Campanha contra agrotóxicos e pela vida sustentável
1. Se o campo não planta
Campanha permanente
contra o uso de Agrotóxicos e pela Vida!
a cidade não janta !
Pra começo de conversa... O c a s o d o G l i fo s a t o
Nós da Associação Brasileira dos Os grandes produtores e as empresas aumentou de 2000 até 2009 em 67%,
Estudantes de Engenharia Florestal – transnacionais defendem a ampla chegando a 23.359 milhões de hectares,
ABEEF, Executiva Nacional dos Estudantes utilização de agrotóxicos nas lavouras e um enquanto a quantidade utilizada de
de Biologia – ENEBio e Federação dos dos argumentos para isso seria a Glifosato nessa área aumentou em
impressionantes 209%, o que significam
Estudantes de Agronomia do Brasil – FEAB progressiva diminuição no uso destes 226.825 milhões de toneladas do
estamos organizando junto à diversas devido à utilização vinculada a organismos herbicida, derrubando por terra este
ONG's e movimentos sociais do campo geneticamente modificados. argumento.
uma “Campanha Permanente Contra os O Glifosato (herbicida desenvolvido Outros agrotóxicos também têm tido
Agrotóxicos e Pela Vida” da qual faz parte p e l a t ra n s n a c i o n a l M o n s a n t o ) é sua importação e uso aumentados,
esse jornal. largamente utilizado em plantações da chegando à taxa de 5,25% ao ano de
espécie geneticamente modificada para aumento no consumo de herbicidas entre
Essa campanha surge da importância ser resistente a ele; A soja RR (RoundUp os anos de 1999 a 2007, 4,92% nos
que os agrotóxicos tomaram na produção Ready), ou seja, pronta para a utilização do inseticidas e 2,34% nos fungicidas no
agrícola brasileira e dos problemas Glifosato, também é desenvolvida pela mesmo período.
consequentes da sua adoção junto a todo Monsanto. Quando o herbicida é aplicado Já no que diz respeito ao crescimento
um pacote tecnológico pouco preocupado em uma lavoura de soja RR todas as plantas anual do consumo de agrotóxicos por
com as demandas reais da sociedade mas que não são resistentes ao herbicida estado brasileiro, ainda segundo dados do
morrem e apenas a soja resistente SINDAG, o campeão de aumento do uso foi
sim com o lucro a todo custo ambiental,
sobrevive. o Mato Grosso com uma média de 5,42%
social e político. Os defensores do agronegócio ao ano de 1999 a 2007; O Paraná teve uma
Esperamos que esse material te traga garantiam que este herbicida seria média de 5,12% ao ano enquanto o Rio
mais informações sobre os agrotóxicos e os utilizado em quantidades cada vez Grande do sul 5,08 sendo que a soja foi
problemas que a sociedade vai precisar menores quando vinculado ao plantio de responsável em 2007 por 43% do consumo
enfrentar se estiver interessada em um s o j a t ra n s gê n i ca , a u m e nta n d o a total de agrotóxicos no Brasil.
campo brasileiro que produza alimentos produtividade da soja sem aumentar a O
ILEIR
área plantada, para demonstrar que os BRAS E
saudáveis para os seus consumidores, que CADA E 5 KG D Pedrinho,
produtos transgênicos poderiam ser uma CO NSOM ICOS
não cause doenças aos trabalhadores TÓX
AGRO NO.
já tomou o seu
solução para a produção de alimentos POR
A
veneno hoje?
rurais e às comunidades próximas das apenas com o aumento da produtividade
áreas de grandes monoculturas e que da lavoura.
estabeleça formas diferentes de produção Segundo a Conab/SINDAG (sindicato Não mãe,
de energia com respeito ao meio nacional da indústria de produtos para estou sem
Ambiente. defesa agrícola) em pesquisa publicada fome!
em 08/07/10 a área plantada de soja
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2. Campanha permanente
2 contra o uso de Agrotóxicos e pela Vida!
E a nossa saúde, como fica?
