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AS DIFERENTES ABORDAGENS SOBRE FENÔMENOS QUÍMICOS NOS
         LIVROS DA 8ª SÉRIE (9° ANO) DO ENSINO FUNDAMENTAL.
                   Flávia Cristina Gomes Catunda de Vasconcelos, UFRPE
                            Marília Gabriela de Menezes, UFRPE

Resumo: É cada vez mais freqüente encontrarmos nos livros didáticos fenômenos
presentes no cotidiano como forma de exemplificar e contextualizar o conteúdo das
transformações químicas. Muitas vezes essas relações podem ser equivocadas devido à
falta de informações essenciais para a compreensão da real mudança que ocorre no
fenômeno a nível microscópico. A transformação química ocorre devido à variedade de
arranjos entre as partículas (átomos e moléculas) que constituem a matéria [1], ou seja é
necessário que os alunos relacionem os níveis fenomenológico e atômico-molecular. Neste
trabalho foi feita uma análise de 22 livros didáticos de Ciências da 8ª série (9º ano)
buscando verificar se as transformações químicas (reações químicas) são explicadas devido
a esses arranjos como é proposto no PCN. Os resultados obtidos demonstram que eles têm
muito que melhorar pois, havendo uma compreensão e interpretação dos modelos teóricos
apresentados pela comunidade científica é possível que o alunado possa diferenciar as
transformações químicas das físicas e compreender os variados fenômenos que os rodeiam.

Palavras-chave: livro didático, transformação química, ensino de química

Introdução

        Através do estudo das ciências começamos a compreender as pequenas coisas que
acontecem ao nosso redor, tornando as mais simples. Não que a aquisição desse
conhecimento seja fácil, mas através da análise, percepção e compreensão é possível
diferenciar e entender que a mudança visual de uma determinada transformação química
ocorre devido a uma nova organização das pequenas partículas que constituem sua matéria.
        Os gregos já possuíam a idéia de que a matéria era constituída de elementos simples
(ar, terra, fogo e água) e que a partir destes poderia ser formados em todas as outras
substâncias combinadas em proporções corretas [2], reconhecemos que hoje já existem
mais de 100 elementos e que o ar, a terra, o fogo e a água não podem ser classificados
como elementos químicos. Os próprios gregos questionavam-se no que aconteceria caso
dividissem a matéria em partículas cada vez menores. Hoje sabemos que para continuar
com as mesmas características do conjunto dever-se-ia parar com a divisão até chegar a
uma menor parte. A essa menor parte da matéria chamamos de átomo, palavra que vem do
grego que significa “indivisível”, essa denominação foi dada por Demócrito que presumiu
que todas as coisas eram formadas por pequenas “pedrinhas” minúsculas e indivisíveis [3].
        Com o desenvolvimento dos modelos científicos relacionados à atomística,
aprendemos que toda a matéria é feita de átomos e que esta é feita de várias combinações
dos elementos que a constituem. Ou seja, em uma transformação química os átomos não
são criados nem destruídos eles apenas mudam de parceiros, suas propriedades mas
conservam sua massa.
        Mesmo com várias fontes (revistas, periódicos, internet, etc) para obtenção de
informações e conhecimentos científicos, o livro didático ainda parecer ser o principal
veículo de instrução para o professorado brasileiro e praticamente o único material
impresso que muitos alunos brasileiros dispõem [4]. Assim sendo, muitos pesquisadores
[5,6 e 7] se detem a pesquisa dos conteúdos desse material, já que o mesmo parece ser um
componente importante na análise da situação de ensino do nosso país.
        Como apresentado pelos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN [1] é importante
que os alunos da 8ª série (9º ano) interpretem os fenômenos químicos de forma
contextualizada e que consigam, no final do ciclo, apreender que essas mudanças ocorrem
devido à variedade de arranjos entre as pequenas partículas da matéria. Deste modo o aluno
é introduzido no contexto microscópico relacionando com o macroscópico [8], ou seja, que
a reação química envolve a formação de novos materiais a partir de outros e que estes
podem ser acompanhados de mudanças visuais ou não.
        Procurando verificar se o que é proposto pelo PCN é apresentado nos livros
didáticos da oitava série (9º ano) do ensino fundamental, foi realizada uma pesquisa que
visou analisar os conteúdos relacionados com os fenômenos químicos (transformações
químicas, reações químicas) sendo verificados as definições e as relações com os
fenômenos da natureza e outros provocados pelo homem. Observações sobre as
representações gráficas (modelos atômicos – representação microscópica) foram analisadas,
se os conteúdos são abordados após o assunto de atomística, além de verificar se existe a
preocupação em deixar questões para debate em sala de aula, estimulando o aluno a
pesquisa; experimentos para os alunos realizarem, e indicação de textos, vídeos e livros
como fontes alternativas para a pesquisa.

A abordagem sobre os fenômenos químicos nos livros didáticos de ciências de 8ª série:

        Foram analisados 22 livros didáticos de ciências da 8ª série, de coleções facilmente
encontradas em todo o mercado brasileiro, e verificados os erros e acertos conceituais sobre
as transformações químicas, de acordo com o Atkins [2], Machado [8], Rosa & Schnetzier
[9], observando os aspectos experimentais, definições, relações com o cotidiano, questões
para incentivo a pesquisa e indicação de livros, textos, vídeos, sempre verificando se os
assuntos abordados estão de acordo com o que é proposto pelo PCN. Segue abaixo os livros
analisados neste trabalho, sem qualquer ordem de classificação.

