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Rio Tejo
              Curso Científico - Humanístico de
                  Línguas e Humanidades




Geografia A




                                         Ano Lectivo 2009 / 2010
Introdução

Este trabalho foi realizado no âmbito da disciplina de Geografia A do 10º ano do curso Línguas
e Humanidades.

O objectivo deste trabalho é aprofundar o conhecimento sobre um dos principais rios
portugueses.

Inicialmente iremos apresentar o rio escolhido, referindo a nascente e a foz. De seguida,
iremos aprofundar a temática do trabalho, ao desenvolver a rede e bacia hidrográfica, o
caudal, a ocorrência de cheias e algumas das barragens do rio em questão. Seguidamente, e de
forma a complementar o trabalho, faremos uma pequena alusão à cidade de Lisboa, situada na
margem direita do rio em questão, referindo a economia e cultura da cidade. Continuamente,
uma pequena referência à bacia do estuário do Rio Tejo, mostrando algumas das suas
características naturais. Por fim, iremos referir algumas das características naturais,
nomeadamente a fauna, flora e o relevo, relacionadas com o rio Tejo, e a poluição aí
verificada.
Rio Tejo

É o maior rio da Península Ibérica, estendendo-se ao longo de 1009 quilómetros. Nasce na
serra de Albarracim, a 1593 metros de altitude, em Espanha, e desagua no oceano Atlântico,
por um largo estuário com cerca de 260 km2, alguns quilómetros adiante de Lisboa, em S.
Julião da Barra - Oeiras. Depois de atravessar o planalto de Castela -a- Nova e a Estremadura
espanhola entre desfiladeiros e vales apertados, entra por fim em Portugal.      Faz    fronteira
entre Espanha e Portugal através do troço internacional do Tejo, com uma extensão de cerca
de 50 km. As margens são rochosas e abruptas e o vale estreito (por exemplo, Portas do
Ródão).




                                       Fig.1 – Rio Tejo

O leito está cheio de penedias, cascalho e algumas ilhas como a do Castelo de Almourol. De
Abrantes até à foz, o Tejo corre nas planícies ribatejanas, onde deposita nateiros de grande
fertilidade e provoca inundações catastróficas. O Tejo termina por um amplo e fundo estuário,
que forma o mar da Palha e aperta-se a 10 km da foz. Na margem direita do estuário situa-se a
cidade de Lisboa. Em Lisboa o rio Tejo é atravessado por duas pontes. A mais antiga é a Ponte
Salazar, que após a Revolução dos Cravos mudou de nome para Ponte 25 de Abril. A outra é a
Ponte Vasco da Gama, que tem cerca de 17 km de comprimento. O local mais largo deste rio
chama-se    Mar    da   Palha    e   fica   junto   a     Lisboa,   entre   as   duas    pontes.
Todos os anos no porto de Lisboa, atracam centenas de paquetes de luxo, principalmente na
doca de Alcântara. No seu estuário existe uma reserva ecológica (Reserva Natural do Estuário
do Tejo, com sede em Alcochete) onde nidificam várias espécies de aves. Devido à grande
poluição do rio deixaram de existir golfinhos, aparecendo raramente um exemplar, que por
engano entra no estuário, voltando ao mar sempre que possível.




 Fig.2- As pontes 25 de Abril e Vasco da Gama, respectivamente, que atravessam o rio Tejo.
Rede e Bacia Hidrográfica

A área da sua bacia hidrográfica é de 80 629 km2, dos quais 24 460 são em Portugal. O
escoamento anual na foz do rio Tejo é, em média, de 17 080 hm3, sendo 6200 hm3 em Portugal
e o restante em Espanha. Estima-se que a bacia hidrográfica do rio Tejo, em território nacional,
apresente uma capacidade total de armazenamento de recursos hídricos na ordem dos 2750
hm3, em regime regularizado. Na sua bacia hidrográfica é nítido o contraste entre os afluentes
da margem norte, com elevadas disponibilidades de recursos hídricos em regime natural, e os
afluentes da margem sul, bastante pobres em recursos hídricos.

Em território português, o Tejo recebe da margem esquerda o Sever, o Sorraia e o Almansor
que, à excepção do primeiro, são rios de planície com as mesmas características do Tejo na sua
secção inferior.

Da margem direita o Tejo recebe os rios Erges, Ponsul, Ocreza, Zêzere, Alviela e Maior, que
descem da montanha, quase todos de carácter torrencial, sendo o mais importante o Rio
Zêzere, que tem a sua origem na serra da Estrela - o maior centro de dispersão das águas do
território português.




