SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 2
Baixar para ler offline
Djalma Maranhão e a Educação popular

         Alguns acontecimentos mundiais do pós-guerra repercutiram no Brasil e também
em Natal, como a revolução cubana, primeiro enfrentamento ao imperialismo
americano. O acordo de cooperação Brasil - Estados Unidos, que resultou na
transferência em massa de recursos econômicos ao estado, visavam entre outras coisas,
reforçar o domínio imperialista, atuando para diminuir o impacto que a revolução
cubana causava entre as camadas populares.

         Foi dentro desse contexto que o populismo, surgido sob o comando de Vargas se
desenvolveu e dentro dele, as experiências em educação popular. Na visão das elites, o
populismo tinha de acomodar as diversas aspirações populares, mantendo-as sob
controle do poder dominante. Diante disso, eram permitidas e até financiadas pelo
Governo Federal as várias experiências educacionais do período. Entre elas podemos
citar:

         a) O MCP - Movimento de Cultura Popular (1960), idealizado pelo então
            prefeito de Recife, Miguel Arraes. As atividades do MCP eram bastante
            diversificadas resultando daí a criação das “Praças de Cultura”’ para
            concentrar essas atividades. Nesse período, Arraes já era governador de
            Pernambuco;
         b) O MEB – Movimento de Educação de Base, sob a orientação da Igreja
            Católica (CNBB), em 1960. Com o golpe militar, a Igreja acabou isentada da
            culpa pela “subversão”, tendo apenas os líderes populares sofrido as
            retaliações;
         c) O CPC – Centro de Cultura Popular (1964), criado pela União Nacional dos
            Estudantes, UNE;
         d) Campanha De Pé no Chão Também se Aprende a Ler, sob a orientação do
            prefeito de Natal, Djalma Maranhão. Essa campanha foi criada em fevereiro
            de 1961 com a inauguração do primeiro acampamento no bairro das Rocas.
            Os acampamentos foram a solução encontrada pelo prefeito Djalma
            Maranhão para sanar as dificuldades orçamentárias que impediam a
            aplicação de recursos na construção de escolas.

         Todos esse programas foram criados segundo a perspectiva do educador
pernambucano Paulo Freire e visavam politizar as classes populares envolvidas,
possibilitando a passagem da consciência ingênua para a consciência crítica
(CORTEZ, 2005, p.49).

       Com o golpe militar de 1964 todas essas atividades de educação popular
chegaram ao fim sendo os seus idealizadores presos e cassados.

       Segundo a professora Margarida Cortez (2005), as idéias de democracia,
diálogo, mudança social e do professor como crítico da realidade, presentes na obra de
Paulo Freire foram incorporadas à campanha De Pé no Chão, por meio de palestras
feitas por Freire e de cursos organizados pela Secretaria de Educação de Natal, com a
participação da equipe pedagógica da campanha. Quando da realização da experiência
de alfabetização de adultos na cidade de Angicos-RN, toda a equipe pedagógica se
deslocou àquela cidade para acompanhar a experiência. Aqui chegando, o Centro de
Formação, com o auxílio de estudantes universitários ligados ao CPC da UNE, fez o
mapeamento das palavras que seriam utilizadas em Natal. Ainda segundo Cortez, a
Campanha De Pé no Chão tinha uma proximidade muito grande com o pessoal do MCP
de Pernambuco, também, influenciada por Paulo Freire que residia em Recife.

       A equipe pedagógica da campanha realizava cursos de formação em Natal e
posteriormente, através de convênios com prefeituras do interior visando a
interiorização do programa de erradicação do analfabetismo, meta principal do prefeito
Djalma Maranhão.

       Com a criação da Diretoria de Documentação e Cultura ficou caracterizada cada
vez mais essa preocupação com a educação e a cultura. Na visão de Cortez (2005), a
criação das Praças de Cultura foi a iniciativa mais importante da DCC. As praças, que
começaram a funcionar em 1961, eram constituídas de parque infantil, biblioteca, jornal
mural, campo esportivo, teatro de arena usado para discussões e debates de interesse da
comunidade. Atuavam como elemento complementar à orientação pedagógica da
campanha.



