2. Vertissolos
• São solos de coloração escura, amareladas e tons de cinza, pouco profundos,
sendo possível observar fendas, devido a contração e expansão da argila que
compõe o solo.
• Solos constituídos por material mineral com horizonte vértico entre 25 e 100cm de
profundidade e relação textural insuficiente para caracterizar um B textural, e
apresentando, além disso, os seguintes requsitos:
• Teor de argila, após mistura e homogeneização do material do solo, nos 20cm
superficiais, de no mínimo 300g/kg de solo;
• Fendas verticais no período seco, com pelo menos 1cm de largura, atingindo, no
mínimo, 50cm de profundidade, exceto no caso de solos rasos, onde o limite
mínimo é de 30cm;
• Ausência de material com contato lítico, ou horizonte petrocálcico, ou duripã
dentro dos primeiros 30cm de profundidade;
• Em áreas irrigadas ou mal drenadas (sem fendas aparentes), o coeficiente de
expansão linear deve ser igual ou superior a 0,06 ou a expansividade linear é de
6cm ou mais; e
• Ausência de qualquer tipo de horizonte B diagnóstico acima do horizonte vértico.
4. Famílias
• Para solos de constituição mineral, São utilizadas as seguintes
caracteristicas diferenciais:
• Grupamento textural
• Subgrupamento textural
• Distribuição de cascalhos no perfil
• Constituição esquelética do solo
• Tipo de horizonte diagnóstico superficial
• Prefixos epi- e endo-
• Saturação por bases
• Saturação por alumínio
• Mineralogia
• Subgrupamento de atividades da fração argila
• Teor de óxidos de ferro
5. Séries
Em solos de constituição mineral, o 6° nível é definido utilizando-se as seguintes
características e propriedades:
• Tipo, espessura e sequência dos horizontes
• Estrutura
• Cor, mosqueado
• Drenagem interna do perfil
• Substrato (natureza do substrato em solos rasos e pouco profundos)
• Textura (a classe textural de horizontes superficiais e subsuperficiais)
• Consistência
• Características especiais pedogenéticas ou decorrentes do uso do solo
• Teor da matéria orgânica
• Percentagem de fragmentos de rochas no solo
• Relações proporcionais entre determinados componetes
7. Gênese
• Os Vertissolos são originados de rochas básicas ricas em cálcio
• Formam-se sobre sedimentos com alta saturação por bases num ambiente
de lixiviação de bases desprezível permitindo assim a formação de
minerais de argila do tipo 2:1
• Morfologicamente são muito pouco permeáveis, apresentam a seqüência
de horizontes A-C, geralmente possuem cores neutras ou amareladas, são
moderadamente profundos, a textura é argilosa ou muito argilosa, a
estrutura do tipo cuneiforme, inclinada no perfil, a consistência úmida é
extremamente firme, e quando molhados são muito plásticos e muito
pegajosos.
• A massa do solo freqüentemente movimenta-se formando as superfícies
de fricção chamadas de slickensides .
• Na época seca apresentam fendas de profundidade mínima de 50 cm, e
pelo menos 1 cm de largura.
8. Clima e Relevo
• São solos desenvolvidos normalmente em ambientes de bacias
sedimentares ou a partir de sedimentos com predomínio de
materiais de textura fina e com altos teores de cálcio e magnésio,
ou ainda, diretamente de rochas básicas ricas em cálcio e magnésio.
Ocorrem distribuídos em diversos tipos de clima, dos mais úmidos
(com estação seca definida) aos mais secos, tendo grande
expressão nas bacias sedimentares localizadas na região semiárida
do nordeste brasileiro. Quanto ao relevo, estes solos distribuem-se
em áreas aplanadas a pouco movimentadas e, menos
frequentemente, em áreas movimentadas, tais como encostas e
topos de serras ou serrotes.
• São solos férteis, tendo presença no semi-árido nordestino, no
Recôncavo Baiano, nos Pampas gaúchos, e Pantanal Mato-grossense.
9. Locais de ocorência
• Ocorrem distribuídos em diversos tipos de climas desde que sejam
sazonalmente úmidos ou sujeitos a secas e inundações irregulares, ou
drenagem impedida
• No Mundo, as maiores áreas localizam-se no Sudão, Austrália, e Índia.
Encontram-se também na Etiópia, México, Estados Unidos, Argentina,
Bolívia e Paraguai
• No Brasil sua ocorrência é dada pelas regiões do Mato Grosso do Sul,
Ceará, Bahia e Rio Grande do Sul
• Sua área de maior expressividade é na região semi-árida do Nordeste
Brasileiro, perfazendo um total de 10.187 Km2 e constituem 1,3 % de toda
região semi-árida
10.
11. Processos de Formação
• Relacionados a formação e estabilidade da
esmectita (alto pH, alto teor de Ca e Mg);
• Secundariamente – flutuação, acumulo de
M.O., carbonato, gipso e sais solúveis
12. Processos de Formação
• Gleização
• Solonização
• Pedoturbação
• Calcificação
• Salinizaçao
• Contração e Dilatação
13. Potencialidades
• Rico em bases, facilmente intemperizável, alta
capacidade de trocas catiônicas – elevado
potencial nutricional
• Recomendado para as culturas anuais: arroz,
algodão, trigo, cevada, grão-de-bico, linho
• Áreas de pastagem
14. Limitações
• Elevada pegajosidade, quando molhados, e a alta
dureza, quando secos, demandam um esforço de
tração muito grande, limitando a utilização
desses solos
• Os Vertissolos são pouco permeáveis, o que
restringe a sua drenagem
• uso de máquinas no período chuvoso. Nesta
época, estes solos muito argilosos quando muito
úmidos tornam-se “pesados” restringindo o uso
de máquinas
15.
16. Manejo do solo
• As fendas dos Vertissolos limitam a engenharia agronômica, pelo
rompimento de parte das raízes das plantas, dificultando a
irrigação, reduzindo o efeito da adubação; e a engenharia civil, pelo
movimento do solo em função do teor de umidade.
• Os Vertissolos são sempre muito consistentes geneticamente
porque são adensados, por isso a subsolagem tem efeito somente
por poucos dias, logo voltam na condição de muito consistentes. Se
forem compactados na camada arável aumenta o problema de
consistência em todo perfil.
• Quimicamente os Vertissolos são sempre eutróficos; ou seja, ricos
em bases, principalmente cálcio, e a CTC da argila é muito elevada
(solos com alta atividade da argila, ou Ta).