  Fig.3 – As principais bacias hidrográficas de Portugal Continental (os valores expressam a
                          extensão das bacias hidrográficas, em km2).
A bacia do Tejo constitui a zona central do país e, em relação à sua divisão administrativa,
abrange uma franja reduzida do distrito da Guarda e do de Leiria, a quase totalidade do de
Castelo Branco, do de Portalegre e da parte não alentejana do de Setúbal, todo o de Santarém,
cerca de um terço do de Évora, bem como a metade oriental do de Lisboa. Quanto a
concelhos, 94 são atingidos pela bacia do Tejo, embora cerca de uma dezena muito
marginalmente. Da Região Alentejo são tocados 20 concelhos, 30 da Região Centro e 44 da
Região de Lisboa e Vale do Tejo. A bacia Hidrográfica do estuário da Tejo situa-se num
conjunto de 13 concelhos.


                      CONCELHO                   Nº HABITANTES
                       Alcochete                      15 000

                         Almada                        170 000

                        Amadora                        200 000

                        Azambuja                       23 000

                         Barreiro                      92 000

                            Cascais                    32 000

                            Lisboa                    1 000 000

                            Loures                     35 000

                            Moita                      25 000

                         Montijo                       27 000

                            Oeiras                     90 000

                            Seixal                     45 000

                   Vila Franca de Xira                 95 000

 Este gráfico representa os 13 concelhos da Bacia Hidrográfica do Estuário do Tejo em termos
                               de ocupação demográfica actual.
O Caudal

Os caudais dos rios portugueses são alimentados por aquíferos e pelo escoamento superficial
resultante principalmente da precipitação que cai na área de cada bacia hidrográfica. A Região
do Vale do Tejo é bastante beneficiada pela produtividade aquífera. O Rio Tejo apresenta um
caudal muito irregular: os maiores níveis de caudal registam-se de Janeiro a Abril, enquanto os
menores dão-se de Julho a Outubro.

O caudal do rio Tejo é fortemente influenciado pela irregularidade da precipitação, que faz
variar        o        escoamento            e         lhe         confere        sazonalidade.




 Fig.4 – Caudal médio de alguns dos principais rios portugueses, nomeadamente o Rio Tejo.

Devido à localização geográfica, a precipitação e o escoamento não são tão elevados no vale
do Rio Tejo, ainda assim não deixam de influenciar o caudal e regime deste rio.




                             Fig.5 – Perfil longitudinal do rio Tejo
Cheias no rio Tejo
O regime do rio Tejo é de carácter torrencial, varia ao longo do ano, de acordo com as
estações. No Inverno e início da Primavera são frequentes cheias, no entanto com menor
assiduidade do que no Norte de Portugal. No período seco estival, nota-se uma redução
acentuada do caudal. O vale do Tejo é periodicamente afectado pelas cheias do rio, e também
causador de grandes prejuízos. A margem direita do rio Tejo é normalmente atingida pelas
suas águas, quando por acção de fortes chuvadas em Invernos muito rigorosos, transborda do
seu leito, e alaga as áreas adjacentes. Os seus habitantes encararam sempre com relativa
serenidade estas visitas que o maior rio da Península Ibérica, periodicamente, fazia nas zonas
baixas do Ribatejo. No entanto, alguns anos de inundações de níveis considerados anormais,
causaram muita preocupação entre a população e tiveram consequências devastadoras em
estruturas habitacionais e redes viárias.




                                  Fig.6 – Estiagem no rio Tejo.
Fig.7 – Cheias no Rio Tejo
Algumas barragens do Rio Tejo

    Bacia Hidrográfica              Nome                  Distrito
                             Barragem de Açafal        Castelo Branco
                           Barragem da Apartadura        Portalegre
                             Barragem de Belver          Portalegre
                             Barragem de Bouça             Leiria
                             Barragem do Cabril        Castelo Branco
                            Barragem da Capinha        Castelo Branco
                         Barragem de Castelo de Bode     Santarém
                             Barragem de Corgas        Castelo Branco
                         Barragem da Cova do Viriato   Castelo Branco
                         Barragem de Covão do Ferro    Castelo Branco
                              Barragem do Divor            Évora
                             Barragem do Fratel          Portalegre
                           Barragem de Freixeirinha        Évora
                           Barragem do Furadouro           Évora
                            Barragem do Gameiro            Évora
          Tejo               Barragem da Idanha        Castelo Branco
                             Barragem de Magos           Santarém
                           Barragem de Maranhão          Portalegre
                            Barragem da Meimoa         Castelo Branco
                            Barragem de Michões          Santarém
                            Barragem dos Minutos           Évora
                           Barragem de Montargil         Portalegre
                          Barragem de Penha Garcia     Castelo Branco
                              Barragem do Poio           Portalegre
                             Barragem da Póvoa           Portalegre
                            Barragem de Pracana          Santarém
                           Barragem de Santa Luzia        Coimbra
                            Barragem de Tabueira           Évora
                             Barragem de Toulica       Castelo Branco
                          Barragem de Vale das Bicas       Évora
                         Barragem de Vale do Cobrão      Santarém
Lisboa

Lisboa é a capital e a maior cidade de Portugal. A cidade é também capital do Distrito de
Lisboa, da Área Metropolitana de Lisboa. Localiza-se na Região da Grande Lisboa (NUT II) em
Lisboa (NUT III). Fica situada na margem direita do Rio Tejo, estendendo-se ao longo do seu
estuário por alguns quilómetros e para o interior. Tem uma área de 84,6 km2, tem 53
freguesias, agrupadas em quatro bairros administrativos. O natural ou habitante de Lisboa
denomina-se lisboeta, lisboano, lisbonês, lisbonense, lisboês, lisbonino ou olisiponense.

