bovis, S. equinus
Grupo viridans - S. mitis, S. mutans, S. salivarius
Grupo milleri - S. anginosus, S. intermedius
69. Estudo do Gênero Streptococcus
Principais Espécies:
S. pyogenes – grupo “A”
S. agalactiae – grupo “ B”
S. pneumoniae
S. viridans
Enterococcus faecali
71. Streptococcus pyogenes
Fatores de virulência:
Fibrila – possibilita a fixação da bactéria a
mucosa faringoamigdalina.
Composição: Proteína M e o acido lipoteicoico.
Presente na parede celular
Interação com a fibronectina – receptor das células da
mucosa do hospedeiro.
Invasão não e bem conhecido.
72. Streptococcus pyogenes
Fatores de virulência:
Toxina eritrogenica (Streptococcal pyogenes exotoxin -
Spe):
Dissemina pela via hematogenica
Altera a permeabilidade capilar
Origina eritemas característicos da escarlatina.
Cápsula – fagocitose;
Proteína M – fagocitose;
Estreptolisina O – lesa as hemácias e outras células.
73. Streptococcus pyogenes
Infecções mais freqüentes, localizam-se:
Faringe e Amídalas (faringoamigdalites)
Pele (piodermites – Impetigo - e erisipela)
*** Bacteremia
*** Febre reumática
*** Glomerulonefrite
*** Outras infecções
74. Streptococcus pyogenes
A resposta imunológica gerada leva à
formação de anticorpos com reação cruzada
entre certos antígenos estreptocócicos e os
tecidos humanos, e pode ser responsável pela
patologia associada com essas seqüelas não
purulentas.
79. Streptococcus agalactiae
Algumas amostras podem não produzir hemólise beta.
Colonizam o trato respiratório superior, trato intestinal baixo
e vagina, de modo que 5 a 40% das gestantes podem estar
colonizadas, possibilitando infecção em recém nascidos.
São inicialmente reconhecidos como causadores de sepsis
puerperal e infecções neonatais ou perinatais.
A infecção pode ocorrer no útero, no momento do nascimento
ou nos primeiros meses de vida.
Doença Neonatal:
Bacteremia, pneumonia, meningite
Pós parto:
Endometrite, infecção de ferida cirúrgica
80. Streptococcus pneumoniae
(Pneumococos)
Cocos capsulados, Gram positivos, 0,5 - 1,2 mm, em forma
de diplococos lanceolados, podem ser encontrados em
cadeias curtas ou ocasionalmente em células isoladas.
Colônias Lisas - capsuladas e virulentas
Colônias Rugosas - ausência de cápsula
81. Streptococcus pneumoniae
(Pneumococos)
No Agar sangue formam colônias de 0,5 a 1mm de diâmetro,
apresentando hemólise tipo alfa (parcial), mucoides de acordo
com a presença de cápsula, verificando-se geralmente uma
depressão central decorrente de autólise.
Necessitam de um meio complexo e o estímulo de CO2 para
o crescimento.
82. Streptococcus pneumoniae
(Pneumococos)
Pneumonia
Ocorre quando os mecanismos de defesa estão
comprometidos, permitindo colonização do trato
respiratório superior e migração para a árvore
brônquica, geralmente posterior a uma virose ou
mesmo após casos de sarampo.
*** Meningite, Septicemia, Otite media, sinusite
83. Enterococcus
Algumas espécies: E. faecalis, E. faecium, E.
casselifavus , etc.
Bacteremias, Endocardite, Infecções do trato
urinário e biliar, infecções de feridas,
infecções pélvicas e intra-abdominais.
86. Crescimento em Agar Sangue
HEMÓLISE APRESENTADA:
Total – Beta hemólise
Parcial – Alfa hemólise
Ausência de hemólise - Gama
87. Diagnóstico Laboratorial
Prova da Catalase:
Consiste em colocar uma amostra de bactéria em
contato com o peróxido de hidrogênio, e
pesquisar a formação de bolhas de oxigênio.
2H2O2 2H2O + ↑O2
catalase
89. Teste da Bacitracina
O teste da bacitracina é realizado para a identificação
presuntiva de Streptococcus pyogenes (estreptococos
beta hemolítico de grupo A de Lancefield), uma vez
que 95% das amostras são sensíveis a este
antimicrobiano.
Para a realização do teste, semeia-se uma placa de ágar-
sangue com a amostra beta-hemolítica em identificação.
No centro da área semeada deposita-se um disco contendo
bacitracina.
As culturas são incubadas a 37oC durante 24 horas.
A observação de um halo de inibição do crescimento ao
redor do disco indica susceptibildiade.
90.
91. Teste da Optoquina
a) A partir da placa de semeadura primária,
selecionam-se três ou quatro colônias bem isoladas
do microrganismo a ser testado e inocula-se por
estrias, a metade de uma placa de agar sangue de
b) Coloca-se um disco padronizado contendo 5mg de
optoquina, no centro da área inoculada, incubando-
se a 35-37°C durante 18-24 horas, em uma jarra com
vela (5% a 10% de CO2).
c) O aparecimento de uma zona de inibição de 14-
18mm indica, presuntivamente, a presença do
Streptococcus pneumoniae.
94. Teste da Bile Esculina
a) A partir da placa de agar sangue, inocula-se duas a
três colônias suspeitas no meio de agar bile esculina,
inclinado em tubos 13x100. Incubar a 37°C durante
18-24 horas.
b) Se ocorrer um enegrecimento na superfície inclinada
do meio, a prova é considerada positiva e identifica
presuntivamente amostras de Enterococcus e
Streptococcus do grupo sorológico "D". Havendo
uma modificação discreta ou nenhuma alteração no
meio, o teste é considerado negativo.