Trabalho de conclusão de curso (jornalismo) sobre os movimentos organizados através das redes sociais, visando uma maior participação na gestão pública.
1. TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
CIBER@TIVISMO
AS REDES SOCIAIS COMO FORMA DE LIBERDADE DE EXPRESSÃO E FERRAMENTA DE PARTICIPAÇÃO POPULAR NA GESTÃO PÚBLICA
2. CIBER @TIVISMO
• Autora: Déborah de Sant’Ana Lima
• Título: Ciber ativismo
• Subtítulo: As redes sociais como forma de liberdade de expressão e
ferramenta de participação popular na gestão pública.
• Natureza do trabalho:
Monografia.
• Objetivo: Monografia apresentada como requisito básico para
conclusão do curso de Jornalismo, sob orientação do professor
Marco Bahe.
• Instituição: Centro Universitário Maurício de Nassau
• Ano / Semestre: 2012.2
DÉBORAH DE SANT’ANA LIMA
4. JUSTIFICATIVA
• AMBIENTES PROPÍCIOS A MANIFESTAÇÕES INDIVIDUAIS OU COLETIVAS
• DESTAQUE NA MÍDIA E PODER MUDANÇA
• SUBSÍDIOS PARA APERFEIÇOAMENTO DA RELAÇÃO ESTADO E SOCIEDADE
5. JUSTIFICATIVA
Por Que DIREITOS URBANOS?
•O que os outros movimentos têm em comum: ocupação de praças,
uso das redes sociais, falta de uma definição estratégica,
programática e teórica.
•Por que as pessoas protestam: a vontade de pertencer e ser aceito
por um grupo.
•Que estratégias são usadas para fazer as pessoas aderirem a um
movimento? Atratividade!
6. PROBLEMATIZAÇÃO
• De que forma utilizamos as redes sociais e como estas fortalecem a
relação da sociedade com o Estado?
• Quais os motivos das mobilizações de base local?
DÉBORAH DE SANT’ANA LIMA
7. OBJETIVO GERAL
•
Compreender como é vivenciada a cidadania no ambiente web;
Identificar como as interações online podem auxiliar a constituir
diferentes formas de participação popular na gestão pública ou na
relação estado e sociedade?
• Analisar as vantagens do uso das redes sociais pelos movimentos
sociais contemporâneos e como essas formas podem trazer à tona
aspectos relevantes no estudo de grupos na Internet e como é
vista pelos demais segmentos da sociedade (políticos, jornalistas,
etc.) e como se processa.
8. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Explicar como funciona a comunicação nas redes sociais e seu papel na
descentralização da produção de conteúdo, das mãos da grande mídia
para o cidadão comum.
• Descobrir a eficácia dos protestos nascidos e fomentados nas redes sociais,
como surgem e como são tratados pelas autoridades governamentais e
pela grande imprensa (televisão, rádio, revista e jornal impresso).
• Observar e analisar o grupo virtual “Direitos Urbanos | Recife” do
Facebook e seu correspondente blog, com o objetivo de identificar não só
as motivações desses usuários para o ciber ativismo, como também suas
ações e resultados das mesmas.
• Demonstrar que as redes sociais são um meio que pode ser
proveitosamente utilizado não apenas para entretenimento, mas também
como forma de troca de conhecimento e prática da cidadania. E ainda,
provar que o engajamento virtual, apesar de interessante e provocativo,
ainda depende da movimentação nas ruas.
9. METODOLOGIA
O presente estudo tem caráter de pesquisa exploratória, tendo
utilizado como método a observação de dados disponíveis na internet
através do grupo virtual “Direitos Urbanos | Recife”, como forma de
estudar este grupo social. A pesquisa abrangeu publicações desta
comunidade virtual no período entre março e dezembro de 2012.
Unidade de análise
A unidade de análise deste trabalho foi o ciber ativismo presente nas
redes sociais, tendo como figura principal o grupo “Direitos Urbanos |
Recife”, que absorveu, na época, 7.614 membros e conquistou a
atenção da mídia e dos cidadãos da cidade do Recife e proximidades.