A cidade do nosso país é também muito conhecida pelo terramoto de 1755, que deixou Lisboa
completamente destruída.




                                    Fig.8 – Cidade de Lisboa

A altitude máxima do distrito é de 666 metros na serra de Montejunto. Apresenta-se
dominado por áreas de morfologia plana e de baixa altitude, correspondentes à planície
sedimentar das bacias dos rios Tejo e Sado. Grande parte do distrito é drenada pela rede
hidrográfica da bacia do Tejo.


No que se refere ao clima verificam-se características mediterrânicas, com Verões quentes e
secos e Invernos amenos. Lisboa é uma das capitais mais amenas da Europa, tem um clima
fortemente influenciado pela Corrente do Golfo. A Primavera é fresca a quente (de 8°C a 26°C)
com sol e alguns aguaceiros. O Verão é seco, quente com algum vento e temperaturas entre
16°C a 35°C. O Outono é ameno e instável, com temperaturas entre 12°C e 27°C e o Inverno é
tipicamente chuvoso e fresco, também com algum sol (temperaturas entre 3°C e 17°C). A
temperatura mais baixa registada foi de -2,2°C e a mais elevada foi de 43°C.
Economia da cidade

Lisboa é a cidade mais rica de Portugal com um PIB per capita superior à média europeia e com
uma economia concentrada em serviços. A capital do país tem à sua volta uma cintura
industrial que, no seu conjunto, constitui a maior concentração fabril do país.

O Rio Tejo influencia positivamente a economia na cidade de Lisboa, aí trabalham muitos
milhares de pessoas, que constituem parte do enorme núcleo populacional formado por
Loures, Amadora, linhas do Estoril e de Sintra, margem direita do Rio Tejo, e na outra margem
do Tejo, Almada, Barreiro e Seixal.

Lisboa é também o mais importante pólo turístico do País. Na sua área de influência ficam as
praias de Carcavelos, Estoril, Cascais, Guincho, Praia das Maçãs, Praia Grande e Ericeira.

O sector terciário tem uma forte implantação no distrito, nomeadamente na cidade de Lisboa,
que, pelo facto de ser a capital administrativa do país, reúne um conjunto de serviços ligados à
administração central, ocupando uma percentagem significativa da população activa.

É o primeiro centro ferroviário do País, possui um aeroporto de grande importância nacional e
internacional (Portela de Sacavém), e o seu porto tem um movimento extraordinário de
importações e exportações.

Produz cereais, fruta, vinho e produtos hortícolas. Tem indústrias do ramo alimentar, química,
de cimentos, de construção naval, metalo-mecânica, têxtil e de refinação.




                       Fig.9 – Margens do rio Tejo na cidade de Lisboa.
Cultura

Lisboa é uma cidade com uma vida cultural muito activa. A cidade é o epicentro dos
descobrimentos desde o século XV, o ponto de encontro de muitas culturas. Manteve estreitas
ligações com as antigas colónias portuguesas, hoje países independentes, Lisboa é uma das
cidades mais cosmopolitas da Europa. Ao viajarmos de metro podemos ouvir falar línguas
como o cantonês, o gujarati, o ucraniano, o italiano ou o português com pronúncia
moçambicana ou brasileira, nenhuma destas línguas falada por turistas, mas sim por
habitantes da cidade.


Desde 1994, ano em que Lisboa foi Capital Europeia da Cultura, que tem vindo a acolher uma
série de eventos internacionais, como a Expo 98, Tenis World Master 2001, Euro 2004,
Gymnaestrada, MTV Europe Music Awards, Rali Dakar, Rock in Rio ou os 50 anos da Tall Ships'
Races (Regata Internacional dos Grandes Veleiros). Em 2005, Lisboa foi considerada pela
International Congress & Convention Association como a oitava cidade do mundo mais
procurada para a realização de eventos e congressos internacionais.




                        Fig.10 – Expo 98 e Rock in Rio, respectivamente.
O Estuário do Rio Tejo: características naturais e actividades económicas

O Estuário do Tejo é o maior Estuário da Europa Ocidental, com uma área molhada variando
entre os 300 e os 350Km2, em função da maré.

