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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED
   UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ – UNIOESTE
       CAMPUS DE MARECHAL CÂNDIDO RONDON – PARANÁ
     PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE




                 SONIA AUGUSTA DE MORAES




A INTERNET E O ENSINO DE HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E
                         AFRICANA




                   Marechal Cândido Rondon
                            2011
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED
   UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ – UNIOESTE
       CAMPUS DE MARECHAL CÂNDIDO RONDON – PARANÁ
     PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE




                 SONIA AUGUSTA DE MORAES




A INTERNET E O ENSINO DE HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E
                         AFRICANA




                          Projeto apresentado à Secretaria de Estado da
                          Educação SEED como requisito parcial de
                          participação no Programa de Desenvolvimento
                          Educacional      –   PDE      na    área   de
                          História.Orientador: Profº. Dr. Marcio Antônio
                          Both da Silva.




                   Marechal Cândido Rondon
                            2011
SUMÁRIO




A) DADOS DE IDENTIFICAÇÃO ................................................................................ 3
B) TEMA DE ESTUDO DO PROFESSOR PDE.......................................................... 3
C) TÍTULO................................................................................................................... 3
D) JUSTIFICATIVA DO TEMA DE ESTUDO .............................................................. 4
E) PROBLEMA/PROBLEMATIZAÇÃO ...................................................................... 7
F) OBJETIVO GERAL E ESPECÍFICOS .................................................................. 14
G) FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA / REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................... 15
H) METODOLOGIA/ESTRATÉGIAS DE AÇÃO ....................................................... 20
I) CRONOGRAMA .................................................................................................... 22
J)REFERÊNCIAS.......................................................................................................23
PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA


A) DADOS DE IDENTIFICAÇÃO


Professor PDE: Sonia Augusta de Moraes
Área PDE: História e Cultura afro-brasileira e africana
NRE: Toledo
Professor Orientador IES: Marcio Antônio Both da Silva
IES vinculada: Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Unioeste – Campus de
Marechal Cândido Rondon Pr.
Escola de Implementação : Colégio Estadual Paulo Freire - Ensino fundamental e
Médio
Público objeto da intervenção: Jovens e Adultos do ensino Médio.




B) TEMA DE ESTUDO DO PROFESSOR PDE


        Uma das grandes tarefas da educação atualmente é contribuir com a
discussão sobre a igualdade racial, reconhecimento e valorização da história, cultura
e identidade dos descendentes afro-brasileiros e africanos. Tendo como marco legal
a Lei 10.639/2003 e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das
Relações Étnico-raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e
Africana.
        Este projeto de pesquisa pretende investigar como as tecnologias de
informação e comunicação (Internet) podem contribuir com o processo de ensino e
aprendizagem da história e da cultura afro-brasileira e africana na educação de
Jovens e Adultos. A intenção é estudar, discutir, trocar experiências com os alunos
Jovens e Adultos em relação a diversidade étnico-racial brasileira.




C) TÍTULO


        A Internet e o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana
4



D) JUSTIFICATIVA DO TEMA DE ESTUDO


       Os dispositivos legais, reivindicações e propostas do Movimento Negro que
refere-se a história e cultura afro-brasileira e africana, fazem parte de um processo
histórico construído ao longo do século XX.
       A lei 10.639/03 determina a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura
Afro-Brasileira nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e
particulares. A lei também estabelece que os conteúdos referentes a história e
cultura afro-brasileira sejam trabalhados no contexto do currículo escolar,
especialmente no âmbito das disciplinas de Educação Artística, Literatura e História
Brasileiras.
       O interesse pelo ensino da história e cultura afro-brasileira e africana mediado
pelas tecnologias (Internet) faz parte de um processo histórico construído ao longo
da minha carreira profissional enquanto educadora da rede pública estadual de
ensino. Buscando melhorar a prática pedagógica, passei a estudar questões ligadas
ao uso do computador e a internet no processo educacional e posteriormente sobre
a lei 10639/03.
       No ano de 2004 ingressei no curso de Mestrado em Educação pela
Universidade Estadual de Maringá, tendo como linha de pesquisa o uso da internet
na prática docente1. Atualmente trabalho com ambientes virtuais que auxiliam no
processo de ensino e aprendizagem nas disciplinas curriculares.
       O interesse por esta temática teve como marco fundamental a formação das
equipes multidisciplinares2 no Colégio Estadual Paulo Freire – Ensino Fundamental
e Médio no ano de 2006 onde atuava como professora na modalidade de ensino da
Educação de Jovens e Adultos.
       A determinação da formação das equipes multidisciplinares nas escolas teve
como respaldo legal no estado do Paraná a deliberação nº 04/06 aprovada em
02/08/06 e a instrução 017/06 que institui normas complementares às Diretrizes