       REFERÊNCIA:

       CORTEZ, Margarida de Jesus. Memórias de Campanha. De Pé no Chão
Também se aprende a Ler. Natal: EDUFRN, 2005.

Mais conteúdo relacionado

Destaque (13)

PM stuzubi Duesseldorf 2010.pdf
PM stuzubi Duesseldorf 2010.pdfPM stuzubi Duesseldorf 2010.pdf
PM stuzubi Duesseldorf 2010.pdf
 
Catequese 3 fradelos
Catequese 3 fradelosCatequese 3 fradelos
Catequese 3 fradelos
 
Strömungswächter
StrömungswächterStrömungswächter
Strömungswächter
 
Diariooficial iii
Diariooficial iiiDiariooficial iii
Diariooficial iii
 
AJAY KUMAR MANUKONDA
AJAY KUMAR MANUKONDAAJAY KUMAR MANUKONDA
AJAY KUMAR MANUKONDA
 
Word 2010 guía-alineación
Word 2010 guía-alineaciónWord 2010 guía-alineación
Word 2010 guía-alineación
 
03-76-AI-Aufklärungsaktion-zum-Mindesthaltbarkeitsdatum.pdf
03-76-AI-Aufklärungsaktion-zum-Mindesthaltbarkeitsdatum.pdf03-76-AI-Aufklärungsaktion-zum-Mindesthaltbarkeitsdatum.pdf
03-76-AI-Aufklärungsaktion-zum-Mindesthaltbarkeitsdatum.pdf
 
Convite semana do livro familia_moreiraleite
Convite semana do livro familia_moreiraleiteConvite semana do livro familia_moreiraleite
Convite semana do livro familia_moreiraleite
 
Diariooficial2
Diariooficial2Diariooficial2
Diariooficial2
 
Progresjon i agility-treningen
Progresjon i agility-treningenProgresjon i agility-treningen
Progresjon i agility-treningen
 
Baner
BanerBaner
Baner
 
Ind. 2210
Ind. 2210Ind. 2210
Ind. 2210
 
chinese wikimedia
chinese wikimediachinese wikimedia
chinese wikimedia
 

Semelhante a Alguns acontecimentos mundiais do pós

Cristiane costabrasil
Cristiane costabrasilCristiane costabrasil
Cristiane costabrasilIus 95
 
Porcaro historiaejanobrasil
Porcaro historiaejanobrasilPorcaro historiaejanobrasil
Porcaro historiaejanobrasilbiancacavalcante
 
AS NARRATIVAS COMO RECURSO PEDAGÓGICO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES E PROFESSORA...
AS NARRATIVAS COMO RECURSO PEDAGÓGICO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES E PROFESSORA...AS NARRATIVAS COMO RECURSO PEDAGÓGICO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES E PROFESSORA...
AS NARRATIVAS COMO RECURSO PEDAGÓGICO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES E PROFESSORA...MarceloWiltonVieiraL
 
Eixo3 sheila duarte_completo.doc.
Eixo3 sheila duarte_completo.doc.Eixo3 sheila duarte_completo.doc.
Eixo3 sheila duarte_completo.doc.Josiane Jäger
 
A INFLUÊNCIA DE PAULO FREIRE NO PROCESSO DE [Salvo automaticamente].pptx
A INFLUÊNCIA DE PAULO FREIRE NO PROCESSO DE [Salvo automaticamente].pptxA INFLUÊNCIA DE PAULO FREIRE NO PROCESSO DE [Salvo automaticamente].pptx
A INFLUÊNCIA DE PAULO FREIRE NO PROCESSO DE [Salvo automaticamente].pptxAndreLuisDosSantosPe
 
EDUCAÇÃO BRASILEIRA - Geografia
EDUCAÇÃO BRASILEIRA - GeografiaEDUCAÇÃO BRASILEIRA - Geografia
EDUCAÇÃO BRASILEIRA - GeografiaLeila Santana
 
Fundamentos teóricos e metodológicos da educação de jovens
Fundamentos teóricos e metodológicos da educação de jovensFundamentos teóricos e metodológicos da educação de jovens
Fundamentos teóricos e metodológicos da educação de jovensGizelia Reboucas
 
