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Tendências Artísticas do Pós-
Segunda Guerra nos EUA e Europa.
Primeiros rastros da Arte
Contemporânea.
Professor: Ed de Souza,
2012.
De Paris a Nova York
• Com a destruição dos países europeus na Segunda Guerra e
a afirmação do poder bélico e econômico dos Estados
Unidos perante o restante do mundo, a “capital cultural do
mundo”, a cidade de Paris, na França, deixa seu posto
ocupado desde o final do século XVIII. Paris foi o berço do
Neoclassicismo e o local onde a Arte Moderna mais se
desenvolveu.
• A partir de meados da década de 1940, Nova York passa a
ocupar o papel que antes fora de Paris e, por
conseguinte, as principais tendências da artísticas
começam a florescer ali. Nova York, portanto, começa a
ditar os rumos da arte que atualmente chamamos de
contemporânea.
Neoclassicismo – A Academia Francesa de Belas Artes era o
principal centro de formação de artistas e produção de arte no
século XIX.
David, Jacques Louis. O Rapto das Sabinas.
Ost, 1799.
O Cubismo – considerado por alguns críticos como um apogeu da arte
moderna, foi esboçado por um grupo de artistas de diversas nacionalidades
que viviam em Paris no início do século XX, liderados por Pablo Picasso e
Georges Braque.
Pablo Picasso. La Demoselles
d’Avignon”. Ost, 1907.
Esta é considerada a obra
inaugural do Cubismo.
Estados Unidos X União Soviética
Capitalismo X Socialismo
Abstracionismo X Realismo
Duas tendências
• Enquanto os Estados Unidos adotavam o
Abstracionismo enquanto critério de
qualidade e bandeira; a União Soviética, que
mantinha poder sobre uma segunda parcela
do Ocidente se agarrava ao chamado
“Realismo Socialista”, que, pretensamente,
sustentava o heroísmo e a verdade da nação
socialista.
É importante lembrar que a questão da abstração na arte surge na Rússia, que
formava a União Soviética, com os movimentos Construtivista e o Suprematismo, nas
duas primeiras décadas do século XX. Os artistas que fizeram parte destes movimentos
e suas obras passaram a ser vistas como subversivas no pós-Segunda Guerra.
Kasimir Malevich. Quadrado Negro
sobre fundo branco. Ost. 1913-
1915.
Esta obra do Suprematismo Russo é
considerada um ápice na criação
abstrata em arte no início do século
XX.
O Realismo Socialista
durou, aproximadamente, da década
de 1930 a 1960 e dominava todos os
campos da criação, desde a
Literatura até a criação de produto e
todas as demais artes. Era uma
imposição do sistema comunista
ortodoxo stalinista.
Os cartazes relacionados aos temas
socialistas são muito comuns.
Neles, a figura
humana, geralmente, é
central, mostrando diversas facetas
da “força do homem comunista”.
Os Estados Unidos: um investimento
no Abstracionismo.
• Em contraponto ao Realismo soviético, os EUA se auto-afirmam
como criadores de “um novo tipo de arte” expressa,
principalmente, no abstracionismo dos chamados Expressionistas
Abstratos.
• Não se trata de um movimento, pois os artistas não tinham
objetivos parecidos, muito menos se reuniram em busca dos
mesmos ideais na arte. O termo foi proposto pelo crítico H.
Rosenberg, em 1952, quando Nova York já havia se firmado como
centro cultural e já dispunha de uma extensa produção de arte
abstrata nesta cidade.
• A seguir, veremos alguns destes artistas e as diferenças que
marcaram seus trabalhos e acabaram por revolucionar o contexto
artístico de então:
Jackson Pollock (1912-1956),
a action painting.
A action painting, ou “pintura de
ação” foi considerada revolucionária
pois o pintor retirava, pela primeira
vez, a pintura do cavalete e a punha
no chão. Caminhando em volta da
tela e despejando tinta sobre
ela, Pollock “registrava o
percurso, ação do pintor que
realizava a obra”.
Ao lado, foto de Pollock realizando uma
de suas telas.
Abaixo, dois exemplos dos resultados desta “pintura de ação”, de Pollock,
feitas entre 1947 e 1950.
Mark Rothko (1903 - 1970)
• O crítico Clement Greenberg define a obra deste
pintor como colorfield painting (pintura do
campo de cor).
• Trata-se de uma obra extremamente simples. Em
suas telas, ele se exprime exclusivamente por
meio da cor em tons indecisos, em superfícies
moventes, às vezes monocromáticas, e às vezes
compostas por partes diversamente coloridas.
Geralmente com grandes dimensões, as pinturas de Rothko tem
sempre uma estreita ligação com o ambiente e assumem um
caráter meditativo, espiritual.
Abaixo, dois exemplos da forma como Rothko trabalha a cor em suas obras.
Observe como há uma pequena variação entre as cores e como são sensíveis
os campos que as separam.
