2. Os primórdios
Registros históricos documentam que os
chineses desenvolveram métodos
pragmáticos para estudar e prever o
clima. Eles pesavam um carvão seco e
então o deixavam ao ar livre. Em uma
segunda pesagem, se o carvão estivesse
mais pesado, era porque ele absorveu
umidade e, portanto, havia possibilidade
de chuva.
3. Com o tempo, novos aparelhos foram
inventados e desenvolvidos. O
anemômetro, para medir a velocidade do
vento, data do século XV. O
barômetro, usado para medir a pressão
atmosférica, é do século XVII. O século
XVIII registra o invento do
higrômetro, aparelho usado para medir a
umidade do ar. O termômetro, por sua
vez, é uma evolução de vários estudos
durante esse período.
6. A maior contribuição de Celsius, no
entanto, foi a invenção do termômetro
centígrado.
7. A modernidade
Os tempos mudaram e hoje a tecnologia é
extensamente utilizada na previsão do tempo.
Só para citar alguns exemplos, aparatos
tecnológicos utilizados incluem
sensores, radares, balões com instrumentos e
satélites. Computadores e sistemas fazem a
leitura dos dados e imagens, processam
fenômenos atmosféricos, criam mapas, etc.
Claro, sempre com a ajuda de especialistas.
Apesar do avançado aparato tecnológico, a
participação de pessoas com conhecimento é
fundamental para a eficiência dos sistemas.
9. Esse estudo é muito mais do que
temperaturas mínimas, máximas, sol e
chuva. Pessoas e instituições se beneficiam
das informações. Aeronáutica, marinha e
agricultura são áreas que dependem muito
de previsões, só como exemplos.
10. Estações de superfície
A coleta de dados meteorológicos é
automática, e começa com dezenas de
estações espalhadas pelo estado. Dessas
estações, 40 são completas, ou seja, têm
equipamentos para obter informações sobre
temperatura, direção e velocidade dos
ventos, umidade relativa, chuva, pressão
atmosférica e radiação solar. Outras 40 são
utilizadas unicamente para medir o nível de
rios durante chuvas.
11. Os sensores dos equipamentos das estações
são conectados a um data logger programável
para atualizar estatísticas a cada 15 minutos.
Os dados são enviados para a sede do
SIMEPAR, em Curitiba, e são automaticamente
armazenados no banco de dados, bastando o
meteorologista acessá-los por uma intranet.
12. Exemplo de estação de superfície em
Curitiba, no Paraná. (Fonte da imagem:
Baixaki)
13. Inicialmente, a transmissão das informações
era feita via satélite. De três anos para cá, é
feita por banda de celular. Portanto, o avanço
da tecnologia celular contribuiu para o avanço
da previsão meteorológica. Via satélite, os
dados eram transmitidos de três em três
horas (era o tempo para a abertura de um
canal público); via celular, as atualizações são
feitas de 15 em 15 minutos. As estações
meteorológicas do SIMEPAR são alimentadas
por painéis de energia solar.
14. Radares meteorológicos
Há dois tipos básicos de radar meteorológico:
NEXRAD e Doppler. NEXRAD são utilizados
para detectar tempestades e tornados.
Dopplers são capazes de analisar nuvens e
deslocamento delas, portanto ajudam
aeroportos a definir melhores rotas.
15. O SIMEPAR possui um radar
meteorológico automático, instalado no
município de Teixeira Soares e operado
remotamente a 160 km de distância, em
Curitiba. Um segundo radar está previsto
para ser instalado na cidade de Cascavel
no segundo semestre de 2011.
16.
17. Esse radar é Doppler de banda S. Ele é capaz
de apontar a quantidade de gotas de chuva
dentro de uma nuvem que está
potencialmente em movimentação, prevendo
e monitorando chuvas em detalhes. As
medições envolvem uma área de até 480 km
de raio.
Os dados são obtidos a cada 7,5
minutos, praticamente em tempo real, e o
radar é interligado ao sistema de estações em
superfície.
