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PAM / IRAUÇUBA
    ________________
 Plano de Ação Municipal
de Combate à Desertificação
              de Irauçuba



                        ambiente




          IRAUÇUBA/CE
              2009
INSTITUTO CACTOS
________________________________________________________________________

Plano de Ação Municipal de Combate a Desertificação de Irauçuba
                         MATERIAL PRODUZIDO COM RECURSO DO:




                                                  Brasil
                                            PAN

FUNDO DE APOIO A INICIATIVAS LOCAIS DE COMBATE À DESERTIFICAÇÃO/EDIÇÃO 2008 DO PROGRAMA DE
AÇÃO NACIONAL DE COMBATE À DESERTIFICAÇÃO E MITIGAÇÃO DOS EFEITOS DE SECA -
PAN-Brasil do Ministério do Meio Ambiente do Governo Federal do Brasil

COLABORADORES
Fórum Irauçubense de Convivência Solidária e Sustentável com o Semi-árido; Grupo
Permanente de Combate a Desertificação – GPCD/CEARÁ; Prefeitura Municipal de
Irauçuba

REVISÃO
Elis Roberto Pinheiro Mota
FOTO CAPA
Francisco Gilvane Mota



 Instituto Cactos
    Plano de Ação Municipal de Combate a Desertificação de Irauçuba.
 Irauçuba, CE. Versão atualizada: 2009

   40 Pág.: Il.

   1.Plano Municipal. 2. Desertificação. 3.Instituto Cactos. I. Título



INSTITUTO CACTOS
Av Jorge Domingues, 1427 – Centro – Irauçuba – CE – CEP: 62620-000
CNPJ: 05.705.754/0001-60. Correio Eletrônico: institutocactos@gmail.com




                                                                                    2
Prefácio
____________________________________________________________________




         Este documento, intitulado de Plano Municipal de Combate à
Desertificação de Irauçuba, configura-se como proposição que objetiva
problematizar e superar a realidade atual do município de Irauçuba –
Ce. O documento favorece um encontro entre os fatores bióticos e
abióticos, a exploração biológica e a ação humana que juntos
coexistem, intensificando o processo de Desertificação estabelecido,
bem como, através de vários olhares, trás uma proposta de política
municipal de combate à desertificação, que foi construída a princípio no
ano de 2000, por várias instituições de renome nacional que tratam do
tema com a participação da comunidade local. A princípio o
documento foi socializado com a comunidade Irauçubense e
fomentado a possibilidade de este se tornar política pública do
município, a proposta foi encaminhada para a Câmara Municipal e lá
ficou “engavetada” por quase 9 anos.
         Tão somente agora em 2009, retorna-se a aprofundar o Plano
Municipal de Combate à Desertificação de Irauçuba, através de uma
iniciativa do Instituto Cactos, uma ONG local, em parceria com o Fórum
Irauçubense de Convivência Solidária e Sustentável com o Semi-árido e o
Grupo Permanente de Combate à Desertificação do Estado do Ceará –
GPCD/CEARÁ, a proposta que se apresentava em 5 componentes que
são elementos chaves da política Municipal foi revalidada novamente
pela comunidade local representada no Fórum Irauçubense de
Convivência Solidária e Sustentável com o Semi-árido, com a intenção
de reavaliar se o conjunto de políticas apontados como prioritárias na
época da construção do documento para o enfrentamento da
desertificação permaneciam atuais ou precisariam de nova adequação.
Tais componentes distribuem se da seguinte forma: Componente 1:
Diagnóstico e Alerta do Quadro da Degradação; Componente 2: Política
de desenvolvimento sustentável da caatinga e Ecossistemas de
transição; Componente 3: Preservação e recuperação de áreas
afetadas com ações de Curto, médio e longo prazo; Componente 4:
Articulação de Órgãos Governamentais e não-Governamentais e
Componente 5: Educação Ambiental. O documento foi revalidado e


                                                                   3
atualizado e novamente o município de Irauçuba conta com a
possibilidade de ter uma legislação de trate da temática da
desertificação a luz da participação popular.
Cabe, neste momento, agradecer a iniciativa de criação do FUNDO DE
APOIO A INICIATIVAS LOCAIS DE COMBATE À DESERTIFICAÇÃO que na edição de
2008, propiciou a produção deste material; ao PROGRAMA DE AÇÃO
NACIONAL DE COMBATE À DESERTIFICAÇÃO E MITIGAÇÃO DOS EFEITOS DE
SECA - PAN-Brasil; ao Ministério do Meio-Ambiente do Governo Brasileiro;
ao GPCD/CE pela parceria, ao Governo Municipal de Irauçuba pela
parceria; ao Fórum Irauçubense de Convivência Solidária e Sustentável
com o Semi-árido, de forma particular, ao Caetano R. Sousa pela
colaboração e de forma especial aos cientistas Francisco de Assis
Bezerra Leite e Francisco Roberto Bezerra Leite pois a insistência para
efetivação deste documento é fruto de suas determinações e
compromisso com a sociedade. Cadê ressaltar que a produção
intelectual desta Política de Ação Municipal de Combate a
Desertificação de Irauçuba, não coube ao Instituto Cactos, a nós coube
tão somente resgatar a produção que foi feita no ano de 2000 e atualizar
de forma coletiva o conjunto de políticas adequadas ao enfrentamento
da desertificação e seus efeitos, reproduzi-la em escala maior para o
conhecimento da comunidade, bem como dispensar todos os esforços
necessário para que o sonho de seus idealizadores se tornasse um
instrumento jurídico capaz de contribuir com a redução da
desertificação e seus efeitos em Irauçuba.
         Enfim o Plano de Ação Municipal de Combate à desertificação
de Irauçuba é uma realidade!




                                                 Francisco Gilvane Mota
                                                         Instituto Cactos




                                                                    4
Sumário
____________________________________________________________________


                                                                 07
Apresentação

Capítulo 1                                                       08
                                                                 08
Marco Conceitual
                                                                 08
1. Antecedentes
                                                                 10
2. Conceito de Desertificação



Capítulo 2                                                       13

Diagnóstico Geoambiental do Município de Irauçuba                13

1. Metodologia                                                   13
2. Características dos Componentes Ambientais                    14
2.1. Geologia                                                    14
2.2. Clima e Hidrologia                                          15
2.3. Solos e Cobertura Vegetal                                   16
3. Uso e Ocupação da Terra                                       18
4. Unidades Geoambientais                                        19


                                                                 23
Capítulo 3
                            combate
A Política Municipal para o combate à Desertificação             23
Componente 1:                                                    24
Diagnóstico e Alerta do Quadro da Degradação
Componente 2:                                                    25
Política de desenvolvimento sustentável da caatinga e
Ecossistemas de transição.
Componente 3:                                                    26
Preservação e recuperação de áreas afetadas com ações de
Curto, médio e longo prazo.
Componente 4:                                                    26


                                                                      5
Articulação de Órgãos Governamentais e não-Governamentais
Componente 5:                                               27
Educação Ambiental



Capítulo 4                                                  28
Instrumentos da estratégia, parcerias e financiamentos
                estratégia,             financiamentos      28



Capítulo 5                                                  29
                                                            29
Considerações finais

Referências
Referências Biológicas                                      30




Anexo 01                                                    33
Mapas

Anexo 02                                                    37

Relação de participantes do grupo de trabalho sobre
Desertificação em Irauçuba-Ce. Primeira versão ano/2000


Anexo 03                                                    39

Relação de participantes do grupo de trabalho sobre
Desertificação em Irauçuba-Ce. Versão atualizada ano/2009




                                                                 6
Apresentação

        O tema desertificação vem sendo discutido pela comunidade
mundial desde 1977, quando da realização, em Nairobi, da Conferência
Internacional das Nações Unidas para o Combate à desertificação.
        Em nosso País trata-se de grave Problema ambiental, atingindo
uma área de 900.000 Km², afetando direto ou indiretamente mais de
15.000.000 de brasileiros, não existindo no território nacional outro
problema ambiental que atinja tamanha área e a tantas pessoas
(SUDENE, 2000).
        No Estado do Ceará, a preocupação com este fenômeno,
agravado pelos períodos de escassez de chuva (seca), sistematizou-se
em época relativamente recente. Estudo realizado por LEITE et al.(1992),
apresentado na Conferência Internacional sobre Variações Climáticas e
Desenvolvimento Sustentável no Semi-Árido (ICID), realizada em Fortaleza
em Janeiro de 1992, mostra que o Ceará apresenta extensas áreas com
problemas relativos à degradação ambiental e desertificação. Em
setembro de 1998, o Estado do Ceará, através da Superintendência
Estadual do Meio Ambiente – SEMACE – e outras instituições como a
Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos – FUNCEME, em
consonância com Plano Nacional de Combate a Desertificação,
pioneiramente elaborou o seu Plano Estadual de Combate à
Desertificação.
        No ano de 2000, de acordo com Política do Ministério do Meio
Ambiente – MMA da época, em parceria com a Superintendência do
Desenvolvimento do Nordeste – SUDENE e o Instituto Desert, o Estado do
Ceará inicia a elaboração de Políticas de combate à desertificação a
nível Municipal, a partir do Município de Irauçuba, de que se trata a
presente publicação, ressalta-se que o referido documento só veio a se
tornar efetivamente política publica no ano de 2009. Referido Município
insere-se em área mais afetadas pelos processos de desertificação, tanto
em termos quantitativos como qualitativos.
        Convém salientar que documentos desta natureza ganham
respaldo e credibilidade quando redigido em conjunto com a
comunidade envolvida, o que é o caso das políticas em questão.


                                                                   7
Capítulo 1
                                     Marco conceitual

1. Antecedentes

        Para a comunidade mundial, a desertificação é um problema de
dimensões globais que afeta as regiões de clima árido, semi-árido e sub-
úmido seco da Terra.
        O que caracteriza estas regiões são as baixas precipitações
anuais, normalmente entre 250 a 800 mm/ano, geralmente,
concentradas em 3 a 4 meses ocorrendo nos meses restantes do ano,
períodos prolongados de seca. Possui um elevado índice de
evaporação, o que provoca grande perda da água precipitada,
ocasionando, na maioria das vezes, um balanço hídrico negativo. O
elevado índice de evaporação é ocasionado por razão destas regiões
apresentarem uma intensa insolação, além de assoladas por fortes
ventanias.
        A vegetação, normalmente, é rala e de pequeno porte, o que
proporciona uma maior exposição do solo facilitando a erosão dos
mesmos, por ação dos ventos e/ou enxurradas quando das
precipitações.
        Estas regiões, por diferentes razões históricas apresentam grandes
concentrações populacionais vivendo nestas terras, utilizando-as com
sistemas produtivos de baixo nível tecnológico e totalmente
descapitalizados, o que provoca o aparecimento de grandes bolsões de
pobreza. (Pernambuco, 2000).
        Com a globalização e a necessidade de um aumento de
produção para atender ao crescimento populacional, estas áreas, antes
marginalizadas, estão sendo incorporadas ao processo produtivo,
incentivando ao uso mais intenso, sem a preocupação de melhoria nos
padrões tecnológicos e da gestão dos recursos naturais. Como
conseqüência, tem-se a ocorrência de intensos processos de
degradação ambiental, com resultados negativos nos recursos de solos,


                                                                     8
água e vegetação, bem como na economia regional, implicando na
vulnerabilidade das populações.
        Preocupados com esses processos, a comunidade internacional,
por intermédio das Nações Unidas, vem se reunindo e discutindo o
problema e propondo diferentes tipos de soluções desde a década de
70, quando da realização da Conferencia Internacional Sobre o
Ambiente Humano, realizada em Estocolmo que, por sua vez, convocou
a Primeira Conferência Internacional Sobre Desertificação, realizada em
Nairobi, em 1977.
        Esta Conferência de Nairobi, politicamente, teve importante
papel, mas na parte prática teve modestos resultados, pois suas
recomendações não geram termos de comprometimento dos países e,
tampouco, a destinação de recursos financeiros para controle do
processo em nível mundial.
        Apenas, em 1992, quando da realização da Conferência das
Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio 92, a
questão da desertificação, teve nova posição no contexto internacional,
ressaltando     serem     necessárias   ações     para    promover      um
desenvolvimento sustentando no nível de comunidades locais.
        Por pressões dos Países em desenvolvimento, as Nações Unidas,
decidiram incluir um capitulo especial sobre o tema na agenda 21(cap.
12) e aprovaram a negociação de uma convenção internacional,
tornado-se, portanto, um instrumento juridicamente vinculante para os
países que a ratificam.
        A Convenção de Desertificação já se encontra em vigor, e sendo
o Brasil um dos seus signatários, tem o compromisso de efetuar sua
implementação.
        O compromisso está consubstanciado no documento “Diretrizes
para a Política Nacional de Controle da Desertificação” já aprovado pelo
Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, o que tornou-se um
marco jurídico, a partir do qual se basearam as Ações Governamentais
no combate à desertificação e para um desenvolvimento sustentável.
        No nordeste, a existência dos processos de desertificação
começa a ser discutido mais intensamente em 1977, com a obra do Prof.
Vasconcelos Sobrinho. Surgiram também em diferentes estados, alguns
relatórios entre 1978 e 1979 e algumas atividades inexpressivas e isoladas.
        Apenas a partir de 1986 é que através de um Convênio entre a
Secretaria de Meio Ambiente (SEMA) e a Universidade Federal do Piauí,
foi elaborada uma “Proposta de Plano de Ação Para o Estudo da
Desertificação no Nordeste”. Após esta proposta seguiram-se seminários
e até um Curso Internacional sobre Desertificação, na cidade de
Petrolina-PE.


                                                                      9
No Estado do Ceará, foi realizado pela FUNCEME, em 1993, estudo
sobre o “Redimensionamento da Região Semi-Árida do Nordeste do
Brasil”, que constatou que a área total submetida àquele clima é de
136.328,0 Km², que equivalem a 92,1% do território estadual, existindo 117
municípios totalmente inseridos no semi-árido e 63 parcialmente.
         Posteriormente, quando da realização da ICIDI (1992), em
Fortaleza, LEITE et all; apresentou o trabalho “Áreas Degradadas
Susceptíveis aos processos de Desertificação no Ceará” e
posteriormente, em 1993, foi elaborada uma 2ª aproximação do mesmo
trabalho e apresentado no VII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento
Remoto em Curitiba no ano de 1993.
         Por fim, em 1998, por iniciativa do Ministério do Meio Ambiente,
sob a Coordenação da Superintendência Estadual do Meio Ambiente do
Ceará – SEMACE foi elaborado o Plano Estadual de Combate à
Desertificação do Estado do Ceará.

1. Conceito de Desertificação

   O conceito de desertificação é definido no Artigo 1º da Convenção
das Nações Unidas de Combate à desertificação nos países afetados
por seca grave e/ou desertificação particularmente na África (SUDENE,
2000), assinada pelo Brasil nos seguintes termos:

                       “Por desertificação entende-se a degradação da
                       Terra nas zonas áridas, semi-áridas e sub-úmidas
                       secas, resultante de fatores diversos, incluindo as
                       variações climáticas e as atividades humanas”.

       “Combate à desertificação, corresponde às atividades que
fazem parte do aproveitamento integrado da terra nas zonas áridas,
semi-áridas e sub-úmidas secas com vistas ao seu desenvolvimento
sustentável, e que tem como objetivos:

   1. A prevenção e/ou redução da degradação da terra;
   2. A reabilitação de terras parcialmente degradadas, e
   3. A recuperação de terras degradadas”.

