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REVISTA CONTRIBUCIONES A LAS CIENCIAS SOCIALES - ISSN: 1988-7833
Julio 2013
A DINÂMICA DA SOCIABILIDADE EM GEORG SIMMEL
Fábio Lopes Alves)
Universidade Estadual do Oeste do Paraná
RESUMO: O presente texto tem o objetivo de compreender de que maneira o conceito de sociabilidadeéestruturado
no pensamento de Georg Simmel. Para tal, inicialmente, após uma breve introdução sobre a importância desse
sociólogo paraa constituição dasCiênciasSociais,o artigo faza distinção simmelianaentreforma e conteúdo no âmbito
da interação.Em seguida,metaforicamente descrito como os dez mandamentos da sociabilidade,trata -sedeesclarecer
as diferenças entres os conceitos de interação e sociabilidade.
PALAVRAS CHAVE: Georg Simmel, Interação, Sociabilidade, Ciências Sociais, Forma, Conteúdo.
Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:
Lopes Alves, F.: "A dinâmica da sociabilidade em Georg Simmel", en Contribuciones a las Ciencias Sociales,Julio 2013,
www.eumed.net/rev/cccss/25/georg-simmel.html
Introdução
A epígrafe acima,por si só,dispensa quaisquer comentários quetenham o escopo de justificar a importância do autor
escolhido para a presente discussão. Não obstante, se fizermos uma reflexão no sentido de identificar os pais
fundadores da sociologia,tendo como critério prioridadee/ou importância,imediatamentevem a tríade Karl Marx,Max
Weber e Émile Durkheim. Estes são considerados os clássicosdas CiênciasSociais.Com um pouco mais de critério na
tentativa de encontrar os instituidores dessa nova disciplina podemos incluir Georg Simmel. Esse sociólogo não criou
nenhuma escola de pensamento nem mesmo deixou grandes herdeiros.Mas,nem por isso deixou de exerceu grandes
influências no campo das Ciências Sociais.
Diante do exposto, é com o objetivo de compreender de que maneira esse autor elabora o conceito de sociabilidade
que se apresenta esta discussão. Para tal, inicialmente o texto faz a distinção simmeliana entre forma e conteúdo no
âmbito da interação.Em seguida,a partir da metáfora dos dez mandamentos da sociabilidade,trata-sedeesclarecer as
diferenças entres os conceitos de interação e sociabilidade.
A interação social entre forma e conteúdo
Em sua análise sociológica Georg Simmel compreende a sociedade como o significado da soma dos indi víduos em
interação,onde ela é distinguidaem duas diferenciações básicas: forma e conteúdo. Dessa postura intelectual decorre
outra caracterização queé o fato de a interação seconstituir a partir de dois objetivos centrais,a saber: determinados
impulsos ou em busca de certas finalidades. Instintos eróticos, interesses objetivos, impulsos religiosos, objetivos de
defesa, ataque, jogo, conquista, ajuda, doutrinação e inúmeros outros fazem com que o ser humano entre, com os
outros, em uma relação de convívio,de atuação comreferência ao outro, com o outro e contra o outro, em um estado
de correlação com os outros (SIMMEL, 2006, p.59-60).
Dessa maneira, os indivíduos que possuem os impulsos acima elencados, acabam por formar uma unidade. E é esta
unidade que é entendida como sociedade para esse filósofo. Ora, se a sociedade deve ser refletida a partir do
binômio forma e conteúdo, pensemos na distinção entre ambos. Na definição do entendimento do conteúdo da
sociação,Simmel alude que, o conteúdo da sociação,é tudo o que existe no indivíduo,tais como: impulsos,interesses
finalidades, tendências entre outros. Isto é, conteúdo seria tudo aquilo que se encontra presente no indivíduo cujo
objetivo consisteem causar ou mediatizar os efeitos sobreo outro,ou então, receber esses efeitos dos outros (SIMMEL,
2006, p. 60).
Ocorre que o conteúdo por si só, não faz nenhum sentido para sociação, isto é, a interação. Estes por sua vez, só
passarão a fazer parte da dinâmica interacional quando deixarem de ser meros conteúdos individuais, isolado do
indivíduo, e se transformarem em formas de estar com o outro, ou ser com o outro em determinada sociação, cujo
entendimento é:
A sociação é,portanto, a forma (que se realiza deinúmeras maneiras distintas) na qual os indivíduos,em razão de seus
interesses – sensoriais, ideais, momentâneos, duradouros ou teleologicamente determinados – se desenvolvem
conjuntamente em direção a uma unidade no seio da qual esses interesses se realizam (SIMMEL, 2006, p. 60).