As actividades tradicionalmente desenvolvidas no Estuário estiveram ligadas à exploração dos
seus recursos naturais, como a pesca, a produção de ostras e outros bivalves e a extracção de
sal.

O Estuário do Tejo era utilizado como "nursery" por várias espécies piscícolas e inúmeras aves
marinhas, no entanto, essa utilização foi abandonada devido à poluição. De entre as espécies
mais frequentes no Estuário do Tejo, destacam-se a seguir as mais importantes, bem como o
seu modo de vida no Estuário.

O carangueijo-verde é a espécie mais frequente da zona entre-marés e a que melhor tolera
baixas salinidades. È uma espécie muito importante na cadeia trófica de várias espécies de
peixes. A lambujinha é actualmente o bivalve mais abundante do Tejo e possui alto valor
económico. Ocorre em áreas vasosas da zona entre-marés. O cavalo-marinho é
frequentemente encontrado no Estuário do Tejo, sendo comum aparecer nas zonas ricas em
pequenos crustáceos, que servem de alimento a esta espécie. A minhoca, poliqueta errante,
tolera bem as diferenças da salinidade. É comum encontrar-se em terrenos vasosos, a vários
níveis de profundidade.

No Inverno, o Estuário do Tejo chega a receber mais de 2000 flamingos, nas zonas de Pancas e
nas salinas do Samouco. A Águia Sapeira é das rapinas mais abundantes no Estuário do Tejo,
que constitui um importante local de nidificação desta espécie. É frequente observarem-se
casais dispersos pelos sapais de Pancas, Ponta-de-Erva e Mouchões, embora se encontre
actualmente muito ameaçada. Das aves mais comuns no Estuário destaca-se o Borrelho-de-
coleira- interrompida. Sedentário, nidifica nas divisórias de cascalhos das salinas e alimenta-se
em águas pouco profundas. Destaca-se também o rouxinol-grande-dos-caniços. Comum e
nidificante, distingue-se do rouxinol-pequeno-dos caniços por ser maior. Constrói os seus
ninhos nos caniçais, zonas onde são mais frequentes. A espécie conhecida por ostra
portuguesa é, segundo alguns autores, originária do Estuário do Tejo.
Características naturais
Fauna e Flora
No rio Tejo podem pescar-se o barbo, a boga, a carpa, o achigã, a enguia, a lampreia, o bordalo
e a perca. No que toca à avifauna, aqui vivem espécies como a garça-real, a cegonha-preta, o
milhafre-real, a águia-pesqueira, o abutre-negro, o bufo-real, o corvo-marinho e o grifo. Este é
também o território natural do javali, do veado, do coelho, da raposa, do ginete, da lebre, do
saca-rabos e do gato-bravo.
A paisagem reveste-se de sobreiros, azinheiras, oliveiras, pinheiros bravos e eucaliptos,
enquanto que junto ao solo florescem estevas, giestas, rosmaninho, zimbro, medronheiros,
urze e alecrim. Nas margens do Tejo abundam o junco, o salgueiro, o choupo e o freixo.


Relevo
No troço montanhoso do Tejo destacam-se as zonas de declive acentuado, com terraços de
olival e abundantes socalcos, cobertos com flora da região. O vale encaixado deste rio marca a
transição entre o sul do país, quente e seco, e o norte, temperado e húmido. Ao longo das
margens do Tejo, constituídas por relevos rochosos, ricos em xisto, granito e quartzo,
desaguam diversos rios e ribeiras, que em cursos sinuosos alimentam açudes e barragens.
Toda a área do rio que delimita o norte do concelho de Nisa, num total de 43 quilómetros,
caracteriza-se pela biodiversidade animal e vegetal, bem como pelas riquezas geológicas e
arqueológicas a ela associadas.
Poluição no Rio Tejo
A poluição no Rio Tejo é essencialmente causada pelos resíduos orgânicos, mas há outros
factores que não são muito conhecidos. Por exemplo os metais pesados (chumbo, cobre,
cádmio, crómio...) e as substâncias radioactivas. Porém, a principal causa de poluição são as
fábricas, as centrais eléctricas e as estações de tratamento de esgotos que despejam os seus
resíduos para o rio.

Em volta do estuário do Tejo existem várias indústrias químicas que poluem as suas águas,
nomeadamente a Siderurgia Nacional, Soda Póvoa e Lisnar.

O Rio Trancão, um conhecido afluente do Rio Tejo, é o que mais contribui para o aumento da
poluição do Tejo. Outros afluentes que também o poluem são o Rio Judeu, o Real, o Coina e o
Rio da Moita.

Na margem sul do estuário, as indústrias de maior relevo que mais poluem situam-se no
Barreiro e Seixal. Nestes concelhos, predominam as metalúrgicas, as fábricas químicas de
adubos e pesticidas, de agro-indústria e do ramo automóvel.

