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As drogas podem ser tanto naturais quanto sintéticas. Ambas afetam os
processos da mente e do corpo ao serem ingeridas. Ao a droga ser usada
como modo de lazer, é porque a experiência dá prazer, e isso conduz
grande maioria à dependência. Desta maneira, as drogas abrangem não
somente produtos ilegais, mas, também drogas lícitas, que são usadas de
maneira excessiva, como o álcool e o cigarro.
As drogas produzem um efeito devastador em todo o organismo, elas
prejudicam o sistema nervoso central, provocando no usuário vários tipos
de doenças, do mesmo modo afetam a sociedade de maneira negativa.
Elas são classificadas conforme os seus efeitos, sendo:
Depressoras do sistema nervoso: elas diminuem o influxo nervoso e o
comportamento entre as células, sendo elas: morfina, heroína e o álcoo.
Seus efeitos deixam a pessoa mais lenta.
Estimulantes: elas aumentam o influxo nervoso dando uma sensação
de euforia. Exemplos: as anfetaminas e a cocaína.
Efeito alucinógeno: estas provocam sensações falsas de
que provocam sensações falsamente agradáveis. Exemplos: a maconha
e o LSD.
Quando consumidas, as drogas causam dependência, lapsos na memória, falta
de sono, falta de apetite e uma série de outras complicações que afetam o
sistema respiratório, digestivo e circulatório.
Se o indivíduo não conseguir parar de consumir drogas, maiores serão as
chances de que ele morra devido a complicações típicas de seu consumo.
As drogas psicotrópicas (psico/mente + trópico/atração por) são as que alteram a forma de
o indivíduo sentir, pensar e, às vezes, agir. Podem ser divididas em drogas naturais,
parcialmente sintéticas e sintéticas. Mas, de uma forma geral, são classificadas de acordo
com os efeitos farmacológicos que exercem, ou seja, a forma como atuam sobre o
cérebro. Podem ser estimulantes, depressoras ou perturbadoras do sistema nervoso
central.
Topo

Tipos
Drogas estimulantes aumentam a atividade cerebral: o tempo de vigília é aumentado, a
atenção é reforçada e há aceleração do pensamento – o que leva à euforia. Cafeína e
nicotina são estimulantes naturais legalizados. Anfetaminas podem ser utilizadas pela
medicina como moderadores do apetite, mas também são usadas sem o aval do médico.
Cocaína e crack são consumidos por vias intranasais, pela aspiração do pó ou da fumaça,
ou de forma injetável. Têm alto tropismo, ou seja, o usuário tem grandes chances de se
tornar dependente.
Drogas depressoras diminuem a atividade do cérebro, tendo propriedades analgésicas.
Usuários desse tipo de psicotrópico apresentam movimentos lerdos, a atenção e o tempo
de vigília diminuem. O álcool é uma substância lícita, mas o consumo frequente e
prolongado pode levar ao vício e a doenças graves.
Benzodiazepínicos (tranquilizantes ou calmantes) são usados no tratamento de alguns
distúrbios emocionais, como tensões e ansiedades. No entanto, podem causar efeitos
adversos graves e causam rápida dependência.
Opiáceos podem ser naturais, extraídos da papoula; semissintéticos, a partir da morfina
(heroína), e sintéticos (meperidina). Têm alto potencial de dependência, usados como
analgésicos e sedativos pela medicina em sua forma sintética. Lança-perfume, benzina,
alguns tipos de cola, clorofórmio e éter são inalantes: provocam tonturas e relaxamento da
musculatura, com alterações perceptivas do tempo e do espaço.
Drogas perturbadoras, ou alucinógenas, frequentemente causam ilusões visuais e
alterações nos sentidos. Não aumentam nem diminuem a atividade do cérebro, mas fazem
com que o órgão funcione de maneira diferente. Essas substâncias, até onde se sabe, não
têm utilidade clínica e são ilegais. Mescalina, psilocibina (cogumelo), maconha, LSD,
Ayahuasca (o “chá” do Santo Daime), ecstasy e anticonérgicos fazem parte deste grupo.
A mescalina tem efeitos psicodélicos semelhantes embora menos intensos que o LSD. A
maconha causa alterações cognitivas e de humor, aumento exagerado de apetite e, em
alguns casos, desencadeia quadros agudos de pânico e paranoia. O chá do Santo Daime
pode também levar a quadros psicóticos. O ecstasy (droga sintética derivada da
anfetamina) tem tanto propriedades estimulantes como alucinógenas, afetando e lesando
o sistema serotoninérgico, responsável pelo controle do humor e impulsos.
Topo

Curiosidades
Ao longo da História, muitos conflitos ocorreram por causa da droga. De 1830 a 1860 as
Guerras do Ópio foram travadas entre ingleses e chineses, que não queriam mais permitir
a entrada do entorpecente extraído da papoula em seus territórios. Derrotada, a China
teve de aceitar a legalização da importação para o país até 1949 e lidar com o crescente
problema de saúde decorrente da dependência química.
A descoberta dos efeitos alucinógenos do LSA foi acidental, quando o médico suíço Albert
Hoffman manipulava ácido obtido a partir do alcaloide de um fungo em seus estudos.
Durante o trabalho, ele percebeu que se sentia tonto. Além disso, teve vertigens e era
capaz de ver luzes coloridas intensas ao seu redor.
Em alguns países a maconha é liberada para fins medicinais, estimulando o apetite e
diminuindo a dor de pacientes com câncer terminal, glaucoma, portadores de HIV ou
doenças que causam espasmos musculares, como o Parkinson. O consumo recreacional
da maconha é popular na Holanda, Bélgica, Suíça e Canadá.
A quantidade necessária de cocaína para provocar uma overdose – situação em que o
organismo é incapaz de metabolizar as substâncias, causando um quadro grave de
intoxicação – varia de um indivíduo para o outro. A morte pode ocorrer após o consumo de
0,2 a 1,5 grama de droga pura. Esse risco é maior se houver injeção direta no sangue.
Topo

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- Alergias
- Ataque cardíaco
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- Hipertensão pulmonar
- Pancreatite
- Psicose
- Reações alérgicas
- Transtorno de déficit de atenção com hiperatividade
- Doença arterial coronariana
- Transtorno bipolar
- Transtorno-obsessivo-compulsivo
- Transtorno de personalidade
-

Transtornos

do

sono

http://saude.ig.com.br/drogas/
.

O

que

são

Drogas?

Drogas são substâncias utilizadas para produzir alterações, mudanças nas sensações, no grau
de consciência e no estado emocional. As alterações causadas por essas substâncias variam de
acordo com as características da pessoa que as usa, qual droga é utilizada e em que
quantidade, o efeito que se espera da droga e as circunstâncias em que é consumida.
Geralmente achamos que existem apenas algumas poucas substâncias extremamente
perigosas: são essas que chamamos de drogas. Achamos também que drogas são apenas os
produtos ilegais como a maconha, a cocaína e o crack. Porém, do ponto de vista da saúde,
muitas substâncias legalizadas podem ser igualmente perigosas, como por exemplo o álcool,
que
também
é
considerado
uma
droga
como
as
demais.
Drogas psicotrópicas são aquelas que atuam sobre nosso cérebro, alterando de alguma
maneira nosso psiquismo, podendo deprimir, estimular ou perturbar a atividade do Sistema
Nervoso
Central.
Drogas psicotrópicas : trópica = tropismo ( ter atração por ) psico = ( psiquismo ).
Drogas
-

depressoras

perturbadoras

os

tipos

de

drogas

do

ou

estimulantes

Drogas
Quais

atividade

Inalantes

Drogas
-

2.

da

do

da

que

existem

atividade

e

que

efeitos

SNC:
Álcool
Soníferos
Morfina
Heroína
solventes
SNC:
Anfetaminas
Cocaína

do

elas

SNC:
LSD
Ecstasy
provocam

?

As drogas atuam no cérebro afetando a atividade mental, sendo por essa razão denominadas
psicoativas.
Basicamente,
elas
são
de
três
tipos:
· Drogas que diminuem a atividade mental, também chamadas de depressores. Afetam o
cérebro, fazendo com que funcione de forma mais lenta. Essas drogas diminuem a atenção, a
concentração, a tensão emocional e a capacidade intelectual. Exemplos: Ansiolíticos (
tranqüilizantes ), álcool, inalantes ( cola ), narcóticos ( morfina, heroína );
· Drogas que aumentam a atividade mental , são chamadas de estimulantes. Afetam o
cérebro, fazendo com que funcione de forma mais acelerada. Exemplos: Cafeína, tabaco,
anfetamina,
cocaína,
crack;
· Drogas que alteram a percepção, são chamadas de substâncias alucinógenas e provocam
distúrbios no funcionamento do cérebro, fazendo com que ele passe a trabalhar de forma
desordenada, numa espécie de delírio. Exemplo: Lsd, ecstasy, maconha e outras substâncias
derivadas
de
plantas.
Álcool :
A ingestão de álcool provoca diversos efeitos, que aparecem em duas fases distintas: uma
estimulante
e
outra
depressora.
Nos primeiros momentos após a ingestão de álcool, podem aparecer efeitos estimulantes,
como euforia, desinibição e loquacidade ( maior facilidade para falar ).
Com o passar do tempo, começam a surgir os efeitos depressores, como falta de coordenação
motora, descontrole e sono. Quando o consumo é muito exagerado, o efeito depressor fica
exarcebado, podendo até mesmo provocar o estado de coma. Os efeitos do álcool variam de
intensidade
de
acordo
com
as
características
pessoais.
Solventes
ou
Inalantes :
· Primeira fase: A chamada fase de excitação, que é desejada, pois a pessoa fica eufórica,
aparentemente excitada, sentindo tonturas e tendo perturbações auditivas e visuais. Também
pode aparecer tosse, espirros, muita salivação e as faces podem ficar avermelhadas.
· Segunda fase: A depressão do cérebro começa a predominar, ficando a pessoa confusa,
desorientada, com a voz meio pastosa, visão embaçada, perda do auto-controle, dor de
cabeça,
palidez;
ela
começa
a
ver
ou
a
ouvir
coisas.
· Terceira fase: A depressão aprofunda-se com redução acentuada do estado de alerta,
incoordenação ocular ( a pessoa não consegue mais fixar os olhos nos objetos ),
incoordenação motora com marcha vacilante, fala “enrolada”, reflexos deprimidos, podendo
ocorrer
processos
alucinatórios
evidentes.
· Quarta fase: Depressão tardia, que pode chegar á inconsciência, queda da pressão, sonhos
estranhos, podendo ainda a pessoa apresentar surtos de convulsões (“ataques”). Essa fase
ocorre com freqüência entre aqueles cheiradores que usam saco plástico e, após um certo
tempo, já não conseguem afasta-lo do nariz e, assim, a intoxicação torna-se muito perigosa,
podendo
levar
ao
coma
e
a
morte.
Cocaína e Crack:
Os efeitos provocados pela cocaína ocorrem por todas as vias ( aspirada, inalada, endovenosa
). Logo após do uso, o usuário tem uma sensação de grande prazer, intensa euforia e poder.
A tendência do usuário é aumentar a dose da droga na tentativa de sentir efeitos mais
intensos. Porém, essas quantidades maiores acabam por levar o usuário a comportamento
violento, irritabilidade, tremores e atitudes bizarras devido ao aparecimento de paranóia. No
caso do usuário de crack, isso provoca um grande medo e desconfiança e passam a vigiar o
local onde usam a droga. Eventualmente, podem ter alucinações e delírios. A esse conjunto
de sintomas dá-se o nome de “psicose cocaínica”. Além dos sintomas descritos os usuários de
cocaína e crack perdem muito peso em poucas semanas e perdem o interesse sexual.
Tabaco ( cigarro ):
Quando o fumante dá uma tragada, a nicotina é absorvida pelos pulmões, chegando ao
cérebro
aproximadamente
em
nove
segundos.
Os principais efeitos da nicotina no sistema nervoso central consiste em: elevação do humor,
estimulação
e
diminuição
do
apetite.
A nicotina produz um pequeno aumento no batimento cardíaco, na pressão arterial, na
freqüência
respiratória
e
na
atividade
motora.
O uso intenso e constante de cigarros aumenta a probabilidade de ocorrência de alguma
doenças como, por exemplo, pneumonia, câncer de ( pulmão, laringe, faringe, esôfago, boca,
estômago etc.), infarto de miocárdio, bronquite crônica, enfisema pulmonar, derrame
cerebral,
úlcera
digestiva
e
etc.
Maconha:
Efeitos físicos agudos : os olhos ficam avermelhados, a boca fica seca, o coração dispara, de
60 a 80 batimentos por minuto ou até mesmo mais ( taquicardia )
Os efeitos psíquicos agudos dependerão da qualidade da maconha fumada e da sensibilidade
de quem fuma. Para uma parte de quem fuma os efeitos são de bem-estar acompanhada de
calma e relaxamento, sentir-se menos fadigado, vontade de rir, e para outras pessoas os
efeitos são mais para o lado desagradável, pois, sentem angústia, temerosas de perder o
controle mental, trêmulas, suadas. È o que comumente chamam de “badtrip” ( má viagem ).
Há, ainda, perturbação na capacidade da pessoa calcular o tempo e espaço e um prejuízo de
memória
de
curto
prazo
e
atenção.
Aumentando-se a dose ou dependendo da sensibilidade, os efeitos psíquicos agudos podem
chegar até a alterações mais evidentes, com predominância de delírios e alucinações.
No caso do delírio a pessoa escuta a sirene da ambulância e julga que é a polícia que vem
prende-la.
Na alucinação a pessoa tem uma percepção sem o objeto, isto é, a pessoa pode ouvir a sirene
da polícia ou ver duas pessoas conversando quando não existe nem sirene nem pessoas.
Os efeitos físicos crônicos da maconha já são de maior gravidade. A maconha contém alto
teor de alcatrão e nele existe uma substância chamada benzopireno, conhecido agente
cancerígeno.
Outro efeito físico adverso ( indesejável ) do uso crônico da maconha refere-se á
testosterona. Consequentemente o homem terá muita dificuldade de gerar filhos e é
importante dizer que o homem não perde interesse sexual, só fica incapacitado de engravidar
sua
companheira.
Sabe-se que o uso continuado interfere na capacidade de aprendizagem e memorização e
pode induzir a um estado de “amotivação”, a pessoa não tem vontade de fazer mais nada,
pois
tudo
fica
sem
graça
e
sem
importância.
LSD:
O Lsd atua produzindo uma série de distorções no funcionamento do cérebro, trazendo como
conseqüência
uma
variada
gama
de
alterações
psíquicas.
A experiência subjetiva com o Lsd depende da personalidade do usuário, de suas expectativas
quanto
ao
uso
da
droga
e
do
ambiente
onde
esta
é
ingerida.
O Lsd é capaz de produzir distorções na percepção do ambiente, cores, formas e contornos
alterados, além de estímulos olfativos e táteis parecem visíveis e cores podem ser ouvidas.
Outro aspecto que caracteriza a ação do Lsd no cérebro refere-se aos delírios. Estes são
chamados os “falsos juízos da realidade”, isto é, há uma realidade, um fato qualquer, más a
pessoa
delirante
não
é
capaz
de
avalia-la
corretamente.
Logo após toma-lo, o pulso pode ficar mais rápido, as pupilas podem ficar dilatadas.
Ainda no campo dos efeitos tóxicos, há também descrições de pessoas que, após tomarem o
Lsd, passaram a apresentar por longos períodos de ansiedade, depressão ou mesmo acessos
psicóticos.
Ecstasy:
A droga apresenta efeitos semelhantes aos estimulantes do sistema nervoso central, (
agitação ), bem como efeitos perturbadores ( mudança na percepção da realidade ).
Seus efeitos mais marcantes são a sensação de melhora nas relações entre as pessoas, o
desejo de se comunicar, melhora na percepção musical e aumento nas percepções das cores.
O Ecstasy causa, também, diminuição do apetite, dilatação das pupilas, aceleração do
batimento cardíaco, aumento da temperatura do corpo ( hipertemia ), rangido de dentes e
aumento
na
secreção
do
hormônio
antidiurético.
Muitos usuários relatam ter um episódio depressivo nos dias após o uso da droga, o que é
chamada de depressão de meio de semana. Fadiga e insônia também são comuns.
3. O que é dependência?
Podemos definir uso como qualquer consumo de substâncias (experimental, esporádico ou
episódico), abuso ou uso nocivo como sendo um consumo de substâncias que já está associado
a algum prejuízo (quer em termos biológicos, psicológicos ou sociais) e, por fim, dependência
como o consumo sem controle, geralmente associado a problemas sérios para o usuário.
Dependência é o impulso que leva a pessoa a usar uma droga de forma contínua (sempre) ou
periódica ( frequentemente ) para obter prazer. Alguns indivíduos podem também fazer uso
constante de uma droga para aliviar tensões, ansiedades, medos, sensações físicas
desagradáveis etc. O dependente caracteriza-se por não conseguir controlar o consumo de
drogas,
agindo
de
forma
impulsiva
e
repetitiva.
Para compreendermos melhor a dependência, vamos analisar as duas formas principais em
que
ela
se
apresenta:
a
física
e
a
psicológica.
A dependência física se caracteriza pela presença de sintomas e sinais físicos que aparecem
quando o indivíduo pára de tomar a droga ou diminui bruscamente o seu uso: é a síndrome de
abstinência. Os sinais e sintomas de abstinência dependem do tipo de substância utilizada e
aparecem algumas horas ou dias depois que ela foi consumida pela última vez. No caso dos
dependentes de álcool, por exemplo, a abstinência pode ocasionar desde um simples tremor
nas mãos a náuseas, vômitos e até um quadro de abstinência mais grave denominado
“delirium
tremes”,
com
risco
de
morte,
em
alguns
casos.
Já a dependência psicológica corresponde a um estado de mal-estar e desconforto que surge
quando o dependente interrompe o uso de uma droga. Os sintomas mais comuns são
ansiedade, sensação de vazio, dificuldade de concentração, más que podem variar de pessoa
para
pessoa.
Com os medicamentos existentes atualmente, a maioria dos casos relacionados á dependência
física podem ser tratados. Por outro lado, o que quase sempre faz com que uma pessoa volte
a usar drogas é a dependência psicológica, de difícil tratamento e não pode ser resolvida de
forma
relativamente
rápida
e
simples
como
a
dependência
física.
4.