Em síntese, percebe-se que a interação se constitui na forma como os determinados impulsos,sentimentos e desejos,
aqui entendidos por conteúdo, que estão no indivíduo, são realizados à medida que este, por sua vez, sai da
individualidadeembusca decertas finalidades cujo objetivo consisteemsesociar como outro num universo dediversas
possibilidades.
Até aqui discutimos algumas noções centrais do processo de sociação. O ponto de chegada será o conceito de
sociabilidade. No entanto, não sepodeavançar para esseconceito semantes ter esclarecido a função daautonomização
dos conteúdos interacionais.
É levando em consideração nossas carências,condições,vontades einteligência,queorganizamos o material a bstraído
desse mundo. A forma que iremos dar a esse material está intrinsecamente relacionada ao nosso propósito, isto
é, conteúdo. E é somente a partir da forma elaborada pelo indivíduo queessematerial passaráa ser utilizado.Emsendo
assim, haverá uma relação de autonomia, onde os interesses que até então estavam aprisionados no interior do
indivíduo, são liberados. À guisa de exemplificação dessa autonomização, Simmel ilustra com a seguinte passagem:
Por exemplo, todo o conhecimento parece ter um sentido na luta pela existência.Saber o verdadeiro comportamento
das coisas tem uma utilidade inestimável para a preservação e o aprimoramento da vida. Mas o conhecimento não é
mais usado a serviço dos propósitos práticos:a ciênciatornou-seum valor em si mesma. Ela escolheseus objetos por si
mesma, modela-os com base em suas necessidades internas, e nada questiona para além de sua própria realização
(SIMMEL, 2006, p. 61).
Nessa esteira,Simmel esclarece,ainda,queesse exemplo também se opera no jogo,à medida que os impulsos da vida,
isto é, conteúdo, produz a forma de nosso comportamento desejável ao jogo. Tal situação acaba por conferir ao jogo
tanto sua alegria quanto seu significado simbólico, tornando-o diferente da pura diversão (SIMMEL, 2006, p. 63).
Percebe-se então que a formas possuem também um domínio autônomo em relação a sua criação. E é dessa
autonomização entre a origem da forma e seu significado final,no qual mais adiantevoltarei a discussão,que decorre
a conceituação de sociabilidade. Por isso sua definição também deve ser analisada a partir do
binômio forma e conteúdo.
Os dez mandamentos da sociabilidade
Seria possível,considerando os objetivos propostos por estetexto, apenas conceituar,de forma direta, o entendimento
de interação e sociabilidade para Georg Simmel, sem nenhum prejuízo ao leitor. No entanto, aproveitando a
“empreitada”, há um objetivo, lateral às questões centrais dessa discussão, que consiste em desfazer uma ampla
confusão que constantemente tem sido realizada,tanto no universo acadêmico, quanto fora dele, que é o de tomar os
termos interação e sociabilidade como se um fosse sinônimo do outro. Ou senão, no máximo, como se fosse algo
parecido, sem ter uma distinção nítida. Inicialmente, é essa tendência que o texto combate.
Por isso,cuida-se,em seguida,de elaborar aquilo quedenominamos como os dez mandamentos da interação.Assim,a
cada mandamento, será distinguido o que se entende por interação e o que se entende por sociabilidade,de forma a
tornar clara as diferenças entre um e outro, na tentativa de mostrar a distância que os separam.
Como vimos,a sociedade,nas lentes simmelianas,consistena interação entreos indivíduos.As formas nas quaiso estar
com o outro, para o outro ou contra o outro, aqui entendida como interação, ganham vida própria podendo se
enquadrar, ou não, na definição de sociabilidade. No entanto, é preciso esclarecer que o mero fato de estar com o
outro, para o outro ou contra o outro, por si só,não consisteem sociabilidade.Para alcançaressa forma,mais elevada
de interação, é preciso cumprir outros requisitos que, abaixo, serão vistos com mais afinco que, metaforicamente foi
adjetivado como mandamentos.
1. De início,para haver sociabilidade,é preciso que haja a autonomização na interaçã o entre quem está em sociação.
Por autonomização entendemos o ato de se liberar dedeterminados laços das realidadesda vida.Tal como um jogo se
esvazia da vida à medida que passa a ser um mero entretenimento.
O que é autenticamente “social”nessaexistência éaqueleser com,para econtra comos quaisosconteúdos einteresses
materiais experimentamuma forma ou um fomento por meio de impulsos ou finalidades.Essasformas adquirementão,
puramente por si mesmas e por esseestímulo que delas irradiaa partir dessaliberação,uma vida própria,umexercício
livre de todos os conteúdos materiais, esse é justamente o fenômeno da sociabilidade (SIMMEL, 2006, p. 64. Grifos
meus).