N°         Livro                Autor (es)              Editora          Edição     Ano
1 Ciências naturais no      ALVARENGA, J. P. et       Positivo      2ª            2006
   dia-a-dia                al.
2 A matéria e a             LEMBO, A. &               IBEP          1ª            2006
   energia da Terra         MOISÉS, H.
3 Link da Ciência:          BERTOLOZZO, S. &          Escala       2ª             2005
   Ciências                 MALUHY S.                 Educacional
4 Na teia da Ciência:       THORMANN, Á. T. et        Base Editora 1ª             2006
   As ciências e a          al.
   Tecnologia
5 Projeto Araribá:          Editora Moderna           Moderna       2ª            2007
   Ciências
6 Ciências: Física e        BARROS, C. &       Ática                3ª            2006
   química                  PAULINO, W. R.
7 Ciências                  GONÇALVES, J. T. & IBEP                 2ª            2006
                            OLIVEIRA, M. T.
8   Ciências Naturais      SANTANA, O.,            Saraiva      2ª           2006
                            FONSECA, A &
                            MOZENA, E.
 9   Aprendendo com o       CANTO, E. L.            Moderna      2ª           2004
     cotidiano (Ciências)

10 Ciências: Matéria e      GEWANDSZNAJDER, Ática                3ª           2006
   Energia                  F.
11 Ciências:                CÉSAR S. Jr. et al. Saraiva          21ª         2006
   entendendo a                                                  reformulada
   natureza: A matéria
   e a energia
12 Ciências:                VALLE, C.               Positivo     2ª           2005
   Tecnologia e
   Sociedade
13 Investigando a           JAKIEVICIUS, M. &       IBEP         1ª           2006
   natureza – Ciências      HERMANSON, A. P.
   para o ensino
   fundamental
14 Ciências: novo           GOWDAK, D. &            FTD          2ª           2006
   pensar                   MARTINS, E.
15 Ciências e Educação      CRUZ, D.                Ática        3ª           2005
   Ambiental Química
   e Física
16 Ciências e Interação     COSTA, A.               Positivo     1ª           2006
17 Ciências BJ              BIZZO, N. &             Editora do   1ª           2006
                            JORDÃO, M.              Brasil
18 Ciências, Natureza       TRIVELLATO, J. et al.   FTD          1ª           2006
   & cotidiano:
   ciências, natureza e
   cotidiano
19 Ciência e vida           PAIVA ANDRADE,          Dimensão     1ª           2006
                            M. H et al.
20 Vivendo Ciências:        SALÉM, S.,              FTD          2ª           2006
   ciências                 CISCATO, C.A.M. &
                            LUZ, M.
21 Ciências                 SANTOS,     A.    &     IBEP         1ª           2006
                            MOURTHÉ JR, C.A.
22 Ciências                 CZAJKOWSKI, S. et       IBEP         1ª           2006
                            al.

Quando nos referimos sobre os livros, o faremos utilizando a numeração dos mesmos nela.

Resultados e Análises
O primeiro aspecto que foi analisado nos livros foi se eles apresentavam
conceitos/definições sobre fenômenos químicos/transformações químicas. Tendo o PCN
(1998) como base de sugestão para como os livros devem abordam tal conteúdo, três livros1
não comentavam nada sobre o assunto nem falam sobre as reações químicas.
         Utilizaremos na análise apenas dos livros que relatam assuntos sobre os fenômenos
químicos (FQ). Estes, em sua maioria (52,6%)2, explicam sobre os fenômenos químicos
relacionados diretamente com as reações químicas (RQ), ou seja, em um mesmo capítulo
eles abordam o conceito de FQ com as RQ. Merece destaque os livros 1, 5, 6, 7, 12, 14 e
15, pois eles explicam e exemplificam os fenômenos de químicos com exemplos
relacionados com o cotidiano, falam sobre o arranjo que ocorre entre os átomos e moléculas
que constituem a matéria, permitindo ao aluno uma visão microscópica das transformações,
que na maioria das vezes, ele visualiza em um experimento/fenômeno. O estudo das
transformações químicas relacionadas ao cotidiano permite que o aluno possa compreender
as variadas mudanças que ocorre no nosso organismo, na indústria, na medicina, no meio
ambiente, entre tantos outros exemplos [9].
         Dos livros que apresentaram o conteúdo sobre fenômenos químicos, 11 livros3 (50%
do total analisado) falavam superficialmente, que “duas substâncias podem reagir,
formando uma outra substância com características diferentes das iniciais.” Livro 16;
“transformação químicas é quando uma ou mais substâncias originam outras diferentes das
que estavam no início do processo” Livro 13; “A reação química é um fenômeno químico;
portanto há formação de novas substâncias a partir de outras” Livro 14. Ressalto que as
informações não estão erradas, mas os autores poderiam falar na visão atômico-molecular
pois a maioria dos alunos pode compreender as definições apresentadas, mas de forma
inadequada. Pesquisas demonstram as mais variadas interpretações que os alunos podem ter
dos fenômenos que acontecem no seu cotidiano, destas interpretações podemos categoriza-
las como transmutação [10], que exprime a noção de que durante um fenômeno pode
ocorrer a mudança de uma coisa em outra, contribuindo para a aquisição errônea de um
conceito. O exemplo mais equivocado foi o apresentado no livro 2, no capítulo sobre
reações químicas que diz “as substâncias desaparecem e outras surgem”.
         Verificado se os livros fazem relações com os fenômenos da natureza e do
cotidiano, 79% destes4 (do total de 19 livros considerados para a análise) apresentavam
vinculações com as transformações que estão presentes em nossas vidas, através de fotos
reais e desenhos ilustrativos, questões para os alunos pensarem/refletirem no cotidiano,
experimentações. Foi percebido que a maioria dos livros apresentavam apenas fotos
ilustrativas, destes a maioria das fotos/imagens era da vela queimando, o que pode gerar
para os alunos, intrinsecamente, uma associação apenas à queima como um exemplo de
reação química. O conhecimento cotidiano pode muito bem ser associado ao conhecimento
científico nos livros didáticos, mas a aproximação é tarefa do professor também, pois é
necessário levar em consideração as características dos alunos [11], onde a escola está
inserida, pois facilita a problematização de situações que também ocorrem no cotidiano
escolar através de discursões realizadas em sala de aula. Partindo desse tópico, observou-se
que 90% dos livros5 apresentam questões discursivas que podem estar associadas ao
cotidiano ou ao experimento apresentado nos mesmos. O momento discursivo é importante
pois salienta a construção e reconstrução do conhecimento do aluno, a autonomia do
coletivo e de incentivar a socialização do aluno [12] além de tornar possível pensar em
termos químicos, configurando os limites e as possibilidades de acertos e erros no observar
do aluno.
Para uma maior compreensão do assunto é preciso que os alunos tenham visto em
sala de aula os conceitos sobre atomística, que os átomos são os componentes fundamentais
da matéria e que os fenômenos químicos podem ser explicados em termos das propriedades
desses átomos [2]. Para alunos da 8ª série (9º ano) não é preciso que eles compreendam
como os átomos se comportam em uma reação, é necessário que eles compreendam que a
matéria é constituída por várias partículas. Baseado nestas informações foi verificado se o
assunto de atomística é iniciado antes do assunto sobre reações químicas e, 21,0 % dos
livros6 abordavam as transformações químicas antes de atomística, uma forma errônea pois,
não seria possível o aluno compreender a mudança da matéria sem que ele tenha
compreendido o que a constitui. Ou seja ele poderia compreender o macro e não o micro,
elucidando que o que é aplicado em um pode ser aplicado no fenomenológico, pode ser
aplicado ao atômico-molecular [9]. Vale salientar que para a compreensão desses termos é
necessário que os indivíduos precisam engajar-se em um processo pessoal de construção e
de atribuição de significados [13], caracterizando que para aprender a ciência química, o
aluno precisa ser introduzido nos conceitos, símbolos e convenções da comunidade
científica que tem uma clara preferência pelo abstrato [11], este aprendizado deve ser de
forma adequada ao perfil cognitivo do aluno.
        O uso de ilustrações para exemplificar as mudanças que ocorrem a nível
microscópico nas reações químicas, que podem facilitar o que é proposto pelo PCN, não
está tão presente nos livros, apenas 31,5% destes7 apresentam modelos para ilustrar o
arranjo dos átomos que ocorre em uma transformação química. Destes apenas um livro fala
que as cores e tamanhos são meramente ilustrativas, merecendo destaque, pois isso já
desperta o aluno para que a informação é apenas explicativa. O livro 14 apresenta nota
informando que as cores são ilustrativas e os demais não apresentam nenhuma informação
quanto ao tamanho e coloração utilizada para diferenciar os átomos (Figura 1).