         “Entende-se por seca, como sendo, o fenômeno que ocorre
naturalmente quando a precipitação registrada é significativamente
inferior aos valores normais, provocando um sério desequilíbrio hídrico
que afeta negativamente os sistemas de produção, dependendo dos
recursos da terra”.


                                                                     10
“Por terra entende-se o sistema Bio-produtivo terrestre que
compreende o solo, a vegetação e outros componentes da biota e os
processos ecológicos e hídricos que se desenvolvem dentro do sistema”.
       “Conceitua”-se degradação da terra, como a redução ou perda,
nas zonas áridas, semi-áridas e sub-úmidas secas, da produtividade
biológica ou econômica e da complexidade das terras agrícolas de
sequeiro, das terras agrícolas irrigadas, das pastagens naturais, das
pastagens semeadas das florestas e das matas nativas devido aos
sistemas de utilização da terra ou a um processo ou combinação de
processos incluindo os que resultam da atividade do homem, das formas
de ocupação do território, tais como:

      1. A erosão do solo causada pelo vento e/ou pela chuva;
      2. A deterioração das propriedades físicas, químicas biológicas
         ou econômicas dos solos, e
      3. A destruição da vegetação por períodos prolongados.

        De uma maneira geral podemos afirmar que por “degradação
da terra” se entende a degradação dos solos, da fauna e flora e dos
recursos hídricos, com a conseqüente diminuição da qualidade de vida
da população.
        Ainda de acordo com a SUDENE, 2000, o grau de aridez de uma
região é função da razão ente a quantidade de água advinda da
pluviometria (P) e da perda máxima possível de água por evaporação e
transpiração ou Evapotranspiração Potencial (ETP). As classes de
variação para esse índice são:

                    Hiper – árido         <         0,05
                    Árido 0,05            -         0,20
                    Semi-árido       0,2   -        0,50
                    Sub – úmido seco 0,51 -         0,65
                    Sub – úmido e úmido    >        0,65

        De acordo com esta definição, para o Brasil, a desertificação
aplica-se apenas nas regiões: semi-arida e sub-úmida seca do Nordeste.
        As causas que provocam a desertificação são as mais diferentes
possíveis. De maneira geral os impactos provocados por esta
desertificação podem ser classificados como: ambientais, sociais e
econômicos.
        Os impactos ambientais seriam a destruição da biodiversidade
(flora e fauna), diminuição da disponibilidade dos recursos hídricos,
através do assoreamento de rios e reservatórios, das perdas físicas e


                                                                 11
químicas dos solos, dentre outros. Estes fatores reduzem o potencial
biológico da terra, reduzindo a produtividade agrícola e, portanto,
impactando as populações.
        Os impactos sociais são caracterizados pelas migrações, em
razão da crescente perda da capacidade produtiva das unidades
familiares, causando uma diminuição na qualidade de vida de regiões já
extremamente pobres. Estas migrações desestruturam as famílias e
impactam as zonas urbanas, que, normalmente, não estão em
condições de oferecer serviços às massas de migrantes que pra lá se
deslocam. É importante lembrar que a população afetada caracteriza-
se por alta vulnerabilidade, já que estão entre as mais pobres da região,
e com índice de qualidade de vida muito baixo da média nacional.
        Os impactos econômicos são também de grande importância;
apesar de não dispormos ainda de metodologia de qualificação dos
impactos, eles atingem diretamente as economias locais, pois há uma
redução da atividade agrícola e, consequentemente, da circulação de
renda, aumentando desse modo, os níveis de pobreza das áreas
afetadas.
        Para o Brasil, conforme diagnóstico realizado pelo Ministério do
Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal as perdas
econômicas podem chegar a U$$ 800 Milhões por ano devido à
desertificação. Os custos de recuperação das áreas mais afetadas
alcançam U$$ 2 bilhões para um período de 20 anos. (MMA, s/d).
        Necessário se faz salientar que fatores estruturais, tais como: a
concentração de terra e renda, a alta densidade demográfica e, além
da inadequação de algumas atividades econômicas, às condições
ambientais, tornam mais difícil o combate à desertificação e maximizam
os efeitos das causas apontadas acima.




                                                                    12
Capítulo 2
     Diagnóstico Geoambiental do Município de
                                    Irauçuba


1.     Metodologia

         O diagnóstico do Município de Irauçuba foi realizado adotando
uma abordagem sistêmica, baseada no princípio da multi-
interdisciplinaridade, possibilitando a identificação das alterações
naturais antrópicas e a previsão dos impactos causados pelo uso
incorreto com a capacidade de suporte deste ambiente.
         Utilizou-se da linha metodológica da Teoria Geossistêmica de
BERTRAND (1968), TRICART (1977), que se fundamenta na teoria geral dos
sistemas de BERTALANFFY (1975), o qual possibilita a análise das formas,
dos processos e da dinâmica evolutiva dos sistemas geoambientais e da
divisão da paisagem física. No modelo de BERTRAND (1968), ainda que
analisada em suas partes, a paisagem é entendida como um todo e tem
um cunho ecológico.
         O Município de Irauçuba apresenta várias unidades
geoambientais, que tem sua funcionalidade gerada através das
relações mútuas de seus componentes: condições abióticas, exploração
biológica aos quais se sobrepõe a ação antrópica. Conforme SOUZA
(1994), cada unidade geoambiental homogênea constitui um conjunto
geográfico dotado de uma estrutura e de um funcionamento próprio.
         A compartimentação dos geossistemas teve como base
metodológica a de sensoriamento remoto orbital, através da técnica da
interpretação visual de imagens de satélite, que nos permite verificar os
padrões paisagísticos similares onde se incluem condições hidro-
climáticas e morfo-pedológicas recobertas primariamente por
fitofisionomias características.
         As unidades geoambientais homogêneas foram delimitadas
conforme sua estrutura e a classificação de acordo com a dinâmica
ambiental em processo. Para esta delimitação, além de levar em


                                                                    13
consideração os processos estritamente naturais, considera-se a ação
antrópica, a qual tem como conseqüência a substituição de uma
dinâmica natural em equilíbrio, por outra, na maioria das vezes, mais
agressiva ao retirar a cobertura vegetal, ao explorar os recursos minerais,
ao usar o solo e os recursos hídricos e implantar uma infra-estrutura
básica.
        Foram realizados levantamentos e análise do material
geocartográfico e bibliográfico existente, referente à área em estudo.
        Através da interpretação visual das imagens de satélite LANDSAT-
5, sensor TM em produto fotográfico, na composição colorida
multiespectral, associando às bandas 2B3G4R (banda 4, vermelha;
banda 3, verde; banda 2, azul) em escala 1:100.000, permitiu a análise
interpretativa dos alvos de interesse.
        Foi elaborada uma base cartográfica através da compilação das
informações básicas, tais como: drenagem, altimetria, estradas, centros
urbanos, dentre outras, obtidas diretamente sobre a carta
planialtimétrica da DSG/SUDENE, na escala 1:100.000.
        Também foi confeccionado um mapa de solos do município de
Irauçuba tomando como base o Zoneamento Agrícola do Estado do
Ceará, em escala de 1:200.000.
        A partir dos critérios de fotointerpretação sobre as imagens
orbitais, foram definidas as unidades geoambientais e analisadas à luz de
suas características genéticas e daquelas relacionadas à interação com
o meio ambiente, adotando-se a abordagem metodológica interativa,
utilizando-se as técnicas de sensoriamento remoto orbital e
geoprocessamento.
        Muito embora não se pretenda apresentar a totalidade da
documentação cartográfica elaborada, procurou-se destacar o Mapa
Planimétrico do município, o Mapa de solos e o Mapa das unidades
geoambientais, em escala 1:250.000 em anexo 01.

2.     Caracterização dos componentes ambientais.

Geologia e Geomorfologia.

       O município de Irauçuba possui uma área aproximada de 1.451
Km2 IPLACE (1989), constituído pelos terrenos antigos do pré-cambriano,
pertencentes ao complexo nordestino, com predominância de
migmatitos e núcleos de granitóides, podendo encontrar-se tanto
rebaixados – superfícies pediplanadas, como realçadas – pequenos
maciços residuais.



                                                                     14
Em termos espaciais, a depressão sertaneja é a maior expressão
territorial na compartimentação geomorfológica, ocupando 1.165 Km2.
Sua continuidade só chega a ser interrompida pelos níveis elevados dos
maciços residuais. Posiciona-se em níveis altimétricos inferiores a 200m,
apresentando topografias planas e submetidas durante maior parte do
ano às deficiências hídricas do clima semi-árido.
         Os maciços residuais ocupam 238 km2 e compõem as pequenas
cristalinas de extensões variadas e altitudes que oscilam de 200 a 600
metros. São serras secas resultantes do trabalho de erosão diferencial.
Exibem formas alongadas e estreitas, com relevos dissecados em colinas
e cristas de pequenas extensões. Ocorrem vertentes desnudas.
         As Planícies fluviais, constituídas por sedimentos areno-argilosos
com datação atribuída ao período holocênico (Quaternário), são
depósitos formados pelos rios, cuja topografia baixa e plana ocupa uma
área de 16km2.

Clima e Hidrologia

       A área em estudo localiza-se na zona sertaneja, de clima semi-
árido com pluviosidade média anual de 541 mm, caracterizado por duas
estações     distintas: uma    seca    (verão)   de     longa    duração,
compreendendo os meses de junho a dezembro, e uma outra chuvosa,
predominando no período de janeiro a maio. Percebe-se que o trimestre
mais chuvoso acontece durante os meses de fevereiro a abril,
responsável por um percentual de 65 a 70%, sendo em março e abril
quando ocorrem os picos de maior precipitação. O trimestre menos
chuvoso abrange o período de setembro a novembro.
       As temperaturas médias anuais situam-se geralmente em 27ºC. No
período de fevereiro a julho ocorrem temperaturas mais amenas, em
torno de 26ºC, sendo no mês de junho que apresenta o menor valor,
26,6ºC. No período de setembro a janeiro. A média anual fica em torno
de 28ºC e o Mês de dezembro indica o maior valor 28,4ºC. Em termos
absolutos as temperaturas podem elevar-se a índices superiores a 38ºC.
       A umidade relativa do ar, elemento que é função da
temperatura e da evaporação, no período chuvoso, quase sempre
atinge valores superiores a 80% e no período de estio, reduz-se para faixa
de 50%.
       O clima da área apresenta-se bastante uniforme. De acordo com
a classificação de Gaussen, encontra-se o tipo bioclimático 4 a TH –
(Termoxeroquimênico acentuado) do tipo tropical quente de seca
acentuada – 7 a 8 meses, índice xerotérmico de 150 a 200.



                                                                      15
Segundo a classificação climática de Köppen, esta área está
incluída no tipo climático BSw’h’ (clima quente e semi-árido tipo estepe);
a estação chuvosa se atrasa para o outono, com temperatura superior a
18ºC no mês mais frio.
        As potencialidades hídricas da área ocorrem em função das
peculiaridades físicas que inserem o município no semi-árido.
        A irregularidade das chuvas contribui para favorecer o
escoamento de superfície, que junto às condições geológicas,
predominantemente cristalinas, favorecem o escoamento rápido das
águas pluviais, inviabilizando o acúmulo de água subterrâneas em
quantidade razoáveis.
        A ausência de barragens de porte representativo faz com que a
pequena açudagem assuma um papel relevante. Destacam-se dentre
essas os Açudes São Gabriel, do Mocó, do Cairú, Jerimum, dentre outros.

Solos e Cobertura Vegetal

       A descrição dos solos está fundamentada na classificação de
CEARÁ (1983), que utilizou os critérios contidos no estudo e conceituação
das classes de solos de acordo com as normas adotadas pelo Centro
Nacional de Pesquisas de Solos – CNPS da EMBRAPA.
       Nas planícies fluviais, encontram-se a associação de SOLOS
ALUVIAIS EUTRÓFICOS A moderado textura indiscriminada fase caatinga
hiperxerófila de várzea e floresta ciliar de carnaúba relevo plano +
PLANOSSOLO SOLÓDICO ta A fraco textura arenosa/argilosa fase
caatinga hiperxerófila relevo plano e suave ondulado (Ae).
       Os solos encontrados na Depressão Sertaneja estão abaixo
relacionados, constituindo diversas unidades de mapeamento:

      NC1 – BRUNO NÃO CÁLCICO A fraco - textura média com
cascalho/argilosa fase pedregosa caatinga hiperxerófila relevo suave
ondulado e ondulado;

      NC2 – BRUNO NÃO CÁLCICO vértico A fraco - textura média
cascalho/argilosa fase com calhaus caatinga hiperxerófila relevo suave
ondulado.

       NC3 – Associação de: BRUNO NÃO CÁLCICO vértico A fraco -
textura média cascalho/argilosa fase caatinga hiperxerófila relevo suave
ondulado e ondulado + PLANOSSOLO SOLÓDICO Ta A fraco textura
arenosa/média fase caatinga hiperxerófila relevo plano e suave



                                                                     16
ondulado. + SOLONETZ SOLÓDICO A fraco textura arenosa/média fase
pedregosa caatinga hiperxerófila relevo plano;

       PLS1 – Associação de: PLANOSSOLO SÓDICO Ta A fraco - textura
Arenosa/média e argilosa fase com calhaus caatinga hiperxerófila relevo
plano e suave ondulado. + SOLONETZ SOLÓDICO A fraco textura
arenosa/média e argilosa fase com calhaus caatinga hiperxerófila
relevo plano e suave ondulado.

      Re1 – Associação de: SOLOS LITÓLICOS EUTRÓFICOS A
chernozêmico - textura média fase floresta subcaducifólia relevo
montanhoso substrato gnaisse e granito + AFLORAMENTOS ROCHOSOS;

       Re2 – Associação de: SOLOS LITÓLICOS EUTRÓFICOS A fraco -
textura arenosa e média fase pedregosa e rochosa caatinga
hiperxerófila relevo ondulado e forte ondulado substrato gnaisse e granito
+ AFLORAMENTOS ROCHOSOS;

       Re3 – Associação de: SOLOS LITÓLICOS EUTRÓFICOS A fraco -
textura média e argilosa fase pedregosa caatinga hiperxerófila relevo
plano e suave ondulado substrato arenito, siltito e filito + PLANOSSOLO
SOLÓDICO Ta A fraco textura arenosa/média fase caatinga hiperxerófila
relevo plano;

         Re4 – Associação de: SOLOS LITÓLICOS EUTRÓFICOS A fraco -
textura arenosa e média fase pedregosa e rochosa caatinga
hiperxerófila relevo suave ondulado e ondulado substrato gnaisse, granito
e filito + BRUNO NÃO CÁLCICO A fraco textura média/argilosa fase
pedregosa caatinga hiperxerófila relevo suave ondulado e ondulado;

       Re5 – Associação de: SOLOS LITÓLICOS EUTRÓFICOS A fraco -
textura arenosa e média cascalhenta fase pedregosa e rochosa
caatinga hiperxerófila relevo forte ondulado e montanhoso substrato
gnaisse e granito + AFLORAMENTOS ROCHOSOS;

        AR1 – AFLORAMENTOS ROCHOSOS.
        Nos maciços residuais ocorrem as classes de solos abaixo
descritas, agrupadas nas seguintes unidades de mapeamento:
        PE1 – Associação de:          PODZÓLICO VERMELHO-AMARELO
EUTRÓFICO Tb A moderado - textura média/argilosa cascalhenta fase
floresta caducifólia relevo forte ondulado e montanhoso = PODZÓLICO
VERMELHO-AMARELO          EUTRÓFICO    Tb   A  chernozêmico   textura


                                                                     17
média/argilosa cascalhenta fase floresta subcaducifólia relevo forte
ondulado e montanhoso;

       PE2 – Associação de: PODZÓLICO VERMELHO-AMARELO
EUTRÓPICO Tb A fraco - textura média/argilosa cascalhenta fase
caatinga hiperxerófila relevo plano e suave ondulado + AFLORAMENTOS
ROCHOSOS;

       PE3 – Associação de: PODZÓLICO VERMELHO-AMARELO
EUITRÓPICO Tb raso abrúptico A fraco - textura arenosa/argilosa
cascalhenta fase caatinga hiperxerófila relevo suave ondulado +
REGOSSOLO EUTRÓFICO com fragipan A fase caatinga hiperxerófila
relevo plano e suave ondulado;

      Re1 – Associação de: SOLOS LITÓLICOS EUTRÓFICOS A
chernozêmico - textura media fase floresta subcaducifólia relevo
montanhoso substrato gnaisse e granito + AFLORAMENTOS ROCHOSOS.