2. Sabe-se que interesses e necessidades individuais, conteúdos, fazem com que indivíduos sejuntem. Isso por si só,se
configura numa interação,ou seja,sociação.No entanto, para quetal vinculação seconverta em sociabilidadeépreciso
que esses indivíduos além de estarem sociados por interesses específicos, se relacionem em função de um
“sentimento e por uma satisfação mútua deestarem socializados”.Numa relação emquea sociabilidadeconsistanuma
derivação da interação. Dito de outro modo, para que a relação seja de sociabilidade é preciso que ambas as pessoas
que estejam envolvidas,sintamo prazer nessa sociação.Caso, somente alguns tenham esse sentimento em detrimento
de outros, essa união não será nada mais que uma interação.
3. Outro ingrediente da sociabilidadeconsisteno ato dos indivíduos apreciaremo puro processo de soc iação emsi,sem
nenhum outro objetivo que não seja o de estar sociado. “O “impulso de sociabilidade” extrai das realidades da vida
social o puro processo desociação como umvalor apreciado,eatravés disso constitui a sociabilidadeno sentido estrito
da palavra” (SIMMEL, 1983, p. 169).
4. A sociabilidade,em oposição ao racionalismo que pode estar presente na interação,se desvencilha da realidadeda
vida social à medida que se poupa de determinados atritos e ocupa um papel simbólico na vida de alguns ind ivíduos.
A sociabilidadesepoupa dos atritos por meio deuma relação meramente formal com ela.Todavia,quanto mais perfeita
for como sociabilidade, mais ela adquire da realidade um papel simbólico que preenche suas vidas e lhes fornece um
significado que o racionalismo superficial busca somente nos conteúdos concretos (SIMMEL, 2006, p. 65).
Decorre desse desvencilhamento da realidade,o entendimento da sociabilidadecomo a forma lúdica de sociação.No
entanto, prefiro utilizar o termo “autônomo” como sinônimo de lúdico pela razão que passo a explicar. Na tradução
para a língua portuguesa encontramos a seguintepassagem:“como categoria sociológica,designo assima sociabilidade
como a forma lúdica de sociação. Sua relação com a sociação concreta, determinada pelo conteúdo, é semelhante à
relação do trabalho de arte com a realidade” (SIMMEL, 1983, p. 169).
Já que o autor relaciona o conceito de sociabilidade à relação da arte com a realidade, é necessário, de igual modo,
precisar o entendimento dessa associação.Ao fazer a analogia entreartee jogo Simmel afirma que“tanto na arte como
no jogo, as formas que se desenvolveram a partir da realidade da vida criaram seu domínio autônomo com relação a
realidade”(SIMMEL, 2006,p. 63). Isto é, a cada vezque arte e jogo se autonomizamda vida,estes por sua vezse tornam
entretenimento. Acresce-seainda,ao fato de em várias traduçõesbrasileiras,haver umsubtítulo denominado como “A
sociabilidade como a forma autônoma ou lúdica de sociação”. Ou seja, há na própria tradução a utilização de um
sinônimo. Em face ao exposto, e por entender que autônomo é mais abrangente que lúdico, ao remeter ao ato de
desvencilhar é que compreendo “a sociabilidade como a forma autônoma de sociação”.
5. Aspectos da irrealidade. Uma das diferenças entre a interação e a sociabilidade é que somente nesta, qualquer
problema por maior que seja “chega a uma solução”em que não é possível em nenhum outro lugar em função de sua
autonomização ou desvencilhamento da realidade (SIMMEL, 2006, p. 65).
6. A sociabilidadenão possui em si mesma, nenhuma finalidadeobjetiva,alémdo interesse em estar sociado.Ou sej a,
ela depende exclusivamente das personalidades entre os quais ela ocorre, em que não se deve buscar nada além da
satisfação daquele instante. Onde o que interessa é apenas o sucesso do momento sociável. Como consequência, as
condições eos resultados do processo desociabilidadesão exclusivamentedas pessoas queseencontram em sociação,
numa situação em que a sociabilidade permanece limitada aos seus participantes (SIMMEL, 2006, p. 66).
7. Na sociabilidade é preciso que o indivíduo exerça uma auto-regulação. Em sua relação com os outros se torna
necessário que nenhum interesse egoísta assuma a função reguladora.