18. Satélites
Como explica o também meteorologista do
SIMEPAR Cezar Gonçalves Duquia, as imagens
de satélite são produzidas através de sensores
que absorvem a energia emitida pelos corpos.
“As imagens podem ser mapeadas e as
diferentes frequências captadas e
retransmitidas pelo satélite são visualizadas
com cores diferenciadas, às quais por sua vez
são correlacionadas com diversos tipos de
situação: chuvas, nevoeiros e concentração de
umidade”, ele explica.
19.
20. Há satélites geoestacionários e de órbita
polar. Os geoestacionários estão a mais de
30 mil quilômetros de altura e orbitam na
mesma velocidade da Terra. Os de órbita
polar estão posicionados mais próximos
da Terra, portanto obtêm imagens mais
aproximadas.
Satélites são capazes de mostrar a
movimentação de nuvens, além da
temperatura, vapor d’água e umidade.
21. O SIMEPAR tem uma estação de recepção
de imagens, com acesso aos satélites da
NOAA (agência norte-americana) e da
EUMETSAT (agência europeia). Ao adquirir
uma estação de recepção, a atualização
das imagens acontece a cada 30
minutos, diferentemente da informação
pública que é atualizada a cada três horas.
22.
23. Detecção de raios
O SIMEPAR também conta com um conjunto de
antenas espalhadas pelo estado do Paraná que
detectam raios. São seis estações remotas de
recepção, sincronizadas por GPS.
Através da tecnologia LPATS (sigla para Lightning
Positioning and Tracking System, ou seja, Sistema de
Rastreamento e Posicionamento de Raios), os
meteorologistas recebem, em questão de
nanossegundos, onde um raio caiu (em latitude e
longitude), a corrente da nuvem até o solo e a
claridade. A margem de erro é de apenas 500 metros.
24. Balões meteorológicos e
radiossondas
Estes instrumentos são extensamente
utilizados pela indústria aeronáutica. Eles
são cheios com gás e usados para se
estimar a direção e a velocidade dos
ventos à medida que se eleva na
atmosfera, como explica Duquia. “Podem
ser adicionados a eles instrumentos
sensíveis à variação da pressão
(barômetro) e temperatura (termômetro),
e um transmissor. Assim, esse balão passa
a ser chamado de radiossonda.” Eles
podem chegar a 30 mil metros de altura.
25. O SIMEPAR não trabalha com balões, pois
não se faz necessário. Porém, eles são
instrumentos cruciais para a
aeronáutica, portanto aeroportos e órgãos
relacionados os lançam com frequência em
diversos lugares do mundo.
26. Boias meteorológicas
Cerca de mil boias estão espalhadas pela
superfície dos oceanos. Em conjunto com
navios, elas captam dados a respeito de
chuvas e ventos. Segundo Zaicovski, elas
são pouco utilizadas, e pouquíssimas
estão no hemisfério Sul. O SIMEPAR não
faz uso de boias, assim como os balões.
27. Computadores e
supercomputadores
Computadores de alto desempenho são
utilizados para reunir e interpretar dados
e imagens que chegam tanto de estações
quanto de satélites e outros aparelhos. Os
computadores também processam e
modelam a atmosfera a fim de fazer
previsões e mapas tridimensionais. “A
atmosfera é caótica e tentamos fazer as
aproximações possíveis”, resume
Zaicovski.
28. As previsões são feitas a partir de
equações físico-matemáticas que tentam
representar a física da atmosfera. No caso
de modelos de escala global, a previsão é
de até sete dias, separados em intervalos
de seis em seis horas. A previsão é
considerada boa para até três dias. Trata-
se de um modelo, e aí entra o
conhecimento do meteorologista que vai
interpretar o modelo.
29. A OMM
A Organização Mundial de Meteorologia tem o
intuito de organizar as inúmeras pesquisas
meteorológicas, interligando os dados obtidos
por quase 200 membros. É o organismo das
Nações Unidas voltado para o clima e
assuntos relacionados.
O Brasil é membro da OMM e, assim como
outros membros, disponibiliza seus dados na
rede. Assim, os dados obtidos tornam-se
visíveis aos países parceiros.