Didática Projeto Diversidade
Didática Projeto DiversidadeDidática Projeto Diversidade
Didática Projeto Diversidadejuliana_rebelo
 
O PIÁ e a história - Val Lima
O PIÁ e a história - Val LimaO PIÁ e a história - Val Lima
O PIÁ e a história - Val Limapiaprograma
 
O piá e a história
O piá e a históriaO piá e a história
O piá e a históriapiaprograma
 
Fp -fundamentos_da_educacao_de_jovens_e_adultos_i
Fp  -fundamentos_da_educacao_de_jovens_e_adultos_iFp  -fundamentos_da_educacao_de_jovens_e_adultos_i
Fp -fundamentos_da_educacao_de_jovens_e_adultos_i4444444444ada
 
APONTAMENTOS SOBRE A HISTÓRIA DOS GRUPOS ESCOLARES NO BRASIL E NA PARAÍBA
APONTAMENTOS SOBRE A HISTÓRIA DOS GRUPOS ESCOLARES NO BRASIL E NA PARAÍBAAPONTAMENTOS SOBRE A HISTÓRIA DOS GRUPOS ESCOLARES NO BRASIL E NA PARAÍBA
APONTAMENTOS SOBRE A HISTÓRIA DOS GRUPOS ESCOLARES NO BRASIL E NA PARAÍBAKivya Damasceno
 
Slide_de_Socialização_de_Estágio - Estágio III - Nilson.pptx
Slide_de_Socialização_de_Estágio - Estágio III - Nilson.pptxSlide_de_Socialização_de_Estágio - Estágio III - Nilson.pptx
Slide_de_Socialização_de_Estágio - Estágio III - Nilson.pptxMonalisaNavarro
 
Texto osmar fávero materiais didáticos dia 06 de setembro
Texto osmar fávero materiais didáticos   dia 06 de setembroTexto osmar fávero materiais didáticos   dia 06 de setembro
Texto osmar fávero materiais didáticos dia 06 de setembroProfesonline
 
Gestao de educacao_infantil_3
Gestao de educacao_infantil_3Gestao de educacao_infantil_3
Gestao de educacao_infantil_3Liberty Ensino
 
Ii encontro de estudos e pesquisas em questão agrária e educação no campo no ...
Ii encontro de estudos e pesquisas em questão agrária e educação no campo no ...Ii encontro de estudos e pesquisas em questão agrária e educação no campo no ...
Ii encontro de estudos e pesquisas em questão agrária e educação no campo no ...Tatiana Carvalho
 

Semelhante a Alguns acontecimentos mundiais do pós (20)

Cristiane costabrasil
Cristiane costabrasilCristiane costabrasil
Cristiane costabrasil
 
Revista selvaplopes
Revista selvaplopesRevista selvaplopes
Revista selvaplopes
 
Porcaro historiaejanobrasil
Porcaro historiaejanobrasilPorcaro historiaejanobrasil
Porcaro historiaejanobrasil
 
APRESENTAÇÃO EJA PRONTO.pdf
APRESENTAÇÃO EJA PRONTO.pdfAPRESENTAÇÃO EJA PRONTO.pdf
APRESENTAÇÃO EJA PRONTO.pdf
 
AS NARRATIVAS COMO RECURSO PEDAGÓGICO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES E PROFESSORA...
AS NARRATIVAS COMO RECURSO PEDAGÓGICO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES E PROFESSORA...AS NARRATIVAS COMO RECURSO PEDAGÓGICO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES E PROFESSORA...
AS NARRATIVAS COMO RECURSO PEDAGÓGICO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES E PROFESSORA...
 
Eixo3 sheila duarte_completo.doc.
Eixo3 sheila duarte_completo.doc.Eixo3 sheila duarte_completo.doc.
Eixo3 sheila duarte_completo.doc.
 
