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Grupo Parlamentar

Jorge Costa Pereira; 23.11.2005
Educação – Plano do Governo para 2006

Senhor Presidente
Senhoras e senhores deputados
Senhores membros do Governo

O Plano do Governo para 2006, na área da educação, como era expectável, é um
Plano de continuidade, que reafirma, naturalmente, os mesmos princípios, e que se
propõe aos mesmos objectivos. Por isso, as políticas sectoriais definidas para o período
anual nesta área repetem os objectivos de 2005, à excepção de dois, que merecem agora
destaque mais particular. Refiro-me à “Promoção e apoio ao ensino profissional, quer
enquanto via alternativa de acesso ao mercado de trabalho, quer enquanto estratégia de
combate ao insucesso e abandono escolar” e a “Garantia de implementação das
tecnologias de informação no sector da educação”.
Em termos de afectação das verbas da Educação, mantém-se genericamente o
modelo do plano de 2005: por um lado, o projecto relativo às construções escolares é o
que predomina sobre todos os outros, representando 80,7% das verbas, o que mesmo
assim, significa uma redução de 8% relativa a 2005.
O projecto com maior crescimento percentual refere-se à Intervenção Específica
em Rabo de Peixe, destinada à ampliação e remodelação da Escola Ruy Galvão de
Carvalho, que passa de 3,3% da verba em 2005, para 12,7% em 2006.
Os restantes projectos, com variações pouco significativas, mantêm-se ao
mesmo nível de 2005 no conjunto das verbas da Educação.
Senhor Presidente
Senhoras e senhores deputados
Senhores membros do Governo

1
Grupo Parlamentar

O documento orientador do investimento do Governo no sector é a chamada
Carta Escolar dos Açores, cuja última versão foi publicada anexa à Resolução
n.º10/2004, de 22 de Janeiro.
Nessa Carta se consagram as prioridades e as opções do Governo no domínio da
construção de novas escolas. Mas continua a não ser claro o critério e o planeamento
que está a ser seguido. Por exemplo, ficam de fora do Plano para 2006, no capítulo da
construção de novas escolas, a EB2,3 da Levada, a EB2,3/S das Lajes do Pico (esta com
a agravante de já ter constado do Plano de 1999 e ter desaparecido a partir daí), a EB2,3
S. Roque/Livramento, a Escola Secundária das Capelas e a EB1,2,3/JI da Ponta da Ilha,
no Pico.
Porque estão estas escolas fora do plano de investimentos? Qual o planeamento
que está previsto para elas nesta legislatura? Porque não estão estas e estão outras sem
que se cumpram as prioridades assumidas na Carta Escolar? Pela análise dos
documentos disponíveis não é possível encontrarmos resposta para estas questões.
Mantêm-se, por outro lado, incongruências que não parecem justificar-se em
documentos com a importância daqueles que vão reger e orientar a actividade
governativa. O Plano faz referência à Grande Reparação e Adaptação ao Ensino
Secundário da EB2,3/S das Lajes do Pico, remetendo-se para a Carta Escolar no seu
ponto 4.1.7. Ora, tal ponto daquela Carta orienta para uma solução exactamente oposta à
que aparece no Plano uma vez que diz, textualmente, que “as actuais instalações (…)
estão muito degradadas e pela sua localização junto ao mar, em local que não permite a
ampliação necessária (…) não justificam o investimento que a sua recuperação implica.
Assim, opta-se pela construção de uma nova escola em local já escolhido para o efeito.”
O mesmo se diga para a Escola da Horta, que no Plano se indica como sendo
uma Escola Secundária, mas que na Carta Escolar se aponta para que seja uma EBI/S.
Senhor Presidente
Senhoras e senhores deputados
Senhores membros do Governo