10. A CHEGADA DE NOVAS
TECNOLOGIAS
Nas duas últimas décadas, com o
surgimento
e
barateamento
dos
equipamentos,
criaram-se
diversas
oportunidades de utilização dos meio de
comunicação. Estamos entrando na era
digital, da multimídia, da união e
articulação dos mais variados meios de
telecomunicação. A partir do uso da
criatividade,
existem
muitas
possibilidades de utilização da tecnologia
para a democratização da comunicação,
reforçando a cidadania (Mattelard).
11. Entendendo as redes sociais
“Em seu nível básico, redes sociais são estruturas simples e intuitivas. Elas
têm dois componentes principais: pessoas ou organizações chamadas nós
(em linguagem de rede) e as conexões entre ambos, chamadas elos.”
“É mais fácil para os indivíduos encontrarem uns aos outros on-line e sem
intermediários, corretores ou organizações ficando no caminho. Também é
mais fácil para as organizações encontrarem as pessoas porque aquilo que
elas fazem, gostam e acreditam é visível”.
“As pessoas podem se encontrar, e também as organizações e causas on-line,
sem a necessidade de introduções formais. Elas podem simplesmente
trombar uma na outra ou se procurar mutuamente e desenvolver
relacionamentos inesperados e poderosos”.
(Kante, Fine e Zuckerberg, 2011)
12. MOVIMENTOS SOCIAIS
Há séculos que a desigualdade econômica entra em confronto com o que
é, de fato, a democracia, o que explica os inúmeros conflitos, no decorrer da
história da humanidade, entre opressores e oprimidos.
Em 2011, surpreendentemente, porém um pouco tarde, alguns
movimentos chamaram a atenção do mundo. Segundo Henrique Soares (2012,
p.7), aconteceu “[...] uma eclosão simultânea e contagiosa de movimentos
sociais de protestos com reivindicações peculiares em cada região, mas com
formas de luta muito assemelhadas e de consciência mútua.”
Esses movimentos começaram na Tunísia e
inspiraram dezenas de movimentos que serão
explicados a seguir.
DÉBORAH DE SANT’ANA LIMA
13. A PRIMAVERA ÁRABE
Dificilmente alguém discordaria que os árabes sempre foram agitados. Por isso mesmo, é estranho entender por
que as revoluções não aconteceram antes. No caso da Tunísia, país da África do Norte, pertencente à região de
Magrebe, a tensão contra o governo ganhou força devido aos anos de pobreza, desemprego, corrupção, violação aos
direitos humanos e repressão politica. Porém, a revolução árabe só começou de fato em dezembro de 2010. O que
aconteceu nessa época é que o feirante Mohamed Bouazizi, 26 anos, teve seus produtos confiscados por não pagar
propina à polícia. Num ato desesperado, desempregado, Bouazizi ateou fogo em si mesmo, indo à óbito. Assim, sem
que o próprio suicida tomasse conhecimento do significado de sua atitude, a morte de Mohamed Bouazizi foi o
pontapé inicial para os protestos posteriores no meio oeste.
Utilizando a tecnologia a seu favor, a população propagou seus ideais revolucionários, organizou-se e
comunicou-se através de redes como o Facebook, Twitter, Youtube e com certeza, sensibilizando o mundo.
Os primeiros protestos com o suporte das redes sociais culminaram na fuga do presidente Zine El-Abdine Ben Ali
para a Arábia Saudita, após 25 anos no poder. Em janeiro do ano seguinte, foi a vez do Egito. Mais atentos à força das
redes sociais, e inspirados pelos movimentos na Tunísia, conseguiram o fim de um regime totalitário e uma maior
abertura política, derrubando o então presidente ditador Mohammed Hosni Mubarak, que estava incrivelmente há 30
anos no poder.
DÉBORAH DE SANT’ANA LIMA
14. Os egípcios puderam contar com o suporte do executivo do Google,
Whael Ghonim, cujas declarações aumentaram os holofotes sobre a
primavera árabe no país das pirâmides: “We Are All Khaled Saeed”(nós
somos todos Khaled Saeed), dedicado ao egípcio assassinado pela polícia
em 2010.
Pouco menos de um mês depois, foram os libaneses que decidiram
dar fim à opressão. Mesmo com as fortes tentativas de repressão do
líder, Muammar Muhammad Abu Minyar al-Gaddafi, os líbaneses
finalmente alcançaram o que tanto almejavam: a liberdade. Muitos
protestantes foram mortos, porém, a grande força do eixo do mal,
Gaddafi, foi capturado e morto em março de 2011.
