O documento descreve centros de empreendedorismo acadêmicos no Brasil e no exterior, realizando uma análise comparativa. Ele apresenta os objetivos, definições, revisão da literatura, modelos de centros em outros países, metodologia, resultados da pesquisa de centros brasileiros e estrangeiros, e propõe etapas para implantação de um centro no Brasil.

1. Centros de Empreendedorismo
Acadêmicos no Brasil: Uma
análise comparativo-prescritiva
comparativo-
Prof. Dr. Marcos Hashimoto
Faccamp / ESPM
Anegepe
Lebre Consulting
1

2. Contexto
Crescimento da atividade empreendedora no país
Interesse das IES no ensino de empreendedorismo
◦ Universidades americanas que ensinavam
empreendedorismo
1970 – 16
2005 – 1.800
Ensino de empreendedorismo não deve se limitar à
sala de aula
Empreendedorismo não é apenas para criação de
empresas
Empreendedorismo significa desenvolvimento social
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3. Objetivos
Conhecer CEs no mundo
Definir critérios que qualificam um bom
CE
Mapear CEs no Brasil
Comparar com principais referências no
mundo
Propor um modelo de CE
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4. Definição
Centro de Empreendedorismo Acadêmico
é uma unidade organizacional dentro da
IES voltada exclusivamente à formação de
competências empreendedoras para
contribuir com desenvolvimento social e
econômico por meio da criação de novas
empresas.
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5. Revisão da literatura
Colton & Udell (1976): CEs estabelecem a
ponte entre a inovação e o mercado
Carson & Gilmore (2000): CEs devem
contribuir para o ensino de
empreendedorismo, consultoria e pesquisa
Morris (2010): CEs devem atuar de forma
transversal na IES
Menzies (2009): CEs acadêmicos e CEs
profissionais
Finkle et al (2006): 94 CEs americanos
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6. CEs americanos (Finkle et al, 2006, 2012)
al,
Produtos que geram maior receita são cursos, palestras
e workshops
Principal fonte de recurso: Endowment (2006) e
receitas (2012)
Mais da metade dos CEs oferecem cursos exclusivos de
empreendedorismo
Principal foco do CE: Ensino (2006) e Serviços (2012)
2,8 funcionários e 5,4 professores em média (2006)
173 alunos em média em disciplinas de
empreendedorismo por escola
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7. Porque os CEs falham (Morris et al, 2004)
al,
Falta de foco (querer fazer tudo ao mesmo tempo);
Limitações de gestão (falta de autopercepção do
gestor sobre suas próprias limitações);
Atitudes que afastam os professores (arrogância,
trabalho não interessante);
Falta de criatividade na definição de ações que
integrem a comunidade com a universidade;
Concentração em resultados imediatos de curto
prazo;
Dificuldade de assumir riscos (sobretudo no
ambiente tradicional típico de uma universidade)
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8. CEs Acadêmicos (Menzies, 2009)
Menzies,
Serviço
ENSINO
SERVIÇO
Ensino
Pesquisa
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9. Abrangência (Morris et al, 2004)
al,
Externo
Extra-
curriculares
Curriculares
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10. Segmentação por nicho (Morris et al,
al,
2004)
Tecnológic
Rural
o
Family
Franquias
Business
Corporativ
Social
o
Franquias
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11. Metodologia
CEs externos
◦ 900 questionários enviados
◦ 108 CEs levantados
◦ 19 países representados
◦ 12 entrevistas
CEs brasileiros
◦ 1600 IES levantados
◦ 376 questionários enviados
◦ 33 CEs identificados
◦ 38 entrevistas
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12. Alguns CEs estudados
Brasil Exterior
FGV-SP Harvard Business School, EUA
Mackenzie Boston University, EUA
Senac Uniandes, Colômbia
Unifei Babson College, EUA
Ibmec-RJ Universidad del Desarollo, Chile
Insper Ruppin Academic Center, Israel
Cesumar HEC Montreal, Canadá
PUC-RS Ryerson University, Canadá
Unicamp Illinois State University, EUA
Universidade de Pernambuco Queensland University of Technology,
Australia
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13. Atividades oferecidas (ordem de frequencia))
frequencia
Brasil Exterior
Seminários e Workshops Palestrantes convidados
Palestrantes convidados Mentoria e Counseling
Competições de plano de negócio Seminários e workshops
Oportunidades de estágio Entidades estudantis
Mentoria e Counseling Competições de plano de negócio
Educação executiva Oportunidades de estágio
Feiras de Negócios Competições de pitching
Incubadora Incubadora
Jornal interno Jornal interno
Ensino à distância Prêmios de empreendedorismo
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14. Comparação Brasil x exterior
Item Brasil Exterior
# CEs 33 +400 (EUA)
Ênfase Ensino Serviços
Equipe 6 (3 professores) 20 (11 professores)
Organograma Escola de Negócio Universidade
Experiência diretor CE Acadêmica Empreendedora
# cursos Empreend 0 8
# Disciplinas Empr; 2 4
# alunos/disciplina 200 102
# artigos publicados 1,9 14,6
Orçamento anual US$ 1.350 mil US$ 201 mil
# eventos por ano 25,6 17,6
# menções na mídia 44,6 16,6
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15. Origem de recursos CEs externos
8%
4%
6% 29%
Da instituição
Doações particulares
Doações institucionais
Patrocinios
12%
Fundos do governo
Cursos e workshops
Consultoria
outras fontes de receita
Outras fontes de doações
11%
9%
5%
16%
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16. Origem dos recursos (CEs brasileiros)
0%
6%
5%
13%
Da Instituição
Doações
Projetos
Fundos públicos
Receitas
12% Outras fontes
64%
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17. Distribuição do orçamento
50
45
40
35
30
25
20
15
10
5
0
Externo
Brasil
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18. Programas nos EUA
Universidade Programa
Arizona State Univ Alunos de pós-graduação, orientados por professores de diversas
Faculdades, desenvolvem produtos únicos que contribuem com uma
sociedade melhor e os apresentam ao setor privado para
comercialização.