Outros Expressionistas Abstratos
• Adolph Gottlieb (1903 - 1974);
• Willem de Kooning (1904 - 1997);
• Ad Reinhardt (1913 - 1967);
• Isamu Noguchi (1904 - 1988).
Pop Art
• Durante um bom tempo, o mundo da arte foi pensado
como uma esfera autônoma, regida por seus próprios
códigos e fruto de uma criatividade centrada na
individualidade do artista e no seu virtuosismo ao
lidar com os materiais, as técnicas e as especificidades
de sua forma de expressão (pintura, escultura etc).
Contudo, principalmente a partir do século XX,
notamos que essa separação entre a arte e o mundo
veio perdendo força na medida em que movimentos
diversos buscaram quebrar tais limites.
Exemplos: Van Gogh (Pós-Impressionista) e Matisse
(Fauvista), artistas modernos são reconhecidos por sua
criatividade individual, ou seja, por terem criado “obras com
suas marcas”.
Vincent Van Gogh, Campo de Trigo
com corvos. Ost, 1890.
Henri Matisse. Mulher com
Chapéu. Ost, 1905.
Exemplos: Rodin e Klimt (Secessão) são reconhecidos, dentre
outros motivos, pelo virtuosismo em seu uso das técnicas de
escultura e pintura, respectivamente.
Auguste Rodin. Primavera Eterna.
Mármore, 1881.
Gustave Klimt. Retrato de Adele Bloch-
Bauer. Ost, 1907.
Quebra da fronteira: Arte e Vida
• Quando falamos desta quebra, estamos querendo dizer que
os artistas almejavam minimizar a distância entre a cultura
erudita da cultura popular e da cultura de massa.
• Isso dizia respeito a:
• 1) Temas;
• 2) Materiais;
• 3) Fronteiras entre as linguagens artísticas;
• 4) Interação com o espectador e com o espaço, incluindo o
aspecto conceitual da arte, da ideia de “obra aberta”, ou
seja, da necessidade de o espectador dar sentido os que vê.
Cultura erudita
• Erudita é a pessoa que tem uma instrução vasta e variada
advinda, principalmente, do estudo, da leitura e do contato
com uma “cultura elevada” (das classes dominantes).
• Portanto, a cultura erudita é aquela feita por artistas que
primam por uma elaboração formal, pelo estudo e a criação
de objetos culturais para uma cultura elevada. A cultura
erudita, portanto, não pode ser aprendida no cotidiano, está
restrita aos espaços convencionais das artes:
museus, galerias, teatros etc.
• Por esse motivo, a cultura erudita é a mais ensinada na
escola, que é o local onde as pessoas têm contato com a
cultura e a ciência que não pode ser aprendida no cotidiano.
Cultura Popular
• Como o próprio nome sugere, é a cultura do povo (das classes
dominadas).
• Por mais que apresente, algumas vezes, uma elaboração formal
complexa, é aquela que não necessita de um estudo formal para
ser aprendida.
• Apresenta um caráter tradicional (geralmente secular
ou, até, milenar), passa de geração para geração, seus modos de
transmissão são orais (pela fala) e/ou miméticos (pela imitação).
• Portanto, é uma forma de cultura que se aprende no cotidiano, faz
parte da educação de determinada comunidade e todas as pessoas
envolvidas têm conhecimentos parecidos sobre o que estão
produzindo ou fruindo (assistindo).
Exemplos de Cultura Popular: as cantigas de roda, o
folclore, as danças populares, as lutas, comidas típicas.
Cultura de Massa
• Essa forma de cultura surge, segundo alguns teóricos, entre as décadas de
1920 e 1930 e serve, principalmente, ao convencimento das massas
quanto a determinados assuntos políticos e sociais.
• Tanto que Hitler (Nazismo – na Alemanha) e Franco (Fascismo – na
Espanha) estão entre os primeiros a utilizar a imprensa de massa
(jornais, panfletos e cartazes reproduzidos em grandes quantidades) e o
rádio em suas propagandas de regime.
• O cinema também estava entre os instrumentos da cultura de
massa, mas, é com a popularização da televisão que essa forma de cultura
ganha mais força. Atualmente, soma-se a todas as anteriores a internet.
• A cultura de massa também é uma forma que faz parte do nosso
cotidiano, mas, diferente da cultura popular, ela é produzida de cima para
baixo, ou seja, alguém que “conhece mais” produz para o convencimento
e o consumo das pessoas que “conhecem menos”.
• É característico da indústria cultural absorver toda forma de cultura
popular que “dá certo”, que “faz sucesso” e transformá-la em
produto, transformando a base daquela manifestação, “esvaziando-a”.