2
Grupo Parlamentar

Duas áreas dominam as expectativas da política educativa para 2006: o problema
do insucesso escolar nos Açores e as questões que envolvem a aplicação do Despacho
n.º48/2005.
As taxas de retenção no ensino básico nos Açores são preocupantes, quer em
valor absoluto, quer comparativamente com o resto do País. Em todos os anos, do 2º ao
9º ano de escolaridade, na nossa Região, as taxas de retenção são superiores às
verificadas nas restantes regiões de Portugal e inclusivamente diferenciam os Açores
pela negativa no contexto educativo da União Europeia.
Por isso, reduzir o insucesso é um imperativo da política educativa para os
próximos anos. E que não se pode limitar a medidas aparentemente avulsas, como as
anunciadas inspecções às actas dos conselhos de turma com mais de 5% de retenções,
que, mal interpretadas e executadas, podem induzir à criação das condições para
facilitar um sucesso artificial e administrativo que se não deseja.
Com seriedade, o que falta essencialmente saber é porque é que o problema das
elevadas taxas de retenção nos Açores persiste e se tende a revelar com características
estruturais.
Já aqui defendemos a necessidade de envolver as escolas, a tutela e toda a
comunidade educativa para reflectir, analisar, encontrar propostas, descobrir caminhos e
soluções que permitam alterar a situação actual.
Saber as causas do elevado insucesso escolar nos Açores, conhecer as suas
envolventes sociais, culturais e espaciais, e encontrar caminhos que permitam combater
a raiz do problema evitando a tentação fácil do sucesso pela via administrativa, é uma
exigência da política educativa nos Açores para os próximos anos e um combate que
deve todos unir.
Senhor Presidente
Senhoras e senhores deputados
Senhores membros do Governo
Outra exigência para 2006 na área da educação é a que resulta da aplicação do
despacho n.º48/2005, que obriga a permanência dos docentes nas escolas, sem ter em

3
Grupo Parlamentar

conta a realidade e as condições dessas escolas em receber a presença simultaneamente
de tantos docentes ao mesmo tempo sem aulas atribuídas.
Este facto, aliado à interpretação e aplicação diferenciadas de escola para escola
do referido despacho, levou a um descontentamento fundamentado e razoável da
maioria dos professores.
Às razões dos docentes parece ter sido sensível o Presidente do Governo e
alguma flexibilidade que se anunciou introduzir na aplicação daquele despacho continua
sem resolver o problema essencial.
Por isso, para 2006, aguarda-se a prometida legislação regional sobre esta
matéria para todos podermos avaliar até que ponto ela resolverá com justiça e realismo
as deficiências e inadequações do actual despacho, ou mantém teimosamente uma
situação que mais tarde ou mais cedo começará a ter repercussões nos nossos alunos. E
sobretudo aguardamos expectantes se se mantém a actual e perigosa intenção de
equiparar e reduzir o pessoal docente a mero funcionalismo público ou se se arrepia
caminho e se se mantém a identidade de um corpo docente com prestígio e dignidade
próprias.
Quem vai às escolas, quem fala com os nossos colegas docentes, verifica uma
revolta e uma desmotivação generalizadas, próprias de quem se sente injustiçado e de
quem está a ser tratado sem o respeito e a dignidade que a sua profissão merece.
Dizia há alguns anos, com profunda razão, o Prof. Veiga Simão, que não há
reformas nem mudanças no ensino que resultem, se nelas os professores não se revirem
nem nelas forem implicados, entendendo-as e participando no processo da sua
implementação.
Parece ser este o caso.
Senhor Presidente
Senhoras e senhores deputados
Senhores membros do Governo
Finalmente, para 2006, aguardamos com expectativa os resultados do expediente
encontrado para tentar resolver a retirada das verbas previstas no PIDDAC para o
Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores. Com efeito, o