1
  MORAES, Sonia Augusta. O uso da internet na prática docente: reflexões e uma pesquisadora
  em ação. Maringá, 2006. 107f .Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Estadual de
  Maringá.
2
   Equipes Multidisciplinares são instâncias de organização do trabalho escolar, preferencialmente
  coordenadas pela equipe pedagógica, e instituídas por Instrução da Superintendência da Educação
  e Secretaria do Estado da Educação, de acordo com o disposto no art. 8º da Deliberação nº 04/06 –
  CEE/PR, com a finalidade de orientar e auxiliar o desenvolvimento das ações relativas à Educação
  das Relações Étnico-Raciais e ao Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena
  nas escolas ao longo do período letivo. (resolução n°. 3399 / 2010 – GS/SEED).
5



Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o
ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. A seguir destaco o artigo 8º
da deliberação 04/06 que orienta para a formação de equipes multidisciplinares no
estabelecimento escolar:

                     Cada      unidade    escolar/instituição deverá  compor    equipe
                     Interdisciplinar que estará encarregada da supervisão e
                     desenvolvimento de ações que dêem conta da aplicação efetiva das
                     diretrizes estabelecidas por esta Deliberação ao longo do período
                     letivo e não apenas em datas festivas, pontuais, deslocadas do
                     quotidiano da escola. (PARANÁ, 2006, p.3).


      Apesar da resolução e da instrução estabelecer a formação das equipes
multidisciplinares, não houve entendimento satisfatório por parte dos professores e
equipe pedagógica, em relação a finalidade e ao seu funcionamento na escola. Não
havia até então uma regimentação legal para a formação, funcionamento e
atribuições das equipes multidisciplinares nas escolas públicas do estado do Paraná.
As discussões em reuniões pedagógicas sobre a história e cultura afro-brasileira e
africana, não eram suficientes para envolver todos os profissionais da educação. A
resolução 04/06 apresenta no art. 3º a seguinte orientação:

                     As mantenedoras tomarão providências efetivas e sistemáticas no
                     sentido de qualificar os educadores no que diz respeito à temática da
                     presente Deliberação, promovendo cursos, seminários, oficinas,
                     durante o período letivo, garantindo-se a participação dos
                     educadores sem nenhum prejuízo funcional ou salarial. (PARANÁ,
                     2006, p. 2).


      Apesar da deliberação 04/06 determinar a qualificação dos educadores, a
formação continuada do professor em serviço é restrita, em função da, entre outras
coisas, pouca oferta de vagas para cursos sobre a história e cultura afro-brasileira e
africana. O trabalho realizado nas escolas é um trabalho individualizado, ou seja
apenas alguns professores desenvolvem projetos ou conteúdos sobre a história e
cultura afro-brasileira e africana nas disciplinas curriculares. Em alguns casos os
professores abordam superficialmente esta temática, afirmando não ter a formação
necessária, bem como dificuldades de acesso a cursos de aperfeiçoamentos, em
função dessa realidade, possuem limitações para trabalhar em sua disciplina
conteúdos relacionados a história e cultura afro-brasileira e Africana.
6



       Um fator importante em relação a formação das equipes multidisciplinares,
ocorreu no ano de 2009. Neste ano alguns professores da rede pública de ensino e
representantes dos núcleos regionais de educação do estado do Paraná foram
convidados pela Secretaria Estadual da Educação (NEREA) para a elaboração da
regimentação das equipes multidisciplinares no Estado do Paraná. Em função do
trabalho que desenvolvia com Jovens e Adultos em sala de aula, fui convidada a
participar desta equipe de trabalho.
       As reuniões abordaram principalmente os problemas e dificuldades em
relação aplicabilidade da lei 10639/03 e ao funcionamento das equipes
multidisciplinares nas escolas, pois como já citamos anteriormente as equipes já
existiam, mas não funcionavam plenamente. O envolvimento da escola em relação
a história e cultura afro-brasileira e africana ainda eram insatisfatórias.
       No mês de novembro de 2010 o Núcleo de Educação das Relações
Etnicorraciais e Afro-Descendência (NEREA) fez um chamamento para uma nova
formação das equipes multidisciplinares nas escolas públicas do Estado do Paraná.
Mas agora o diferencial é que existe respaldo legal (resolução n°. 3399/2010 –
GS/SEED, orientação nº 002/2010 – DEDI/SEED e instrução n° 010/2010 –
SUED/SEED) definindo os critérios de composição, organização e funcionamento
das equipes multidisciplinares de Educação das Relações Étnico-Raciais nos
núcleos regionais de ensino e nos estabelecimentos de ensino da rede estadual de
educação. A resolução n°. 3399/2010 – GS/SEED define a importância da formação
das equipes multidisciplinares nas escolas:

