O documento discute a excelência de Cristo e Sua relação com a Igreja. Ele explica que (1) Cristo é a cabeça e fundador da Igreja, (2) Cristo venceu a morte através de Sua ressurreição, e (3) toda a plenitude de Deus reside em Cristo. O documento também discute como Cristo é o reconciliador da humanidade com Deus através de Sua morte na cruz.
2. Nenhuma doutrina foi mais atacada ao longo dos tempos do que a
doutrina de Cristo. Ainda hoje são muitos os que se levantam para
atacar sua Divindade ou sua perfeição. A carta de Paulo aos
colossenses é um grande tratado cristológico. Daí a relevância desta
carta. Jesus é o Senhor absoluto de todas as coisas, Ele é o “cabeça”
da Igreja. Como funciona esta relação: Cristo e Sua Igreja? (vs.18-19)
3. Em primeiro lugar: Cristo é o “cabeça da Igreja – Vs. 18. Assim como
um corpo não tem vida sem a cabeça, uma Igreja não pode existir
sem Cristo. Se Cristo não é o cabeça da Igreja, ela está morta! A
cabeça na Igreja cristã não é o Papa, o Bispo, o pastor. Cristo é o
fundamento , o protetor, o edificador e dono da Igreja. A palavra
“cabeça! Significa fonte e origem. A Igreja tem sua origem em Cristo.
A Igreja só tem vida em Cristo! Cristo é a fonte de poder, alegria e
vida da Igreja. Outro sentido bíblico para o termo “cabeça” =
governante. Aquele que governa, que controla que dirige. Cristo é o
cabeça que governa a Igreja, que age na Igreja. Todos os
movimentos e ações do corpo (igreja) devem ter origem no “cabeça”
que é Cristo. Toda a Igreja deve estar sujeita a Cristo. Quanto mais a
Igreja estiver sujeita a Cristo, mais saudável, pura e feliz ela é.
4. Em segundo lugar: Cristo é o vencedor da morte (vs.18c). A
ressurreição de Cristo é a razão da Igreja existir. Se Cristo não
tivesse ressuscitado dentre os mortos, não haveria Igreja. O
sepulcro vazio é o berço onde nasceu a Igreja – Pr. Hernandes Dias
Lopes. A ressurreição de Cristo prova que existe uma nova vida
disponível para todo o que crê no Senhor. Cristo venceu a morte e
triunfou sobre ela. A morte não tem mais a última palavra. Jesus
afirmou: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim ainda
que morra viverá” – João 11:25.
5. Terceiro lugar: Cristo é aquele em quem reside toda a plenitude (vs.
19). Tudo quanto Deus é está em Cristo. A palavra grega “pleroma” ,
“plenitude”, descreve a soma de todos atributos e poderes divinos.
Toda a plenitude de Deus habita em Cristo, seu Único Filho. Essa
plenitude não foi sendo acrescentado com o passar das eras, mas é
permanente. Jesus também é o Alfa e o Ômega (Ap. 01:08). Em
Cristo habita toda a Glória de Deus e todo Seu poder. Esta plenitude
sempre fez parte da pessoa de Cristo. João faz um registro em seu
Evangelho (01:16) – “Porque todos nós temos recebido da Sua
plenitude e graça sobre graça”. Paulo afirma na mesma carta: “Pois
em Cristo habita corporalmente toda a plenitude da Divindade...”
(02:09). Jesus é perfeitamente Deus e perfeitamente homem.
Aquele que criou o mundo que vemos e que não vemos, todo o
Universo, esvaziou-se e se tornou carne, fez-se homem para salvar
toda a humanidade.
7. A palavra grega para reconciliação tem grandes significado. Significa
mudar da inimizade para amizade. Implica na restituição de um
estado do qual a pessoa estava separada. É uma verdadeira
reviravolta. Há 4 pontos essenciais sobre a relação de Cristo com a
reconciliação:
A fonte da reconciliação (20). Há uma profunda necessidade de
reconciliação entre Deus e o Homem. O Homem não está em paz
com Deus, o pecado afastou a raça humana do Senhor. A alma do
Homem está sem direção e propósito. Mas Deus e não o
Homem, que tomou a iniciativa de reconciliação. A Bíblia jamais
falou em Deus reconciliado com o Homem, mas os Homens
reconciliados com Deus. A atitude de Deus para com a
humanidade sempre foi de amor, por isso, Deus se aproxima do
Homem em Cristo. Não é o Homem quem busca a Deus, mas
Deus é quem busca do Homem.