Quais

os

transtornos

psiquiátricos

mais

associados

ás

dependências?

A depressão é o transtorno que mais se associa ao abuso e á dependência de drogas. Outros
transtornos frequentemente encontrados entre os dependentes são os: transtorno de
ansiedade, o obsessivo-compulsivo, os de personalidade e, mais raramente, alguns tipos de
psicoses. Mais recentemente descobriu-se que indivíduos com transtornos neurocognitivos( de
aprendizagem ) estão mais propensos a se tornarem dependentes de drogas. Esses podem se
manifestar através de problemas de atenção, memória, concentração ou linguagem, entre
outros.
A grande dificuldade decorre de, com muita freqüência, esses sinais não serem identificados
nem pelos familiares nem pela escola, podendo estar presentes desde a mais tenra idade.
Exemplificando, muitos jovens considerados rebeldes, preguiçosos, desinteressados,
vagabundos ou indisciplinados, na verdade podem apresentar um transtorno específico de
aprendizagem ou de atenção. È importante ressaltar que esses transtornos prejudicam
profundamente a auto-estima e o desenvolvimento das crianças e dos jovens, atrasando ou
até
mesmo
impossibilitando
o
uso
de
suas
potencialidades.
Se fossem diagnosticados de modo correto, esses distúrbios poderiam ser facilmente tratados,
evitando assim conseqüências drásticas que ocorrem quando não são identificados. Como
exemplo disso, muitos dependentes de drogas que apresentavam transtorno de atenção,
quando o problema foi adequadamente tratado, pararam de consumir drogas.
5.

Por

que

se

tratar

?

A dependência de substâncias psicoativas ( álcool e drogas ) é uma síndrome médica bem
definida internacionalmente, cujo diagnóstico é realizado pela presença de uma variedade de
sintomas que indicam que o indivíduo consumidor apresenta uma série de prejuízos e
comprometimentos devido ao seu consumo. È considerada doença crônica quando essa
acompanha o indivíduo por toda sua vida. Como toda doença crônica, o tratamento é voltado
para a redução dos sintomas, que afetam não apenas o paciente, más toda a comunidade ao
seu redor, períodos de controle da enfermidade são observados no tratamento, más uma das
características fundamentais é o retorno de toda a sintomatologia ( recaídas ) em alguns
períodos da vida do indivíduo. Apesar dos prejuízos que o indivíduo passa a apresentar pelo
uso de drogas, outra característica fundamental da dependência é o fato de o sujeito ainda
assim manter o consumo ou frequentemente a este retornar. Perde-se, parcial ou totalmente,
a capacidade de controlar o uso, a droga passa a controlar a rotina do indivíduo. A definição
como “síndrome” implica uma série de sintomas que necessitam estar todos presentes ao
mesmo tempo para o diagnóstico ser realizado. Este fato resulta em uma variedade de
quadros clínicos que se apresentam aos diferentes serviços de atendimento, garantindo as
diferenças
individuais
entre
os
pacientes
dependentes.
O tratamento deste transtorno psiquiátrico deve, portanto, incluir aspectos comuns a todos os
indivíduos acometidos ( aspectos comuns da população de dependentes ), bem como aspectos
individualizados
(
particulares
)
de
cada
paciente.
Os resultados do tratamento mais frequentemente citados são a redução do consumo de
substâncias, a diminuição na utilização de sistemas de saúde e a menor participação em
comportamentos ilícitos, associados direta e indiretamente ao uso de drogas e álcool.
O tratamento consiste na elaboração de determinada estratégia ( ato de dirigir coisas
complexas ) para obtenção de seus objetivos. Também é uma forma de intervenção (
intercessão, mediação ) para obtenção de cura ou alívio pára o paciente. Estratégias e
intervenções lançam mão de modalidades e terapias: Modalidade: cada aspecto ou diversa
feição das coisas; Terapia: parte da medicina que se ocupa da escolha e administração dos
meios para curar doenças ou obter alívio do indivíduo acometido. Cada uma destas possui sua
própria forma de atuação, ou Método : conjunto dos meios dispostos convenientemente para
obtenção
de
um
fim,
modo
de
proceder.
6.

Abordagem

do

paciente

dependente

Chamamos de “Abordagem” do paciente o período inicial de tratamento, os primeiros
contatos entre serviço assistencial e o paciente. Esta fase é crucial para o processo, pois uma
avaliação cuidadosa e o mais completa possível é o ponto inicial e essencial para que os
indivíduos com problemas decorrentes do consumo de drogas possam receber ajuda afetiva. O
objetivo desta fase é construir, juntamente com o paciente, o retrato detalhado e atual de
seu envolvimento com o consumo, seu meio ambiente e os resultados deste uso. Outro fator
de fundamental importância nesta fase é o estabelecimento de um bom vínculo entre a
equipe terapêutica ( médico, psicólogo, assistente social, enfermeiro etc.) e o paciente, onde
a
confiança
possa
crescer
gradativamente.
Dificilmente um indivíduo procura tratamento por estar convencido de que está usando droga
ou álcool demasiadamente. As principais razões para a procura de tratamento são geralmente
problemas e prejuízos que se acumulam ao longo da vida de consumo do paciente.
Dentre as principais causas de busca de serviço de assistência podemos relacionar as
complicações médicas por exemplo,( convulsões, perda de emprego, separação conjugal,
imposição familiar, sentença judicial, dívidas ou atrasos nos compromissos, depressão ou
alucinações
decorrentes
ao
consumo
).
È de suma importância a investigação das expectativas do paciente quanto ao tratamento.
Expectativas irreais, exageradas, acarretam frustração e denotam, ás vezes, pouca
disponibilidade individual para mudança do estilo de vida, fator essencial para a manutenção
dos
resultados
do
processo
terapêutico.
A história clínica do paciente dependente deve, obrigatoriamente, conter algumas
informações essenciais, como as drogas já utilizadas e as que o indivíduo atualmente
consome, utilização concomitante de outras drogas e álcool, a via de uso atual e anteriores,
quantidade consumida no último ano, mês e semana, a dose diária comumente utilizada, o
volume de gastos monetários dirigidos ao uso e a freqüência que o consumo da droga ocorre.
Estes últimos indicam a dimensão da compulsão do indivíduo para o consumo. As
circunstâncias onde o consumo ocorre são fundamentais para a previsão de possíveis fontes de
recaída durante o seguimento. A utilização concomitante de drogas ou de álcool é a regra
entre
pacientes
que
procuram
o
tratamento.
As informações sobre o consumo devem ser recolhidas paralelamente á história de vida do
paciente, sugerindo determinado contexto contributório para o uso de drogas ( a combinação
de fatores da vida do sujeito que facilitaram ou mesmo propiciaram o início do consumo, sua
progressão, o surgimento dos prejuízos relacionados, a busca de tratamento ). È de
fundamental importância a entrevista com um familiar do paciente, tanto para corroborar
informações obtidas junto ao paciente, como para investigar fatores familiares que possam
estar contribuindo para o consumo. Por exemplo, ( a família fornece dinheiro para o
paciente? ). A entrevista com um familiar auxilia ainda no estabelecimento de uma rede de
suporte mínimo que possa auxiliar o paciente em seus primeiros passos da abstinência.
O levantamento das conseqüência físicas e psíquicas do consumo deve também ser realizada
na abordagem inicial do paciente dependente. Todo o paciente deve ser avaliado, clínica e
laboratorialmente, quanto ao seu estado físico, bem como possuir uma avaliação psíquica
completa pela possibilidade de associação da dependência com os diversos quadros
psiquiátricos. Sempre que possível, análises toxicológicas devem ser obtidas, como forma de
verificar a veracidade das informações obtidas na história a respeito do consumo de drogas.
A abordagem do paciente, como instrumento inicial do tratamento, deve incluir o contrato
terapêutico assumido entre o serviço e o indivíduo, um conjunto de linhas básicas e
atribuições de ambas as partes, para que o tratamento não seja enfocado como punitivo ou
controlador. O contrato deve incluir a freqüência das visitas e sua duração, o
comprometimento com a abstinência total ( de todas as substâncias ), métodos para evitar o
contato com drogas e com outros usuários (“colegas de uso”) ou traficantes e a eliminação de
restos de droga e objetos utilizados no consumo desta, por exemplo, ( cachimbos, cinzeiros,
isqueiros e etc.) O paciente não deve nunca realizar sozinho esta última tarefa, pela enorme
possibilidade
de
experimentar
“fissuras”
e
não
resistir
á
“despedida”.
7. Quando

se

faz

necessário

internar

o

paciente

?

A internação geralmente está mais indicada em casos mais severos, por se constituir em
refúgio mais seguro para pacientes menos capazes de resistir por conta própria ás “fissuras”
pelo consumo de drogas. Deve-se enfatizar, porém, que a internação não é tratamento, más
sim uma estratégia ( modalidade terapêutica ) para a promoção da abstinência, que é apenas
a parte inicial do tratamento. Para que algum resultado seja obtido, a internação deve estar
obrigatoriamente vinculada a seguimento ambulatorial e a grupos de auto-ajuda.
Algumas indicações de tratamento hospitalar para dependentes de drogas:
·
Paciente
com
ameaça
de
suicídio
ou
comportamento
auto-destrutivo
·
Paciente
que
ativamente
ameaça
a
integridade
física
dos
outros
· Paciente com sintomas psiquiátricos graves ( psicose, depressão, mania )
·
Presença
de
complicações
clínicas
importantes
· Necessidade de internação por dependência de outra substância (exemplo: desintoxicação
do
álcool
)
· Falhas recorrentes na promoção da abstinência em nível ambulatorial
· Não possuem suporte social algum, ou seja, seus relacionamentos são exclusivamente com
outros
usuários.
8.

Algumas

sugestões

para

ajudar

a

parar

de

usar

drogas

Parar
de
usar
todas
as
drogas
incluindo
o
álcool.
Esta é uma das tarefas mais difíceis para o dependente de cocaína aceitar. O individuo tende
a focalizar todas as suas dificuldades por exemplo na cocaína, desprezando a participação das
outras substâncias no seu padrão de consumo. O consumo de álcool ou de maconha
frequentemente representa o primeiro passo para uma recaída no consumo da própria
cocaína.
Além desse fato, o consumo de qualquer substância evoca as memórias do consumo da droga
principal consumida, desencadeando “fissuras” intensas. Ao consumir outra droga, o indivíduo
terá menor capacidade de resistir a tais “fissuras”, recorrendo ao consumo.
Os dependentes de drogas não podem manter os relacionamentos com antigos companheiros
de consumo, não podem ir aos bares e outros ambientes onde costumavam encontrar esses
colegas, pois o consumo de substâncias psicoativas ( drogas ou álcool ) é a atividade central
dessas atividades. O indivíduo, nessas ocasiões, volta a sentir desejo intenso, como uma
necessidade de consumir, não conseguindo resistir á droga. Esta é a principal razão de
recaídas,
pelo
menos
nos
pacientes
em
tratamento.
Os dependentes em tratamento nunca devem testar-se, para saber “como estão indo no
tratamento”. Este fenômeno é muito visto entre pacientes, que acreditam que “passando no
teste” estarão provando que voltaram a conquistar o controle sobre a droga e que “jamais
irão consumir novamente”. Infelizmente, nada poderia ser mais falso que isto. Mesmo
passando no “teste”, o paciente estará mais próximo de uma recaída, tanto por ter se
aproximado do ambiente de consumo como, provavelmente, por excesso de autoconfiança.
O aprendizado de como voltar a estar em sintonia com o mundo “careta” é uma das tarefas
mais difíceis da recuperação. Alguns indivíduos chegam a relatar que “desaprenderam a
falar”
sem
o
efeito
das
drogas.
Construir metas para alcançar seus objetivos é uma boa estratégia para lhe ajudar.
Muitas pessoas decidem mudar algo fundamental na sua vida apoiadas somente na força de
vontade. Para alguns poucos essa estratégia funciona. Para a maioria, a melhor maneira de
concretizar as mudanças é combinar força de vontade com maneiras claras de operacionalizar
seus
objetivos.
Um plano é útil na hora de medir progressos, entender erros e acertos, mudar o curso da
ação, se algo não está funcionando. Pode ajudar a saber a quem recorrer quando for preciso
apoio
e
antecipar
possíveis
dificuldades
e
o
modo
de
enfrentá-las.
No seu plano, comece por estabelecer metas, ou seja, definir aonde você quer chegar.
Objetivos gerais são importantes, más insuficientes. Dizer para si mesmo “quero parar de
fumar” é bom, más melhor é dizer “daqui a um mês quero ter largado esse vício”.
Ter idéias de atividades que possam substituir seu uso de drogas, por exemplo :
Atividades/ Situações
-Fumar quando falo ao telefone
-Fumar maconha toda vez que eu tenho uma briga com alguém
Alternativas
-Ter um copo de água ao meu lado para beber devagar, ser mais breve no telefone se a
fissura
para
fumar
aumentar
muito.
-Sair para tomar ar fresco, jogar futebol ou relaxar ouvindo sua música favorita para aliviar a
raiva,
procurar
um
amigo
para
desabafar.
9. Qual a importância do papel da família no tratamento do paciente dependente químico
?
A terapia familiar é um aspecto sumamente importante na recuperação do dependente em
tratamento.
Durante o tratamento sempre nos deparamos com familiares com conhecimentos insuficientes
sobre ( drogas, álcool e suas implicações ) para compreender a necessidade da participação
no processo terapêutico e poder lidar satisfatoriamente com o problema. Preconceitos e
sofrimento acumulado pelos familiares interferem com o processo terapêutico.
Atenção especial deve ser dirigida aos familiares, o núcleo vivencial mínimo do paciente, para
minimizar
as
chances
de
fracasso.
A família necessita discutir seus (pré-) conceitos, melhorar a qualidade das relações
interpessoais para criar uma real estrutura de suporte ao paciente que auxilie em sua
reabilitação.
Faz-se necessário que a família aprenda a não “sabotar” o processo de recuperação do
paciente e mesmo sua abstinência. Os profissionais já se acostumaram com perguntas de
familiares do tipo “ Mas se ele é dependente de cocaína, por que não posso oferecer uma
cervejinha
para
ele
no
churrasco,
junto
com
a
família
?”.
As famílias precisam lidar com negação, identificar outros possíveis casos, lidar com malentendidos, defesas mal-estruturadas, estigma e sua própria ignorância em relação ás
diversas dimensões do problema da dependência de substâncias psicoativas.
A mudança no estilo de vida, aspectos psicoeducacionais devem, portanto, ser incluídos em
qualquer tratamento dirigido á família, qualquer que seja a orientação psicológica, com o
devido cuidado de preservar o espaço de discussão do funcionamento e rotina familiar e suas
relações

interpessoais.

