O documento descreve um projeto intersetorial para abordar pessoas em situação de vulnerabilidade social que fazem uso de substâncias psicoativas no Cemitério Jardim São Luis. O projeto reuniu atores de saúde, assistência social e outros serviços para oferecer acolhimento, redução de danos e encaminhamento para tratamento às pessoas no local.
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
Articulando atores para abordagem de usuários de drogas no Cemitério Jardim São Luis
1. ARTICULANDO ATORES PARA ABORDAGEM NAS CENAS DE USO
DE ‘SPA’ NO CEMITÉRIO JARDIM SÃO LUIS
PROJETO CRIANDO LAÇOS
Autores
Supervisão Técnica Saúde M’Boi Mirim - Creusimari C. Pereira
CAPS AD III Jardim Angela – Carla Falcão Bouth
Cícero Saboia
Maria Auxiliadora de Freitas
Marta Rudge de Moraes Barros
Vivian Toscano
AÇÃO
1
2. PONTOS DE ATENÇÃO ENVOLVIDOS NO TRABALHO
AÇÃO
1
• Subprefeitura M’Boi Mirim
• Supervisão Técnica de Saúde M’Boi Mirim
• CAPS AD III Jardim Angela
• AMA Jardim São Luis
• Unidades Estratégia Saúde da Família de e equipes de NASF de M’Boi Mirim
• Serviço Funerário Município São Paulo/Administração Cemitério Jardim São Luis
• CRAS/CREAS/ Serviço de Abordagem Social(SEAS)/Núcleo Proteção Jurídico Social
(NPJ)/ ONG Rainha da Paz
• Guarda Civil Metropolitana/Base Comunitária Jardim São Luis
• Fábrica de Cultura Jardim São Luis
• SAEC – Sociedade Amigos Esportiva Jardim Copacabana
• Diretoria Regional de Ensino (DRE) Campo Limpo/Unidades Escolares do entorno
• CET/SPTrans
• Secretaria Municipal de Habitação
• Secretaria do Trabalho
• Juventude Viva
3. JUSTIFICATIVA
• No conjunto de inúmeros problemas decorrentes de
condicionantes estruturais do território, destacamos a
identificação de elevado índice de transtornos relacionados ao uso
abusivo e à dependência de álcool e outras drogas, especialmente
na população infanto juvenil e adulta, aliado aos desdobramentos
sociais indesejáveis ocasionados por esta condição.
• Nessa direção, desponta de forma alarmante pontos no território
marcados como locais de cenas de uso de SPA, demandando ação
interventiva dos serviços de saúde compartilhada com a rede de
serviços interssetorial
• Dentre esses pontos, notório destaque ao Cemitério Jardim São
Luis pela existência de grande concentração de pessoas em uso de
SPA em situação de extrema vulnerabilidade e oferecendo riscos à
comunidade local em virtude de ações delituosas que começaram a
ocorrer dentro e fora do Cemitério, seja atentando contra os
munícipes, seja aos equipamentos do entorno.
AÇÃO
1
4. DIAGNÓSTICO SITUACIONAL
AÇÃO
1
•50 a 70 pessoas em uso de Substância Psicoativa (SPA) em pontos
dispersos de concentração no Cemitério Jd. São Luiz e entorno;
•Faixa etária média de 12 a 26 anos;
•Maioria egressos do sistema penitenciário;
•Há tráfico de drogas
•Fragilidade de segurança no Cemitério: muro baixo, apenas 02 GCMs por
turno, não há vigilância própria do serviço público ou terceirizada;
•Ocorrência de pequenos delitos (furtos/roubos/assaltos) aos
munícipes/residências/instituições no entorno;
•Ocorrência de 03 homicídios dentro do Cemitério Jardim São Luiz.
8. OBJETIVO
AÇÃO
1
Criar condições de proximidade e estabelecer vínculo com a população
em cenas de uso nas dependências do Cemitério Jardim São Luis com o
intuito de reduzir os danos causados pelo uso de SPA e sensibilizá-la para
tratamento e criar condições favoráveis para reabilitação e reinserção
social.
9. RELATO
•Em junho de 2013, em reunião da Rede de Proteção Social de M'Boi
Mirim foi trazida para pauta de discussão por representação de um
equipamento público da região a questão da presença de grande
concentração de pessoas em uso de substâncias psicoativas nas
dependências do Cemitério Jardim São Luis
•Seguidamente a este evento, a Supervisão Técnica de Saúde M'Boi
Mirim recebeu ouvidoria anônima denunciando a mesma questão.
•O pedido era único: que a Saúde adotasse providências para retirar
aquelas pessoas daquele local, pois na superficie da compreensão dos
denunciantes tratava-se de um problema exclusivo de competência da
pasta da saúde.