A primavera árabe também chegou a países como Iêmen, Iraque,
Marrocos, Síria e tantos outros. Esses eventos também vêm inspirando
movimentos similares no Irã, na Turquia, Espanha e China. Mesmo o
famoso Occupy Wall Street (que no Recife ganhou uma versão intitulada
"ocupem Estelita") tem sido iluminado pela Arab Spring.
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16. As redes sociais não foram as causas para o estouro dos movimentos
no mundo árabe, mas certamente tiveram um papel especial, agilizando os
acontecimentos. Em geral, elas foram utilizadas para evitar a detecção de
atividade de protesto, espalhar ideias, recrutar novos membros,
compartilhar vídeos do progresso do movimento e organizar eventos.
O Facebook indubitavelmente tornou-se a ferramenta que serviu
como fonte mais vital da rebelião online. A rede de Mark Zuckerberg se
mostrou um grande facilitador da formação de grupos, planejamento de
eventos, criação de páginas com locais e datas marcados,
compartilhamento de vídeos e marcação de fotos. No entanto, apagou
contas de vários grupos de oposição devido a termos de violação de serviços,
fato este que se tornou um ponto negativo para os protestos.
DÉBORAH DE SANT’ANA LIMA
17. O Twitter foi de suma importância na divulgação do que
estava acontecendo. Permitiu a atualização instantânea para uma
enorme audiência, sem contar na facilidade de acesso por meio de
smartphones e a possibilidade dos acontecimentos ganharem ainda
mais destaque ao figurarem no top 10 do painel de “trending topics”
(tópicos tendência), visível a todos que utilizam esta rede.
Enfim pode se dizer que as redes sociais configuram um novo
formato de organização da sociedade civil e é responsável pelo
empoderamento do individuo comum, através das articulações desses
atores em grupos dispostos virtualmente. Quanto às características
dos movimentos neste ambiente, Ilse Scherer-Warren (2006) afirma
que as movimentações partem de um identitário único para um
sujeito plural, ou seja, partem de um inicial interesse de um individuo
que ao se encontrar com ideias similares ganha amplitude e
possivelmente novos valores.
DÉBORAH DE SANT’ANA LIMA
19. Entre os movimentos que mais chamaram atenção da mídia e da
sociedade em geral está o ocupe Wall Street (em inglês Occupy Wall
Street). Esse movimento, de origem americana, pôs em pauta a
discussão de alternativas contra a desigualdade econômica que há
muito vem destruindo a democracia ocidental, e pôs os holofotes sob
os bancos, que se tornaram os grandes vilões da crise norteamericana.
Criativamente vestidos como Annonymous, um conhecido grupo de
hackers ativistas, os manifestantes do occupy tomaram praças e
pacificamente mostraram sua indignação com o modelo político atual.
DÉBORAH DE SANT’ANA LIMA
20. FICHA LIMPA
De forma mais modesta, em 2010, já era possível vislumbrar o que seria tão
forte em 2012: a campanha eleitoral nas redes sociais. O chamativo para tal
acontecimento é a proximidade que as redes proporcionam entre os
candidatos e o eleitor, além da grande capacidade de mobilização entre as
pessoas com interesses em comum.
De acordo com a jornalista e pesquisadora Cibele Lana, em entrevista
publicada pela revista Cidade Nova, a utilização das redes na política “é um
desdobramento de diversos fatores, como a conexão de pessoas, a
resistência da internet aos meios de comunicação tradicionais como rádio e
TV, a transparência que se exige nos processos, a mobilização de pessoas em
prol de uma causa e a facilidade de se replicar um conteúdo”. Podemos citar
como exemplo, a candidatura do prefeito Geraldo Júlio, pelo Partido
Socialista Brasileiro (PSB), no Recife, em 2012, que foi bastante mencionada
nas redes sociais, tanto positiva, quanto negativamente .
DÉBORAH DE SANT’ANA LIMA
21. O episódio envolvendo o candidato Geraldo Júlio teve uma adesão tão
grande que extrapolou as esferas do Facebook. A expressão “foi Geraldo que
fez” que era meme nas redes sociais, virou um jargão no mundo offline.
