O documento descreve a exposição comemorativa dos 75 anos do Cristo Redentor no Rio de Janeiro, destacando:
1) O Cristo Redentor continua sendo um importante símbolo do Rio de Janeiro e do espírito carioca depois de 75 anos.
2) Antes da construção do monumento, o morro do Corcovado parecia vazio, mas hoje o Cristo Redentor se integra perfeitamente à paisagem.
3) Embora tenha sido inaugurado em 1931, o projeto do Cristo Redentor foi idealizado para as comem
2. O Cristo Redentor, com seus “ braços abertos sobre
a Guanabara”, como cantou o célebre compositor e
poeta, ao completar 75 anos de existência, continua
sendo um signo de reconhecimento do Rio de Janeiro,
de sua gente e do espírito carioca em todo o país e no
cenário internacional.
Quando se observam imagens antigas do morro do
Corcovado, anteriores à construção do monumento,
prevalece um sentimento de vazio, de orfandade,
causado pela ausência de um símbolo que hoje nos
parece eterno e de tal forma se harmoniza com seu
entorno, decorando a bela paisagem.
Planejado para as comemorações do centenário
da Independência do Brasil, ocorrido em 1922, o
Cristo Redentor foi finalmente inaugurado em 12 de
outubro de 1931 – uma idéia arrojada para a época,
resultado do empenho da igreja católica e de todos
os que colaboraram com os recursos necessários para
concretizá-la.
No entanto, o Redentor faz parte do universo afetivo de
todos os cidadãos, transcende religiões e ideologias; é
um dos mais famosos ícones da Cidade Maravilhosa, a
ponto de um cronista afirmar que possui alma carioca
todo aquele que, debruçando-se a uma janela, em
UM CRISTO BRASILEIRO
4. Christo Redemptor entrega ao Rio de Janeiro a receita original do carioca, que andava sumida.
Parece anacrônico até na grafia do título. Mas, com imagens de um tempo em que os moradores da
cidade ainda queriam construir o Rio de Janeiro, Bel Noronha fura a onda de mau humor que encrespa
o noticiário de cada dia, devolvendo às praias uma alegria coletiva que estava afogada no passado
recente. Para ela, a estátua no penhasco do Corcovado não é só um mirante debruçado num presente
meio sombrio. É um memorial da fé que o carioca já teve em si mesmo.
Praia de Botafogo, c.1922
Thiele (atribuição)/Coleção Gilberto Ferrez
Acervo Instituto Moreira Salles
5. Rua São Clemente, c.1865
Camillo Vedani/Coleção Gilberto Ferrez
Acervo Instituto Moreira Salles
A exposição ensina a olhar para cima e ver que
o monumento não caiu do céu por descuido.
Nem está ali como prova de que Deus é
brasileiro. E muito menos é francês. Tem
traços moldados na França, sim. Mas foram
desenhados em pequena escala pelo escultor
francês Paul Landowski. O gigante de concreto
armado é produto genuíno da teimosia nativa.
Para construí-lo, até alunos de colégios
cariocas e tribos bororos de Mato Grosso
aderiram à coleta nacional de donativos, na
campanha nacional de arrecadação que tirou
do papel o projeto.
Bel Noronha vem a ser, por sinal, bisneta
do engenheiro Heitor da Silva Costa, que
construiu a estátua. Levou três anos para fazer
o filme, que deu origem a esta exposição. Era
seu primeiro documentário. Ela escreveu o
roteiro, produziu os recursos, entrevistou os
últimos sobreviventes dessa empreitada cívica
de 1921, revirou arquivos públicos e álbuns de
família. Acabou descobrindo o que o carioca
já tinha esquecido. Ou seja, que bom humor
também dá trabalho.
Marcos Sá Corrêa
6. “A única coisa que eu
sei é que foi feito pelos
franceses, um pre-
sente para o Rio, eu
acho que é isso, não
sei se é verdade.”
ESPAÇO DA DÚVIDA
7. “Pelo que eu sei, o Cristo Redentor
foi doado pelo governo na época
Francês e veio de navio para o Rio
de Janeiro. Muitas partes do Cristo
foram transportadas de helicóptero.”
“Realmente ele foi feito por brasileiros, com
dinheiro dos brasileiros.”
“Eu sei que quem construiu o Cristo foi o
Heitor da Silva Costa. Ele era meu tataravô.”
8. HEITOR DA SILVA COSTA (*)
“A realização deste nobre e
religioso ideal, representado
pela grandiosa imagem de
Cristo do Corcovado, exigiu
a cooperação não só dos
maiores esforços morais,
técnicos e artísticos, como
também de toda a dedicação
de seus obreiros, desde os
mestres de serviços até os
mais humildes operários.
Conjugados estes esforços
com os donativos espontâ-
neos e generosos do povo
brasileiro, ergueu-se à face
da terra, em trono magnífico,
a imagem do Senhor dos
Mundos.”
Cartão de membro do Clube de Engenharia
Acervo do Clube de Engenharia
“Apoiado pela decidida confiança de Sua
Eminência o Sr. Cardeal Dom Sebastião
Leme e pela digna Comissão do Monumento
a Cristo Redentor, tendo obtido a colabora-
ção do renomado escultor Paul Landowski, a
quem apresentei planos e projetos por mim
elaborados nesta cidade, em conseqüência da
primeira colocação obtida em concurso, com a
colaboração da firma Pelnard, Considere e A.
Caquot nos delicados e minuciosos cálculos de
estabilidade da estrutura em concreto armado
do monumento, contando com a dedicação do
digno engenheiro fiscal Dr. Pedro Fernandes
Vianna da Silva para facilitar-me a singular
empreitada e com a de auxiliares e artífices
competentes dentre os quais destaco por sua
eficiência e dedicação insuperável, Heitor Levy,
pude efetuar, em tempo relativamente curto,
uma obra que a muitos se afigurava como de
impossível realização pelas dificuldades téc-
nicas a enfrentar; e a outros se apresentava
como fracasso inevitável em vista do alto custo
da sua feitura; e a sistemáticos opositores era
tida como antiestética e desnecessária.”
