O documento é um conjunto de poemas criados por alunos do 12o ano após visitarem uma exposição de pinturas sobre Fernando Pessoa e observarem os quadros. Os poemas exploram temas como a solidão do poeta, a fuga da realidade através da escrita, e a inspiração retirada da observação das obras de arte.
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LER PINTURA, ESCREVER POESIA
1. LER PI NTURA- ESCREVER
POESI A
Oficina de Escrita Criativa
a partir de quadros sobre Fernando Pessoa
de Bartolomeu Cid dos Santos
ESCOLA SEC. PROF. J OSÉ AUGUSTO LUCAS
CENTRO DE ARTE MANUEL DE BRI TO
2.
3. Todos os poemas aqui transcritos foram criados na Oficina de Escrita
Criativa realizada no decurso da visita à exposição de pintura de
Bartolomeu Cid dos Santos, no Centro de Arte Manuel de Brito,
em Algés.
Depois da observação dos quadros, foi distribuída a cada aluno uma
folha que lhe atribuiu, aleatoriamente, um quadro, relacionado directa
ou indirectamente com a poesia de Fernando Pessoa, propondo-lhe criar
um poema, sugerido pela observação desse quadro. A par de algumas
orientações de observação, propôs-se um verso de Pessoa que poderia
ser ou não utilizado como 1.º verso do poema a criar.
Coordenação Elisa Costa Pinto
Assunção Sobral Gomes
Turma 12.ºB
Data 17 de Março, 2010
6. O Poeta Fernando Pessoa
Longe de mim em mim existo
Evado-me do mundo, criando um outro
Só meu.
Tudo mais não existe,
É negro, indefinido
Só as palavras, as frases
Tocam o meu coração.
Estou longe de mim, de todos
Mas próximo do sonho
Da verdade.
O meu mundo é desnivelado.
Andreia Jacques
7. O Poeta Fernando Pessoa
Minha janela deita para a névoa
a escuridão invade-me a alma.
Contemplando essa escuridão
relembro o passado…
distante e irrecuperável.
Relembro a infância…
feliz mas por vezes esquecida.
Relembro o adeus…
comovente, triste e para sempre.
Hélia Matos
9. O Poeta Ricardo Reis
Breve o dia, breve o ano, breve tudo.
Frágil como uma bolha.
A vida passa.
Não damos conta.
Preto, branco, cinza,
Dúvidas da nossa existência,
Dúvidas da vida
Que passa sem darmos conta.
O tempo avança,
Não o conseguimos parar.
Voltar atrás? Talvez…
Quem nunca errou?
Mas a vida passa sem darmos conta,
Sem nunca voltar atrás.
Por isso agarra-a,
Vive-a,
Sente-a,
Usa-a,
Liberta-te.
Porque é única a nossa,
Devemos aproveitá-la,
Vale por tudo o que é
E o tempo escasseia.
A vida passa sem nunca voltar atrás.
Marta Moura
11. O Poeta Alberto Caeiro
O meu olhar é nítido como um girassol
o meu coração é quente como o sol.
Enfim…
Hoje? Hoje estou sem inspiração. Não consegui terminar o
poema que comecei. Estou confuso…
vejo um quadro - “O poeta de Alberto Caeiro”
mas na minha sincera opinião
não tem qualquer relação com Caeiro.
Estou sentado como uma criança de cinco anos,
com pernas à chinês, e olho atentamente o quadro.
Medonho, triste, decepcionante, confuso...
Tudo menos Caeiro.
Não sei onde Bartolomeu Cid dos Santos estava com a cabeça
quando pintou este quadro…
Na lua, só podia estar com a cabeça na lua.
A mim ensinaram-me que Caeiro é o poeta da natureza,
e para ele a sensação é tudo,
Ele é o Rei do Sensacionismo,
para quem pensar é estar doente.
Por isso o seu retrato devia ter,
em vez de tons cinzentos e tristes,
uns verdes e azuis da natureza que Caeiro tanto sentia
a expressar o seu sentir sempre despreocupado…
Não entendo, é confuso…
Só sei que este quadro de Caeiro não tem nada,
nem chega perto.
