Este documento discute o potencial das redes sociais para o controle social versus o empoderamento coletivo. Analisa como as redes podem ser usadas para inovação, previsão de tendências e estimular o consumo ou para apoiar a produção de comum e a ação coletiva. Conclui levantando questões sobre como produzir políticas públicas e organizações baseadas no empoderamento coletivo e como avaliar nossas concepções a partir das redes que produzimos.
1. Redes sociais:
sociedade de controle
entre a potencialização da
e a empoderamento coletivo?
ESAGS - Escola Superior de Administração e Gestão
Mesa redonda: Redes Sociais – comportamento e o mundo das organizações.
03/10/2012
Dalton Martins
dmartins@gmail.com
http://daltonmartins.blogspot.com
2. Questionamento central para nossa reflexão:
Que modos de cooperação/colaboração
em rede invetam outras formas de
relacionamento e que modos apenas
reproduzem formas?
Critério de análise → olhar para as formas
em suas práticas!
3. 4 parâmetros de análise de nossa sociedade
atualmente
●
O modo neoliberal de governo leva a lógica da
economia como parâmetro de análise a todas as
instâncias que se tornam objeto de
governabilidade;
●
O deslocamento do trabalho material para o
trabalho imaterial → produção de serviços;
●
A busca contínua por inovação → promover
diferenciais que levam ao consumo;
●
A importância do campo relacional como objeto
de intervenção → capital social, visualizações e
métricas → plano estratégico.
5. ● Todo um modo de entender a questão das redes
sociais é colocado:
– Criam a base e as condições para se produzir
inovação:
● Análise de padrões e tendências → algoritmos Google,
Facebook, Twitter, etc, etc, etc...
● Possibilidade de previsão de movimentos futuros:
inteligência artificial, algoritmos genéticos, etc, etc...
● Métricas para avaliação dos resultados das
estratégias de promoção da inovação: quem publica
mais? Quem é mais central? Que comunidades existem?
Quais são as expressões semânticas mais utilizadas? Sobre
o quê conversam? Como interferir nos rumos?
– Criam a base e as condições para se estimular
consumo:
● Marketing inteligente → a cada nó, uma oferta;
● Marketing viral → difusão massiva;
● Controle social → o que as pessoas pensam sobre....
6. Voltando a questão inicial...
● O que vemos aqui são novas formas de
relacionamento ou as velhas formas com nova
roupagem?
● A intencionalidade por trás dessa “febre” por
redes sociais é de fato nova ou ainda vemos o
desejo de poder, controle e consumo como
elementos centrais?
● São esses “elementos” que estão
“revolucionando” a nossa sociedade?
7. Mas, há outras formas de
recolocarmos a questão das redes
sociais que de fato inventem outras
formas de relacionamento?
8. Empoderamento coletivo
● Se descentrarmos a questão do consumo para a
possibilidade de uso das redes sociais como modos
de apoiar o empoderamento de coletivos, outro plano
de análise se abre:
– A busca por entendimento mútuo (não necessariamente
concordância!) e visibilidade do outro através de suas ideias
cria condições de produção de comum;
– O desejo de produção de comum reconecta os
indivíduos na potência da ação coletiva;
– A ação coletiva coloca em movimento os afetos, o
pertencimento social → recoloca os sentidos de
existir;
– O coletivo fornece parâmetro de auto-análise →
possibilidade de se ver pelo olhar do outro.
9. Muitas questões em aberto
● Podemos produzir políticas públicas a partir dessa
visão de redes sociais e empoderamento coletivo?
Experiência: www.redehumanizasus.net
● Como trabalhar a reinvenção de organizações a
partir desses princípios?
● Como produzir critérios que nos permitam avaliar
nossas concepções de como operamos a partir das
redes que produzimos?
● Conseguimos perceber em nós mesmos em que
condições o empoderamento coletivo é de fato
desejável? Estamos prontos para isso?
● Etc....