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Estágio de docência

   Mestrado em Educação

   Disciplina Obrigatória

   Francielle de Camargo Ghellere

      E-mail: francielleghellere@gmail.com
GANDIN, Danilo. A Posição do
planejamento     participativo entre   as
ferramentas de intervenção na realidade.
Currículo sem Fronteiras, v.1, n.1,
p.81-95, jan/jun 2001. Disponível em:
<www.curriculosemfronteiras.org/vol1iss1
articles/gandin.pdf>. Acesso em: 11 set.
2006.
Sobre o autor
   Prof. Ms. Danilo Gandin
      Graduado em Filosofia, pela Universidade Federal do Rio
    Grande do Sul e em Português e Literaturas de Língua
    Portuguesa, pela mesma Universidade, especialista em
    Planejamento da Educação pela SUDESUL-UFRGS e em
    Planejamento no Campo Social, Equipe Latino-Americana de
    Planejamento e mestre em Educação (Concentração:
    Planejamento), pela Universidade Federal do Rio Grande do
    Sul.    Atualmente     atua    como    conferencista,   escritor,
    coordenador de cursos de Planejamento para instituições sem
    fim lucrativo, órgãos governamentais e movimentos sociais,
    coordenador de cursos com temas ligados à educação,
    assessor de processos de planejamento de instituições, grupos
    e movimentos, especialmente escolas nos vários níveis de
    ensino, secretarias municipais de educação, províncias
    religiosas, paróquias, universidades e professor convidado para
    cursos de planejamento da educação em universidades e
    institutos isolados de ensino superior
PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO

  “A POSIÇÃO DO PLANEJAMENTO
     PARTICIPATIVO ENTRE AS
  FERRAMENTAS DE INTERVENÇÃO
         NA REALIDADE”

                      Danilo Gandin
Planejamento Participativo
Planejamento     Participativo como uma
escola diferenciada dentro das possíveis
alternativas na área do planejamento

situações   onde o planejamento mostra-se
necessário

Analisar   diferentes         perspectivas   do
campo, tais como;
  *Gestão da Qualidade Total
  *Planejamento Estratégico
GESTÃO DEMOCRÁTICA

Estudo  das categorias:
 descentralização, participação
 e autonomia;
Definição do papel do Estado:
 manutenção das escolas
 públicas.
Conceito de Gestão Democrática


     Quando    pensamos   em     gestão
democrática, consideramo-la, enquanto
um elemento da organicidade de um
sistema descentralizado, no qual, a
instituição tenha autonomia de decisão
financeira, pedagógica e administrativa e
conte com a participação de seus
membros para tomar decisões coletivas.
Gestão Compartilhada (SEED)
   Gestão Compartilhada, que tem como objetivos centrais: a
    divisão da responsabilidade de gerir a escola com a
    comunidade, a conquista da excelência na educação através da
    modernização das estratégias de organização e a adequação às
    reformas que vêm sendo feitas no papel do Estado.

   A análise desta concepção de gestão escolar permite-nos
    perceber a ênfase na democratização e autonomia das unidades
    escolares a partir de uma administração que se assemelha a
    utilizada em empresas supostamente modernas, eficientes e
    prósperas de nossa sociedade capitalista.

   Esta concepção de gestão estaria pautada numa moderna
    concepção de administração, cujo fim principal seria
    "desburocratizar"  o    espaço     escolar,   assumindo     um
    gerenciamento mais flexível, capaz de reduzir custos e alcançar
    resultados mais imediatos que estivessem respondendo de
    modo satisfatório às exigências de uma "sociedade
    globalizada."
   A ambigüidade destes termos tem contribuído para criar um
    consenso em torno de uma "gestão democrática" reduzida à
    "gestão compartilhada" que possibilite a privatização do
    Ensino, pois em nome da descentralização, da participação e
    da autonomia, o Estado vem se desobrigando de seu papel
    de mantenedor das escolas públicas.
   O Estado se transformou em um dos eixos principais de
    debate na área educacional, tendo em vista que justifica os
    males educacionais traduzidos no fracasso escolar com
    argumentos      como     estrutura  "morosa",    "gigantesca",
    "ineficiente" e "ineficaz". Decorre daí, a onda que prevalece
    em nível nacional e que torna necessário a redefinição do
    seu papel; e é aqui que reside o perigo da privatização
A cultura descentralizante
   Constituição da República Federativa do
    Brasil de 1988
                            CAPÍTULO III
                   DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO
                             DESPORTO
                              Seção I
                           DA EDUCAÇÃO


Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:


    VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
A cultura descentralizante
   A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
    (BRASIL, 1996).

                                 TÍTULO II
                Dos Princípios e Fins da Educação Nacional


    Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos
    princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem
    por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo
    para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.


VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da
                   legislação dos sistemas de ensino;
A cultura descentralizante
   Plano Nacional de educação

        Estabelece como pilar da gestão
    democrática     a   autonomia     escolar,
    mediante      a    descentralização    do
    financiamento da educação.