10.

Tratamento

farmacológico

A utilização de intervenções farmacológicas não apenas são estratégias válidas e disponíveis,
como muitas vezes salvam a vida de dependentes em determinadas condições ( emergências )
etc.
Categorias dos agentes farmacológicos utilizados no tratamento das dependências:
-Medicamentos para quadros de intoxicação: utilidade, por exemplo, em superdosagens
-Medicamentos para abstinência: revertem ou atenuam sintomas físicos e psíquicos imediatos
á
abstinência.
-Medicamentos para controle da compulsão: reduzem o impulso para buscar e consumir álcool
e
drogas
-Medicamentos

para

controle

11.

de

condições

psiquiátricas

Tratamento

co-móbidas.
terapêutico

As principais formas de atuação dos profissionais podem ser agrupadas segundo as
modalidades:
Seguimento
Psicoterapia
Psicoterapia
Prevenção
Treinamento
Tratamento

individual

–
em
de

da

habilidades

aconselhamento
individual
grupo
recaída
sociais
familiar

O objetivo final de todas estas técnicas é que o paciente desenvolva capacidade de evitar
comportamentos associados ao consumo, lidando melhor com relacionamentos e com fontes
de estresse, aumentando a auto-estima e promovendo uma mudança significativa do estilo de
vida
do
paciente.
12.

Algumas

Definições

Experimentador : pessoa que experimenta a droga, levada geralmente por curiosidade.
Aquele que prova a droga uma ou algumas vezes e em seguida perde i interesse em repetir a
experiência.
Usuário Ocasional : utiliza uma ou várias drogas quando disponíveis ou em ambiente
favorável,
sem
rupturas
(
distúrbios
)
afetiva,
social
ou
profissional.
Usuário Habitual : faz uso freqüente, porém sem que haja ruptura afetiva, social ou
profissional,
nem
perda
de
controle.
Usuário Dependente : usa a droga de forma freqüente e exagerada, com rupturas dos
vínculos
afetivos
e
sociais.
Não
consegue
parar
quando
quer.
Dependência : quando a pessoa não consegue largar a droga, porque o organismo acostumouse com a substância e sua ausência provoca sintomas físicos ( quadro conhecido como
síndrome da abstinência ), ou porque a pessoa acostumou-se a viver sob os efeitos da droga,
sentindo
um
grande
impulso
de
usá-la
com
freqüência
(“fissura”).
Escalada : é quando a pessoa passa do uso de drogas consideradas “leves” para as mais
“pesadas”, ou quando, com uma mesma droga, passa de consumo ocasional para
consumointenso.
Tolerância : quando o organismo se acostuma com a droga e passa a exigir doses maiores
para
conseguir
os
mesmos
efeitos.
Poliusuário : pessoa que utiliza combinação de várias drogas simultaneamente, ou dentro de
um curto período de tempo, ainda que tenha predileção por determinada droga.
Overdose : dose excessiva de uma droga, com graves implicações físicas e psíquicas, podendo
levar
á
morte
por
parada
respiratória
ou
cardíaca.
12.

Perguntas

Existem

drogas

que
leves

não
e

querem
drogas

calar

pesadas

?

Esta é uma questão que sempre causa discussões e, por isso, há mais de uma posição a
respeito. Do ponto de vista da lei, não há diferença entre drogas leves e pesadas, mas apenas
entre drogas legais e ilegais (ou lícitas e ilícitas). Fumar maconha ou injetar cocaína, por
exemplo: as duas atitudes infringem igualmente a lei. Na prática, porém, o uso de maconha
raramente chega a ter as mesmas conseqüências perigosas à saúde que o de cocaína.
Além disso, sabemos que os riscos relacionados ao consumo de drogas dependem mais da
maneira e das circunstâncias em que elas são usadas do que do tipo de droga utilizado.
Mesmo para os dependentes, os perigos dependem do grau de dependência e não da natureza
da droga e de ela ser lícita ou ilícita. A morfina, substância legalizada, cujos efeitos são
muito semelhantes aos da heroína, poderia ser considerada uma droga pesada, e, apesar
disso, ela é receitada para pacientes com câncer, sem que necessariamente eles se tornem
dependentes.
Na verdade, não deveríamos falar em drogas leves e pesadas, mas sim em uso leve e uso
pesado de drogas. Com relação ao álcool, por exemplo, existem dependentes que nunca
conseguem beber moderadamente; ao mesmo tempo, existem usuários ocasionais, que jamais
se tornarão dependentes de álcool. Para os primeiros, o álcool é uma droga extremamente
perigosa (droga pesada), enquanto para os últimos o álcool é um produto inofensivo (droga
leve).
As

substâncias

ilegais

são

mais

perigosas

do

que

as

legalizadas

?

Nem sempre. Os perigos relacionados ao uso de drogas dependem de diversos fatores, como
já vimos: que droga é utilizada, em quais condições e quem é o usuário. O fato de a
substância ser legal ou ilegal não tem uma relação direta com o perigo que oferece.
Temos a tendência de achar que substâncias como o álcool, já que são legalizadas, não são
tão problemáticas e prejudiciais quanto as drogas ilegais, o que é um engano. Assim,
observamos que na nossa cultura somos demasiadamente tolerantes com relação às drogas
legalizadas
As

drogas

(álcool,
naturais

são

medicamentos,
menos

perigosas

do

fumo
que

as

drogas

etc.).
químicas

?

Não. Substâncias obtidas a partir de plantas, como a cocaína, podem ser tão ou até mesmo
mais perigosas do que as drogas produzidas em laboratórios, como o LSD.
Todo

usuário

de

drogas

vai

se

tornar

um

dependente

?

A maioria das pessoas que consomem bebidas alcoólicas não se torna alcoólatra (dependente
de álcool). Isso também é válido para grande parte das outras drogas.
De maneira geral, as pessoas que experimentam drogas o fazem por curiosidade e as utilizam
apenas uma vez ou outra (uso experimental). Muitas passam a usá-las de vez em quando, de
maneira esporádica (uso ocasional), sem maiores conseqüências na maioria dos casos. Apenas
um grupo menor passa a usar drogas de forma intensa, em geral quase todos os dias, com
conseqüências
danosas
(dependência).
O grande problema é que não dá para saber, entre as pessoas que começam a usar drogas,
quais serão apenas usuários experimentais, quais serão ocasionais e quais se tornarão
dependentes.
É importante lembrar, porém, que o uso, ainda que experimental, pode vir a produzir danos à
saúde
da
pessoa.
O tratamento de um dependente químico com medicações pode fazer com que ele se
torne
dependente
de
remédios
?
No tratamento da dependência tenta-se sempre evitar o uso de medicações que possam
ocasionar esse problema. A maioria dos remédios receitados pelo médico nesses casos não
causam dependência. Alguns, como benzodiazepínicos, barbitúricos e metadona, podem vir a
causar dependência, mas, ainda assim, podem ser usados, desde que sob controle médico,
por
determinados
períodos
de
tempo
e
em
doses
adequadas.
Quais

são

as

razões

que

levam

uma

pessoa

a

usar

drogas

?

Muitas são as razões que podem levar alguém a usar drogas. Cada pessoa tem seus próprios
motivos. Os pais não devem tirar conclusões apressadas se suspeitam ou descobrem se o filho
ou filha usou ou está usando drogas. É preciso que escutem com muita atenção o que o filho
ou a filha tem a dizer para poderem compreender o que está acontecendo. Entre os possíveis
motivos,
destacamos:
A oportunidade surgiu e o jovem experimentou.O fato de um jovem experimentar drogas não
faz dele um dependente. Porém, mesmo experiências aparentemente inocentes podem
resultar em problemas (com a lei, por exemplo). Um jovem que usou drogas passa a ser
tratado muitas vezes como "drogado" por seus pais ou professores. O excesso de preocupação
com o uso experimental de drogas pode tornar-se muito mais perigoso do que o uso de drogas
em si.Diante dessa situação os pais não se devem desesperar. Reagir com agressividade e com
violência pode até mesmo empurrar o jovem para o abuso e a dependência de drogas. Os pais
devem alertá-lo sobre possíveis riscos e, se possível, conversar francamente sobre o assunto,
aproveitando
a
oportunidade.
O uso de drogas pode ser visto como algo excitante e ousado pelos jovens.Cabe aos adultos
alertar

os

jovens

sobre

os

riscos

relacionados

com

o

uso

de

drogas.

Entretanto, muitas vezes são justamente os riscos envolvidos que podem exercer atração
sobre eles. Esta é uma das críticas que são feitas às campanhas antidrogas de caráter
amedrontador, que exageram os riscos. Assim, quando se falar em riscos, a informação
deverá ser objetiva, direta e precisa, caso contrário o efeito poderá até mesmo ser oposto ao
desejado. Grande parte dos jovens conhece pessoas que usam maconha e que nunca se
interessaram por outras drogas. Para eles, a afirmação de que "a maconha é a porta de
entrada..." pode soar mentirosa e, como consequência, deixarão de ouvir os adultos em
assuntos realmente importantes. Por outro lado, se o jovem que ouve essa afirmação nunca
experimentou drogas e pouco conhece do assunto, ele pode ficar muito curioso,
principalmente porque para os adolescentes assumir riscos faz parte do jogo, em que o
próprio risco é transformado em desafio.Por exemplo, alertar os jovens sobre os riscos de se
consumir bebida alcoólica e depois sair dirigindo pode ser feito de forma clara, precisa e
objetiva. Isso é muito mais educativo do que discursos dramáticos e aterrorizantes sobre os
malefícios do álcool. Dizer de outra forma, tentar exagerar os riscos e perigos pode ser um
estímulo
ao
uso
de
drogas,
principalmente
para
os
jovens.
As drogas podem modificar o que sentimos. Esse poder de transformação das emoções pode se
tornar um grande atrativo, sobretudo para os jovens. A melhor maneira de tentar neutralizar
a atração que as drogas exercem seria estimular os jovens a experimentar formas nãoquímicas de obtenção de prazer. Os "baratos" podem ser obtidos através de atividades
artísticas, esportivas, etc. Cabe aos adultos tentar conhecer melhor os jovens para estimulálos a experimentar formas mais criativas de obter prazer e sensações intensas.
Muitas pessoas acreditam que os jovens acabam consumindo drogas pela influência de colegas
e amigos (pressão de grupo).Embora a "pressão do grupo" tenha influência, sabemos que a
maioria dos grupos tem um discurso contrário às drogas; mesmo assim, alguns jovens acabam
se envolvendo. Mais importante do que estar em acordo com o grupo é estar bem consigo
mesmo. Os jovens que dependem exageradamente da aprovação do grupo são justamente
aqueles que têm outros tipos de problemas (por exemplo, sentem-se pouco amados pelos
pais,
deslocados,
pouco
atraentes,
etc.).
O uso de drogas pode ser uma tentativa de amenizar sentimentos de solidão, de inadequação,
baixa auto-estima ou falta de confiança.Nesses casos, é importante tentar ajudar o jovem a
superar as dificuldades sem a necessidade de recorrer às drogas. Os pais devem dar segurança
para seus filhos através do afeto. Eles devem se sentir amados, apesar de seus defeitos ou de
suas
dificuldades.
Mas

não

existe

uma

pressão

externa

para

consumir

drogas?

Sim, essa pressão certamente existe. Nossa sociedade tem como um de seus maiores
objetivos a felicidade. O grande problema é que tristeza, descontentamento e solidão passam
a ser vistos como situações a serem eliminadas, quando, na verdade, elas fazem parte da vida
e devem ser compreendidas e transformadas. Desde muito cedo, as crianças têm um modelo
de felicidade diretamente ligado ao consumismo: o que podemos comprar poderá nos trazer
satisfação e felicidade. As propagandas de álcool, cigarro e chocolate veiculam esse modelo,
para vender seus produtos. A crença ingênua de que "podemos comprar a felicidade" e de que
"tristeza e solidão devem ser evitadas a qualquer preço" constituem o mesmo padrão de
relação que os dependentes (consumidores) estabelecem com as drogas (produtos). Nesse
sentido, podemos dizer que os "drogados" estão apenas repetindo o modelo de sociedade que
lhes
oferecemos.
Consumir drogas é uma forma de obtenção de prazer. Isso não pode ser negado. Devemos ter
em mente queexistem maneiras de se obter prazer cujo preço a pagar pode ser muito alto.
Devemos ensinar aos jovens que a fórmula de "felicidade a qualquer preço" imposta pela
sociedade
aos
indivíduos
não
é
a
melhor
maneira
de
se
viver.
No comércio de drogas, jovens são muito utilizados pelos traficantes como intermediários
(conhecidos como "aviões") na venda de drogas ilícitas. Esse comércio lucrativo torna-se uma
alternativa de ganho, ainda que ilegal, mas também favorece o contato dos jovens com as
drogas, com a violência e com as doenças a elas relacionadas.

http://interessantte.blogspot.com.br/2009/04/drogas-psicoativas-seus-efeitos.html
DROGAS DE ABUSO
Caracterização:
possui
uso
Todas as drogas ilícitas causam dependência, mas nem toda droga que causa dependência é ilícita.

proibido.