4
Grupo Parlamentar

actual Governo da República, para 2006 retirou a verba de 1.320.000,00 euros do
PIDDAC e de um total de 2,7 milhões de euros para o mesmo objectivo inscreveu agora
apenas 50.0000,00 euros, e remeteu a Universidade para a candidatura ao Programa
Operacional Ciência e Inovação.
A esta deplorável decisão do Governo da República acudiu o Governo Regional
inscrevendo no Plano para 2006 a verba de 50.000,00 euros, para reforçar a componente
nacional da verba que a Universidade necessita para se poder candidatar ao POCI, verba
que o Magnífico Reitor já publicamente afirmou não ser suficiente para resolver o
problema do DOP nem das obras do Pólo da Terra Chã.
Mas, independentemente disto, a verdade é que esta “solução”, que tanto
compromete quem a decidiu como quem a aceitou com subserviência, trocou o certo
pelo incerto, o inscrito em PIDDAC por uma candidatura a um Programa cujo resultado
é naturalmente uma incógnita.
2006 está já aí e vamos aguardar os desenvolvimentos deste processo.
Senhor Presidente
Senhoras e senhores deputados
Senhores membros do Governo
O Governo Regional dos Açores envolveu-se, portanto, financeiramente na
viabilização de uma solução para o problema do DOP, princípio que registamos
positivamente, uma vez que está obviamente em causa um projecto estruturante para os
Açores, para a sua Universidade e para a ilha do Faial.
Igual procedimento e envolvimento se espera agora do Governo Regional noutro
projecto estruturante para o Faial como é a ampliação da Pista do Aeroporto da Horta de
forma a torná-lo operacional sem penalizações nos voos com a costa leste dos Estados
Unidos. Já várias vezes, em público, tem sido prometida a intervenção do Governo
Regional, até financeiramente se preciso fosse, nesta questão. Não é, infelizmente, ainda
no Plano para 2006 que ela se concretiza.
A propósito e a finalizar, refira-se que o Plano do Governo para 2006 em relação
ao Faial é o plano da concretização de algumas expectativas e promessas de quase dez
anos, e que já há muito deviam estar concluídas não podendo, por isso, ser
sobrevalorizadas.
5
Grupo Parlamentar

De resto é o habitual rol das acções que se vão abrindo com dotações simbólicas,
acompanhadas com as promessas renovadas de que agora é que vai ser.
Mesmo assim, ficam ainda de fora as promessas de realizar o reordenamento do
porto da Horta, de construir a pousada da Juventude do Faial, de concluir a reabilitação
da Igreja do Carmo, de construir o novo estádio de futebol, de ampliar o Museu da
Horta, de construir um Centro de Acolhimento para crianças e jovens do sexo
masculino, a revitalização das termas do Varadouro e a construção do Polivalente da
Feteira.
Neste quadro, no caso do Faial, o histórico de incumprimentos por parte do
Governo Regional do Partido Socialista obriga-nos a esperar para ver e ver para
acreditar.

Tenho dito.

Horta, 23 de Novembro de 2005

_________________________________
Jorge Costa Pereira
Deputado Regional

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Plano Educação Governo 2006 Açores

