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CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FUNDAMENTOS
DA EDUCAÇÃO: PRÁTICAS PEDAGÓGIAS
DISCIPLINA: MÍDIA CULTURA E IMAGINÁRIO URBANO
PROFESSORA: ELIETE
Helio Souza
José Miranda
 MEDOS

URBANOS E MÍDIA: O imaginário
sobre juventude e violência no Brasil
atual.
 Este

trabalho objetiva discutir a cultura e a
indústria do medo no Brasil atual, através da
relação entre juventude e violência, e avaliar
as consequências dessa correlação por meio
das proposições levantadas pela mídia
brasileira no imaginário nacional.
 VIOLÊNCIA,
 Pesquisas

POBREZA E JUVENTUDE

desenvolvidas em bairros populares
de várias capitais brasileiras apontam o
crescimento da vulnerabilidade dos jovens e
as ameaças à segurança pessoal no cotidiano
de suas existências.
 Apontam

também para o aumento das
transgressões entre os jovens habitantes dos
bairros populares.
 A incerteza quanto ao futuro, a ineficácia ou
pouco eficácia das políticas sociais de
inclusão, a violência social que os exclui,
através de uma cultura do medo que os
considera marginais perigosos, a serem
evitados e, às vezes, exterminados, banaliza o
teor social de incerteza presente nas atitudes
dos jovens e para os jovens pobres,
aumentando a exclusão e fazendo crescer
suas atitudes agressivas e nas relações
entorno.
 Dados

apresentados pelo Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento
(PNUD) revelam que, no ano de 2007, um
pouco mais de 40 mil pessoas foram
assassinadas no país. O que equivale a 11%
dos homicídios ocorridos no mundo, em uma
população que responde apenas a 2,8% da
população mundial.
Homicídios na População Jovem.
Mortes por arma de fogo
 INDÚSTRIA

E CULTURA DO MEDO
 Por indústria do medo se designa os gastos e
investimentos em segurança privada.
 Os jovens são os que mais sofrem como vítimas
ou executores dos investimentos maciços com
a indústria do medo no país.
 A partir de um levantamento rápido nas
notícias sobre homicídios e execuções
sumárias, arbitrárias e extrajudiciais no Brasil,
entre dezembro de 2001 e novembro de 2007,
nota-se que 5.987 crianças e adolescentes
morreram na cidade do Rio de Janeiro, por
ferimentos à bala (Jornal do Comércio,
02/09/2007).
 As

execuções sumárias no Brasil e a
proliferação de grupos de extermínio são
resultados sinistros dos pesados investimentos
na política de segurança privada ocorrida no
país, durante o período ditatorial, sobretudo no
seu período mais soturno na década de 70 do
século passado (CALDEIRA, 1991).
O

medo do outro parece enclausurar os
indivíduos, sobretudo de classe média, que
têm
ampliadas
as
dificuldades
de
relacionamento com os outros, considerados
possíveis
malfeitores,
aumentando
o
sentimento de solidão (ELIAS, 1990, 1993 e
SENNET, 1998).
 CULTURA
 De

DO MEDO E JUVENTUDE

acordo com uma pesquisa que busca
traçar o perfil da juventude brasileira, realizada
pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas (SEBRAE), 63% dos
entrevistados
nas
capitais
e
regiões
metropolitanas brasileiras, com idade entre 15
a 24 anos, demonstraram preocupação com a
violência e com a falta de segurança no país
(Jornal do Comércio, 02/02/2010).
A

cultura do medo constrói, assim, uma
barreira invisível que separa as pessoas e as
isola, fazendo-as temer a tudo e a todos e
nunca confiar no outro.
 Entre os
jovens, esse embaraço ganha
contornos mais nítidos, associado que está a
um distanciamento maior e cada vez mais
alongado do poder de consumo, que vai
desde o tempo e a qualidade da educação
formal, à questão da inserção no mercado de
trabalho precoce e cada vez mais difícil, até a
aquisição de objetos de moda.
 Várias

reportagens na mídia nacional dão
destaque a grupos de jovens de classe média
alta, envolvidos em espancamentos e lutas
corporais, por motivos banais, em todas as
capitais dos estados brasileiros.
 É importante frisar que a violência juvenil
sempre existiu nas classes médias urbanas do
país, como os casos marcantes do estupro e
morte de Aida Cury, no Rio de Janeiro, e
Aracele, em Brasília, com grande visibilidade
pela mídia e comoção nacional.