       Re5 – Associação de: SOLOS LITÓLICOS EUTRÓFICOS A fraco -
textura arenosa e media cascalhenta fase pedregosa e rochosa
caatinga hiperxerófila relevo forte ondulado e montanhoso substrato
gnaisse e granito + AFLORAMENTOS ROCHOSOS.


      AR1 – AFLORAMENTOS ROCHOSOS.

        A cobertura vegetal predominante no município de Irauçuba é
das Caatingas, que é uma vegetação tortuosa, espinhenta, de folhas
pequenas e caducas, constituídas, por arbustos e árvores de pequeno
porte sobre um extrato herbáceo. É rica em cactáceas, bromeliáceas e
leguminosas. As plantas arbóreas e arbustivas da Caatinga apresentam
alta resistência à seca.

       As espécies dominantes são: Myracrodrun urundeuva (aroeira),
Shinopsis brasilienses (baraúna), Auxemma oncocalyx (pau-branco),
Commiphora leptophloeos (imburana), Mimosa tenuiflora (jurema preta),
Zizyphus joazeiro (juazeiro), Anadenanthra macrocarpa (angico),
Aspidosperma pirifolium (aroeiro), Cróton sonderianus (marmeleiro),
Cnidoculus urens (cansanção), dentre outras.


2.    Uso e ocupação da terra


                                                                18
O conhecimento pormenorizado e atualizado das formas de
utilização e ocupação da terra, torna-se de fundamental importância,
na medida em que, os efeitos de mau uso, implicam em deteriorização
ao meio ambiente. A aceleração dos processos de erosão e
intensificação de assoreamentos, dentre tantos outros, tem sido exemplos
cotidianos desta má utilização.
         As áreas ocupadas com agricultura são de culturas anuais,
temporárias e permanentes, ocorrendo também, os terrenos em pousio,
cultivados no ano anterior. Constitui de aglomerados e de pequenas e
muito pequenas parcelas predominando as culturas de subsistência, com
utilização de pouco capital de investimento, baixo nível tecnológico,
resultando na baixa produção e produtividade das culturas.
         Os sistemas tradicionais de exploração da terra envolvem,
principalmente, o cultivo de milho, feijão e ocorrem num processo
itinerante, causando prejuízo ao meio ambiente com a devastação da
vegetação natural, dando lugar a áreas com vegetação secundária,
com espécies de baixo valor econômico.
         Denota-se, também a pecuária extensiva, com baixo nível
tecnológico onde predomina os rebanhos de bovinos e caprinos
plenamente adaptados às condições locais. A pastagem natural ocupa
grande extensões com predomínio de gramíneas, plantas graminóides,
ervas arbustos e árvores dispersas.
         Percebem-se, nestas áreas, vários níveis de degradação,
chegando-se a detectar áreas em processos de desertificação.

3.     Unidades geoambientais

        O estabelecimento das Unidades Geoambientais, sumarizadas no
QUADRO 01, deriva da técnica de interpretação visual das imagens do
satélite TM/LANDSAT-S, de documentos geocartográficos existentes,
adotando-se abordagem metodológica integrativa que enfoca os
pontos mais destacados das condições geoambientais de cada
unidade, distinguindo, também, suas potencialidades e limitações,
condições ecodinâmicas e de vulnerabilidade ambiental, como
também as perspectivas de sustentabilidade.




                                                                   19
QUADRO 01: DIAGNÓSTICO SUMÁRIO DO POTENCIAL DE USO E DO ZONEAMENTO GEOAMBIENTAL DO
MUNICÍPIO DE IRAUÇUBA
                                                                CONDIÇÕES
                                                                                 USO COMPATÍVEL
   UNIDADES       POTENCIAL GEOAMBIENTAL E LIMITAÇÕES        ECODINÂMICAS E
                                                                                         E
GEOAMBIENTAIS          DE USO DOS RECURSOS NATURAIS          VULNERABILIDADE
                                                                                SUSTENTABILIDADE
                                                                 AMBIENTAL
                                                                               Área propícia à
                                                                               prática          de
                                                                               lavouras irrigadas
                                                                               quando           do
                                                                               predomínio       de
      PLANÍCIE FLUVIAL ÁREA: 16 Km2




                                                                               solos aluviais, em
                                                                               função das boas
                 Área plana de acumulação fluvial sujeita
                                                             Ambientes      de condições morfo-
                 à inundação periódica que bordeja as
                                                             transição    com pedológicas;
                 calhas dos riachos; com solos aluviais
                                                             tendência       à favorável ao agro-
                 profundos, imperfeitamente drenados,
                                                             estabilidade    e pedológicas,
                 associados à planossolos medianamente
                                                             com               favorável ao agro-
                 profundos     e    com     problemas     de
                                                             vulnerabilidade   extrativismo, com
                 salinização; revestida por mata ciliar,onde
                                                             moderada.         limitações      por
                 se pratica atividades agroextrativas;
                                                                               inundações
                                                                               periódicas      nas
                                                                               áreas           dos
                                                                               Planossolos
                                                                               Solódicos;
                                                                               sustentabilidade
                                                                               moderada alta.
Áreas serranas dispersas na depressão
                                  sertaneja, derivados do trabalho de                                  Impróprias ao uso
                                                                                      Ambientes de
                                  erosão diferencial em setores de rochas                              agrícola; favorável
                                                                                      transição com
MACIÇOS RESIDUAIS AREA: 238 Km2


                                  muito      resistentes,  ocasionando         a                          a silvicultura;
                                                                                       tendência à
                                  elaboração        de    relevos    rochosos                           sustentabilidade
                                                                                   instabilidade nas
                                  dissecados, com altitudes entre 400 –                                baixa se mantidas
                                                                                      vertentes mais
                                  600m; rede fluvial muito densa intermitente                               as atuais
                                                                                    íngremes e com
                                  e baixo potencial de águas subterrâneas;                             condições de uso
                                                                                     vulnerabilidade
                                  com solos podzólicos vermelho-amarelo                                        e de
                                                                                   moderada forte.
                                  de fertilidade natural média e solos litólicos                         desmatamento
                                  (rasos) e afloramentos rochosos; revestidos                            indisciplinado.
                                  de caatinga arbórea e arbustiva com
                                  forte limitação ao uso agrícola em razão
                                  do relevo fortemente acidentado.
Superfície de aplainamento em rochas do      Ambientes      de   Favorável        à
                           embasamento cristalino, com altitudes        transição    com    utilização


DEPRESSÃO SERTANEJA ÁREA
                           entre 150 a 200m; clima semi-árido quente,   tendência       à   agropastoril com
                           com precipitações médias anuais entre        estabilidade    e   manejo
                           600-800 mm, com chuvas entre fevereiro a     vulnerabilidade     apropriados    dos
        1.165 Km²          maio; rede fluvial densa com fluxo hídrico   moderada;     nas   solos     e    das
                           intermitente sazonal e baixo potencial de    áreas        mais   pastagens;
                           águas subterrâneas; solos brunos não         intensamente        necessidade     de
                           cálcicos de fertilidade natural média a      degradadas, há      aumento         da
                           alta;      moderadamente        profundos;   tendência       à   superfície hídrica
                           planossolos e solos litólicos de baixa       instabilidade e a   para     ampliação
                           fertilidade com afloramentos rochosos e      vulnerabilidade é   de      açudagem,
                           chãos pedregosos, rasos e susceptíveis à     de moderada a       sustentabilidade
                           erosão; caatinga arbustiva.                  alta.               baixa.
Capítulo 3
     A Política Municipal para o Combate à
                             Desertificação


                A Desertificação deve ser combatida através de meios
amplamente participativos, onde a sociedade civil organizada e as
populações afetadas venham a ser atores e protagonistas do
processo (SUDENE, 2000).
                Adotando este princípio, a Superintendência do
Desenvolvimento do Nordeste – SUDENE, o Instituto Desert, a
Superintendência Estadual do Meio Ambiente – SEMACE e a
Prefeitura Municipal de Irauçuba – PMI, realizou nos dias 17 e 18 de
julho de 2000, debates com órgãos governamentais e não
governamentais, sindicatos, Associações de classes, lideranças
comunitárias e a sociedade civil (anexo 02) com o intuito de discutir
e criar subsídios para definição da política de combate a
desertificação do Município de Irauçuba-CE. Após o documento
pronto, o mesmo, foi socializado com a comunidade Irauçubense e
fomentado a possibilidade de este se tornar política pública do
município, a proposta foi encaminhada para a Câmara Municipal e
lá ficou “engavetada” por quase 9 anos. Tão somente agora em
2009, através de uma iniciativa do Instituto Cactos, uma ONG local,
em parceria com o Fórum Irauçubense de Convivência Solidária e
Sustentável com o Semi-árido; Grupo Permanente de Combate à
Desertificação do Estado do Ceará – GPCD/CEARÁ (ANEXO 03) e
Prefeitura Municipal de Irauçuba a proposta foi retomada e
reavaliada e terá novamente a chance de se tornar um instrumento
legal de política pública do Município de Irauçuba.
        Esta política terá a função precípua de orientar e desenvolver
ações no sentido de controlar e prevenir o avanço da desertificação
e, quando possível, recuperar áreas degradadas para o uso


                                                                     23
produtivo, ou seja, alcançar o desenvolvimento sustentável nas áreas
sujeitas à seca e a desertificação do Município.
        A política de combate à desertificação do município de
Irauçuba tem também como objetivos básicos:

       * Contribuir para formulação do      planejamento      de    uso
       sustentável dos recursos naturais do Município;

       * Contribuir para a melhoria da produtividade e produção
       agrícola nas áreas susceptíveis à seca e desertificação;

       *Contribuir para redução da vulnerabilidade e melhoria da
       qualidade de vida das populações residentes nas áreas
       susceptíveis à seca e a desertificação;

       * Articular ações setoriais do governo (a nível federal, estadual
       e municipal) com vista à sinergia dos processos de
       planejamento;

       * Contribuir para melhoria da capacidade de enfrentamento
       dos problemas de desertificação e seca por parte das
       populações locais.

        Com a participação da sociedade civil e todas as suas
etapas, se está criando um novo paradigma onde o processo
adquire grande importância face ao antigo modus-operandi de
planejamento.
        Após as discussões dos grupos, e em conformidade com a
Convenção das Nações Unidas para o combate à desertificação, e
as diretrizes da Política Nacional de Controle da Desertificação e o
Plano Estadual à Desertificação, o conjunto de políticas adequadas
para o enfrentamento da desertificação e seca fora abrigadas em
5(cinco) componentes, e suas respectivas ações prioritárias. São elas:

       COMPONENTE 1:
       DIAGNÓSTICO E PREVENÇÃO DO QUADRO DA DEGRADAÇÃO.

OBJETIVO: Elaborar metodologias e sistema de indicadores para
avaliação e monitoramento da desertificação.


                                                                       24
AÇÕES:

      1. Identificação das áreas degradadas antrópicas e
         naturais;
      2. Levantamento pedológico e capacidade de uso dos
         solos do Município, em escala compatível.
      3. Sistema de identificação e caracterização das micro-
         bacias hiudrográficas;
      4. Sistema de Monitoramento físico ambiental;
      5. Diagnostico físico-ambiental das áreas degradadas.

      COMPONENTE 2:
      POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DA CAATINGA E
      ECOSSISTEMAS DE TRANSIÇÃO.

OBJETIVOS: criar mecanismos de geração e disseminação de
informações tecnológicas, observando a sustentabilidade, visando a
melhoria dos níveis de produtividade da atividade econômicas
tradicionais, adotando as estratégias de desenvolvimento aos
recursos existentes, bem como criar, as unidades de conservação do
município no bioma caatinga, dotando-as de estrutura para
pesquisa científica, e criar uma capacidade de articulação
institucional.

      AÇÕES:
      1. Regulamentação do Conselho Municipal do Meio
         Ambiente;
      2. Melhoramento e manejo da pastagem;
      3. Criação de bancos de sementes;
      4. Ampliação da oferta de recursos hídricos;
      5. Implantação de novas técnicas para o armazenamento
         de água;
      6. Coleta seletiva do lixo;
      7. Criação de unidades de conservação e de unidades de
         referências de práticas agrícolas;
      8. Execução de política de geração de emprego, renda e
         melhoria da qualidade de sócio-ambiental;




                                                                 25
9. Intensificação da assistência técnica sistemática ao
          produtor rural;
      10. Tornar pública e preservar as fontes de água já existentes
          na região;
      11. Premiação, com apoio e incentivo para produtores rurais
          que utilizam técnicas conservacionais;
      12. Adoção de crédito especial para combater à
          desertificação;
      13. Fortalecimento da Agricultura Familiar;
      14. Criação de cursos técnicos observando a sustentabilidade
          tais como: apicultura, hidroponia, melhoramento da
          pastagem, conservação do solo e outros;
      15. Apoio a atividades produtivas empregando técnicas de
          preservação ambiental em processos de sertificação.

      COMPONENTE 3:
      PRESERVAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS AFETADAS COM
      AÇÕES DE CURTO, MÉDIO E LONGO PRAZO.

OBJETIVOS: Criar mecanismos apropriados para a recuperação de
áreas degradadas e conservação dos ecossistemas existentes.

      AÇÕES:
      1. Repovoamento da fauna;
      2. Recuperação dos leitos dos açudes e rios (assoreamento);
      3. Reflorestamento com plantas nativas e introdução de
         novas espécies em todo o município;
      4. Recuperação de áreas degradadas;
      5. Recuperação e manutenção de nascentes e matas
         ciliares;
      6. Recuperação e conservação dos solos agrícolas.

      COMPONENTE 4:
      ARTICULAÇÃO DE       ÓRGÃOS     GOVERNAMENTAIS       E   NÃO
      GOVERNAMENTAIS.

OBJETIVOS: Criar uma capacidade de articulação, fortalecimento e
interação institucional.