Heitor da Silva Costa
Acervo Família Silva Costa
“Fazer uma imagem de Cristo
é uma alta aspiração e uma
grande responsabilidade. Fazê-
la em proporções descomunais
seria, sem dúvida, a aspiração
e responsabilidade máximas de
uma vida.”
Heitor da Silva Costa de mãos dadas com seu neto José, e Heitor
Levy de branco à direita – Acervo Família Silva Costa
Avenida Central – Prédio ns. 22, 24, 26 - Proprietária: Com-
panhia E.F.S. Paulo e Rio Grande – Rio de Janeiro Marc Ferrez
Coleção Gilberto Ferrez / Acervo Instituto Moreira Salles
Heitor e sua equipe na construção
em meados de 1929. Da es-
querda para direita, o engenheiro
arquiteto Heitor da Silva Costa,
os engenheiros Pedro Fernandes
Vianna da Silva, Antonio Ferreira
Antero e Heitor Levy.
Acervo Família Silva Costa Casa Av. Atlântica
Acervo Família Silva
Costa
* Os textos narrados nessa exposição
são de autoria de Heitor da Silva Costa.
Acervo Família Silva Costa
10. “Ao ser idealizado este
monumento só uma aspiração
forte o dominava: inspiração
religiosa apoiada em ardente
fé. Surgiu assim a idéia da
estátua monumental sem
preocupação de detalhes.”
“Algum tempo antes da passagem do
primeiro centenário de nossa Inde-
pendência Política foi lançada a idéia de
ser comemorado este feito com expres-
sivo monumento, erguido em elevado
monte em honra e glória a Jesus Cristo
– Redentor. Aceita esta proposta, foi
imediatamente organizada a 1ª
comissão
executiva do monumento, e providen-
ciada a abertura da concorrência de
projetos e escolha do melhor lugar para
erigi-lo, resultando daí a preferência do
Corcovado e a aceitação dos desenhos e
maquetes por mim organizados.”
HenryCHAMBERLAIN/VistadeBotafogo-c.1819/Óleo
sobremadeira,19x33cmColeçãoPauloeMariaGeyer/
MuseuImperial-IPHAN
“O Morro do Corcovado foi de-
nominado Pináculo da Tentação
pelos primeiros navegantes por-
tugueses aqui aportados, em
referência a um monte muito
alto, onde pela segunda vez o
demônio tentou a Nosso Senhor
prometendo-lhe o domínio dos
reinos deste mundo.
O Corcovado tornou-se obsessão
para o virtuoso sacerdote, Padre
Boss, que pressentindo o aproxi-
mar da morte, lança seu sonho à
posteridade:
1500 - PINÁCULO DA TENTAÇÃO 1859 - PADRE BOSS
1921 - IDÉIA E CONCURSO
“Esta nova concepção foi fortemente in-
fluenciada por um fato interessantíssimo:
a instalação feita no Corcovado, pela Cia.
Telefônica, de altas torres munidas de
antena e de vários braços transversais
para estabelecer a comunicação entre o
Rio de Janeiro e os EUA.
Da frente da casa de meu pai, na Praia de
Botafogo, via-se perfeitamente a antena,
que parecia uma cruz formada pela torre
de 40 metros de altura.”
‘Ó Corcovado! Lá se ergue o gigante
de pedra, alcantilado, altaneiro e
tristecomoqueinterrogandoohorizon-
te imenso... quando virá?... Há tantos
séculos espero!...
Sim, aqui está o pedestal único no
mundo! Quando vem a estátua co-
lossal, imagem de Quem me fez?’
Quando organizei o projeto da
estátua monumental do Cristo
Redentor, em concorrência aberta
para este fim, eu não conhecia
absolutamente esta invocação.”
Padre Pierre Marie Boss
Fonte: Edição Especial da Excelsior
Acervo Sérgio Ferreira
Projeto de Heitor da Silva Costa
vencedor da concorrência
Arquivo do Serviço de Documentação da Marinha
Foto da Aviação Naval
Acervo Família Carlos Oswald
Acervo Família Silva Costa
Acervo
Família Silva
Costa
11. A Estrada de Ferro do Corcovado foi
construída pelos engenheiros Francisco
Pereira Passos e João Teixeira Soares.
A Estrada foi a primeira a ser construída
no Brasil, exclusivamente com fins
turísticos. Inaugurado o primeiro trecho,
até Paineiras, em 9 de outubro de 1884,
a primeira viagem, até o Alto, foi realizada
em 30 de julho de 1885. Como não havia
estrada de rodagem, o transporte de
todos os materiais necessários à execução
da obra foi feito pelos trenzinhos, sem os
quais não teria sido possível a construção
do Cristo Redentor.
O Chapéu do Sol foi montado na
época da inauguração da ferrovia.
Era um grande coreto de 13,5m de
diâmetro, pré-fabricado na Bélgica,
que se colocava exatamente onde
foi posteriormente edificado o Cristo
Redentor. Transferido na época da
grande obra para um ponto abaixo,
onde hoje existe um restaurante,
permaneceu ali até 1940, quando
foi desmontado, para dar lugar
às obras das novas escadarias e
mirantes.
“Os atributos da redenção
tiveram representação material
em meu primeiro projeto.
Depois de meditado estudo,
porém, o simbolismo substituiu
o realismo e pude elaborar um
segundo projeto, moldado no
mesmo espírito e proporções
do primeiro. A cruz foi armada
em meu segundo projeto, pelo
tronco ereto e braços horizontais;
o mundo tem-no a Imagem a
seus pés, na cidade e no oceano
imenso a se perder de vista...”
1884 - ESTRADA DE FERRO DO CORCOVADO - CHAPÉU DO SOL
1922 - 1923 - O NOVO PROJETO
Carlos Oswald
Acervo Família Carlos Oswald
“Nesta grandiosa tarefa, que me
empolgou por cerca de 10 anos,
não posso deixar de citar o nome de
quem, por seu entusiasmo constante
e superior orientação dada a todos
os trabalhos, foi, verdadeiramente,
a alma deste monumento: Sua
Eminência, o Senhor Cardeal Dom
Sebastião Leme.