                      As equipes Multidisciplinares se constituem por meio da articulação
                      das disciplinas da Base Nacional Comum, em consonância com as
                      Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica e Diretrizes
                      Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais
                      e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, com
                      vistas a tratar da História e Cultura da África, dos Africanos,
                      Afrodescendentes e Indígenas no Brasil, na perspectiva de contribuir
                      para que o aluno negro e indígena mire-se positivamente, pela
                      valorização da história de seu povo, da cultura, da contribuição para
                      o país e para a humanidade. (PARANÁ, 2010, p.1).


       Consideramos      um     grande    avanço     a   regimentação         das   equipes
multidisciplinares no estado do Paraná. Esperamos que estas equipes realmente
possam articular juntamente com os professores, equipe pedagógica, funcionários e
comunidade, discussões em torno da lei 10639/03. Assim resta saber se a partir
7



destas mudanças, as equipes multidisciplinares, vão realmente poder cumprir e
realizar o que determina a lei 10639/03.
       É incontestável o avanço da lei 10639/03, e demais regimentações que
refere-se as relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura afro-
brasileira e africana. A lei determina a inclusão de conteúdos referente a História e
Cultura Afro-Brasileira no currículo escolar, mas isso não é suficiente para garantir a
sua implementação na prática, é preciso envolver a comunidade escolar em debates
e reflexões sobre a lei 10639/03 e sua aplicabilidade em sala de aula.
       Na tentativa de promover discussões sobre esta temática, esse projeto de
pesquisa tem como o objeto de estudo: a internet como ferramenta de apoio ao
processo de ensino e aprendizagem de história e cultura afro brasileira e africana na
Educação de Jovens e Adultos.
       Diante destas realidades apresentadas nós constatamos que faltam ações
efetivas no âmbito escolar e mais especificamente na Educação de Jovens e
Adultos, que abordem satisfatoriamente a diversidade étnico-raciais dos alunos. As
ações efetivas só vão ocorrer a partir do momento em que as escolas considerarem
os alunos e os professores como sujeitos do processo de ensino e aprendizagem da
educação para as relações étnico-raciais da história e da cultura afro-brasileira e
africana.




E) PROBLEMA/PROBLEMATIZAÇÃO


       Nesta perspectiva este projeto de pesquisa tem o objetivo de investigar como
o avanço das tecnologias de comunicação e informação (Internet) podem, a partir de
políticas públicas, contribuir para a inclusão digital de jovens e adultos nas escolas
públicas. Com a finalidade de promover reflexões sobre a diversidade étnico-racial
brasileira.
       A Declaração de Hamburgo sobre Educação de Adultos é um documento que
resultou da V Conferência Internacional sobre Educação de Adultos (V Confintea) e
estabelece ações importantes relacionadas aos princípios de uma educação anti-
racista. Para Confintea (1997) a Educação de Jovens e Adultos enfrenta um grande
desafio, que consiste:
8



                           Em preservar e documentar o conhecimento oral e cultural dos
                           diferentes grupos. A educação intercultural deve promover o
                           aprendizado e o intercâmbio de conhecimento entre e sobre
                           diferentes culturas, em favor da paz, dos direitos humanos, das
                           liberdades fundamentais, da democracia, da justiça, coexistência
                           pacífica e da diversidade cultural. (CONFINTEA, 1999, p. 2 ).


          As diferenças regionais e a diversidade étnico-cultural, fazem parte da
realidade brasileira. Diante desta constatação este projeto de pesquisa apresenta as
seguintes problemáticas: As produções ético-culturais dos diversos grupos
formadores da nação brasileira têm sido incorporadas aos conhecimentos
escolares? Os costumes, as tradições e suas culturas tem sido considerados como
suporte para seu aprendizado? Que metodologias são usadas na escola para
proporcionar aos alunos de diferentes etnias, diálogos presenciais, síncronos e
assíncronos sobre sua história e sua cultura? Como as tecnologias de informação e
comunicação (internet e suas ferramentas) estão contribuindo para a produção de
conhecimentos desses alunos? Estes questionamentos devem estar presentes nas
discussões de todos (as) profissionais da educação. Nesta perspectiva, ao conhecer
suas dificuldades, necessidades e realidades, alunos jovens e adultos, não serão
excluídos e muito menos agentes passivos, ou meramente ouvintes da sua história e
cultura. Para Ana Lúcia Silva Souza (2006, p. 89):

                           A escola deve desenvolver ações para que todos (as) negros(as) e
                           não-negros(as), construam suas identidades individuais e coletivas,
                           garantindo o direito de aprender e de ampliar seus conhecimentos,
                           sem serem obrigados a negar a si próprios ou ao grupo étnico-racial
                           a que pertencem. É na perspectiva da valorização da diversidade
                           que se localiza o trabalho com a questão racial, tendo como
                           referência a participação efetiva de sujeitos negros (as) e não-
                           negros (as).