Links: discursos de Hitler, propagandas
soviéticas, “Crianças de Hitler”
Exemplos contemporâneos de
apropriação da indústria cultural
• A música é um grande exemplo de apropriação da cultura popular com o intuito de
vender, de consumo. No Brasil, são muitas as formas de música popular que têm
sido apropriadas pela cultura de massa e transformadas, com intuito de serem
“mais facilmente digeridas”. Parte-se do princípio que a música da cultura de
massa deve ser simples e fácil, poucos acordes, poucas frases nas
letras, “coreografias” simples e repetitivas, que, com poucas variações, criam
“modas” passageiras, com a máscara de parecerem “novas”. Exemplos:
• A Música caipira virou “Sertanejo Universitário”;
• O Forró também se tornou “Universitário”;
• O Samba se converteu em “Pagode”;
• O Axé nasce de uma série de manifestações musicais advindas, por exemplo, do
Camdomblé;
• As manifestações do Bumba-meu-boi, no norte do país foram “esvaziadas” para se
tornar músicas de bandas como o Calypso, por exemplo.
• Internacionalmente, vemos, nos Estados Unidos, a cultura Hip Hop, que, na sua
base era uma forma de protesto sendo feita apenas com o intuito de
venda, extremamente sexualizada e fazendo apologias à violência e às drogas, por
exemplo.
Retomando...
• Quando Pollock retira a tela dos cavaletes e as desloca para o
chão, ele já estava empreendendo algumas das grandes revoluções
que seriam operadas pela Pop Art e suas sucessoras.
• Ele alterava a relação espacial do pintor no momento da realização
da obra. Costuma-se afirmar que esta ação imprimia um caráter
teatral e coreográfico do pintor com a obra. Era uma quebra entre
as fronteiras das linguagens artísticas. Se imprime no campo
bidimensional (pintura) uma relação tridimensional (escultura).
• Greenberg, crítico que nomeou os expressionistas
abstratos, afirma que, a partir daí, começa a se diluir a ideia de
pureza reinante até a arte moderna e as artes começam a se
misturar.
Bidimensional X Tridimensional
• A arte moderna se caracterizou pela pureza. Ou seja,
um pintor era considerado excepcional quando
realizava algo novo no campo bidimensional, não a
reprodução da terceira dimensão como fora do
Renascimento ao século XIX, mas em termos dos
próprios elementos formais da pintura (cor, volume,
plano etc).
• Por outro lado, um escultor excepcional era aquele que
sabia lidar com os elementos tridimensionais (relações
com os materiais, por exemplo).
• Não havia relação entre as duas linguagens.
Os Impressionistas realizaram algo novo na pintura quando substituíram a
ideia das sombras em claro-escuro, pela representação das formas e cores
como “o olho vê”, pela impressão rápida das coisas representadas.
Claude Monet. Boulevard des
Capucines. Ost, 1873.
Degas e Rodin realizaram algo novo em escultura quando deixavam as figuras
presentes “emergirem dos materiais”, ou seja, o material ficava intocado em
algumas partes ou a escultura “ficava inacabada”.
Auguste Rodin. Jovem mãe.
Gesso, 1885
Edgar Degas. Toilette. Bronze.
Diferenciando...
• Pintura: arte que se desenvolve na superfície
bidimensional, ou seja, em duas dimensões (altura e
largura), como a pintura, a gravura, a fotografia, a colagem
etc.
• Escultura: é a arte da construção de objetos
tridimensionais (altura, largura e profundidade) e tem suas
principais variações nos materiais utilizados (sendo os mais
tradicionais: pedras, metais, gesso, madeira, argila etc).
• Obs: a Arquitetura também é uma arte tridimensional, no
entanto, a ela se acresce o fato de ser realizada com o
intuito de ser um espaço ocupado pelas pessoas.
Exemplo: as instalações:
Espaços planejados para que os espectadores interajam com suas propostas (às vezes
dentro delas). É posterior à Pop Art, mas mostra esse caráter arquitetural de alguns
trabalhos tridimensionais, no limite entre a escultura e a arquitetura.
Henrique Oliveira. A origem do terceiro mundo.
Bienal de São Paulo de 2010.
Na instalação, feita com madeira, as pessoas
andam pelo interior que copia a parte interna do
corpo humano.
A Pop Art e a quebra de fronteiras.
• Por sua elaboração formal e por ter nascido em
contextos de aprendizagem formais da arte, a Pop Art
faz parte da cultura erudita.
• Contudo, sua principal inovação foi se apropriar de
símbolos e produtos da cultura de massa e, em alguns
casos, da cultura popular, para realizar seus processos
e produtos.
• Portanto, as primeiras quebras aqui realizadas estão
nos temas (que são do cotidiano capitalista do pós-
guerra) e nos materiais utilizados.
Independent Group
• Foi um grupo de artistas ingleses, fundado em 1952, no Instituto
da Arte Contemporânea, em Londres.
• Utilizavam os novos meios de produção gráfica que culminavam
durante as décadas de 1950 e 60, com o objetivo de produzir arte
que atingisse as grandes massas.
• Esse grupo teve forte ligação com a Pop Art, tendo como seu maior
expoente Lawrence Alloway, líder do grupo e criador do termo Pop
art.