8. Decorre do mandamento acima,o fato de que na sociabilidadeas significações individuaisque tem seu foco fora do
círculo sociado não entram no processo de sociabilidade. “Assim, esse caráter objetivo, que gira em torno da
personalidade,precisaseseparar desua função como elemento da sociabilidade”(SIMMEL,2006,p. 67).Por isso,aquilo
que representa as características individuais da pessoa, tais como: caráter e humor, por exemplo, não pode possuir
nenhuma função na dinâmica da sociabilidade,pois nesta ocorre uma verdadeira exclusão dos elementos pessoaisdo
indivíduo. Simmel ilustra essa situação ao relatar que:
Assim, por exemplo, num encontro intimamente pessoal e afável com um ou vários homens, uma senhora não pode
aparecer com uma roupa sumária queusa sem qualquer embaraço numa festa mais concorrida.A razão é que na festa
ela não se sente envolvida como um indivíduo na mesma extensão em que se sente numa reunião mais íntima, e pode,
por isso dar-seao luxo dese abandonar à liberdadeimpessoal deuma máscara:embora sendo apenas ela mesma, não
é, entretanto, totalmente ela mesma, mas somente um elemento de um grupo que se conserva formalmente (SIMMEL,
1983, p. 171).
9. O homem é em si mesmo um animal dinâmico. Ele se constrói alternadamente de acordo com sua motivação e
relações cotidianas. Essa é a situação que Simmel entende por elaboração construída para esta finalidade, em que o
material da vida édeterminado por uma ideia individual emoldado numa de forma particular.Édessasamarras queele
precisa seliberar para entrar emsociabilidade.Eleselivra dequalquer significado material da personalidadepara entrar
de maneira sociável apenas comas capacidades,os estímulos e interesses de sua humanidade pura (SIMMEL, 2006, p.
68).
10. No tocante ao comportamento da pessoa,a discrição,éoutra condição necessáriapara existência da sociabilidade
no tocante ao comportamento de uma pessoa em relação à outra.Sua violação provocaa adulteração da sociabilidade.
“A discrição éimprescindível com relação a si mesmo, porque sua infração faria comque, em ambos os casos,a forma
sociológicaartificial da sociabilidade degenerasseem um naturalismo sociológico (SIMMEL, 2006, p. 68). É nesse ponto
que reside o limite da sociabilidade. A transposição desse limite ocorre quando os indivíduos entram em interação
originada por propósitos einteresses objetivos,emque o fator pessoal esubjetivo aparecesemqualquer restrição.Nas
situações dessa natureza, o que ocorre é uma forma de interação, mas não de sociabilidade, em função do não
cumprimento dos requisitos acima elencadosparaa existênciada sociabilidade.Àmedida que os indivíduos seintegram
em função de determinados interesses e propósitos “em ambos os casos a sociabilidade deixa de ser o princípio
formativo e central de suas sociações e se torna, no melhor dos casos, uma conexão formalista e superficialmente
mediadora” (SIMMEL, 1983,p. 171).
BIBLIOGRAFIA
ALVES, Andrea Moraes. Algunstemase problemasdasociologiano Brasil: uma análisede conteúdo da RevistaSociologia (1939-1941). Dissertação
de Mestrado em Sociologia, Iuperj.1993.
COSTA, Simone Pereira da. Apontamentos para uma leitura deGeorg Simmel. Diálogos: Revistado Programade PósGraduação em História.
Maringá –PR. v. 3, n.3. pp 291-307,1999.
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Traduçãode Pedro Caldas.Rio deJaneiro:JorgeZahar, 2006.
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__________. O dinheiro na cultura moderna. In:SOUZA, Jessé; ÖELZE, Berthold(orgs.). Simmel eamodernidade. Brasília:EdUnb,1998.
__________. O indivíduo e a díade.In: CARDOSO,FernandoHenrique; IANNI, Octavio. Homem e sociedade: leituras básicas desociologia geral. São
Paulo: Companhia Editora Nacional,1975.
__________. O problema da sociologia. IN: MORAES FILHO,Evaristode (Org). Georg Simmel: Sociologia. São Paulo: Ática, 1983b. (Col. Grandes
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__________. Sociabilidade: um exemplo desociologia pura ou formal.In: MORAES FILHO, Evaristo de(Org). Georg Simmel: Sociologia. São Paulo:
Ática, 1983.(Col.Grandes Cientistas Sociais, vol, 34)
VANDENBERGHE, Frédéric.Associologiasde Georg Simmel.TraduçãodeMarcos Roberto FlamínioPeres. Bauru,SP: Edusc;Belém: UdUfpa, 2005.