          A Modalidade de ensino da Educação de Jovens e Adultos está contemplada
no Plano Nacional de implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para
Educação das Relações étnico-raciais e para o ensino de História e Cultura Afro-
Brasileira e Africana3. O principal objetivo é o de:




3
    O Plano Nacional de Implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação para as
    Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2009) é
    resultado de seis encontros denominados Diálogos Regionais sobre a Implementação da Lei
    10639/2003.
9



                           colaborar para que todo o sistema de ensino e as instituições
                           educacionais brasileiras cumpram as determinações legais com
                           vistas a enfrentar todas as formas de preconceito, racismo e
                           discriminação para garantir o direito de aprender e à equidade
                           educacional afim de promover uma sociedade mais justa e solidária.
                           (BRASIL, 2009, p.23).


          Entre as ações principais para a Educação de Jovens e Adultos estabelecidas
o Plano Nacional inclui

                           implementar ações de pesquisa, desenvolvimento e aquisição de
                           materiais didático-pedagógico que respeitem, valorizem e promovam
                           a diversidade, a fim de subsidiar práticas pedagógicas adequadas à
                           educação das relações étnico-raciais. Incluir na formação de
                           educadores de Eja a temática da promoção da igualdade
                           etnicorracial e combate ao racismo. (BRASIL, 2004, p.55).


          As Políticas de Reparações, de Reconhecimento e Valorização, de Ações
Afirmativas voltadas para a educação dos negros são fundamentais para garantir a
essa população, o ingresso, permanência e sucesso na educação escolar. Não
podemos mais ignorar esta realidade no qual os alunos (as) principalmente negros
(as) e indígenas sofrem em sala de aula, em função de práticas preconceituosas e
racistas. Práticas estas que ainda infelizmente contribuem para desqualificar os afro-
descendentes e indígenas em sala de aula, na escola e na sociedade em geral.
          O parecer CNE/CP n.º 03/044, indica alguns caminhos possíveis para
subsidiar      a    escola    na   implementação        das   políticas    de   Reparações,       de
Reconhecimento e Valorização, de Ações Afirmativas levando em consideração as
relações étnico raciais dos alunos jovens e adultos. Para que isso ocorra é preciso:

                           valorizar o patrimônio histórico-cultural afro-brasileiro, [...] bem como
                           valorização da diversidade daquilo que distingue os negros dos
                           outros grupos que compõem a população brasileira [...] buscando-se
                           especificamente desconstruir o mito da democracia racial na
                           sociedade brasileira. [...] Adotar políticas educacionais e de
                           estratégias pedagógicas de valorização da diversidade, a fim de
                           superar a desigualdade étnico-racial presente na educação escolar
                           brasileira, nos diferentes níveis de ensino. Questionar relações
                           étnico-raciais baseadas em preconceitos que desqualificam os
                           negros e salientam estereótipos depreciativos, palavras e atitudes
                           que, velada ou explicitamente violentas. [...] Divulgar e respeitar os
                           processos históricos de resistência negra desencadeados pelos
                           africanos escravizados no Brasil e por seus descendentes na

4
    Esse parecer estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico
    Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Aprovada em 10.03.2004.
10



                     contemporaneidade. [...] Criar condições para que os estudantes
                     negros não sejam rejeitados em virtude da cor da sua pele. (BRASIL,
                     2004, p. 11- 12).


      A Constituição Federal de 1988 em seu artigo 205 determina que o estado
promova e incentive as políticas de reparações. As políticas públicas de combate a
desigualdade racial e social no Brasil, tem como objetivo “reparar” as mazelas
sociais construídas historicamente por relações sociais que são atravessadas por
conflitos e desigualdades. Neste sentido, é necessário analisar estas políticas a
partir de sua inserção em um conjunto de relações mais amplas, lembrando que
historicamente a sociedade brasileira é atravessada por desigualdades sociais que
não estão isentas de participarem e definirem o modo como são pensadas e
aplicadas estas políticas. Assim, como mostra Virgínia Fontes, devemos levar em
conta que

                     É nas relações sociais, econômicas, políticas, culturais,
                     organizativas, de cotidiano onde se implanta e se exerce a
                     desigualdade como condição de existência, que se originam os
                     meios de coerção para assegurar a desigualdade. (FONTES, 2005,
                     p.12) .