                                                                   26
AÇÕES:
       1. Apoio a organização de produtores;
       2. Promover parcerias com instituições públicas e privadas;
       3. Garantir espaços de ampla discussão para a população
          em geral sobre o tema desertificação;
       4. Criar mecanismo de incentivo a empresas que
          implementem ações de preservação de recuperação
          ambiental.

COMPONENTE 5:
EDUCAÇÃO AMBIENTAL

OBJETIVOS: formação e capacitação de pessoal para atuar na
pesquisa, controle e recuperação das áreas e processo de
desertificação, bem como, na conscientização e sensibilização da
população sobre os efeitos maléficos da desertificação.

       AÇÕES:

       1. Criação de uma política educacional municipal para
          preservação do meio ambiente;
       2. Criação de cursos de formação sócio-ambiental;
       3. Elaboração de material didático com informações sobre
          o processo de desertificação de Irauçuba;
       4. Instalação, em local apropriado da maneira descritiva
          das pesquisas realizadas no município;
       5. Financiamento para pesquisas cientifica sobre o bioma
          caatinga no território de Irauçuba;
       6. Premiar as produções literárias e de iniciação cientificas
          estudantis e ligadas ao meio-ambiente;
       7. Capacitação para professores na área ambiental.

         Os 5 (cinco) componentes de suas ações prioritárias descritas
acima, devem servir como uma primeira aproximação para
definição de um conjunto de propostas a serem primeiramente
viabilizadas pelas autoridades competentes. Está claro que outras
iniciativas em andamento, que sejam convergentes com as
perspectiva aqui proposta, deverão ser apoiadas.




                                                                     27
Finalmente, é necessário dizer que o problema ambiental é
uma questão sócio-econômica, em que a solução depende
estritamente de decisões políticas. Em razão disto, é fundamental
para obtenção de êxitos que a discussão e as propostas sugeridas
envolvam todos os níveis de decisão da sociedade, principalmente,
o poder público municipal.




                                                                28
Capítulo 4
         Instrumento da estratégia, parcerias e
                              financiamentos.


         A política de combate à desertificação do Município de
Irauçuba- PCDMI deve contar com diferentes instrumentos que
asseguram sua viabilização. Dentre esses instrumentos podem-se citar
o Institucional, o Econômico/ Financeiro e a difusão de informação.
         Com relação ao institucional, considerando o caráter
interdisciplinar e multsetorial do tema, a PCDMI deve buscar
desenvolver um amplo conjunto de parcerias com órgãos federais,
regionais e estaduais e internacionais para viabilizar suas políticas.
         No que diz respeito à desertificação e aos componentes
propostos nesse documento, parece está claro que essas parcerias
deverão ocorrer com organizações não-governamentais e órgãos e
instituições tais como: MMA, IBAMA, SUDENE, Órgão Federal de
Agricultura, SEMACE, Secretaria de Recursos Hídricos, Secretaria de
Educação, Comissão de Conservação de Solo e Água, CREA-CE,
Banco do Nordeste e Outros.
         Os aspectos de financiamento do controle da desertificação
e outras questões devem ser discutidos com outros setores do
governo e dentro do conjunto de programas e projetos
governamentais.




                                                                     29
Capítulo 5
                                    Considerações finais


        Apenas, recentemente, é que a sociedade brasileira vem se
preocupando quanto à qualidade do ambiente e aos níveis de
exploração de seus recursos.
        Com relação aos processos de desertificação, os mesmos
ocorrem nas áreas que, em geral, foram ocupados pelas populações
mais pobres e fragilizadas politicamente (MMA, s/d). Assim, para
conter e prevenir tais processos, é necessário custos que não podem
ser absolvidos pela quase totalidade dos agricultores do semi-árido,
descapitalizados e sem acesso aos instrumentos de crédito e, na sua
grande maioria, marcados por longos períodos de secas.
        Por tanto, a Iniciativa governamental nessa matéria, é de
fundamental importância para organizar e potencializar as ações
necessárias ao controle da desertificação.
        O intuito das propostas aqui apresentadas é de contribuir
para ordenar um conjunto de objetivos e estratégias fundamentais
para o enfrentamento do problema da desertificação, envolvendo
setores governamentais e não-governamentais.
        As diretrizes ora propostas não esgotam a discussão sobre o
tema, mas constituem o marco inicial do processo de
implementação de uma política municipal voltada para o controle e
o combate à desertificação, cuja maior importância e o
desenvolvimento sustentável do município.




                                                                   30
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                                                                      31
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Países afetados por seca grave e/ou desertificação, particularmente
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TRICART, J. Ecodinâmica. Rio de Janeiro. IBGE, 1977 91P. (Recursos
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                                                                        32
Anexos 01




            33
34
LEGENDA: MAPA DE SOLOS




                         35
36
ANEXO 02:
Relação de participantes do grupo de trabalho sobre desertificação de Irauçuba – CE.
Primeira versão ano/2000

                    NOME                         ÓRGÃO/COMUNIDADE            CIDADE     ESTADO
 AFRANIO GOMES FERNANDES                    UFC                         FORTALEZA      CE
 AGENOR ALBANO DOS SANTOS                   AGROTOP                     ITAPAJÉ        CE
 ANA CELIA BARROSO CAETANO                  COITÉ                       IRAUÇUBA       CE
 ANDRÉ MOTA PINTO                           BUENO                       IRAUÇUBA       CE
 ANTONIO BASTOS PEREIRA                     BARREIRAS                   IRAUÇUBA       CE
 ANTONIO CARLOS PINTO RODRIGUES             ASS. SACO VERDE             IRAUÇUBA       CE
 ANTONIO CLARINDO GONÇALV. NETO             ESLAR                       TAUÁ           CE
 ANTONIO COSTA PINTO RODRIGUES              ASSOC. SACO VERDE           IRAUÇUBA       CE
 BALBINA MARIA DE JESUS                     SEMACE                      FORTALEZA      CE
 BENEDITO VIDAL RAMOS                       SEC. DE AGRICULTURA         IRAUÇUBA       CE
 DAMIANA DE ARAÚJO BRAGA                    JOAQUIM DE PAULA            IRAUÇUBA       CE
 EDNEIDA R. CAVALCANTI                      FUN. JOAQUIM NABUCO         RECIFE         PE
 ENÉAS PINHEIRO BASTOS                      JUÁ                         IRAUÇUBA       CE
 ERILENE VASCONCELOS CARNEIRO               SEC. DE EDUCAÇÃO            IRAUÇUBA       CE
 ETELBERTO BASTOS REIS                      GAB. DO PREFEITO            IRAUÇUBA       CE
 FERNANDO ANTONIO M. ARAUJO                 EMATERCE                    ITAPAJE        CE
 FRANCISCA JOSELITA C. BORGES               SEC. DE EDUCAÇÃO            IRAUÇUBA       CE
 FRANCISCO BERGSON P. FERNANDES             SEPLAN                      FORTALEZA      CE
 FRANCISCO BORGES VIEIRA                    MOCÓ                        IRAUÇUBA       CE
 FRANCISCO DANTAS PINHEIRO                  DNOCS                       FORTALEZA      CE
 FRANCISCO DAS CHAGAS ALVES                 PMI                         IRAUÇUBA       CE
 FCO. DAS CHAGAS AVILA SALES                ASSOCIAÇÃO                  IRAUÇUBA       CE
 FCO. DE ASSIS BEZERRA LEITE                CREA/CESSOLO                FORTALEZA      CE
 FCO. EDVAR ÁVILA RODRIGUES                 SIND. TRABAL. RURAIS        IRAUÇUBA       CE
 FRANCISCO GILVANE MOTA                     ASSOCIAÇÃO                  IRAUÇUBA       CE
 FRANCISCO JUNIOR SOUZA                     ASSOCIAÇÃO                  IRAUÇUBA       CE
FRANCISCO MAGELA S. ARAÚJO         AGROTOP        ITAPAJE     CE
FRANCISCO MOURA CAVALCANTE         ASSOCIAÇÃO     IRAUÇUBA    CE
FCO. ROBERTO BEZERRA LEITE         FUNCEME        FORTALEZA   CE
FRANCISCO SOUZA MELO               ASSOCIAÇÃO     SOBRAL      CE
HEITOR MATTALO                     IDESERT        BRASILIA    DF
JARINA LUCIA FREITAS COLAÇO        INCRA          FORTALEZA   CE
JOÃO AMADEU DE SOUSA               ASSOCIAÇÃO     IRAUÇUBA    CE
JOÃO AMBRÓSIO DE ARAÚJO FILHO      EMBRAPA/CNPC   SOBRAL      CE
JOÃO BOSCO DE OLIVEIRA             SRH            FORTALEZA   CE
JOSE EDMILSON DOS SANTOS           SINDICATO      IRAUÇUBA    CE
JOSE ELISNALDO MOTA PINTO          MISSI          IRAUÇUBA    CE
JOSE GERARDO BEZERR.DE OLIVEIRA    UFC            FORTALEZA   CE
JOSE GILVAN FIRMINO                SEDUC          IRAUÇUBA    CE
JOSE MARCELINO FEREIRA PEDROSA     ASSOCIAÇÃO     IRAUÇUBA    CE
JOSE MAXIMO VIANA                  SUDENE         RECIFE      PE
JOSE RAMOS DE PAULO                BOQUEIRÃO      IRAUÇUBA    CE
JOSE TARCISIO RIBEIRO              INCRA          FORTALEZA   CE
KEILA MARIA ALVES LOPES            ASSOCIAÇÃO     IRAUÇUBA    CE
LUIS ALFREDO PINHEIRO LEAL NUNES   UVA            SOBRAL      CE
LUIS TAVARES DIAS                  MISSI          IRAUÇUBA    CE
MANOEL PINTO PACHECO               ASSOCIAÇÃO     IRAUÇUBA    CE
MANUEL ARAÚJO MOTA                 BUENO          IRAUÇUBA    CE
MARCOS JOSE NOGUEIRA DE SOUZA      UECE           FORTALEZA   CE
MARIA DE LOURDES SILVA VIEIRA      ASSOCIAÇÃO     IRAUÇUBA    CE
MARIA VILMA DOS SANTOS COELHO      ASSOCIAÇÃO     IRAUÇUBA    CE
MAURICIO LINS AROUCHA              COMPLETA       PETROLINA   PE
NEILE GOMES LIMA VERDE             SEMACE         FORTALEZA   CE
PAULO AQUIAR NOBRE                 INCRA          FORTALEZA   CE
PAULO VITOR MACIEL RIBEIRO JR      ESPLAR         FORTALEZA   CE
RAIMUNDO LUCIANO DUARTE            VEREADOR       IRAUÇUBA    CE
RAIMUNDO NONATO PINTO LINHARES     MISSI          IRAUÇUBA    CE
RAIMUNDO NONATO SILVA OLIVEIRA     MISSI          IRAUÇUBA    CE
RANIERE GOMES PINTO                        SEC. DE AGRICULTURA             ITAPAJE       CE
 RITA EUGÊNIA MARTINS SANTIAGO              AÇÃO SOCIAL                     IRAUÇUBA      CE
 ROBERTO CRUZ PARENTE                       DNPM                            FORTALEZA     CE
 SEBASTIÃO SALUSTIANO MOTA                  ASSOCIAÇAO                      IRAUÇUBA      CE
 SOCORRO LIDUINA DE CARV. COSTA             SOHIDRA                         FORTALEZA     CE
 VALDEMAR RODRIGUES                         DESERT                          TEREZINA      PI
 VERA LUCIAS F. ARAUJO                      AGENTE DE SAÚDE                 IRAUÇUBA      CE
 VICENTE FERNANDES DE SOUSA                 JUA                             IRAUÇUBA      CE
 VICENTE ALMEIDA LOPES                      BNB                             SOBRAL        CE
 VLÁDIA PINTO VIDAL DE OLIVEIRA             UFC                             FORTALEZA     CE

ANEXO 03:
Relação de participantes do grupo de trabalho sobre desertificação de Irauçuba – CE.
Versão atualizada ano/2009


                      NOME                       ÓRGÃO/COMUNIDADE                CIDADE    ESTADO
 FRANCISCO RONES D. LOPES                   ASSOC. COMUNITARIA MIRAMAR         IRAUÇUBA      CE
 ANTONIA DE ALMEIDA BASTOS                   ASSOC. COMUNITARIA JERIMUM        IRAUÇUBA      CE
 JOÃO BRANDAO MESQUITA                       ASSOC. COMUN. CACHOEIRA I         IRAUÇUBA      CE
 PAULO HENRIQUE DOS SANTOS RODRIGUES                     FAI                   IRAUÇUBA      CE
 LUIZ GONZAGA RODRIGUES                      GRUPO APICULTORES/MIRANDA         IRAUÇUBA      CE
 JOSE CARMENES DE SOUSA                       ASSOC. AUTO E. MANDACARU         IRAUÇUBA      CE
 FLAVIO BARRETO MESNDES DA CRUZ             PREFEITURA MUNICIPAL IRAUÇUBA      IRAUÇUBA      CE
 DANDARA SAMILLE O. BORGUES                  GRÊMIO ESTUDANTIL P.PASCOAL       IRAUÇUBA      CE
 RAQUEL M. GOMES                             GRÊMIO ESTUDANTIL P.PASCOAL       IRAUÇUBA      CE
 BRIGIDA VILNA BRITO DE SOUSA                GRÊMIO ESTUDANTIL P.PASCOAL       IRAUÇUBA      CE
 RAMON VIANA FRILHO                          GRÊMIO ESTUDANTOL D.BASTOS        IRAUÇUBA      CE
 RODOLFO H. ANDRADE LOBATO                   GRÊMIO ESTUDANTOL D.BASTOS        IRAUÇUBA      CE
 FCO KELVIN DO S SANTOS                      GRÊMIO ESTUDANTOL D.BASTOS        IRAUÇUBA      CE
 LUIZA ALBANIZA BRIYO GOMES                  ASSOC. BOA VISTA CAXITORE II      IRAUÇUBA      CE
COSMO PACHECO                        ASSOC. COMUNITARIA PACHECO                    IRAUÇUBA    CE
JOSE RINALDO V. MOTA                 ESCOLA MUNICIPAL P.A.BARBOSA                  IRAUÇUBA    CE
BENEDITO VIDAL RAMOS                 PREF. MUNIC/SEC MEIO AMBIENTE                 IRAUÇUBA    CE
LUIZ GONZAGA A. BARRETO                     CONSELHO TUTELAR                       IRAUÇUBA    CE
IVAN BRAGA ALBUQUERQUE                          EMATERCE                           IRAUÇUBA    CE
MANOEL ARAUJO FREITAS                        ASSOC. MACHÃO                         IRAUÇUBA    CE
JOSE ANISIO DE A. BRAGA                         VEREADOR                           IRAUÇUBA    CE
JOSE MARCELINO F. PEDROSA                  ASSOC. MANDACARÚ                        IRAUÇUBA    CE
OTAVIO HENRIQUE F. LEITE                ESTUDANTE UNIVERSITÁRIO                    IRAUÇUBA    CE
LEONARDO FERREIRA                            BANCO DO BRASL                        IRAUÇUBA    CE
MARIA CLAUDIA PINEIRO MOTA                  INSTITUTO CACTOS                       IRAUÇUBA    CE
                                        ARTICULADOR DO FÓRUM IRAUÇUBENSE DE
CAETANO RODRIGUES DE SOUSA            CONVIVÊNCIA SOLIDÁRIA DE SUSTENTÁVEL COM O
                                                                                   IRAUÇUBA    CE
                                                      SEMI-ÁRIDO
FRANCISCO GILVANE MOTA                      INSTITUTO CACTOS                       IRAUÇUBA    CE
LIDUINA CARVALHO                     SEC.REC.HIDRICOS /GPCD/CEARÁ                  FORTALEZA   CE
RICARDO BRANDÃO                            CPRM/GPCD/CEARÁ                         FORTALEZA   CE
VIVIANNY M. BEZERRA                       SOHIDRA/GPCD/CEARÁ                       FORTALEZA   CE
FRANCISCO ROBERTO B. LEITE               FUNCEME/GPCD/CEARÁ                        FORTALEZA   CE
MARGARETH SILVA D. DE S. CARVALHO        FUNCEME/GPCD/CEARÁ                        FORTALEZA   CE
SONIA BARRETO PERDIÇÃO DE OLIVEIRA       FUNCEME/GPCD/CEARÁ                        FORTALEZA   CE
DIANA O. MOURA NOGUEIRA                  CONPAM/GPCD/CEARÁ                         FORTALEZA   CE