O Jornal do Comércio, na semana de 23 a 29 de maio de
2004, publicou uma série de reportagens sobre a cultura
da violência em Pernambuco, intitulada “Anatomia da
Violência”. A série, publicada no dia 25/05/04, discute a
questão da “Justiça pelas próprias mãos” e revela que,
dos crimes praticados em Pernambuco, em 2004, mais de
cinquenta por cento foram motivados por questões
banais e por vingança pessoal.


O mesmo acontecendo no balanço sobre “A violência e
os Jovens”, publicado no mesmo jornal, em 25 e 26/07/11:
o balanço levanta o problema da falência do sistema
criminal do estado de Pernambuco e do país, pela
morosidade e inoperância, levando à descrença da
população sobre ela e aumentando a quantidade de
ações que visam à justiça pelas próprias mãos, através da
vingança pessoal.
 Martins

e Telarolli, (2004, p. 81) discutem, por
sua vez, as razões pelas quais os jovens não
permanecem ou optam pela criminalidade
em uma sociedade movida pela cultura e
indústria do medo, como a brasileira atual.
 Para elas, na medida em que os jovens
envolvidos ou potencialmente sujeitos a ações
de risco vão tendo oportunidades de repensar
e, concomitantemente, de ingressar em outros
espaços
culturais
de
sociabilidade,
o
sentimento de pertencer a uma rede de
violência, ou a grupos e gangues onde a
violência seja a regra, tende a perder a
importância.
 REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS
 http://www.scielo.br/pdf/se/v26n3/03.pdf
Acesso em 27/09/2013.
 http://mapadaviolencia.org.br/pdf2012/mapa
2012_cor.pdf Acesso em 27/09/2013.
 http://mapadaviolencia.org.br/pdf2013/mapa
2013_homicidios_juventude.pdf Acesso em
27/09/2013.
 http://www.youtube.com/watch?v=io9mmwt15A Acesso em 27/09/2013.
 http://mapadaviolencia.org.br/pdf2013/Mapa
Violencia2013_armas.pdf Acesso em
27/09/2013