Dependência Física e Psicológica –
Agentes
que
alteram
o
comportamento
são
passíveis
de
excesso
(abuso);
Fatores
psicossociais;
- Dificilmente um indivíduo torna-se “viciado” por prescrições médicas; a confusão existe já que drogas para
a dor, ansiedade e hipertensão produzem tolerância e dependência física – são adaptações fisiológicas
normais.
Obs. Não se deve evitar administrar uma droga necessária (por exemplo, morfina), mesmo sendo um opióide
porque
“causam
dependência”.
- O uso abusivo e a dependência são síndromes comportamentais que variam entre uso mínimo e o uso
máximo
abusivo.
- Vício = uso compulsivo da droga, mesmo que o uso leve a problemas sociais e físicos.
Termos:
Addiction
=
vício
Adicto = viciado
Origem da dependência química –
-

Multifatorial:
- Droga – custo, acesso, velocidade de ação, pureza, potência, modo de administração. Figura 44.
Usuário
–
hereditariedade
e
sintomas
psiquiátricos.
Ambiente
–
contexto
social
e
influências.
- Droga – desencadeia efeitos prazerosos; para ser abusiva deve ser muito prazerosa; quanto maior a
capacidade de a droga causar alteração dos neurotransmissores, maior a capacidade viciante. Figura 45.
Quanto mais rápido for o início da ação da droga em questão, maior a possibilidade do uso abusivo. Por
exemplo, drogas como cocaína, anfetamina, etanol, opióides e nicotina são drogas que influem nos níveis de
dopamina no sistema nervoso central. Figura 40.

Figura 40: Vias de administração das drogas e suas atuações em todo o organismo.
-

Variedades
do
usuário:
- Diferenças fisiológicas na concentração (mg/Kg) – genes que codificam o poder enzimático;
Filhos
de
indivíduos
alcoólicos
têm
maior
predisposição
ao
vício.
Local de alteração: ocorre inicialmente a ingestão do álcool com posterior metabolização hepática sob ação da
enzima álcool desidrogenase formando acetaldeído (composto responsável pelas sensações da ressaca). Este
acetaldeído deverá ser metabolizado pela enzima ALDH2 inativando o poder do acetaldeído. O que ocorre, por
exemplo, em orientais, é um poder diminuído desta ALDH2 não metabolizando tão rapidamente o
acetaldeído, originando a “síndrome do acetaldeído”.
- Distúrbios psiquiátricos: pessoas ansiosas, com insônia, depressão, timidez, são mais sujeitas ao uso de
drogas.
- Variedades ambientais: a idade é um fator que deve ser considerado. O período da adolescência é um
período crítico já que há uma necessidade de auto-afirmação, há construção de valores, necessidade de
destaque num grupo de amigos. Outros fatores são considerados como a situação financeira e exemplos
familiares. Figura 41.
- Tolerância: é um fenômeno muito comum observado com o uso repetido de drogas = redução da resposta
orgânica após o uso da mesma quantidade da droga – “downregulation” de receptores. Por exemplo: o
benzodiazepínico Diazepam produz sedação numa dose inicial que varia de 5-10mg – o uso continuado desta
droga
chega
a
originar
sedação
só
em
dosagens
de
Diazepam
acima
de
1000mg.
- Sensibilização: também denominada tolerância reversa – é observada em administrações de cocaína e
anfetamina. A sensibilização caracteriza-se por produzir respostas maiores com a repetição de mesmas doses
de drogas. Este fenômeno explica-se, em parte, por uma inicial subsensibilização dos receptores présinápticos (responsáveis pelo feedback negativo com bloqueio da liberação da droga para a fenda sináptica).
Esquema 2.

Esquema 2: sensibilização e tolerância – fenômenos observados no organismo humano.
Dependência Física –
Resultado da tolerância (adaptação) provocada por reajustes dos mecanismos fisiológicos.
Síndrome de Abstinência –
Evidencia real da dependência física. Causada pela interrupção abrupta do uso da droga, é proporcional aos
efeitos prazerosos, mas de forma inversa.
Exemplos:
Cocaína
Maconha
Álcool
–
Heroína
–
variações
Propranolol – hipertensão de rebote.

de

–
–
delírio
temperatura,

e
coma

e

depressão;
irritabilidade;
tremores;
convulsões;

“Viciado Clínico” – é aquele paciente que ingere cada vez mais remédios (antidepressivos e ansiolíticos) sem
o conhecimento do médico – este paciente geralmente simula sintomas, roubando medicamentos do prontosocorro.
Modelo

Psicofarmacológico

da

Dependência

Figura 41: modelo da dependência levando em consideração as variantes psicológicas, genéticas, físicas e
ambientais.
Questões Clínicas –
É muito comum na clínica médica observarmos pacientes que misturam drogas a fim de atenuar ou acentuar
os efeitos estimuladores.
1. Depressores do sistema nervoso central – Etanol (Álcool)
- O álcool é uma droga depressora do sistema nervoso central – provoca sono e, em doses acentuadas,
coma.
Há
uma
propriedade
bifásica
do
álcool:
(Esquema
3)
Em
grandes
doses
=
depressora
–
“black
out
amnésico”
- Em baixas doses = estimuladora – excitante.

Esquema 3: variação do humor em relação às concentrações de etanol no plasma.
Alcoólicos: sofrem tolerância, isto é, não se observa a curva depressiva no indivíduo, sendo que a droga só
lhe proporciona efeitos prazerosos em grandes quantidades. Como o indivíduo não sofre depressão, não
possui reforço negativo e não pára de beber – torna-se dependente químico.
Sintomas:
-

Incoordenação

motora;

o

indivíduo

torna-se

conversador;

excitação;

ataxia;

anestesia.
Sonolência;
Coma
alcoólico.
- Nos alcoólicos a margem de segurança é menor, isto é, chegam à “overdose” com maior facilidade, sem
perceber
(assintomático).
Dependência
é
inevitável.
- Síndrome de abstinência: considerada grave, apresenta tremores, incoordenação motora, náuseas,
taquicardia,
sudorese
e
alucinações.
- O uso de álcool durante a gestação causa retardo mental fetal: o álcool tem facilidade em atravessar a
barreira
placentária.
Obs. O álcool provoca tolerância cruzada com alguns sedativos, como por exemplo, os benzodiazepínicos
(Diazepam®) – aumentam os sintomas da depressão e o índice de suicídio.
Intervenção: detoxificação; uso de drogas para diminuir abstinência (ação cruzada); Dissulfiram – droga que
inibe o metabolismo do álcool = síndrome do acetaldeído (ressaca).
2. Drogas psicoestimulante – Cocaína
- Cocaína: apresenta-se na forma de alcalóide (folhas de coca), em forma de pó (cloridrato) para
administrações
intravenosas
e
intranasais,
tem
função
de
anestésico
local.
- Há aumento da noradrenalina, serotonina e dopamina no sistema nervoso central – a cocaína exerce
bloqueio
da
recaptação.
Sintomas:
Melhora
o
desempenho
em
tarefas
de
vigilância
e
alerta;
Melhora
a
autoconfiança;
Sensação
de
bem-estar;
Estimulação
central
(pensamento)
e
motora
(inquietação);
Anorexia;
aumento
da
pressão
arterial
(infartos
são
comuns);
convulsões;
Após
doses
repetidas:
alucinações,
paranóias
e
irritabilidade;
- Diminuição do sono REM (sono que restabelece o equilíbrio cerebral e realiza consolidação da memória).
- Meia vida plasmática = 50 minutos (o desejo pela droga aparece após 10-30 minutos do uso).
- Associações com álcool são comuns para que se diminua a sensação de irritabilidade.
Obs. Usada antes do ato sexual, a cocaína desencadeia orgasmo prolongado e intenso. A longo prazo, realiza
efeito oposto.
Tolerância
é
bem
Dependência:
inevitável
(ânsia
pela
droga)
–
dependência
Síndrome
de
Abstinência:
depressão,
bradicardia
e
ânsia
pela
- Intervenções: uso da droga desipramina (antidepressivo tricíclico – inibe a recaptação de
noradrenalina
e
- A cocaína causa lesões fetais: lesões ao sistema nervoso (cognitivas) e distúrbios motores.
Cocaína
Utilização
-

no

Sistema
de
interferência

Nervoso
Glicose

Central
da

pelo

-

observada.
psicológica.
droga.
serotonina,
dopamina).

PETScan
SNC
droga.

Figura 42: Efeito da cocaína no sistema nervoso central. Realizado um PET-SCAN no qual observamos um
metabolismo inadequado de glicose cerebral na presença da cocaína.
3. Maconha (haxixe) - Canabinóide
- Cannabis sativa (planta fibrosa usada ao longo do tempo para fabricação de cordas e tecidos) – (as pontas
floridas
desta
planta
possuem
a
maior
concentração
de
delta-9-tetraidrocanabinol).
A
substância
ativa:
delta-9-tetraidrocanabinol
(THC).
São
considerados
psicolépticos.
- Foi encontrado um receptor específico para o delta-9-THC no sistema nervoso central – há suspeita de
produção
endógena
desta
droga.
Canabinóides
Neurotransmissores?
São
receptores
acoplados
à
proteína
G.
São
encontrados
principalmente
no
córtex
motor
e
na
via
da
dor.
- Dois tipos de receptores são atualmente conhecidos: CB1 (cerebral) e CB2 (periférico).
- Vale destacar que o CB1 é o mais abundante dos receptores acoplados à proteína G dentro do sistema
nervoso
central.
- Dentre as moléculas candidatas a neurotransmissor ligante dos receptores CB encontra-se
a anandamida (palavra em sânscrito para “felicidade eterna”) – derivado do ácido araquidônico.
- Estímulos dolorosos aumentam a liberação da anandamida.
-

Sintomas

do

uso

da

maconha:
-

cognitivo;
mental
Analgesia;
Tempo
de
reação
diminuído
–
deficiência
no
aprendizado
e
memória;
Aumento
do
apetite;
Bloqueio
de
secreções
e
vasodilatação
seletiva
(esclera)
–
“olhos
de
fogo”;
- Relacionada ao desencadeamento da síndrome do pânico, psicoses agudas, alucinações e esquizofrenia.
Síndrome
amotivacional:
abandono
das
atividades
escolares
e
sociais.
Em
altas
doses
podem
causar
alucinações.
- Aumentam o apetite e causam relaxamento muscular. São também anticonvulsivantes.
-

Percepção

Comprometimento
lenta;

confusão

Abstinência:
considerada
leve
–
como
sintomas:
irritação,
insônia
e
agitação.
- Considerações: pouco se sabe sobre a ação da maconha no organismo humano. Antigamente, imaginava-se
uma baixa concentração nas pontas floridas da Cannabis sativa mas com o tempo, foi ocorrendo uma
melhora genética deste composto (SKANK) – hoje atingem-se níveis de até 25% de delta-9-THC, com efeitos
orgânicos ainda desconhecidos.
4. Opióides
Representantes
principais:
Heroína
e
Morfina.
São
obtidos
da
semente
da
papoula.
Quando
o
indivíduo
ingere
heroína
haverá
biotransformação
em
morfina.
- Observa-se dependência iatrogênica: inicia-se o uso do opióide com funções terapêuticas evoluindo para um
uso
abusivo.
- Pode ser injetada (heroína e morfina) e ou fumada (heroína) – cachimbos (ópio).
- A morfina possui uso terapêutico no tratamento da dor intensa: há ação no sistema nervoso central como
hidromorfona (ação curta) no tratamento da dor aguda (pacientes com infarto do miocárdio, acidentes
graves, câncer) e morfina oral e ou metadona (ação mais prolongada) no tratamento da dor crônica.
- Vale destacar que a heroína possui atividade excitatória (euforia) seguida de ação ansiolítica (relaxante) e
analgésica
(na
forma
de
morfina).
Altamente
viciantes:
pacientes
simulam
situações
para
tomar
a
droga.
- A heroína é o opióide mais freqüente – administrado via nasal, endovenosa ou por mucosas.
- Tolerância é atingida rapidamente.
- Efeitos: prazer intenso semelhante ao orgasmo sexual só que ocorre no abdome, seguida de sono e
relaxamento. Há atividade analgésica e diminuição da agressividade. Podem ocorrer alucinações.
- Há interferências nos opióides endógenos alterando diretamente o eixo hipotálamo-pituitário-gonadal e o
eixo hipotálamo-pituitário-adrenal.
- Síndrome de Abstinência: considerada grave – observa-se ânsia pela droga; agressividade; irritação;
sensibilidade
dolorosa;
vômitos;
insônia;
taquicardia;
variações
térmicas
(febres).
- Intervenções: detoxificação com o uso de tolerância cruzada. Uso de clonidina e ativação de opióides
endógenos
do
sistema
nervoso
central.
Esquema
4.
Troca-se
heroína
por
metadona
no
início
do
tratamento.
- Antagonistas opióides são utilizados, como é o caso de Naloxona, administrado por via intramuscular ou
intravenosa, são capazes de reverter, em pequenas doses (0,4 a 0,8mg) o efeito da ativação dos receptores
MOP. Observa-se recuperação da freqüência respiratória em 1-2 minutos, efeitos sedativos são deprimidos e
retoma-se a pressão arterial. Maiores doses são utilizadas em usuários de narcóticos: 1mg do Naloxona são
eficientes no bloqueio de 25mg de heroína.

Esquema 4: variação dos estados emocionais na presença do opióide Heroína (curta duração) e Metadona
(longa duração). Observe as variações de humor que a heroína proporciona para o indivíduo.
A tabela abaixo mostra a relação entre os opióides analgésicos no que diz respeito a posologia –

Nome

Via de Administração

Dose (mg)

Duração da Ação (horas)

Morfina

IM, Oral, Subcutâneo

10
60 (oral)

4
4 a 7 (oral)

Hidromorfona

IM, Subcutâneo

1,3

4a5

Heroína

IM, Subcutâneo

5

4a5

Metadona

IM

10

4a5

a

5
Fentanil

IM

0,1

1a2

Codeína

IM
Oral

130
200

4
4a6

a

6

5. Nicotina
-

Caracteriza-se
Quando fumada,
Associação
com

por
atinge
fatos

dependência
prolongada
(influência
das
variáveis).
o cérebro em menos de 7 segundos – reforço constante.
prazerosos:
ato
sexual,
pós-prandial,
intervalos
das
aulas.
Ações:
A
nicotina
é
estimulante
e
depressora.
O
usuário
sente-se
mais
alerta
apesar
de
relaxado
(musculatura).
Acometem
o
sistema
de
via
de
reforço
positivo
no
núcleo
accúmbens.
Abstinência:
irritabilidade,
ansiedade,
inquietação
e
bradicardia.
- Intervenções: substituir o vício por outro; utilização da clonidina (diminuição dos efeitos periféricos) e
antidepressivos como fluoxetina (Prozac®).
6. Agentes Psicodélicos – Alucinógenos
LSD:
dietilamida
PCP:
fenciclidina
- MDMA: ecstasy (“droga do amor”). Figura 43.
Acometimento

Cerebral

-

Ecstasy

do
(semelhante

“Droga

do

ácido
ao

Amor”

-

Agente

lisérgico.
MK801).

Psicodélico

Figura 43: atuação do ecstasy no sistema nervoso central.
-

Psilocibina
Grupos

e
alucinógenos:

Sensações
Dilatação
pupilar,
aumento
da
“Viagem
ruim”
–
ansiedade
- Intervenção: Diazepam (20mg VO).

Psilocina:
indolamínicos

de
pressão
arterial,
grave,
depressão

cogumelos
e

(chá).
psilocibina.
Efeitos:
Alucinações;
Paranóias;
Depressão;
pânico;
salivação
e
hiperreflexia.
e
pensamentos
suicidas.