AÇÃO
1
10. RELATO
• Supervisão Técnica de Saúde e CAPS AD III Jardim Angela iniciaram
discussão com a rede desmistificando leituras e posturas inadequadas
e apresentando a atual Política Nacional de Álcool e Drogas
“ o problema não é meu”
“vamos chamar a polícia”
“ abaixo assinado para tirar essas pessoas de lá”
“ concepções higienistas”
• Em consonância com as diretrizes da política de saúde mental
adotada pela Secretaria Municipal de Saúde do Município de São
Paulo, a Supervisão Técnica de Saúde M'Boi Mirim e o CAPS AD III
Jardim Angela optaram pela construção de um projeto de intervenção
sob o enfoque de redução de danos e desenhado nos contornos da
Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), apostando no êxito do
ineditismo de uma proposta de ação gestada no território, integrada,
articulada e co-responsabilizada entre de vários serviços que
compõem a rede intersorial da região de M'Boi Mirim.
AÇÃO
1
11. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO EM REDE
• Inicialmente, foi criado um Grupo de Trabalho (GT) intersetorial que
contava com representantes da Supervisão Técnica de Saúde M'Boi
Mirim/Saúde Mental, CAPS AD III Jardim Angela, Administração do
Cemitério Jardim São Luis, Centro de Referência de Assistência Social
(CRASCREAS), Serviço de Abordagem Social (SEAS), Fábrica de Cultura
Jardim São Luis, Guarda Civil Metropolitana, Conselho Tutelar Jardim São
Luis, AMA Jardim São Luis e Unidades Estratégia da Família (ESF) e Núcleo
de Apoio à Saúde da Família (NASF)
• Esse grupo realizou 05 reuniões para qualificar a demanda, obter dados
para diagnóstico situacional, analisá-la e propor medidas de intervenção.
Realizada essa primeira etapa, a Supervisão Técnica de Saúde M'Boi
Mirim e profissionais do CAPS AD III Jardim Angela elaboraram um
projeto de intervenção contemplando ações de saúde e articulações com
demais áreas.
• No decorrer do processo, esse grupo compreendeu que para empreender
tal ação necessitaria da composição de uma rede mais fortalecida, pois
haviam questões de logística e de recursos que esse grupo não teria
suficiência para suprir
AÇÃO
1
12. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO EM REDE
AÇÃO
1
• A Subprefeitura de M'Boi Mirim foi mobilizada e frente a gravidade da
situação apresentada, comprometeu-se a encaminhar ao Gabinete do
Prefeito tal demanda e buscar apoio para continuidade do processo.
Agregaram-se então ao grupo novos atores, entidades da sociedade
civil, representação da secretaria da educação, do trabalho e habitação
naquele momento.
• Foram realizadas, a partir daí, quatro reuniões sistemáticas com a
participação da vice-prefeita, cuja presença tem norteado
direcionamentos e acionamento de secretários de várias pastas com o
intuito de viabilizar a falta do que é apontado como necessário e agilizar
medidas que emperram o processo.
• O grupo então, passou a contar com a participação de representantes
do Serviço Funerário do Município de São Paulo, Diretoria Regional
de Ensino Campo Limpo (DRE), Secretaria do Trabalho, Secretaria da
Habitação, Companhia de Engenharia e Tráfego (CET), SPTrans e
Juventude Viva.
13. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO EM
REDE
AÇÃO
1
• O GT passou a ter a Subprefeitura M'Boi Mirim como coordenadora da
ação.
• Foi Iniciado um trabalho de sensibilização de diretores de equipamentos
escolares do entorno do cemitério, equipamento esportivo local (Campo
de Rodízio) e Coordenação do Projeto Juventude Viva, o qual está sendo
desenvolvido no território
• Um outro passo debatido e consensuado foi levar ao conhecimento da
comunidade o desenvolvimento desta ação interventiva e envolvê-la, ainda
que indiretamente, no escopo do Projeto.
• Pactuados compromissos iniciais, organizada logística e captados recursos
pendentes, definiu-se a data para o início do Projeto Criando Laços, bem
como a realização de avaliações periódicas para análise dos resultados
obtidos, possíveis desdobramentos, novas necessidades, enfim
acompanhamento longitudinal da ação empreendida.