• O Independent Group se dissolveu em 1956, depois de organizar a
exibição "This Is Tomorrow" em Londres, ocasião para a qual
Richard Hamilton criou a colagem “O que torna os lares de hoje tão
diferentes, tão atraentes?”.
“O que torna os lares de hoje tão diferentes, tão
atraentes?” – Richard Hamilton, 1956.
Neste trabalho, Hamilton se
apropria de uma série de imagens
da cultura de massa da
época, utiliza uma temática
completamente cotidiana e uma
técnica que, apesar de existir desde
o Dadaísmo, a colagem, ainda havia
sido pouco explorada por artistas
eruditos. Sem contar os
materiais, próprios do cotidiano da
época.
Pioneiros da Pop Art nos EUA.
• Os trabalhos de Jasper Johns ("Bandeira sobre
Branco" com colagem) e Robert
Rauschenberg (colagens, combinações com
garrafas de coca-colas e quadros como
"Cama") tiveram bastante influência sobre os
artistas pop. Rauschenberg fora um artista
que iniciou seus trabalhos como
expressionista abstrato e se aproximou desta
nova tendência, a Pop Art.
Jasper Johns e sua série de bandeiras dos EUA: de 1955 a 1969, o artista
realizou diversas obras (pinturas e esculturas) tendo por base a bandeira do
país. Resolveu adotar esse símbolo nacional como tema, como objeto de
consumo.
Rauschenberg: no limiar
entre a pintura e a
escultura – as combine
paintings.
Em 1955, o artista cria a obra Cama (ao lado), a
primeira de uma série de trabalhos dele que
combinam pintura e escultura. Não se sabe mais até
que ponto é um ou outra, se dissolvem as fronteiras
entre essas duas artes. A partir daí, o artista realiza
diversos trabalhos com esta característica e abre
caminho para diluições futuras muito mais radicais.
As combine paintigs, termo criado pelo próprio
artista, tem exatamente este caráter híbrido de pintura
com escultura.
Monograma, 1955-1959.
Canion, 195
9.
Breve seleção de artistas Pop.
• A partir da década de 1960, a Pop Art se firma
como principal tendência artística dos EUA e
se espalha por outros países.
• Dentre os muitos, destacamos 4 artistas que,
dentro dos processos de apropriação da
cultura de massa, produziram obras
diferenciadas:
• Tom Wesselmann, Andy Warhol, Claes
Oldenburg e Roy Lichtenstein.
Tom Wesselmann:
Talvez o que mais se aproxime da obra de Hamilton, ficou notabilizado por
suas naturezas-mortas feitas com produtos comerciais.
Still Life, 1963.
Andy Warhol
• É considerado um dos principais expoentes da
arte pop americana (e talvez o artista símbolo
dela).
• Suas obras se particularizam pelo uso original da
cor brilhante, de materiais industriais e pelo
exagero do efeito de simultaneidade.
• A multiplicação das imagens enfatiza a ideia de
anonimato e também o efeito decorativo. A
imagem destacada e reproduzida
mecanicamente, com o auxílio do
silkscreen, afasta qualquer vestígio do gesto do
artista.
Uso original da cor brilhante:
Warhol inventa a técnica de utilização de cores saturadas (puras) na
composição de retratos, a qual é realizada por artistas até os dias de hoje.
Che Guevara, 1962. Posters. Marilyn Monroe, 1962. Posters.
Materiais industriais:
o artista abusa de materiais como o MDF (tipo sintético de
madeira), como no caso das Caixas de Sabão Brillo, de 1964
Exagero no efeito de simultaneidade, repetição:
Como no caso dos retratos de Marilyn, de Che e das caixas de sabão, em
muitas de suas obras, Warhol expõe várias versões, idênticas ou
diferenciadas, uma ao lado da outra.
32 latas de Sopas Campbell, 1961-62.
Roy Lichtenstein:
O artista se notabilizou
por utilizar a linguagem
dos HQ (histórias em
quadrinhos) para
discutir uma série de
questões relacionadas à
cultura de massa da
época.
Suas pinturas são
feitas, geralmente, em
grandes dimensões e
transferem os efeitos
pontilhados deste tipo
de história, tornando-as
bastante impactantes.
Whamm!, 1963.
Claes Oldenburg
• É um escultor. Seu principal tema é a comida:
americana, industrializada e padronizada: os hamburgers, os hot-
dogs, os sorvetes que são diariamente introduzidos em quantidades
industriais, como combustível nos fornos, nos tubos digestivos de
milhões de americanos.
• Os modelos não são sequer essas comidas, mas sua publicidade em
cores, ou seja, as fotografias e desenhos feitos destes produtos
para a indústria de massa.
• Todas as esculturas têm grandes dimensões e são coloridas.
Geralmente, se utiliza de materiais moles, de estofados, suas
esculturas se assemelham a pufs e parecem estar sempre se
desfazendo.