    Recomendação de rende mínima para a
    melhoria da qualidade do ensino.
Plano Nacional de educação
2. OBJETIVOS E PRIORIDADES

   “Considerando que os recursos financeiros são limitados e que
    a capacidade para responder ao desafio de oferecer uma
    educação compatível(...)” (BRASIL, 2001).

   “Desenvolvimento de sistemas de informação e de avaliação
    em todos os níveis e modalidades de ensino (..).

   Projeto Político Pedagógico da escola (Inciso I, Art. 3).

   Promover a participação da comunidade na gestão das
    escolas, universalizando, em dois anos,

   a instituição de conselhos escolares ou órgãos equivalentes
    (BRASIL, 2001, p. 20).
PARTICIPAÇÃO
   Distribuição do Poder e a possibilidade de decidir
    na construção não apenas do “como” ou do “com
    quê” fazer, mas também “o quê” e do “para quê”
                                quê              quê
    fazer;

   Busca interferir na realidade social, para
    transformá-la e para construí-la numa direção
    estabelecida em conjunto por todos os que
    participam da instituição, grupo ou movimento.
PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO

 Participação das pessoas;
 Ferramentas para intervir na realidade;
 Tem uma filosofia própria, conceitos,
  modelos, técnicas e instrumentos
  específicos.
Características Distintivas do
         Planejamento Participativo
   Foi desenvolvido para instituições, grupos e
    movimentos cuja missão primeira NÃO é o lucro,
    a competitividade e a sobrevivência  Visa a
    construção da Realidade Social;

   Parte da Verificação de que não existe
    Participação Real em nossa sociedade; as pessoas
    não dispõem dos recursos mínimos necessários
    aos seus bem-estares  que tais aspectos
    carenciais e alienadores são conseqüência da
    organização estrutural injusta destas mesmas
    sociedades;
Características Distintivas do
         Planejamento Participativo:
   Apresenta-se     como    ferramenta     para as
    instituições, grupos e movimentos para a
    ocorrência de uma ação e direcionamento com
    vistas à construção externa da realidade;

   Constrói   conceitos,   modelos,    técnicas    e
    instrumentos   com    processos   científicos   e
    ideológicos para organizar a participação e
    intervir  na   realidade,   em   uma      direção
    conjuntamente estabelecida.
Situações de Planejamento
   Há várias teorias e enfoques sobre o planejamento segundo
    a natureza dos problemas e casos;

   Há níveis nas correntes que constroem paradigmas 
    Cautela com determinadas ferramentas e suas limitações /
    abrangências / delimitações.

   As pessoas possuem uma estrutura básica que a leva a
    divisar o futuro, a analisar a realidade e a propor ações e
    atitudes para transformá-la:

   5 Exemplos a seguir:
I - Consertar Máquinas: (3 passos)
   A) Compreensão do padrão de funcionamento da
    máquina;

   B) Diagnóstico  Diferença entre o Padrão e o
    real funcionamento  Problemas  Avaliação de
    recursos e possibilidades; e

   C) Decisão do que se vai fazer  ações diretas de
    solução do problema e/ou orientações (propostas
    como estratégias) do uso da máquina.
II - Administrar Serviços Públicos
   Surge além dos padrões esperados, idéias de segurança, bem-
    estar, bom atendimento, rapidez, etc.  Geram critérios
    (indicadores) para o serviço:

   1- Compreensão do padrão + complementação no sentido de
    buscar mais satisfação dos usuários;

   2- Diagnóstico  identificar problemas + existência e extensão
    dos mesmos (graus de satisfação);

   3- Decisão mais abrangente em função dos acréscimos 
    estratégias focadas no comportamento e na qualidade dos
    serviços.
III – Posições Estratégicas
   Aumento da análise da realidade social;

   “Alargamento” da missão;

   Inclui noção de bem-estar de pessoas e grupos;

   Requer a construção de estratégias mais claras.
IV- Órgãos Governamentais:
   Precisam estabelecer seus horizontes;

   Precisam ser inteiramente públicos;

   Adoção de técnicas e instrumentos de participação que
    permitam a construção conjunta de rumos e caminhos;

   Precisam definir o tipo de sociedade que querem como
    horizonte de suas práticas;

   Deve ser feito pelos Administradores Públicos e pelo povo
    todo representado;

   Compete ao Administrador abrir esta possibilidade e
    coordenar sua prática.
V – O sonho e a prática da escola, do partido
político, do sindicato, etc.
   Muitos  escritos   sobre   o  Planejamento         Governamental
    assemelhando-o ao Gerenciamento Empresarial;

   Poucos escritos sobre Planejamento de instituições cuja finalidade
    é a geração de riqueza não-material (capital social);

   Pensa-se que planejar é administrar  uso de ferramentas
    empresariais em instituições cuja finalidade deveria ser contribuir
    para a construção do ser humano;

   Muitos escritos sobre a participação das pessoas no planejamento,
    mas SEM a operacionalidade necessária à prática;