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Plano de Ação de Irauçuba contra a Desertificação

  • 1. PAM / IRAUÇUBA ________________ Plano de Ação Municipal de Combate à Desertificação de Irauçuba ambiente IRAUÇUBA/CE 2009
  • 2. INSTITUTO CACTOS ________________________________________________________________________ Plano de Ação Municipal de Combate a Desertificação de Irauçuba MATERIAL PRODUZIDO COM RECURSO DO: Brasil PAN FUNDO DE APOIO A INICIATIVAS LOCAIS DE COMBATE À DESERTIFICAÇÃO/EDIÇÃO 2008 DO PROGRAMA DE AÇÃO NACIONAL DE COMBATE À DESERTIFICAÇÃO E MITIGAÇÃO DOS EFEITOS DE SECA - PAN-Brasil do Ministério do Meio Ambiente do Governo Federal do Brasil COLABORADORES Fórum Irauçubense de Convivência Solidária e Sustentável com o Semi-árido; Grupo Permanente de Combate a Desertificação – GPCD/CEARÁ; Prefeitura Municipal de Irauçuba REVISÃO Elis Roberto Pinheiro Mota FOTO CAPA Francisco Gilvane Mota Instituto Cactos Plano de Ação Municipal de Combate a Desertificação de Irauçuba. Irauçuba, CE. Versão atualizada: 2009 40 Pág.: Il. 1.Plano Municipal. 2. Desertificação. 3.Instituto Cactos. I. Título INSTITUTO CACTOS Av Jorge Domingues, 1427 – Centro – Irauçuba – CE – CEP: 62620-000 CNPJ: 05.705.754/0001-60. Correio Eletrônico: institutocactos@gmail.com 2
  • 3. Prefácio ____________________________________________________________________ Este documento, intitulado de Plano Municipal de Combate à Desertificação de Irauçuba, configura-se como proposição que objetiva problematizar e superar a realidade atual do município de Irauçuba – Ce. O documento favorece um encontro entre os fatores bióticos e abióticos, a exploração biológica e a ação humana que juntos coexistem, intensificando o processo de Desertificação estabelecido, bem como, através de vários olhares, trás uma proposta de política municipal de combate à desertificação, que foi construída a princípio no ano de 2000, por várias instituições de renome nacional que tratam do tema com a participação da comunidade local. A princípio o documento foi socializado com a comunidade Irauçubense e fomentado a possibilidade de este se tornar política pública do município, a proposta foi encaminhada para a Câmara Municipal e lá ficou “engavetada” por quase 9 anos. Tão somente agora em 2009, retorna-se a aprofundar o Plano Municipal de Combate à Desertificação de Irauçuba, através de uma iniciativa do Instituto Cactos, uma ONG local, em parceria com o Fórum Irauçubense de Convivência Solidária e Sustentável com o Semi-árido e o Grupo Permanente de Combate à Desertificação do Estado do Ceará – GPCD/CEARÁ, a proposta que se apresentava em 5 componentes que são elementos chaves da política Municipal foi revalidada novamente pela comunidade local representada no Fórum Irauçubense de Convivência Solidária e Sustentável com o Semi-árido, com a intenção de reavaliar se o conjunto de políticas apontados como prioritárias na época da construção do documento para o enfrentamento da desertificação permaneciam atuais ou precisariam de nova adequação. Tais componentes distribuem se da seguinte forma: Componente 1: Diagnóstico e Alerta do Quadro da Degradação; Componente 2: Política de desenvolvimento sustentável da caatinga e Ecossistemas de transição; Componente 3: Preservação e recuperação de áreas afetadas com ações de Curto, médio e longo prazo; Componente 4: Articulação de Órgãos Governamentais e não-Governamentais e Componente 5: Educação Ambiental. O documento foi revalidado e 3
  • 4. atualizado e novamente o município de Irauçuba conta com a possibilidade de ter uma legislação de trate da temática da desertificação a luz da participação popular. Cabe, neste momento, agradecer a iniciativa de criação do FUNDO DE APOIO A INICIATIVAS LOCAIS DE COMBATE À DESERTIFICAÇÃO que na edição de 2008, propiciou a produção deste material; ao PROGRAMA DE AÇÃO NACIONAL DE COMBATE À DESERTIFICAÇÃO E MITIGAÇÃO DOS EFEITOS DE SECA - PAN-Brasil; ao Ministério do Meio-Ambiente do Governo Brasileiro; ao GPCD/CE pela parceria, ao Governo Municipal de Irauçuba pela parceria; ao Fórum Irauçubense de Convivência Solidária e Sustentável com o Semi-árido, de forma particular, ao Caetano R. Sousa pela colaboração e de forma especial aos cientistas Francisco de Assis Bezerra Leite e Francisco Roberto Bezerra Leite pois a insistência para efetivação deste documento é fruto de suas determinações e compromisso com a sociedade. Cadê ressaltar que a produção intelectual desta Política de Ação Municipal de Combate a Desertificação de Irauçuba, não coube ao Instituto Cactos, a nós coube tão somente resgatar a produção que foi feita no ano de 2000 e atualizar de forma coletiva o conjunto de políticas adequadas ao enfrentamento da desertificação e seus efeitos, reproduzi-la em escala maior para o conhecimento da comunidade, bem como dispensar todos os esforços necessário para que o sonho de seus idealizadores se tornasse um instrumento jurídico capaz de contribuir com a redução da desertificação e seus efeitos em Irauçuba. Enfim o Plano de Ação Municipal de Combate à desertificação de Irauçuba é uma realidade! Francisco Gilvane Mota Instituto Cactos 4
  • 5. Sumário ____________________________________________________________________ 07 Apresentação Capítulo 1 08 08 Marco Conceitual 08 1. Antecedentes 10 2. Conceito de Desertificação Capítulo 2 13 Diagnóstico Geoambiental do Município de Irauçuba 13 1. Metodologia 13 2. Características dos Componentes Ambientais 14 2.1. Geologia 14 2.2. Clima e Hidrologia 15 2.3. Solos e Cobertura Vegetal 16 3. Uso e Ocupação da Terra 18 4. Unidades Geoambientais 19 23 Capítulo 3 combate A Política Municipal para o combate à Desertificação 23 Componente 1: 24 Diagnóstico e Alerta do Quadro da Degradação Componente 2: 25 Política de desenvolvimento sustentável da caatinga e Ecossistemas de transição. Componente 3: 26 Preservação e recuperação de áreas afetadas com ações de Curto, médio e longo prazo. Componente 4: 26 5
  • 6. Articulação de Órgãos Governamentais e não-Governamentais Componente 5: 27 Educação Ambiental Capítulo 4 28 Instrumentos da estratégia, parcerias e financiamentos estratégia, financiamentos 28 Capítulo 5 29 29 Considerações finais Referências Referências Biológicas 30 Anexo 01 33 Mapas Anexo 02 37 Relação de participantes do grupo de trabalho sobre Desertificação em Irauçuba-Ce. Primeira versão ano/2000 Anexo 03 39 Relação de participantes do grupo de trabalho sobre Desertificação em Irauçuba-Ce. Versão atualizada ano/2009 6
  • 7. Apresentação O tema desertificação vem sendo discutido pela comunidade mundial desde 1977, quando da realização, em Nairobi, da Conferência Internacional das Nações Unidas para o Combate à desertificação. Em nosso País trata-se de grave Problema ambiental, atingindo uma área de 900.000 Km², afetando direto ou indiretamente mais de 15.000.000 de brasileiros, não existindo no território nacional outro problema ambiental que atinja tamanha área e a tantas pessoas (SUDENE, 2000). No Estado do Ceará, a preocupação com este fenômeno, agravado pelos períodos de escassez de chuva (seca), sistematizou-se em época relativamente recente. Estudo realizado por LEITE et al.(1992), apresentado na Conferência Internacional sobre Variações Climáticas e Desenvolvimento Sustentável no Semi-Árido (ICID), realizada em Fortaleza em Janeiro de 1992, mostra que o Ceará apresenta extensas áreas com problemas relativos à degradação ambiental e desertificação. Em setembro de 1998, o Estado do Ceará, através da Superintendência Estadual do Meio Ambiente – SEMACE – e outras instituições como a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos – FUNCEME, em consonância com Plano Nacional de Combate a Desertificação, pioneiramente elaborou o seu Plano Estadual de Combate à Desertificação. No ano de 2000, de acordo com Política do Ministério do Meio Ambiente – MMA da época, em parceria com a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste – SUDENE e o Instituto Desert, o Estado do Ceará inicia a elaboração de Políticas de combate à desertificação a nível Municipal, a partir do Município de Irauçuba, de que se trata a presente publicação, ressalta-se que o referido documento só veio a se tornar efetivamente política publica no ano de 2009. Referido Município insere-se em área mais afetadas pelos processos de desertificação, tanto em termos quantitativos como qualitativos. Convém salientar que documentos desta natureza ganham respaldo e credibilidade quando redigido em conjunto com a comunidade envolvida, o que é o caso das políticas em questão. 7
  • 8. Capítulo 1 Marco conceitual 1. Antecedentes Para a comunidade mundial, a desertificação é um problema de dimensões globais que afeta as regiões de clima árido, semi-árido e sub- úmido seco da Terra. O que caracteriza estas regiões são as baixas precipitações anuais, normalmente entre 250 a 800 mm/ano, geralmente, concentradas em 3 a 4 meses ocorrendo nos meses restantes do ano, períodos prolongados de seca. Possui um elevado índice de evaporação, o que provoca grande perda da água precipitada, ocasionando, na maioria das vezes, um balanço hídrico negativo. O elevado índice de evaporação é ocasionado por razão destas regiões apresentarem uma intensa insolação, além de assoladas por fortes ventanias. A vegetação, normalmente, é rala e de pequeno porte, o que proporciona uma maior exposição do solo facilitando a erosão dos mesmos, por ação dos ventos e/ou enxurradas quando das precipitações. Estas regiões, por diferentes razões históricas apresentam grandes concentrações populacionais vivendo nestas terras, utilizando-as com sistemas produtivos de baixo nível tecnológico e totalmente descapitalizados, o que provoca o aparecimento de grandes bolsões de pobreza. (Pernambuco, 2000). Com a globalização e a necessidade de um aumento de produção para atender ao crescimento populacional, estas áreas, antes marginalizadas, estão sendo incorporadas ao processo produtivo, incentivando ao uso mais intenso, sem a preocupação de melhoria nos padrões tecnológicos e da gestão dos recursos naturais. Como conseqüência, tem-se a ocorrência de intensos processos de degradação ambiental, com resultados negativos nos recursos de solos, 8
  • 9. água e vegetação, bem como na economia regional, implicando na vulnerabilidade das populações. Preocupados com esses processos, a comunidade internacional, por intermédio das Nações Unidas, vem se reunindo e discutindo o problema e propondo diferentes tipos de soluções desde a década de 70, quando da realização da Conferencia Internacional Sobre o Ambiente Humano, realizada em Estocolmo que, por sua vez, convocou a Primeira Conferência Internacional Sobre Desertificação, realizada em Nairobi, em 1977. Esta Conferência de Nairobi, politicamente, teve importante papel, mas na parte prática teve modestos resultados, pois suas recomendações não geram termos de comprometimento dos países e, tampouco, a destinação de recursos financeiros para controle do processo em nível mundial. Apenas, em 1992, quando da realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio 92, a questão da desertificação, teve nova posição no contexto internacional, ressaltando serem necessárias ações para promover um desenvolvimento sustentando no nível de comunidades locais. Por pressões dos Países em desenvolvimento, as Nações Unidas, decidiram incluir um capitulo especial sobre o tema na agenda 21(cap. 12) e aprovaram a negociação de uma convenção internacional, tornado-se, portanto, um instrumento juridicamente vinculante para os países que a ratificam. A Convenção de Desertificação já se encontra em vigor, e sendo o Brasil um dos seus signatários, tem o compromisso de efetuar sua implementação. O compromisso está consubstanciado no documento “Diretrizes para a Política Nacional de Controle da Desertificação” já aprovado pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, o que tornou-se um marco jurídico, a partir do qual se basearam as Ações Governamentais no combate à desertificação e para um desenvolvimento sustentável. No nordeste, a existência dos processos de desertificação começa a ser discutido mais intensamente em 1977, com a obra do Prof. Vasconcelos Sobrinho. Surgiram também em diferentes estados, alguns relatórios entre 1978 e 1979 e algumas atividades inexpressivas e isoladas. Apenas a partir de 1986 é que através de um Convênio entre a Secretaria de Meio Ambiente (SEMA) e a Universidade Federal do Piauí, foi elaborada uma “Proposta de Plano de Ação Para o Estudo da Desertificação no Nordeste”. Após esta proposta seguiram-se seminários e até um Curso Internacional sobre Desertificação, na cidade de Petrolina-PE. 9