Duplo Hamburguer, 1962:
a primeira obra que reúne as
características postas acima
que seriam notabilizadas como
estilo do artista.
Ao lado, uma ideia da
dimensão do
trabalho.
Outras
esculturas de
Oldenburg.

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Tendências Artísticas Pós-Guerra EUA e Europa

  • 1. Tendências Artísticas do Pós- Segunda Guerra nos EUA e Europa. Primeiros rastros da Arte Contemporânea. Professor: Ed de Souza, 2012.
  • 2. De Paris a Nova York • Com a destruição dos países europeus na Segunda Guerra e a afirmação do poder bélico e econômico dos Estados Unidos perante o restante do mundo, a “capital cultural do mundo”, a cidade de Paris, na França, deixa seu posto ocupado desde o final do século XVIII. Paris foi o berço do Neoclassicismo e o local onde a Arte Moderna mais se desenvolveu. • A partir de meados da década de 1940, Nova York passa a ocupar o papel que antes fora de Paris e, por conseguinte, as principais tendências da artísticas começam a florescer ali. Nova York, portanto, começa a ditar os rumos da arte que atualmente chamamos de contemporânea.
  • 3. Neoclassicismo – A Academia Francesa de Belas Artes era o principal centro de formação de artistas e produção de arte no século XIX. David, Jacques Louis. O Rapto das Sabinas. Ost, 1799.
  • 4. O Cubismo – considerado por alguns críticos como um apogeu da arte moderna, foi esboçado por um grupo de artistas de diversas nacionalidades que viviam em Paris no início do século XX, liderados por Pablo Picasso e Georges Braque. Pablo Picasso. La Demoselles d’Avignon”. Ost, 1907. Esta é considerada a obra inaugural do Cubismo.
  • 5. Estados Unidos X União Soviética Capitalismo X Socialismo Abstracionismo X Realismo
  • 6. Duas tendências • Enquanto os Estados Unidos adotavam o Abstracionismo enquanto critério de qualidade e bandeira; a União Soviética, que mantinha poder sobre uma segunda parcela do Ocidente se agarrava ao chamado “Realismo Socialista”, que, pretensamente, sustentava o heroísmo e a verdade da nação socialista.
  • 7. É importante lembrar que a questão da abstração na arte surge na Rússia, que formava a União Soviética, com os movimentos Construtivista e o Suprematismo, nas duas primeiras décadas do século XX. Os artistas que fizeram parte destes movimentos e suas obras passaram a ser vistas como subversivas no pós-Segunda Guerra. Kasimir Malevich. Quadrado Negro sobre fundo branco. Ost. 1913- 1915. Esta obra do Suprematismo Russo é considerada um ápice na criação abstrata em arte no início do século XX.
  • 8. O Realismo Socialista durou, aproximadamente, da década de 1930 a 1960 e dominava todos os campos da criação, desde a Literatura até a criação de produto e todas as demais artes. Era uma imposição do sistema comunista ortodoxo stalinista. Os cartazes relacionados aos temas socialistas são muito comuns. Neles, a figura humana, geralmente, é central, mostrando diversas facetas da “força do homem comunista”.
  • 9. Os Estados Unidos: um investimento no Abstracionismo. • Em contraponto ao Realismo soviético, os EUA se auto-afirmam como criadores de “um novo tipo de arte” expressa, principalmente, no abstracionismo dos chamados Expressionistas Abstratos. • Não se trata de um movimento, pois os artistas não tinham objetivos parecidos, muito menos se reuniram em busca dos mesmos ideais na arte. O termo foi proposto pelo crítico H. Rosenberg, em 1952, quando Nova York já havia se firmado como centro cultural e já dispunha de uma extensa produção de arte abstrata nesta cidade. • A seguir, veremos alguns destes artistas e as diferenças que marcaram seus trabalhos e acabaram por revolucionar o contexto artístico de então:
  • 10. Jackson Pollock (1912-1956), a action painting. A action painting, ou “pintura de ação” foi considerada revolucionária pois o pintor retirava, pela primeira vez, a pintura do cavalete e a punha no chão. Caminhando em volta da tela e despejando tinta sobre ela, Pollock “registrava o percurso, ação do pintor que realizava a obra”. Ao lado, foto de Pollock realizando uma de suas telas.
  • 11. Abaixo, dois exemplos dos resultados desta “pintura de ação”, de Pollock, feitas entre 1947 e 1950.
  • 12. Mark Rothko (1903 - 1970) • O crítico Clement Greenberg define a obra deste pintor como colorfield painting (pintura do campo de cor). • Trata-se de uma obra extremamente simples. Em suas telas, ele se exprime exclusivamente por meio da cor em tons indecisos, em superfícies moventes, às vezes monocromáticas, e às vezes compostas por partes diversamente coloridas.
  • 13. Geralmente com grandes dimensões, as pinturas de Rothko tem sempre uma estreita ligação com o ambiente e assumem um caráter meditativo, espiritual.