Muitos produtos utilizados na lavoura agrotóxicos, não é verdade? A resposta do podem causar os agrotóxicos na vida dos
brasileira foram indicados para testes em censo agropecuário realizado em 2006 não agricultores e consequentemente na dos
2008 pela ANVISA (Agência Nacional de é nem de longe satisfatória. consumidores. O que necessitamos é a
Vigilância Sanitária), dentre eles o Segundo ele a orientação técnica paralisação da utilização de agrotóxicos e a
Glifosato com suspeitas de casos de continua muito limitada, sendo praticada construção de um novo modelo de
intoxicação, solicitação da revisão da em apenas 22% dos estabelecimentos – desenvolvimento de tecnologia para o
Ingestão Diária Aceitável (IDA) por parte da aqueles cuja área média é de 228 hectares. campo. Um modelo que não seja nocivo
empresa registrante, necessidade de Mais da metade dos estabelecimentos para a saúde do trabalhador e do
controle de impurezas presentes no onde houve utilização de agrotóxicos não consumidor e que traga consigo uma
produto técnico e possíveis efeitos recebeu orientação técnica, política de educação e saúde satisfatória,
toxicológicos adversos; o Tricloform por representando 785 mil estabelecimentos que não espere mais para contar as vítimas
suspeita de neurotoxidade, potencial ou 56,3% do total de estabelecimentos. para depois tentar barrar a liberação
carcinogênico e toxicidade reprodutiva; o Ainda sobre a estatística da utilização indiscriminada do uso de agrotóxicos, na
Acefato por suspeita de neurotoxidade, adequada dos agrotóxicos o censo indica base do “Não te falei! Tá aqui o defunto pra
suspeita de carcinogenicidade e de que cerca de 296 mil estabelecimentos não provar que o agrotóxico mata!”.
toxicidade reprodutiva e a necessidade de utilizaram nenhum equipamento de
revisar a Ingestão Diária Aceitável e a proteção individual, representando Porcentagem de alimentos
Cyhexatina por alta toxidade aguda, incríveis 21,23% dos estabelecimentos que com ídice de Ingestão Diária
suspeita de carcinogenicidade para seres utilizam agrotóxicos. Aceitável de agrotóxicos
humanos, toxicidade reprodutiva e Para piorar o cenário do campo acima do indicado
neurotoxicidade. brasileiro o censo também aponta que 39%
Dos produtos citados acima já foram dos produtores são analfabetos ou sabem
testados alguns deles, e os resultados das
reavaliações não devem agradar as
ler e escrever, mas não freqüentaram a
escola, e 43% não possuíam o ensino
Pimentão 80%
empresas. O Acefato foi, juntamente com o
Metamidofós, indicado ao banimento no
fundamental completo, totalizando mais
de 80% dos produtores rurais com baixa
Uva 56,4%
Brasil; a Cyhexatina teve o indicativo de
banimento total até julho de 2011 (apenas
escolaridade. Considerando-se o recorte
de gênero o analfabetismo chega a 45,7%
Pepino 54,8%
mantida no estado de SP); o Endossulfam
teve o indicativo de banimento total até
em mulheres enquanto essa taxa para
homens é de 38,1%. Para agravar ainda
Morango 50,8%
julho de 2013 com proibição imediata em
18 estados e o Tricloform teve o indicativo
mais estas estatísticas foi observado que
há mais de um milhão de crianças com Abacaxi 44,1%
de banimento total no Brasil. Estes menos de 14 anos de idade trabalhando na
resultados põem em cheque uma verdade agropecuária e quase 12 milhões dos Couve 44,1%
considerada absoluta por muito tempo no trabalhadores são temporários,
Brasil, que os agrotóxicos não causariam dificultando ainda mais a capacitação e o Mamão 38,8%
danos ao meio ambiente e a saúde da acúmulo da experiência profissional, além
população. da retirada de qualquer benefício Alface 38,4%
Mas os agricultores têm meios de se constitucional de um emprego com
protegerem do contato com os carteira assinada. Tomate 32,6%
agrotóxicos, não? Avaliando-se a O que todo este cenário da realidade
possibilidade de danos à saúde humana há
um processo de conscientização e
agrária nos diz claramente é a grande
complexidade com que lidamos no campo
Cenoura 24,8%
proteção dos agricultores que utilizam para apenas desconsiderar os danos que Fonte: Anvisa
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3. Campanha permanente
3 contra o uso de Agrotóxicos e pela Vida!
Você sabe de onde vem o que você come?
Agricultura familiar alimenta o Brasil
O último Censo Agropecuário de
2006, publicado apenas em 2009, mostra
em números uma realidade do campo
brasileiro muito diferente daquela que
coloca o agronegócio como um dos
principais responsáveis pelo
desenvolvimento nacional.
Afinal, que tipo de desenvolvimento
é esse? E para quem ele serve?