8. O apóstolo Paulo fala: “Tudo isso provém de Deus que nos
reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo...” – II Cor. 05:18. A
cruz é resultado do amor de Deus! Na cruz Deus mostrou seu
repúdio ao pecado, mas Seu amor ao pecador. Deus nos ama com
amor eterno. O sangue de Cristo é a fonte da reconciliação. Fomos
reconciliados com Deus mediante a morte substitutiva (expiação)
de Cristo e o derramamento de Seu sangue nos perdoou de todos
os pecados. A fonte da qual temos plena reconciliação é o sangue
remidor de Cristo na cruz do calvário. A cruz revela tanto a justiça
quanto o amor de Deus. Willian Barclay afirma: “Na morte de Jesus
Deus nos diz: Eu amo vocês desta maneira! Eu amo vocês até o
extremo de ver Meu Único Filho sofrer e morrer por vocês!”.
9. O alcance da reconciliação (Vs. 20b e 21): A reconciliação
realizada por Cristo na cruz tem dois alcances: A) O universo
inteiro (20b). A queda não atingiu apenas o Homem mas todo o
Universo. Toda a criação ficou sujeita à corrupção (Rom. 08:20) e
está cativa (aprisionada) pela corrupção (Rom. 08:21). Toda a
criação geme (Rom. 08:22). Cristo morreu para trazer
restauração para o Universo. A intenção do apóstolo Paulo é
refutar qualquer ideia de que parte do Universo está fora do
escopo da obra reconciliadora de Cristo.
10. As benção desta reconciliação (Vs. 20,22): Nossa relação com
Deus foi restaurada, não há mais barreiras entre nós e o Pai
celeste. Fomos justificados e a inimizade que tínhamos com Deus
foi cancelada, o muro que nos separava foi destruído, nossa
condenação foi cancelada. Deus não apenas nos reconciliou mas
nos deu uma nova vida em Cristo, uma vida de santidade. A
finalidade desta reconciliação é a santidade. O Pr. Russel Shedd
diz que esses pecadores que antes serviam prazerosamente a
Satanás, são agora santos, inteiramente consagrados e separados
para Deus. Também somos inculpáveis: a palavra grega
“amomos” significa “sem manchas”. Essa palavra é a mesma que
Pedro usa para identificar a qualidade de Cristo, “O Cordeiro sem
defeito” – I Pedro 01:19.
11. Também somos agora livres! Livres de qualquer acusação por
parte das trevas. Esta é uma palavra usada também em tribunais
indicando que não há acusações jurídicas que possam ser
levantadas contra uma pessoa. Os verdadeiramente salvos estarão
absolutamente imunes ao castigo que seus pecados merecem. Vs.
23 – a reconciliação com Deus não é uma licença para pecar, mas
um motivo solene para vivermos cada vez mais apegados ao
Evangelho. A reconciliação exige de nós lealdade! Nenhuma
pessoa pode ter segurança de que foi reconciliada com Deus se
está vivendo na prática do pecado! DEUS NÃO NOS SALVA NO
PECADO, MAS DO PECADO! A reconciliação é um traslado do reino
das trevas para o Reino da luz! Antes éramos escravos do pecado,
mas em Cristo fomos resgatados para Seu Reino Eterno.
12. Duas últimas considerações sobre nossa reconciliação
com Deus:
A) A firmeza da fé (23b) – O salvo não é como um galho de árvore
agitado pelo vento de um lado para outro. Ele não é como palha
que o vento carrega. Sua fé é plantada no único e verdadeiro
fundamento - Jesus Cristo. O cristão verdadeiro é como uma casa
construída sobre a rocha. Lembre-se: os salvos são aqueles que
perseveram na fé até o fim (Mateus 24:13). Os salvos não ficam
oscilando entre o bem e o mal, entre pecado e santidade, entre
benção e maldição, pulando de uma Igreja para outra. Os salvos
são firmes, pois, estão fincados na ROCHA eterna que é Jesus o Rei
dos reis! E isto lhes é suficiente!
13. B) A constância na esperança do Evangelho (23b). Os que se afastam
da esperança do Evangelho dificilmente foram de fato reconciliados
com Deus. O verdadeiro cristão, embora debaixo de grande ataque
por parte das trevas, permanece fiel ao seu Senhor. Não se agita ou
voa como a palha. Estes se desviam das tentações e resistem pela fé
aos ataques de Satanás. Muitas pessoas fazem parte da Igreja
física, mas não da Igreja gloriosa (eterna), pois, amam o presente
século e abandonam seus compromissos com Deus. Amam mais a si
mesmos do que a Deus, amam mais este mundo e os prazeres do
que a santidade pessoal; vivem mais em função de suas paixões do
que obedecer e fazer a vontade do Pai celestial. Há pessoas que
parecem ser ovelhas mas são lobos! Muitos estão neste mundo sem
azeite em suas lâmpadas – Mateus 25 – são chamados por Cristo de
insensatos, imprudentes, pois não estão preparados para o Grande
dia!