Por sua autoria foi instituída a
‘Semana do Monumento’ para
coordenar propaganda e coleta
para execução desta magnífica
Fonte:EdiçãoEspecialdaExcelsior
AcervoSérgioFerreira
Moedas década de 1920 - Acervo Maria de Fátima
Bernardes Acervo Marlene Gomes
1923 - O CARDEAL E AS DOAÇÕES
obra: ‘Senhores, já não é tempo
de discutir se convém ou não
fazer o monumento; se existem
outras obras que sejam mais im-
portantes do que essa. Depois de
todas as dificuldades que foram
superadas, o monumento tem
que ser feito.’
Iniciada em 2 de setembro de
1923, a campanha encerrava-se
no dia 9 com um êxito surpreen-
dente, nunca antes alcançado.”
Estudos de Carlos Oswald, feitos em parceria com Heitor da Silva Costa para o futuro monumento ao Cristo Redentor
Acervo Família Carlos Oswald
Estação do Cosme Velho
Acervo Fotográfico da Light - A. Malta
Jornais 1923
Acervo Família Silva
Costa
Acervo Jorge Scévola de Semenovitch
Referência: Livro “Corcovado A Conquista da Montanha
de Deus”, de Jorge Scévola de Semenovitch
Cardeal Dom Sebastião Leme
12. Autordesconhecido-fonte:OCristodo
Corcovado”deMauroRubinstein
“Com os dados, estudos
e uma maquete do pro-
jeto, parti, em 1924, para
a Europa, onde tratei com
diversos escultores, tendo
minha escolha recaído so-
bre Paul Landowski por seu
real mérito e perfeito equilí-
brio artístico, sem exageros
modernistas que a obra não
comportava.”
“Com este grande artista, assim como
com o engenheiro Albert Caquot, estudei
o projeto para sua execução nas grandes
dimensões que viria a adquirir, com a
preocupação de não sacrificar nem a parte
de estabilidade nem a parte artística.
Diversas maquetes foram produzidas e,
embora não fossem alteradas as linhas
gerais do projeto, cada modelo maior
que surgia exigia tantas modificações que
pode-se dizer era uma nova estátua que
se apresentava no final.”
1924 – HEITOR NA EUROPA
Autor desconhecido - Fonte: ‘O Cristo do Corcovado’ de Mauro Rubistein
“Várias vezes tive que rever os cálculos
estruturais e outras pedir ao escultor
que modificasse determinados contornos
da figura por exigência insuperável da
estabilidade.”
“Se a figura do Cristo tinha de ser
modelada por um escultor, as suas
grandes linhas pertencem ao domínio
da arquitetura. E a sua construção
e estabilidade entram no campo da
atividade do engenheiro.”
AcervoClubedeEngenharia
1922-1923 – ESTUDOS DE PROPORÇÃO
Autor Desconhecido – Fonte: livro O Cristo do Rio, de Mauro Rubinstein
Niterói, c.1890 / Niterói – RJ
Marc Ferrez / Coleção Gilberto Ferrez / Acervo
Instituto Moreira Salles
“Primeira maquete do Cristo não aceita por
mim e nem pelo próprio escultor quanto à
indumentária” (Heitor da Silva Costa)
Paul Landowski - Escultor
Albert Caquot
Engenheiro Calculista
Acervo Família Silva Costa
Acervo Lucia Sanson
Fotógrafo: George Leuzinger (1860/1870)
AcervoClubedeEngenharia
13. “Para erguer um monumento
neste pico tínhamos que
considerar três pontos de
vista principais: do alto mar,
da cidade e da base do
mesmo pico.
Tive que fixar um ponto
de vista principal entre os
vários que oferece o Corco-
vado. Este ponto foi a Praia
de Botafogo porque, dali
observado, o Corcovado
se apresenta sob a forma
mais esguia, mais elegante.
“Para que o modelo pudesse ser trabalhado em suas
dimensões reais, eu necessitava de um atelier onde
pudesse traçar os perfis numa extensão de mais de
16 km resultante do desenvolvimento das várias seções
em que tinha sido quadriculado e cortado o modelo de
4 metros.
Após uma longa procura foi-me oferecido um atelier,
no Boulevard Saint Germain, onde pude, com um grupo
de desenhistas, fazer todos os estudos e desenhos
necessários para passar do modelo de gesso de 4
metros para o de 30 metros, em concreto armado, no
alto de Corcovado.”
Praia de Botafogo, c.1893
Rio de Janeiro - RJ
Marc Ferrez / Coleção Gilberto Ferrez
Acervo Instituto Moreira Salles
Portanto, se fixasse, como fixei, em
38 metros a altura do monumento,
ficaria ele na proporção de cerca de
um décimo deste abrupto rochedo
considerado como pedestal, – o que
me pareceu justo.
Esta modificação encareceu e dificul-
tou consideravelmente a construção,
porque, já agora, a estabilidade dos
braços, com um desenvolvimento de
cerca de 30 metros, exigia uma pos-
sante estrutura interna, só realizável
com armação metálica, ou concreto
armado.”
“Para a execução da estátua
tomei a decisão de considerar
o corpo e os braços como obra
de arquitetura; a cabeça e as
mãos como obra de escultura.
Quer dizer a primeira parte do
trabalho seria executada por
aumento direto da maquete de
4 metros feita no atelier de Paul
Landowski, enquanto a cabeça e
as mãos seriam modeladas em
tamanho de execução.”
“O rigor da matemática, de seus
métodos e técnicas, permitiu
pela primeira vez, em obra de
tal envergadura, a construção
de possante estrutura interna,
independente da modelagem
externa, com a certeza do mais
exato ajustamento.
É a primeira vez que uma estátua
é construída como monumento
arquitetônico e não simples-
mente escultural.”
Heitor da Silva Costa (sentado) e Heitor Levy (3o da esquerda para
direita) no ateliê de Paris, cercados por arquitetos e desenhistas.
Acervo Família Silva Costa
Maquete de 4 metros no atelier de Paul Landowski - Paris
Fonte: “O CRUZEIRO” – Edição especial consagrada ao Monumento do Cristo Redentor – 10 de outubro de 1931 – Acervo Família Silva
14. “Graças à colaboração do engenheiro fis-
cal Pedro Fernandes Vianna da Silva e de
auxiliares competentes, dentre os quais
destaco por sua eficiência e dedicação
insuperável, Heitor Levy, vamos efetuar
em tempo relativamente curto uma obra
que a muitos se afigurava de impossível
realização.”