Figura 1. Página 241 do livro 6 apresentado o modelo ilustrativo para a reação química com o arranjo entre os
átomos.

        O livro 16 representa erroneamente o modelo os átomos em porque representa os
átomos em forma de írculos para cada reagente envolvido na reação (Figura 2), permitindo
ao aluno uma associação ao modelo atômico de Dalton, que concebia moléculas perfeitas
como se fossem bolas de bilhar [2]. Hoje sabemos que os átomos possuem estrutura
interna, não podendo ser representada por este modelo. Desta forma, o aluno poderia
aceitar a estrutura do átomo como a apresentada no livro, gerando um possível transtorno
cognitivo quando ele começasse a estudar os modelos atômicos no primeiro ano do ensino
médio.
Figura 2. Página 61 do livro 16. Esquema ilustrativo para a reação química.

         Aproximadamente 57,9% dos livros8 apresentam experimentos para os alunos
executarem. Não que sua prática fosse suficiente apara compreensão dos fenômenos, mas a
partir do observar e de situações que podem estar apresentadas no livro didático ou
proposta pelo professor, é possível que o aluno possua uma maior compreensão e distinção
do que seja um fenômeno químico e físico. Assim também, o PCN [1] sugere que as
experimentações não sejam apenas realizadas através da manipulação dos reagentes e
vidrarias, é necessário que haja uma reflexão, desenvolvimento e construção dos conceitos
ali intrínsecos. Seguindo esta linha apenas 63,2% dos livros9 apresentam experimentos e
questões interligadas, além de estimularem o aluno a observar o experimento, isto permite
uma maior reflexão diante das questões apresentadas pelo livro. A atividade experimental
contribui para uma maior compreensão da ciência química, além de permitir um maior
enriquecimento de teorias pessoais sobre a natureza, tendo em vista que é necessário
superar visões simplistas que a experimentação apenas ilustra um fenômeno químico ou
que elas por si só despertam um interesse nos alunos, que pela observação se chega à
validação e comprova uma teoria.
         Por fim, foi verificado se os livros apresentam textos, vídeos, sites como suporte
para o aluno, estimulando-o a procurar por outras fontes alternativas além do livro didático
que ele possui. Percebeu-se que aproximadamente 58% dos livros10 apresentaram textos
com caráter contextualizado, que podem contribuir para a compreensão de que o estudo das
transformações químicas podem contribuir para o entendimento de muitos processos que
ocorrem diariamente na vida dos alunos.

