Aula 02 definição para figurino - figurino histórico - espaço, tempo e personagem
1.
2. DEFINIÇÃO PARA
FIGURINO
Costa (2002) define o figurino
como o conjunto de roupas e
acessórios dos personagens,
projetados e escolhidos pelo
figurinista para um filme, novela,
ou peça de teatro.
É escolhido de acordo com as
necessidades do roteiro e da
direção e as possibilidades do
orçamento.
Beyoncé Mrs Carter World Tour collection
by Hayden Williams.
3. O FIGURINO – também
chamado vestuário
ou guarda-roupa – é
composto por todas as
roupas e os acessórios das
personagens, projetados
e/ou escolhidos pelo
figurinista, de acordo com
as necessidades do roteiro
e da direção da película e
as possibilidades do
orçamento.
Figurino para espetáculo Cirque du Soleil
4. O vestuário ajuda a
definir o local onde
se passa a narrativa,
o tempo histórico e a
atmosfera
pretendida, além de
ajudar a definir
características das
personagens.
COSTA, Francisco Araújo da. Análise
filmica – o figurino como elemento
essencial da narrativa. Sessões do
Imaginário. Porto Alegre, nº 8
(agosto). Semestral.
FAMECOS/PUCRS, 2002, p.38.
5. [...] é um traje ‘mágico’ -
um traje que possibilita,
por um tempo, o ator ser
outra pessoa. Como a capa
de Próspero, que
concentrava seu poder
sobrenatural sobre os
ventos e os mares. A roupa
do ator, ajuda a concentrar
o poder da imaginação,
expressão, emoção e
movimento dentro da
criação e projeção do
caráter do espetáculo.
CUNNINGHAM, Rebecca. The Magic
Garnment. Principles of Costume Design.
Nova York: Congman, 1984, p.01.
Figurino para espetáculo Cirque du Soleil
6. Como vestuário, ele passa
a ser compreendido como
um conjunto de trajes e
acessórios ornamentais,
que plasticamente reveste
e se articula ao corpo
humano, podendo "dizer"
ou "significar", inclusive, o
que a palavra, muitas
vezes, omite ou não
consegue expressar por
seus recursos
inerentemente
característicos de
representação.
7. Se no cotidiano, como
salienta Umberto Eco (1989),
“O hábito fala pelo monge, o
vestuário é comunicação,
além de cobrir o corpo da
nudez, ele tem outras
finalidades”.
No espetáculo ele é capaz de
criar reis, bandidos, mulheres
do povo, ninfas e deusas,
tudo o que a imaginação
desejar.
ECO, Umberto. SIGURTÁ, Marino. ALBERONI,
Francisco. DORFLES, Gillo. LOMAZZI, Giorgio.
Psicologia do Vestir. Lisboa: Assírio e Alvim,1989,
p.71. 3ª. edição.
8. FIGURINISTA é o
profissional responsável
pela escolha e
desenvolvimento do
figurino. Ele tem a
obrigação de estudar o
roteiro e conhecer o
personagem, pesquisar
referências históricas para
então aplicar a criação ao
figurino. É de sua
responsabilidade todo o
trabalho por detrás dos
atores que engloba trajes,
acessórios, cabelo e
maquiagem.
9. O figurino deve levar
em consideração
principalmente três
elementos essenciais.
São estes: tempo,
espaço e personagem.
10. Os elementos tempo/espaço
dizem respeito ao período
histórico e a localidade onde a
história está introduzida.
Enquanto o personagem
precisa se manter fiel à este
contexto e levar em conta suas
características físicas. Se no
enredo o personagem é forte, e
ator tem pernas finas, o
figurinista deve estar atendo ao
elaborar um figurino que
mascare esse fato.
11. Capa do filme Cleópatra; 1965. Fonte: adorocinema.com.br
12. Considerando-se que a
história se passa em uma
determinada época e
localização geográfica, os
personagens devem se
manter fiéis à este contexto, e
o figurino é uma das
ferramentas que auxiliam
para chegar a esta adequação.
No caso de Cleopatra, vemos
os figurinos adaptados a
silhueta da atriz, sempre
mostrando um grande decote,
fugindo um pouco da
indumentária do egito antigo.
13.
14. Fotos do filme Cleópatra. 1965. Fonte: adorocinema.com.br
15. Se o contexto se
passa na pré-
história, ou idade
antiga, deve-se
observar a
evolução da
indumentária dos
povos e culturas da
Mesopotâmia,
Egito, Idade do
Bronze, Grécia,
Roma e Bizâncio.
22. A idade média divide-
se em Idade Média
Romântica e Idade
Média Gótica.
A evolução da
indumentária se
estende para os
períodos do
Renascimento na
Itália, Alemanha e
Inglaterra. Jan Van Eyck, “O Casal Arnolfini”
de 1435.
23.
24. Á esquerda a obra The Ermine Portrait (Rainha Elizabeth) - por Nichol as Hilliar -
aproximadamente 1592 e à direita Rainha Elizabeth no filme Shakespeare Apaixonado de
1998.
25. O Rufo
Peter Paul - Rubens e Isabella Brant (1609) / Margarita Gonzaga, Duchess of
Lorraine filha de Maria de Medici (1606) / Pintura mulher da Época
27. Rainha Isabel de Valois, terceira esposa (consorte do rei Filipe II de Espanha) pelo
pintor italiano Sofonisba Anguissola / Ana da Austria, Rainha da Espanha (1549-
80), pintor Juan Pantoja de la Cruz / Coleção Alexander McQueen Inverno 2013
28. Outros períodos e
movimentos que
marcaram a evolução
da indumentária são:
O Maneirismo,
Mercenários do
Século XVI, Barroco,
Rococó, Romantismo,
Era Napoleônica, fim
século XIX, início do
século XX, os anos 20,
30, 40, 50, 60, 70 e 80.
29. Por exemplo, se uma peça
se passa no contexto
histórico da década de 1920,
é imprescindível que haja
fidelidade das vestes das
personagens com a silhueta
tubular e o aspecto
andrógino das mulheres
desta época. Este visual, por
sua vez, virá a ajudar os
espectadores a associarem
os figurinos com a época
que se quer representar.
35. A roupa é parte do
sistema retórico da moda
e argumenta para nos
convencer que a
narrativa se passa em
determinado recorte de
tempo, seja este um
certo período da história
(presente, futuro
possível, passado
histórico etc.),
36. do ano (estações, meses,
feriados) ou mesmo do
dia (noite, manhã,
entardecer). De modo
semelhante, as roupas de
um personagem
trabalham para
demonstrar que este se
encontra no deserto, na
cidade, no campo, na
praia. (COSTA, 2002, p.
39).
37. Torna-se extremamente necessário que a escolha do figurino
seja coerente, não apresentando discrepâncias que desassociem
as vestes utilizadas com o momento o qual se está
representando. O que um personagem vestiria, como usaria o
cabelo e/ou maquilagem em uma noite de gala, muito
diferencia-se de suas vestimentas em um brunch informal com
amigos.
38. O que um figurinista faz é
um cruzamento entre magia
e camuflagem. Nós criamos
a ilusão de mudar os atores
em algo que eles não são.
Nós pedimos ao público que
acreditem que cada vez que
eles vêem um ator no palco
ele se tornou uma pessoa
diferente. (HEAD, apud
COSTA, 2002, p. 39).