  • 1. Grupo Parlamentar Jorge Costa Pereira; 23.11.2005 Educação – Plano do Governo para 2006 Senhor Presidente Senhoras e senhores deputados Senhores membros do Governo O Plano do Governo para 2006, na área da educação, como era expectável, é um Plano de continuidade, que reafirma, naturalmente, os mesmos princípios, e que se propõe aos mesmos objectivos. Por isso, as políticas sectoriais definidas para o período anual nesta área repetem os objectivos de 2005, à excepção de dois, que merecem agora destaque mais particular. Refiro-me à “Promoção e apoio ao ensino profissional, quer enquanto via alternativa de acesso ao mercado de trabalho, quer enquanto estratégia de combate ao insucesso e abandono escolar” e a “Garantia de implementação das tecnologias de informação no sector da educação”. Em termos de afectação das verbas da Educação, mantém-se genericamente o modelo do plano de 2005: por um lado, o projecto relativo às construções escolares é o que predomina sobre todos os outros, representando 80,7% das verbas, o que mesmo assim, significa uma redução de 8% relativa a 2005. O projecto com maior crescimento percentual refere-se à Intervenção Específica em Rabo de Peixe, destinada à ampliação e remodelação da Escola Ruy Galvão de Carvalho, que passa de 3,3% da verba em 2005, para 12,7% em 2006. Os restantes projectos, com variações pouco significativas, mantêm-se ao mesmo nível de 2005 no conjunto das verbas da Educação. Senhor Presidente Senhoras e senhores deputados Senhores membros do Governo 1
  • 2. Grupo Parlamentar O documento orientador do investimento do Governo no sector é a chamada Carta Escolar dos Açores, cuja última versão foi publicada anexa à Resolução n.º10/2004, de 22 de Janeiro. Nessa Carta se consagram as prioridades e as opções do Governo no domínio da construção de novas escolas. Mas continua a não ser claro o critério e o planeamento que está a ser seguido. Por exemplo, ficam de fora do Plano para 2006, no capítulo da construção de novas escolas, a EB2,3 da Levada, a EB2,3/S das Lajes do Pico (esta com a agravante de já ter constado do Plano de 1999 e ter desaparecido a partir daí), a EB2,3 S. Roque/Livramento, a Escola Secundária das Capelas e a EB1,2,3/JI da Ponta da Ilha, no Pico. Porque estão estas escolas fora do plano de investimentos? Qual o planeamento que está previsto para elas nesta legislatura? Porque não estão estas e estão outras sem que se cumpram as prioridades assumidas na Carta Escolar? Pela análise dos documentos disponíveis não é possível encontrarmos resposta para estas questões. Mantêm-se, por outro lado, incongruências que não parecem justificar-se em documentos com a importância daqueles que vão reger e orientar a actividade governativa. O Plano faz referência à Grande Reparação e Adaptação ao Ensino Secundário da EB2,3/S das Lajes do Pico, remetendo-se para a Carta Escolar no seu ponto 4.1.7. Ora, tal ponto daquela Carta orienta para uma solução exactamente oposta à que aparece no Plano uma vez que diz, textualmente, que “as actuais instalações (…) estão muito degradadas e pela sua localização junto ao mar, em local que não permite a ampliação necessária (…) não justificam o investimento que a sua recuperação implica. Assim, opta-se pela construção de uma nova escola em local já escolhido para o efeito.” O mesmo se diga para a Escola da Horta, que no Plano se indica como sendo uma Escola Secundária, mas que na Carta Escolar se aponta para que seja uma EBI/S. Senhor Presidente Senhoras e senhores deputados Senhores membros do Governo 2
  • 3. Grupo Parlamentar Duas áreas dominam as expectativas da política educativa para 2006: o problema do insucesso escolar nos Açores e as questões que envolvem a aplicação do Despacho n.º48/2005. As taxas de retenção no ensino básico nos Açores são preocupantes, quer em valor absoluto, quer comparativamente com o resto do País. Em todos os anos, do 2º ao 9º ano de escolaridade, na nossa Região, as taxas de retenção são superiores às verificadas nas restantes regiões de Portugal e inclusivamente diferenciam os Açores pela negativa no contexto educativo da União Europeia. Por isso, reduzir o insucesso é um imperativo da política educativa para os próximos anos. E que não se pode limitar a medidas aparentemente avulsas, como as anunciadas inspecções às actas dos conselhos de turma com mais de 5% de retenções, que, mal interpretadas e executadas, podem induzir à criação das condições para facilitar um sucesso artificial e administrativo que se não deseja. Com seriedade, o que falta essencialmente saber é porque é que o problema das elevadas taxas de retenção nos Açores persiste e se tende a revelar com características estruturais. Já aqui defendemos a necessidade de envolver as escolas, a tutela e toda a comunidade educativa para reflectir, analisar, encontrar propostas, descobrir caminhos e soluções que permitam alterar a situação actual. Saber as causas do elevado insucesso escolar nos Açores, conhecer as suas envolventes sociais, culturais e espaciais, e encontrar caminhos que permitam combater a raiz do problema evitando a tentação fácil do sucesso pela via administrativa, é uma exigência da política educativa nos Açores para os próximos anos e um combate que deve todos unir. Senhor Presidente Senhoras e senhores deputados Senhores membros do Governo Outra exigência para 2006 na área da educação é a que resulta da aplicação do despacho n.º48/2005, que obriga a permanência dos docentes nas escolas, sem ter em 3