Conclusão:

        De uma forma geral, de acordo com a análise realizada, os livros didáticos de
ciências da oitava série (9° ano) ainda não estão coerentes com o que é proposto pelo PCN.
O conceito de fenômeno químico ainda é tratado como algo que “some e depois reaparece”,
aludindo ao fenômeno a “mágica”.
        A química é uma ciência presente em tudo o que nos cerca, estando presente desde a
fabricação da embalagem de uma bala até digestão da mesma. A associação que fazem a
química com os desastres ambientais, explosões, lixões, energia nuclear, etc, permite que
haja uma aversão a ciência química. A apresentação correta dos conteúdos em séries
iniciais a essa ciência cria uma relação de maior compreensão da Química, como as
conquistas e o seu uso maior, que deve estar associada a melhoria de qualidade de vida do
Planeta Terra [14].
       As atividades práticas co-relacionadas com situações do cotidiano no contexto da
solução de problemas permitem ao aluno perceber como e para quê os cientistas trabalham
e de que forma, ou próximo a isso, eles resolvem problemas ou melhora as soluções que já
existem. Criando nos alunos um maior senso de responsabilidade com o local em que
vivem, quiçá com o Planeta Terra, formando alunos mais zelosos e mais interessados com a
química, por isso a importância de se estruturar bem as séries iniciais para que se permita
uma compreensão sucessiva nas séries do ensino médio.
       É importante que os livros didáticos comentem os fenômenos químicos tanto na
versão macroscópica como microscópica, mas especificamente obre esta última. Pois, a
aprendizagem de conceitos abstratos, mesmo que superficiais, permite um maior
amadurecimento cognitivo ao aluno, além de o livro ser basicamente a única fonte
disponível ao docente.
       Espera-se que as observações aqui presentes possam ser apreciadas de forma a ser
dada uma maior ênfase nos fenômenos químicos, pois o conhecimento sobre eles mostra-se
bastante válido para que possamos conhecer os acontecimentos que acontecem em nosso
cotidiano e as transformações que acontecem no mundo, permitindo um maior cuidado com
a natureza e nossa qualidade de vida.

Agradecimentos:

       Aos Prof. Antônio Carlos Pavão, diretor do Museu de Ciências Espaço Ciência, por
ter emprestado os livros que foram analisados neste artigo e a Profª Marília Gabriela pela
ajuda nas análises e leitura crítica e sugestões de correções.

Notas

1- os livros que nada abordam sobre o assunto são 3, 8 e 21. A partir deste ponto, os livros
não serão mais mencionados, ficando para o restante da análise, 19 livros.

2- os livros foram 5, 6, 9, 12, 14, 16, 17, 18, 19 e 20.

3- livros 2, 4, 9, 10, 11, 13, 16, 18, 19, 20 e 22. Foram analisados os conceitos apresentados
nas definições sobre fenômenos químicos. O livro 10, no capítulo sobre reações químicas
fala corretamente sobre o arranjo que acontece nos átomos que constituem as substâncias
iniciais da reação quando formam os produtos.

4- livros 1, 4, 5, 7, 9, 10, 11, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19 e 20. Deste apenas os livros 5, 7, 9,
10, 11 e 13 contextualizam os fenômenos químicos com o cotidiano através de imagens,
textos, questionamentos.

5- foram os livros 1, 2, 4, 5, 6, 7, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19 e 20.

6- livros 9, 13, 18 e 20. O livro 13 nada abordava sobre a constituição da matéria e as
reações químicas eram mostradas através das equações químicas, não sendo estas definidas
ou contextualizadas.
7- livros 5, 6, 14, 15, 16 e 17. Destaque para o livro 6, que apresenta em todas as reações
representadas a informação de que as mesmas estão sem proporção de tamanho e que as
cores não são reais.

8- livros 1, 4, 5, 9, 10, 11, 13, 14, 15, 16 e 17. Destaque para os livros 1, 9, 11 e 17 que
apresentam vários experimentos que seu resultado evidenciam um fenômeno químico,
permitindo uma maior compreensão, na visão macroscópica, de transformação química.

9- livros 4, 5, 6, 7, 9, 10, 11, 14, 15, 16, 17 e 19. O livro 11 traz sessões com várias
abordagens para os alunos pesquisarem e refletirem, estimulando a pesquisa.

10- livros 1, 2, 5, 7, 10, 11, 15, 16, 17, 18 e 20. Destaque para o livro 11 que sugere sites
para o aluno aprofundar-se no conteúdo apresentado pelo livro.

Referências

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Fundamental. - Brasília: MEC/SEF, 1998.

[2] ATKINS, Peter. Princípios da Química: questionando a vida moderna e o meio
ambiente. – 3 ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.

[3] GEARDER, Jostein. O mundo de Sofia: romance da história da filosofia. – São Paulo:
Companhia das letras, 1995.

[4] FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA.
Pesquisa nacional por amostra de domicílio (PNAD). Rio de Janeiro, 1982.

[5] WARTHA, E. J., FALJONI-ALARIO, A. O livro de química no ensino médio: uma
abordagem pela visão dos PCN. Resumos do XI Encontro Nacional de Ensino de Química -
ENEQ. Recife: 2002.

[6] SOUSA, C. A., COSTA, E.V., OLIVEIRA, K.A., PESSOA, R.C., SILVA, M.G.L. A
investigação de livros didáticos como elementos na formação inicial de professores de
química. Resumos do XI Encontro Nacional de Ensino de Química - ENEQ. Recife: 2002.

[7] LOGUERCIO, R., DEL PINO, J. C. Livros didáticos: mais do que uma simples
escolha, uma decisão que pode orientar os trabalhos em sala de aula. Instituto de Química,
Área de Educação Química da UFRGS.

[8] MACHADO, A. H. Aula de química: discurso e conhecimento. – 2 ed. Ijuí: Ed. Unijuí,
2004.

[9] ROSA, M. I. F. P. S., SCHNETZIER, R. P. Sobre a importância do conceito de
transformação química no processo de aquisição do conhecimento químico. Química Nova
na Escola, n° 8, nov, p. 31-35, 1998.
[10] ANDERSON, B. Pupil’s explanation of some aspects of chemical reactions. Science
Education v. 70, n.5, p. 549-563, 1983.

[11] BIZZO, N. Ciências: Fácil ou Difícil? Cap. 1. São Paulo, Ed. Ática, 1998

[12] GALIAZZI, M.C., GONÇALVES, F.P. A natureza pedagógica da experimentação:
Uma pesquisa na licenciatura em Química.