A INFLUÊNCIA DE PAULO FREIRE NO PROCESSO DE [Salvo automaticamente].pptx
A INFLUÊNCIA DE PAULO FREIRE NO PROCESSO DE [Salvo automaticamente].pptxA INFLUÊNCIA DE PAULO FREIRE NO PROCESSO DE [Salvo automaticamente].pptx
A INFLUÊNCIA DE PAULO FREIRE NO PROCESSO DE [Salvo automaticamente].pptx
 
EDUCAÇÃO BRASILEIRA - Geografia
EDUCAÇÃO BRASILEIRA - GeografiaEDUCAÇÃO BRASILEIRA - Geografia
EDUCAÇÃO BRASILEIRA - Geografia
 
Fundamentos teóricos e metodológicos da educação de jovens
Fundamentos teóricos e metodológicos da educação de jovensFundamentos teóricos e metodológicos da educação de jovens
Fundamentos teóricos e metodológicos da educação de jovens
 
Eja
EjaEja
Eja
 
Exemplo de um tcc
Exemplo de um tccExemplo de um tcc
Exemplo de um tcc
 
Didática Projeto Diversidade
Didática Projeto DiversidadeDidática Projeto Diversidade
Didática Projeto Diversidade
 
O PIÁ e a história - Val Lima
O PIÁ e a história - Val LimaO PIÁ e a história - Val Lima
O PIÁ e a história - Val Lima
 
O piá e a história
O piá e a históriaO piá e a história
O piá e a história
 
Fp -fundamentos_da_educacao_de_jovens_e_adultos_i
Fp  -fundamentos_da_educacao_de_jovens_e_adultos_iFp  -fundamentos_da_educacao_de_jovens_e_adultos_i
Fp -fundamentos_da_educacao_de_jovens_e_adultos_i
 
APONTAMENTOS SOBRE A HISTÓRIA DOS GRUPOS ESCOLARES NO BRASIL E NA PARAÍBA
APONTAMENTOS SOBRE A HISTÓRIA DOS GRUPOS ESCOLARES NO BRASIL E NA PARAÍBAAPONTAMENTOS SOBRE A HISTÓRIA DOS GRUPOS ESCOLARES NO BRASIL E NA PARAÍBA
APONTAMENTOS SOBRE A HISTÓRIA DOS GRUPOS ESCOLARES NO BRASIL E NA PARAÍBA
 
Slide_de_Socialização_de_Estágio - Estágio III - Nilson.pptx
Slide_de_Socialização_de_Estágio - Estágio III - Nilson.pptxSlide_de_Socialização_de_Estágio - Estágio III - Nilson.pptx
Slide_de_Socialização_de_Estágio - Estágio III - Nilson.pptx
 
Texto osmar fávero materiais didáticos dia 06 de setembro
Texto osmar fávero materiais didáticos   dia 06 de setembroTexto osmar fávero materiais didáticos   dia 06 de setembro
Texto osmar fávero materiais didáticos dia 06 de setembro
 
Gestao de educacao_infantil_3
Gestao de educacao_infantil_3Gestao de educacao_infantil_3
Gestao de educacao_infantil_3
 
Ii encontro de estudos e pesquisas em questão agrária e educação no campo no ...
Ii encontro de estudos e pesquisas em questão agrária e educação no campo no ...Ii encontro de estudos e pesquisas em questão agrária e educação no campo no ...
Ii encontro de estudos e pesquisas em questão agrária e educação no campo no ...
 

Último

Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividadeMary Alvarenga
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalJacqueline Cerqueira
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesMary Alvarenga
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasCassio Meira Jr.
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxD9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxRonys4
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManuais Formação
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduraAdryan Luiz
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavrasMary Alvarenga
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfManuais Formação
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Mary Alvarenga
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMVanessaCavalcante37
 
1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.
1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.
1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.MrPitobaldo
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBAline Santana
 

Último (20)

Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
 
Em tempo de Quaresma .
Em tempo de Quaresma                            .Em tempo de Quaresma                            .
Em tempo de Quaresma .
 