  • 14. Abaixo, dois exemplos da forma como Rothko trabalha a cor em suas obras. Observe como há uma pequena variação entre as cores e como são sensíveis os campos que as separam.
  • 15. Outros Expressionistas Abstratos • Adolph Gottlieb (1903 - 1974); • Willem de Kooning (1904 - 1997); • Ad Reinhardt (1913 - 1967); • Isamu Noguchi (1904 - 1988).
  • 16. Pop Art • Durante um bom tempo, o mundo da arte foi pensado como uma esfera autônoma, regida por seus próprios códigos e fruto de uma criatividade centrada na individualidade do artista e no seu virtuosismo ao lidar com os materiais, as técnicas e as especificidades de sua forma de expressão (pintura, escultura etc). Contudo, principalmente a partir do século XX, notamos que essa separação entre a arte e o mundo veio perdendo força na medida em que movimentos diversos buscaram quebrar tais limites.
  • 17. Exemplos: Van Gogh (Pós-Impressionista) e Matisse (Fauvista), artistas modernos são reconhecidos por sua criatividade individual, ou seja, por terem criado “obras com suas marcas”. Vincent Van Gogh, Campo de Trigo com corvos. Ost, 1890. Henri Matisse. Mulher com Chapéu. Ost, 1905.
  • 18. Exemplos: Rodin e Klimt (Secessão) são reconhecidos, dentre outros motivos, pelo virtuosismo em seu uso das técnicas de escultura e pintura, respectivamente. Auguste Rodin. Primavera Eterna. Mármore, 1881. Gustave Klimt. Retrato de Adele Bloch- Bauer. Ost, 1907.
  • 19. Quebra da fronteira: Arte e Vida • Quando falamos desta quebra, estamos querendo dizer que os artistas almejavam minimizar a distância entre a cultura erudita da cultura popular e da cultura de massa. • Isso dizia respeito a: • 1) Temas; • 2) Materiais; • 3) Fronteiras entre as linguagens artísticas; • 4) Interação com o espectador e com o espaço, incluindo o aspecto conceitual da arte, da ideia de “obra aberta”, ou seja, da necessidade de o espectador dar sentido os que vê.
  • 20. Cultura erudita • Erudita é a pessoa que tem uma instrução vasta e variada advinda, principalmente, do estudo, da leitura e do contato com uma “cultura elevada” (das classes dominantes). • Portanto, a cultura erudita é aquela feita por artistas que primam por uma elaboração formal, pelo estudo e a criação de objetos culturais para uma cultura elevada. A cultura erudita, portanto, não pode ser aprendida no cotidiano, está restrita aos espaços convencionais das artes: museus, galerias, teatros etc. • Por esse motivo, a cultura erudita é a mais ensinada na escola, que é o local onde as pessoas têm contato com a cultura e a ciência que não pode ser aprendida no cotidiano.
  • 21. Cultura Popular • Como o próprio nome sugere, é a cultura do povo (das classes dominadas). • Por mais que apresente, algumas vezes, uma elaboração formal complexa, é aquela que não necessita de um estudo formal para ser aprendida. • Apresenta um caráter tradicional (geralmente secular ou, até, milenar), passa de geração para geração, seus modos de transmissão são orais (pela fala) e/ou miméticos (pela imitação). • Portanto, é uma forma de cultura que se aprende no cotidiano, faz parte da educação de determinada comunidade e todas as pessoas envolvidas têm conhecimentos parecidos sobre o que estão produzindo ou fruindo (assistindo).
  • 22. Exemplos de Cultura Popular: as cantigas de roda, o folclore, as danças populares, as lutas, comidas típicas.
  • 23. Cultura de Massa • Essa forma de cultura surge, segundo alguns teóricos, entre as décadas de 1920 e 1930 e serve, principalmente, ao convencimento das massas quanto a determinados assuntos políticos e sociais. • Tanto que Hitler (Nazismo – na Alemanha) e Franco (Fascismo – na Espanha) estão entre os primeiros a utilizar a imprensa de massa (jornais, panfletos e cartazes reproduzidos em grandes quantidades) e o rádio em suas propagandas de regime. • O cinema também estava entre os instrumentos da cultura de massa, mas, é com a popularização da televisão que essa forma de cultura ganha mais força. Atualmente, soma-se a todas as anteriores a internet. • A cultura de massa também é uma forma que faz parte do nosso cotidiano, mas, diferente da cultura popular, ela é produzida de cima para baixo, ou seja, alguém que “conhece mais” produz para o convencimento e o consumo das pessoas que “conhecem menos”. • É característico da indústria cultural absorver toda forma de cultura popular que “dá certo”, que “faz sucesso” e transformá-la em produto, transformando a base daquela manifestação, “esvaziando-a”. Links: discursos de Hitler, propagandas soviéticas, “Crianças de Hitler”
  • 24. Exemplos contemporâneos de apropriação da indústria cultural • A música é um grande exemplo de apropriação da cultura popular com o intuito de vender, de consumo. No Brasil, são muitas as formas de música popular que têm sido apropriadas pela cultura de massa e transformadas, com intuito de serem “mais facilmente digeridas”. Parte-se do princípio que a música da cultura de massa deve ser simples e fácil, poucos acordes, poucas frases nas letras, “coreografias” simples e repetitivas, que, com poucas variações, criam “modas” passageiras, com a máscara de parecerem “novas”. Exemplos: • A Música caipira virou “Sertanejo Universitário”; • O Forró também se tornou “Universitário”; • O Samba se converteu em “Pagode”; • O Axé nasce de uma série de manifestações musicais advindas, por exemplo, do Camdomblé; • As manifestações do Bumba-meu-boi, no norte do país foram “esvaziadas” para se tornar músicas de bandas como o Calypso, por exemplo. • Internacionalmente, vemos, nos Estados Unidos, a cultura Hip Hop, que, na sua base era uma forma de protesto sendo feita apenas com o intuito de venda, extremamente sexualizada e fazendo apologias à violência e às drogas, por exemplo.
