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Redes Sociais,
Manifestações Políticas
&
Granovetter s Model
Fernando Mauro Ferreira, PMPJunho de 2013
br.linkedin.com/in/FernandoFerreira
2 / 12
Mark Granovetter
 Mark Granovetter (1943 - ) sociólogo
americano, professor da universidade de
Stanford criou, na década de 80 a teoria dos
“strong & weak ties” (laços fortes e fracos)
 De acordo com essa teoria, durante a nossa
vida estabelecemos diferentes tipos de
relacionamentos (laços fortes e fracos), com
diferentes grupos sociais. http://en.wikipedia.org/wiki/Mark_Granovetter
br.linkedin.com/in/FernandoFerreira
3 / 12
 Laços fortes são estabelecidos com pessoas
mais próximas a nós, com as mesmas crenças,
costumes, visões e valores.
 Laços fracos são estabelecidos com outras
pessoas com as quais não nos relacionamos
com a mesma intensidade.
 Porém, é através desses laços “fracos” que nos
conectamos a outras realidades, oportunidades
e somos expostos a novos fatores de inovação.
Laços Fortes e Fracos
br.linkedin.com/in/FernandoFerreira
4 / 12
 O curioso é que os laços fracos
funcionam como bridges entre
diferentes clusters sociais, como
numa rede neural.
 Esse tipo de relacionamento “fraco”
foi impulsionado nos últimos tempos
através das redes sociais virtuais.
 Exemplo: Facebook.
A força dos laços fracos
br.linkedin.com/in/FernandoFerreira
5 / 12
 Outro ponto fundamental da teoria de
Granovetter é o conceito de
Threshold, segundo o qual cada indíviduo tem
um fator de tolerância (limite) ou “ponto de
ebulição”
 Assim, a ação coletiva de um ou vários grupos
sociais é desencadeada a partir do momento
em que o “ponto de ebulição” individual é
ultrapassado, gerando uma reação em cadeia
por toda a rede.
“Ponto de Ebulição” (Threshold)
br.linkedin.com/in/FernandoFerreira
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Diversidade e Mobilização
 Agora, curiosa mesmo é a constatação de que
quanto maior a diversidade de “pontos de
ebulição” (Thresholds), maior a capacidade de
mobilização de diferentes grupos sociais.
 Isso ajuda a explicar como uma manifestação de
grupos sociais heterogêneos acontece.
 É diferente, por exemplo, de uma manifestação
organizada por poucos sindicatos homogêneos,
verdadeiros clusters.
br.linkedin.com/in/FernandoFerreira
7 / 12
Exemplo1: Apatia  Mobilização = 0
 No exemplo ao lado, X representa um grupo
social composto por 4 (I)ndivíduos: a1,a2,a3,a4
 Cada indivíduo tem seu próprio nível de
tolerância (T) frente a um determinado
contexto social e político.
 Nesse exemplo, todos esperam que pelo menos
01 (uma) pessoa se mobilize, mas como o
grupo é bastante homogêneo e T>0 para todos,
nada acontece.
br.linkedin.com/in/FernandoFerreira
8 / 12
Exemplo2: Baixa mobilização
 No exemplo ao lado, Y também representa um
grupo homogêneo, mas repare que o grau de
tolerância de a1 é baixíssimo (T=0)
 Indivíduos a2, a3, a4 esperam que pelo menos
2 pessoas se mobilizem, o que não acontece.
 Somente a1 se mobiliza (porque T=0),
independente da ação dos outros indvíduos.
br.linkedin.com/in/FernandoFerreira
9 / 12
Exemplo3: Alta mobilização
 O grupo Z representa um grupo heterogêneo
 Laços fracos foram criados rapidamente através
das redes virtuais;
 Repare que o grau de tolerância (T) é muito
diversificado:
• a1: “vai para a rua” de qualquer jeito.
• a2: se pelo menos 1 pessoa “se mexer”, também vou.
• a3: só sai da “zona de conforto”, se 02 saírem.
• a4: é conservador, mas também tem seu limite (T=3)
Mobilização total
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Conclusão
 As redes virtuais criaram novas “sinapses
sociais” em grupos heterogêneos.
 Os laços fracos criados através dessas
redes virtuais geram bridges entre
clusters sociais heterogêneos.