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxD9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
 
Bullying, sai pra lá
Bullying,  sai pra láBullying,  sai pra lá
Bullying, sai pra lá
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditadura
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavras
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
 
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
 
1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.
1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.
1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
 

Alguns acontecimentos mundiais do pós

  • 1. Djalma Maranhão e a Educação popular Alguns acontecimentos mundiais do pós-guerra repercutiram no Brasil e também em Natal, como a revolução cubana, primeiro enfrentamento ao imperialismo americano. O acordo de cooperação Brasil - Estados Unidos, que resultou na transferência em massa de recursos econômicos ao estado, visavam entre outras coisas, reforçar o domínio imperialista, atuando para diminuir o impacto que a revolução cubana causava entre as camadas populares. Foi dentro desse contexto que o populismo, surgido sob o comando de Vargas se desenvolveu e dentro dele, as experiências em educação popular. Na visão das elites, o populismo tinha de acomodar as diversas aspirações populares, mantendo-as sob controle do poder dominante. Diante disso, eram permitidas e até financiadas pelo Governo Federal as várias experiências educacionais do período. Entre elas podemos citar: a) O MCP - Movimento de Cultura Popular (1960), idealizado pelo então prefeito de Recife, Miguel Arraes. As atividades do MCP eram bastante diversificadas resultando daí a criação das “Praças de Cultura”’ para concentrar essas atividades. Nesse período, Arraes já era governador de Pernambuco; b) O MEB – Movimento de Educação de Base, sob a orientação da Igreja Católica (CNBB), em 1960. Com o golpe militar, a Igreja acabou isentada da culpa pela “subversão”, tendo apenas os líderes populares sofrido as retaliações; c) O CPC – Centro de Cultura Popular (1964), criado pela União Nacional dos Estudantes, UNE; d) Campanha De Pé no Chão Também se Aprende a Ler, sob a orientação do prefeito de Natal, Djalma Maranhão. Essa campanha foi criada em fevereiro de 1961 com a inauguração do primeiro acampamento no bairro das Rocas. Os acampamentos foram a solução encontrada pelo prefeito Djalma Maranhão para sanar as dificuldades orçamentárias que impediam a aplicação de recursos na construção de escolas. Todos esse programas foram criados segundo a perspectiva do educador pernambucano Paulo Freire e visavam politizar as classes populares envolvidas,
  • 2. possibilitando a passagem da consciência ingênua para a consciência crítica (CORTEZ, 2005, p.49). Com o golpe militar de 1964 todas essas atividades de educação popular chegaram ao fim sendo os seus idealizadores presos e cassados. Segundo a professora Margarida Cortez (2005), as idéias de democracia, diálogo, mudança social e do professor como crítico da realidade, presentes na obra de Paulo Freire foram incorporadas à campanha De Pé no Chão, por meio de palestras feitas por Freire e de cursos organizados pela Secretaria de Educação de Natal, com a participação da equipe pedagógica da campanha. Quando da realização da experiência de alfabetização de adultos na cidade de Angicos-RN, toda a equipe pedagógica se deslocou àquela cidade para acompanhar a experiência. Aqui chegando, o Centro de Formação, com o auxílio de estudantes universitários ligados ao CPC da UNE, fez o mapeamento das palavras que seriam utilizadas em Natal. Ainda segundo Cortez, a Campanha De Pé no Chão tinha uma proximidade muito grande com o pessoal do MCP de Pernambuco, também, influenciada por Paulo Freire que residia em Recife. A equipe pedagógica da campanha realizava cursos de formação em Natal e posteriormente, através de convênios com prefeituras do interior visando a interiorização do programa de erradicação do analfabetismo, meta principal do prefeito Djalma Maranhão. Com a criação da Diretoria de Documentação e Cultura ficou caracterizada cada vez mais essa preocupação com a educação e a cultura. Na visão de Cortez (2005), a criação das Praças de Cultura foi a iniciativa mais importante da DCC. As praças, que começaram a funcionar em 1961, eram constituídas de parque infantil, biblioteca, jornal mural, campo esportivo, teatro de arena usado para discussões e debates de interesse da comunidade. Atuavam como elemento complementar à orientação pedagógica da campanha. REFERÊNCIA: CORTEZ, Margarida de Jesus. Memórias de Campanha. De Pé no Chão Também se aprende a Ler. Natal: EDUFRN, 2005.