   O modelo de planejamento é o mesmo, o que há de novo é a
    Abrangência Social  Planejamento Participativo oferece a
    ferramenta para a prática.
Os Caminhos do Planejamento
   O Planejamento Participativo pretende ser mais que uma
    ferramenta para a Administração;

   Busca através da organização, definir que resultados
    alcançar;

   NÃO busca transformar tudo em gerência;

   Deseja ser o Planejamento de decidir quais as coisas certas
    a fazer e quais os motivos que nos levam a fazê-las;

   Não renuncia aos instrumentos e às técnicas que permitam
    “fazê-las bem”.
Visão do Planejamento Participativo
   O Planejamento Participativo nasce a partir da
    Análise Situacional que vê uma sociedade
    organizada de forma Injusta;

   Injustiça que   se   caracteriza   pela   falta   de
    participação;

   Participação  enquanto possibilidade de todos
    usufruírem dos bens (naturais e produzidos).
Visão do Planejamento Participativo
   O Gerenciamento da Qualidade Total (GQT) e o Planejamento
    Estratégico (PE) não podem ter a mesma proposta para a questão
    da Participação;

   Ambas tendências servem às empresas  concepção capitalista 
    elemento de poder = Dinheiro nas mãos de alguns  dificulta a
    participação;

   Estratégias Neoliberais buscam criar a aceitação pacífica, via
    senso comum, da atual distribuição de recursos e poder.

   Necessidade de mudanças na cosmovisão pronta e determinada 
    necessidade de construir a cada momento uma visão de mundo;

   Todos temos esta sabedoria para descobrir caminhos e esse
    direito não pode ser subtraído das pessoas.
3 Desastres graves na participação nos
                 dias de hoje:

   1) Manipulação das Pessoas pelas “autoridades”,
    via simulacro de Participação;

   2) Uso de Metodologias inadequadas  Desgaste
    da Idéia; e

   3) Falta de Compreensão abrangente da idéia de
    participação.
Níveis de participação que podem
ser exercidos: (3 níveis)
   1º.) COLABORAÇÃO: é a mais freqüente, nível em que a
    “autoridade” chama as pessoas a a trazerem suas
    contribuições para o alcance do que esta mesma
    “autoridade” decidiu como proposta, sem que haja
    alteração no “status quo”;

   Pensamento SenhorSúdito, ReiPovo.

   Pode ser entendido muitas vezes como sendo o único modo
    de se fazer participação.
Níveis de participação que podem
ser exercidos: (3 níveis)
   2º. NÍVEL DE DECISÃO: Vai além da colaboração,
    o “chefe” decide que todos vão “decidir”;

   Em geral, são tratados aspectos menores,
    desconectados de uma proposta mais ampla;

   Satisfazer-se com este nível de participação
    diminui a força transformadora e adia a
    verdadeira participação.
Níveis de participação que podem
ser exercidos: (3 níveis)
   3º. CONSTRUÇÃO EM CONJUNTO: Muito pouco freqüente
    em função de que todo o sistema social está construído
    sobre outras premissas;

   O próprio pensamento das pessoas não está orientado para
    esse modo de convivência;

   As pessoas, em geral, não       acreditam   na   igualdade
    fundamental que têm entre si;

   Crêem no mais sábio, no mais rico, no mais poderoso;
A construção em conjunto
   Acontece quando o poder         está   com   as   pessoas,
    independente de diferenças;

   Neste momento, pode-se construir um processo de
    planejamento em que todos com seu saber próprio, com
    sua consciência, com sua adesão específica, organizam
    seus problemas, suas idéias, seus ideais, seu conhecimento
    da realidade, suas propostas e suas ações;

   Todos crescem juntos, transformam a realidade, criam o
    novo, em proveito de todos e com um trabalho
    coordenado;
A construção em conjunto
   DIFICULDADES:

 Resistência    daqueles   que    perderão
  privilégios;
 Falta de metodologias adequadas;
 Falta   de compreensão e desejo de
  realizar; e constrangimento exercido pelas
  estruturas atuais.
Visão estratégica e situacional
   O Planejamento Participativo incorpora a visão
    Estratégica Situacional  entende a idéia de
    Missão de forma mais abrangente e situada no
    contexto da Globalidade Social;

   Oferece às instituições, grupos, movimentos e
    organismos governamentais, uma ferramenta que
    incorpora as conquistas do planejamento na
    perspectiva Situacional e Estratégica
Visão estratégica e situacional -
Observações:


   Dois surtos de planejamento:

 1º. Pós II guerra mundial  URSS;
 2º. Década de 80 concebendo e na de 90
  realizando  crise econômica 
  necessidade de sobrevivência;
Visão estratégica e situacional -
observações:

 Questões que ficam:
 É possível planejamento com democracia ?
 O planejamento pode organizar a prática
  de modo a interferir na realidade e mudar
  as idéias nela contidas ?
 Há possibilidade de que a participação vá
  além do instrumental, alcançando as
  esferas político-sociais ?
Visão estratégica e situacional -
observações
    Firmam-se 3 tendências ou correntes:
    1.   Gerenciamento da Qualidade Total (GQT);
    2.   Planejamento Estratégico (PE); e
    3.   Planejamento Participativo (PP).