  • 10. No Estado do Ceará, foi realizado pela FUNCEME, em 1993, estudo sobre o “Redimensionamento da Região Semi-Árida do Nordeste do Brasil”, que constatou que a área total submetida àquele clima é de 136.328,0 Km², que equivalem a 92,1% do território estadual, existindo 117 municípios totalmente inseridos no semi-árido e 63 parcialmente. Posteriormente, quando da realização da ICIDI (1992), em Fortaleza, LEITE et all; apresentou o trabalho “Áreas Degradadas Susceptíveis aos processos de Desertificação no Ceará” e posteriormente, em 1993, foi elaborada uma 2ª aproximação do mesmo trabalho e apresentado no VII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto em Curitiba no ano de 1993. Por fim, em 1998, por iniciativa do Ministério do Meio Ambiente, sob a Coordenação da Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Ceará – SEMACE foi elaborado o Plano Estadual de Combate à Desertificação do Estado do Ceará. 1. Conceito de Desertificação O conceito de desertificação é definido no Artigo 1º da Convenção das Nações Unidas de Combate à desertificação nos países afetados por seca grave e/ou desertificação particularmente na África (SUDENE, 2000), assinada pelo Brasil nos seguintes termos: “Por desertificação entende-se a degradação da Terra nas zonas áridas, semi-áridas e sub-úmidas secas, resultante de fatores diversos, incluindo as variações climáticas e as atividades humanas”. “Combate à desertificação, corresponde às atividades que fazem parte do aproveitamento integrado da terra nas zonas áridas, semi-áridas e sub-úmidas secas com vistas ao seu desenvolvimento sustentável, e que tem como objetivos: 1. A prevenção e/ou redução da degradação da terra; 2. A reabilitação de terras parcialmente degradadas, e 3. A recuperação de terras degradadas”. “Entende-se por seca, como sendo, o fenômeno que ocorre naturalmente quando a precipitação registrada é significativamente inferior aos valores normais, provocando um sério desequilíbrio hídrico que afeta negativamente os sistemas de produção, dependendo dos recursos da terra”. 10
  • 11. “Por terra entende-se o sistema Bio-produtivo terrestre que compreende o solo, a vegetação e outros componentes da biota e os processos ecológicos e hídricos que se desenvolvem dentro do sistema”. “Conceitua”-se degradação da terra, como a redução ou perda, nas zonas áridas, semi-áridas e sub-úmidas secas, da produtividade biológica ou econômica e da complexidade das terras agrícolas de sequeiro, das terras agrícolas irrigadas, das pastagens naturais, das pastagens semeadas das florestas e das matas nativas devido aos sistemas de utilização da terra ou a um processo ou combinação de processos incluindo os que resultam da atividade do homem, das formas de ocupação do território, tais como: 1. A erosão do solo causada pelo vento e/ou pela chuva; 2. A deterioração das propriedades físicas, químicas biológicas ou econômicas dos solos, e 3. A destruição da vegetação por períodos prolongados. De uma maneira geral podemos afirmar que por “degradação da terra” se entende a degradação dos solos, da fauna e flora e dos recursos hídricos, com a conseqüente diminuição da qualidade de vida da população. Ainda de acordo com a SUDENE, 2000, o grau de aridez de uma região é função da razão ente a quantidade de água advinda da pluviometria (P) e da perda máxima possível de água por evaporação e transpiração ou Evapotranspiração Potencial (ETP). As classes de variação para esse índice são: Hiper – árido < 0,05 Árido 0,05 - 0,20 Semi-árido 0,2 - 0,50 Sub – úmido seco 0,51 - 0,65 Sub – úmido e úmido > 0,65 De acordo com esta definição, para o Brasil, a desertificação aplica-se apenas nas regiões: semi-arida e sub-úmida seca do Nordeste. As causas que provocam a desertificação são as mais diferentes possíveis. De maneira geral os impactos provocados por esta desertificação podem ser classificados como: ambientais, sociais e econômicos. Os impactos ambientais seriam a destruição da biodiversidade (flora e fauna), diminuição da disponibilidade dos recursos hídricos, através do assoreamento de rios e reservatórios, das perdas físicas e 11
  • 12. químicas dos solos, dentre outros. Estes fatores reduzem o potencial biológico da terra, reduzindo a produtividade agrícola e, portanto, impactando as populações. Os impactos sociais são caracterizados pelas migrações, em razão da crescente perda da capacidade produtiva das unidades familiares, causando uma diminuição na qualidade de vida de regiões já extremamente pobres. Estas migrações desestruturam as famílias e impactam as zonas urbanas, que, normalmente, não estão em condições de oferecer serviços às massas de migrantes que pra lá se deslocam. É importante lembrar que a população afetada caracteriza- se por alta vulnerabilidade, já que estão entre as mais pobres da região, e com índice de qualidade de vida muito baixo da média nacional. Os impactos econômicos são também de grande importância; apesar de não dispormos ainda de metodologia de qualificação dos impactos, eles atingem diretamente as economias locais, pois há uma redução da atividade agrícola e, consequentemente, da circulação de renda, aumentando desse modo, os níveis de pobreza das áreas afetadas. Para o Brasil, conforme diagnóstico realizado pelo Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal as perdas econômicas podem chegar a U$$ 800 Milhões por ano devido à desertificação. Os custos de recuperação das áreas mais afetadas alcançam U$$ 2 bilhões para um período de 20 anos. (MMA, s/d). Necessário se faz salientar que fatores estruturais, tais como: a concentração de terra e renda, a alta densidade demográfica e, além da inadequação de algumas atividades econômicas, às condições ambientais, tornam mais difícil o combate à desertificação e maximizam os efeitos das causas apontadas acima. 12
  • 13. Capítulo 2 Diagnóstico Geoambiental do Município de Irauçuba 1. Metodologia O diagnóstico do Município de Irauçuba foi realizado adotando uma abordagem sistêmica, baseada no princípio da multi- interdisciplinaridade, possibilitando a identificação das alterações naturais antrópicas e a previsão dos impactos causados pelo uso incorreto com a capacidade de suporte deste ambiente. Utilizou-se da linha metodológica da Teoria Geossistêmica de BERTRAND (1968), TRICART (1977), que se fundamenta na teoria geral dos sistemas de BERTALANFFY (1975), o qual possibilita a análise das formas, dos processos e da dinâmica evolutiva dos sistemas geoambientais e da divisão da paisagem física. No modelo de BERTRAND (1968), ainda que analisada em suas partes, a paisagem é entendida como um todo e tem um cunho ecológico. O Município de Irauçuba apresenta várias unidades geoambientais, que tem sua funcionalidade gerada através das relações mútuas de seus componentes: condições abióticas, exploração biológica aos quais se sobrepõe a ação antrópica. Conforme SOUZA (1994), cada unidade geoambiental homogênea constitui um conjunto geográfico dotado de uma estrutura e de um funcionamento próprio. A compartimentação dos geossistemas teve como base metodológica a de sensoriamento remoto orbital, através da técnica da interpretação visual de imagens de satélite, que nos permite verificar os padrões paisagísticos similares onde se incluem condições hidro- climáticas e morfo-pedológicas recobertas primariamente por fitofisionomias características. As unidades geoambientais homogêneas foram delimitadas conforme sua estrutura e a classificação de acordo com a dinâmica ambiental em processo. Para esta delimitação, além de levar em 13
  • 14. consideração os processos estritamente naturais, considera-se a ação antrópica, a qual tem como conseqüência a substituição de uma dinâmica natural em equilíbrio, por outra, na maioria das vezes, mais agressiva ao retirar a cobertura vegetal, ao explorar os recursos minerais, ao usar o solo e os recursos hídricos e implantar uma infra-estrutura básica. Foram realizados levantamentos e análise do material geocartográfico e bibliográfico existente, referente à área em estudo. Através da interpretação visual das imagens de satélite LANDSAT- 5, sensor TM em produto fotográfico, na composição colorida multiespectral, associando às bandas 2B3G4R (banda 4, vermelha; banda 3, verde; banda 2, azul) em escala 1:100.000, permitiu a análise interpretativa dos alvos de interesse. Foi elaborada uma base cartográfica através da compilação das informações básicas, tais como: drenagem, altimetria, estradas, centros urbanos, dentre outras, obtidas diretamente sobre a carta planialtimétrica da DSG/SUDENE, na escala 1:100.000. Também foi confeccionado um mapa de solos do município de Irauçuba tomando como base o Zoneamento Agrícola do Estado do Ceará, em escala de 1:200.000. A partir dos critérios de fotointerpretação sobre as imagens orbitais, foram definidas as unidades geoambientais e analisadas à luz de suas características genéticas e daquelas relacionadas à interação com o meio ambiente, adotando-se a abordagem metodológica interativa, utilizando-se as técnicas de sensoriamento remoto orbital e geoprocessamento. Muito embora não se pretenda apresentar a totalidade da documentação cartográfica elaborada, procurou-se destacar o Mapa Planimétrico do município, o Mapa de solos e o Mapa das unidades geoambientais, em escala 1:250.000 em anexo 01. 2. Caracterização dos componentes ambientais. Geologia e Geomorfologia. O município de Irauçuba possui uma área aproximada de 1.451 Km2 IPLACE (1989), constituído pelos terrenos antigos do pré-cambriano, pertencentes ao complexo nordestino, com predominância de migmatitos e núcleos de granitóides, podendo encontrar-se tanto rebaixados – superfícies pediplanadas, como realçadas – pequenos maciços residuais. 14
  • 15. Em termos espaciais, a depressão sertaneja é a maior expressão territorial na compartimentação geomorfológica, ocupando 1.165 Km2. Sua continuidade só chega a ser interrompida pelos níveis elevados dos maciços residuais. Posiciona-se em níveis altimétricos inferiores a 200m, apresentando topografias planas e submetidas durante maior parte do ano às deficiências hídricas do clima semi-árido. Os maciços residuais ocupam 238 km2 e compõem as pequenas cristalinas de extensões variadas e altitudes que oscilam de 200 a 600 metros. São serras secas resultantes do trabalho de erosão diferencial. Exibem formas alongadas e estreitas, com relevos dissecados em colinas e cristas de pequenas extensões. Ocorrem vertentes desnudas. As Planícies fluviais, constituídas por sedimentos areno-argilosos com datação atribuída ao período holocênico (Quaternário), são depósitos formados pelos rios, cuja topografia baixa e plana ocupa uma área de 16km2. Clima e Hidrologia A área em estudo localiza-se na zona sertaneja, de clima semi- árido com pluviosidade média anual de 541 mm, caracterizado por duas estações distintas: uma seca (verão) de longa duração, compreendendo os meses de junho a dezembro, e uma outra chuvosa, predominando no período de janeiro a maio. Percebe-se que o trimestre mais chuvoso acontece durante os meses de fevereiro a abril, responsável por um percentual de 65 a 70%, sendo em março e abril quando ocorrem os picos de maior precipitação. O trimestre menos chuvoso abrange o período de setembro a novembro. As temperaturas médias anuais situam-se geralmente em 27ºC. No período de fevereiro a julho ocorrem temperaturas mais amenas, em torno de 26ºC, sendo no mês de junho que apresenta o menor valor, 26,6ºC. No período de setembro a janeiro. A média anual fica em torno de 28ºC e o Mês de dezembro indica o maior valor 28,4ºC. Em termos absolutos as temperaturas podem elevar-se a índices superiores a 38ºC. A umidade relativa do ar, elemento que é função da temperatura e da evaporação, no período chuvoso, quase sempre atinge valores superiores a 80% e no período de estio, reduz-se para faixa de 50%. O clima da área apresenta-se bastante uniforme. De acordo com a classificação de Gaussen, encontra-se o tipo bioclimático 4 a TH – (Termoxeroquimênico acentuado) do tipo tropical quente de seca acentuada – 7 a 8 meses, índice xerotérmico de 150 a 200. 15
  • 16. Segundo a classificação climática de Köppen, esta área está incluída no tipo climático BSw’h’ (clima quente e semi-árido tipo estepe); a estação chuvosa se atrasa para o outono, com temperatura superior a 18ºC no mês mais frio. As potencialidades hídricas da área ocorrem em função das peculiaridades físicas que inserem o município no semi-árido. A irregularidade das chuvas contribui para favorecer o escoamento de superfície, que junto às condições geológicas, predominantemente cristalinas, favorecem o escoamento rápido das águas pluviais, inviabilizando o acúmulo de água subterrâneas em quantidade razoáveis. A ausência de barragens de porte representativo faz com que a pequena açudagem assuma um papel relevante. Destacam-se dentre essas os Açudes São Gabriel, do Mocó, do Cairú, Jerimum, dentre outros. Solos e Cobertura Vegetal A descrição dos solos está fundamentada na classificação de CEARÁ (1983), que utilizou os critérios contidos no estudo e conceituação das classes de solos de acordo com as normas adotadas pelo Centro Nacional de Pesquisas de Solos – CNPS da EMBRAPA. Nas planícies fluviais, encontram-se a associação de SOLOS ALUVIAIS EUTRÓFICOS A moderado textura indiscriminada fase caatinga hiperxerófila de várzea e floresta ciliar de carnaúba relevo plano + PLANOSSOLO SOLÓDICO ta A fraco textura arenosa/argilosa fase caatinga hiperxerófila relevo plano e suave ondulado (Ae). Os solos encontrados na Depressão Sertaneja estão abaixo relacionados, constituindo diversas unidades de mapeamento: NC1 – BRUNO NÃO CÁLCICO A fraco - textura média com cascalho/argilosa fase pedregosa caatinga hiperxerófila relevo suave ondulado e ondulado; NC2 – BRUNO NÃO CÁLCICO vértico A fraco - textura média cascalho/argilosa fase com calhaus caatinga hiperxerófila relevo suave ondulado. NC3 – Associação de: BRUNO NÃO CÁLCICO vértico A fraco - textura média cascalho/argilosa fase caatinga hiperxerófila relevo suave ondulado e ondulado + PLANOSSOLO SOLÓDICO Ta A fraco textura arenosa/média fase caatinga hiperxerófila relevo plano e suave 16