WAIZBORT, Leopoldo.Asaventurasde Georg Simmel. São Paulo: Editora 34,2000
__________. Simmel no Brasil. Dados: Revistade CiênciasSociais. Rio deJaneiro, v. 50,no 1, 2007,pp. 11 –48.

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A dinâmica da sociabilidade em georg simmel (1)

  • 1. REVISTA CONTRIBUCIONES A LAS CIENCIAS SOCIALES - ISSN: 1988-7833 Julio 2013 A DINÂMICA DA SOCIABILIDADE EM GEORG SIMMEL Fábio Lopes Alves) Universidade Estadual do Oeste do Paraná RESUMO: O presente texto tem o objetivo de compreender de que maneira o conceito de sociabilidadeéestruturado no pensamento de Georg Simmel. Para tal, inicialmente, após uma breve introdução sobre a importância desse sociólogo paraa constituição dasCiênciasSociais,o artigo faza distinção simmelianaentreforma e conteúdo no âmbito da interação.Em seguida,metaforicamente descrito como os dez mandamentos da sociabilidade,trata -sedeesclarecer as diferenças entres os conceitos de interação e sociabilidade. PALAVRAS CHAVE: Georg Simmel, Interação, Sociabilidade, Ciências Sociais, Forma, Conteúdo. Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato: Lopes Alves, F.: "A dinâmica da sociabilidade em Georg Simmel", en Contribuciones a las Ciencias Sociales,Julio 2013, www.eumed.net/rev/cccss/25/georg-simmel.html Introdução A epígrafe acima,por si só,dispensa quaisquer comentários quetenham o escopo de justificar a importância do autor escolhido para a presente discussão. Não obstante, se fizermos uma reflexão no sentido de identificar os pais fundadores da sociologia,tendo como critério prioridadee/ou importância,imediatamentevem a tríade Karl Marx,Max Weber e Émile Durkheim. Estes são considerados os clássicosdas CiênciasSociais.Com um pouco mais de critério na tentativa de encontrar os instituidores dessa nova disciplina podemos incluir Georg Simmel. Esse sociólogo não criou nenhuma escola de pensamento nem mesmo deixou grandes herdeiros.Mas,nem por isso deixou de exerceu grandes influências no campo das Ciências Sociais. Diante do exposto, é com o objetivo de compreender de que maneira esse autor elabora o conceito de sociabilidade que se apresenta esta discussão. Para tal, inicialmente o texto faz a distinção simmeliana entre forma e conteúdo no âmbito da interação.Em seguida,a partir da metáfora dos dez mandamentos da sociabilidade,trata-sedeesclarecer as diferenças entres os conceitos de interação e sociabilidade. A interação social entre forma e conteúdo Em sua análise sociológica Georg Simmel compreende a sociedade como o significado da soma dos indi víduos em interação,onde ela é distinguidaem duas diferenciações básicas: forma e conteúdo. Dessa postura intelectual decorre outra caracterização queé o fato de a interação seconstituir a partir de dois objetivos centrais,a saber: determinados impulsos ou em busca de certas finalidades. Instintos eróticos, interesses objetivos, impulsos religiosos, objetivos de defesa, ataque, jogo, conquista, ajuda, doutrinação e inúmeros outros fazem com que o ser humano entre, com os outros, em uma relação de convívio,de atuação comreferência ao outro, com o outro e contra o outro, em um estado de correlação com os outros (SIMMEL, 2006, p.59-60). Dessa maneira, os indivíduos que possuem os impulsos acima elencados, acabam por formar uma unidade. E é esta unidade que é entendida como sociedade para esse filósofo. Ora, se a sociedade deve ser refletida a partir do binômio forma e conteúdo, pensemos na distinção entre ambos. Na definição do entendimento do conteúdo da sociação,Simmel alude que, o conteúdo da sociação,é tudo o que existe no indivíduo,tais como: impulsos,interesses finalidades, tendências entre outros. Isto é, conteúdo seria tudo aquilo que se encontra presente no indivíduo cujo