    Incorporam as três idéias que                 são
     fundamentais no Planejamento:
    1.   Qualidade;
    2.   Missão; e
    3.   Participação.
Diferenças Técnicas das Três
Tendências
   GQT: Satisfazer o Cliente  Planejar é solucionar
    os problemas que aparecem;

   PE: Firmar-se no mercado, produzir ambiente de
    lucro futuro e permanência  Planejar  Análise
    SWOT;

   PP: Contribuir para a transformação da sociedade
    na linha da Justiça Social  Planejar é
    desenvolver um processo técnico para um projeto
    político.
3 Momentos de Qualquer Plano:
                       Definição de Horizonte              Distância entre a Prática e o            Proposta para Alteração da
                                                                    Horizonte                              Realidade:

PLANEJAMENTO     Marco Referencial: Dimensão            Intermediação entre a Proposta          Dupla Dimensão:
PARTICIPATIVO:   Política e Ideológica de opção         Ideal, do Sonho e a Prática;            1.       Mudanças no Fazer;
                 coletiva.                              O plano não começa no diagnóstico,      2.       Mudanças no Ser;
                 Marco Situacional (realidade          mas no referencial;                     Transforma-se a realidade Fazendo
                 global da instituição planejada).      O diagnóstico é um juízo continuado              novas coisas e Sendo
                 Marco Doutrinal: (Proposição de       sobre a prática, para verificar a                diferente.
                 um projeto político-social de          distancia em que ela está do ideal      Deriva as quatro categorias de
                 sociedade)                             estabelecido em seu referencial.                 propostas:
                 Marco Operativo: (Processo
                                                                                                Ações; Rotinas; Atitudes e Regras.
                 Técnico ideal para contribuir com a
                 construção desta sociedade).                                                   Aumenta a clareza e a precisão,
                                                                                                         permitindo maior força na
                                                                                                         intervenção da realidade;
                                                                                                Requer um conjunto de Idéias que
                                                                                                         nascem da Paixão.




PLANEJAMENTO     Denomina este primeiro momento de      A idéia de Missão leva a definição de   Firmar-se no mercado;
ESTRATÉGICO:     “Missão”, todavia atrelado aos         horizontes, mas limitados ao            Produzir ambiente de lucro futuro e
                 limites da sobrevivência e do          “Negócio” da empresa. O                 permanência.
                 crescimento da empresa.                diagnóstico fica com a análise SWOT.


GERENCIAMENTO    Não se preocupa com este primeiro      O referencial já está dado e não        Solucionar os problemas que
DA QUALIDADE     ponto porque isto já está definido e   precisa ser definido;                   aparecem.
TOTAL:           resume-se à “Satisfação do             Problemas: Pode-se confundir
                 Cliente”.                              diagnóstico com levantamento de
                                                        problemas.
Ponto de Vista Metodológico:
   O Planejamento Participativo desenvolveu um conjunto de
    conceitos (Gandin, 2001, p.63), modelos, processos, instrumentos
    e técnicas para dar importância ao crescimento do coletivo e do
    pessoal  Construção do referencial, analisando a prática,
    propondo e realizando uma nova prática;

   Construção Coletiva  requer processos rigorosos que incluem
    Trabalho Individual, Trabalhos em Pequenos Grupos e Plenários
    para reencaminhamentos;

   Há um conjunto de técnicas e de instrumentos para que se chegue
    ao que é o Pensamento Coletivo, evitando polarizações.
Modelo Básico de Plano Global:
       Aspectos a considerar:                        Significado de cada parte:                      Modelo (esquema) de Plano:

A   Realidade Global Existente:     Diz como o grupo percebe a realidade global em seus            1.1 Marco Situacional.
                                    problemas, desafios e esperanças.


B   Realidade Global Desejada:      Expressa a utopia social, o “Para que direção nos movemos”     1.2 Marco Doutrinal.
                                    do grupo.
                                    Expõe opções (em termos ideais) em relação ao campo de
                                    ação e à instituição (grupo ou movimento) e fundamenta
                                    essas opções em teoria.


C   Realidade Desejada do           Expressa a utopia instrumental do grupo;                       1.3 Marco Operativo.
    Campo de ação e da              Expõe as opções (em termos ideais) em relação ao campo de
    Instituição (grupo ou           ação e à instituição(grupo ou movimento) e fundamenta
    movimento) em processo de       essas opções em teoria.
    planejamento.

    Confornto ente C. e D.          Expressa o ju[izo que o grupo faz da sua realidade, em         2. Diagnóstico de Necessidades
                                    confronto com o ideal traçado para seu fazer.
                                    Deste julgamento (avaliação), ficam claras as necessidades
                                    da instituição.


D   Realidade Institucional         É a descrição da realidade e da prática específicas da         (Não se inclui no plano, mas é
    existente.                      instituição (grupo ou movimento) que se está planejando.       necessário conhecê-las para
                                                                                                   elaborar o diagnóstico.