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Cultura Medo Juventude

  • 1. CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO: PRÁTICAS PEDAGÓGIAS DISCIPLINA: MÍDIA CULTURA E IMAGINÁRIO URBANO PROFESSORA: ELIETE Helio Souza José Miranda
  • 2.  MEDOS URBANOS E MÍDIA: O imaginário sobre juventude e violência no Brasil atual.
  • 3.  Este trabalho objetiva discutir a cultura e a indústria do medo no Brasil atual, através da relação entre juventude e violência, e avaliar as consequências dessa correlação por meio das proposições levantadas pela mídia brasileira no imaginário nacional.
  • 4.  VIOLÊNCIA,  Pesquisas POBREZA E JUVENTUDE desenvolvidas em bairros populares de várias capitais brasileiras apontam o crescimento da vulnerabilidade dos jovens e as ameaças à segurança pessoal no cotidiano de suas existências.
  • 5.  Apontam também para o aumento das transgressões entre os jovens habitantes dos bairros populares.  A incerteza quanto ao futuro, a ineficácia ou pouco eficácia das políticas sociais de inclusão, a violência social que os exclui, através de uma cultura do medo que os considera marginais perigosos, a serem evitados e, às vezes, exterminados, banaliza o teor social de incerteza presente nas atitudes dos jovens e para os jovens pobres, aumentando a exclusão e fazendo crescer suas atitudes agressivas e nas relações entorno.
  • 6.  Dados apresentados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) revelam que, no ano de 2007, um pouco mais de 40 mil pessoas foram assassinadas no país. O que equivale a 11% dos homicídios ocorridos no mundo, em uma população que responde apenas a 2,8% da população mundial.
  • 8. Mortes por arma de fogo
  • 9.
  • 10.
  • 11.  INDÚSTRIA E CULTURA DO MEDO  Por indústria do medo se designa os gastos e investimentos em segurança privada.  Os jovens são os que mais sofrem como vítimas ou executores dos investimentos maciços com a indústria do medo no país.  A partir de um levantamento rápido nas notícias sobre homicídios e execuções sumárias, arbitrárias e extrajudiciais no Brasil, entre dezembro de 2001 e novembro de 2007, nota-se que 5.987 crianças e adolescentes morreram na cidade do Rio de Janeiro, por ferimentos à bala (Jornal do Comércio, 02/09/2007).
  • 12.  As execuções sumárias no Brasil e a proliferação de grupos de extermínio são resultados sinistros dos pesados investimentos na política de segurança privada ocorrida no país, durante o período ditatorial, sobretudo no seu período mais soturno na década de 70 do século passado (CALDEIRA, 1991).
  • 13. O medo do outro parece enclausurar os indivíduos, sobretudo de classe média, que têm ampliadas as dificuldades de relacionamento com os outros, considerados possíveis malfeitores, aumentando o sentimento de solidão (ELIAS, 1990, 1993 e SENNET, 1998).
  • 14.  CULTURA  De DO MEDO E JUVENTUDE acordo com uma pesquisa que busca traçar o perfil da juventude brasileira, realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), 63% dos entrevistados nas capitais e regiões metropolitanas brasileiras, com idade entre 15 a 24 anos, demonstraram preocupação com a violência e com a falta de segurança no país (Jornal do Comércio, 02/02/2010).
  • 15. A cultura do medo constrói, assim, uma barreira invisível que separa as pessoas e as isola, fazendo-as temer a tudo e a todos e nunca confiar no outro.  Entre os jovens, esse embaraço ganha contornos mais nítidos, associado que está a um distanciamento maior e cada vez mais alongado do poder de consumo, que vai desde o tempo e a qualidade da educação formal, à questão da inserção no mercado de trabalho precoce e cada vez mais difícil, até a aquisição de objetos de moda.
  • 16.  Várias reportagens na mídia nacional dão destaque a grupos de jovens de classe média alta, envolvidos em espancamentos e lutas corporais, por motivos banais, em todas as capitais dos estados brasileiros.  É importante frisar que a violência juvenil sempre existiu nas classes médias urbanas do país, como os casos marcantes do estupro e morte de Aida Cury, no Rio de Janeiro, e Aracele, em Brasília, com grande visibilidade pela mídia e comoção nacional.
  • 17.  O Jornal do Comércio, na semana de 23 a 29 de maio de 2004, publicou uma série de reportagens sobre a cultura da violência em Pernambuco, intitulada “Anatomia da Violência”. A série, publicada no dia 25/05/04, discute a questão da “Justiça pelas próprias mãos” e revela que, dos crimes praticados em Pernambuco, em 2004, mais de cinquenta por cento foram motivados por questões banais e por vingança pessoal.
  • 18.  O mesmo acontecendo no balanço sobre “A violência e os Jovens”, publicado no mesmo jornal, em 25 e 26/07/11: o balanço levanta o problema da falência do sistema criminal do estado de Pernambuco e do país, pela morosidade e inoperância, levando à descrença da população sobre ela e aumentando a quantidade de ações que visam à justiça pelas próprias mãos, através da vingança pessoal.
  • 19.  Martins e Telarolli, (2004, p. 81) discutem, por sua vez, as razões pelas quais os jovens não permanecem ou optam pela criminalidade em uma sociedade movida pela cultura e indústria do medo, como a brasileira atual.  Para elas, na medida em que os jovens envolvidos ou potencialmente sujeitos a ações de risco vão tendo oportunidades de repensar e, concomitantemente, de ingressar em outros espaços culturais de sociabilidade, o sentimento de pertencer a uma rede de violência, ou a grupos e gangues onde a violência seja a regra, tende a perder a importância.
  • 20.  REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS  http://www.scielo.br/pdf/se/v26n3/03.pdf Acesso em 27/09/2013.  http://mapadaviolencia.org.br/pdf2012/mapa 2012_cor.pdf Acesso em 27/09/2013.  http://mapadaviolencia.org.br/pdf2013/mapa 2013_homicidios_juventude.pdf Acesso em 27/09/2013.  http://www.youtube.com/watch?v=io9mmwt15A Acesso em 27/09/2013.  http://mapadaviolencia.org.br/pdf2013/Mapa Violencia2013_armas.pdf Acesso em 27/09/2013