Galeria Arcades des Champs Élysées Paris - 1927
Acervo Familia Silva Costa
“Estamos agora na parte construtiva.
Diversos barracões foram construídos
para alojamento de operários, depósitos
de materiais, almoxarifado e oficina.
Tudo no estilo mais rústico e econômico
possível.”
Heitor Levy – Engenheiro Auxiliar
e Encarregado Geral da Obra
Acervo Família Heitor Levy
O REVESTIMENTO
“Ficava para resolver o acabamen-
to artístico da estátua. Como dar
à imagem um verdadeiro cunho
de obra de arte?
Todos sabem da dificuldade que
oferece o concreto armado para
ter um aspecto verdadeiramente
artístico. Em vão, procura-se
misturá-lo com areias coloridas e
outros materiais para dar-lhe um
valor do qual é destituído.
No início de 1927, ao entrar numa
belíssima galeria recém-inaugurada no
Champs Elysses, me deparei com uma
fonte revestida de mosaico prateado. Ao
ver como os pequeninos tacos esposavam
todas as curvaturas da fonte me veio logo
a idéia de utilizá-los na imagem que tinha
sempre em pensamento.
Para concretizar esta idéia, tinha de con-
siderar a natureza, a dimensão e a forma
do material a ser utilizado.
Deste estudo, resultou-me a convicção de
que o melhor material seria uma pedra
existente em solo nacional, rica por sua
coloração e apropriada por sua durabili-
dade, a pedra-sabão.
Como isso parece banal, senhores, como
são banais todas as invenções! Entretan-
to, é a primeira vez que o mosaico ia ser
empregado em estatuária.”
HEITOR LEVY E PEDRO FERNANDES VIANNA DA SILVA
Foto aérea dos trabalhos realizados
no alto do Corcovado, dez. 1927
Acervo Fichel David
Canteiro de Obras
Autor desconhecido
Fotografia de Heitor Levy no alto do
Corcovado, com manunscrito: “Her-
cília, ofereço-te o retrato deste valente
comandante do navio que encalhou na
mais alta montanha do Rio de Janeiro.
As águias fazem sempre os ninhos nos
pontos mais culminantes do lugar.”
Acervo Família Heitor Levy
1926 - O INÍCIO DAS OBRAS
15. “O plano inclinado, adquirido para trans-
porte dos materiais tem sido de difícil
montagem. Foi-nos necessário abrir um
poço em rocha viva com cerca de 4 metros
de profundidade.
Tudo é difícil no alto daquele pico – desde
o exíguo espaço de terreno até a falta
dos mais indispensáveis elementos para
o trabalho.”
A obra é hercúlea, a inspiração, divina
– o seu destino não pode falhar.”
Se grandes são as dificuldades
que enfrentamos e que teremos
de enfrentar, maior será a fama
desta obra colossal...”
Aplicação da
pedra-sabão no
monumento
“Os últimos anos foram decorridos
a cavar rocha, torcer ferro, ar-
gamassar cimento, modelar escul-
turas... Temos trabalhado... mas,
há ainda muito a trabalhar...
Monta Carga
Acervo Família Silva Costa
Canteiro de obra
Acervo Família
Heitor Levy
Pedro
Fernandes
Vianna da Silva
– Engenheiro
Fiscal
Acervo Aloysio
Vianna da Silva
Senhoras da sociedade reu-
nidas na Paróquia da Glória,
com o Monsenhor Gonzaga
do Carmo para colagem dos
triângulos de pedra-sabão
Pedra-sabão original utilizada no
revestimento do monumento
Acervo Família Silva Costa
Fonte: “O CRUZEIRO” Edição
especial consagrada ao Monu-
mento do Cristo Redentor
10 de outubro de 1931
Acervo Família Silva Costa
Autor não identificado / Coleção Brascan Cem Anos no Brasil
Construção do Cristo Redentor, c. 1925-30
Acervo Instituto Moreira Salles Fonte:“OCRUZEIRO”EdiçãoespecialconsagradaaoMonumentodo
CristoRedentor-10deoutubrode1931-AcervoFamíliaSilvaCosta
No topo da
escadaria, Heitor
da Silva Costa e
Heitor Levy
16. “Não se pode constatar que se
trata de uma construção ousada,
tanto pela forma quanto pelo local
uma vez que para a execução
da parte mais difícil, os braços,
não disponho de solo firme para
apoiar os andaimes, pois a base
do pico tem apenas 15 metros,
isto é, menos da metade do
que necessitarei para alcançar a
extremidade dos braços, devendo
o trabalho ser executado sobre
um precipício de mais de 700
metros.”
Fonte livro “O Cristo do Corcovado”
Pesquisa Mariettinha Leão de Aquino
“Erguer, no alto de um pico de
mais de 700 metros acima do
nível do mar, uma colossal estátua
com os braços horizontalmente
abertos, oferecendo, portanto,
uma enorme resistência aos
ventos num local onde eles são
violentos, é um problema sério
da engenharia, assim como a
excentricidade da cabeça, que,
para atender a uma expressão
simbólica, pende fortemente
para frente.”
Fonte: “O CRUZEIRO” – Edição especial consagrada ao Monumento do Cristo Redentor – 10 de outubro de 1931 / Acervo Família Silva Costa
Fonte: “O CRUZEIRO” – Edição especial
consagrada ao Monumento do Cristo
Redentor – 10 de outubro de 1931
Acervo Família Silva Costa
Diferentes momen-
tos da construção
Acervo Família Silva
Costa
“Guiados, pode-
se dizer, por mãos
Divinas, chegamos
a uma harmonia de
expressão e beleza
que não encontro
palavras para expri-
mir-me.”
Olavo de Almeida
Macedo e Elvira
Mercio Saraiva de
Macedo, casal gaúcho
em lua-de-mel,
inverno de 1930
Acervo Família Mercio
Saraiva de Macedo
Estrutura do braço esquerdoCabeça da estátua já montada Estrutura interna do braçoEstrutura interna da cabeça em concreto armado
17. “Sr. Cardeal, quero lhe falar das
alegrias, dos consolos, das con-
versões e das visões do Cristo
do Corcovado. Sem sua fé e suas
orações não se poderia fazer o
que estamos fazendo.