  • 17. ondulado. + SOLONETZ SOLÓDICO A fraco textura arenosa/média fase pedregosa caatinga hiperxerófila relevo plano; PLS1 – Associação de: PLANOSSOLO SÓDICO Ta A fraco - textura Arenosa/média e argilosa fase com calhaus caatinga hiperxerófila relevo plano e suave ondulado. + SOLONETZ SOLÓDICO A fraco textura arenosa/média e argilosa fase com calhaus caatinga hiperxerófila relevo plano e suave ondulado. Re1 – Associação de: SOLOS LITÓLICOS EUTRÓFICOS A chernozêmico - textura média fase floresta subcaducifólia relevo montanhoso substrato gnaisse e granito + AFLORAMENTOS ROCHOSOS; Re2 – Associação de: SOLOS LITÓLICOS EUTRÓFICOS A fraco - textura arenosa e média fase pedregosa e rochosa caatinga hiperxerófila relevo ondulado e forte ondulado substrato gnaisse e granito + AFLORAMENTOS ROCHOSOS; Re3 – Associação de: SOLOS LITÓLICOS EUTRÓFICOS A fraco - textura média e argilosa fase pedregosa caatinga hiperxerófila relevo plano e suave ondulado substrato arenito, siltito e filito + PLANOSSOLO SOLÓDICO Ta A fraco textura arenosa/média fase caatinga hiperxerófila relevo plano; Re4 – Associação de: SOLOS LITÓLICOS EUTRÓFICOS A fraco - textura arenosa e média fase pedregosa e rochosa caatinga hiperxerófila relevo suave ondulado e ondulado substrato gnaisse, granito e filito + BRUNO NÃO CÁLCICO A fraco textura média/argilosa fase pedregosa caatinga hiperxerófila relevo suave ondulado e ondulado; Re5 – Associação de: SOLOS LITÓLICOS EUTRÓFICOS A fraco - textura arenosa e média cascalhenta fase pedregosa e rochosa caatinga hiperxerófila relevo forte ondulado e montanhoso substrato gnaisse e granito + AFLORAMENTOS ROCHOSOS; AR1 – AFLORAMENTOS ROCHOSOS. Nos maciços residuais ocorrem as classes de solos abaixo descritas, agrupadas nas seguintes unidades de mapeamento: PE1 – Associação de: PODZÓLICO VERMELHO-AMARELO EUTRÓFICO Tb A moderado - textura média/argilosa cascalhenta fase floresta caducifólia relevo forte ondulado e montanhoso = PODZÓLICO VERMELHO-AMARELO EUTRÓFICO Tb A chernozêmico textura 17
  • 18. média/argilosa cascalhenta fase floresta subcaducifólia relevo forte ondulado e montanhoso; PE2 – Associação de: PODZÓLICO VERMELHO-AMARELO EUTRÓPICO Tb A fraco - textura média/argilosa cascalhenta fase caatinga hiperxerófila relevo plano e suave ondulado + AFLORAMENTOS ROCHOSOS; PE3 – Associação de: PODZÓLICO VERMELHO-AMARELO EUITRÓPICO Tb raso abrúptico A fraco - textura arenosa/argilosa cascalhenta fase caatinga hiperxerófila relevo suave ondulado + REGOSSOLO EUTRÓFICO com fragipan A fase caatinga hiperxerófila relevo plano e suave ondulado; Re1 – Associação de: SOLOS LITÓLICOS EUTRÓFICOS A chernozêmico - textura media fase floresta subcaducifólia relevo montanhoso substrato gnaisse e granito + AFLORAMENTOS ROCHOSOS. Re5 – Associação de: SOLOS LITÓLICOS EUTRÓFICOS A fraco - textura arenosa e media cascalhenta fase pedregosa e rochosa caatinga hiperxerófila relevo forte ondulado e montanhoso substrato gnaisse e granito + AFLORAMENTOS ROCHOSOS. AR1 – AFLORAMENTOS ROCHOSOS. A cobertura vegetal predominante no município de Irauçuba é das Caatingas, que é uma vegetação tortuosa, espinhenta, de folhas pequenas e caducas, constituídas, por arbustos e árvores de pequeno porte sobre um extrato herbáceo. É rica em cactáceas, bromeliáceas e leguminosas. As plantas arbóreas e arbustivas da Caatinga apresentam alta resistência à seca. As espécies dominantes são: Myracrodrun urundeuva (aroeira), Shinopsis brasilienses (baraúna), Auxemma oncocalyx (pau-branco), Commiphora leptophloeos (imburana), Mimosa tenuiflora (jurema preta), Zizyphus joazeiro (juazeiro), Anadenanthra macrocarpa (angico), Aspidosperma pirifolium (aroeiro), Cróton sonderianus (marmeleiro), Cnidoculus urens (cansanção), dentre outras. 2. Uso e ocupação da terra 18
  • 19. O conhecimento pormenorizado e atualizado das formas de utilização e ocupação da terra, torna-se de fundamental importância, na medida em que, os efeitos de mau uso, implicam em deteriorização ao meio ambiente. A aceleração dos processos de erosão e intensificação de assoreamentos, dentre tantos outros, tem sido exemplos cotidianos desta má utilização. As áreas ocupadas com agricultura são de culturas anuais, temporárias e permanentes, ocorrendo também, os terrenos em pousio, cultivados no ano anterior. Constitui de aglomerados e de pequenas e muito pequenas parcelas predominando as culturas de subsistência, com utilização de pouco capital de investimento, baixo nível tecnológico, resultando na baixa produção e produtividade das culturas. Os sistemas tradicionais de exploração da terra envolvem, principalmente, o cultivo de milho, feijão e ocorrem num processo itinerante, causando prejuízo ao meio ambiente com a devastação da vegetação natural, dando lugar a áreas com vegetação secundária, com espécies de baixo valor econômico. Denota-se, também a pecuária extensiva, com baixo nível tecnológico onde predomina os rebanhos de bovinos e caprinos plenamente adaptados às condições locais. A pastagem natural ocupa grande extensões com predomínio de gramíneas, plantas graminóides, ervas arbustos e árvores dispersas. Percebem-se, nestas áreas, vários níveis de degradação, chegando-se a detectar áreas em processos de desertificação. 3. Unidades geoambientais O estabelecimento das Unidades Geoambientais, sumarizadas no QUADRO 01, deriva da técnica de interpretação visual das imagens do satélite TM/LANDSAT-S, de documentos geocartográficos existentes, adotando-se abordagem metodológica integrativa que enfoca os pontos mais destacados das condições geoambientais de cada unidade, distinguindo, também, suas potencialidades e limitações, condições ecodinâmicas e de vulnerabilidade ambiental, como também as perspectivas de sustentabilidade. 19
  • 20. QUADRO 01: DIAGNÓSTICO SUMÁRIO DO POTENCIAL DE USO E DO ZONEAMENTO GEOAMBIENTAL DO MUNICÍPIO DE IRAUÇUBA CONDIÇÕES USO COMPATÍVEL UNIDADES POTENCIAL GEOAMBIENTAL E LIMITAÇÕES ECODINÂMICAS E E GEOAMBIENTAIS DE USO DOS RECURSOS NATURAIS VULNERABILIDADE SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL Área propícia à prática de lavouras irrigadas quando do predomínio de PLANÍCIE FLUVIAL ÁREA: 16 Km2 solos aluviais, em função das boas Área plana de acumulação fluvial sujeita Ambientes de condições morfo- à inundação periódica que bordeja as transição com pedológicas; calhas dos riachos; com solos aluviais tendência à favorável ao agro- profundos, imperfeitamente drenados, estabilidade e pedológicas, associados à planossolos medianamente com favorável ao agro- profundos e com problemas de vulnerabilidade extrativismo, com salinização; revestida por mata ciliar,onde moderada. limitações por se pratica atividades agroextrativas; inundações periódicas nas áreas dos Planossolos Solódicos; sustentabilidade moderada alta.
  • 21. Áreas serranas dispersas na depressão sertaneja, derivados do trabalho de Impróprias ao uso Ambientes de erosão diferencial em setores de rochas agrícola; favorável transição com MACIÇOS RESIDUAIS AREA: 238 Km2 muito resistentes, ocasionando a a silvicultura; tendência à elaboração de relevos rochosos sustentabilidade instabilidade nas dissecados, com altitudes entre 400 – baixa se mantidas vertentes mais 600m; rede fluvial muito densa intermitente as atuais íngremes e com e baixo potencial de águas subterrâneas; condições de uso vulnerabilidade com solos podzólicos vermelho-amarelo e de moderada forte. de fertilidade natural média e solos litólicos desmatamento (rasos) e afloramentos rochosos; revestidos indisciplinado. de caatinga arbórea e arbustiva com forte limitação ao uso agrícola em razão do relevo fortemente acidentado.
  • 22. Superfície de aplainamento em rochas do Ambientes de Favorável à embasamento cristalino, com altitudes transição com utilização DEPRESSÃO SERTANEJA ÁREA entre 150 a 200m; clima semi-árido quente, tendência à agropastoril com com precipitações médias anuais entre estabilidade e manejo 600-800 mm, com chuvas entre fevereiro a vulnerabilidade apropriados dos 1.165 Km² maio; rede fluvial densa com fluxo hídrico moderada; nas solos e das intermitente sazonal e baixo potencial de áreas mais pastagens; águas subterrâneas; solos brunos não intensamente necessidade de cálcicos de fertilidade natural média a degradadas, há aumento da alta; moderadamente profundos; tendência à superfície hídrica planossolos e solos litólicos de baixa instabilidade e a para ampliação fertilidade com afloramentos rochosos e vulnerabilidade é de açudagem, chãos pedregosos, rasos e susceptíveis à de moderada a sustentabilidade erosão; caatinga arbustiva. alta. baixa.
  • 23. Capítulo 3 A Política Municipal para o Combate à Desertificação A Desertificação deve ser combatida através de meios amplamente participativos, onde a sociedade civil organizada e as populações afetadas venham a ser atores e protagonistas do processo (SUDENE, 2000). Adotando este princípio, a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste – SUDENE, o Instituto Desert, a Superintendência Estadual do Meio Ambiente – SEMACE e a Prefeitura Municipal de Irauçuba – PMI, realizou nos dias 17 e 18 de julho de 2000, debates com órgãos governamentais e não governamentais, sindicatos, Associações de classes, lideranças comunitárias e a sociedade civil (anexo 02) com o intuito de discutir e criar subsídios para definição da política de combate a desertificação do Município de Irauçuba-CE. Após o documento pronto, o mesmo, foi socializado com a comunidade Irauçubense e fomentado a possibilidade de este se tornar política pública do município, a proposta foi encaminhada para a Câmara Municipal e lá ficou “engavetada” por quase 9 anos. Tão somente agora em 2009, através de uma iniciativa do Instituto Cactos, uma ONG local, em parceria com o Fórum Irauçubense de Convivência Solidária e Sustentável com o Semi-árido; Grupo Permanente de Combate à Desertificação do Estado do Ceará – GPCD/CEARÁ (ANEXO 03) e Prefeitura Municipal de Irauçuba a proposta foi retomada e reavaliada e terá novamente a chance de se tornar um instrumento legal de política pública do Município de Irauçuba. Esta política terá a função precípua de orientar e desenvolver ações no sentido de controlar e prevenir o avanço da desertificação e, quando possível, recuperar áreas degradadas para o uso 23
  • 24. produtivo, ou seja, alcançar o desenvolvimento sustentável nas áreas sujeitas à seca e a desertificação do Município. A política de combate à desertificação do município de Irauçuba tem também como objetivos básicos: * Contribuir para formulação do planejamento de uso sustentável dos recursos naturais do Município; * Contribuir para a melhoria da produtividade e produção agrícola nas áreas susceptíveis à seca e desertificação; *Contribuir para redução da vulnerabilidade e melhoria da qualidade de vida das populações residentes nas áreas susceptíveis à seca e a desertificação; * Articular ações setoriais do governo (a nível federal, estadual e municipal) com vista à sinergia dos processos de planejamento; * Contribuir para melhoria da capacidade de enfrentamento dos problemas de desertificação e seca por parte das populações locais. Com a participação da sociedade civil e todas as suas etapas, se está criando um novo paradigma onde o processo adquire grande importância face ao antigo modus-operandi de planejamento. Após as discussões dos grupos, e em conformidade com a Convenção das Nações Unidas para o combate à desertificação, e as diretrizes da Política Nacional de Controle da Desertificação e o Plano Estadual à Desertificação, o conjunto de políticas adequadas para o enfrentamento da desertificação e seca fora abrigadas em 5(cinco) componentes, e suas respectivas ações prioritárias. São elas: COMPONENTE 1: DIAGNÓSTICO E PREVENÇÃO DO QUADRO DA DEGRADAÇÃO. OBJETIVO: Elaborar metodologias e sistema de indicadores para avaliação e monitoramento da desertificação. 24
  • 25. AÇÕES: 1. Identificação das áreas degradadas antrópicas e naturais; 2. Levantamento pedológico e capacidade de uso dos solos do Município, em escala compatível. 3. Sistema de identificação e caracterização das micro- bacias hiudrográficas; 4. Sistema de Monitoramento físico ambiental; 5. Diagnostico físico-ambiental das áreas degradadas. COMPONENTE 2: POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DA CAATINGA E ECOSSISTEMAS DE TRANSIÇÃO. OBJETIVOS: criar mecanismos de geração e disseminação de informações tecnológicas, observando a sustentabilidade, visando a melhoria dos níveis de produtividade da atividade econômicas tradicionais, adotando as estratégias de desenvolvimento aos recursos existentes, bem como criar, as unidades de conservação do município no bioma caatinga, dotando-as de estrutura para pesquisa científica, e criar uma capacidade de articulação institucional. AÇÕES: 1. Regulamentação do Conselho Municipal do Meio Ambiente; 2. Melhoramento e manejo da pastagem; 3. Criação de bancos de sementes; 4. Ampliação da oferta de recursos hídricos; 5. Implantação de novas técnicas para o armazenamento de água; 6. Coleta seletiva do lixo; 7. Criação de unidades de conservação e de unidades de referências de práticas agrícolas; 8. Execução de política de geração de emprego, renda e melhoria da qualidade de sócio-ambiental; 25