  • 2. objetivo consisteem causar ou mediatizar os efeitos sobreo outro,ou então, receber esses efeitos dos outros (SIMMEL, 2006, p. 60). Ocorre que o conteúdo por si só, não faz nenhum sentido para sociação, isto é, a interação. Estes por sua vez, só passarão a fazer parte da dinâmica interacional quando deixarem de ser meros conteúdos individuais, isolado do indivíduo, e se transformarem em formas de estar com o outro, ou ser com o outro em determinada sociação, cujo entendimento é: A sociação é,portanto, a forma (que se realiza deinúmeras maneiras distintas) na qual os indivíduos,em razão de seus interesses – sensoriais, ideais, momentâneos, duradouros ou teleologicamente determinados – se desenvolvem conjuntamente em direção a uma unidade no seio da qual esses interesses se realizam (SIMMEL, 2006, p. 60). Em síntese, percebe-se que a interação se constitui na forma como os determinados impulsos,sentimentos e desejos, aqui entendidos por conteúdo, que estão no indivíduo, são realizados à medida que este, por sua vez, sai da individualidadeembusca decertas finalidades cujo objetivo consisteemsesociar como outro num universo dediversas possibilidades. Até aqui discutimos algumas noções centrais do processo de sociação. O ponto de chegada será o conceito de sociabilidade. No entanto, não sepodeavançar para esseconceito semantes ter esclarecido a função daautonomização dos conteúdos interacionais. É levando em consideração nossas carências,condições,vontades einteligência,queorganizamos o material a bstraído desse mundo. A forma que iremos dar a esse material está intrinsecamente relacionada ao nosso propósito, isto é, conteúdo. E é somente a partir da forma elaborada pelo indivíduo queessematerial passaráa ser utilizado.Emsendo assim, haverá uma relação de autonomia, onde os interesses que até então estavam aprisionados no interior do indivíduo, são liberados. À guisa de exemplificação dessa autonomização, Simmel ilustra com a seguinte passagem: Por exemplo, todo o conhecimento parece ter um sentido na luta pela existência.Saber o verdadeiro comportamento das coisas tem uma utilidade inestimável para a preservação e o aprimoramento da vida. Mas o conhecimento não é mais usado a serviço dos propósitos práticos:a ciênciatornou-seum valor em si mesma. Ela escolheseus objetos por si mesma, modela-os com base em suas necessidades internas, e nada questiona para além de sua própria realização (SIMMEL, 2006, p. 61). Nessa esteira,Simmel esclarece,ainda,queesse exemplo também se opera no jogo,à medida que os impulsos da vida, isto é, conteúdo, produz a forma de nosso comportamento desejável ao jogo. Tal situação acaba por conferir ao jogo tanto sua alegria quanto seu significado simbólico, tornando-o diferente da pura diversão (SIMMEL, 2006, p. 63). Percebe-se então que a formas possuem também um domínio autônomo em relação a sua criação. E é dessa autonomização entre a origem da forma e seu significado final,no qual mais adiantevoltarei a discussão,que decorre a conceituação de sociabilidade. Por isso sua definição também deve ser analisada a partir do binômio forma e conteúdo. Os dez mandamentos da sociabilidade Seria possível,considerando os objetivos propostos por estetexto, apenas conceituar,de forma direta, o entendimento de interação e sociabilidade para Georg Simmel, sem nenhum prejuízo ao leitor. No entanto, aproveitando a “empreitada”, há um objetivo, lateral às questões centrais dessa discussão, que consiste em desfazer uma ampla confusão que constantemente tem sido realizada,tanto no universo acadêmico, quanto fora dele, que é o de tomar os termos interação e sociabilidade como se um fosse sinônimo do outro. Ou senão, no máximo, como se fosse algo parecido, sem ter uma distinção nítida. Inicialmente, é essa tendência que o texto combate. Por isso,cuida-se,em seguida,de elaborar aquilo quedenominamos como os dez mandamentos da interação.Assim,a cada mandamento, será distinguido o que se entende por interação e o que se entende por sociabilidade,de forma a tornar clara as diferenças entre um e outro, na tentativa de mostrar a distância que os separam. Como vimos,a sociedade,nas lentes simmelianas,consistena interação entreos indivíduos.As formas nas quaiso estar com o outro, para o outro ou contra o outro, aqui entendida como interação, ganham vida própria podendo se enquadrar, ou não, na definição de sociabilidade. No entanto, é preciso esclarecer que o mero fato de estar com o outro, para o outro ou contra o outro, por si só,não consisteem sociabilidade.Para alcançaressa forma,mais elevada
