2. Biografia
• Nasceu em Paris a 26 de Abril de 1905.
• Jean Vigo era um realizador de cinema francês. Filho de um
militante anarquista, teve uma infância conturbada, nunca
recuperou da morte do pai quando ele apenas tinha doze anos.
Abandonado pela mãe, rejeitado pelos colegas, foi várias vezes
transferido de estabelecimento de ensino.
• Aos 23 anos, descobriu o cinema através de alguns contactos
ficando fascinado pela nova arte. Com a ajuda de Boris Kaufman,
ele estreia-se com seu primeiro filme Á propos de Nice em 1930,
um filme feito em género de documentário social com uma
violenta sátira poética . Nessa mesma linha, realiza a curta-
metragem documental Taris, roi de l'eau(1931) .
• Jean Vigo vítima de tuberculose acaba por morrer aos 29 anos.
3. Filmografia
• Os seus filmes:
– À propos de Nice 1930
– Taris, roi de l'eau, 1931
– Zéro de conduite, 1933
– L'Atalante, 1934
• Jean Vigo é o primeiro mártir do cinema. Ele conduziu os seus filmes num
estilo intensamente pessoal e original.
• A obra de Jean Vigo é compreendida numa transição entre a Vanguarda
Francesa e o Realismo Poético, entre o cinema mudo e o cinema sonoro.
• Jean Vigo utiliza a linguagem cinematográfica para produzir a sua
crítica social.
• Jean Vigo tratava a realidade directamente com os seus meios e sem
artifícios. Ele propõe como manifesto um cinema social.
• A sua primeira curta-metragem tinha duração de 27 minutos.
5. • É uma curta metragem mudo com duração de 27 minutos.
• Possui :
– Uma excelente montagem, a câmara sempre se põe em percurso pelo
espaço cénico que é a cidade captando as pessoas e a natureza em
movimento.
– uma impecável exposição de planos
– Um fluxo fílmico onde não sobra espaços mortos
– Planos diagonais que se ajustem quando “chegamos” á cidade até a
aceleração e também temos perante o uso de câmara lenta em diversas
sequencias.
• Neste filme assistimos à crítica de um certo tipo de mundo. Depois de
mostrar o ambiente de Nice e o espírito que nela se vive, o filme tende
à generalização de diversões grosseiras colocadas sob o signo
grotesco, da carne e da morte que são derradeiros sobressaltos de uma
sociedade negligente.
6. Taris, roi de l'eau, 1931
A NATAÇÃO SEGUNDO JEAN TARIS (La natation par Jean Taris, champion de
France, França, 1931).
Direcção: Jean Vigo.
Elenco: Jean Taris.
7. • A Natação Segundo Jean Taris (1931) é o segundo filme de Jean Vigo.
• É um pequeno documentário experimental sobre a natação – seus diferentes
tipos, métodos eficazes, modos para ganho de velocidade, etc. – narrado
e encenado pelo campeão francês de natação, Jean Taris (1909 - 1977).
• Três efeitos se destacam no filme: a aceleração e o retrocesso da
imagem, e a câmara lenta.
• Através de cada um deles, Jean Vigo modera e modela a velocidade do
tempo e da forma internas da película. O dinamismo gerado pelas diversas
manipulações da imagem, que ainda conta com uma montagem exemplar,
tornam a curta uma obra muito ágil.
8. Zéro de conduite, 1933
Zero De Conduite (Zéro de Conduite: jeunes diables au
collège, França, 1933).
Direcção: Jean Vigo.
Elenco principal: Jean Dasté, Robert Le Flon, Du Verron, Delphin, Léon
Larive, Madame Émile, Louis de Gonzague, Raphael Diligent, Luois
Lefebvre, Gilbert Pruchon, Coco Golstein, Gerár de Bédarieux.
9. • O filme é autobiográfico, um relato da sua experiência durante quatro
longos anos que passou no internato onde recebeu zeros de comportamento.
Também é visto como uma homenagem ao pai e uma manifestação crítica e
simbólica da sociedade francesa.
• Zéro de Conduite é um manifesto com a repressão e a autoridade.
• Temos neste filme o uso de:
– Câmara lenta ;
– Composição de imagens com ângulos e planos muito espirituosos;
– Montagens que conseguem equilibrar o poder dramático de cada cena.
• A estupenda música de Maurice Jaubert tem uma grande importância na
caracterização de cada um dos espaços, sendo muito pontual e decisiva
para acentuar o drama, a comédia ou o suspense.
10. L'Atalante, 1934
Nome: o ATALANTE (L'Atalante, França, 1934).
Direcção: Jean Vigo
Elenco: Jean Dasté, Dita Parlo, Michel Simon, Gilles Margaritis, Louis
Lefebvre, Maurice Gilles, Raphaël Diligent.
11. • Relata uma história de amor repleta de lugares-comuns. É uma tensão entre
um surrealismo delicado - representado, principalmente, na fotografia da
cidade e uma crítica da organização social francesa.
• Podemos dividir o filme em três grandes blocos de acção:
casamento, convivência a dois e fuga. Os sinos e a música elementar de
Maurice Jaubert abrem o filme com a ausência dos protagonistas. Já o uso
irregular dos planos nos dão a percepção clara do espaço cénico que é a
pequena vila.
• Jean Vigo manipula a câmara e joga com as diferentes linguagens técnicas
e correntes. Planos em plongé, sobreposição de imagens, aceleração e
câmara lenta também são recursos utilizados no filme.
• A subtileza e a crueza da vida navegam sobre as lentes desse último filme
de Jean Vigo que faleceu antes de finalizar a obra, mas que deixou ao
mundo uma realização única, composta daquilo que faz a diferença para
todos nós, aquilo a quem temos amor.