Vossa Excelência quer e se fará o
coração aparente, visível na ima-
gem do Cristo do Corcovado.
Onde já se viu coisa igual? O
Coração de Jesus pairando tão
alto sobre uma cidade...”
Chegada dos fragmentos da cabeça no alto do Corcovado. Sentado, o Sr. Amandio Soares, Chefe da Estrada de Ferro; Heitor
Levy, com chapéu, Heitor da Silva Costa de terno beje, Cardeal Leme ao centro e Pedro Fernandes Vianna da Silva de chapéu
e óculos. – Acervo da Família Silva Costa
Detalhe do engastamento da viga de aço da mão
Fonte: “O CRUZEIRO” – Edição especial consagrada ao Monumento do
Cristo Redentor – 10 de outubro de 1931 – Acervo Família Silva Costa
Molde em gesso da
cabeça do Cristo
moldada por Paul
Landowski.
A montagem final,
em concreto arma-
do, foi feita no num
sítio em São Gonçalo
de propriedade do
Heitor Levy.
Monsenhor Luiz
Gonzaga do Carmo,
vigário da Glória,
junto a dois dedos da
mão da estátua
A única parte
interna revestida
de pedra-sabão
é o coração
Foto Bel Noronha
Embaixador José
Carlos Macedo
Soares e esposa,
Cardeal Leme,
Monsenhores
Uchoa e La
Penda e Heitor da
Silva Costa, com
o Estandarte do
Sagrado Coração,
em Paray Le
Monial, França,
1927
Acervo da Família
Silva Costa
“Por essa fotografia se vê como foi montada, ou melhor colocadas as partes das
mãos, sem apoiar-se nos andaimes” (Heitor Levy) – Acervo Família Heitor Levy
Família de Heitor
Levy que tem seus
nomes escritos
num pergaminho
dentro do coração
interno do Cristo
Acervo Família
Heitor Levy
Fonte: Revista Excelsior
Acervo Sergio Ferreira
Acervo Família Silva Costa
18. O monumento foi inaugurado por
Dom Sebastião Leme, Legado Pon-
tifício e Arcebispo do Rio de Janeiro,
na presença do Chefe do Governo
Provisório, Presidente Getúlio Vargas,
acompanhado de todo o seu ministério,
figuras da administração, da diplomacia
e da política. Participaram também da
solenidade os mais altos dignitários da
Igreja Católica no Brasil, totalizando
quase 50 bispos e arcebispos. O Núncio
Apostólico celebrou a Santa Missa,
na qual, além de muitas pessoas,
comungaram todos os operários que
trabalharam na construção do Cristo e
a Comissão Executiva das obras.
Medalha recebida por Heitor Levy
Acervo Família Heitor Levy
Fonte: Livro “O Cristo do Rio”,
de Mauro Rubinstein
Monumento a Christo
Redemptor
Pelo Encarregado Geral das
obras, Heitor Levy
São passados dez anos do
lançamento da generosa idéia da
construção de um monumento em
honra e glória a Christo Redemptor
e eis que se torna, enfim, realidade
palpitante e emocionante.
São passados dez anos que o
engenheiro arquiteto Heitor da Silva
Costa viu com satisfação e orgulho a
sua maquete, os seus estudos e seu
projeto da grandiosa imagem erguida
sobre um pedestal cujo interior tem
a forma de uma capela, aprovados
por aclamações entre os demais
concorrentes a esta bela realização.
Acompanhando o ilustre engenheiro
nesta obra, como seu auxiliar de
imediata confiança, posso falar do que
isto representou de esforço continuado,
perseverante, de observações atentas
do seu autor para a bela realização que
hoje aplaudimos.
As dificuldades a vencer foram
grandes: não havia um exemplo onde
se pudesse colher ensinamentos para a
audaciosa obra que se ia executar.
Que em tudo foi tirado o melhor partido
parece não haver dúvida, desde a
estrutura monolítica em concreto
armado, que garante a durabilidade da
obra, até o revestimento de mosaico,
que garante a sua conservação, sem
a menor alteração do aspecto externo
da grande estátua.
Mas quanta canseira, quantos
momentos de preocupação e de
atenção desvelada... Sim, porque
além das preocupações próprias de
um trabalho desse porte, estávamos
sujeitos aos frios rigorosos do inverno,
aos calores sufocantes do verão,
expostos aos ventos e temporais
desenfreados, aos raios atordoantes
e fulminantes.
Mas, acima de tudo, sobre todos nós,
velava a Divina Providência – e nada
aconteceu de anormal aos obreiros
desta tarefa do Senhor.
Estas intempéries só serviam para
aumentar ainda mais o nosso zelo
na tentativa de reconquistar o tempo
perdido. Víamos com satisfação o
adiantamento da obra.
Por toda a parte, no entanto, ao redor
de nós, a nossos pés, o precipício...
Ao menor descuido, à menor falha
do material, um pé posto em falso...
e era a morte certa, caindo no
despenhadeiro.
Pude ter uma previsão de uma queda
desastrada, que só não se tornou
realidade por vontade do Supremo.
Mas tudo isso já é passado, são
reminiscências de trabalho. Temos
diante de nós o Christo em imagem,
com seus braços abertos a acolher as
nossas dores e as nossas preces.
Alto do Corcovado, 18 de agosto
de 1931.
Acervo Família Silva Costa
Fonte: Edição Especial da Excelsior – Acervo Sérgio Ferreira
Fonte: Edição Especial da Excelsior – Acervo Sérgio Ferreira
12 DE OUTUBRO DE 1931: A INAUGURAÇÃO
19. Jornal 1931 – Acervo Itamaraty
JESUS E A CRUZ
QUEM TE PODE SEPARAR,
JESUS, DE TUA CRUZ?
PARA QUEM TE VISLUMBRA DO
OCEANO IMENSO E
INSONDÁVEL;
PARA QUEM TE AVISTA DOS PÍNCAROS
AGRESTES, OU
DAS PRAIAS TRANQÜILAS DA
LONGÍNQUA NITERÓI;
PARA QUEM TE DEFRONTA DO CANAL
PROFUNDO
DA FORMOSA GUANABARA;
EIS, BEM, A CRUZ DE JESUS.