Apresentação das Drogas

Barbitúricos e Benzodiazepínicos

Maconha - THC

LSD

Cocaína

Figura 44: algumas formas encontradas das drogas de abuso. Retirado de www.antidrogas.com.br
7. Inalantes
Drogas
como
éter,
clorofórmio,
solventes
orgânicos
de
maneira
geral.
- São substâncias voláteis de ação rápida que não causam grande dependência por fazer efeito muito rápido
–
ausência
do
reforço
positivo
da
droga.
São
potencialmente
mutagênicos
e
alucinogênicos.
- Destroem as bainhas de mielina dos neurônios do sistema nervoso central. É considerada uma das mais
prejudiciais
drogas
de
ação
neuronal.
São
agonistas
cardiovasculares.
Causam
tonteiras
e
rubor.
8. Anfetaminas
Possuem
efeitos
anoréxicos.
- Atuam no sistema nervoso de forma a acelerar a liberação das aminas nas fendas sinápticas
(simpaticomiméticos).
Como
pró-drogas:
fenproporex
e
anfepramona
são
os
mais
citados.
- São neuroestimulantes.
9. Cafeína
É
uma
droga
psicoativa.
Ansiogênica.
Altera
o
padrão
de
sono
–
geralmente
causam
insônia
prolongada.
Causam
irritação
do
trato
gastrointestinal.
- Causam dependência devido às associações com fenômenos prazerosos como intervalos de aulas, pósprandial, reuniões com amigos.
Obs. Um fato interessante a ser destacado é que a via mesolímbica é a via responsável pelos reforços
positivos (via do prazer) e negativos. O neurônio disparador da via é dopaminérgico, mas as inervações a ele
são variadas: 5-HT, por exemplo. Por isso um antidepressivo é uma droga que atua na inibição da recaptação
da serotonina e não da dopamina, por exemplo, com efeitos finais tão benéficos quanto aquelas drogas que
inibem a recaptação da dopamina. Esquema 5.

Esquema 5: via do prazer (dopaminérgica) estimulada por diferentes neurotransmissores - “disparadores”.
O

poder

de

cada

droga

Figura 45: comparações entre o poder de cada droga levando em consideração a acessibilidade e o poder
viciante.

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As drogas podem ser tanto naturais quanto sintéticas