[13] DRIVER, R., ASOKO, H., LEACH, J., MORTIMER, E. & SCOTT, P. Construindo o
conhecimento científico em sala de aula. Química Nova na Escola, n°9, maio,p. 31-40,
1999.

[14] SANTOS, W. L. P. Letramento em química, educação planetária e inclusão social?
Quim. Nova, Vol. 29, No 3, 611-620, 2006.

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As diferentes abordagens sobre fenômenos químicos nos livros da 8ª série (9º ano) do ensino fundamental

  • 1. AS DIFERENTES ABORDAGENS SOBRE FENÔMENOS QUÍMICOS NOS LIVROS DA 8ª SÉRIE (9° ANO) DO ENSINO FUNDAMENTAL. Flávia Cristina Gomes Catunda de Vasconcelos, UFRPE Marília Gabriela de Menezes, UFRPE Resumo: É cada vez mais freqüente encontrarmos nos livros didáticos fenômenos presentes no cotidiano como forma de exemplificar e contextualizar o conteúdo das transformações químicas. Muitas vezes essas relações podem ser equivocadas devido à falta de informações essenciais para a compreensão da real mudança que ocorre no fenômeno a nível microscópico. A transformação química ocorre devido à variedade de arranjos entre as partículas (átomos e moléculas) que constituem a matéria [1], ou seja é necessário que os alunos relacionem os níveis fenomenológico e atômico-molecular. Neste trabalho foi feita uma análise de 22 livros didáticos de Ciências da 8ª série (9º ano) buscando verificar se as transformações químicas (reações químicas) são explicadas devido a esses arranjos como é proposto no PCN. Os resultados obtidos demonstram que eles têm muito que melhorar pois, havendo uma compreensão e interpretação dos modelos teóricos apresentados pela comunidade científica é possível que o alunado possa diferenciar as transformações químicas das físicas e compreender os variados fenômenos que os rodeiam. Palavras-chave: livro didático, transformação química, ensino de química Introdução Através do estudo das ciências começamos a compreender as pequenas coisas que acontecem ao nosso redor, tornando as mais simples. Não que a aquisição desse conhecimento seja fácil, mas através da análise, percepção e compreensão é possível diferenciar e entender que a mudança visual de uma determinada transformação química ocorre devido a uma nova organização das pequenas partículas que constituem sua matéria. Os gregos já possuíam a idéia de que a matéria era constituída de elementos simples (ar, terra, fogo e água) e que a partir destes poderia ser formados em todas as outras substâncias combinadas em proporções corretas [2], reconhecemos que hoje já existem mais de 100 elementos e que o ar, a terra, o fogo e a água não podem ser classificados como elementos químicos. Os próprios gregos questionavam-se no que aconteceria caso dividissem a matéria em partículas cada vez menores. Hoje sabemos que para continuar com as mesmas características do conjunto dever-se-ia parar com a divisão até chegar a uma menor parte. A essa menor parte da matéria chamamos de átomo, palavra que vem do grego que significa “indivisível”, essa denominação foi dada por Demócrito que presumiu que todas as coisas eram formadas por pequenas “pedrinhas” minúsculas e indivisíveis [3]. Com o desenvolvimento dos modelos científicos relacionados à atomística, aprendemos que toda a matéria é feita de átomos e que esta é feita de várias combinações dos elementos que a constituem. Ou seja, em uma transformação química os átomos não são criados nem destruídos eles apenas mudam de parceiros, suas propriedades mas conservam sua massa. Mesmo com várias fontes (revistas, periódicos, internet, etc) para obtenção de informações e conhecimentos científicos, o livro didático ainda parecer ser o principal veículo de instrução para o professorado brasileiro e praticamente o único material impresso que muitos alunos brasileiros dispõem [4]. Assim sendo, muitos pesquisadores
  • 2. [5,6 e 7] se detem a pesquisa dos conteúdos desse material, já que o mesmo parece ser um componente importante na análise da situação de ensino do nosso país. Como apresentado pelos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN [1] é importante que os alunos da 8ª série (9º ano) interpretem os fenômenos químicos de forma contextualizada e que consigam, no final do ciclo, apreender que essas mudanças ocorrem devido à variedade de arranjos entre as pequenas partículas da matéria. Deste modo o aluno é introduzido no contexto microscópico relacionando com o macroscópico [8], ou seja, que a reação química envolve a formação de novos materiais a partir de outros e que estes podem ser acompanhados de mudanças visuais ou não. Procurando verificar se o que é proposto pelo PCN é apresentado nos livros didáticos da oitava série (9º ano) do ensino fundamental, foi realizada uma pesquisa que visou analisar os conteúdos relacionados com os fenômenos químicos (transformações químicas, reações químicas) sendo verificados as definições e as relações com os fenômenos da natureza e outros provocados pelo homem. Observações sobre as representações gráficas (modelos atômicos – representação microscópica) foram analisadas, se os conteúdos são abordados após o assunto de atomística, além de verificar se existe a preocupação em deixar questões para debate em sala de aula, estimulando o aluno a pesquisa; experimentos para os alunos realizarem, e indicação de textos, vídeos e livros como fontes alternativas para a pesquisa. A abordagem sobre os fenômenos químicos nos livros didáticos de ciências de 8ª série: Foram analisados 22 livros didáticos de ciências da 8ª série, de coleções facilmente encontradas em todo o mercado brasileiro, e verificados os erros e acertos conceituais sobre as transformações químicas, de acordo com