E   Propostas concretas p/a         Propõe:                                                        3. Programação:
    tranformação da realidade       1- Ações, 2- Comportamentos; 3- Normas e 4- Rotinas para       3.1 Objetivos;
    institucional existente (para   modificar a realidade existente (da instituição, grupo ou      3.2 Políticas e Estratégias;
    o tempo do plano).              movimento, do campo de ação), diminuindo a diferença entre     3.3 Determinações Gerais;
                                    C. e D. e, como conseqüência, influindo na realidade global.
                                                                                                   3.4 Atividades Permanentes.
Questões fundamentais do planejamento e modelo
     básico de plano de planejamento participativo
   O modelo básico de Plano Global de Médio Prazo
    necessita ser complementado por planos
    setoriais;

   Desdobrado em Planos de curto-prazo que se
    encarreguem de definir:
        As ações concretas;
        As atitudes;
        As regras; e
        As rotinas para o período de duração de cada um dos
         planos.

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  • 1. Estágio de docência  Mestrado em Educação  Disciplina Obrigatória  Francielle de Camargo Ghellere E-mail: francielleghellere@gmail.com
  • 2. GANDIN, Danilo. A Posição do planejamento participativo entre as ferramentas de intervenção na realidade. Currículo sem Fronteiras, v.1, n.1, p.81-95, jan/jun 2001. Disponível em: <www.curriculosemfronteiras.org/vol1iss1 articles/gandin.pdf>. Acesso em: 11 set. 2006.
  • 3. Sobre o autor  Prof. Ms. Danilo Gandin Graduado em Filosofia, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e em Português e Literaturas de Língua Portuguesa, pela mesma Universidade, especialista em Planejamento da Educação pela SUDESUL-UFRGS e em Planejamento no Campo Social, Equipe Latino-Americana de Planejamento e mestre em Educação (Concentração: Planejamento), pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Atualmente atua como conferencista, escritor, coordenador de cursos de Planejamento para instituições sem fim lucrativo, órgãos governamentais e movimentos sociais, coordenador de cursos com temas ligados à educação, assessor de processos de planejamento de instituições, grupos e movimentos, especialmente escolas nos vários níveis de ensino, secretarias municipais de educação, províncias religiosas, paróquias, universidades e professor convidado para cursos de planejamento da educação em universidades e institutos isolados de ensino superior
  • 4. PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO “A POSIÇÃO DO PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO ENTRE AS FERRAMENTAS DE INTERVENÇÃO NA REALIDADE” Danilo Gandin
  • 5. Planejamento Participativo Planejamento Participativo como uma escola diferenciada dentro das possíveis alternativas na área do planejamento situações onde o planejamento mostra-se necessário Analisar diferentes perspectivas do campo, tais como; *Gestão da Qualidade Total *Planejamento Estratégico
  • 6. GESTÃO DEMOCRÁTICA Estudo das categorias: descentralização, participação e autonomia; Definição do papel do Estado: manutenção das escolas públicas.
  • 7. Conceito de Gestão Democrática  Quando pensamos em gestão democrática, consideramo-la, enquanto um elemento da organicidade de um sistema descentralizado, no qual, a instituição tenha autonomia de decisão financeira, pedagógica e administrativa e conte com a participação de seus membros para tomar decisões coletivas.
  • 8. Gestão Compartilhada (SEED)  Gestão Compartilhada, que tem como objetivos centrais: a divisão da responsabilidade de gerir a escola com a comunidade, a conquista da excelência na educação através da modernização das estratégias de organização e a adequação às reformas que vêm sendo feitas no papel do Estado.  A análise desta concepção de gestão escolar permite-nos perceber a ênfase na democratização e autonomia das unidades escolares a partir de uma administração que se assemelha a utilizada em empresas supostamente modernas, eficientes e prósperas de nossa sociedade capitalista.  Esta concepção de gestão estaria pautada numa moderna concepção de administração, cujo fim principal seria "desburocratizar" o espaço escolar, assumindo um gerenciamento mais flexível, capaz de reduzir custos e alcançar resultados mais imediatos que estivessem respondendo de modo satisfatório às exigências de uma "sociedade globalizada."
  • 9. A ambigüidade destes termos tem contribuído para criar um consenso em torno de uma "gestão democrática" reduzida à "gestão compartilhada" que possibilite a privatização do Ensino, pois em nome da descentralização, da participação e da autonomia, o Estado vem se desobrigando de seu papel de mantenedor das escolas públicas.  O Estado se transformou em um dos eixos principais de debate na área educacional, tendo em vista que justifica os males educacionais traduzidos no fracasso escolar com argumentos como estrutura "morosa", "gigantesca", "ineficiente" e "ineficaz". Decorre daí, a onda que prevalece em nível nacional e que torna necessário a redefinição do seu papel; e é aqui que reside o perigo da privatização