14. ACÕES
PROPOSTAS
AÇÃO
1
• Orientações básicas sobre DQ (dependência química) realizada pela
equipe do CAPS AD III Jardim Ângela para os profissionais das áreas
envolvidas que irão atuar em campo ( forma de abordagem, redução de
danos e manejo) – Realizada sensibilização em duas turmas, no dia
11/09/2013, com carga horária de 05 horas cada qual, na Fábrica de
Cultura Jd. São Luis ;
• Criação de uma base de trabalho nas dependências do Cemitério Jardim
São Luiz, próximo aos pontos de concentração dos usuários;
• Serão realizados 02 encontros semanais com duração de 03 horas cada,
período da tarde, durante 04 meses (este período poderá ser estendido
mediante reavaliação da equipe do CAPS AD III Jardim Angela e rede de
apoio)
15. AÇÕES PROPOSTAS
AÇÃO
1
•Presença de equipe multidisciplinar da área da saúde (psicólogos,
assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, técnicos de
enfermagem, agente de redução de danos...) em articulação com equipes
parceiras da rede;
•Abordagem inicial aos usuários de SPA por meio de oferta de um espaço
de aproximação, contato interpessoal e escuta com o intuito de
estabelecer um clima de confiança - usuário e equipe - favorecendo uma
parceria especial em torno da possibilidade de tratamento;
•Utilização de recursos lúdicos por meio de atividades agradáveis,
facilitando ações de promoção da saúde e prevenção dos comportamentos
de riscos e danos, entre outros atendimentos, através da equipe
multiprofissional;
16. AÇÕES
PROPOSTAS
AÇÃO
1
• Oferta de lanche também como recurso facilitador da relação de
confiança/vínculo;
• Ações de saúde ( aferição de PA, distribuição de preservativos e material
educativo);
• Aconselhamento em Doenças Sexualmente Transmissíveis - DSTs (teste
rápido HIV/AIDS);
• Busca ativa de usuários com dificuldade de adesão ao tratamento ( ex
pacientes de CAPS);
• Nos casos de pessoas apresentando intoxicação aguda e quadros
psicóticos, serão feitos encaminhamentos aos serviços de Pronto
Atendimento;
17. AÇÕES PROPOSTAS
AÇÃO
1
• Após abordagem e processo de vinculação, a pessoa será
conduzida ou encaminhada para os serviços de apoio (CAPS, UBS,
NASF, AMA, Assistência Social, Trabalho, Esporte, Cultura, Artes,
Lazer e demais recursos que se fizerem necessários);
• Acesso e disponibilização de material de divulgação contendo
endereço e informações do serviço no qual a pessoa deverá ser
acompanhada;
• Utilização de instrumentos contendo dados sócio demográficos e
instrumento de rastreamento para DQ;
• Registro em planilha de todos as pessoas abordadas;
• Registro dos usuários que seguiram em acompanhamento;
• Monitoramento dos casos em acompanhamento
18. ANÁLISE DO TRABALHO
Previsão de início: 18/11/2014
AÇÃO
1
Embora as ações in loco ainda não tenham sido empreendidas, é possível
uma rápida análise do trabalho realizado até então. Por tratar-se de um
projeto co-construído, fruto amadurecido de um processo que foi
adquirindo consistência coletiva de propósito, ficou evidenciada a
potencialidade que um território, sua rede de serviços e sua comunidade
pode adquirir para o enfrentamento de situações decorrentes de uma
realidade dura e permeada pela face perversa da vulnerabilidade e da
exclusão social.
Nesse sentido, problemas complexos e multifacetados exigem vários atores,
com vários olhares, saberes e práticas, integrados e articulados na busca de
alternativas para enfrentamento e busca de soluções.
19. Criando Laços ....
AÇÃO
1
“E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia - disse a raposa.
- Bom dia - respondeu educadamente o pequeno príncipe, olhando a sua
volta, nada viu.
- Eu estou aqui - disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? - Perguntou o principezinho. - Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa - disse a raposa.
- Vem brincar comigo - propôs ele. - Estou tão triste...
-Eu não posso brincar contigo - disse a raposa. - Não me cativaram ainda.
- Ah! Desculpa - disse o principezinho.
Mas, após refletir, acrescentou:
- Que quer dizer "cativar"?
- Tu não és daqui - disse a raposa. - Que procuras?
- Procuro os homens - disse o pequeno príncipe. - Que quer dizer "cativar"?
- Os homens - disse a raposa - têm fuzis e caçam. É assustador! Criam
galinhas também. É a única coisa que fazem de interessante. Tu procuras
galinhas?
20. - Não - disse o príncipe. - Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?
- É algo quase sempre esquecido - disse a raposa. Significa "criar laços"...
- Criar laços?
- Exatamente - disse a raposa. - Tu não és ainda para mim senão um garoto
inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti.
E tu também não tens necessidade de ti. E tu também não tens necessidade de
mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas.
Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim
único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...”
AÇÃO
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(O pequeno príncipe – Saint Exupéry)
21. Supervisão Técnica de Saúde M’Boi Mirim
Estrada de Itapecirica, 961 – Vila das Belezas
Telefone: 5512.76.67 / 5512.76.68
E-mail: stsmbmsaudemental@prefeitura.sp.gov.br
AÇÃO
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Mari Pereira
Obrigada!!!!