O documento discute a passagem da vida corpórea para a vida espiritual após a morte. Explica que a alma sente dor ou prazer, não o corpo, e que a sensação durante a separação da alma e do corpo depende da ligação entre o fluido perispiritual e o corpo.
2. Muitas pessoas não temem propriamente a
morte, o que temem é o momento da transição.
Sofreremos ou não ao fazer essa passagem?
3. Ao vermos a tranquilidade
de algumas mortes e as
terríveis convulsões da
agonia em outras, já
podemos perceber que as
sensações não são
sempre as mesmas.
4. A matéria inerte é insensível.
Só a alma experimenta as sensações de
prazer e dor.
5. Durante a vida qualquer desagregação da
matéria repercute na alma através de uma
impressão mais ou menos dolorosa.
É a alma que sofre e não o corpo, pois esse é
apenas o instrumento da dor e a alma o
paciente.
6. Após a morte, estando o corpo
separado da alma, pode ser
livremente mutilado que nada
sente.
A alma, estando isolada do
corpo não é atingida por
nenhum efeito da destruição
deste.
7. Durante a vida, o fluido perispiritual impregna
todo o corpo, servindo de veículo das
sensações físicas para a alma.
É também por esse intermediário que a alma
age sobre o corpo e dirige os seus
movimentos.
8. A extinção da vida orgânica produz a
separação da alma e do corpo pelo
rompimento da ligação fluídica, mas essa
separação nunca se verifica de maneira
brusca.
9. O fluido perispiritual se desprende pouco
a pouco de todos os órgãos, de maneira
que a separação só se completa
quando não resta mais um único átomo
do perispírito unido a uma molécula do
corpo.
10. A sensação dolorosa que a alma
experimenta nesse momento está na
razão da quantidade de pontos de
contato existentes entre o corpo e o
perispírito, determinando a maior ou
menor dificuldade ou a lentidão da
separação
11. Se no momento da extinção da vida
orgânica o desprendimento do
perispírito já se tiver completado, a
alma não sentirá absolutamente nada.
12. Se nesse momento a união dos dois elementos ainda
estiver em toda a sua força, se verificará uma espécie
de ruptura.
13. Se a união já
estiver
enfraquecida, a
separação será
fácil e se dará
sem choque.
14. Se, após a completa extinção da vida
orgânica ainda existirem numerosos pontos
de contato entre o corpo e o perispírito, a
alma poderá sentir os efeitos da
decomposição do corpo até que as
ligações sejam completamente rompidas.
15. O sofrimento que acompanha a morte
decorre do estado de aderência do espírito
ao corpo e tudo o que possa facilitar a
diminuição desse estado e acelerar a
separação, torna a passagem menos
penosa.
16. É sobretudo nos casos de suicídio que essa
situação se faz penosa. O corpo continuando
ligado ao perispírito por todas as suas
fibras, faz que repercutam na alma todas as
suas convulsões, produzindo-lhes sofrimentos
atrozes.
17. A presteza do desprendimento depende
do grau de desenvolvimento moral do
espírito.