  • 10. A cultura descentralizante  Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 CAPÍTULO III DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO Seção I DA EDUCAÇÃO Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
  • 11. A cultura descentralizante  A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996). TÍTULO II Dos Princípios e Fins da Educação Nacional Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino;
  • 12. A cultura descentralizante  Plano Nacional de educação Estabelece como pilar da gestão democrática a autonomia escolar, mediante a descentralização do financiamento da educação. Recomendação de rende mínima para a melhoria da qualidade do ensino.
  • 13. Plano Nacional de educação 2. OBJETIVOS E PRIORIDADES  “Considerando que os recursos financeiros são limitados e que a capacidade para responder ao desafio de oferecer uma educação compatível(...)” (BRASIL, 2001).  “Desenvolvimento de sistemas de informação e de avaliação em todos os níveis e modalidades de ensino (..).  Projeto Político Pedagógico da escola (Inciso I, Art. 3).  Promover a participação da comunidade na gestão das escolas, universalizando, em dois anos,  a instituição de conselhos escolares ou órgãos equivalentes (BRASIL, 2001, p. 20).
  • 14. PARTICIPAÇÃO  Distribuição do Poder e a possibilidade de decidir na construção não apenas do “como” ou do “com quê” fazer, mas também “o quê” e do “para quê” quê quê fazer;  Busca interferir na realidade social, para transformá-la e para construí-la numa direção estabelecida em conjunto por todos os que participam da instituição, grupo ou movimento.
  • 15. PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO  Participação das pessoas;  Ferramentas para intervir na realidade;  Tem uma filosofia própria, conceitos, modelos, técnicas e instrumentos específicos.
  • 16. Características Distintivas do Planejamento Participativo  Foi desenvolvido para instituições, grupos e movimentos cuja missão primeira NÃO é o lucro, a competitividade e a sobrevivência  Visa a construção da Realidade Social;  Parte da Verificação de que não existe Participação Real em nossa sociedade; as pessoas não dispõem dos recursos mínimos necessários aos seus bem-estares  que tais aspectos carenciais e alienadores são conseqüência da organização estrutural injusta destas mesmas sociedades;
  • 17. Características Distintivas do Planejamento Participativo:  Apresenta-se como ferramenta para as instituições, grupos e movimentos para a ocorrência de uma ação e direcionamento com vistas à construção externa da realidade;  Constrói conceitos, modelos, técnicas e instrumentos com processos científicos e ideológicos para organizar a participação e intervir na realidade, em uma direção conjuntamente estabelecida.
  • 18. Situações de Planejamento  Há várias teorias e enfoques sobre o planejamento segundo a natureza dos problemas e casos;  Há níveis nas correntes que constroem paradigmas  Cautela com determinadas ferramentas e suas limitações / abrangências / delimitações.  As pessoas possuem uma estrutura básica que a leva a divisar o futuro, a analisar a realidade e a propor ações e atitudes para transformá-la:  5 Exemplos a seguir:
  • 19. I - Consertar Máquinas: (3 passos)  A) Compreensão do padrão de funcionamento da máquina;  B) Diagnóstico  Diferença entre o Padrão e o real funcionamento  Problemas  Avaliação de recursos e possibilidades; e  C) Decisão do que se vai fazer  ações diretas de solução do problema e/ou orientações (propostas como estratégias) do uso da máquina.
  • 20. II - Administrar Serviços Públicos  Surge além dos padrões esperados, idéias de segurança, bem- estar, bom atendimento, rapidez, etc.  Geram critérios (indicadores) para o serviço:  1- Compreensão do padrão + complementação no sentido de buscar mais satisfação dos usuários;  2- Diagnóstico  identificar problemas + existência e extensão dos mesmos (graus de satisfação);  3- Decisão mais abrangente em função dos acréscimos  estratégias focadas no comportamento e na qualidade dos serviços.
  • 21. III – Posições Estratégicas  Aumento da análise da realidade social;  “Alargamento” da missão;  Inclui noção de bem-estar de pessoas e grupos;  Requer a construção de estratégias mais claras.
  • 22. IV- Órgãos Governamentais:  Precisam estabelecer seus horizontes;  Precisam ser inteiramente públicos;  Adoção de técnicas e instrumentos de participação que permitam a construção conjunta de rumos e caminhos;  Precisam definir o tipo de sociedade que querem como horizonte de suas práticas;  Deve ser feito pelos Administradores Públicos e pelo povo todo representado;  Compete ao Administrador abrir esta possibilidade e coordenar sua prática.