A zona mais poluída do Tejo é o seu estuário. Esta situação pode tornar-se preocupante uma
vez que na Reserva Natural do Estuário habitam muitas espécies animais e vegetais e a água
contaminada que esses seres consomem, mesmo que não lhes traga a morte imediata, pode
causar graves doenças.
Bibliografia
Enciclopédia de consulta, Activa Multimédia, Geografia e História de Portugal, Lexicultural,
1997

In Diciopédia. Porto : Porto Editora, 2007.

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Rio tejo

  • 1. Rio Tejo Curso Científico - Humanístico de Línguas e Humanidades Geografia A Ano Lectivo 2009 / 2010
  • 2. Introdução Este trabalho foi realizado no âmbito da disciplina de Geografia A do 10º ano do curso Línguas e Humanidades. O objectivo deste trabalho é aprofundar o conhecimento sobre um dos principais rios portugueses. Inicialmente iremos apresentar o rio escolhido, referindo a nascente e a foz. De seguida, iremos aprofundar a temática do trabalho, ao desenvolver a rede e bacia hidrográfica, o caudal, a ocorrência de cheias e algumas das barragens do rio em questão. Seguidamente, e de forma a complementar o trabalho, faremos uma pequena alusão à cidade de Lisboa, situada na margem direita do rio em questão, referindo a economia e cultura da cidade. Continuamente, uma pequena referência à bacia do estuário do Rio Tejo, mostrando algumas das suas características naturais. Por fim, iremos referir algumas das características naturais, nomeadamente a fauna, flora e o relevo, relacionadas com o rio Tejo, e a poluição aí verificada.
  • 3. Rio Tejo É o maior rio da Península Ibérica, estendendo-se ao longo de 1009 quilómetros. Nasce na serra de Albarracim, a 1593 metros de altitude, em Espanha, e desagua no oceano Atlântico, por um largo estuário com cerca de 260 km2, alguns quilómetros adiante de Lisboa, em S. Julião da Barra - Oeiras. Depois de atravessar o planalto de Castela -a- Nova e a Estremadura espanhola entre desfiladeiros e vales apertados, entra por fim em Portugal. Faz fronteira entre Espanha e Portugal através do troço internacional do Tejo, com uma extensão de cerca de 50 km. As margens são rochosas e abruptas e o vale estreito (por exemplo, Portas do Ródão). Fig.1 – Rio Tejo O leito está cheio de penedias, cascalho e algumas ilhas como a do Castelo de Almourol. De Abrantes até à foz, o Tejo corre nas planícies ribatejanas, onde deposita nateiros de grande fertilidade e provoca inundações catastróficas. O Tejo termina por um amplo e fundo estuário, que forma o mar da Palha e aperta-se a 10 km da foz. Na margem direita do estuário situa-se a cidade de Lisboa. Em Lisboa o rio Tejo é atravessado por duas pontes. A mais antiga é a Ponte Salazar, que após a Revolução dos Cravos mudou de nome para Ponte 25 de Abril. A outra é a Ponte Vasco da Gama, que tem cerca de 17 km de comprimento. O local mais largo deste rio chama-se Mar da Palha e fica junto a Lisboa, entre as duas pontes. Todos os anos no porto de Lisboa, atracam centenas de paquetes de luxo, principalmente na doca de Alcântara. No seu estuário existe uma reserva ecológica (Reserva Natural do Estuário
  • 4. do Tejo, com sede em Alcochete) onde nidificam várias espécies de aves. Devido à grande poluição do rio deixaram de existir golfinhos, aparecendo raramente um exemplar, que por engano entra no estuário, voltando ao mar sempre que possível. Fig.2- As pontes 25 de Abril e Vasco da Gama, respectivamente, que atravessam o rio Tejo.
  • 5. Rede e Bacia Hidrográfica A área da sua bacia hidrográfica é de 80 629 km2, dos quais 24 460 são em Portugal. O escoamento anual na foz do rio Tejo é, em média, de 17 080 hm3, sendo 6200 hm3 em Portugal e o restante em Espanha. Estima-se que a bacia hidrográfica do rio Tejo, em território nacional, apresente uma capacidade total de armazenamento de recursos hídricos na ordem dos 2750 hm3, em regime regularizado. Na sua bacia hidrográfica é nítido o contraste entre os afluentes da margem norte, com elevadas disponibilidades de recursos hídricos em regime natural, e os afluentes da margem sul, bastante pobres em recursos hídricos. Em território português, o Tejo recebe da margem esquerda o Sever, o Sorraia e o Almansor que, à excepção do primeiro, são rios de planície com as mesmas características do Tejo na sua secção inferior. Da margem direita o Tejo recebe os rios Erges, Ponsul, Ocreza, Zêzere, Alviela e Maior, que descem da montanha, quase todos de carácter torrencial, sendo o mais importante o Rio Zêzere, que tem a sua origem na serra da Estrela - o maior centro de dispersão das águas do território português. Fig.3 – As principais bacias hidrográficas de Portugal Continental (os valores expressam a extensão das bacias hidrográficas, em km2).