Peço desculpa ao pintor
mas na minha opinião este quadro
não representa nada da essência de Alberto Caeiro.
Gonçalo Vicente
13. O Poeta Álvaro de Campos
Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir.
Eu gosto do que faço, dos sentimentos à flor da pele
da adrenalina quando disparo,
das tacadas, quando as dou,
do cómico dos “riscos irregulares” de sangue
que derramo no chão, no tapete, nos vidros.
Claros vidros de vermelho tão avermelhado,
aleatóriamente belo.
Podem dizer que é macabro!
não me importo, eu gosto.
E por gostar fiquei eternizado.
Aqui, nesta pose à James Bond,
fato preto, laço preto, camisa branca,
mão no bolso, absorto, sorriso vitorioso nos lábios,
eu ganhei! Eu vou ficar aqui, para sempre!
Já fui prisioneiro, Judas, matador, maluco,
psicótico (ainda sou, não? Mesmo estando
no quadro contínuo com o mesmo desejo
- coleccionar imagens do quadro claro
e colá-las no vermelho avermelhado, macabro!)…
E o que sou agora?
Sou a eternidade de alguém que subitamente desapareceu
sem ver a imagem do útero claro
e do vermelho avermelhado.
E sem sentir o fascínio, viajei para o quadro onde estou eternizado.
Inês Lourenço
15. Ode Marítima
Sozinho, no cais deserto, a esta manhã de Verão,
Olho pro lado da barra, olho pro indefinido,
Através da janela aberta que é o meu olhar.
Olho tudo à minha volta,
as pessoas apressadas correm
para apanhar o barco para o outro lado,
para o que fica para lá do Indefinido.
Outras amontoam-se junto do barco acabado de chegar,
esperam amigos, família, os que regressaram da viagem.
E eu? Eu sou um mero espectador do meu sonho:
entrar naquele barco e viajar para a outra margem,
viajar para o Indefinido, descobrir aquilo que está
para além do que a minha imaginação alcança.
Desde criança sempre tive o sonho de viajar.
Lembro-me de ouvir o meu pai falar das viagens que fazia pelo
mundo - China, Japão, Austrália, Estados Unidos da América,
Brasil, Inglaterra, Dinamarca, Alemanha, Rússia - e as coisas
maravilhosas que contava de cada país,
e eu sonhava, sonhava que iria viajar pelo mundo,
até ao Indefinido e desvendar todos os mistérios e segredos que
cada viagem reservava para mim.
Um dia - esse dia chegará - e eu serei verdadeiramente feliz.
Enquanto esse dia não chega, ficarei aqui, no cais,
olhando para o mundo, a sonhar.
Inês Pires
17. Ode Marítima
Ah seja como for, seja por onde for, partir!
Partir para longe daqui!
Partir para longe mim!
Da minha janela redonda vejo outro lugar
um lugar onde tudo parece diferente e até eu me sinto diferente.
As casas encavalitadas,
as ruas estreitas,
o mar que as separa.
Tudo me transmite uma sensação de novidade
e eu sinto-me intrusa naquele lugar,
mas intrusa no bom sentido,
como se, de algum modo, me fosse familiar e no entanto, tudo é novidade.
A brisa toca-me no rosto, como um afável cumprimento de boas vindas.
Ali tudo é mais fácil e seguro.
As duas palmeiras parecem não pertencer àquele lugar, dão-lhe um ar tropical,
mas não alteram a maneira como o vejo - um lugar onde certamente estive
noutra vida,
um lugar que parece não me deixar partir. Um sonho.
O mar no fundo da paisagem parece imóvel.
Se não fosse o suave cheiro da maré,
nem se notaria a sua presença.
Será?
Quando vejo o mar não o vejo realmente,
nem sei bem se o sinto, apenas sei que algo me acontece. É como se o mar
me hipnotizasse e quando acordo
nem penso nele.
Sigo a vida que mudou. Eu sei que mudou
mas não sei o quê nem onde mudou.
18. Da janela do meu quarto vejo outro lugar,
com nitidez,
onde existe luz.
