2. Os Pré-Socráticos
Heráclito (544-484 a.C.) nasceu em Éfeso, na Jônia (atual
Turquia). Para ele “tudo flui”, e assim busca compreender a
multiplicidade do real.
Ele não rejeita as contradições e quer apreender a realidade
na sua mudança, no seu devir, ou no vir-a-ser.
Para Heráclito, todas as coisas mudam sem cessar, e o que
temos diante de nós em dado momento é diferente do que foi
há pouco e do que será depois:
“Nunca nos banhamos duas vezes no mesmo rio”, pois
na segunda vez não somos os mesmos, e também o rio
mudou”.
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3. Os Pré-Socráticos
Portanto, para Heráclito não há ser estático, e o dinamismo
pode bem ser representado pela metáfora do fogo, forma
visível da instabilidade, símbolo da eterna agitação do devir,
“O fogo eterno e vivo, que ora se acende e ora se apaga”.
Para Heráclito o ser é o múltiplo, não apenas no sentido de
que existe a multiplicidade das coisas, mas por estar
constituído de oposições internas.
O que mantém o fluxo do movimento não é o simples
aparecer de novos seres, mas a luta dos contrários, pois é da
luta que nasce a harmonia, como síntese dos contrários.
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4. Os Pré-Socráticos
Para Parmênides (c.540-c.470 a.C.) que viveu em Eléia,
cidade do sul da Magna Grécia (atual Itália), para ele o ser é
imóvel.
Parmênides elaborou importantíssima teoria filosófica na
medida em que ocupou-se longamente em criticar a filosofia
de Heráclito, ao seu "tudo flui" .
Para ele é absurdo e impensável considerar que uma coisa
pode ser e não ser ao mesmo tempo, assim contrapôs a
imobilidade do ser.
Parmênides conclui, a partir do princípio estabelecido, que o
ser é único, imutável, infinito e imóvel.
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5. Os Sofistas
Os Sofistas são interlocutores de Sócrates e os mais
famosos foram: Protágoras, de Abdera (485-411 a.C.) e
Górgias, de Leôncio (485-380 a.C.).
A palavra Sofista, etimologicamente vem de sophos, que
significa "sábio", ou melhor, "professor de sabedoria".
Posteriormente Sofista adquiriu o sentido pejorativo de
"homem que emprega sofismas", ou seja, alguém que usa de
raciocínio capcioso, com intenção de enganar.
Sóphisma significa "sutileza de sofista".
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6. Os Sofistas
Um dos motivos dessa visão contra os sofistas está na sua
enorme diversidade teórica de atuação.
Talvez o que possa melhor identificá-los seja o fato de
serem considerados sábios e pedagogos. Vindos de todas as
partes do mundo grego, desenvolvem um ensino itinerante
pelos locais em que passam.
Deve-se a isso o gosto pela crítica, o exercício do pensar
resultante da circulação da busca de idéias diferentes.
Os sofistas deram importante
sistematização do ensino.
contribuição
para
a
Formaram um currículo de estudos da gramática, retórica,
dialética, aritmética, geometria, astronomia e a música.
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7. Os Sofistas
Por cobrar pelas aulas, Sócrates acusava os Sofistas de
prostituição.
Na Grécia Antiga, apenas os nobres se ocupavam com o
trabalho intelectual, pois gozavam do ócio da disponibilidade
de tempo decorrente do fato de que o trabalho manual, de
subsistência, era ocupação de escravos.
Os homens saídos da classe média, faziam das aulas seu
oficio, já que não eram suficientemente ricos para filosofarem
descompromissadamente.
Os sofistas buscaram aperfeiçoar os instrumentos da razão,
ou seja, a coerência e o rigor da argumentação, porque não
basta dizer o que se considera verdadeiro, é preciso
demonstrá-lo pelo raciocínio.
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8. Sócrates
Sócrates (c.470-399 a.C.) nada deixou escrito, e teve suas
idéias divulgadas pelo seu principal discípulo, Platão.
Nos diálogos que Platão escreveu, Sócrates figura sempre
como o principal interlocutor.
Sócrates se indispôs com os poderosos do seu tempo,
sendo acusado de não crer nos deuses da cidade e
corromper a mocidade. Por isso foi condenado e morto.
Costumava conversar com todos, fossem velhos ou moços,
nobres ou escravos, ele se preocupava com o método do
conhecimento, ou seja, como conhecemos.
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9. Sócrates
Sócrates parte do seguinte pressuposto filosófico:
“Só sei que nada sei"
Que consiste justamente na sabedoria de reconhecer a
própria ignorância, ponto de partida para a procura do saber.
Por isso seu método começa pela parte considerada
"destrutiva", chamada:
Ironia (em grego, "perguntar")
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10. Sócrates
Nas discussões afirma inicialmente nada saber, diante do
oponente que se diz conhecedor de determinado assunto.
Com hábeis perguntas, desmonta as certezas até o outro
reconhecer a ignorância.
Parte então para a segunda etapa do seu método filosófico:
Maiêutica (em grego, "parto")
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11. Sócrates
O nome Maiêutica é dado em homenagem a sua mãe, que
era parteira. Se ela fazia parto de corpos, ele fazia parto de
idéias “trazia à luz“ as idéias.
Sócrates, por meio de perguntas, destrói o saber constituído
para reconstruí-lo na procura do entendimento.
As questões que Sócrates privilegia são as referentes à
moral, daí pergunta em que consiste:
“O conhecimento, a coragem, a covardia, a piedade, a
justiça” e cria “diálogos” para responder.
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12. Sócrates
Por ser a Filosofia ainda nascente, é preciso inventar
palavras novas, ou usar as antigas dando-lhes sentido
diferente.
Por isso Sócrates utiliza o termo logos, que na linguagem
comum significa "palavra", "conversa", e que no sentido
filosófico passa a significar "a razão que se dá de algo", ou
mais propriamente, conceito.
O método socrático aparece bem ilustrado nos diálogos
relatados por Platão.
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