Os dados mostram que os agricultores
familiares são responsáveis por 40% da
produção agropecuária do Brasil e detêm
apenas 24% das terras, estando estas nas
piores condições de topografia e
fertilidade. Sabe-se que, devido às
condições estruturais e à falta de
investimentos do governo, há uma
impossibilidade em maiores valores na Fonte: Agricultura Familiar no Brasil e o Censo Agropecuário 2006; MDA
produção, fazendo com que grande parte
da produção da agricultura familiar fique açúcar, soja, eucalipto), enquanto agricultura familiar se coloca como a
para o auto-sustento. No entanto, alimentos básicos para a população principal fornecedora de alimentos maior
visualizamos que a produtividade nesse brasileira (70% do feijão, 87% da extensão em terra; o agronegócio, dos
caso é maior que a do agronegócio. mandioca, 58% do leite consumido no empregos gerados no campo, emprega
Enquanto isso, o agronegócio país). apenas 26%, enquanto a agricultura
recebe 86% do investimento do Estado, é Segundo o Ministério do familiar, emprega 74%.
responsável por 60% da produção Desenvolvimento Agrário - MDA Fica claro, assim, o projeto que é
agropecuária e detém 76% das terras. A (“Agricultura Familiar no Brasil” e o Censo colocado para nossa agricultura. Os
desigualdade é clara na distribuição das Agropecuário 2006), o agronegócio grandes investimentos são
terras e de investimentos. E ainda, os contribui com 30% do PIB brasileiro. No direcionados para uma agricultura
produtos gerados pelo agronegócio são entanto, esse lucro fica nas mãos de voltada pra fora, que supre uma
principalmente as commodities (cana-de- poucos, já que,mesmo com a posse da demanda que não é nossa e cujo lucro
não fica para nosso povo.
Acreditamos e lutamos por outro
projeto para a agricultura brasileira. Um
projeto que coloca o desenvolvimento
como gerador de melhores condições
para o povo. Visualizamos, assim, a
agricultura familiar contribuindo dessa
maneira no campo. Trata-se de uma
produção que parte de demandas
populares, gerando alimentos e
empregos para o povo brasileiro e
contribuindo, assim, com mais justiça
social e com nossa soberania alimentar.
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4. Campanha permanente
4 contra o uso de Agrotóxicos e pela Vida!
Que desenvolvimento Estudo de caso: A Chapada do Apodi
queremos? Iremos tratar aqui de um caso que foi Endossulfan (Classe I), que teve
objeto de estudos de um grupo de recomendação de banimento pela ANVISA
Apenas pela necessidade de se revisar a pesquisadores da Universidade Federal do em processo de reavaliação toxicológica.
possibilidade de efeitos tão danosos de um Ceará – UFC que amparados na função Nas amostras colhidas em diferentes
desses produtos como a causa de câncer social da Universidade Pública e na ética da pontos ao longo do canal, e também nas
em seres humanos já se observa a pesquisa (pública), buscaram denunciar caixas d`água foram identificados de 3 a 12
negligência e pressão política de alguns alguns impactos dos agrotóxicos. Segundo p r i n c í p i o s at i vo s . O s i n s e t i c i d a s
setores para a aprovação precipitada a pesquisa `A temática que envolve o uso encontrados, em sua maioria são usados
desses produtos, demonstrando que um dos agrotóxicos adquiriu relevância para combater pragas da banana e do
dos princípios básicos para a liberação de crescente no âmbito da saúde coletiva. As abacaxi, principais culturas da região, e
uso de novos produtos, o princípio da estimativas da Organização Mundial da alguns deles pertencem às Classe
precaução, que leva em conta uma série de S a ú d e – O M S e d a O rga n i za çã o Toxicológica I e II, considerados
testes antes da liberação destes produtos é Internacional do Trabalho – OIT, em 2005 extremamente tóxicos e altamente tóxicos
basicamente ignorado, e porque não dizer, são de ocorrência de 7 milhões de à saúde humana e ambiental.
atropelado. intoxicações severas anuais no mundo, das A comunidade considera que o
Estudos como o de Estudo de Impacto quais resultam cerca de 70.000 mortes, a aumento desses produtos se deu devido a
Ambiental (EIA) e o respectivo Relatório de maioria delas referentes a exposições introdução da pulverização aérea, que
impacto no Meio-Ambiente (RIMA) ocupacionais. Estes agravos concentram- passou também a acontecer devido à
também têm seus resultados se nos países em desenvolvimento e expansão dos cultivos de banana pelas
deliberadamente ignorados pelos somam-se a efeitos crônicos como empresas que se instalaram na região.