  • 3. de interação, é preciso cumprir outros requisitos que, abaixo, serão vistos com mais afinco que, metaforicamente foi adjetivado como mandamentos. 1. De início,para haver sociabilidade,é preciso que haja a autonomização na interaçã o entre quem está em sociação. Por autonomização entendemos o ato de se liberar dedeterminados laços das realidadesda vida.Tal como um jogo se esvazia da vida à medida que passa a ser um mero entretenimento. O que é autenticamente “social”nessaexistência éaqueleser com,para econtra comos quaisosconteúdos einteresses materiais experimentamuma forma ou um fomento por meio de impulsos ou finalidades.Essasformas adquirementão, puramente por si mesmas e por esseestímulo que delas irradiaa partir dessaliberação,uma vida própria,umexercício livre de todos os conteúdos materiais, esse é justamente o fenômeno da sociabilidade (SIMMEL, 2006, p. 64. Grifos meus). 2. Sabe-se que interesses e necessidades individuais, conteúdos, fazem com que indivíduos sejuntem. Isso por si só,se configura numa interação,ou seja,sociação.No entanto, para quetal vinculação seconverta em sociabilidadeépreciso que esses indivíduos além de estarem sociados por interesses específicos, se relacionem em função de um “sentimento e por uma satisfação mútua deestarem socializados”.Numa relação emquea sociabilidadeconsistanuma derivação da interação. Dito de outro modo, para que a relação seja de sociabilidade é preciso que ambas as pessoas que estejam envolvidas,sintamo prazer nessa sociação.Caso, somente alguns tenham esse sentimento em detrimento de outros, essa união não será nada mais que uma interação. 3. Outro ingrediente da sociabilidadeconsisteno ato dos indivíduos apreciaremo puro processo de soc iação emsi,sem nenhum outro objetivo que não seja o de estar sociado. “O “impulso de sociabilidade” extrai das realidades da vida social o puro processo desociação como umvalor apreciado,eatravés disso constitui a sociabilidadeno sentido estrito da palavra” (SIMMEL, 1983, p. 169). 4. A sociabilidade,em oposição ao racionalismo que pode estar presente na interação,se desvencilha da realidadeda vida social à medida que se poupa de determinados atritos e ocupa um papel simbólico na vida de alguns ind ivíduos. A sociabilidadesepoupa dos atritos por meio deuma relação meramente formal com ela.Todavia,quanto mais perfeita for como sociabilidade, mais ela adquire da realidade um papel simbólico que preenche suas vidas e lhes fornece um significado que o racionalismo superficial busca somente nos conteúdos concretos (SIMMEL, 2006, p. 65). Decorre desse desvencilhamento da realidade,o entendimento da sociabilidadecomo a forma lúdica de sociação.No entanto, prefiro utilizar o termo “autônomo” como sinônimo de lúdico pela razão que passo a explicar. Na tradução para a língua portuguesa encontramos a seguintepassagem:“como categoria sociológica,designo assima sociabilidade como a forma lúdica de sociação. Sua relação com a sociação concreta, determinada pelo conteúdo, é semelhante à relação do trabalho de arte com a realidade” (SIMMEL, 1983, p. 169). Já que o autor relaciona o conceito de sociabilidade à relação da arte com a realidade, é necessário, de igual modo, precisar o entendimento dessa associação.Ao fazer a analogia entreartee jogo Simmel afirma que“tanto na arte como no jogo, as formas que se desenvolveram a partir da realidade da vida criaram seu domínio autônomo com relação a realidade”(SIMMEL, 2006,p. 63). Isto é, a cada vezque arte e jogo se autonomizamda vida,estes por sua vezse tornam entretenimento. Acresce-seainda,ao fato de em várias traduçõesbrasileiras,haver umsubtítulo denominado como “A sociabilidade como a forma autônoma ou lúdica de sociação”. Ou seja, há na própria tradução a utilização de um sinônimo. Em face ao exposto, e por entender que autônomo é mais abrangente que lúdico, ao remeter ao ato de desvencilhar é que compreendo “a sociabilidade como a forma autônoma de sociação”. 5. Aspectos da irrealidade. Uma das diferenças entre a interação e a sociabilidade é que somente nesta, qualquer problema por maior que seja “chega a uma solução”em que não é possível em nenhum outro lugar em função de sua autonomização ou desvencilhamento da realidade (SIMMEL, 2006, p. 65). 6. A sociabilidadenão possui em si mesma, nenhuma finalidadeobjetiva,alémdo interesse em estar sociado.Ou sej a, ela depende exclusivamente das personalidades entre os quais ela ocorre, em que não se deve buscar nada além da satisfação daquele instante. Onde o que interessa é apenas o sucesso do momento sociável. Como consequência, as condições eos resultados do processo desociabilidadesão exclusivamentedas pessoas queseencontram em sociação, numa situação em que a sociabilidade permanece limitada aos seus participantes (SIMMEL, 2006, p. 66).