Entretanto, as piadas não afetaram o candidato, que não se constrangeu com
a brincadeira e utilizou o jargão como uma ferramenta a favor de sua
candidatura.
A maior tentativa de mobilização popular brasileira nas redes sociais, com
sucesso, sem dúvida, foi o Ficha Limpa. Após o fracassado movimento contra
José Sarney, através da hashtag #ForaSarney, originado no Twitter e
encabeçado por algumas celebridades como os apresentadores Marcelo Tas
e Marcos Mion, a Ficha Limpa caiu no gosto popular e acabou se tornando
realidade.
A Ficha limpa, que se tornou uma lei de iniciativa popular, foi instituída em
2010 após arrecadar mais de 1 milhão de assinaturas. A intenção do projeto é
impedir a eleição de qualquer candidato que tenha seu mandato cassado ou
que tente renunciar ao cargo para evitar a cassação. A Ficha Limpa é um dos
poucos exemplos de protestos que não necessitou ir às ruas para atingir seus
DÉBORAH DE SANT’ANA LIMA
objetivos.
23. • Os movimentos sociais não se restringem apenas aos protestos de
rua, como greves e paralisações, mas abrangem também o trabalho
das organizações não governamentais (ONGs) e as ações dos
hackers, por isso é impossível falar em ciber ativismo sem citar
outra famosa forma de ação no ambiente web: o hackerismo ou
hacktivismo (Machado, 2007), que trata justamente do ativismo
político através da invasão de sites e contas virtuais. Também
chamado de crackerismo, devido a sua natureza ilegal, essa prática
em geral é feita de maneira anônima.
• Com o disfarce inspirado no anarquista inglês Guy Fawke, os
internautas formaram um dos mais famosos grupos ativistas: o
Annonymous, que ganhou fama atacando grandes corporações,
incluindo instituições brasileiras (Souza, 2011). Um dos episódios
mais memoráveis ocorreu quando o Annonymous invadiu e
derrubou o site do FBI e diversos outros sites, em resposta à lei
anti-pirataria. Apesar do perigo, os hackers estão dispostos à correr
riscos em prol de suas causas.
DÉBORAH DE SANT’ANA LIMA
24. O hacktivismo praticado sob uma conotação política e ideológica se
tornou muito frequente, embora seus integrantes sejam difíceis de
identificar, devido ao caráter anônimo de suas ações. Movimentos
coletivos como No Border, Oxfam, LulzSec e o já citado Annonymous
são apenas alguns dos milhares de redes de organizações que fazem ou
fizeram uso dessa prática e vem ganhando atenção para as causas que
defendem.
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25. DIREITOS URBANOS
PERÍODO OBSERVADO:
MARÇO À DEZEMBRO DE
2012
O BLOG JÁ RECEBEU
58.543 VISITAS
EXISTÊNCIA DO GRUPO: 9
MESES
7.614 MEMBROS NO
FACEBOOK
3.812 PESSOAS
DÉBORAH DE SANT’ANA LIMA
ASSINARAM A PETIÇÃO
ONLINE
26. CARACTERÍSTICAS DO GRUPO
• Participação sem desejo de interação, apenas
com o intuito de apoiar a causa;
• Ampliação de debates;
• Alto nível de qualificação;
• Valores universais;
• Possibilidade de colaboração;
DÉBORAH DE SANT’ANA LIMA
30. INSTAGRAM
474 FOTOS COM A TAG #OCUPEESTELITA
– um dos eventos que mais chamou atenção
para o grupo - FORAM PUBLICADAS NO
INSTAGRAM
DÉBORAH DE SANT’ANA LIMA
33. -Quadra A - Empresarial (37 pavimentos de escritórios empresariais) e Flat (25
pavimentos). 1187 vagas de garagem.
-Quadra B - Condomínio residencial (dois edifícios de pelo menos 38 pavimentos. 144
apartamentos e 585 vagas de garagem)
-Quadra C - Condomínio residencial (um edifício de dois blocos e dois simples, de 34 a
44 pavimentos. 304 apartamentos, 962 vagas de garagem)
-Quadra D - Condomínio residencial (um edifício de dois blocos e dois simples, de 33 a
40 pavimentos. 362 apartamentos, 942 vagas de garagem)
-Quadra E - Empresarial (45 pavimentos) e "Home Flat" (31 andares). 1299 vagas de
garagem.