  • 1. As drogas podem ser tanto naturais quanto sintéticas. Ambas afetam os processos da mente e do corpo ao serem ingeridas. Ao a droga ser usada como modo de lazer, é porque a experiência dá prazer, e isso conduz grande maioria à dependência. Desta maneira, as drogas abrangem não somente produtos ilegais, mas, também drogas lícitas, que são usadas de maneira excessiva, como o álcool e o cigarro. As drogas produzem um efeito devastador em todo o organismo, elas prejudicam o sistema nervoso central, provocando no usuário vários tipos de doenças, do mesmo modo afetam a sociedade de maneira negativa. Elas são classificadas conforme os seus efeitos, sendo: Depressoras do sistema nervoso: elas diminuem o influxo nervoso e o comportamento entre as células, sendo elas: morfina, heroína e o álcoo. Seus efeitos deixam a pessoa mais lenta. Estimulantes: elas aumentam o influxo nervoso dando uma sensação de euforia. Exemplos: as anfetaminas e a cocaína. Efeito alucinógeno: estas provocam sensações falsas de que provocam sensações falsamente agradáveis. Exemplos: a maconha e o LSD. Quando consumidas, as drogas causam dependência, lapsos na memória, falta de sono, falta de apetite e uma série de outras complicações que afetam o sistema respiratório, digestivo e circulatório. Se o indivíduo não conseguir parar de consumir drogas, maiores serão as chances de que ele morra devido a complicações típicas de seu consumo. As drogas psicotrópicas (psico/mente + trópico/atração por) são as que alteram a forma de o indivíduo sentir, pensar e, às vezes, agir. Podem ser divididas em drogas naturais, parcialmente sintéticas e sintéticas. Mas, de uma forma geral, são classificadas de acordo com os efeitos farmacológicos que exercem, ou seja, a forma como atuam sobre o cérebro. Podem ser estimulantes, depressoras ou perturbadoras do sistema nervoso central. Topo Tipos Drogas estimulantes aumentam a atividade cerebral: o tempo de vigília é aumentado, a atenção é reforçada e há aceleração do pensamento – o que leva à euforia. Cafeína e nicotina são estimulantes naturais legalizados. Anfetaminas podem ser utilizadas pela medicina como moderadores do apetite, mas também são usadas sem o aval do médico. Cocaína e crack são consumidos por vias intranasais, pela aspiração do pó ou da fumaça, ou de forma injetável. Têm alto tropismo, ou seja, o usuário tem grandes chances de se tornar dependente.
  • 2. Drogas depressoras diminuem a atividade do cérebro, tendo propriedades analgésicas. Usuários desse tipo de psicotrópico apresentam movimentos lerdos, a atenção e o tempo de vigília diminuem. O álcool é uma substância lícita, mas o consumo frequente e prolongado pode levar ao vício e a doenças graves. Benzodiazepínicos (tranquilizantes ou calmantes) são usados no tratamento de alguns distúrbios emocionais, como tensões e ansiedades. No entanto, podem causar efeitos adversos graves e causam rápida dependência. Opiáceos podem ser naturais, extraídos da papoula; semissintéticos, a partir da morfina (heroína), e sintéticos (meperidina). Têm alto potencial de dependência, usados como analgésicos e sedativos pela medicina em sua forma sintética. Lança-perfume, benzina, alguns tipos de cola, clorofórmio e éter são inalantes: provocam tonturas e relaxamento da musculatura, com alterações perceptivas do tempo e do espaço. Drogas perturbadoras, ou alucinógenas, frequentemente causam ilusões visuais e alterações nos sentidos. Não aumentam nem diminuem a atividade do cérebro, mas fazem com que o órgão funcione de maneira diferente. Essas substâncias, até onde se sabe, não têm utilidade clínica e são ilegais. Mescalina, psilocibina (cogumelo), maconha, LSD, Ayahuasca (o “chá” do Santo Daime), ecstasy e anticonérgicos fazem parte deste grupo. A mescalina tem efeitos psicodélicos semelhantes embora menos intensos que o LSD. A maconha causa alterações cognitivas e de humor, aumento exagerado de apetite e, em alguns casos, desencadeia quadros agudos de pânico e paranoia. O chá do Santo Daime pode também levar a quadros psicóticos. O ecstasy (droga sintética derivada da anfetamina) tem tanto propriedades estimulantes como alucinógenas, afetando e lesando o sistema serotoninérgico, responsável pelo controle do humor e impulsos. Topo Curiosidades Ao longo da História, muitos conflitos ocorreram por causa da droga. De 1830 a 1860 as Guerras do Ópio foram travadas entre ingleses e chineses, que não queriam mais permitir a entrada do entorpecente extraído da papoula em seus territórios. Derrotada, a China teve de aceitar a legalização da importação para o país até 1949 e lidar com o crescente problema de saúde decorrente da dependência química. A descoberta dos efeitos alucinógenos do LSA foi acidental, quando o médico suíço Albert Hoffman manipulava ácido obtido a partir do alcaloide de um fungo em seus estudos. Durante o trabalho, ele percebeu que se sentia tonto. Além disso, teve vertigens e era capaz de ver luzes coloridas intensas ao seu redor. Em alguns países a maconha é liberada para fins medicinais, estimulando o apetite e diminuindo a dor de pacientes com câncer terminal, glaucoma, portadores de HIV ou doenças que causam espasmos musculares, como o Parkinson. O consumo recreacional da maconha é popular na Holanda, Bélgica, Suíça e Canadá. A quantidade necessária de cocaína para provocar uma overdose – situação em que o organismo é incapaz de metabolizar as substâncias, causando um quadro grave de
  • 3. intoxicação – varia de um indivíduo para o outro. A morte pode ocorrer após o consumo de 0,2 a 1,5 grama de droga pura. Esse risco é maior se houver injeção direta no sangue. Topo Doenças relacionadas - Alcoolismo - Alergias - Ataque cardíaco - Arritmia - Demência - Depressão - Derrame - Desidratação - Distúrbios generalizados de ansiedade - Doença hepática alcoólica - Doenças pulmonares - Câncer de pulmão - Cirrose - Estresse e ansiedade - Insuficiência renal - Hipertensão - Hipertensão pulmonar - Pancreatite - Psicose - Reações alérgicas - Transtorno de déficit de atenção com hiperatividade - Doença arterial coronariana - Transtorno bipolar - Transtorno-obsessivo-compulsivo
  • 4. - Transtorno de personalidade - Transtornos do sono http://saude.ig.com.br/drogas/ . O que são Drogas? Drogas são substâncias utilizadas para produzir alterações, mudanças nas sensações, no grau de consciência e no estado emocional. As alterações causadas por essas substâncias variam de acordo com as características da pessoa que as usa, qual droga é utilizada e em que quantidade, o efeito que se espera da droga e as circunstâncias em que é consumida. Geralmente achamos que existem apenas algumas poucas substâncias extremamente perigosas: são essas que chamamos de drogas. Achamos também que drogas são apenas os produtos ilegais como a maconha, a cocaína e o crack. Porém, do ponto de vista da saúde, muitas substâncias legalizadas podem ser igualmente perigosas, como por exemplo o álcool, que também é considerado uma droga como as demais. Drogas psicotrópicas são aquelas que atuam sobre nosso cérebro, alterando de alguma maneira nosso psiquismo, podendo deprimir, estimular ou perturbar a atividade do Sistema Nervoso Central. Drogas psicotrópicas : trópica = tropismo ( ter atração por ) psico = ( psiquismo ). Drogas - depressoras perturbadoras os tipos de drogas do ou estimulantes Drogas Quais atividade Inalantes Drogas - 2. da do da que existem atividade e que efeitos SNC: Álcool Soníferos Morfina Heroína solventes SNC: Anfetaminas Cocaína do elas SNC: LSD Ecstasy provocam ? As drogas atuam no cérebro afetando a atividade mental, sendo por essa razão denominadas psicoativas. Basicamente, elas são de três tipos: · Drogas que diminuem a atividade mental, também chamadas de depressores. Afetam o cérebro, fazendo com que funcione de forma mais lenta. Essas drogas diminuem a atenção, a concentração, a tensão emocional e a capacidade intelectual. Exemplos: Ansiolíticos ( tranqüilizantes ), álcool, inalantes ( cola ), narcóticos ( morfina, heroína ); · Drogas que aumentam a atividade mental , são chamadas de estimulantes. Afetam o cérebro, fazendo com que funcione de forma mais acelerada. Exemplos: Cafeína, tabaco, anfetamina, cocaína, crack; · Drogas que alteram a percepção, são chamadas de substâncias alucinógenas e provocam distúrbios no funcionamento do cérebro, fazendo com que ele passe a trabalhar de forma desordenada, numa espécie de delírio. Exemplo: Lsd, ecstasy, maconha e outras substâncias derivadas de plantas. Álcool : A ingestão de álcool provoca diversos efeitos, que aparecem em duas fases distintas: uma
  • 5. estimulante e outra depressora. Nos primeiros momentos após a ingestão de álcool, podem aparecer efeitos estimulantes, como euforia, desinibição e loquacidade ( maior facilidade para falar ). Com o passar do tempo, começam a surgir os efeitos depressores, como falta de coordenação motora, descontrole e sono. Quando o consumo é muito exagerado, o efeito depressor fica exarcebado, podendo até mesmo provocar o estado de coma. Os efeitos do álcool variam de intensidade de acordo com as características pessoais. Solventes ou Inalantes : · Primeira fase: A chamada fase de excitação, que é desejada, pois a pessoa fica eufórica, aparentemente excitada, sentindo tonturas e tendo perturbações auditivas e visuais. Também pode aparecer tosse, espirros, muita salivação e as faces podem ficar avermelhadas. · Segunda fase: A depressão do cérebro começa a predominar, ficando a pessoa confusa, desorientada, com a voz meio pastosa, visão embaçada, perda do auto-controle, dor de cabeça, palidez; ela começa a ver ou a ouvir coisas. · Terceira fase: A depressão aprofunda-se com redução acentuada do estado de alerta, incoordenação ocular ( a pessoa não consegue mais fixar os olhos nos objetos ), incoordenação motora com marcha vacilante, fala “enrolada”, reflexos deprimidos, podendo ocorrer processos alucinatórios evidentes. · Quarta fase: Depressão tardia, que pode chegar á inconsciência, queda da pressão, sonhos estranhos, podendo ainda a pessoa apresentar surtos de convulsões (“ataques”). Essa fase ocorre com freqüência entre aqueles cheiradores que usam saco plástico e, após um certo tempo, já não conseguem afasta-lo do nariz e, assim, a intoxicação torna-se muito perigosa, podendo levar ao coma e a morte. Cocaína e Crack: Os efeitos provocados pela cocaína ocorrem por todas as vias ( aspirada, inalada, endovenosa ). Logo após do uso, o usuário tem uma sensação de grande prazer, intensa euforia e poder. A tendência do usuário é aumentar a dose da droga na tentativa de sentir efeitos mais intensos. Porém, essas quantidades maiores acabam por levar o usuário a comportamento violento, irritabilidade, tremores e atitudes bizarras devido ao aparecimento de paranóia. No caso do usuário de crack, isso provoca um grande medo e desconfiança e passam a vigiar o local onde usam a droga. Eventualmente, podem ter alucinações e delírios. A esse conjunto de sintomas dá-se o nome de “psicose cocaínica”. Além dos sintomas descritos os usuários de cocaína e crack perdem muito peso em poucas semanas e perdem o interesse sexual. Tabaco ( cigarro ): Quando o fumante dá uma tragada, a nicotina é absorvida pelos pulmões, chegando ao cérebro aproximadamente em nove segundos. Os principais efeitos da nicotina no sistema nervoso central consiste em: elevação do humor, estimulação e diminuição do apetite. A nicotina produz um pequeno aumento no batimento cardíaco, na pressão arterial, na freqüência respiratória e na atividade motora. O uso intenso e constante de cigarros aumenta a probabilidade de ocorrência de alguma doenças como, por exemplo, pneumonia, câncer de ( pulmão, laringe, faringe, esôfago, boca, estômago etc.), infarto de miocárdio, bronquite crônica, enfisema pulmonar, derrame cerebral, úlcera digestiva e etc. Maconha: Efeitos físicos agudos : os olhos ficam avermelhados, a boca fica seca, o coração dispara, de 60 a 80 batimentos por minuto ou até mesmo mais ( taquicardia ) Os efeitos psíquicos agudos dependerão da qualidade da maconha fumada e da sensibilidade de quem fuma. Para uma parte de quem fuma os efeitos são de bem-estar acompanhada de calma e relaxamento, sentir-se menos fadigado, vontade de rir, e para outras pessoas os efeitos são mais para o lado desagradável, pois, sentem angústia, temerosas de perder o controle mental, trêmulas, suadas. È o que comumente chamam de “badtrip” ( má viagem ).
  • 6. Há, ainda, perturbação na capacidade da pessoa calcular o tempo e espaço e um prejuízo de memória de curto prazo e atenção. Aumentando-se a dose ou dependendo da sensibilidade, os efeitos psíquicos agudos podem chegar até a alterações mais evidentes, com predominância de delírios e alucinações. No caso do delírio a pessoa escuta a sirene da ambulância e julga que é a polícia que vem prende-la. Na alucinação a pessoa tem uma percepção sem o objeto, isto é, a pessoa pode ouvir a sirene da polícia ou ver duas pessoas conversando quando não existe nem sirene nem pessoas. Os efeitos físicos crônicos da maconha já são de maior gravidade. A maconha contém alto teor de alcatrão e nele existe uma substância chamada benzopireno, conhecido agente cancerígeno. Outro efeito físico adverso ( indesejável ) do uso crônico da maconha refere-se á testosterona. Consequentemente o homem terá muita dificuldade de gerar filhos e é importante dizer que o homem não perde interesse sexual, só fica incapacitado de engravidar sua companheira. Sabe-se que o uso continuado interfere na capacidade de aprendizagem e memorização e pode induzir a um estado de “amotivação”, a pessoa não tem vontade de fazer mais nada, pois tudo fica sem graça e sem importância. LSD: O Lsd atua produzindo uma série de distorções no funcionamento do cérebro, trazendo como conseqüência uma variada gama de alterações psíquicas. A experiência subjetiva com o Lsd depende da personalidade do usuário, de suas expectativas quanto ao uso da droga e do ambiente onde esta é ingerida. O Lsd é capaz de produzir distorções na percepção do ambiente, cores, formas e contornos alterados, além de estímulos olfativos e táteis parecem visíveis e cores podem ser ouvidas. Outro aspecto que caracteriza a ação do Lsd no cérebro refere-se aos delírios. Estes são chamados os “falsos juízos da realidade”, isto é, há uma realidade, um fato qualquer, más a pessoa delirante não é capaz de avalia-la corretamente. Logo após toma-lo, o pulso pode ficar mais rápido, as pupilas podem ficar dilatadas. Ainda no campo dos efeitos tóxicos, há também descrições de pessoas que, após tomarem o Lsd, passaram a apresentar por longos períodos de ansiedade, depressão ou mesmo acessos psicóticos. Ecstasy: A droga apresenta efeitos semelhantes aos estimulantes do sistema nervoso central, ( agitação ), bem como efeitos perturbadores ( mudança na percepção da realidade ). Seus efeitos mais marcantes são a sensação de melhora nas relações entre as pessoas, o desejo de se comunicar, melhora na percepção musical e aumento nas percepções das cores. O Ecstasy causa, também, diminuição do apetite, dilatação das pupilas, aceleração do batimento cardíaco, aumento da temperatura do corpo ( hipertemia ), rangido de dentes e aumento na secreção do hormônio antidiurético. Muitos usuários relatam ter um episódio depressivo nos dias após o uso da droga, o que é chamada de depressão de meio de semana. Fadiga e insônia também são comuns. 3. O que é dependência? Podemos definir uso como qualquer consumo de substâncias (experimental, esporádico ou episódico), abuso ou uso nocivo como sendo um consumo de substâncias que já está associado a algum prejuízo (quer em termos biológicos, psicológicos ou sociais) e, por fim, dependência como o consumo sem controle, geralmente associado a problemas sérios para o usuário. Dependência é o impulso que leva a pessoa a usar uma droga de forma contínua (sempre) ou periódica ( frequentemente ) para obter prazer. Alguns indivíduos podem também fazer uso constante de uma droga para aliviar tensões, ansiedades, medos, sensações físicas desagradáveis etc. O dependente caracteriza-se por não conseguir controlar o consumo de drogas, agindo de forma impulsiva e repetitiva. Para compreendermos melhor a dependência, vamos analisar as duas formas principais em que ela se apresenta: a física e a psicológica.
  • 7. A dependência física se caracteriza pela presença de sintomas e sinais físicos que aparecem quando o indivíduo pára de tomar a droga ou diminui bruscamente o seu uso: é a síndrome de abstinência. Os sinais e sintomas de abstinência dependem do tipo de substância utilizada e aparecem algumas horas ou dias depois que ela foi consumida pela última vez. No caso dos dependentes de álcool, por exemplo, a abstinência pode ocasionar desde um simples tremor nas mãos a náuseas, vômitos e até um quadro de abstinência mais grave denominado “delirium tremes”, com risco de morte, em alguns casos. Já a dependência psicológica corresponde a um estado de mal-estar e desconforto que surge quando o dependente interrompe o uso de uma droga. Os sintomas mais comuns são ansiedade, sensação de vazio, dificuldade de concentração, más que podem variar de pessoa para pessoa. Com os medicamentos existentes atualmente, a maioria dos casos relacionados á dependência física podem ser tratados. Por outro lado, o que quase sempre faz com que uma pessoa volte a usar drogas é a dependência psicológica, de difícil tratamento e não pode ser resolvida de forma relativamente rápida e simples como a dependência física. 4. Quais os transtornos psiquiátricos mais associados ás dependências? A depressão é o transtorno que mais se associa ao abuso e á dependência de drogas. Outros transtornos frequentemente encontrados entre os dependentes são os: transtorno de ansiedade, o obsessivo-compulsivo, os de personalidade e, mais raramente, alguns tipos de psicoses. Mais recentemente descobriu-se que indivíduos com transtornos neurocognitivos( de aprendizagem ) estão mais propensos a se tornarem dependentes de drogas. Esses podem se manifestar através de problemas de atenção, memória, concentração ou linguagem, entre outros. A grande dificuldade decorre de, com muita freqüência, esses sinais não serem identificados nem pelos familiares nem pela escola, podendo estar presentes desde a mais tenra idade. Exemplificando, muitos jovens considerados rebeldes, preguiçosos, desinteressados, vagabundos ou indisciplinados, na verdade podem apresentar um transtorno específico de aprendizagem ou de atenção. È importante ressaltar que esses transtornos prejudicam profundamente a auto-estima e o desenvolvimento das crianças e dos jovens, atrasando ou até mesmo impossibilitando o uso de suas potencialidades. Se fossem diagnosticados de modo correto, esses distúrbios poderiam ser facilmente tratados, evitando assim conseqüências drásticas que ocorrem quando não são identificados. Como exemplo disso, muitos dependentes de drogas que apresentavam transtorno de atenção, quando o problema foi adequadamente tratado, pararam de consumir drogas. 5. Por que se tratar ? A dependência de substâncias psicoativas ( álcool e drogas ) é uma síndrome médica bem definida internacionalmente, cujo diagnóstico é realizado pela presença de uma variedade de sintomas que indicam que o indivíduo consumidor apresenta uma série de prejuízos e comprometimentos devido ao seu consumo. È considerada doença crônica quando essa acompanha o indivíduo por toda sua vida. Como toda doença crônica, o tratamento é voltado para a redução dos sintomas, que afetam não apenas o paciente, más toda a comunidade ao seu redor, períodos de controle da enfermidade são observados no tratamento, más uma das características fundamentais é o retorno de toda a sintomatologia ( recaídas ) em alguns períodos da vida do indivíduo. Apesar dos prejuízos que o indivíduo passa a apresentar pelo uso de drogas, outra característica fundamental da dependência é o fato de o sujeito ainda assim manter o consumo ou frequentemente a este retornar. Perde-se, parcial ou totalmente, a capacidade de controlar o uso, a droga passa a controlar a rotina do indivíduo. A definição como “síndrome” implica uma série de sintomas que necessitam estar todos presentes ao mesmo tempo para o diagnóstico ser realizado. Este fato resulta em uma variedade de quadros clínicos que se apresentam aos diferentes serviços de atendimento, garantindo as diferenças individuais entre os pacientes dependentes. O tratamento deste transtorno psiquiátrico deve, portanto, incluir aspectos comuns a todos os indivíduos acometidos ( aspectos comuns da população de dependentes ), bem como aspectos individualizados ( particulares ) de cada paciente.