  • 4. 7. Na sociabilidade é preciso que o indivíduo exerça uma auto-regulação. Em sua relação com os outros se torna necessário que nenhum interesse egoísta assuma a função reguladora. 8. Decorre do mandamento acima,o fato de que na sociabilidadeas significações individuaisque tem seu foco fora do círculo sociado não entram no processo de sociabilidade. “Assim, esse caráter objetivo, que gira em torno da personalidade,precisaseseparar desua função como elemento da sociabilidade”(SIMMEL,2006,p. 67).Por isso,aquilo que representa as características individuais da pessoa, tais como: caráter e humor, por exemplo, não pode possuir nenhuma função na dinâmica da sociabilidade,pois nesta ocorre uma verdadeira exclusão dos elementos pessoaisdo indivíduo. Simmel ilustra essa situação ao relatar que: Assim, por exemplo, num encontro intimamente pessoal e afável com um ou vários homens, uma senhora não pode aparecer com uma roupa sumária queusa sem qualquer embaraço numa festa mais concorrida.A razão é que na festa ela não se sente envolvida como um indivíduo na mesma extensão em que se sente numa reunião mais íntima, e pode, por isso dar-seao luxo dese abandonar à liberdadeimpessoal deuma máscara:embora sendo apenas ela mesma, não é, entretanto, totalmente ela mesma, mas somente um elemento de um grupo que se conserva formalmente (SIMMEL, 1983, p. 171). 9. O homem é em si mesmo um animal dinâmico. Ele se constrói alternadamente de acordo com sua motivação e relações cotidianas. Essa é a situação que Simmel entende por elaboração construída para esta finalidade, em que o material da vida édeterminado por uma ideia individual emoldado numa de forma particular.Édessasamarras queele precisa seliberar para entrar emsociabilidade.Eleselivra dequalquer significado material da personalidadepara entrar de maneira sociável apenas comas capacidades,os estímulos e interesses de sua humanidade pura (SIMMEL, 2006, p. 68). 10. No tocante ao comportamento da pessoa,a discrição,éoutra condição necessáriapara existência da sociabilidade no tocante ao comportamento de uma pessoa em relação à outra.Sua violação provocaa adulteração da sociabilidade. “A discrição éimprescindível com relação a si mesmo, porque sua infração faria comque, em ambos os casos,a forma sociológicaartificial da sociabilidade degenerasseem um naturalismo sociológico (SIMMEL, 2006, p. 68). É nesse ponto que reside o limite da sociabilidade. A transposição desse limite ocorre quando os indivíduos entram em interação originada por propósitos einteresses objetivos,emque o fator pessoal esubjetivo aparecesemqualquer restrição.Nas situações dessa natureza, o que ocorre é uma forma de interação, mas não de sociabilidade, em função do não cumprimento dos requisitos acima elencadosparaa existênciada sociabilidade.Àmedida que os indivíduos seintegram em função de determinados interesses e propósitos “em ambos os casos a sociabilidade deixa de ser o princípio formativo e central de suas sociações e se torna, no melhor dos casos, uma conexão formalista e superficialmente mediadora” (SIMMEL, 1983,p. 171). BIBLIOGRAFIA ALVES, Andrea Moraes. Algunstemase problemasdasociologiano Brasil: uma análisede conteúdo da RevistaSociologia (1939-1941). Dissertação de Mestrado em Sociologia, Iuperj.1993. COSTA, Simone Pereira da. Apontamentos para uma leitura deGeorg Simmel. Diálogos: Revistado Programade PósGraduação em História. Maringá –PR. v. 3, n.3. pp 291-307,1999. SIMMEL, Georg. Asociabilidade(Exemplode sociologia pura ou formal. In:______. Questõesfundamentaisdasociologia: indivíduo e sociedade. Traduçãode Pedro Caldas.Rio deJaneiro:JorgeZahar, 2006. __________. Como as formas sociais semantêm. IN: MORAES FILHO, Evaristode (Org). Georg Simmel: Sociologia.SãoPaulo: Ática, 1983a.(Col. Grandes Cientistas Sociais, vol, 34). __________. O dinheiro na cultura moderna. In:SOUZA, Jessé; ÖELZE, Berthold(orgs.). Simmel eamodernidade. Brasília:EdUnb,1998. __________. O indivíduo e a díade.In: CARDOSO,FernandoHenrique; IANNI, Octavio. Homem e sociedade: leituras básicas desociologia geral. São Paulo: Companhia Editora Nacional,1975. __________. O problema da sociologia. IN: MORAES FILHO,Evaristode (Org). Georg Simmel: Sociologia. São Paulo: Ática, 1983b. (Col. Grandes Cientistas Sociais,vol,34). __________. Sociabilidade: um exemplo desociologia pura ou formal.In: MORAES FILHO, Evaristo de(Org). Georg Simmel: Sociologia. São Paulo: Ática, 1983.(Col.Grandes Cientistas Sociais, vol, 34) VANDENBERGHE, Frédéric.Associologiasde Georg Simmel.TraduçãodeMarcos Roberto FlamínioPeres. Bauru,SP: Edusc;Belém: UdUfpa, 2005. WAIZBORT, Leopoldo.Asaventurasde Georg Simmel. São Paulo: Editora 34,2000 __________. Simmel no Brasil. Dados: Revistade CiênciasSociais. Rio deJaneiro, v. 50,no 1, 2007,pp. 11 –48.