  • 25. Retomando... • Quando Pollock retira a tela dos cavaletes e as desloca para o chão, ele já estava empreendendo algumas das grandes revoluções que seriam operadas pela Pop Art e suas sucessoras. • Ele alterava a relação espacial do pintor no momento da realização da obra. Costuma-se afirmar que esta ação imprimia um caráter teatral e coreográfico do pintor com a obra. Era uma quebra entre as fronteiras das linguagens artísticas. Se imprime no campo bidimensional (pintura) uma relação tridimensional (escultura). • Greenberg, crítico que nomeou os expressionistas abstratos, afirma que, a partir daí, começa a se diluir a ideia de pureza reinante até a arte moderna e as artes começam a se misturar.
  • 26. Bidimensional X Tridimensional • A arte moderna se caracterizou pela pureza. Ou seja, um pintor era considerado excepcional quando realizava algo novo no campo bidimensional, não a reprodução da terceira dimensão como fora do Renascimento ao século XIX, mas em termos dos próprios elementos formais da pintura (cor, volume, plano etc). • Por outro lado, um escultor excepcional era aquele que sabia lidar com os elementos tridimensionais (relações com os materiais, por exemplo). • Não havia relação entre as duas linguagens.
  • 27. Os Impressionistas realizaram algo novo na pintura quando substituíram a ideia das sombras em claro-escuro, pela representação das formas e cores como “o olho vê”, pela impressão rápida das coisas representadas. Claude Monet. Boulevard des Capucines. Ost, 1873.
  • 28. Degas e Rodin realizaram algo novo em escultura quando deixavam as figuras presentes “emergirem dos materiais”, ou seja, o material ficava intocado em algumas partes ou a escultura “ficava inacabada”. Auguste Rodin. Jovem mãe. Gesso, 1885 Edgar Degas. Toilette. Bronze.
  • 29. Diferenciando... • Pintura: arte que se desenvolve na superfície bidimensional, ou seja, em duas dimensões (altura e largura), como a pintura, a gravura, a fotografia, a colagem etc. • Escultura: é a arte da construção de objetos tridimensionais (altura, largura e profundidade) e tem suas principais variações nos materiais utilizados (sendo os mais tradicionais: pedras, metais, gesso, madeira, argila etc). • Obs: a Arquitetura também é uma arte tridimensional, no entanto, a ela se acresce o fato de ser realizada com o intuito de ser um espaço ocupado pelas pessoas.
  • 30. Exemplo: as instalações: Espaços planejados para que os espectadores interajam com suas propostas (às vezes dentro delas). É posterior à Pop Art, mas mostra esse caráter arquitetural de alguns trabalhos tridimensionais, no limite entre a escultura e a arquitetura. Henrique Oliveira. A origem do terceiro mundo. Bienal de São Paulo de 2010. Na instalação, feita com madeira, as pessoas andam pelo interior que copia a parte interna do corpo humano.
  • 31. A Pop Art e a quebra de fronteiras. • Por sua elaboração formal e por ter nascido em contextos de aprendizagem formais da arte, a Pop Art faz parte da cultura erudita. • Contudo, sua principal inovação foi se apropriar de símbolos e produtos da cultura de massa e, em alguns casos, da cultura popular, para realizar seus processos e produtos. • Portanto, as primeiras quebras aqui realizadas estão nos temas (que são do cotidiano capitalista do pós- guerra) e nos materiais utilizados.
  • 32. Independent Group • Foi um grupo de artistas ingleses, fundado em 1952, no Instituto da Arte Contemporânea, em Londres. • Utilizavam os novos meios de produção gráfica que culminavam durante as décadas de 1950 e 60, com o objetivo de produzir arte que atingisse as grandes massas. • Esse grupo teve forte ligação com a Pop Art, tendo como seu maior expoente Lawrence Alloway, líder do grupo e criador do termo Pop art. • O Independent Group se dissolveu em 1956, depois de organizar a exibição "This Is Tomorrow" em Londres, ocasião para a qual Richard Hamilton criou a colagem “O que torna os lares de hoje tão diferentes, tão atraentes?”.