  • 6. A bacia do Tejo constitui a zona central do país e, em relação à sua divisão administrativa, abrange uma franja reduzida do distrito da Guarda e do de Leiria, a quase totalidade do de Castelo Branco, do de Portalegre e da parte não alentejana do de Setúbal, todo o de Santarém, cerca de um terço do de Évora, bem como a metade oriental do de Lisboa. Quanto a concelhos, 94 são atingidos pela bacia do Tejo, embora cerca de uma dezena muito marginalmente. Da Região Alentejo são tocados 20 concelhos, 30 da Região Centro e 44 da Região de Lisboa e Vale do Tejo. A bacia Hidrográfica do estuário da Tejo situa-se num conjunto de 13 concelhos. CONCELHO Nº HABITANTES Alcochete 15 000 Almada 170 000 Amadora 200 000 Azambuja 23 000 Barreiro 92 000 Cascais 32 000 Lisboa 1 000 000 Loures 35 000 Moita 25 000 Montijo 27 000 Oeiras 90 000 Seixal 45 000 Vila Franca de Xira 95 000 Este gráfico representa os 13 concelhos da Bacia Hidrográfica do Estuário do Tejo em termos de ocupação demográfica actual.
  • 7. O Caudal Os caudais dos rios portugueses são alimentados por aquíferos e pelo escoamento superficial resultante principalmente da precipitação que cai na área de cada bacia hidrográfica. A Região do Vale do Tejo é bastante beneficiada pela produtividade aquífera. O Rio Tejo apresenta um caudal muito irregular: os maiores níveis de caudal registam-se de Janeiro a Abril, enquanto os menores dão-se de Julho a Outubro. O caudal do rio Tejo é fortemente influenciado pela irregularidade da precipitação, que faz variar o escoamento e lhe confere sazonalidade. Fig.4 – Caudal médio de alguns dos principais rios portugueses, nomeadamente o Rio Tejo. Devido à localização geográfica, a precipitação e o escoamento não são tão elevados no vale do Rio Tejo, ainda assim não deixam de influenciar o caudal e regime deste rio. Fig.5 – Perfil longitudinal do rio Tejo
  • 8. Cheias no rio Tejo O regime do rio Tejo é de carácter torrencial, varia ao longo do ano, de acordo com as estações. No Inverno e início da Primavera são frequentes cheias, no entanto com menor assiduidade do que no Norte de Portugal. No período seco estival, nota-se uma redução acentuada do caudal. O vale do Tejo é periodicamente afectado pelas cheias do rio, e também causador de grandes prejuízos. A margem direita do rio Tejo é normalmente atingida pelas suas águas, quando por acção de fortes chuvadas em Invernos muito rigorosos, transborda do seu leito, e alaga as áreas adjacentes. Os seus habitantes encararam sempre com relativa serenidade estas visitas que o maior rio da Península Ibérica, periodicamente, fazia nas zonas baixas do Ribatejo. No entanto, alguns anos de inundações de níveis considerados anormais, causaram muita preocupação entre a população e tiveram consequências devastadoras em estruturas habitacionais e redes viárias. Fig.6 – Estiagem no rio Tejo.
  • 9. Fig.7 – Cheias no Rio Tejo
  • 10. Algumas barragens do Rio Tejo Bacia Hidrográfica Nome Distrito Barragem de Açafal Castelo Branco Barragem da Apartadura Portalegre Barragem de Belver Portalegre Barragem de Bouça Leiria Barragem do Cabril Castelo Branco Barragem da Capinha Castelo Branco Barragem de Castelo de Bode Santarém Barragem de Corgas Castelo Branco Barragem da Cova do Viriato Castelo Branco Barragem de Covão do Ferro Castelo Branco Barragem do Divor Évora Barragem do Fratel Portalegre Barragem de Freixeirinha Évora Barragem do Furadouro Évora Barragem do Gameiro Évora Tejo Barragem da Idanha Castelo Branco Barragem de Magos Santarém Barragem de Maranhão Portalegre Barragem da Meimoa Castelo Branco Barragem de Michões Santarém Barragem dos Minutos Évora Barragem de Montargil Portalegre Barragem de Penha Garcia Castelo Branco Barragem do Poio Portalegre Barragem da Póvoa Portalegre Barragem de Pracana Santarém Barragem de Santa Luzia Coimbra Barragem de Tabueira Évora Barragem de Toulica Castelo Branco Barragem de Vale das Bicas Évora Barragem de Vale do Cobrão Santarém