  • 8. Os resultados do tratamento mais frequentemente citados são a redução do consumo de substâncias, a diminuição na utilização de sistemas de saúde e a menor participação em comportamentos ilícitos, associados direta e indiretamente ao uso de drogas e álcool. O tratamento consiste na elaboração de determinada estratégia ( ato de dirigir coisas complexas ) para obtenção de seus objetivos. Também é uma forma de intervenção ( intercessão, mediação ) para obtenção de cura ou alívio pára o paciente. Estratégias e intervenções lançam mão de modalidades e terapias: Modalidade: cada aspecto ou diversa feição das coisas; Terapia: parte da medicina que se ocupa da escolha e administração dos meios para curar doenças ou obter alívio do indivíduo acometido. Cada uma destas possui sua própria forma de atuação, ou Método : conjunto dos meios dispostos convenientemente para obtenção de um fim, modo de proceder. 6. Abordagem do paciente dependente Chamamos de “Abordagem” do paciente o período inicial de tratamento, os primeiros contatos entre serviço assistencial e o paciente. Esta fase é crucial para o processo, pois uma avaliação cuidadosa e o mais completa possível é o ponto inicial e essencial para que os indivíduos com problemas decorrentes do consumo de drogas possam receber ajuda afetiva. O objetivo desta fase é construir, juntamente com o paciente, o retrato detalhado e atual de seu envolvimento com o consumo, seu meio ambiente e os resultados deste uso. Outro fator de fundamental importância nesta fase é o estabelecimento de um bom vínculo entre a equipe terapêutica ( médico, psicólogo, assistente social, enfermeiro etc.) e o paciente, onde a confiança possa crescer gradativamente. Dificilmente um indivíduo procura tratamento por estar convencido de que está usando droga ou álcool demasiadamente. As principais razões para a procura de tratamento são geralmente problemas e prejuízos que se acumulam ao longo da vida de consumo do paciente. Dentre as principais causas de busca de serviço de assistência podemos relacionar as complicações médicas por exemplo,( convulsões, perda de emprego, separação conjugal, imposição familiar, sentença judicial, dívidas ou atrasos nos compromissos, depressão ou alucinações decorrentes ao consumo ). È de suma importância a investigação das expectativas do paciente quanto ao tratamento. Expectativas irreais, exageradas, acarretam frustração e denotam, ás vezes, pouca disponibilidade individual para mudança do estilo de vida, fator essencial para a manutenção dos resultados do processo terapêutico. A história clínica do paciente dependente deve, obrigatoriamente, conter algumas informações essenciais, como as drogas já utilizadas e as que o indivíduo atualmente consome, utilização concomitante de outras drogas e álcool, a via de uso atual e anteriores, quantidade consumida no último ano, mês e semana, a dose diária comumente utilizada, o volume de gastos monetários dirigidos ao uso e a freqüência que o consumo da droga ocorre. Estes últimos indicam a dimensão da compulsão do indivíduo para o consumo. As circunstâncias onde o consumo ocorre são fundamentais para a previsão de possíveis fontes de recaída durante o seguimento. A utilização concomitante de drogas ou de álcool é a regra entre pacientes que procuram o tratamento. As informações sobre o consumo devem ser recolhidas paralelamente á história de vida do paciente, sugerindo determinado contexto contributório para o uso de drogas ( a combinação de fatores da vida do sujeito que facilitaram ou mesmo propiciaram o início do consumo, sua progressão, o surgimento dos prejuízos relacionados, a busca de tratamento ). È de fundamental importância a entrevista com um familiar do paciente, tanto para corroborar informações obtidas junto ao paciente, como para investigar fatores familiares que possam estar contribuindo para o consumo. Por exemplo, ( a família fornece dinheiro para o paciente? ). A entrevista com um familiar auxilia ainda no estabelecimento de uma rede de suporte mínimo que possa auxiliar o paciente em seus primeiros passos da abstinência. O levantamento das conseqüência físicas e psíquicas do consumo deve também ser realizada na abordagem inicial do paciente dependente. Todo o paciente deve ser avaliado, clínica e laboratorialmente, quanto ao seu estado físico, bem como possuir uma avaliação psíquica
  • 9. completa pela possibilidade de associação da dependência com os diversos quadros psiquiátricos. Sempre que possível, análises toxicológicas devem ser obtidas, como forma de verificar a veracidade das informações obtidas na história a respeito do consumo de drogas. A abordagem do paciente, como instrumento inicial do tratamento, deve incluir o contrato terapêutico assumido entre o serviço e o indivíduo, um conjunto de linhas básicas e atribuições de ambas as partes, para que o tratamento não seja enfocado como punitivo ou controlador. O contrato deve incluir a freqüência das visitas e sua duração, o comprometimento com a abstinência total ( de todas as substâncias ), métodos para evitar o contato com drogas e com outros usuários (“colegas de uso”) ou traficantes e a eliminação de restos de droga e objetos utilizados no consumo desta, por exemplo, ( cachimbos, cinzeiros, isqueiros e etc.) O paciente não deve nunca realizar sozinho esta última tarefa, pela enorme possibilidade de experimentar “fissuras” e não resistir á “despedida”. 7. Quando se faz necessário internar o paciente ? A internação geralmente está mais indicada em casos mais severos, por se constituir em refúgio mais seguro para pacientes menos capazes de resistir por conta própria ás “fissuras” pelo consumo de drogas. Deve-se enfatizar, porém, que a internação não é tratamento, más sim uma estratégia ( modalidade terapêutica ) para a promoção da abstinência, que é apenas a parte inicial do tratamento. Para que algum resultado seja obtido, a internação deve estar obrigatoriamente vinculada a seguimento ambulatorial e a grupos de auto-ajuda. Algumas indicações de tratamento hospitalar para dependentes de drogas: · Paciente com ameaça de suicídio ou comportamento auto-destrutivo · Paciente que ativamente ameaça a integridade física dos outros · Paciente com sintomas psiquiátricos graves ( psicose, depressão, mania ) · Presença de complicações clínicas importantes · Necessidade de internação por dependência de outra substância (exemplo: desintoxicação do álcool ) · Falhas recorrentes na promoção da abstinência em nível ambulatorial · Não possuem suporte social algum, ou seja, seus relacionamentos são exclusivamente com outros usuários. 8. Algumas sugestões para ajudar a parar de usar drogas Parar de usar todas as drogas incluindo o álcool. Esta é uma das tarefas mais difíceis para o dependente de cocaína aceitar. O individuo tende a focalizar todas as suas dificuldades por exemplo na cocaína, desprezando a participação das outras substâncias no seu padrão de consumo. O consumo de álcool ou de maconha frequentemente representa o primeiro passo para uma recaída no consumo da própria cocaína. Além desse fato, o consumo de qualquer substância evoca as memórias do consumo da droga principal consumida, desencadeando “fissuras” intensas. Ao consumir outra droga, o indivíduo terá menor capacidade de resistir a tais “fissuras”, recorrendo ao consumo. Os dependentes de drogas não podem manter os relacionamentos com antigos companheiros de consumo, não podem ir aos bares e outros ambientes onde costumavam encontrar esses colegas, pois o consumo de substâncias psicoativas ( drogas ou álcool ) é a atividade central dessas atividades. O indivíduo, nessas ocasiões, volta a sentir desejo intenso, como uma necessidade de consumir, não conseguindo resistir á droga. Esta é a principal razão de recaídas, pelo menos nos pacientes em tratamento. Os dependentes em tratamento nunca devem testar-se, para saber “como estão indo no tratamento”. Este fenômeno é muito visto entre pacientes, que acreditam que “passando no teste” estarão provando que voltaram a conquistar o controle sobre a droga e que “jamais irão consumir novamente”. Infelizmente, nada poderia ser mais falso que isto. Mesmo passando no “teste”, o paciente estará mais próximo de uma recaída, tanto por ter se aproximado do ambiente de consumo como, provavelmente, por excesso de autoconfiança.
  • 10. O aprendizado de como voltar a estar em sintonia com o mundo “careta” é uma das tarefas mais difíceis da recuperação. Alguns indivíduos chegam a relatar que “desaprenderam a falar” sem o efeito das drogas. Construir metas para alcançar seus objetivos é uma boa estratégia para lhe ajudar. Muitas pessoas decidem mudar algo fundamental na sua vida apoiadas somente na força de vontade. Para alguns poucos essa estratégia funciona. Para a maioria, a melhor maneira de concretizar as mudanças é combinar força de vontade com maneiras claras de operacionalizar seus objetivos. Um plano é útil na hora de medir progressos, entender erros e acertos, mudar o curso da ação, se algo não está funcionando. Pode ajudar a saber a quem recorrer quando for preciso apoio e antecipar possíveis dificuldades e o modo de enfrentá-las. No seu plano, comece por estabelecer metas, ou seja, definir aonde você quer chegar. Objetivos gerais são importantes, más insuficientes. Dizer para si mesmo “quero parar de fumar” é bom, más melhor é dizer “daqui a um mês quero ter largado esse vício”. Ter idéias de atividades que possam substituir seu uso de drogas, por exemplo : Atividades/ Situações -Fumar quando falo ao telefone -Fumar maconha toda vez que eu tenho uma briga com alguém Alternativas -Ter um copo de água ao meu lado para beber devagar, ser mais breve no telefone se a fissura para fumar aumentar muito. -Sair para tomar ar fresco, jogar futebol ou relaxar ouvindo sua música favorita para aliviar a raiva, procurar um amigo para desabafar. 9. Qual a importância do papel da família no tratamento do paciente dependente químico ? A terapia familiar é um aspecto sumamente importante na recuperação do dependente em tratamento. Durante o tratamento sempre nos deparamos com familiares com conhecimentos insuficientes sobre ( drogas, álcool e suas implicações ) para compreender a necessidade da participação no processo terapêutico e poder lidar satisfatoriamente com o problema. Preconceitos e sofrimento acumulado pelos familiares interferem com o processo terapêutico. Atenção especial deve ser dirigida aos familiares, o núcleo vivencial mínimo do paciente, para minimizar as chances de fracasso. A família necessita discutir seus (pré-) conceitos, melhorar a qualidade das relações interpessoais para criar uma real estrutura de suporte ao paciente que auxilie em sua reabilitação. Faz-se necessário que a família aprenda a não “sabotar” o processo de recuperação do paciente e mesmo sua abstinência. Os profissionais já se acostumaram com perguntas de familiares do tipo “ Mas se ele é dependente de cocaína, por que não posso oferecer uma cervejinha para ele no churrasco, junto com a família ?”. As famílias precisam lidar com negação, identificar outros possíveis casos, lidar com malentendidos, defesas mal-estruturadas, estigma e sua própria ignorância em relação ás diversas dimensões do problema da dependência de substâncias psicoativas. A mudança no estilo de vida, aspectos psicoeducacionais devem, portanto, ser incluídos em qualquer tratamento dirigido á família, qualquer que seja a orientação psicológica, com o devido cuidado de preservar o espaço de discussão do funcionamento e rotina familiar e suas
  • 11. relações interpessoais. 10. Tratamento farmacológico A utilização de intervenções farmacológicas não apenas são estratégias válidas e disponíveis, como muitas vezes salvam a vida de dependentes em determinadas condições ( emergências ) etc. Categorias dos agentes farmacológicos utilizados no tratamento das dependências: -Medicamentos para quadros de intoxicação: utilidade, por exemplo, em superdosagens -Medicamentos para abstinência: revertem ou atenuam sintomas físicos e psíquicos imediatos á abstinência. -Medicamentos para controle da compulsão: reduzem o impulso para buscar e consumir álcool e drogas -Medicamentos para controle 11. de condições psiquiátricas Tratamento co-móbidas. terapêutico As principais formas de atuação dos profissionais podem ser agrupadas segundo as modalidades: Seguimento Psicoterapia Psicoterapia Prevenção Treinamento Tratamento individual – em de da habilidades aconselhamento individual grupo recaída sociais familiar O objetivo final de todas estas técnicas é que o paciente desenvolva capacidade de evitar comportamentos associados ao consumo, lidando melhor com relacionamentos e com fontes de estresse, aumentando a auto-estima e promovendo uma mudança significativa do estilo de vida do paciente. 12. Algumas Definições Experimentador : pessoa que experimenta a droga, levada geralmente por curiosidade. Aquele que prova a droga uma ou algumas vezes e em seguida perde i interesse em repetir a experiência. Usuário Ocasional : utiliza uma ou várias drogas quando disponíveis ou em ambiente favorável, sem rupturas ( distúrbios ) afetiva, social ou profissional. Usuário Habitual : faz uso freqüente, porém sem que haja ruptura afetiva, social ou profissional, nem perda de controle. Usuário Dependente : usa a droga de forma freqüente e exagerada, com rupturas dos vínculos afetivos e sociais. Não consegue parar quando quer.
  • 12. Dependência : quando a pessoa não consegue largar a droga, porque o organismo acostumouse com a substância e sua ausência provoca sintomas físicos ( quadro conhecido como síndrome da abstinência ), ou porque a pessoa acostumou-se a viver sob os efeitos da droga, sentindo um grande impulso de usá-la com freqüência (“fissura”). Escalada : é quando a pessoa passa do uso de drogas consideradas “leves” para as mais “pesadas”, ou quando, com uma mesma droga, passa de consumo ocasional para consumointenso. Tolerância : quando o organismo se acostuma com a droga e passa a exigir doses maiores para conseguir os mesmos efeitos. Poliusuário : pessoa que utiliza combinação de várias drogas simultaneamente, ou dentro de um curto período de tempo, ainda que tenha predileção por determinada droga. Overdose : dose excessiva de uma droga, com graves implicações físicas e psíquicas, podendo levar á morte por parada respiratória ou cardíaca. 12. Perguntas Existem drogas que leves não e querem drogas calar pesadas ? Esta é uma questão que sempre causa discussões e, por isso, há mais de uma posição a respeito. Do ponto de vista da lei, não há diferença entre drogas leves e pesadas, mas apenas entre drogas legais e ilegais (ou lícitas e ilícitas). Fumar maconha ou injetar cocaína, por exemplo: as duas atitudes infringem igualmente a lei. Na prática, porém, o uso de maconha raramente chega a ter as mesmas conseqüências perigosas à saúde que o de cocaína. Além disso, sabemos que os riscos relacionados ao consumo de drogas dependem mais da maneira e das circunstâncias em que elas são usadas do que do tipo de droga utilizado. Mesmo para os dependentes, os perigos dependem do grau de dependência e não da natureza da droga e de ela ser lícita ou ilícita. A morfina, substância legalizada, cujos efeitos são muito semelhantes aos da heroína, poderia ser considerada uma droga pesada, e, apesar disso, ela é receitada para pacientes com câncer, sem que necessariamente eles se tornem dependentes. Na verdade, não deveríamos falar em drogas leves e pesadas, mas sim em uso leve e uso pesado de drogas. Com relação ao álcool, por exemplo, existem dependentes que nunca conseguem beber moderadamente; ao mesmo tempo, existem usuários ocasionais, que jamais se tornarão dependentes de álcool. Para os primeiros, o álcool é uma droga extremamente perigosa (droga pesada), enquanto para os últimos o álcool é um produto inofensivo (droga leve). As substâncias ilegais são mais perigosas do que as legalizadas ? Nem sempre. Os perigos relacionados ao uso de drogas dependem de diversos fatores, como já vimos: que droga é utilizada, em quais condições e quem é o usuário. O fato de a substância ser legal ou ilegal não tem uma relação direta com o perigo que oferece. Temos a tendência de achar que substâncias como o álcool, já que são legalizadas, não são tão problemáticas e prejudiciais quanto as drogas ilegais, o que é um engano. Assim, observamos que na nossa cultura somos demasiadamente tolerantes com relação às drogas
  • 13. legalizadas As drogas (álcool, naturais são medicamentos, menos perigosas do fumo que as drogas etc.). químicas ? Não. Substâncias obtidas a partir de plantas, como a cocaína, podem ser tão ou até mesmo mais perigosas do que as drogas produzidas em laboratórios, como o LSD. Todo usuário de drogas vai se tornar um dependente ? A maioria das pessoas que consomem bebidas alcoólicas não se torna alcoólatra (dependente de álcool). Isso também é válido para grande parte das outras drogas. De maneira geral, as pessoas que experimentam drogas o fazem por curiosidade e as utilizam apenas uma vez ou outra (uso experimental). Muitas passam a usá-las de vez em quando, de maneira esporádica (uso ocasional), sem maiores conseqüências na maioria dos casos. Apenas um grupo menor passa a usar drogas de forma intensa, em geral quase todos os dias, com conseqüências danosas (dependência). O grande problema é que não dá para saber, entre as pessoas que começam a usar drogas, quais serão apenas usuários experimentais, quais serão ocasionais e quais se tornarão dependentes. É importante lembrar, porém, que o uso, ainda que experimental, pode vir a produzir danos à saúde da pessoa. O tratamento de um dependente químico com medicações pode fazer com que ele se torne dependente de remédios ? No tratamento da dependência tenta-se sempre evitar o uso de medicações que possam ocasionar esse problema. A maioria dos remédios receitados pelo médico nesses casos não causam dependência. Alguns, como benzodiazepínicos, barbitúricos e metadona, podem vir a causar dependência, mas, ainda assim, podem ser usados, desde que sob controle médico, por determinados períodos de tempo e em doses adequadas. Quais são as razões que levam uma pessoa a usar drogas ? Muitas são as razões que podem levar alguém a usar drogas. Cada pessoa tem seus próprios motivos. Os pais não devem tirar conclusões apressadas se suspeitam ou descobrem se o filho ou filha usou ou está usando drogas. É preciso que escutem com muita atenção o que o filho ou a filha tem a dizer para poderem compreender o que está acontecendo. Entre os possíveis motivos, destacamos: A oportunidade surgiu e o jovem experimentou.O fato de um jovem experimentar drogas não faz dele um dependente. Porém, mesmo experiências aparentemente inocentes podem resultar em problemas (com a lei, por exemplo). Um jovem que usou drogas passa a ser tratado muitas vezes como "drogado" por seus pais ou professores. O excesso de preocupação com o uso experimental de drogas pode tornar-se muito mais perigoso do que o uso de drogas em si.Diante dessa situação os pais não se devem desesperar. Reagir com agressividade e com violência pode até mesmo empurrar o jovem para o abuso e a dependência de drogas. Os pais devem alertá-lo sobre possíveis riscos e, se possível, conversar francamente sobre o assunto, aproveitando a oportunidade. O uso de drogas pode ser visto como algo excitante e ousado pelos jovens.Cabe aos adultos