Um lugar luminoso, harmonioso, feliz.
E no meu quarto? No meu quarto não sinto.
Não sei quem sou nem o que é suposto fazer.
Estou aqui e não sei porquê.
Vivo na esperança
de um dia vir a compreender o porquê do quê.
Mas porquê?
A janela do meu quarto é a porta para um outro mundo, para um recomeço,
para um novo EU.
Patrícia Peixoto
20. Ode Marítima
Todos estes navios assim comovem-me como se fossem outra coisa.
São como peças de um jogo de mesa
que navegam continuamente.
O seu reflexo abafa os pequenos barcos
e a sua grandiosidade pinta o horizonte.
Do cais e das varandas, os mais curiosos olham aquele mar único, aquele fumo
que penetra o ar de um tom sépia.
Ó- ó- ó- ó- ó- ó
O vento sopra e rasga as ondas
a neblina cinzenta transporta-nos para o além…
Vejo o princípio e o fim
o tudo e o nada
a multidão e o deserto.
Raios de luz despertam-me a consciência.
O que será daqueles que se deixam ir ao sabor das ondas?
O que será dos que ficam?
Ah! Países, culturas, cidades,
tantas rotas, tantas possibilidades
- um mundo inteiro por descobrir!
Inveja de quem vai a bordo nas caixas andantes e robustas
poder estar só, comigo mesmo, ir a todo o lado
e encontrar a saída do labirinto.
Bum!
E de repente, o dado lançado muda o rumo do navio
duas peças colidem e caem derradeiras
o silêncio penetra o tabuleiro.
Depois… um novo e melhor caminho se abre.
É tempo de mudança
chegou a hora da renovação!
Catarina Fernandes
22. Ode Marítima
E a hora real e nua como um cais já sem navios.
Um homem olha o navio que já partiu.
Pensa em quem nele partiu.
Pensa em alguém que um dia fez parte da sua vida.
Pensa que está sozinho como aquele cais já sem navios.
O homem observa o navio que já partiu
- ele chegou tarde demais -
e a imagem do navio desaparecendo lentamente
na linha do horizonte
é a única consolação para a sua tristeza amarga.
Sob os auspícios da lua, deambula, agora,
pelas ruas da cidade que já não é o que costumava ser. Caminha sem rumo e sem
destino. Caminha por caminhar. Pára apenas para observar uma criança rabugenta
ou um gato que atravessa a rua.
Caminha pelo passeio, evitando que os olhares estranhos
invadam a sua consciência, o puxem para fora do devaneio.
Aquela é a sua hora real e nua e ele quer estar sozinho com ela.
Não existe lugar ou tempo para a felicidade, aquele é
o momento da introspecção e da auto-recriminação
pelos erros e pelos medos e pelo orgulho.
Agora é tarde demais: o navio já desapareu
na penumbra da noite escura.
E no silêncio comovido da sua alma, sonha com um futuro onde aquela pessoa, que
um dia baniu da sua vida
de todas as formas imagináveis e até mesmo inimagináveis, possa voltar.
Sabe, agora, que a partir daquela noite,
a sua vida será um sonho e uma espera por algo
possivelmente impossível de alcançar.
Mikhaela Anjos
24. Ferry
Ah, todo o cais é uma saudade de pedra!
Todo o cais é o que não vejo.
Águas calmas, ferrys vazios…
Grandes, lentos, vazios…
Maldita sombra que me assombra!
Retrato escuro, pálido…
Eu fui sombra.
(Retrato com cores)
Ana Rita Padrão
26. The visitor
Dormi, sonhei. No informe labirinto
Que há entre o mundo e o nada me perdi.
O pé direito pesa-me,
E pesa-me uma cheieza tão cheia que é nada
Mas fico, perduro
Forte e alto, grande e frio e quieto…
Entrei por acaso, escolhi a porta errada
E o meu ser perdeu-se em mim,
Ficou surdo de tanto gritar cá dentro.
E não me o encontro.
Está longe, onde não chego,
No fim do enleio espera-me e dorme
Mas… Oh!
Este menino nunca o tive de meu.