  • 11. Lisboa Lisboa é a capital e a maior cidade de Portugal. A cidade é também capital do Distrito de Lisboa, da Área Metropolitana de Lisboa. Localiza-se na Região da Grande Lisboa (NUT II) em Lisboa (NUT III). Fica situada na margem direita do Rio Tejo, estendendo-se ao longo do seu estuário por alguns quilómetros e para o interior. Tem uma área de 84,6 km2, tem 53 freguesias, agrupadas em quatro bairros administrativos. O natural ou habitante de Lisboa denomina-se lisboeta, lisboano, lisbonês, lisbonense, lisboês, lisbonino ou olisiponense. A cidade do nosso país é também muito conhecida pelo terramoto de 1755, que deixou Lisboa completamente destruída. Fig.8 – Cidade de Lisboa A altitude máxima do distrito é de 666 metros na serra de Montejunto. Apresenta-se dominado por áreas de morfologia plana e de baixa altitude, correspondentes à planície sedimentar das bacias dos rios Tejo e Sado. Grande parte do distrito é drenada pela rede hidrográfica da bacia do Tejo. No que se refere ao clima verificam-se características mediterrânicas, com Verões quentes e secos e Invernos amenos. Lisboa é uma das capitais mais amenas da Europa, tem um clima fortemente influenciado pela Corrente do Golfo. A Primavera é fresca a quente (de 8°C a 26°C)
  • 12. com sol e alguns aguaceiros. O Verão é seco, quente com algum vento e temperaturas entre 16°C a 35°C. O Outono é ameno e instável, com temperaturas entre 12°C e 27°C e o Inverno é tipicamente chuvoso e fresco, também com algum sol (temperaturas entre 3°C e 17°C). A temperatura mais baixa registada foi de -2,2°C e a mais elevada foi de 43°C.
  • 13. Economia da cidade Lisboa é a cidade mais rica de Portugal com um PIB per capita superior à média europeia e com uma economia concentrada em serviços. A capital do país tem à sua volta uma cintura industrial que, no seu conjunto, constitui a maior concentração fabril do país. O Rio Tejo influencia positivamente a economia na cidade de Lisboa, aí trabalham muitos milhares de pessoas, que constituem parte do enorme núcleo populacional formado por Loures, Amadora, linhas do Estoril e de Sintra, margem direita do Rio Tejo, e na outra margem do Tejo, Almada, Barreiro e Seixal. Lisboa é também o mais importante pólo turístico do País. Na sua área de influência ficam as praias de Carcavelos, Estoril, Cascais, Guincho, Praia das Maçãs, Praia Grande e Ericeira. O sector terciário tem uma forte implantação no distrito, nomeadamente na cidade de Lisboa, que, pelo facto de ser a capital administrativa do país, reúne um conjunto de serviços ligados à administração central, ocupando uma percentagem significativa da população activa. É o primeiro centro ferroviário do País, possui um aeroporto de grande importância nacional e internacional (Portela de Sacavém), e o seu porto tem um movimento extraordinário de importações e exportações. Produz cereais, fruta, vinho e produtos hortícolas. Tem indústrias do ramo alimentar, química, de cimentos, de construção naval, metalo-mecânica, têxtil e de refinação. Fig.9 – Margens do rio Tejo na cidade de Lisboa.
  • 14. Cultura Lisboa é uma cidade com uma vida cultural muito activa. A cidade é o epicentro dos descobrimentos desde o século XV, o ponto de encontro de muitas culturas. Manteve estreitas ligações com as antigas colónias portuguesas, hoje países independentes, Lisboa é uma das cidades mais cosmopolitas da Europa. Ao viajarmos de metro podemos ouvir falar línguas como o cantonês, o gujarati, o ucraniano, o italiano ou o português com pronúncia moçambicana ou brasileira, nenhuma destas línguas falada por turistas, mas sim por habitantes da cidade. Desde 1994, ano em que Lisboa foi Capital Europeia da Cultura, que tem vindo a acolher uma série de eventos internacionais, como a Expo 98, Tenis World Master 2001, Euro 2004, Gymnaestrada, MTV Europe Music Awards, Rali Dakar, Rock in Rio ou os 50 anos da Tall Ships' Races (Regata Internacional dos Grandes Veleiros). Em 2005, Lisboa foi considerada pela International Congress & Convention Association como a oitava cidade do mundo mais procurada para a realização de eventos e congressos internacionais. Fig.10 – Expo 98 e Rock in Rio, respectivamente.