      Ou seja, não podemos naturalizar a relação entre Estado e Movimento Negro.
Pois as políticas públicas em relação à história e cultura afro-brasileira são oriundas
de uma desigualdade construída historicamente, sendo que o Estado muitas vezes
cria legislações com o intuito de silenciar e abafar as reivindicações (lutas sociais)
do Movimento Negro e comunidade em geral para legitimar o seu poder e dos
grupos de interesses que ele defende.
      Apesar de todas estas legislações sobre a história e cultura afro-brasileira e
africana, entre os professores existem muitas dúvidas em relação, principalmente
sobre como proceder para que estas políticas de Reparações, de Reconhecimento e
Valorização, de Ações Afirmativas sejam realmente efetivadas em sala de aula. E
quais conteúdos trabalhar em sua disciplina (principalmente as disciplinas como
matemática, química, física, biologia e ciências). Em relação aos conteúdos do
ensino de história e cultura afro-brasileira e africana que poderão ser abordados em
sala de aula pelas disciplinas curriculares, as diretrizes curriculares nacionais para a
11



educação das relações étnico-raciais e para o ensino de história e Cultura Afro-
Brasileira e Africana5 apresentam algumas sugestões:
       trabalhar às relações entre as culturas e as histórias dos povos do continente
africano e os da diáspora; - à formação compulsória da diáspora, vida e existência
cultural e histórica dos africanos e seus descendentes fora da África; - à diversidade
da diáspora, hoje, nas Américas, Caribe, Europa e Ásia.
       abordar celebrações como: congadas, moçambiques, ensaios, maracatus,
rodas de samba, entre outras.
       incluir a história dos quilombos, a começar pelo de Palmares, e de
remanescentes de quilombos.
       abordar sobre as tecnologias de agricultura, de beneficiamento de cultivos, de
mineração e de edificações trazidas pelos escravizados, bem como a produção
científica, artística política, na atualidade.
       promover um estudo da participação dos africanos e de seus descendentes
em episódios da história do Brasil, na construção econômica, social e cultural da
nação, destacando-se a atuação de negros em diferentes áreas do conhecimento,
de atuação profissional, de criação tecnológica e artística, de luta social.


       Após oito anos da publicação da lei 10639/03 ainda constatamos que existem
várias dúvidas e questionamentos por parte dos profissionais da educação que
atuam na Educação de Jovem e Adultos em relação a lei 10639/03. Consideramos
ainda outro fator agravante o fato de algumas escolas orientarem os professores
para trabalharem apenas no dia 20 de novembro 6 conteúdos sobre a história e
cultura afro-brasileira, sendo que anterior e posteriormente a esta data são poucas
as ações ou reflexões que abordem esta temática.
       Em algumas escolas o silêncio pedagógico da história e da cultura afro-
brasileira e africana, historicamente vem se constituindo em um dos principais
motivos para a não efetivação da lei 10639/03 na escola pública e mais
especificamente em sala de aula. Esse silêncio só é quebrado quando o professor
questiona sobre a obrigatoriedade de trabalhar os conteúdos da história e cultura

5
  Destacamos apenas alguns conteúdos proposto pelo documento, para obter os conteúdos na íntegra
  consulte as diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-raciais e para o
  ensino de História e Cultura afro-brasileira e Africana (BRASIL, 2004, p. 21-23).
6
  Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como “Dia Nacional da Consciência
  Negra”. (BRASIL, 2003).
12