Sou um triste traste miserável,
Um iludido ainda maior que o ignorante conformado,
Sou grave e penso e procuro e penso que procuro
Estúpido! Pensei-me feliz e inteiro mas ninguém o pode ser deveras.
E acordo do labirinto cuja saída não encontrei – nem me lembrei de a procurar
–
Agora pesa-me o pé esquerdo
E pesa-me a alma vazia.
Revejo-me hoje como espectador dos meus passos…
Maria Carlos
28. Terra incógnita
E o esplendor dos mapas, caminho abstracto para a imaginação
Bocado de papel velho e queimado, com tamanha grandeza
sinónimo de Beleza.
Descobrir novos caminhos,
encobertos pela Fantasia.
O Inconsciente que se torna Consciente.
Sereias dançantes e monstros marinhos
rodeiam a Terra em formato de cantaria
de modo a impedir o pequeno barco…
Descobrir novos caminhos,
encobertos pela Fantasia.
Maravilhas escondidas,
autênticos enigmas.
Caminhos impenetráveis por tal Fantasia,
uma vez descobertos…
Tudo recomeça se mapas não existissem.
Gloriosos estes nossos amigos
que na sua memória guardam
os novos caminhos.
Patrícia Neves
30. Memória de Lisboa
Outra vez te revejo – Lisboa e Tejo e tudo -,
Transeunte inutil de ti e de mim.
Noite escura triste e melancólica,
sobre as várias paisagens de Lisboa,
pessoas vagueiam pelas ruas,
observam o rio, o Tejo,
revivem e vivem momentos do passado e do presente.
Algumas sentem o que vêem, outras pensam e não sentem.
Monumentos e estruturas preenchem esta cidade
e todos eles - pessoas, monumentos, barcos inúmeros iluminados
pela lua coberta de nuvens, e pelos candeeiros de rua, antigos.
Reflectida sobre o rio, esta cidade
preenchida de tudo e de nada.
Memória de Lisboa, uma cidade antiga, agitada e grande,
onde tudo se pode fazer, pensar e sentir.
No meio dela, perdidos ou achados, podemos encontrar
pessoas vindas de todo o lado, ocupando a cidade,
vivendo nela, estando de visita, ou só mesmo passeando.
Há quem a ame e quem a odeie,
mas como todas as cidades tem o bom e o mau para dar,
- uma imagem, uma brisa ou outra coisa qualquer.
É esta, Lisboa!
Joana Soares
32. The end of Atlantis
Sózinha neste lugar eu penso,
Penso…
Neste sonho que me conduz ao infinito.
E sei que um dia, se eu quiser,
Irei mais longe que os navegadores.
Então, este pensamento envolve o meu ser,
O meu todo – eu.
Espero chegar ao cume,
E espero que me acompanhes.
Espero explorar o mundo,
E espero fazê-lo em breve.
Espero…
Espero tanto que chego a crer que o meu ser é
Esperança
E pensamento
E sonho
E muitas coisas vagas
(que me definem).
Mas, depois, entristece-me:
Esta escuridão,
Este tardar em que me sinto.
Aliás, contemplando o entardecer,
Sei que (o dia) não é hoje.
Talvez amanhã, um dia, o dia…
Invariavelmente futuro.
Ana Isabel Martins
34. Winter
A pálida luz da manhã de inverno
O nevoeiro
O nascer do sol reflectido na água
Um rio que atravessa montanhas geladas.
São os três estados fundamentais da água
Um início de dia escuro e triste
A Natureza.
A escuridão e frio de um inverno
Que teima em ficar
A liberdade
Do nascimento do dia - da consagração de
mais um dia
A esperança do céu a abrir
E o sol de inverno a intervir.
Calor, luz, alegria
A beleza que é assistir
A mais um nascimento.
Um espectáculo da vida.
Diogo Antunes
36. Paisagem fragmentada
Sonho. Não sei quem sou neste momento.
Refugio-me na paisagem verde e pura
na paisagem do eu coeso
onde cantava e brincava e o mundo era meu.
Agora já não canto nem brinco,
e o mundo já não é meu.