argumentos de que o atravancamento da sequelas neurocomportamentais (25 mil Foi diagnosticado que a água do
liberação destes produtos e de organismos casos), câncer (37 mil casos), dermatoses aquífero já está contaminada pelos
geneticamente modificados era feito por (700 mil casos), na estimativa realizada em agrotóxicos e que há um expressivo
motivos ideológicos que se colocavam 1990. aumento da demanda por água no período
contra o desenvolvimento do país. O caso aprofundado na pesquisa das secas, advinda da reserva subterrânea,
Somos contra o desenvolvimento que se acontece na chapada do Apodi, que se para irrigação das plantações de grandes
dê qualquer custo e para poucos, mas situa no estado do Ceará, quase divisa com
somos a favor do desenvolvimento que o Rio Grande do Norte. As comunidades da empresas de fruticultura que estão
não desconsidere intencionalmente a chapada denunciaram uma série de instaladas na região.
possibilidade real de serem cometidos irregularidades que dentro do quadro
erros, que não atropele as leis já descrito acima contribuíram no estudo e
estabelecidas, que sirvam às necessidades diagnóstico do uso dos agrotóxicos na
do povo que o financia e que respeite o realidade brasileira.
meio ambiente que nos sustenta. Esse
modelo de desenvolvimento que Contaminação da
queremos é possível e já está em água e do solo
desenvolvimento, a agricultura familiar As comunidades da Chapada são
que produz agroecologicamente traz abastecidas com a mesma água utilizada
consigo essa responsabilidade com a para irrigação, que percorre cerca de 14 km
produção de alimentos saudáveis para o no canal principal a céu aberto, à margem
povo brasileiro, que respeita os das plantações. No canal que abastece a
produtores, o meio ambiente e a saúde das localidade foram detectados oito
pessoas que consomem seus produtos princípios ativos diferentes, dentre eles o
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5. Campanha permanente
5 contra o uso de Agrotóxicos e pela Vida!
Estudo de caso: A Chapada do Apodi (cont.)
Por que tanto Agrotoxico? fragilizando as políticas públicas para isso.
O cultivo da banana na Chapada do
Apodi, assim como em outras regiões, Processo de Lutas na
enfrenta o problema da Sigatoka-amarela, Chapado do Apodi.
doença endêmica causada pelo fungo A preocupação e o incômodo da
Mycosphaerella musicola Leach que população residente na Chapada do Apodi
provoca perdas de até 50% na produção. A levaram a uma série de reivindicações e
própria implantação de extensas áreas de lutas, inclusive a mobilização pela
monocultura é um dos principais fatores proibição da pulverização aérea, liderada
para o surgimento de pragas somado ao por José Maria Filho, morador da
desmatamento, que juntos interferem no Trabalhadores também se queixam sobre problemas de saúde comunidade do Tomé.
equilíbrio ecológico, devido a falta de . A comunidade acredita que a reação das
biodiversidade. Outro fator está ligado às Uso seguro? empresas frente a mobilização levou Zé
altas taxas de produtividade por hectare, O MAPA, Ministério da Agricultura, Maria, também militante do Movimento
que só são possíveis a base de Pecuária e Abastecimento, define as dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, ser
intervenções químicas (adubos químicos e condições de aplicação dos agrotóxicos: assassinado em 21 de abril de 2010. Um
agrotóxicos), que com o tempo podem distâncias mínimas de duzentos a dos fatores que os leva a crer nisso é o fato
esgotar o solo e fragilizar as plantas, quinhentos metros de mananciais de água, de que a liminar de proibição de aplicação
aumentando sua vulnerabilidade às povoações; além das condições de agrotóxicos via aérea foi revogada logo
pragas. ambientais de temperatura, velocidade após a morte do militante, deixando claro o
Como estes fatores estão intimamente dos ventos e umidade relativa do ar, entre motivo da morte dessa importante
ligados à lógica do agronegócio, a aplicação outros. Porém, estas normas não são referência de luta da região.