o Atkins [2], Machado [8], Rosa & Schnetzier [9], observando os aspectos experimentais, definições, relações com o cotidiano, questões para incentivo a pesquisa e indicação de livros, textos, vídeos, sempre verificando se os assuntos abordados estão de acordo com o que é proposto pelo PCN. Segue abaixo os livros analisados neste trabalho, sem qualquer ordem de classificação. N° Livro Autor (es) Editora Edição Ano 1 Ciências naturais no ALVARENGA, J. P. et Positivo 2ª 2006 dia-a-dia al. 2 A matéria e a LEMBO, A. & IBEP 1ª 2006 energia da Terra MOISÉS, H. 3 Link da Ciência: BERTOLOZZO, S. & Escala 2ª 2005 Ciências MALUHY S. Educacional 4 Na teia da Ciência: THORMANN, Á. T. et Base Editora 1ª 2006 As ciências e a al. Tecnologia 5 Projeto Araribá: Editora Moderna Moderna 2ª 2007 Ciências 6 Ciências: Física e BARROS, C. & Ática 3ª 2006 química PAULINO, W. R. 7 Ciências GONÇALVES, J. T. & IBEP 2ª 2006 OLIVEIRA, M. T.
  • 3. 8 Ciências Naturais SANTANA, O., Saraiva 2ª 2006 FONSECA, A & MOZENA, E. 9 Aprendendo com o CANTO, E. L. Moderna 2ª 2004 cotidiano (Ciências) 10 Ciências: Matéria e GEWANDSZNAJDER, Ática 3ª 2006 Energia F. 11 Ciências: CÉSAR S. Jr. et al. Saraiva 21ª 2006 entendendo a reformulada natureza: A matéria e a energia 12 Ciências: VALLE, C. Positivo 2ª 2005 Tecnologia e Sociedade 13 Investigando a JAKIEVICIUS, M. & IBEP 1ª 2006 natureza – Ciências HERMANSON, A. P. para o ensino fundamental 14 Ciências: novo GOWDAK, D. & FTD 2ª 2006 pensar MARTINS, E. 15 Ciências e Educação CRUZ, D. Ática 3ª 2005 Ambiental Química e Física 16 Ciências e Interação COSTA, A. Positivo 1ª 2006 17 Ciências BJ BIZZO, N. & Editora do 1ª 2006 JORDÃO, M. Brasil 18 Ciências, Natureza TRIVELLATO, J. et al. FTD 1ª 2006 & cotidiano: ciências, natureza e cotidiano 19 Ciência e vida PAIVA ANDRADE, Dimensão 1ª 2006 M. H et al. 20 Vivendo Ciências: SALÉM, S., FTD 2ª 2006 ciências CISCATO, C.A.M. & LUZ, M. 21 Ciências SANTOS, A. & IBEP 1ª 2006 MOURTHÉ JR, C.A. 22 Ciências CZAJKOWSKI, S. et IBEP 1ª 2006 al. Quando nos referimos sobre os livros, o faremos utilizando a numeração dos mesmos nela. Resultados e Análises
  • 4. O primeiro aspecto que foi analisado nos livros foi se eles apresentavam conceitos/definições sobre fenômenos químicos/transformações químicas. Tendo o PCN (1998) como base de sugestão para como os livros devem abordam tal conteúdo, três livros1 não comentavam nada sobre o assunto nem falam sobre as reações químicas. Utilizaremos na análise apenas dos livros que relatam assuntos sobre os fenômenos químicos (FQ). Estes, em sua maioria (52,6%)2, explicam sobre os fenômenos químicos relacionados diretamente com as reações químicas (RQ), ou seja, em um mesmo capítulo eles abordam o conceito de FQ com as RQ. Merece destaque os livros 1, 5, 6, 7, 12, 14 e 15, pois eles explicam e exemplificam os fenômenos de químicos com exemplos relacionados com o cotidiano, falam sobre o arranjo que ocorre entre os átomos e moléculas que constituem a matéria, permitindo ao aluno uma visão microscópica das transformações, que na maioria das vezes, ele visualiza em um experimento/fenômeno. O estudo das transformações químicas relacionadas ao cotidiano permite que o aluno possa compreender as variadas mudanças que ocorre no nosso organismo, na indústria, na medicina, no meio ambiente, entre tantos outros exemplos [9]. Dos livros que apresentaram o conteúdo sobre fenômenos químicos, 11 livros3 (50% do total analisado) falavam superficialmente, que “duas substâncias podem reagir, formando uma outra substância com características diferentes das iniciais.” Livro 16; “transformação químicas é quando uma ou mais substâncias originam outras diferentes das que estavam no início do processo” Livro 13; “A reação química é um fenômeno químico; portanto há formação de novas substâncias a partir de outras” Livro 14. Ressalto que as informações não estão erradas, mas os autores poderiam falar na visão atômico-molecular pois a maioria dos alunos pode compreender as definições apresentadas, mas de forma inadequada. Pesquisas demonstram as mais variadas interpretações que os alunos podem ter dos fenômenos que acontecem no seu cotidiano, destas interpretações podemos categoriza- las como transmutação [10], que exprime a noção de que durante um fenômeno pode ocorrer a mudança de uma coisa em outra, contribuindo para a aquisição errônea de um conceito. O exemplo mais equivocado foi o apresentado no livro 2, no capítulo sobre reações químicas que diz “as substâncias desaparecem e outras surgem”. Verificado se os livros fazem relações com os fenômenos da natureza e do cotidiano, 79% destes4 (do total de 19 livros considerados para a análise) apresentavam vinculações com as transformações que estão presentes em nossas vidas, através de fotos reais e desenhos ilustrativos, questões para os alunos pensarem/refletirem no cotidiano, experimentações. Foi percebido que a maioria dos livros apresentavam apenas fotos ilustrativas, destes a maioria das fotos/imagens era da vela queimando, o que pode gerar para os alunos, intrinsecamente, uma associação apenas à queima como um exemplo de reação química. O conhecimento cotidiano pode muito bem ser associado ao conhecimento científico nos livros didáticos, mas a aproximação é tarefa do professor também, pois é necessário levar em consideração as características dos alunos [11], onde a escola está inserida, pois facilita a problematização de situações que também ocorrem no cotidiano escolar através de discursões realizadas em sala de aula. Partindo desse tópico, observou-se que 90% dos livros5 apresentam questões discursivas que podem estar associadas ao cotidiano ou ao experimento apresentado nos mesmos. O momento discursivo é importante pois salienta a construção e reconstrução do conhecimento do aluno, a autonomia do coletivo e de incentivar a socialização do aluno [12] além de tornar possível pensar em termos químicos, configurando os limites e as possibilidades de acertos e erros no observar do aluno.