  • 23. V – O sonho e a prática da escola, do partido político, do sindicato, etc.  Muitos escritos sobre o Planejamento Governamental assemelhando-o ao Gerenciamento Empresarial;  Poucos escritos sobre Planejamento de instituições cuja finalidade é a geração de riqueza não-material (capital social);  Pensa-se que planejar é administrar  uso de ferramentas empresariais em instituições cuja finalidade deveria ser contribuir para a construção do ser humano;  Muitos escritos sobre a participação das pessoas no planejamento, mas SEM a operacionalidade necessária à prática;  O modelo de planejamento é o mesmo, o que há de novo é a Abrangência Social  Planejamento Participativo oferece a ferramenta para a prática.
  • 24. Os Caminhos do Planejamento  O Planejamento Participativo pretende ser mais que uma ferramenta para a Administração;  Busca através da organização, definir que resultados alcançar;  NÃO busca transformar tudo em gerência;  Deseja ser o Planejamento de decidir quais as coisas certas a fazer e quais os motivos que nos levam a fazê-las;  Não renuncia aos instrumentos e às técnicas que permitam “fazê-las bem”.
  • 25. Visão do Planejamento Participativo  O Planejamento Participativo nasce a partir da Análise Situacional que vê uma sociedade organizada de forma Injusta;  Injustiça que se caracteriza pela falta de participação;  Participação  enquanto possibilidade de todos usufruírem dos bens (naturais e produzidos).
  • 26. Visão do Planejamento Participativo  O Gerenciamento da Qualidade Total (GQT) e o Planejamento Estratégico (PE) não podem ter a mesma proposta para a questão da Participação;  Ambas tendências servem às empresas  concepção capitalista  elemento de poder = Dinheiro nas mãos de alguns  dificulta a participação;  Estratégias Neoliberais buscam criar a aceitação pacífica, via senso comum, da atual distribuição de recursos e poder.  Necessidade de mudanças na cosmovisão pronta e determinada  necessidade de construir a cada momento uma visão de mundo;  Todos temos esta sabedoria para descobrir caminhos e esse direito não pode ser subtraído das pessoas.
  • 27. 3 Desastres graves na participação nos dias de hoje:  1) Manipulação das Pessoas pelas “autoridades”, via simulacro de Participação;  2) Uso de Metodologias inadequadas  Desgaste da Idéia; e  3) Falta de Compreensão abrangente da idéia de participação.
  • 28. Níveis de participação que podem ser exercidos: (3 níveis)  1º.) COLABORAÇÃO: é a mais freqüente, nível em que a “autoridade” chama as pessoas a a trazerem suas contribuições para o alcance do que esta mesma “autoridade” decidiu como proposta, sem que haja alteração no “status quo”;  Pensamento SenhorSúdito, ReiPovo.  Pode ser entendido muitas vezes como sendo o único modo de se fazer participação.
  • 29. Níveis de participação que podem ser exercidos: (3 níveis)  2º. NÍVEL DE DECISÃO: Vai além da colaboração, o “chefe” decide que todos vão “decidir”;  Em geral, são tratados aspectos menores, desconectados de uma proposta mais ampla;  Satisfazer-se com este nível de participação diminui a força transformadora e adia a verdadeira participação.
  • 30. Níveis de participação que podem ser exercidos: (3 níveis)  3º. CONSTRUÇÃO EM CONJUNTO: Muito pouco freqüente em função de que todo o sistema social está construído sobre outras premissas;  O próprio pensamento das pessoas não está orientado para esse modo de convivência;  As pessoas, em geral, não acreditam na igualdade fundamental que têm entre si;  Crêem no mais sábio, no mais rico, no mais poderoso;
  • 31. A construção em conjunto  Acontece quando o poder está com as pessoas, independente de diferenças;  Neste momento, pode-se construir um processo de planejamento em que todos com seu saber próprio, com sua consciência, com sua adesão específica, organizam seus problemas, suas idéias, seus ideais, seu conhecimento da realidade, suas propostas e suas ações;  Todos crescem juntos, transformam a realidade, criam o novo, em proveito de todos e com um trabalho coordenado;
  • 32. A construção em conjunto  DIFICULDADES:  Resistência daqueles que perderão privilégios;  Falta de metodologias adequadas;  Falta de compreensão e desejo de realizar; e constrangimento exercido pelas estruturas atuais.
  • 33. Visão estratégica e situacional  O Planejamento Participativo incorpora a visão Estratégica Situacional  entende a idéia de Missão de forma mais abrangente e situada no contexto da Globalidade Social;  Oferece às instituições, grupos, movimentos e organismos governamentais, uma ferramenta que incorpora as conquistas do planejamento na perspectiva Situacional e Estratégica
  • 34. Visão estratégica e situacional - Observações:  Dois surtos de planejamento:  1º. Pós II guerra mundial  URSS;  2º. Década de 80 concebendo e na de 90 realizando  crise econômica  necessidade de sobrevivência;
  • 35. Visão estratégica e situacional - observações:  Questões que ficam:  É possível planejamento com democracia ?  O planejamento pode organizar a prática de modo a interferir na realidade e mudar as idéias nela contidas ?  Há possibilidade de que a participação vá além do instrumental, alcançando as esferas político-sociais ?