de fungicidas tem sido prática freqüente cumpridas Durante os debates ocorridos em
das empresas do agronegócio e dos A EMBRAPA - Empresa Brasileira de Audiência Pública promovida pelo
pequenos produtores que trabalham em Pesquisa Agropecuária- apresentou em Legislativo, em 12 de maio de 2010, o
parceria com elas, na tentativa de controle 2006 estudos comprovando que existe representante das empresas mostrou que
da doença. Alimentando ainda mais o uma "deriva técnica", em que os atuais os prejuízos para elas, caso a pulverização
modelo dependente destes químicos. equipamentos de pulverização, mesmo aérea fosse suspensa, poderiam chegar a
com calibração, temperatura e ventos R$ 22.125.000,00 por ano. É necessário,
Problemas a saúde humana! ideais, deixam cerca de 32% dos entretanto, estimar adequadamente os
O acompanhamento das comunidades agrotóxicos pulverizados retidos nas prejuízos para o meio ambiente e a saúde
da Chapada, permitiu o diagnóstico de plantas, 49% vão para o solo e 19% vão humana, e os custos que a contaminação
casos de intoxicações agudas como pelo ar para outras áreas circunvizinhas da de pessoas, animais, alimentos e
irritações na pele e mucosas, e problemas aplicação; mostrando que ainda que compartimentos ambientais impõem às
respiratórios. Estão em estudo também os cumpridas, as normativas do ministério instituições públicas, que possivelmente
efeitos de longo prazo, como o aborto, não garantiriam suficientemente a ultrapassam os ganhos privados das
cânceres, malformações congênitas, proteção do ambiente e da saúde humana. empresas. Isto sem mencionar a dimensão
doenças endócrinas, doenças O quadro se agrava com a ineficiência de humana e ética do problema. Há vidas em
imunológicas, etc. fiscalização do Estado, que acabam risco.
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6. Campanha permanente
6 contra o uso de Agrotóxicos e pela Vida!
Floresta não é mercadoria! É bem do povo!
Você conhece o código florestal? O desrespeito ao código, ou seja, os grandes Isso nos mostra que a produção agrícola
código florestal é o conjunto de leis que produtores de soja, cana-de-açúcar, do agronegócio não consegue conviver
rege sobre as propriedades agrícolas nas pecuária (principais criminosos harmonicamente com a preservação
questões ambientais, delimitando as ambientais segundo o código atual) não ambiental, pois é essa baseada em
Áreas de preservação permanente (APP) precisariam pagar as multas, que já intervenções químicas pesadas, na
nas margens dos rios, topos de morros, e correspondem a mais de 10 bilhões de monocultura, e visando o aumento de
reserva legal (RL). Ele é pouco divulgado e reais. Veja alguns exemplos de propostas produção a qualquer custo, mesmo que o
pouco estudado nas profissões de dos ruralistas: na Amazônia legal custo seja a vida do solo, da biodiversidade
agrárias, isso contribui para uma série de diminuiria de 80% para 50% a área e da saúde do povo.
mitos em relação às suas determinações. destinada à preservação; no que diz Mesmo não havendo incentivo estatal
Atualmente o código é bem rigoroso no respeito à recuperação das áreas para a aplicação do código, vemos que a
sentido da proteção ambiental e propõe a degradadas, a proposta de novo código agricultura camponesa, quilombola,
conciliação da produção agrícola com o propõe que se possa utilizar até 50% de indígena conseguem conviver com a
meio ambiente, para as pequenas espécies exóticas, afetando diretamente a preservação ambiental. Pois é nas áreas
propriedades, por exemplo, permite questão da biodiversidade e permitiria, desses povos em que ainda existe floresta
inclusive o reflorestamento com a técnica por exemplo, a implantação de eucaliptos, preservada. E o código florestal não
de sistema agroflorestal. que como sabemos é uma espécie que representa um empecilho na vida das
Aproveitando-se do desconhecimento requer muita água e desgasta a fertilidade famílias nem para a produção de alimento
da população em relação ao código e do solo. delas.
interessados no aumento da produção e É por isso, que os movimentos sociais,
do lucro, desde junho de 2009 foi formada as organizações ambientalistas, os
uma comissão especial para formular uma pequenos agricultores, estudantes, lutam
proposta de alteração do código florestal. pela manutenção do código florestal. Não
Essa movimentação para a alteração foi podemos continuar fechando os olhos
liderada pelos ruralistas e representantes para as causas da destruição ambiental e
do agronegócio que compõem a CNA permitir que se acirre a exploração. O
(Confederação Nacional da Agricultura e código florestal deve ser mantido, mas não
Pecuária), cuja presidente é a Senadora basta estar na lei como letra morta.