Purdue Univ A cada ano 10 professores são selecionados para uma série de
workshops, encontros, almoços e jantares com empreendedores para
discutir seus conteúdos curriculares. Ao final do programa, os
participantes apresentam uma proposta de projeto de alto impacto de
ensino de empreendedorismo.
Stanford University Oferecido pelo Stanford Technology Venture Program, o curso ajuda o
aluno a descobrir o que inibe e incentiva a criatividade. Através de
workshops, casos, visitas a empresas, palestras e trabalhos em grupo,
os alunos precisam propor soluções criativas a empresas reais.
Washington Oferece ao aluno a oportunidade de criar um negócio real no
University in St. mercado aberto. O aluno assume a total responsabilidade de
Louis operações, marketing e resultados financeiros de suas empresas. Antes
do final do curso, precisam vender suas ações para outros alunos.
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19. Iniciativas nos EUA
Universidade Programa
Okhlahoma State Clínica de formação de professores de empreendedorismo com abordagem
University essencialmente experiencial, com cases, palestras, dinâmicas e jogos.
Rice University Maior e mais rica competição de planos de negócios da atualidade. 42 times de
qualquer parte do mundo, com mais de 1.200 candidatos, mais de 130
patrocinadores garantem os US$ 1,3 milhões em prêmios
University of Entidade formada e conduzida por alunos que atua como uma pré-incubadora
Baltimore no processo de geração de ideias, teste de conceitos, mentoria e networking.
Berea College Experiência prática na qual cada aluno deve promover alguma melhoria
significativa para a comunidade rural dos Montes Apalaches.
Massachusetts Incubadora que já fundou mais de 80 empresas nas áreas de biotecnologia, I/T,
Institute of Materiais e energia. Seu diferencial são os catalisadores, time experiente na
Technology transferência de tecnologia dos laboratórios para o mercado.
University of Texas Competição de inovação em negócios que tenham algum impacto
in Austin social/ambiental, aberto para alunos de qualquer universidade no mundo,
dividido em 6 categorias com prêmios que totalizam US$ 350 mil.
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20. Iniciativas no Brasil
Universidade Programa
Universidade Capacitar alunos para atuarem junto às comunidades carentes da
Newton Paiva região, iniciando e conduzindo projetos de impacto social.
PUC-RS Sessões de cinema no qual filmes do circuito nacional são
apresentados e posteriormente os aspectos relacionados com
empreendedorismo são discutidos com o público.
Universidade Programa de 14 semanas em parceria com Schlumberger do Brasil
Federal de com estagiários de engenharia, no qual os alunos desenvolvem uma
Itajubá ideia intraempreendedora para a empresa sob a tutoria de professores
e gerentes.
Insper Competição de inovação no qual alunos de MBA de todo o país
propõem soluções inovadoras para dilemas reais propostos por
empresas de grande porte.
FGV-SP Parceria com a Goldman Sachs para capacitar mulheres para
empreenderem em suas comunidades carentes por meio de cursos e
tutoria.
Universidade de Incentivo à criação espontânea de grupos de alunos dedicados para certos
Pernambuco temas relacionados com empreendedorismo, com auto-gestão e orientação
dos professores.
