O documento resume entrevistas com professores de uma escola municipal sobre suas abordagens à alfabetização e linguagem. Os professores da educação infantil focam no desenvolvimento oral de forma lúdica, enquanto os da alfabetização priorizam ensinar o princípio alfabético. O grupo observou divergências entre os enfoques e a importância de considerar o que as crianças já sabem.
5. Visão do Professor da Educação Infantil A linguagem oral... O enfoque de trabalho da língua oral é basicamente procedimental, isto é, a maioria dos conteúdos que as crianças aprendem são procedimentos de utilização da língua, através dos quais aprendem atitudes e conceitos relacionados com a linguagem.
6. Grafismo e linguagem escrita... Os trabalhos de iniciação à língua escrita estão relacionados aos aspectos comunicativos da língua: a escrita serve para saber coisas, para divertirmo-nos, para estarmos informados, para aprender, para conhecer a marca de um produto, etc.
7. Expressão plástica... * Formação de conceitos: a observação e a análise da realidade servem para ampliar os conceitos. * Habilidade manual. * Imaginação e fantasia Os alunos aprendem procedimentos de pintura, desenho, gravura, modelagem, colagem, etc. O papel do professor é o de garantir oportunidades constantes para tais exercícios e apoiar o aluno em seus afazeres, levando-o à autonomia progressiva na execução das tarefas.
8. Expressão sonora e corporal... Expressão sonora: Vivenciam ritmos, gestos, jogos motrizes através de canções e danças. Os conteúdos são organizados em dois blocos: a) O Fazer Musical b) Apreciacão Musical
9. Expressão corporal: São propostos momentos de jogos espontâneos, brincadeiras livres e também situações em que as professoras conduzem a atividade.Os jogos e brincadeiras de movimento são atividades que através de vários gestos (saltos, corridas, lançamentos, equilíbrios, chutes, etc) estimulam o desenvolvimento do corpo e do movimento.
10. Visão do Professor da Classe de Alfabetização A linguagem oral... Atividades de produção e interpretação de uma ampla variedade de textos orais, de observação de diferentes usos, de reflexão sobre os recursos que a língua oferece para alcançar diferentes finalidades comunicativas.
11. Grafismo e linguagem escrita... A escrita espontânea deve dar lugar para atividades que contribuam de maneira mais direta, que conduzam a criança ao domínio do princípio alfabético.
12. Expressão plástica... Utilização da expressão plástica como forma de sanar as dificuldades existentes na escrita, na matemática, e em outras disciplinas. Uso de muitos objetos reciclados.
15. Durante o trabalho realizado observou-se que no grupo de professores da Educação Infantil a construção dos conhecimentos lingüísticos está sendo realizada de forma lúdica, através de jogos e atividades que favoreçam essa construção. Na Classe de Alfabetização, essa construção está mais voltada para trabalhar a questão da linguagem conduzindo a criança para a aquisição do princípio alfabético. Convém ressaltar que é importante trabalhar as considerações que a criança já sabe sobre as coisas, sobre o domínio da língua, etc. Observamos muitos aspectos divergentes da análise dos dois grupamentos, quanto ao objetivo da Educação Infantil, e das Classes de Alfabetização.
16. Em relação a norma culta as discussões são importantes, porque observamos nas escolas, que parte de professores, das classes de alfabetização restringem à sua ação de ensino a uma técnica onde o desenvolvimento de tarefas de “prontidão”, preenchimento de tracinhos, de traçados com letras, cópia do traçado com letras, exercícios de discriminação, controle do traço, distribuição espacial, orientação aos caracteres, acabam por tornar as ações educativas subjacentes. De forma não muito clara, o professor induz a concepção de que a escrita, é um mero código de transcrição da fala; e sabemos que é muito mais do que isso, pois a criança elabora hipóteses sobre a escrita. Nesse sentido, as atividades pedagógicas devem desafiar o pensamento e o sentido de criação das crianças, gerando conflitos cognitivos que os ajudem a buscar novas respostas, pois afinal, a criança é um ser inteligente que tem suas lógicas próprias.
17. A Escola possui em seu Projeto Político Pedagógico o tema “Violência na Escola – Quem ama cuida” e observamos que os conflitos gerados em sala de aula são tratados de forma natural usando-se as estratégias de diálogo entre os envolvidos, mostrando tanto ao agressor como ao agredido as práticas de convivência, solidariedade, respeito, etc. Os professores quando indagados sobre livros usados que enfoquem o tema violência, ambas mencionaram gostar de usar o livro Pinote, o fracote e Janjão, o fortão, da autora Fernanda Lopes de Almeida, por sua fala, numa linguagem simples sobre como alguns tentam impor pela força as suas vontades, o desrespeito e a humilhação sobre aqueles a quem imaginam dominar e por demonstrar como a inteligência prevalece sobre a força bruta. Abaixo segue uma das atividades que estava sendo realizada com os alunos da Turma 1101 da professora Jurema Blay.