OS QUE, PORÉM, TE ALCANÇAM DA
CIDADE MARAVILHOSA;
OS QUE TE ENXERGAM, DE RÁPIDA
PASSAGEM, PELOS
CONTORNOS SINUOSOS DO
CAPRICHOSO LITORAL;
OU, ENTÃO, TE DIVISAM DA FROUXA E
MACIA AREIA
DAS NOSSAS PRAIAS DE FORA;
JÁ NÃO TÊM ESTA ILUSÃO POR
SABEREM, MUITO
BEM, QUE
ÉS JESUS EM CRUZ.
CADA DIA QUE DESPONTA, QUE
CULMINA E SE
CONSOME, MAIS ATESTA ESTA
VERDADE, SENSÍVEL,
APRECIÁVEL:
AO CLAREAR, ÉS JESUS;
AO ESCURECER, ÉS A CRUZ.
NOS ESTUDOS BEM CUIDADOS QUE
PRECEDERAM
A EXECUÇÃO DESTA OBRA TODA
ESMERADA,
NUNCA TU FOSTE CONSIDERADO,
JESUS, SEPARADO DA CRUZ.
PARA OS OPERÁRIOS EM GRANDE AFÃ,
ATENTOS A TEU
SERVIÇO, QUE CONSTANTEMENTE
VOLTEIAM AO REDOR
DE TUA IMAGEM,
ORA, ÉS A CRUZ,
ORA, JESUS.
OS QUE DE TI SE APROXIMAM,
VENCENDO, EM PIEDOSA
ESCALADA, A DURA E LONGA FADIGA
DAS RUDES
ESCADARIAS,
VÊEM PRIMEIRO A CRUZ
E, LOGO APÓS, JESUS.
NÃO ESTÁS, JESUS, PREGADO NA
CRUZ;
NÃO ESTÁS, JESUS, VERGADO NA
CRUZ;
NEM MESMO ESTÁS ABRAÇADO À
CRUZ.
É A CRUZ FORMADA POR TUA FIGURA,
JESUS;
É A CRUZ ALÇADA POR TUA IMAGEM,
JESUS;
E SUSTENTADA POR TUA ESTÁTUA,
JESUS.
NESTA UNIÃO QUERIDA, SAGRADA,
ABENÇOADA,
JESUS TEM ÀS COSTAS, ERGUIDA, A
IMAGEM DA CRUZ,
E A CRUZ TEM NA FACE, ESCULPIDA,
A IMAGEM DE
JESUS.
Livro: Um Preito de Amor ao Christo Redemptor
Cinco Cantos Litúrgicos, de Heitor da Silva Costa
Acervo Família Silva Costa
Fonte: Edição Especial da Excelsior – Acervo Sérgio Ferreira
O povo reuniu-se nas ruas, nas praias e nos morros. A maior concentração
popular estava marcada para as 16 h, no início da Praia de Botafogo, de
onde se poderia apreciar o efeito da iluminação do monumento. O senador
Guglielmo Marconi, cientista de fama mundial, inventor do telégrafo sem fio,
concordou em inaugurar, de Roma, na Itália, a iluminação do Cristo. Depois
de alguns atrasos, apertou ele um botão, e o sinal elétrico veio até o Rio de
Janeiro, chegando, porém, bastante fraco à estação receptora. Resolveu então,
o engenheiro Gustavo Corção, amplificá-lo para que alcançasse o escritório
da Radiobrás, de onde, após nova amplificação, o sinal elétrico alcançaria o
alto do Corcovado. Exatamente às 19:15, a face do Cristo Redentor apareceu
iluminada entre as nuvens escuras, dando a impressão que um verdadeiro
milagre havia acontecido.
Referência: Livro “Corcovado A Conquista da Montanha de
Deus”, de Jorge Scévola de Semenovitch
21. Imagens gentilmente cedidas por: Antiquário e Colecionador Fernando da França Leite; Bel Noronha; Chico Caruso; Coleção Paulo e Maria Cecília Geyer / Museu
Imperial de Petrópolis – IPHAN; Custódio Coimbra; Dilmar Cavalher / Editora JB; Instituto Moreira Salles; Izabel Campello; J. Araújo; J. Carlos / Eduardo Augusto Brito
e Cunha; Jorge Costa Braga; Jorge Scévola de Semenovitch; Marcio Roiter; Marcos Prado; Pamé Rio; Tio Paulo Produções; Zeca Linhares / Editora Casa da Palavra
22. CRISTALEIRA
Glauco Rodrigues
O que contamina o homem
Tinta acrílica sobre tela
1972
Custódio Coimbra
Reflexo no Edifício Mourisco
Vista da Praia de Botafogo
2003
Guilherme Secchin
Redentor
Acrílica sobre linho
2006
23. Rossine Peres / Acervo Instituto Moreira Salles
Reforma do Cristo Redentor, visita do Papa
março 1980
Glauco Rodrigues
Visita do Papa
Serigrafia 1990
Pedro Sànchez
O redentor
Monotipia, 2006
Thereza Miranda
Cristo I, II, III
Gravura em matriz de cobre
Fotogravura, água forte, água tinta
1981
Mario Mendonça
Cristo Redentor
Óleo sobre tela
Zeca Linhares / Casa da Palavra
Estrada do Mirante Dona Marta, Floresta da Tijuca
Pedro Sànchez
O voyeur
Monotipia, 2006
25. Acervo Particular Tio Paulo Produções
Coleção Chicô GouvêaColeção Chicô Gouvêa
Altair e Cida Miniaturas / Loja Curiosidades Corcovado Loja Parque do Artesanato Loja Souvenir Corcovado
Coleção Chicô Gouvêa
Medalha Comemorativa dos 70 Anos do Monumento, 2001
Antiquário e Colecionador Fernando da França Leite
27. 1921 – A idéia da construção do monu-
mento ao Cristo Redentor surge para
marcar a comemoração do Centenário
da Independência do Brasil no ano
seguinte. Reúne-se no Círculo Católico a
primeira assembléia destinada a discutir
o projeto e o local para a edificação do
monumento. O projeto escolhido é o do
engenheiro-arquiteto Heitor da Silva Cos-
ta, que mostrava Jesus Cristo segurando
uma cruz na mão direita e o mundo na
esquerda – atributos religiosos essen-
ciais na visão do autor.