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21. Preocupações dos gestores (ordenado
por prioridade)
Externo Brasil
Apoio Institucional Melhorar a infraestrutura do Centro
Demonstrar resultados relevantes Desenvolver uma rede de apoio local
Divulgação do Centro Maior apoio institucional
Estar atento às demandas do mercado
Envolvimento dos alunos
empresarial
Maior autonomia para o Centro Atender demandas de carreira dos alunos
Criar empreendimentos inovadores e de
Falta de espaço
futuro
Conseguir atender as demandas dos alunos Divulgação do Centro
Atrair investidores para os projetos Envolvimento dos alunos
Transferir conhecimento para a
Incentivos para funcionários do Centro
comunidade
Gerar mais iniciativas ‘cross-campus’ Inovar nos programas educacionais
Ter mais clientes Sustentabilidade do Centro para o futuro
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22. Objetivos de curto prazo (ordenado
por prioridade)
Externo Brasil
Sustentabilidade financeira Estabelecer e reforçar parcerias
Programa para acelerar negócios de alunos Atrair mais alunos para as atividades do Centro
Gerar mais estudos em empreendedorismo Obter auto sustentabilidade financeira
Tornar-se referência em inovação e
Criar/aprimorar a infraestrutura física
empreendedorismo
Ter mais projetos atraentes para investidores Aumentar o número de publicações acadêmicas
Promover mais iniciativas cross campus Promover mais iniciativas Cross campus
Prover experiências práticas de
Criar e fortalecer clubes de alunos
empreendedorismo aos alunos
Aumentar o envolvimento de ex-alunos Criar ou fortalecer uma incubadora de negócios
Se tornar referência em orientação empresarial
Aumentar parceria com a comunidade
para micro e pequenas empresas
Ampliar a internacionalização do Centro Captar projetos de tecnologia de ponta
Ter mais projetos de natureza social Gerar mais negócios pelos alunos
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23. Etapas de implantação de um CE
Etapa 1: Concepção e início formal
Professores Alunos voluntários
Professores da casa
pesquisadores Palestras com
Integração de disciplinas
Equipes de pesquisa empreendedores
Alinhamento interno
Busca de referências Rede de contatos fora
Etapa 2: Implantação definitiva e estruturação
Workshops e cursos de Objetivos de produção Palestras e debates
extensão Participação em Competições
Criação de disciplinas congressos Levantamento capital
Elaboração de casos Iniciação científica Programa de mentoria
Etapa 3: Estabilização e crescimento
Trilhas de especialização Equipes transnacionais Incubadora e aceleradora
Programas de intercâmbio
Realização congressos Assessoria e consultoria
Formação de professores
Produção A1 Fundos de anjos
Bacharelado em
Projetos nacionais Exposição na mídia
empreendedorismo
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24. Ecossistema Empreendedor
Mercado, fornecedores, Venture capital, anjos,
concorrentes, parcerias, microfinanciamento, Private
redes contato equity, mercado capitais, cap.
público
NEGÓ CAPI
CIOS TAL
Casos de Instituições, legislação,
sucesso, infraestrutura, impostos,
família, CULTU POLITI institutos de pesquisa,
tolerância a RA CAS marco regulatório
risco, status,
criação de
valor SERVIÇ PES
OS SOAS Qualificação de mão de
obra, educação e
Contadores, advogados, treinamento, formação
prestadores serviços, básica
internet, comunicações Adaptado de Eisenberg (2009) 24

25. Ecossistema empreendedor (ponto de
vista do CE)
Membros da Serviços profissionais Governo (Municipal,
comunidade (contadores, advogados, etc) Estadual e Federal)
local
UNIVERSIDADE Ambiente de
Entidades negócio
de fomento Reitoria e diretoria
e apoio
Investidores
Departamentos Professores e canais de
crédito
Faculdades
CE
Imprensa Alunos
Institutos de
Entidades
Alumni pesquisa
Patrocinadores estudantis
Incubadoras e Comunidade de
Aceleradoras Universidades nacionais empreendedores
de negócios e internacionais
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26. Estrutura de um CE
Universidade
Centro de
Empreende-
dorismo
Conselho
Pesquisa Ensino Serviços
Comunidade
Alunos
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27. CE de sucesso
Constante esforço de captação de
recursos
Responsabilidade pelo currículo
Equilíbrio pesquisa/ensino/prática
Infraestrutura para incubar/acelerar
Planejamento estratégico
Indicadores de desempenho
Boa liderança/equipe engajada
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28. Conclusões
Melhorar produção acadêmica
Não existe critério único de avaliação
Este é o momento de falar do assunto
Nós somos os EUA de 20 anos atrás
Gestor tem que ser empreendedor
Criar cursos de empreendedorismo
Capacidade de atrair docentes e alunos
Falta de orçamento não é problema
CE tem um papel social
Empreendedorismo não se aprende em sala
de aula
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29. Obrigado
Marcos Hashimoto
@mhashimo
mhashimo
www.marcoshashimoto.com
hashi.marcos@gmail.com
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