afro-brasileira e africana. Estes questionamentos não devem ser interpretados como
uma afronta a lei, mas como um pedido de ajuda que deve servir de alerta para
todos os envolvidos no processo educacional. Apesar do apoio institucional restrito
(cursos, aperfeiçoamentos, discussões, reflexões, leituras de textos, materiais
didáticos impressos) o professor ainda desenvolve bons trabalhos em sala de aula
em relação a história e cultura afro-brasileira e africana. Para a lei 10639/03 chegar
no chão da escola o professor deve buscar subsídios teóricos- metodológicos para
abordar os conteúdos da história e da cultura afro-brasileira e africana, desprovidos
de preconceitos que reforçam uma imagem esteriotipada do Continente Africano e
seus descendentes. Não queremos com isso, afirmar que apenas o professor é
responsável pela aplicabilidade da lei, antes de atribuirmos responsáveis,
precisamos analisar situação numa visão macro-institucional.
       É necessário como destacamos anteriormente, que o professor tenha uma
formação continuada sobre a história e cultura afro-brasileira e africana. E esta
formação é atribuição dos órgãos governamentais (SEED e demais instituições
envolvidas na implementação da lei 10639/03). Estas instituições também precisam
segundo a lei possibilitar o envolvimento do professor por meio de cursos e de uma
formação continuada.
       Sabemos que a lei 10639/03 é resultado de um processo histórico construído,
por órgão governamentais, não governamentais, Movimento Negro, militantes
individualmente, Conselhos Estaduais e Municipais de Educação, Secretaria da
Educação, comunidades quilombolas, fóruns entre tantos outros. O professor
precisa ser envolvido (envolver não significa apenas comunicar ao professor a
existência da lei) caso contrário a lei ficará apenas no papel. Envolver requer:
estudos, cursos, leituras, debates, reflexões, elaboração de materiais didáticos
impressos ou on-line. Acreditamos que esta ainda seja a grande lacuna que impede
o avanço mais rápido para obtenção de êxito em relação ao ensino da história e
cultura afro-brasileira e africana.
       As diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-
raciais e para o ensino de história e Cultura Afro-Brasileira e Africana além de
sugerir alguns conteúdos para serem trabalhados nas disciplinas curriculares,
também fazem um alerta em relação de como trabalhar a História e cultura afro-
brasileira e africana. Pois alguns livros didáticos trabalhados nas disciplinas de
história, apresentam textos recortados e imagens que contribuem para uma análise
13



superficial do continente africano, seus países e povos. Nesse sentido Ana Célia
Silva comenta sobre as possíveis seqüelas sofridas pela população negra, quando
sua imagem nos livros didáticos reforçam os esteriótipos.

                     A presença dos estereótipos nos materiais pedagógicos e
                     especificamente nos livros didáticos, pode promover a exclusão, a
                     cristalização do outro em funções e papéis estigmatizados pela
                     sociedade, a auto-rejeição e a baixa auto-estima, que dificultam a
                     organização política do grupo estigmatizado. O professor pode vir a
                     ser um mediador inconsciente dos estereótipos se for formado com
                     uma visão acrítica das instituições e por uma ciência tecnicista e
                     positivista, que não contempla outras formas de ação e reflexão.
                     (SILVA, 2008, p.24)


      As imagens e textos presentes no livro didático e também em outros meios de
comunicação (Internet) que apresentam os negros apenas escravizados ou em
situação degradante, trabalhos forçados, vendidos como mercadorias nos comércios
de escravos ou sendo punidos, devem ser o ponto de partida para uma análise
crítica do processo histórico da história e cultura afro-brasileira e africana. Em
relação a essa situação presente no livro didático e outros meios de informação
(internet) Silva (2008, p. 21) comenta:

                     A presença do negro nos livros, freqüentemente como escravo, sem
                     referência ao seu passado de homem livre antes da escravidão e às
                     lutas de libertação que desenvolveu no período da escravidão e
                     desenvolve hoje por direitos de cidadania, pode ser corrigida se o
                     professor contar a história de Zumbi dos Palmares, dos quilombos,
                     das revoltas e insurreições ocorridas durante a escravidão; contar
                     algo do que foi a organização sócio-político econômica e cultural na
                     África pré-colonial; e também sobre a luta das organizações negras,
                     hoje, no Brasil e nas Américas.


      Constatamos que a falta de material didático impresso, que aborde
conhecimentos significativos, positivos, livres de preconceitos e esteriótipos sobre a
história e cultura afro-brasileira e Africana , ainda são empecilhos para o trabalho do
professor na Educação de Jovens e Adultos.
      O livro didático é apenas um referencial para o processo de ensino e
aprendizagem. Ao utilizá-lo o professor precisa analisar criticamente seus
conteúdos, principalmente aqueles que referem-se a história africana e seus afro-
descendentes. Este projeto de intervenção pedagógica propõe trabalhar os
conteúdos da história e da cultura afro-brasileira e africana mediados não apenas
14