DÉBORAH DE SANT’ANA LIMA
34. OCUPE ESTELITA
No Recife, com exceção dos movimentos por melhorias salariais ou contra
o aumento das passagens de ônibus, há tempos não se via um movimento
tão genuinamente popular. O ocupe Estelita, que inicialmente tratava-se
de um protesto contra o projeto Novo Recife, da Prefeitura da cidade,
ganhou outros ares, que é a vontade de indignar-se coletivamente, ou
apenas um desejo forte por mudança, oportunidades e igualdade social.
Involuntariamente o ponto de partida para a união dos cidadãos
habitantes da Grande Recife, a fim de que se realizassem manifestos em
defesa de um modelo de organização que respeitasse o espaço ambiental,
as antigas construções e beneficiasse todas as classes, o projeto novo
Recife consiste na construção de um complexo urbano na área do Cais
José Estelita, contendo 13 torres, entre 36 e 45 andares. Segundo o
professor da UFRPE e articulista do grupo pelos direitos urbanos, L.
Cisneiros, o movimento “Ocupe Estelita” é contra o projeto, porém não é
avesso a ideia de dar outros destinos à área.
35. “O projeto foi elaborado a partir de um ponto de vista puramente
privado sem pensar por completo essa integração com o bairro e sem a
devida preocupação com seus impactos ambientais, urbanísticos e
sociais.”
O ocupe Estelita em muito se assemelha aos movimentos Occupy nos
EUA quando se observa a opinião do filósofo e psicanalista Slavoj
Zizek. Para ele (2012, p.25) “As multidões tem as respostas para
questões que ainda não foram levantadas e a capacidade de
sobreviver aos muros. As questões ainda não foram feitas porque isso
requer palavras e conceitos que soem verdadeiros”. No movimento
recifense, nota-se que o manifesto é uma negação ao proposto pelo
Governo. No entanto, não há uma contra-proposta que afirme o que a
população deseja. Para Zizek, as pessoas precisam se perguntar o que
elas querem. É importante destacar que, apesar de não haver uma
proposta sólida, os manifestantes demonstram saber bem o que não
querem para a cidade.
DÉBORAH DE SANT’ANA LIMA
37. O mercado imobiliário
investiu R$ 2.492.856
em anúncios na mídia
impressa em 2011,
sendo o segundo
setor econômico com
mais investimentos
em jornais, 14% do
total no mesmo ano,
ficando atrás apenas
do setores de
comércio & varejo e
serviços ao
consumidor.
DÉBORAH DE SANT’ANA LIMA
Dados do Ibope Monitor, publicados pela ANJ
38. REPERCUSSÃO NOS PRINCIPAIS VEÍCULOS DA CIDADE
Apesar da esperada neutralidade, característica do gênero noticioso no
jornalismo, a redação do caderno cotidiano, do NE10, manifesta sua visão
do grupo pelos direitos urbanos dando destaque às supostas boas
pretensões do movimento em suas publicações.
Matéria publicada
em 30/11/2012
Obteve: 6 tweets e
268 recomendações
no Facebook
DÉBORAH DE SANT’ANA LIMA
39. • Já o portal G1 Pernambuco (Globo), que também deu enfoque ao
movimento durante a sessão do CDU, porém de forma menos
favorável ao utilizar palavras como “invasão”, “confusão” e
“confronto”, percebendo-se de maneira sutil que o movimento não
é visto de forma positiva por esta entidade.
Matéria publicada em
30/11/2012.
Obteve 43
comentários,
41 tweets e
272 recomendações
no Facebook
DÉBORAH DE SANT’ANA LIMA
40. Quanto ao portal Leia Já,
este enfatizou o acontecimento,
optando por abster-se o máximo
possível
de
qualquer
posicionamento, relatando os
fatos de forma muito fiel aos
acontecimentos, usando uma
linguagem clara e objetiva.
Matéria publicada em: 30/11, obtendo 2
curtidas no Facebook.