 Quanto maior a variedade de limites de
tolerância em um grupo social, maior a
capacidade de mobilização.
br.linkedin.com/in/FernandoFerreira
11 / 12
Referência Bibliográfica
 Stanford University Dept. of Sociology
http://www.stanford.edu/dept/soc/people/mgranovetter/
 “The Strenght of Weak Ties”
http://stanford.io/tck4D
Granovetter's Model Social Networks Political Mobilization

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  • 1. Redes Sociais, Manifestações Políticas & Granovetter s Model Fernando Mauro Ferreira, PMPJunho de 2013
  • 2. br.linkedin.com/in/FernandoFerreira 2 / 12 Mark Granovetter  Mark Granovetter (1943 - ) sociólogo americano, professor da universidade de Stanford criou, na década de 80 a teoria dos “strong & weak ties” (laços fortes e fracos)  De acordo com essa teoria, durante a nossa vida estabelecemos diferentes tipos de relacionamentos (laços fortes e fracos), com diferentes grupos sociais. http://en.wikipedia.org/wiki/Mark_Granovetter
  • 3. br.linkedin.com/in/FernandoFerreira 3 / 12  Laços fortes são estabelecidos com pessoas mais próximas a nós, com as mesmas crenças, costumes, visões e valores.  Laços fracos são estabelecidos com outras pessoas com as quais não nos relacionamos com a mesma intensidade.  Porém, é através desses laços “fracos” que nos conectamos a outras realidades, oportunidades e somos expostos a novos fatores de inovação. Laços Fortes e Fracos
  • 4. br.linkedin.com/in/FernandoFerreira 4 / 12  O curioso é que os laços fracos funcionam como bridges entre diferentes clusters sociais, como numa rede neural.  Esse tipo de relacionamento “fraco” foi impulsionado nos últimos tempos através das redes sociais virtuais.  Exemplo: Facebook. A força dos laços fracos
  • 5. br.linkedin.com/in/FernandoFerreira 5 / 12  Outro ponto fundamental da teoria de Granovetter é o conceito de Threshold, segundo o qual cada indíviduo tem um fator de tolerância (limite) ou “ponto de ebulição”  Assim, a ação coletiva de um ou vários grupos sociais é desencadeada a partir do momento em que o “ponto de ebulição” individual é ultrapassado, gerando uma reação em cadeia por toda a rede. “Ponto de Ebulição” (Threshold)
  • 6. br.linkedin.com/in/FernandoFerreira 6 / 12 Diversidade e Mobilização  Agora, curiosa mesmo é a constatação de que quanto maior a diversidade de “pontos de ebulição” (Thresholds), maior a capacidade de mobilização de diferentes grupos sociais.  Isso ajuda a explicar como uma manifestação de grupos sociais heterogêneos acontece.  É diferente, por exemplo, de uma manifestação organizada por poucos sindicatos homogêneos, verdadeiros clusters.
  • 7. br.linkedin.com/in/FernandoFerreira 7 / 12 Exemplo1: Apatia  Mobilização = 0  No exemplo ao lado, X representa um grupo social composto por 4 (I)ndivíduos: a1,a2,a3,a4  Cada indivíduo tem seu próprio nível de tolerância (T) frente a um determinado contexto social e político.  Nesse exemplo, todos esperam que pelo menos 01 (uma) pessoa se mobilize, mas como o grupo é bastante homogêneo e T>0 para todos, nada acontece.
  • 8. br.linkedin.com/in/FernandoFerreira 8 / 12 Exemplo2: Baixa mobilização  No exemplo ao lado, Y também representa um grupo homogêneo, mas repare que o grau de tolerância de a1 é baixíssimo (T=0)  Indivíduos a2, a3, a4 esperam que pelo menos 2 pessoas se mobilizem, o que não acontece.  Somente a1 se mobiliza (porque T=0), independente da ação dos outros indvíduos.
  • 9. br.linkedin.com/in/FernandoFerreira 9 / 12 Exemplo3: Alta mobilização  O grupo Z representa um grupo heterogêneo  Laços fracos foram criados rapidamente através das redes virtuais;  Repare que o grau de tolerância (T) é muito diversificado: • a1: “vai para a rua” de qualquer jeito. • a2: se pelo menos 1 pessoa “se mexer”, também vou. • a3: só sai da “zona de conforto”, se 02 saírem. • a4: é conservador, mas também tem seu limite (T=3) Mobilização total
  • 10. br.linkedin.com/in/FernandoFerreira 10 / 12 Conclusão  As redes virtuais criaram novas “sinapses sociais” em grupos heterogêneos.  Os laços fracos criados através dessas redes virtuais geram bridges entre clusters sociais heterogêneos.  Quanto maior a variedade de limites de tolerância em um grupo social, maior a capacidade de mobilização.
  • 11. br.linkedin.com/in/FernandoFerreira 11 / 12 Referência Bibliográfica  Stanford University Dept. of Sociology http://www.stanford.edu/dept/soc/people/mgranovetter/  “The Strenght of Weak Ties” http://stanford.io/tck4D