  • 4. Grupo Parlamentar conta a realidade e as condições dessas escolas em receber a presença simultaneamente de tantos docentes ao mesmo tempo sem aulas atribuídas. Este facto, aliado à interpretação e aplicação diferenciadas de escola para escola do referido despacho, levou a um descontentamento fundamentado e razoável da maioria dos professores. Às razões dos docentes parece ter sido sensível o Presidente do Governo e alguma flexibilidade que se anunciou introduzir na aplicação daquele despacho continua sem resolver o problema essencial. Por isso, para 2006, aguarda-se a prometida legislação regional sobre esta matéria para todos podermos avaliar até que ponto ela resolverá com justiça e realismo as deficiências e inadequações do actual despacho, ou mantém teimosamente uma situação que mais tarde ou mais cedo começará a ter repercussões nos nossos alunos. E sobretudo aguardamos expectantes se se mantém a actual e perigosa intenção de equiparar e reduzir o pessoal docente a mero funcionalismo público ou se se arrepia caminho e se se mantém a identidade de um corpo docente com prestígio e dignidade próprias. Quem vai às escolas, quem fala com os nossos colegas docentes, verifica uma revolta e uma desmotivação generalizadas, próprias de quem se sente injustiçado e de quem está a ser tratado sem o respeito e a dignidade que a sua profissão merece. Dizia há alguns anos, com profunda razão, o Prof. Veiga Simão, que não há reformas nem mudanças no ensino que resultem, se nelas os professores não se revirem nem nelas forem implicados, entendendo-as e participando no processo da sua implementação. Parece ser este o caso. Senhor Presidente Senhoras e senhores deputados Senhores membros do Governo Finalmente, para 2006, aguardamos com expectativa os resultados do expediente encontrado para tentar resolver a retirada das verbas previstas no PIDDAC para o Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores. Com efeito, o 4
  • 5. Grupo Parlamentar actual Governo da República, para 2006 retirou a verba de 1.320.000,00 euros do PIDDAC e de um total de 2,7 milhões de euros para o mesmo objectivo inscreveu agora apenas 50.0000,00 euros, e remeteu a Universidade para a candidatura ao Programa Operacional Ciência e Inovação. A esta deplorável decisão do Governo da República acudiu o Governo Regional inscrevendo no Plano para 2006 a verba de 50.000,00 euros, para reforçar a componente nacional da verba que a Universidade necessita para se poder candidatar ao POCI, verba que o Magnífico Reitor já publicamente afirmou não ser suficiente para resolver o problema do DOP nem das obras do Pólo da Terra Chã. Mas, independentemente disto, a verdade é que esta “solução”, que tanto compromete quem a decidiu como quem a aceitou com subserviência, trocou o certo pelo incerto, o inscrito em PIDDAC por uma candidatura a um Programa cujo resultado é naturalmente uma incógnita. 2006 está já aí e vamos aguardar os desenvolvimentos deste processo. Senhor Presidente Senhoras e senhores deputados Senhores membros do Governo O Governo Regional dos Açores envolveu-se, portanto, financeiramente na viabilização de uma solução para o problema do DOP, princípio que registamos positivamente, uma vez que está obviamente em causa um projecto estruturante para os Açores, para a sua Universidade e para a ilha do Faial. Igual procedimento e envolvimento se espera agora do Governo Regional noutro projecto estruturante para o Faial como é a ampliação da Pista do Aeroporto da Horta de forma a torná-lo operacional sem penalizações nos voos com a costa leste dos Estados Unidos. Já várias vezes, em público, tem sido prometida a intervenção do Governo Regional, até financeiramente se preciso fosse, nesta questão. Não é, infelizmente, ainda no Plano para 2006 que ela se concretiza. A propósito e a finalizar, refira-se que o Plano do Governo para 2006 em relação ao Faial é o plano da concretização de algumas expectativas e promessas de quase dez anos, e que já há muito deviam estar concluídas não podendo, por isso, ser sobrevalorizadas. 5
  • 6. Grupo Parlamentar De resto é o habitual rol das acções que se vão abrindo com dotações simbólicas, acompanhadas com as promessas renovadas de que agora é que vai ser. Mesmo assim, ficam ainda de fora as promessas de realizar o reordenamento do porto da Horta, de construir a pousada da Juventude do Faial, de concluir a reabilitação da Igreja do Carmo, de construir o novo estádio de futebol, de ampliar o Museu da Horta, de construir um Centro de Acolhimento para crianças e jovens do sexo masculino, a revitalização das termas do Varadouro e a construção do Polivalente da Feteira. Neste quadro, no caso do Faial, o histórico de incumprimentos por parte do Governo Regional do Partido Socialista obriga-nos a esperar para ver e ver para acreditar. Tenho dito. Horta, 23 de Novembro de 2005 _________________________________ Jorge Costa Pereira Deputado Regional 6