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2011 08-13 - o consílio dos deuses no olimpo
1. O Consílio dos Deuses no Olimpo
Língua Portuguesa
Alexandra Ferreira
9º E
2. Já no meio da crise andavam,
Os carros devagar circulavam,
A política subdesenvolvida reinava.
Velhotes desanimados sentados nos bancos,
Mulheres e homens recém-licenciados
desempregados,
Salários de empregados a serem cortados.
E as eleições consagradas
Até tiveram de ser antecipadas!
3. Quando os deuses no Olimpo luminoso,
Onde permanecia o último governo não corrupto,
Se ajuntaram em consílio glorioso
Sobre as cousas presentes e futuras,
E decidiram a economia portuguesa.
4. De avião os humanos vieram todos acomodados
Atravessando a França,
Todos convocados pelo primeiro que de
cobarde
Já não se livra da fama,
O senhor das Forças Armadas.
5. Deixam o regimento apagado
Porque das duas uma:
Ou são muito brilhantes
Ou são tão rígidos
Que apagam as almas
Da População endividada.
Considerados os senhores da mala
Temidos e respeitados por todos
Igualmente desacreditados
Pelos mais sábios e honestos.
O seu pensamento tem poder
O poder de deixar os cofres vazios,
E pais de família desempregados.
6. Estava o chefe da Troika ali sentado,
No Ministério Público, num assento
Majestoso mas vazio de ouro.
Com gesto alto, severo e soberano
Do rosto inspirava um ar autoritário
Que política tornara característica
Com uã caneta cheia de tinta para assinar
E oficializar, na mente de muitos, a ruína.
7. No grande escritório, estavam todos sentados,
Enquanto o Sir Filósofo regateava o défice
E o empréstimo do seu lugar lá no fundo,
Apesar da eloquência,
A vergonha encolhia o seu ego.
Andava alto há demasiado tempo.
E inevitavelmente acabou por cair.
8. Com o seu tom de voz masculina
Ou feminina, o que vós quiserdes,
Praguejava a oposição.
Sabia que o seu reinado tinha de acabar
Rapidamente, o dele… não do clube em geral.
9. De repente, uma voz se elevou para dizer:
‘’Eternos moradores da sede da bancarrota,
Cada casa pior que a minha
Me degrada a alma:
Como podem não ter o que eu tenho?!
Do estrangeiro não tirais o pensamento,
Pois a emigração é tradição.
Deveis ter-vos apercebido
Que o vosso fado já não canta,
Nem paga assiduamente os impostos.
Pode ser que um dia a guitarra portuguesa
Volte a ser tocada pelas mãos
Tortas e enrugadas do passado.’’
10. Com 10 milhões de habitantes, há mais de 20 anos,
50% privados de tudo
E os outros 50 a manterem o mesmo
Na cadeira do poder.
Das duas uma: ou mudam o poder ou não reclamam.
Os descobrimentos, o alcançado no 25 de Abril…
Tudo desapareceu.
E do topo, eles viam o país a cair a pique
Sem mexerem sequer uma palha.
11. Deixámos para trás o Euro 2004,
A taça e os milhões gastos
Nos estádios pouco ou nada usados.
Os gregos, os irlandeses, que já chegaram ao fundo,
E já receberam o fundo,
Esqueçam-nos!
Agora é a vez de sermos nós a pagar.
12. Num rompante, o senhor das cenouras explodiu
Despejando as suas palavras.
Fez valer a sua opinião,
Enquanto a oposição ganhava confiança.
Bombas eram disparadas por todos os partidos,
Críticas… (ai que se fosse comigo eu corava!)
Insinuações jorravam como água
Depois de uma tremenda tempestade.
13. ‘’E o burro sou eu?!
Eu é que durante seis anos andei a guardar papel em casa?
Eu é que enterrei o país?! NÃO!’’
O primeiro cansou-se de ouvir tudo aquilo:
‘’Que dizeis? Eu?!
Eu sou um santo,
Sou o rosto das energias renováveis’’
14. O prato de loiça levantou-se
E intimidou todos os talheres:
‘’Respeitem-se e levantem o país!’’
O silêncio desvaneceu-se,
Quando a porta disse que queria ajuda para abrir.
‘’Vamos à ajuda, não adiem!’’
FMI – Fim Muito Inesperado,
O fim das dívidas que vai deixar o pessoal
Pelos cantos à fome e sem papel.
15. Entretanto o senhor que presidia o consílio,
O das forças armadas, decidiu pela internacionalização,
Dando o consílio por terminado.
16. Ficha técnica:
Autora – Alexandra Ferreira, 9º E
Disciplina – Língua Portuguesa
Professora – Sara Castela
Produção – O Ciclista 2011