  • 5. Para uma maior compreensão do assunto é preciso que os alunos tenham visto em sala de aula os conceitos sobre atomística, que os átomos são os componentes fundamentais da matéria e que os fenômenos químicos podem ser explicados em termos das propriedades desses átomos [2]. Para alunos da 8ª série (9º ano) não é preciso que eles compreendam como os átomos se comportam em uma reação, é necessário que eles compreendam que a matéria é constituída por várias partículas. Baseado nestas informações foi verificado se o assunto de atomística é iniciado antes do assunto sobre reações químicas e, 21,0 % dos livros6 abordavam as transformações químicas antes de atomística, uma forma errônea pois, não seria possível o aluno compreender a mudança da matéria sem que ele tenha compreendido o que a constitui. Ou seja ele poderia compreender o macro e não o micro, elucidando que o que é aplicado em um pode ser aplicado no fenomenológico, pode ser aplicado ao atômico-molecular [9]. Vale salientar que para a compreensão desses termos é necessário que os indivíduos precisam engajar-se em um processo pessoal de construção e de atribuição de significados [13], caracterizando que para aprender a ciência química, o aluno precisa ser introduzido nos conceitos, símbolos e convenções da comunidade científica que tem uma clara preferência pelo abstrato [11], este aprendizado deve ser de forma adequada ao perfil cognitivo do aluno. O uso de ilustrações para exemplificar as mudanças que ocorrem a nível microscópico nas reações químicas, que podem facilitar o que é proposto pelo PCN, não está tão presente nos livros, apenas 31,5% destes7 apresentam modelos para ilustrar o arranjo dos átomos que ocorre em uma transformação química. Destes apenas um livro fala que as cores e tamanhos são meramente ilustrativas, merecendo destaque, pois isso já desperta o aluno para que a informação é apenas explicativa. O livro 14 apresenta nota informando que as cores são ilustrativas e os demais não apresentam nenhuma informação quanto ao tamanho e coloração utilizada para diferenciar os átomos (Figura 1). Figura 1. Página 241 do livro 6 apresentado o modelo ilustrativo para a reação química com o arranjo entre os átomos. O livro 16 representa erroneamente o modelo os átomos em porque representa os átomos em forma de írculos para cada reagente envolvido na reação (Figura 2), permitindo ao aluno uma associação ao modelo atômico de Dalton, que concebia moléculas perfeitas como se fossem bolas de bilhar [2]. Hoje sabemos que os átomos possuem estrutura interna, não podendo ser representada por este modelo. Desta forma, o aluno poderia aceitar a estrutura do átomo como a apresentada no livro, gerando um possível transtorno cognitivo quando ele começasse a estudar os modelos atômicos no primeiro ano do ensino médio.
  • 6. Figura 2. Página 61 do livro 16. Esquema ilustrativo para a reação química. Aproximadamente 57,9% dos livros8 apresentam experimentos para os alunos executarem. Não que sua prática fosse suficiente apara compreensão dos fenômenos, mas a partir do observar e de situações que podem estar apresentadas no livro didático ou proposta pelo professor, é possível que o aluno possua uma maior compreensão e distinção do que seja um fenômeno químico e físico. Assim também, o PCN [1] sugere que as experimentações não sejam apenas realizadas através da manipulação dos reagentes e vidrarias, é necessário que haja uma reflexão, desenvolvimento e construção dos conceitos ali intrínsecos. Seguindo esta linha apenas 63,2% dos livros9 apresentam experimentos e questões interligadas, além de estimularem o aluno a observar o experimento, isto permite uma maior reflexão diante das questões apresentadas pelo livro. A atividade experimental contribui para uma maior compreensão da ciência química, além de permitir um maior enriquecimento de teorias pessoais sobre a natureza, tendo em vista que é necessário superar visões simplistas que a experimentação apenas ilustra um fenômeno químico ou que elas por si só despertam um interesse nos alunos, que pela observação se chega à validação e comprova uma teoria. Por fim, foi verificado se os livros apresentam textos, vídeos, sites como suporte para o aluno, estimulando-o a procurar por outras fontes alternativas além do livro didático que ele possui. Percebeu-se que aproximadamente 58% dos livros10 apresentaram textos com caráter contextualizado, que podem contribuir para a compreensão de que o estudo das transformações químicas podem contribuir para o entendimento de muitos processos que ocorrem diariamente na vida dos alunos. Conclusão: De uma forma geral, de acordo com a análise realizada, os livros didáticos de ciências da oitava série (9° ano) ainda não estão coerentes com o que é proposto pelo PCN. O conceito de fenômeno químico ainda é tratado como algo que “some e depois reaparece”, aludindo ao fenômeno a “mágica”. A química é uma ciência presente em tudo o que nos cerca, estando presente desde a fabricação da embalagem de uma bala até digestão da mesma. A associação que fazem a química com os desastres ambientais, explosões, lixões, energia nuclear, etc, permite que haja uma aversão a ciência química. A apresentação correta dos conteúdos em séries iniciais a essa ciência cria uma relação de maior compreensão da Química, como as