  • 26. 9. Intensificação da assistência técnica sistemática ao produtor rural; 10. Tornar pública e preservar as fontes de água já existentes na região; 11. Premiação, com apoio e incentivo para produtores rurais que utilizam técnicas conservacionais; 12. Adoção de crédito especial para combater à desertificação; 13. Fortalecimento da Agricultura Familiar; 14. Criação de cursos técnicos observando a sustentabilidade tais como: apicultura, hidroponia, melhoramento da pastagem, conservação do solo e outros; 15. Apoio a atividades produtivas empregando técnicas de preservação ambiental em processos de sertificação. COMPONENTE 3: PRESERVAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS AFETADAS COM AÇÕES DE CURTO, MÉDIO E LONGO PRAZO. OBJETIVOS: Criar mecanismos apropriados para a recuperação de áreas degradadas e conservação dos ecossistemas existentes. AÇÕES: 1. Repovoamento da fauna; 2. Recuperação dos leitos dos açudes e rios (assoreamento); 3. Reflorestamento com plantas nativas e introdução de novas espécies em todo o município; 4. Recuperação de áreas degradadas; 5. Recuperação e manutenção de nascentes e matas ciliares; 6. Recuperação e conservação dos solos agrícolas. COMPONENTE 4: ARTICULAÇÃO DE ÓRGÃOS GOVERNAMENTAIS E NÃO GOVERNAMENTAIS. OBJETIVOS: Criar uma capacidade de articulação, fortalecimento e interação institucional. 26
  • 27. AÇÕES: 1. Apoio a organização de produtores; 2. Promover parcerias com instituições públicas e privadas; 3. Garantir espaços de ampla discussão para a população em geral sobre o tema desertificação; 4. Criar mecanismo de incentivo a empresas que implementem ações de preservação de recuperação ambiental. COMPONENTE 5: EDUCAÇÃO AMBIENTAL OBJETIVOS: formação e capacitação de pessoal para atuar na pesquisa, controle e recuperação das áreas e processo de desertificação, bem como, na conscientização e sensibilização da população sobre os efeitos maléficos da desertificação. AÇÕES: 1. Criação de uma política educacional municipal para preservação do meio ambiente; 2. Criação de cursos de formação sócio-ambiental; 3. Elaboração de material didático com informações sobre o processo de desertificação de Irauçuba; 4. Instalação, em local apropriado da maneira descritiva das pesquisas realizadas no município; 5. Financiamento para pesquisas cientifica sobre o bioma caatinga no território de Irauçuba; 6. Premiar as produções literárias e de iniciação cientificas estudantis e ligadas ao meio-ambiente; 7. Capacitação para professores na área ambiental. Os 5 (cinco) componentes de suas ações prioritárias descritas acima, devem servir como uma primeira aproximação para definição de um conjunto de propostas a serem primeiramente viabilizadas pelas autoridades competentes. Está claro que outras iniciativas em andamento, que sejam convergentes com as perspectiva aqui proposta, deverão ser apoiadas. 27
  • 28. Finalmente, é necessário dizer que o problema ambiental é uma questão sócio-econômica, em que a solução depende estritamente de decisões políticas. Em razão disto, é fundamental para obtenção de êxitos que a discussão e as propostas sugeridas envolvam todos os níveis de decisão da sociedade, principalmente, o poder público municipal. 28
  • 29. Capítulo 4 Instrumento da estratégia, parcerias e financiamentos. A política de combate à desertificação do Município de Irauçuba- PCDMI deve contar com diferentes instrumentos que asseguram sua viabilização. Dentre esses instrumentos podem-se citar o Institucional, o Econômico/ Financeiro e a difusão de informação. Com relação ao institucional, considerando o caráter interdisciplinar e multsetorial do tema, a PCDMI deve buscar desenvolver um amplo conjunto de parcerias com órgãos federais, regionais e estaduais e internacionais para viabilizar suas políticas. No que diz respeito à desertificação e aos componentes propostos nesse documento, parece está claro que essas parcerias deverão ocorrer com organizações não-governamentais e órgãos e instituições tais como: MMA, IBAMA, SUDENE, Órgão Federal de Agricultura, SEMACE, Secretaria de Recursos Hídricos, Secretaria de Educação, Comissão de Conservação de Solo e Água, CREA-CE, Banco do Nordeste e Outros. Os aspectos de financiamento do controle da desertificação e outras questões devem ser discutidos com outros setores do governo e dentro do conjunto de programas e projetos governamentais. 29
  • 30. Capítulo 5 Considerações finais Apenas, recentemente, é que a sociedade brasileira vem se preocupando quanto à qualidade do ambiente e aos níveis de exploração de seus recursos. Com relação aos processos de desertificação, os mesmos ocorrem nas áreas que, em geral, foram ocupados pelas populações mais pobres e fragilizadas politicamente (MMA, s/d). Assim, para conter e prevenir tais processos, é necessário custos que não podem ser absolvidos pela quase totalidade dos agricultores do semi-árido, descapitalizados e sem acesso aos instrumentos de crédito e, na sua grande maioria, marcados por longos períodos de secas. Por tanto, a Iniciativa governamental nessa matéria, é de fundamental importância para organizar e potencializar as ações necessárias ao controle da desertificação. O intuito das propostas aqui apresentadas é de contribuir para ordenar um conjunto de objetivos e estratégias fundamentais para o enfrentamento do problema da desertificação, envolvendo setores governamentais e não-governamentais. As diretrizes ora propostas não esgotam a discussão sobre o tema, mas constituem o marco inicial do processo de implementação de uma política municipal voltada para o controle e o combate à desertificação, cuja maior importância e o desenvolvimento sustentável do município. 30
  • 31. Referências Bibliográficas BERTLANFFY, L.V. O significado da teoria geral dos sistemas. In: Teoria Gral dos Sistemas. 2. Ed. , Petrópolis, vozes. 1975. P.52 – 81. BERTRAND, G. Paysage et geographie physique globale.Reue Geographique des Pyrenées et du sud-ouet. Toulouse, v.39, nº3 , p.244 – 272, 1968. CARVALHO, G. M. B. S. Geotecnologias aplicadas na análise da vulnerabilidade à erosão : bacias dos rios Aracatiaçu e Aracatimirim (ce). Fortaleza, 2000. Tese. Universidade Estadual do Ceará. (no prelo). CEARÁ, Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos. Redimencionamento da Região semi-árida do Nordeste do Brasil. Fortaleza, 1998. 231p. CEARÁ. Secretaria de Agricultura e Abastecimento. Zoneamento Agrícola do Estado do Ceará: estudos básicos. Fortaleza 1983. V.1. CEARÁ. Superintendência Estadual do Meio Ambiente.. Departamento Florestal. Plano Estadual de Combate à desertificação. Fortaleza, 1998. 231p. il DIAS, RLF. Intervenções públicas e degradação ambiental no semi- árido cearense. Fortaleza, 1998. Tese. Universidade Federal do Ceará. 140p. FERREIRA, D.G. et al. A desertificação no Nordeste do Brasil. Terezina. UFPI; Núcleo Desert, 1994. 57p. 31
  • 32. FUNCEME. Redimensionamento da Região semi-árida do nordeste do brasil. Fortaleza. 1994. IPLANCE. Atlas do Ceará. Fortaleza. 1989. LEITE. F A B et al. Susceptibilidade a erosão em solos dos sertãos de Inhamuns – Salgado: folha SB.24 – Y – B – III – 3. Iguatu (CE). Fortaleza Funceme. 1988.29p. LEITE. F.R.B. et al. Áreas degradadas susceptíveis aos processos de desertificação no Estado do Ceará. Fortaleza, ICID, 1992. __________. Áreas degradadas susceptíveis aos processos de desertificação no Estado do Ceará – 2ª aproximação. In: Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, 7, curitiba, maio 1993. Anais..., Curitiba; s. ed. 1993. P. 156-161. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, RECURSOS HÍDRICOS E DA AMAZÔNIA LEGAL. Diretrizes para a política Nacional de Controle da Desertificação. Brasília, 1998. 40p. __________Desertificação: Caracterização e Impactos. S/d. 8p. PERNAMBUCO. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente. Política Estadual de Controle da Desertificação. Recife, 2000. 34p. SUPERINTENDÊNCIA DO DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE. Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação nos Países afetados por seca grave e/ou desertificação, particularmente na áfrica. 1ª edição, Terezina, 2000. 83p. SOUZA, M.J. et al. Meio Ambiente: Diagnóstico e Zoneamento ambiental. In: Projeto Áridas: grupo de trabalho 1, recursos naturais e meio ambiente. Fortaleza: SELAN, 1994. V.2. TRICART, J. Ecodinâmica. Rio de Janeiro. IBGE, 1977 91P. (Recursos Naturais e Meio Ambiente, 1) 32
  • 33. Anexos 01 33
  • 34. 34
  • 35. LEGENDA: MAPA DE SOLOS 35
  • 36. 36
  • 37. ANEXO 02: Relação de participantes do grupo de trabalho sobre desertificação de Irauçuba – CE. Primeira versão ano/2000 NOME ÓRGÃO/COMUNIDADE CIDADE ESTADO AFRANIO GOMES FERNANDES UFC FORTALEZA CE AGENOR ALBANO DOS SANTOS AGROTOP ITAPAJÉ CE ANA CELIA BARROSO CAETANO COITÉ IRAUÇUBA CE ANDRÉ MOTA PINTO BUENO IRAUÇUBA CE ANTONIO BASTOS PEREIRA BARREIRAS IRAUÇUBA CE ANTONIO CARLOS PINTO RODRIGUES ASS. SACO VERDE IRAUÇUBA CE ANTONIO CLARINDO GONÇALV. NETO ESLAR TAUÁ CE ANTONIO COSTA PINTO RODRIGUES ASSOC. SACO VERDE IRAUÇUBA CE BALBINA MARIA DE JESUS SEMACE FORTALEZA CE BENEDITO VIDAL RAMOS SEC. DE AGRICULTURA IRAUÇUBA CE DAMIANA DE ARAÚJO BRAGA JOAQUIM DE PAULA IRAUÇUBA CE EDNEIDA R. CAVALCANTI FUN. JOAQUIM NABUCO RECIFE PE ENÉAS PINHEIRO BASTOS JUÁ IRAUÇUBA CE ERILENE VASCONCELOS CARNEIRO SEC. DE EDUCAÇÃO IRAUÇUBA CE ETELBERTO BASTOS REIS GAB. DO PREFEITO IRAUÇUBA CE FERNANDO ANTONIO M. ARAUJO EMATERCE ITAPAJE CE FRANCISCA JOSELITA C. BORGES SEC. DE EDUCAÇÃO IRAUÇUBA CE FRANCISCO BERGSON P. FERNANDES SEPLAN FORTALEZA CE FRANCISCO BORGES VIEIRA MOCÓ IRAUÇUBA CE FRANCISCO DANTAS PINHEIRO DNOCS FORTALEZA CE FRANCISCO DAS CHAGAS ALVES PMI IRAUÇUBA CE FCO. DAS CHAGAS AVILA SALES ASSOCIAÇÃO IRAUÇUBA CE FCO. DE ASSIS BEZERRA LEITE CREA/CESSOLO FORTALEZA CE FCO. EDVAR ÁVILA RODRIGUES SIND. TRABAL. RURAIS IRAUÇUBA CE FRANCISCO GILVANE MOTA ASSOCIAÇÃO IRAUÇUBA CE FRANCISCO JUNIOR SOUZA ASSOCIAÇÃO IRAUÇUBA CE
  • 38. FRANCISCO MAGELA S. ARAÚJO AGROTOP ITAPAJE CE FRANCISCO MOURA CAVALCANTE ASSOCIAÇÃO IRAUÇUBA CE FCO. ROBERTO BEZERRA LEITE FUNCEME FORTALEZA CE FRANCISCO SOUZA MELO ASSOCIAÇÃO SOBRAL CE HEITOR MATTALO IDESERT BRASILIA DF JARINA LUCIA FREITAS COLAÇO INCRA FORTALEZA CE JOÃO AMADEU DE SOUSA ASSOCIAÇÃO IRAUÇUBA CE JOÃO AMBRÓSIO DE ARAÚJO FILHO EMBRAPA/CNPC SOBRAL CE JOÃO BOSCO DE OLIVEIRA SRH FORTALEZA CE JOSE EDMILSON DOS SANTOS SINDICATO IRAUÇUBA CE JOSE ELISNALDO MOTA PINTO MISSI IRAUÇUBA CE JOSE GERARDO BEZERR.DE OLIVEIRA UFC FORTALEZA CE JOSE GILVAN FIRMINO SEDUC IRAUÇUBA CE JOSE MARCELINO FEREIRA PEDROSA ASSOCIAÇÃO IRAUÇUBA CE JOSE MAXIMO VIANA SUDENE RECIFE PE JOSE RAMOS DE PAULO BOQUEIRÃO IRAUÇUBA CE JOSE TARCISIO RIBEIRO INCRA FORTALEZA CE KEILA MARIA ALVES LOPES ASSOCIAÇÃO IRAUÇUBA CE LUIS ALFREDO PINHEIRO LEAL NUNES UVA SOBRAL CE LUIS TAVARES DIAS MISSI IRAUÇUBA CE MANOEL PINTO PACHECO ASSOCIAÇÃO IRAUÇUBA CE MANUEL ARAÚJO MOTA BUENO IRAUÇUBA CE MARCOS JOSE NOGUEIRA DE SOUZA UECE FORTALEZA CE MARIA DE LOURDES SILVA VIEIRA ASSOCIAÇÃO IRAUÇUBA CE MARIA VILMA DOS SANTOS COELHO ASSOCIAÇÃO IRAUÇUBA CE MAURICIO LINS AROUCHA COMPLETA PETROLINA PE NEILE GOMES LIMA VERDE SEMACE FORTALEZA CE PAULO AQUIAR NOBRE INCRA FORTALEZA CE PAULO VITOR MACIEL RIBEIRO JR ESPLAR FORTALEZA CE RAIMUNDO LUCIANO DUARTE VEREADOR IRAUÇUBA CE RAIMUNDO NONATO PINTO LINHARES MISSI IRAUÇUBA CE RAIMUNDO NONATO SILVA OLIVEIRA MISSI IRAUÇUBA CE
  • 39. RANIERE GOMES PINTO SEC. DE AGRICULTURA ITAPAJE CE RITA EUGÊNIA MARTINS SANTIAGO AÇÃO SOCIAL IRAUÇUBA CE ROBERTO CRUZ PARENTE DNPM FORTALEZA CE SEBASTIÃO SALUSTIANO MOTA ASSOCIAÇAO IRAUÇUBA CE SOCORRO LIDUINA DE CARV. COSTA SOHIDRA FORTALEZA CE VALDEMAR RODRIGUES DESERT TEREZINA PI VERA LUCIAS F. ARAUJO AGENTE DE SAÚDE IRAUÇUBA CE VICENTE FERNANDES DE SOUSA JUA IRAUÇUBA CE VICENTE ALMEIDA LOPES BNB SOBRAL CE VLÁDIA PINTO VIDAL DE OLIVEIRA UFC FORTALEZA CE ANEXO 03: Relação de participantes do grupo de trabalho sobre desertificação de Irauçuba – CE. Versão atualizada ano/2009 NOME ÓRGÃO/COMUNIDADE CIDADE ESTADO FRANCISCO RONES D. LOPES ASSOC. COMUNITARIA MIRAMAR IRAUÇUBA CE ANTONIA DE ALMEIDA BASTOS ASSOC. COMUNITARIA JERIMUM IRAUÇUBA CE JOÃO BRANDAO MESQUITA ASSOC. COMUN. CACHOEIRA I IRAUÇUBA CE PAULO HENRIQUE DOS SANTOS RODRIGUES FAI IRAUÇUBA CE LUIZ GONZAGA RODRIGUES GRUPO APICULTORES/MIRANDA IRAUÇUBA CE JOSE CARMENES DE SOUSA ASSOC. AUTO E. MANDACARU IRAUÇUBA CE FLAVIO BARRETO MESNDES DA CRUZ PREFEITURA MUNICIPAL IRAUÇUBA IRAUÇUBA CE DANDARA SAMILLE O. BORGUES GRÊMIO ESTUDANTIL P.PASCOAL IRAUÇUBA CE RAQUEL M. GOMES GRÊMIO ESTUDANTIL P.PASCOAL IRAUÇUBA CE BRIGIDA VILNA BRITO DE SOUSA GRÊMIO ESTUDANTIL P.PASCOAL IRAUÇUBA CE RAMON VIANA FRILHO GRÊMIO ESTUDANTOL D.BASTOS IRAUÇUBA CE RODOLFO H. ANDRADE LOBATO GRÊMIO ESTUDANTOL D.BASTOS IRAUÇUBA CE FCO KELVIN DO S SANTOS GRÊMIO ESTUDANTOL D.BASTOS IRAUÇUBA CE LUIZA ALBANIZA BRIYO GOMES ASSOC. BOA VISTA CAXITORE II IRAUÇUBA CE
  • 40. COSMO PACHECO ASSOC. COMUNITARIA PACHECO IRAUÇUBA CE JOSE RINALDO V. MOTA ESCOLA MUNICIPAL P.A.BARBOSA IRAUÇUBA CE BENEDITO VIDAL RAMOS PREF. MUNIC/SEC MEIO AMBIENTE IRAUÇUBA CE LUIZ GONZAGA A. BARRETO CONSELHO TUTELAR IRAUÇUBA CE IVAN BRAGA ALBUQUERQUE EMATERCE IRAUÇUBA CE MANOEL ARAUJO FREITAS ASSOC. MACHÃO IRAUÇUBA CE JOSE ANISIO DE A. BRAGA VEREADOR IRAUÇUBA CE JOSE MARCELINO F. PEDROSA ASSOC. MANDACARÚ IRAUÇUBA CE OTAVIO HENRIQUE F. LEITE ESTUDANTE UNIVERSITÁRIO IRAUÇUBA CE LEONARDO FERREIRA BANCO DO BRASL IRAUÇUBA CE MARIA CLAUDIA PINEIRO MOTA INSTITUTO CACTOS IRAUÇUBA CE ARTICULADOR DO FÓRUM IRAUÇUBENSE DE CAETANO RODRIGUES DE SOUSA CONVIVÊNCIA SOLIDÁRIA DE SUSTENTÁVEL COM O IRAUÇUBA CE SEMI-ÁRIDO FRANCISCO GILVANE MOTA INSTITUTO CACTOS IRAUÇUBA CE LIDUINA CARVALHO SEC.REC.HIDRICOS /GPCD/CEARÁ FORTALEZA CE RICARDO BRANDÃO CPRM/GPCD/CEARÁ FORTALEZA CE VIVIANNY M. BEZERRA SOHIDRA/GPCD/CEARÁ FORTALEZA CE FRANCISCO ROBERTO B. LEITE FUNCEME/GPCD/CEARÁ FORTALEZA CE MARGARETH SILVA D. DE S. CARVALHO FUNCEME/GPCD/CEARÁ FORTALEZA CE SONIA BARRETO PERDIÇÃO DE OLIVEIRA FUNCEME/GPCD/CEARÁ FORTALEZA CE DIANA O. MOURA NOGUEIRA CONPAM/GPCD/CEARÁ FORTALEZA CE