pelo livro didático, mas também pelas tecnologias de informação e comunicação
(Internet e suas ferramentas).
      A Internet, assim como os livros didáticos também apresentam em seus
conteúdos, textos e imagens preconceituosas em relação a cultura afro-brasileira e
africana. A grande variedade e quantidade de materiais on-line: vídeos, softwares,
textos, charges, imagens, teses, dissertações, bibliotecas, museus, mapas
disponíveis em rede, poderão auxiliar o professor no ensino da história e da cultura
afro-brasileira e africana em sala de aula. Outro aspecto a ser considerado é que
todos esses recursos multimídias despertam o interesse do aluno pelo processo de
ensino e aprendizagem. A internet e suas ferramentas possibilitam: publicação em
rede do patrimônio cultural dos grupos que compõem a formação étnico racial do
Brasil, diálogos síncronos e assíncronos sobre temas relacionados ao racismo,
preconceito e discriminação, inclusão digital, registrar, documentar, preservar,
divulgar relatos e histórias de vida dos alunos.
      O trabalho utilizado corretamente com as mídias poderá ser uma fonte
alternativa para produção e acesso aos materiais relacionados a diversidade étnico-
racial brasileira. Mas segundo Teruya (2006, p.94) “é preciso uma interpretação
crítica dos conteúdos que circulam nos diversos meios de comunicação”.
      Na perspectiva de contribuir para a valorização da diversidade étnico-racial e
para que o aluno negro-descendente mire-se “positivamente”, apresentamos o
projeto de intervenção pedagógica: A internet como ferramenta pedagógica de apoio
ensino da história e cultura afro-brasileira e africana na Educação de Jovens e
Adultos.
F) OBJETIVO GERAL E ESPECÍFICOS


      As diretrizes curriculares da educação básica da disciplina de História do
Estado do Paraná determinam que seja considerado a diversidade cultural e a
memória paranaenses, destacando:

                      o cumprimento da lei n. 10639/03, que inclui no currículo oficial a
                      obrigatoriedade da História e Cultura Afro-Brasileira, seguida das
                      Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das relações
                      étnico-raciais e para o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e
                      Africana. (PARANÁ, 2008, p.44-45).
15



         Este projeto de pesquisa tem como objetivo geral promover na Educação de
Jovens e Adultos uma reflexão da diversidade étnico-raciais. E a partir destas
reflexões, utilizar as tecnologias da informação e comunicação para a construção de
conhecimentos significativos sobre a história e cultura afro-brasileira e Africana.
         A opção por este estudo deu-se em função da falta de material didático sobre
esta temática na Educação de Jovens e Adultos. O material7 disponível para uso do
aluno e professor nas disciplinas curriculares , são apostilas que foram elaboradas
no ano de 2004 e distribuídas gratuitamente pelo Departamento de Educação de
Jovens e Adultos do Estado do Paraná. Estas apostilas apresentam os conteúdos
fragmentados e descontextualizados, não possibilitando ao aluno e professor uma
análise crítica dos conteúdos da história e da cultura afro-brasileira e africana. A
seguir destacamos os objetivos específicos:
         incluir nos conteúdos desenvolvidos na Educação de Jovens e adultos a
temática da igualdade étnico-racial e do combate a práticas racistas, discriminatórias
e preconceituosas .
         possibilitar a preservação da memória cultural de alunos da Educação de
Jovens e Adultos e a divulgação e produção textual da história destes alunos por
meio do uso das tecnologias de informação e comunicação.
         elaborar um blog, utilizando a ferramenta Wiki, para publicação de texto,
vídeos, fotos, slides da história e cultura afro-brasileira e africana e da diversidade
cultural da população brasileira.
         produzir música, vídeos, textos, jornais e exposições referente a diversidade
cultural da população do Brasil.
         analisar e interpretar textos e imagens na internet e livro didático em relação
a história e cultura afro brasileira e africana.




G) FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA / REVISÃO BIBLIOGRÁFICA


         O computador e os recursos da Internet são usados para vários fins, e a sua
utilização chegou também à área da educação e isto tem gerado muitas discussões.
Para alguns autores o uso do computador e de seus recursos na educação pode

7
    Esse material foi elaborado pelo departamento de educação de Jovens e adultos do Estado do
    Paraná.
16



ampliar o mundo daqueles que a utilizam, abrindo novas possibilidades tanto para
professores como para alunos. Outros até apoiam o uso do computador na
educação, mas consideram que se deve ter cautela ao trabalhar com esse recurso e
há ainda aqueles que não veem com bons olhos a utilização do computador na sala
de aula, ou podemos dizer, no processo educativo do aluno.
      Por isso é pertinente avaliar quais as competências necessárias para lidar
com as novas tecnologias? A competência do professor não refere apenas a
aspectos técnicos do manuseio dos instrumentos. Há atualmente muitos cursos que
ajudam a trabalhar com os diversos tipos de “software”. A competência se refere ao
uso pedagógico das novas tecnologias, buscar formas alternativas de se relacionar
com o conhecimento, com os outros e com o mundo, numa perspectiva colaborativa.
      É preciso usar os computadores em situações em que os conteúdos
trabalhados nas disciplinas curriculares façam sentido ao aluno, nas quais as
produções escolares sejam significativas. Na concepção de Freire (1998, p. 96):

                      a educação constitui-se em um ato coletivo, solidário, uma troca de
                      experiências, em que cada envolvido discute suas idéias e
                      concepções. A dialogicidade constitui-se no princípio fundamental da
                      relação entre educador e educando. O que importa é que os
                      professores e os alunos se assumam epistemologicamente curiosos.