Agora não tenho mundo
não sei quem sou e não me conheço.
Quero voltar a ser quem era.
Quero voltar a rir e chorar por coisa nenhuma.
Quero voltar a ter medo do escuro.
Quero voltar a fazer fita para tomar banho.
Quero apenas sentir e não pensar.
Um dia acordei no meu sonho
onde eu era a rainha e o mundo precisava de mim.
Lá, apenas eu governava e ninguém ousava tentar desafiar-me.
Lá, era eu.
Agora já não governo nada e ninguém precisa de mim.
Agora todos me desafiam porque nada sou e nada tenho
e sempre que tento pintar a tela da minha vida
a autoridade aparece e rasga tudo o que é importante para mim.
Deixa apenas um pedaço daquilo que penso ser meu
que é pelas minhas lágrimas presentes pisado
como aquelas aranhas que aparecem no sotão da minha avó.
Quem sou agora?
Algo simples e desinteressante
procurando interessar-me
procurando conhecer-me.
Um dia, prometo-te, hei-de encontrar o que não há.
Ana Sofia Pereira
38. The Beach
A lua sobe no horizonte
E a minha infância feliz acorda, como uma lágrima, em mim.
Eu olho e vejo uma mancha no cimo da falésia
iluminada pelo luar.
Indago sobre o que será.
Em toda a tranquilidade da natureza, a mancha é a única a mexer-se.
Tento fixá-la, para preceber do que se trata,
mas a teimosa continua sem parar quieta.
Podia observá-la durante horas.
Uma única formiga teimosa que insiste em resistir à hora do descanso.
Mas, espera…! Que está ela a fazer?
É olhar e vê-la a descrever um arco absolutamente perfeito
desde a alta falésia até ao calmo, mas aterrorizador mar.
Sinto-me a voar.
Não percebo como é que ela não tem medo da escuridão, de se perder
no mar.
Ela tão pequena. Ele tão grande.
Que sensação de frescura!
Sentir a pele quente por causa do nervoso miudinho
daquele tão grande salto, a embater numa onda
de água fria.
Qualquer coisa me puxa e me leva por aquela frescura
até embater no fundo.
Estou sentada sobre qualquer coisa feita de bolinhas muito pequeninas.
Estou demasiado aterrorizada para abrir os olhos,
apesar de apreciar desmedidamente a frescura que sinto. Não os abro
desde que caí e embati na onda fria.
39. Tento convencer-me de que sou capaz de abrir os olhos
e consigo superar o medo, caso esteja perdida.
É tudo tão brilhante!
Estou sentada num banco de areia
e vejo grutas de canais cor-de-rosa, verdes, azuis
e uma infinidade de peixes à minha volta.
“E a pequena formiga no alto da falésia?”
Impávida, olho os peixes que voam,
Sei, agora, que depois de mergulhar no mar,
cheguei a uma “ilhota”.
Penso explorar o lugar aparentemente mágico
(ou eu estou doida) para onde fui levada.
Mas permaneço imóvel. Tento, tentoa,
e não consigo sair do lugar.
Só posso deitar-me de costas na minha ilha,
e observar o céu desde o fundo do mar
e ver os peixes a voar sobre a minha cabeça.
Sensação maravilhosa! Tudo flutua…
Que calor! Sinto-me a arder.
Não compreendo para onde foi aquela fescura...
Acordo, agora, a sentir-me uma formiga
com o sol a bater-me na cara no alto de uma falésia.
Acordo de um sonho com a vida no fundo do mar.
Cátia Pereira
40.
41.
42.
43.
44. 12.º B
Ana Isabel Martins
Ana Rita Padrão
Ana Sofia Pereira
Andreia Jacques
Catarina Fernandes
Cátia Pereira
Diogo Antunes
Gonçalo Vicente
Hélia Matos
Inês Lourenço
Inês Pires
Joana Soares
Mikhaela Anjos
Maria Carlos Nunes
Marta Moura
Patrícia Neves
Patrícia Peixoto
Professora de Português:
Assunção Sobral Gomes
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Música
“A Estrada” de Rodrigo
Leão