  • 36. Visão estratégica e situacional - observações  Firmam-se 3 tendências ou correntes: 1. Gerenciamento da Qualidade Total (GQT); 2. Planejamento Estratégico (PE); e 3. Planejamento Participativo (PP).  Incorporam as três idéias que são fundamentais no Planejamento: 1. Qualidade; 2. Missão; e 3. Participação.
  • 37. Diferenças Técnicas das Três Tendências  GQT: Satisfazer o Cliente  Planejar é solucionar os problemas que aparecem;  PE: Firmar-se no mercado, produzir ambiente de lucro futuro e permanência  Planejar  Análise SWOT;  PP: Contribuir para a transformação da sociedade na linha da Justiça Social  Planejar é desenvolver um processo técnico para um projeto político.
  • 38. 3 Momentos de Qualquer Plano: Definição de Horizonte Distância entre a Prática e o Proposta para Alteração da Horizonte Realidade: PLANEJAMENTO Marco Referencial: Dimensão Intermediação entre a Proposta Dupla Dimensão: PARTICIPATIVO: Política e Ideológica de opção Ideal, do Sonho e a Prática; 1. Mudanças no Fazer; coletiva. O plano não começa no diagnóstico, 2. Mudanças no Ser; Marco Situacional (realidade mas no referencial; Transforma-se a realidade Fazendo global da instituição planejada). O diagnóstico é um juízo continuado novas coisas e Sendo Marco Doutrinal: (Proposição de sobre a prática, para verificar a diferente. um projeto político-social de distancia em que ela está do ideal Deriva as quatro categorias de sociedade) estabelecido em seu referencial. propostas: Marco Operativo: (Processo Ações; Rotinas; Atitudes e Regras. Técnico ideal para contribuir com a construção desta sociedade). Aumenta a clareza e a precisão, permitindo maior força na intervenção da realidade; Requer um conjunto de Idéias que nascem da Paixão. PLANEJAMENTO Denomina este primeiro momento de A idéia de Missão leva a definição de Firmar-se no mercado; ESTRATÉGICO: “Missão”, todavia atrelado aos horizontes, mas limitados ao Produzir ambiente de lucro futuro e limites da sobrevivência e do “Negócio” da empresa. O permanência. crescimento da empresa. diagnóstico fica com a análise SWOT. GERENCIAMENTO Não se preocupa com este primeiro O referencial já está dado e não Solucionar os problemas que DA QUALIDADE ponto porque isto já está definido e precisa ser definido; aparecem. TOTAL: resume-se à “Satisfação do Problemas: Pode-se confundir Cliente”. diagnóstico com levantamento de problemas.
  • 39. Ponto de Vista Metodológico:  O Planejamento Participativo desenvolveu um conjunto de conceitos (Gandin, 2001, p.63), modelos, processos, instrumentos e técnicas para dar importância ao crescimento do coletivo e do pessoal  Construção do referencial, analisando a prática, propondo e realizando uma nova prática;  Construção Coletiva  requer processos rigorosos que incluem Trabalho Individual, Trabalhos em Pequenos Grupos e Plenários para reencaminhamentos;  Há um conjunto de técnicas e de instrumentos para que se chegue ao que é o Pensamento Coletivo, evitando polarizações.
  • 40. Modelo Básico de Plano Global: Aspectos a considerar: Significado de cada parte: Modelo (esquema) de Plano: A Realidade Global Existente: Diz como o grupo percebe a realidade global em seus 1.1 Marco Situacional. problemas, desafios e esperanças. B Realidade Global Desejada: Expressa a utopia social, o “Para que direção nos movemos” 1.2 Marco Doutrinal. do grupo. Expõe opções (em termos ideais) em relação ao campo de ação e à instituição (grupo ou movimento) e fundamenta essas opções em teoria. C Realidade Desejada do Expressa a utopia instrumental do grupo; 1.3 Marco Operativo. Campo de ação e da Expõe as opções (em termos ideais) em relação ao campo de Instituição (grupo ou ação e à instituição(grupo ou movimento) e fundamenta movimento) em processo de essas opções em teoria. planejamento. Confornto ente C. e D. Expressa o ju[izo que o grupo faz da sua realidade, em 2. Diagnóstico de Necessidades confronto com o ideal traçado para seu fazer. Deste julgamento (avaliação), ficam claras as necessidades da instituição. D Realidade Institucional É a descrição da realidade e da prática específicas da (Não se inclui no plano, mas é existente. instituição (grupo ou movimento) que se está planejando. necessário conhecê-las para elaborar o diagnóstico. E Propostas concretas p/a Propõe: 3. Programação: tranformação da realidade 1- Ações, 2- Comportamentos; 3- Normas e 4- Rotinas para 3.1 Objetivos; institucional existente (para modificar a realidade existente (da instituição, grupo ou 3.2 Políticas e Estratégias; o tempo do plano). movimento, do campo de ação), diminuindo a diferença entre 3.3 Determinações Gerais; C. e D. e, como conseqüência, influindo na realidade global. 3.4 Atividades Permanentes.
  • 41. Questões fundamentais do planejamento e modelo básico de plano de planejamento participativo  O modelo básico de Plano Global de Médio Prazo necessita ser complementado por planos setoriais;  Desdobrado em Planos de curto-prazo que se encarreguem de definir:  As ações concretas;  As atitudes;  As regras; e  As rotinas para o período de duração de cada um dos planos.