  • 33. “O que torna os lares de hoje tão diferentes, tão atraentes?” – Richard Hamilton, 1956. Neste trabalho, Hamilton se apropria de uma série de imagens da cultura de massa da época, utiliza uma temática completamente cotidiana e uma técnica que, apesar de existir desde o Dadaísmo, a colagem, ainda havia sido pouco explorada por artistas eruditos. Sem contar os materiais, próprios do cotidiano da época.
  • 34. Pioneiros da Pop Art nos EUA. • Os trabalhos de Jasper Johns ("Bandeira sobre Branco" com colagem) e Robert Rauschenberg (colagens, combinações com garrafas de coca-colas e quadros como "Cama") tiveram bastante influência sobre os artistas pop. Rauschenberg fora um artista que iniciou seus trabalhos como expressionista abstrato e se aproximou desta nova tendência, a Pop Art.
  • 35. Jasper Johns e sua série de bandeiras dos EUA: de 1955 a 1969, o artista realizou diversas obras (pinturas e esculturas) tendo por base a bandeira do país. Resolveu adotar esse símbolo nacional como tema, como objeto de consumo.
  • 36. Rauschenberg: no limiar entre a pintura e a escultura – as combine paintings. Em 1955, o artista cria a obra Cama (ao lado), a primeira de uma série de trabalhos dele que combinam pintura e escultura. Não se sabe mais até que ponto é um ou outra, se dissolvem as fronteiras entre essas duas artes. A partir daí, o artista realiza diversos trabalhos com esta característica e abre caminho para diluições futuras muito mais radicais. As combine paintigs, termo criado pelo próprio artista, tem exatamente este caráter híbrido de pintura com escultura.
  • 39. Breve seleção de artistas Pop. • A partir da década de 1960, a Pop Art se firma como principal tendência artística dos EUA e se espalha por outros países. • Dentre os muitos, destacamos 4 artistas que, dentro dos processos de apropriação da cultura de massa, produziram obras diferenciadas: • Tom Wesselmann, Andy Warhol, Claes Oldenburg e Roy Lichtenstein.
  • 40. Tom Wesselmann: Talvez o que mais se aproxime da obra de Hamilton, ficou notabilizado por suas naturezas-mortas feitas com produtos comerciais. Still Life, 1963.
  • 41. Andy Warhol • É considerado um dos principais expoentes da arte pop americana (e talvez o artista símbolo dela). • Suas obras se particularizam pelo uso original da cor brilhante, de materiais industriais e pelo exagero do efeito de simultaneidade. • A multiplicação das imagens enfatiza a ideia de anonimato e também o efeito decorativo. A imagem destacada e reproduzida mecanicamente, com o auxílio do silkscreen, afasta qualquer vestígio do gesto do artista.
  • 42. Uso original da cor brilhante: Warhol inventa a técnica de utilização de cores saturadas (puras) na composição de retratos, a qual é realizada por artistas até os dias de hoje. Che Guevara, 1962. Posters. Marilyn Monroe, 1962. Posters.
  • 43. Materiais industriais: o artista abusa de materiais como o MDF (tipo sintético de madeira), como no caso das Caixas de Sabão Brillo, de 1964
  • 44. Exagero no efeito de simultaneidade, repetição: Como no caso dos retratos de Marilyn, de Che e das caixas de sabão, em muitas de suas obras, Warhol expõe várias versões, idênticas ou diferenciadas, uma ao lado da outra. 32 latas de Sopas Campbell, 1961-62.
  • 45. Roy Lichtenstein: O artista se notabilizou por utilizar a linguagem dos HQ (histórias em quadrinhos) para discutir uma série de questões relacionadas à cultura de massa da época. Suas pinturas são feitas, geralmente, em grandes dimensões e transferem os efeitos pontilhados deste tipo de história, tornando-as bastante impactantes. Whamm!, 1963.
  • 46. Claes Oldenburg • É um escultor. Seu principal tema é a comida: americana, industrializada e padronizada: os hamburgers, os hot- dogs, os sorvetes que são diariamente introduzidos em quantidades industriais, como combustível nos fornos, nos tubos digestivos de milhões de americanos. • Os modelos não são sequer essas comidas, mas sua publicidade em cores, ou seja, as fotografias e desenhos feitos destes produtos para a indústria de massa. • Todas as esculturas têm grandes dimensões e são coloridas. Geralmente, se utiliza de materiais moles, de estofados, suas esculturas se assemelham a pufs e parecem estar sempre se desfazendo.
  • 47. Duplo Hamburguer, 1962: a primeira obra que reúne as características postas acima que seriam notabilizadas como estilo do artista. Ao lado, uma ideia da dimensão do trabalho.