1923 – Em setembro é organizada a
semana do Monumento, uma campanha
nacional para arrecadação de fundos
para as obras. A pedido do Cardeal Dom
Sebastião Leme, Heitor da Silva Costa
modifica o seu primeiro projeto de for-
ma a tornar a estátua identificável como
monumento religioso a qualquer distân-
cia. O simbolismo substitui o realismo;
a Cruz passa a ser o próprio Cristo e o
mundo é simbolizado pela cidade do Rio
de Janeiro.
1924 – Heitor da Silva Costa vai à Eu-
ropa escolher um escultor para desen-
volver a maquete final de seu projeto,
que fora criado em parceria com o
gravurista e pintor Carlos Oswald. A esta
altura já era um Cristo de braços abertos
e 30 metros de altura. A escolha recai
sobre Paul Landowski. Os cálculos es-
truturais da estátua são de autoria de
Albert Caquot.
1925 – Heitor da Silva Costa acompanha
os trabalhos de Landowski e Caquot, em
Paris. Realiza o projeto arquitetônico de
aumento de escala a partir da última
maquete de 4 metros.
1926 – São iniciadas as obras de edi-
ficação do monumento, que duram 5
anos. Heitor Levy é o encarregado geral
da obra e Pedro Fernandes Vianna da
Silva, o engenheiro fiscal.
1931 – A estátua do Cristo Redentor é
inaugurada no dia 12 de outubro.
ROTEIRO E DIREÇÃO
Bel Noronha
FOTOGRAFIA
Alberto Bellezia,
Marcelo Pontes
EDIÇÃO
Raquel Couto,
Joana Ventura
PRODUÇÃO
Bel Noronha
PESQUISA DE IMAGENS
Antonio Venancio,
Bel Noronha
DIR. MUSICAL E PIANO
João Nabuco
EDIÇÃO DE SOM
Mariana Barsted
MIXAGEM
Denilson Campos
PROGRAMAÇÃO VISUAL
Liana Brazil
EDIÇÃO DE FOTOS
Leandro Ferreira
FINALIZAÇÃO DE
IMAGENS
Flávio Nunes
29. José Henrique de Lima
Feira Hippie
Cartaz Aéropostale
Reprodução do original de final da década de
20. Autor desconhecido. É da Aéropostale que se
origina a Air France. Note-se a ausência do Cristo
Redentor, inaugurado em 1931.
Coleção Márcio Roiter
Guilherme Cardoso de Lacerda
Vendo do Pão de Açúcar
Gravura em metal
Maria José Pereira da Silva - Feira Hippie
Guilherme Cardoso de Lacerda
Rua Novo Mundo ao Cristo
Gravura em metal
Andreia Laplana
Sem título
Óleo sobre tela
Lucia de Lima
Arte Naïf
30. Série Transcendências / Cristo Redentor /
Rio de Janeiro – Brasil
CHANG CHI CHAI
Design gráfico: Fernando Leite - Assistente: Joel Pessoa
Manipulação digital sem fotos originais: Mariza Almeida
Ortofotos da cidade do Rio de Janeiro: Instituto Pereira Passos
Agradecimentos: Biblioteca do Jardim Botânico; Jacó Sanowicz;
Marisa Flórido Cesar e Luiz Florido
CHARGES / CRISTO PELO MUNDO / SÉRIE TRANSCENDÊNCIAS
Chile
O monumento do
Corcovado cujo Cristo
Redentor está de
braços abertos em
cruz inaugura uma
nova postura para a
imagem, que vai ser
copiada não somente
no Brasil, mas em
diversos paises.
SÉRIE TRANSCENDÊNCIAS PROJETO CRISTO REDENTOR, RIO DE JANEIRO/ BRASIL
Proposta: plantar mudas de ipê amarelo nas ruas, praças, becos
e vielas da Zona Norte e Leopoldina da Cidade do Rio de Janeiro,
formando o contorno ampliado da sombra do monumento do
Cristo Redentor.
São José do
Rio Pardo
SP
Colon
Panamá
Taubaté
SP
Fotografias cedidas por: Arnaldo Melo,
Alexandre Saggese, Maria Helena Flynn
Na sequência:
Jaguar, Chico Caruso e
Millôr Fernandes
31. Cristo Redentor do Rio de Janeiro
Concepção, projeto e obra: Heitor da Silva Costa
Desenhos: Carlos Oswald
Maquete e moldes do rosto e mãos: Paul Landowski
Engenheiro encarregado geral da obra: Heitor Levy
Engenheiro responsável pelos cálculos estruturais: Albert Caquot
Engenheiro fiscal: Pedro Fernandes Vianna da Silva
Arcebispo do Rio de Janeiro na época da construção: Cardeal Dom
Sebastião Leme
Está localizado dentro do Parque Nacional da Tijuca, um dos maiores
parques urbanos do mundo.
Outras informações
Número de visitantes/ano: 1.8 milhões (aprox.)