  • 14. alertar os jovens sobre os riscos relacionados com o uso de drogas. Entretanto, muitas vezes são justamente os riscos envolvidos que podem exercer atração sobre eles. Esta é uma das críticas que são feitas às campanhas antidrogas de caráter amedrontador, que exageram os riscos. Assim, quando se falar em riscos, a informação deverá ser objetiva, direta e precisa, caso contrário o efeito poderá até mesmo ser oposto ao desejado. Grande parte dos jovens conhece pessoas que usam maconha e que nunca se interessaram por outras drogas. Para eles, a afirmação de que "a maconha é a porta de entrada..." pode soar mentirosa e, como consequência, deixarão de ouvir os adultos em assuntos realmente importantes. Por outro lado, se o jovem que ouve essa afirmação nunca experimentou drogas e pouco conhece do assunto, ele pode ficar muito curioso, principalmente porque para os adolescentes assumir riscos faz parte do jogo, em que o próprio risco é transformado em desafio.Por exemplo, alertar os jovens sobre os riscos de se consumir bebida alcoólica e depois sair dirigindo pode ser feito de forma clara, precisa e objetiva. Isso é muito mais educativo do que discursos dramáticos e aterrorizantes sobre os malefícios do álcool. Dizer de outra forma, tentar exagerar os riscos e perigos pode ser um estímulo ao uso de drogas, principalmente para os jovens. As drogas podem modificar o que sentimos. Esse poder de transformação das emoções pode se tornar um grande atrativo, sobretudo para os jovens. A melhor maneira de tentar neutralizar a atração que as drogas exercem seria estimular os jovens a experimentar formas nãoquímicas de obtenção de prazer. Os "baratos" podem ser obtidos através de atividades artísticas, esportivas, etc. Cabe aos adultos tentar conhecer melhor os jovens para estimulálos a experimentar formas mais criativas de obter prazer e sensações intensas. Muitas pessoas acreditam que os jovens acabam consumindo drogas pela influência de colegas e amigos (pressão de grupo).Embora a "pressão do grupo" tenha influência, sabemos que a maioria dos grupos tem um discurso contrário às drogas; mesmo assim, alguns jovens acabam se envolvendo. Mais importante do que estar em acordo com o grupo é estar bem consigo mesmo. Os jovens que dependem exageradamente da aprovação do grupo são justamente aqueles que têm outros tipos de problemas (por exemplo, sentem-se pouco amados pelos pais, deslocados, pouco atraentes, etc.). O uso de drogas pode ser uma tentativa de amenizar sentimentos de solidão, de inadequação, baixa auto-estima ou falta de confiança.Nesses casos, é importante tentar ajudar o jovem a superar as dificuldades sem a necessidade de recorrer às drogas. Os pais devem dar segurança para seus filhos através do afeto. Eles devem se sentir amados, apesar de seus defeitos ou de suas dificuldades. Mas não existe uma pressão externa para consumir drogas? Sim, essa pressão certamente existe. Nossa sociedade tem como um de seus maiores objetivos a felicidade. O grande problema é que tristeza, descontentamento e solidão passam a ser vistos como situações a serem eliminadas, quando, na verdade, elas fazem parte da vida e devem ser compreendidas e transformadas. Desde muito cedo, as crianças têm um modelo de felicidade diretamente ligado ao consumismo: o que podemos comprar poderá nos trazer satisfação e felicidade. As propagandas de álcool, cigarro e chocolate veiculam esse modelo, para vender seus produtos. A crença ingênua de que "podemos comprar a felicidade" e de que "tristeza e solidão devem ser evitadas a qualquer preço" constituem o mesmo padrão de relação que os dependentes (consumidores) estabelecem com as drogas (produtos). Nesse sentido, podemos dizer que os "drogados" estão apenas repetindo o modelo de sociedade que lhes oferecemos.
  • 15. Consumir drogas é uma forma de obtenção de prazer. Isso não pode ser negado. Devemos ter em mente queexistem maneiras de se obter prazer cujo preço a pagar pode ser muito alto. Devemos ensinar aos jovens que a fórmula de "felicidade a qualquer preço" imposta pela sociedade aos indivíduos não é a melhor maneira de se viver. No comércio de drogas, jovens são muito utilizados pelos traficantes como intermediários (conhecidos como "aviões") na venda de drogas ilícitas. Esse comércio lucrativo torna-se uma alternativa de ganho, ainda que ilegal, mas também favorece o contato dos jovens com as drogas, com a violência e com as doenças a elas relacionadas. http://interessantte.blogspot.com.br/2009/04/drogas-psicoativas-seus-efeitos.html DROGAS DE ABUSO Caracterização: possui uso Todas as drogas ilícitas causam dependência, mas nem toda droga que causa dependência é ilícita. proibido. Dependência Física e Psicológica – Agentes que alteram o comportamento são passíveis de excesso (abuso); Fatores psicossociais; - Dificilmente um indivíduo torna-se “viciado” por prescrições médicas; a confusão existe já que drogas para a dor, ansiedade e hipertensão produzem tolerância e dependência física – são adaptações fisiológicas normais. Obs. Não se deve evitar administrar uma droga necessária (por exemplo, morfina), mesmo sendo um opióide porque “causam dependência”. - O uso abusivo e a dependência são síndromes comportamentais que variam entre uso mínimo e o uso máximo abusivo. - Vício = uso compulsivo da droga, mesmo que o uso leve a problemas sociais e físicos. Termos: Addiction = vício Adicto = viciado Origem da dependência química – - Multifatorial: - Droga – custo, acesso, velocidade de ação, pureza, potência, modo de administração. Figura 44. Usuário – hereditariedade e sintomas psiquiátricos. Ambiente – contexto social e influências. - Droga – desencadeia efeitos prazerosos; para ser abusiva deve ser muito prazerosa; quanto maior a capacidade de a droga causar alteração dos neurotransmissores, maior a capacidade viciante. Figura 45. Quanto mais rápido for o início da ação da droga em questão, maior a possibilidade do uso abusivo. Por exemplo, drogas como cocaína, anfetamina, etanol, opióides e nicotina são drogas que influem nos níveis de dopamina no sistema nervoso central. Figura 40. Figura 40: Vias de administração das drogas e suas atuações em todo o organismo. - Variedades do usuário: - Diferenças fisiológicas na concentração (mg/Kg) – genes que codificam o poder enzimático; Filhos de indivíduos alcoólicos têm maior predisposição ao vício. Local de alteração: ocorre inicialmente a ingestão do álcool com posterior metabolização hepática sob ação da enzima álcool desidrogenase formando acetaldeído (composto responsável pelas sensações da ressaca). Este acetaldeído deverá ser metabolizado pela enzima ALDH2 inativando o poder do acetaldeído. O que ocorre, por exemplo, em orientais, é um poder diminuído desta ALDH2 não metabolizando tão rapidamente o acetaldeído, originando a “síndrome do acetaldeído”. - Distúrbios psiquiátricos: pessoas ansiosas, com insônia, depressão, timidez, são mais sujeitas ao uso de drogas. - Variedades ambientais: a idade é um fator que deve ser considerado. O período da adolescência é um período crítico já que há uma necessidade de auto-afirmação, há construção de valores, necessidade de destaque num grupo de amigos. Outros fatores são considerados como a situação financeira e exemplos familiares. Figura 41.
  • 16. - Tolerância: é um fenômeno muito comum observado com o uso repetido de drogas = redução da resposta orgânica após o uso da mesma quantidade da droga – “downregulation” de receptores. Por exemplo: o benzodiazepínico Diazepam produz sedação numa dose inicial que varia de 5-10mg – o uso continuado desta droga chega a originar sedação só em dosagens de Diazepam acima de 1000mg. - Sensibilização: também denominada tolerância reversa – é observada em administrações de cocaína e anfetamina. A sensibilização caracteriza-se por produzir respostas maiores com a repetição de mesmas doses de drogas. Este fenômeno explica-se, em parte, por uma inicial subsensibilização dos receptores présinápticos (responsáveis pelo feedback negativo com bloqueio da liberação da droga para a fenda sináptica). Esquema 2. Esquema 2: sensibilização e tolerância – fenômenos observados no organismo humano. Dependência Física – Resultado da tolerância (adaptação) provocada por reajustes dos mecanismos fisiológicos. Síndrome de Abstinência – Evidencia real da dependência física. Causada pela interrupção abrupta do uso da droga, é proporcional aos efeitos prazerosos, mas de forma inversa. Exemplos: Cocaína Maconha Álcool – Heroína – variações Propranolol – hipertensão de rebote. de – – delírio temperatura, e coma e depressão; irritabilidade; tremores; convulsões; “Viciado Clínico” – é aquele paciente que ingere cada vez mais remédios (antidepressivos e ansiolíticos) sem o conhecimento do médico – este paciente geralmente simula sintomas, roubando medicamentos do prontosocorro. Modelo Psicofarmacológico da Dependência Figura 41: modelo da dependência levando em consideração as variantes psicológicas, genéticas, físicas e ambientais. Questões Clínicas – É muito comum na clínica médica observarmos pacientes que misturam drogas a fim de atenuar ou acentuar os efeitos estimuladores. 1. Depressores do sistema nervoso central – Etanol (Álcool) - O álcool é uma droga depressora do sistema nervoso central – provoca sono e, em doses acentuadas, coma. Há uma propriedade bifásica do álcool: (Esquema 3) Em grandes doses = depressora – “black out amnésico” - Em baixas doses = estimuladora – excitante. Esquema 3: variação do humor em relação às concentrações de etanol no plasma. Alcoólicos: sofrem tolerância, isto é, não se observa a curva depressiva no indivíduo, sendo que a droga só lhe proporciona efeitos prazerosos em grandes quantidades. Como o indivíduo não sofre depressão, não possui reforço negativo e não pára de beber – torna-se dependente químico. Sintomas: - Incoordenação motora; o indivíduo torna-se conversador; excitação; ataxia; anestesia.
  • 17. Sonolência; Coma alcoólico. - Nos alcoólicos a margem de segurança é menor, isto é, chegam à “overdose” com maior facilidade, sem perceber (assintomático). Dependência é inevitável. - Síndrome de abstinência: considerada grave, apresenta tremores, incoordenação motora, náuseas, taquicardia, sudorese e alucinações. - O uso de álcool durante a gestação causa retardo mental fetal: o álcool tem facilidade em atravessar a barreira placentária. Obs. O álcool provoca tolerância cruzada com alguns sedativos, como por exemplo, os benzodiazepínicos (Diazepam®) – aumentam os sintomas da depressão e o índice de suicídio. Intervenção: detoxificação; uso de drogas para diminuir abstinência (ação cruzada); Dissulfiram – droga que inibe o metabolismo do álcool = síndrome do acetaldeído (ressaca). 2. Drogas psicoestimulante – Cocaína - Cocaína: apresenta-se na forma de alcalóide (folhas de coca), em forma de pó (cloridrato) para administrações intravenosas e intranasais, tem função de anestésico local. - Há aumento da noradrenalina, serotonina e dopamina no sistema nervoso central – a cocaína exerce bloqueio da recaptação. Sintomas: Melhora o desempenho em tarefas de vigilância e alerta; Melhora a autoconfiança; Sensação de bem-estar; Estimulação central (pensamento) e motora (inquietação); Anorexia; aumento da pressão arterial (infartos são comuns); convulsões; Após doses repetidas: alucinações, paranóias e irritabilidade; - Diminuição do sono REM (sono que restabelece o equilíbrio cerebral e realiza consolidação da memória). - Meia vida plasmática = 50 minutos (o desejo pela droga aparece após 10-30 minutos do uso). - Associações com álcool são comuns para que se diminua a sensação de irritabilidade. Obs. Usada antes do ato sexual, a cocaína desencadeia orgasmo prolongado e intenso. A longo prazo, realiza efeito oposto. Tolerância é bem Dependência: inevitável (ânsia pela droga) – dependência Síndrome de Abstinência: depressão, bradicardia e ânsia pela - Intervenções: uso da droga desipramina (antidepressivo tricíclico – inibe a recaptação de noradrenalina e - A cocaína causa lesões fetais: lesões ao sistema nervoso (cognitivas) e distúrbios motores. Cocaína Utilização - no Sistema de interferência Nervoso Glicose Central da pelo - observada. psicológica. droga. serotonina, dopamina). PETScan SNC droga. Figura 42: Efeito da cocaína no sistema nervoso central. Realizado um PET-SCAN no qual observamos um metabolismo inadequado de glicose cerebral na presença da cocaína. 3. Maconha (haxixe) - Canabinóide - Cannabis sativa (planta fibrosa usada ao longo do tempo para fabricação de cordas e tecidos) – (as pontas floridas desta planta possuem a maior concentração de delta-9-tetraidrocanabinol). A substância ativa: delta-9-tetraidrocanabinol (THC). São considerados psicolépticos. - Foi encontrado um receptor específico para o delta-9-THC no sistema nervoso central – há suspeita de produção endógena desta droga. Canabinóides Neurotransmissores? São receptores acoplados à proteína G. São encontrados principalmente no córtex motor e na via da dor. - Dois tipos de receptores são atualmente conhecidos: CB1 (cerebral) e CB2 (periférico). - Vale destacar que o CB1 é o mais abundante dos receptores acoplados à proteína G dentro do sistema nervoso central. - Dentre as moléculas candidatas a neurotransmissor ligante dos receptores CB encontra-se a anandamida (palavra em sânscrito para “felicidade eterna”) – derivado do ácido araquidônico. - Estímulos dolorosos aumentam a liberação da anandamida. - Sintomas do uso da maconha:
  • 18. - cognitivo; mental Analgesia; Tempo de reação diminuído – deficiência no aprendizado e memória; Aumento do apetite; Bloqueio de secreções e vasodilatação seletiva (esclera) – “olhos de fogo”; - Relacionada ao desencadeamento da síndrome do pânico, psicoses agudas, alucinações e esquizofrenia. Síndrome amotivacional: abandono das atividades escolares e sociais. Em altas doses podem causar alucinações. - Aumentam o apetite e causam relaxamento muscular. São também anticonvulsivantes. - Percepção Comprometimento lenta; confusão Abstinência: considerada leve – como sintomas: irritação, insônia e agitação. - Considerações: pouco se sabe sobre a ação da maconha no organismo humano. Antigamente, imaginava-se uma baixa concentração nas pontas floridas da Cannabis sativa mas com o tempo, foi ocorrendo uma melhora genética deste composto (SKANK) – hoje atingem-se níveis de até 25% de delta-9-THC, com efeitos orgânicos ainda desconhecidos. 4. Opióides Representantes principais: Heroína e Morfina. São obtidos da semente da papoula. Quando o indivíduo ingere heroína haverá biotransformação em morfina. - Observa-se dependência iatrogênica: inicia-se o uso do opióide com funções terapêuticas evoluindo para um uso abusivo. - Pode ser injetada (heroína e morfina) e ou fumada (heroína) – cachimbos (ópio). - A morfina possui uso terapêutico no tratamento da dor intensa: há ação no sistema nervoso central como hidromorfona (ação curta) no tratamento da dor aguda (pacientes com infarto do miocárdio, acidentes graves, câncer) e morfina oral e ou metadona (ação mais prolongada) no tratamento da dor crônica. - Vale destacar que a heroína possui atividade excitatória (euforia) seguida de ação ansiolítica (relaxante) e analgésica (na forma de morfina). Altamente viciantes: pacientes simulam situações para tomar a droga. - A heroína é o opióide mais freqüente – administrado via nasal, endovenosa ou por mucosas. - Tolerância é atingida rapidamente. - Efeitos: prazer intenso semelhante ao orgasmo sexual só que ocorre no abdome, seguida de sono e relaxamento. Há atividade analgésica e diminuição da agressividade. Podem ocorrer alucinações. - Há interferências nos opióides endógenos alterando diretamente o eixo hipotálamo-pituitário-gonadal e o eixo hipotálamo-pituitário-adrenal. - Síndrome de Abstinência: considerada grave – observa-se ânsia pela droga; agressividade; irritação; sensibilidade dolorosa; vômitos; insônia; taquicardia; variações térmicas (febres). - Intervenções: detoxificação com o uso de tolerância cruzada. Uso de clonidina e ativação de opióides endógenos do sistema nervoso central. Esquema 4. Troca-se heroína por metadona no início do tratamento. - Antagonistas opióides são utilizados, como é o caso de Naloxona, administrado por via intramuscular ou intravenosa, são capazes de reverter, em pequenas doses (0,4 a 0,8mg) o efeito da ativação dos receptores MOP. Observa-se recuperação da freqüência respiratória em 1-2 minutos, efeitos sedativos são deprimidos e retoma-se a pressão arterial. Maiores doses são utilizadas em usuários de narcóticos: 1mg do Naloxona são eficientes no bloqueio de 25mg de heroína. Esquema 4: variação dos estados emocionais na presença do opióide Heroína (curta duração) e Metadona (longa duração). Observe as variações de humor que a heroína proporciona para o indivíduo. A tabela abaixo mostra a relação entre os opióides analgésicos no que diz respeito a posologia – Nome Via de Administração Dose (mg) Duração da Ação (horas) Morfina IM, Oral, Subcutâneo 10 60 (oral) 4 4 a 7 (oral) Hidromorfona IM, Subcutâneo 1,3 4a5 Heroína IM, Subcutâneo 5 4a5 Metadona IM 10 4a5 a 5
  • 19. Fentanil IM 0,1 1a2 Codeína IM Oral 130 200 4 4a6 a 6 5. Nicotina - Caracteriza-se Quando fumada, Associação com por atinge fatos dependência prolongada (influência das variáveis). o cérebro em menos de 7 segundos – reforço constante. prazerosos: ato sexual, pós-prandial, intervalos das aulas. Ações: A nicotina é estimulante e depressora. O usuário sente-se mais alerta apesar de relaxado (musculatura). Acometem o sistema de via de reforço positivo no núcleo accúmbens. Abstinência: irritabilidade, ansiedade, inquietação e bradicardia. - Intervenções: substituir o vício por outro; utilização da clonidina (diminuição dos efeitos periféricos) e antidepressivos como fluoxetina (Prozac®). 6. Agentes Psicodélicos – Alucinógenos LSD: dietilamida PCP: fenciclidina - MDMA: ecstasy (“droga do amor”). Figura 43. Acometimento Cerebral - Ecstasy do (semelhante “Droga do ácido ao Amor” - Agente lisérgico. MK801). Psicodélico Figura 43: atuação do ecstasy no sistema nervoso central. - Psilocibina Grupos e alucinógenos: Sensações Dilatação pupilar, aumento da “Viagem ruim” – ansiedade - Intervenção: Diazepam (20mg VO). Psilocina: indolamínicos de pressão arterial, grave, depressão cogumelos e (chá). psilocibina. Efeitos: Alucinações; Paranóias; Depressão; pânico; salivação e hiperreflexia. e pensamentos suicidas. Apresentação das Drogas Barbitúricos e Benzodiazepínicos Maconha - THC LSD Cocaína Figura 44: algumas formas encontradas das drogas de abuso. Retirado de www.antidrogas.com.br 7. Inalantes Drogas como éter, clorofórmio, solventes orgânicos de maneira geral. - São substâncias voláteis de ação rápida que não causam grande dependência por fazer efeito muito rápido – ausência do reforço positivo da droga. São potencialmente mutagênicos e alucinogênicos. - Destroem as bainhas de mielina dos neurônios do sistema nervoso central. É considerada uma das mais prejudiciais drogas de ação neuronal. São agonistas cardiovasculares. Causam tonteiras e rubor.
  • 20. 8. Anfetaminas Possuem efeitos anoréxicos. - Atuam no sistema nervoso de forma a acelerar a liberação das aminas nas fendas sinápticas (simpaticomiméticos). Como pró-drogas: fenproporex e anfepramona são os mais citados. - São neuroestimulantes. 9. Cafeína É uma droga psicoativa. Ansiogênica. Altera o padrão de sono – geralmente causam insônia prolongada. Causam irritação do trato gastrointestinal. - Causam dependência devido às associações com fenômenos prazerosos como intervalos de aulas, pósprandial, reuniões com amigos. Obs. Um fato interessante a ser destacado é que a via mesolímbica é a via responsável pelos reforços positivos (via do prazer) e negativos. O neurônio disparador da via é dopaminérgico, mas as inervações a ele são variadas: 5-HT, por exemplo. Por isso um antidepressivo é uma droga que atua na inibição da recaptação da serotonina e não da dopamina, por exemplo, com efeitos finais tão benéficos quanto aquelas drogas que inibem a recaptação da dopamina. Esquema 5. Esquema 5: via do prazer (dopaminérgica) estimulada por diferentes neurotransmissores - “disparadores”. O poder de cada droga Figura 45: comparações entre o poder de cada droga levando em consideração a acessibilidade e o poder viciante.