DÉBORAH DE SANT’ANA LIMA
41. Ao analisar o site do Diário
de Pernambuco, percebe-se
que este deu um maior foco
a classe política, interessada
nas reformas urbanas da
cidade
do
Recife,
e
minimizou a atuação do
grupo,
citando-o
rapidamente
em
suas
reportagens.
Matéria pubicada em 29/11, obtendo 13
compartilhamentos e 3 comentários.
DÉBORAH DE SANT’ANA LIMA
As notícias publicadas por
todos estes portais também
foram destaque nas redes
sociais e receberam diversas
réplicas
dos
usuários,
especialmente no Twitter e
no Facebook.
42. CONCLUSÕES
Em todos os movimentos estudados, o papel das redes sociais na
organização e divulgação das manifestações foi muito importante, no entanto,
poucos são realmente eficazes sem a adesão popular nas ruas. A mobilização
online é essencial, mas é imprescindível a associação dela com os movimentos
de rua.
A organização dentro dos movimentos sociais também é de suma
importância para que os objetivos dos grupos sejam alcançados com sucesso.
No grupo estudado, há uma infraestrutura explicita que nem sempre é observada
nos movimentos sociais conectados. Cada papel é identificado no blog dos
Direitos Urbanos, possibilitando ainda o contato com o responsável por cada
área. Além da organização, o engajamento de cada indivíduo também foi crucial
no sucesso das ações do movimento.
DÉBORAH DE SANT’ANA LIMA
43. Foi identificado também, que todos os protestos estão
diretamente ligados à democracia. No caso dos países
ocidentais, a democracia vem sendo cada vez mais entendida
como uma ilusão sustentadora, uma falsa realidade. Vê-se o
desejo de um novo sistema que atenda a necessidade das
grandes maiorias.
Por outro lado, nos países orientais, onde há bem pouco tempo
ainda existiam modelos de governo ditatoriais, o povo luta
ardentemente por uma democracia igual a nossa, que lhes
permita escolher seus representantes e que diminua a
desigualdade social existente.
DÉBORAH DE SANT’ANA LIMA
44. A grandiosidade do grupo pelos Direitos Urbanos está em que ele
continuará aberto para que outras manifestações relacionadas com a mesma
linha de pensamento deste movimento possam acontecer, pois, num país de
contrastes, dominado pelo capitalismo, desigualdades sociais sempre
existirão. Portanto é possível que estas manifestações, a que me referi,
aconteçam.
Outro ponto é que o pensamento no bem estar coletivo é a
excelência desse grupo, tendo em vista que todos os movimentos que
aconteceram estavam relacionados à soberania e a qualidade de vida do
meio ambiente e dos recifenses.
Em contrapartida, este estudo permitiu concluir que apesar do
destaque que vem alcançando e um número cada vez maior de pessoas
aderindo à causa, as manifestações populares e as ações do grupo “Direitos
Urbanos | Recife” são pouco divulgadas pela mídia impressa e online.
Conforme dito num momento anterior, existem interesses econômicos que
impedem que tais fatos sejam divulgados em maior amplitude.
DÉBORAH DE SANT’ANA LIMA
45. Enfim, conclui-se que tais movimentos vêm de fato alcançando seus
objetivos, embora de forma ainda tímida. Objeto de estudo deste trabalho, o
grupo “Direitos Urbanos | Recife” conquistou a atenção da mídia e da
sociedade civil, atrasando a continuidade de projetos por eles rejeitados e
almejando novas conquistas.
Assim, este projeto de pesquisa finaliza destacando a importância da
presença oficial de entidades governamentais nas redes sociais, servindo de
forma semelhante a uma ouvidoria e dialogando com os diversos setores da
sociedade, propondo mais transparência e participação em sua gestão, a fim
de alcançar um Estado cada vez mais democrático e justo para todos, onde
os direitos humanos e a preservação do planeta sejam respeitados
DÉBORAH DE SANT’ANA LIMA
46. “Uma visão que não vai com uma ação só pode ser um sonho.
Uma ação que não parte de uma visão é um desperdício de tempo;
Uma visão seguida por ações podem mudar o mundo.”
(Mandela, Nelson)
DÉBORAH DE SANT’ANA LIMA