  • 7. conquistas e o seu uso maior, que deve estar associada a melhoria de qualidade de vida do Planeta Terra [14]. As atividades práticas co-relacionadas com situações do cotidiano no contexto da solução de problemas permitem ao aluno perceber como e para quê os cientistas trabalham e de que forma, ou próximo a isso, eles resolvem problemas ou melhora as soluções que já existem. Criando nos alunos um maior senso de responsabilidade com o local em que vivem, quiçá com o Planeta Terra, formando alunos mais zelosos e mais interessados com a química, por isso a importância de se estruturar bem as séries iniciais para que se permita uma compreensão sucessiva nas séries do ensino médio. É importante que os livros didáticos comentem os fenômenos químicos tanto na versão macroscópica como microscópica, mas especificamente obre esta última. Pois, a aprendizagem de conceitos abstratos, mesmo que superficiais, permite um maior amadurecimento cognitivo ao aluno, além de o livro ser basicamente a única fonte disponível ao docente. Espera-se que as observações aqui presentes possam ser apreciadas de forma a ser dada uma maior ênfase nos fenômenos químicos, pois o conhecimento sobre eles mostra-se bastante válido para que possamos conhecer os acontecimentos que acontecem em nosso cotidiano e as transformações que acontecem no mundo, permitindo um maior cuidado com a natureza e nossa qualidade de vida. Agradecimentos: Aos Prof. Antônio Carlos Pavão, diretor do Museu de Ciências Espaço Ciência, por ter emprestado os livros que foram analisados neste artigo e a Profª Marília Gabriela pela ajuda nas análises e leitura crítica e sugestões de correções. Notas 1- os livros que nada abordam sobre o assunto são 3, 8 e 21. A partir deste ponto, os livros não serão mais mencionados, ficando para o restante da análise, 19 livros. 2- os livros foram 5, 6, 9, 12, 14, 16, 17, 18, 19 e 20. 3- livros 2, 4, 9, 10, 11, 13, 16, 18, 19, 20 e 22. Foram analisados os conceitos apresentados nas definições sobre fenômenos químicos. O livro 10, no capítulo sobre reações químicas fala corretamente sobre o arranjo que acontece nos átomos que constituem as substâncias iniciais da reação quando formam os produtos. 4- livros 1, 4, 5, 7, 9, 10, 11, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19 e 20. Deste apenas os livros 5, 7, 9, 10, 11 e 13 contextualizam os fenômenos químicos com o cotidiano através de imagens, textos, questionamentos. 5- foram os livros 1, 2, 4, 5, 6, 7, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19 e 20. 6- livros 9, 13, 18 e 20. O livro 13 nada abordava sobre a constituição da matéria e as reações químicas eram mostradas através das equações químicas, não sendo estas definidas ou contextualizadas.
  • 8. 7- livros 5, 6, 14, 15, 16 e 17. Destaque para o livro 6, que apresenta em todas as reações representadas a informação de que as mesmas estão sem proporção de tamanho e que as cores não são reais. 8- livros 1, 4, 5, 9, 10, 11, 13, 14, 15, 16 e 17. Destaque para os livros 1, 9, 11 e 17 que apresentam vários experimentos que seu resultado evidenciam um fenômeno químico, permitindo uma maior compreensão, na visão macroscópica, de transformação química. 9- livros 4, 5, 6, 7, 9, 10, 11, 14, 15, 16, 17 e 19. O livro 11 traz sessões com várias abordagens para os alunos pesquisarem e refletirem, estimulando a pesquisa. 10- livros 1, 2, 5, 7, 10, 11, 15, 16, 17, 18 e 20. Destaque para o livro 11 que sugere sites para o aluno aprofundar-se no conteúdo apresentado pelo livro. Referências [1] BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: Ciências Naturais / Secretaria de Educação Fundamental. - Brasília: MEC/SEF, 1998. [2] ATKINS, Peter. Princípios da Química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. – 3 ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. [3] GEARDER, Jostein. O mundo de Sofia: romance da história da filosofia. – São Paulo: Companhia das letras, 1995. [4] FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Pesquisa nacional por amostra de domicílio (PNAD). Rio de Janeiro, 1982. [5] WARTHA, E. J., FALJONI-ALARIO, A. O livro de química no ensino médio: uma abordagem pela visão dos PCN. Resumos do XI Encontro Nacional de Ensino de Química - ENEQ. Recife: 2002. [6] SOUSA, C. A., COSTA, E.V., OLIVEIRA, K.A., PESSOA, R.C., SILVA, M.G.L. A investigação de livros didáticos como elementos na formação inicial de professores de química. Resumos do XI Encontro Nacional de Ensino de Química - ENEQ. Recife: 2002. [7] LOGUERCIO, R., DEL PINO, J. C. Livros didáticos: mais do que uma simples escolha, uma decisão que pode orientar os trabalhos em sala de aula. Instituto de Química, Área de Educação Química da UFRGS. [8] MACHADO, A. H. Aula de química: discurso e conhecimento. – 2 ed. Ijuí: Ed. Unijuí, 2004. [9] ROSA, M. I. F. P. S., SCHNETZIER, R. P. Sobre a importância do conceito de transformação química no processo de aquisição do conhecimento químico. Química Nova na Escola, n° 8, nov, p. 31-35, 1998.
  • 9. [10] ANDERSON, B. Pupil’s explanation of some aspects of chemical reactions. Science Education v. 70, n.5, p. 549-563, 1983. [11] BIZZO, N. Ciências: Fácil ou Difícil? Cap. 1. São Paulo, Ed. Ática, 1998 [12] GALIAZZI, M.C., GONÇALVES, F.P. A natureza pedagógica da experimentação: Uma pesquisa na licenciatura em Química. [13] DRIVER, R., ASOKO, H., LEACH, J., MORTIMER, E. & SCOTT, P. Construindo o conhecimento científico em sala de aula. Química Nova na Escola, n°9, maio,p. 31-40, 1999. [14] SANTOS, W. L. P. Letramento em química, educação planetária e inclusão social? Quim. Nova, Vol. 29, No 3, 611-620, 2006.