  • 15. O Estuário do Rio Tejo: características naturais e actividades económicas O Estuário do Tejo é o maior Estuário da Europa Ocidental, com uma área molhada variando entre os 300 e os 350Km2, em função da maré. As actividades tradicionalmente desenvolvidas no Estuário estiveram ligadas à exploração dos seus recursos naturais, como a pesca, a produção de ostras e outros bivalves e a extracção de sal. O Estuário do Tejo era utilizado como "nursery" por várias espécies piscícolas e inúmeras aves marinhas, no entanto, essa utilização foi abandonada devido à poluição. De entre as espécies mais frequentes no Estuário do Tejo, destacam-se a seguir as mais importantes, bem como o seu modo de vida no Estuário. O carangueijo-verde é a espécie mais frequente da zona entre-marés e a que melhor tolera baixas salinidades. È uma espécie muito importante na cadeia trófica de várias espécies de peixes. A lambujinha é actualmente o bivalve mais abundante do Tejo e possui alto valor económico. Ocorre em áreas vasosas da zona entre-marés. O cavalo-marinho é frequentemente encontrado no Estuário do Tejo, sendo comum aparecer nas zonas ricas em pequenos crustáceos, que servem de alimento a esta espécie. A minhoca, poliqueta errante, tolera bem as diferenças da salinidade. É comum encontrar-se em terrenos vasosos, a vários níveis de profundidade. No Inverno, o Estuário do Tejo chega a receber mais de 2000 flamingos, nas zonas de Pancas e nas salinas do Samouco. A Águia Sapeira é das rapinas mais abundantes no Estuário do Tejo, que constitui um importante local de nidificação desta espécie. É frequente observarem-se casais dispersos pelos sapais de Pancas, Ponta-de-Erva e Mouchões, embora se encontre actualmente muito ameaçada. Das aves mais comuns no Estuário destaca-se o Borrelho-de- coleira- interrompida. Sedentário, nidifica nas divisórias de cascalhos das salinas e alimenta-se em águas pouco profundas. Destaca-se também o rouxinol-grande-dos-caniços. Comum e nidificante, distingue-se do rouxinol-pequeno-dos caniços por ser maior. Constrói os seus ninhos nos caniçais, zonas onde são mais frequentes. A espécie conhecida por ostra portuguesa é, segundo alguns autores, originária do Estuário do Tejo.
  • 16. Características naturais Fauna e Flora No rio Tejo podem pescar-se o barbo, a boga, a carpa, o achigã, a enguia, a lampreia, o bordalo e a perca. No que toca à avifauna, aqui vivem espécies como a garça-real, a cegonha-preta, o milhafre-real, a águia-pesqueira, o abutre-negro, o bufo-real, o corvo-marinho e o grifo. Este é também o território natural do javali, do veado, do coelho, da raposa, do ginete, da lebre, do saca-rabos e do gato-bravo. A paisagem reveste-se de sobreiros, azinheiras, oliveiras, pinheiros bravos e eucaliptos, enquanto que junto ao solo florescem estevas, giestas, rosmaninho, zimbro, medronheiros, urze e alecrim. Nas margens do Tejo abundam o junco, o salgueiro, o choupo e o freixo. Relevo No troço montanhoso do Tejo destacam-se as zonas de declive acentuado, com terraços de olival e abundantes socalcos, cobertos com flora da região. O vale encaixado deste rio marca a transição entre o sul do país, quente e seco, e o norte, temperado e húmido. Ao longo das margens do Tejo, constituídas por relevos rochosos, ricos em xisto, granito e quartzo, desaguam diversos rios e ribeiras, que em cursos sinuosos alimentam açudes e barragens. Toda a área do rio que delimita o norte do concelho de Nisa, num total de 43 quilómetros, caracteriza-se pela biodiversidade animal e vegetal, bem como pelas riquezas geológicas e arqueológicas a ela associadas.
  • 17. Poluição no Rio Tejo A poluição no Rio Tejo é essencialmente causada pelos resíduos orgânicos, mas há outros factores que não são muito conhecidos. Por exemplo os metais pesados (chumbo, cobre, cádmio, crómio...) e as substâncias radioactivas. Porém, a principal causa de poluição são as fábricas, as centrais eléctricas e as estações de tratamento de esgotos que despejam os seus resíduos para o rio. Em volta do estuário do Tejo existem várias indústrias químicas que poluem as suas águas, nomeadamente a Siderurgia Nacional, Soda Póvoa e Lisnar. O Rio Trancão, um conhecido afluente do Rio Tejo, é o que mais contribui para o aumento da poluição do Tejo. Outros afluentes que também o poluem são o Rio Judeu, o Real, o Coina e o Rio da Moita. Na margem sul do estuário, as indústrias de maior relevo que mais poluem situam-se no Barreiro e Seixal. Nestes concelhos, predominam as metalúrgicas, as fábricas químicas de adubos e pesticidas, de agro-indústria e do ramo automóvel. A zona mais poluída do Tejo é o seu estuário. Esta situação pode tornar-se preocupante uma vez que na Reserva Natural do Estuário habitam muitas espécies animais e vegetais e a água contaminada que esses seres consomem, mesmo que não lhes traga a morte imediata, pode causar graves doenças.
  • 18. Bibliografia Enciclopédia de consulta, Activa Multimédia, Geografia e História de Portugal, Lexicultural, 1997 In Diciopédia. Porto : Porto Editora, 2007.