Altura total: 38m
Altura do pedestal: 8m
Altura da estátua: 30m
Altura da cabeça: 3,75m
Comprimento da mão: 3,20m
Distância entre os extremos dos dedos: 28m
Peso da cabeça (aproximado): 30t
Peso da mão: 8t
Peso total do monumento: 1.145t
Ficha técnica desta exposição
Curadoria, Produção Executiva e Coordenação Geral: Bel Noronha
Assistente de Curadoria e Produção: Izabel Campello
Equipe Desiderata
Produção Executiva: Martha Mamede Batalha; Produção: Flávia Moretti;
Assistentes de Produção: Carolina Azevedo e Daniele Pinheiro; Design
e Diagramação das Peças Gráficas : S. Lobo; Edição e Revisão de
Texto: Danielle Freddo; Administrativo: Davi Lucena; Office Boy:
Abimael da Cunha; Produção Gráfica: Walney de Almeida; Tratamento
de Imagens: Vitor Manes
Equipe de Multimídia
Criação e Desenvolvimento: Russ Rive e Liana Brazil; Design
Multimídia: Andrea Roscoe; Assistente de Eletrônica: Rafael Barmak;
Produção: Tatiana Belli; Trilha Sonora: Marcio Lomiranda
Equipe Cenografia - Pândega
Direção de Arte: Suzane Queiroz; Direção de Design: Drica Voivodic;
Gerente de Projeto: Thiago Soveral; Arquitetura e Cenografia: Natalia
Bartolomeo; Produção de Cenografia: Leonardo Duarte; Produção
Executiva de Cenografia: Jully Troitiño; Design Gráfico: Manoela
Amado; Apresentação de Projeto: Marcello Venturimi; Assistente de
Arquitetura e Cenografia: Gisele Masullo; Assistente de Design:
Melina Pettendorfer; Cenotécnico: Walquer Sobral de Lima; Iluminação:
Tomás Ribeiro; Assistente de Iluminação: Mariana Albuquerque
Fotografia 360º: Ayrton Camargo / VR Images (www.vr-images.com)
Assessoria Jurídica: Dannemann, Siemsen, Bigler e Ipanema Moreira:
Álvaro Loureiro Oliveira e Flávia Amaral
Restauro Cristo de Mármore: Márcia Braga
Texto de Apresentação: Marcos Sá Correa
Still:
Bel Noronha
32. Gostaríamos de agradecer a parceria de todos que colaboraram, com
seus acervos e coleções, tornando mais rica a história da construção
do nosso monumento:
Acervo Textual da Light / Instituto Light, Adelaide Soares Deluiz,
Adriana Salomão, Alexandre Saggese, Aloysio Vianna da Silva, Altair e
Cida Miniaturas (tel. 22736983 / 82255736), Ana Luiza Dantas Borges,
Ana Cristina Martines Teixeira Alves, Ana Jobim, Andréia de Araújo
Laplana, Antiquário e Colecionador Fernando da França Leite (www.
francaantiguidades.com.br), Arnaldo Melo, Arquidiocese do Rio de Ja-
neiro, Arquivo Histórico do Itamarati, Ary Ferreira de Macedo, Beatriz
Levy, Bragga – Nação Graffite (www.fotolog.com6ra99a), Carla Del
Soldato, Casa da Palavra (www.casadapalavra.com.br), Chang Chi
Chai (changchichai@ig.com.br), Chico Buarque, Chico Caruso, Chicô
Gouvêa (www.chicogouvea.com.br), Cláudia Calaça, Claudia Petrúcio
Salgado César, Claudine Milione Dutra, Clube de Engenharia, Coleção
Gilberto Chateaubriand / MAM RJ, Coleção Paulo e Maria Cecília Gey-
er / Museu, Imperial – IPHAN, Cristina Nascimento, Cristina Zappa,
de Lima (Feira Hippie / tel. 24852650), Leonardo, Leonardo Paschoal,
Lucia de Lima (www.luciadelima.com), Lucia Mamede, Luís Sá, Luiz
Henrique Levy, Magda Gonçalves e sua equipe: Restaurante Turístico
do Corcovado / Lojas Souvenir Corcovado / Curiosidades Corcovado /
Parque do Artesanato, Márcia Prestes, Marcio Alves Roiter / Instituto Art
Déco Brasil (marcioroiter@uol.com.br), Marcos Prado, Maria Augusta
Machado, Maria Cristina Sá, Maria de Fátima Bernardes, Maria de
Lourdes Parreiras Horta, Maria Helena Flynn, Maria Inês Turazzi,
Maria Isabel Oswald, Maria José Goytacaz Cavalheiro, Maria José
Pereira da Silva (Feira Hippie / tel. 24544850), Maria Lucia David de
Sanson, Maria Matos, Mariettinha Leão de Aquino, Mario Mendonça,
Marlene Gomes, Mattos / Marcos e Iolete (Floresta da Tijuca), Mauro
Rubinstein, Meni Lopes, Michelle Strzoda, Millôr Fernandes,
Monsenhor Abílio Ferreira da Nova, Museu da Cidade - Secretaria
Municipal das Culturas / Prefeitura do Rio de Janeiro, Norma Rod-
rigues, Odeth Vieira, Pamé Rio (arteriopame@yahoo.com.br), Parque
Nacional da Tijuca, Patricia Lima, Pedro Sánchez (www.oamador.blog-
Custódio Coimbra (Custodio@oglobo.com.br), Editora JB, Eduardo
Augusto Brito e Cunha, Eliane Lóss, Elisa Teixeira, Elizabeth Pessoa,
Equipe do Studio Alfa, Evando Abreu, Família Carlos Oswald, Família
Heitor Levy, Família Mercio Saraiva de Macedo, Família Monteiro
Teixeira, Fernando Cochiarelli, Fichel David (dchargel@yahoo.com.
br), Gegê Edições Musicais, Gilda Ohanian Nunes, Gilson Martins,
Guilherme Lacerda (tel. 25516411), Guilherme Secchin (www.gsecchin.
com), Heitor Souza, Heloi Moreira, Heloisa Helena Queiroz, Instituto
Moreira Salles, J. Araújo, Jaguar, João Cruz, Jobim Music, Jorge Costa
Braga, Jorge Scévola de Semenovitch, José Ayres Cabral, José Henrique
spot.com), Professor Milton Teixeira (miltur@gbl.com.br), Raimundo
Oliveira, Ricardo Macieira, Roberto Mauricio Monteiro Vieira e Maria
Carlota Oswald Vieira (Loty Oswald), Ronaldo Goytacaz Cavalheiro,
Rosana Fortes, Rossana Libianio, Rossini Perez, Sérgio Ferreira, Sérgio
Seabra de Noronha, Serviço de Documentação de Marinha, Sonia e
Jorge Silva Costa, Sonia Lucia Peixoto, Sonia Pepe, Stella Maris Men-
donça, Telmo C. Lustosa, Thereza Miranda (www.thereza.miranda.
nom.br), Tio Paulo Produções (tel. 96825648), Tunico Hirsch, Vera Lu-
cia Ferreira da Silva, Vera Maria Mancini Peixoto, Walney de Almeida,
Zeca Linhares (zeca@centroin.com.br)