Kátia Abreu (DEM-TO). O relator da Devemos exigir do Estado um conjunto
Comissão é o Deputado Aldo Rebelo de políticas públicas coerentes que
(PCdoB). incentivem áreas de preservação nas
A proposta dos ruralistas e do propriedades agrícolas. E também,
agronegócio de alteração do código vem construir bases para um novo modelo
no sentido de flexibilizar as leis, diminuir as agrícola, uma política de financiamento
áreas de APP e RL, além da anistia aos para a agricultura camponesa, que é quem
produtores por crimes ambientais de pode produzir agroecologicamente.
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7. Campanha permanente
7 contra o uso de Agrotóxicos e pela Vida!
Agroecologia, a nossa proposta !
Nós, enquanto Movimento Estudantil,
junto com os Movimentos Sociais do
Campo, acreditamos em uma agricultura
economicamente viável e competitiva, ao
mesmo tempo, socialmente justa e em
equilíbrio com o meio ambiente e, para
isso, nos colocamos em luta por uma
outra proposta de desenvolvimento
rural, a qual só será possível com uma
profunda transformação técnica,
cultural, econômica e política.
A nossa luta, dessa maneira, é pela
Agroecologia, que se coloca como nossa
proposta política para o campo em
contraposição ao Agronegócio. Nossa
proposta vê o povo como protagonista
dessa transformação e, visualizando que
temos uma população rural marginalizada
e desacreditada de si, faz-se necessário
a ênfase na pesquisa participativa em
consonância com as metodologias da anteriormente colocados quando exportação. Acreditamos que essas
Educação Popular. investe em um melhor uso dos recursos demandas sejam justamente a produção
Além disso, a agricultura, nesses internos, minimizando o uso de insumos de alimentos e energia de maneira
moldes, supera os desafios externos; recicla e gera recursos e ambientalmente sustentável e
insumos no interior dos socialmente inclusiva, garantindo nossa
agroecossistemas; além de usar com segurança e soberania alimentar.
mais eficiência as estratégias de Dessa maneira, acreditamos e por
diversificação de cada agroecossistema. isso lutamos pela Agroecologia. Lutamos
Ressaltamos que quando partimos das pela Agroecologia enquanto proposta
demandas locais, nos colocamos em luta para o campo e parte do projeto que
por um tipo de agricultura que acreditamos para os países latinos, um
corresponda às demandas do povo como projeto que só se concretizará se
um todo, as quais estão muito longe de p r o t a g o n i z ado pelo nosso povo,
ser a produção de commodities para tornando-o soberano de sua própria
história.
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8. Campanha permanente
8 contra o uso de Agrotóxicos e pela Vida!
Construir o novo com firmeza e com amor !
“Quiçá, com os pés e as
mãos postos em terra firme,
sejamos capazes de romper
com este ideal iluminista de
que outro mundo é possível
sem luta, sem sujeitos, sem
disputa, sem projetos, sem
consciência de classe.”
Roberta Transpadini
O que é o movimento u n i v e rs i t á r i a e s e r e m o s f u t u ro s Nós, enquanto Movimento Estudantil,
profissionais. O movimento estudantil debatemos e lutamos, para além dos
estudantil afinal? toma para si a responsabilidade de pensar temas relacionados com nossa formação
Mesmo antes de entrarmos na e atuar sobre a realidade do estudante e e m s i e d a e d u c a ç ã o, a s s u n t o s
universidade ouvimos falar sobre questionar nossa formação profissional, relacionados à juventude, relações de
movimento estudantil e o quanto a para que possamos atender as reais gênero, produção de ciência e tecnologia e
juventude foi ativa politicamente em necessidades da sociedade, já que a outros temas que nos ajudam a ter uma
épocas como da ditadura militar e no “fora Universidade sozinha não o faz. Os visão mais ampliada da sociedade em que
Collor”, mas o que é esse movimento? estudantes se organizam no movimento vivemos para que possamos chegar às
Como os universitários atuam estudantil para construir o que queremos e nossas próprias conclusões e dar respostas
politicamente hoje em dia e como se pensamos sobre os rumos da educação no mais coerentes sobre o que queremos para
organizam? país e sobre o profissional que seremos, o Brasil.
Sabemos sobre a nossa mostrar nossa opinião e reivindicar as
responsabilidade com a sociedade e com o mudanças necessárias, seja na nossa JUVENTUDE QUE OUSA LUTAR!
desenvolvimento do país, já que somos universidade ou fora dela. CONSTRÓI PODER POPULAR!
jovens e estamos entrando na vida
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