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Clareza e Obscuridade
Existe uma beleza do  obscuro , e a  arte continua a ser arte  mesmo quando renuncia ao ideal da  clareza absoluta Toda  arte  procura  dificultar  cada vez mais a tarefa a ser realizada pelos  olhos Uma vez solucionado o problema de representação clara, é natural que a forma da imagem se complique e que o espectador, para quem a simplicidade tornou-se demasiada, encontre prazer ao solucionar uma tarefa mais complicada
A luz e a sombra são tão importantes quanto o próprio desenho na definição da forma  Cada efeito tem a função de caracterizá-la em seus detalhes e organizar o conjunto
Séc. XVI – O Clássico Neste século o desenho era  totalmente claro Por mais que a  representação dos detalhes  não fosse alcançada, não havia resíduo de confusão. A idéia era proporcionar uma  visibilidade perfeita Os desenhos são desenvolvidos em  contrastes significativos , sendo possível medí-los com rigor por toda a sua extensão, a simples  disposição dos corpos  torna as obras de uma  clareza absoluta Todas as formas mostram  o que possuem de mais  característico
Séc. XVII – Barroco Não só a  escuridão  cobriu as cenas neste século, mas, a  luz  também pôde ser usada para  ocultar elementos  importantes e  enfatizar os secundários No Barroco há uma rejeição ao grau máximo de  nitidez A intenção é não dizer tudo e deixar que os  detalhes  possam ser  adivinhados , interpretados pelo observador O interesse pela forma perfeitamente  moldada  cede lugar ao interesse pela imagem  ilimitada  e  dinâmica
 
 

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Clareza e Obscuridade na Arte: Do Clássico ao Barroco

  • 2. Existe uma beleza do obscuro , e a arte continua a ser arte mesmo quando renuncia ao ideal da clareza absoluta Toda arte procura dificultar cada vez mais a tarefa a ser realizada pelos olhos Uma vez solucionado o problema de representação clara, é natural que a forma da imagem se complique e que o espectador, para quem a simplicidade tornou-se demasiada, encontre prazer ao solucionar uma tarefa mais complicada
  • 3. A luz e a sombra são tão importantes quanto o próprio desenho na definição da forma Cada efeito tem a função de caracterizá-la em seus detalhes e organizar o conjunto
  • 4. Séc. XVI – O Clássico Neste século o desenho era totalmente claro Por mais que a representação dos detalhes não fosse alcançada, não havia resíduo de confusão. A idéia era proporcionar uma visibilidade perfeita Os desenhos são desenvolvidos em contrastes significativos , sendo possível medí-los com rigor por toda a sua extensão, a simples disposição dos corpos torna as obras de uma clareza absoluta Todas as formas mostram o que possuem de mais característico
  • 5. Séc. XVII – Barroco Não só a escuridão cobriu as cenas neste século, mas, a luz também pôde ser usada para ocultar elementos importantes e enfatizar os secundários No Barroco há uma rejeição ao grau máximo de nitidez A intenção é não dizer tudo e deixar que os detalhes possam ser adivinhados , interpretados pelo observador O interesse pela forma perfeitamente moldada cede lugar ao interesse pela imagem ilimitada e dinâmica
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