      A curiosidade é fator fundamental para que o professor possa buscar novas
formas de incorporar as tecnologias de informação e comunicação em sua prática
docente:

                      faço questão de ir me tornando um homem do meu tempo. Como
                      indivíduo, recuso o computador porque acredito muito na minha mão.
                      Mas como educador, acho que o computador, o vídeo, tudo isso é
                      muito importante. (FREIRE, 2001, p. 198).


      As tecnologias, por si só, não respondem aos questionamentos que fazem
parte do processo histórico, tanto da sociedade quanto da escola, geradas e
impulsionadas   por    seres    humanos      em    suas    manifestações,     propostas,
reivindicações, lutas e conquistas ao longo da história da humanidade. Mas podem
ser uma ferramenta de apoio, aos professores e alunos na criação, construção e
publicação de conhecimentos significativos em relação a sociedade brasileira.
      Os professores devem romper com as práticas da “educação bancária”, de
ser um depositador de conhecimentos. Essa forma de educação, segundo Paulo
17



Freire (1987) reflete a sociedade opressora e a “cultura do silêncio”, não dando
espaço para o diálogo e a criatividade.
       Sinalizando para a potencialidade destas mudanças, já podemos verificar
alterações até na estrutura física da escola, pois o modelo presencial de ensino que
marcou toda a história da educação, hoje já abre espaço para o que alguns autores
chamam de aprendizagem virtual colaborativa (ALCÂNTARA; BEHENS, 2003).
       Moran (2003. p.3), recomenda que a escola precisa mostrar sua “cara”, para
que a sociedade conheça os projetos que são desenvolvidos. Além da escola,
mostrar o que está fazendo, o professor pode usar este recurso para proporcionar
aos seus alunos um espaço virtual de troca e construção de conhecimentos.
Contudo, devemos alertar os alunos quanto alguns problemas relacionados ao uso
da internet na educação. Pois na Internet também encontramos textos, frases,
charges e vídeos que propagam práticas racistas preconceituosas e discriminatórias
em relação a história e cultura afro-brasileira e africana. Mas também a Internet
pode ser uma ferramenta onde as experiências vivenciadas pelo professor e pelo
aluno em relação a sua história e cultura sejam divulgadas nos espaços virtuais.
Lévy (1999, p.16), trabalha com a noção de virtual e afirma que:

                     O virtual não se opõe ao real, mas sim ao atual. Contrariamente ao
                     possível, estático e ao constituído, o virtual é como o complexo
                     problemático, o nó de tendências ou forças que acompanha uma
                     situação, um acontecimento, um objeto ou uma entidade qualquer, e
                     que chama um processo de resolução: a atualização. [...] O virtual
                     constitui a entidade [...] A atualização é criação, invenção de uma
                     forma a partir de uma configuração dinâmica de forças e de
                     finalidades.


       Essa escola virtual já é realidade, embora para um número ainda pequeno de
alunos, que por meio de comunidades virtuais, passam a estabelecer novas formas
de aprendizagem, intercambiando conhecimentos e informações. Mas cabe aqui
destacar a importância do papel do professor na formação intelectual do aluno. Pois
o professor por meio dos conhecimentos científicos poderá conduzir diálogos críticos
sobre saberes referentes as tecnologias e sua função na sociedade. A citação a
seguir destaca a importância dos saberes técnicos e científicos na educação
brasileira

                     A educação não se reduz à técnica, mas não se faz educação sem
                     ela. Utilizar computadores na educação, em lugar de reduzir, pode
18



                      expandir a capacidade crítica e criativa de nossos meninos e
                      meninas. Dependendo de quem o usa, a favor de que e de quem e
                      para quê. O homem concreto deve se instrumentar com o recurso da
                      ciência e da tecnologia para melhor lutar pela causa de sua
                      humanização e de sua libertação (FREIRE, 2001, p.98).


       Quando ouvimos o discurso sobre as tecnologias aplicadas a escola virtual,
dá a impressão de que a maioria das escolas, dos alunos da educação de Jovens e
Adultos já tem ou terão, em pouco tempo, acesso aos recursos tecnológicos,
principalmente ao computador conectado a internet. No entanto é importante
registrar nesse momento a “exclusão digital” entre brancos e negros. De acordo com
levantamento do PNAD realizado em 2001 da porcentagem da população de
brancos e negros com acesso a algumas tecnologias digitais, a população negra
apresenta uma considerável desigualdade em relação ao acesso aos computadores.
Abaixo, apresentamos a porcentagem da população com acesso a algumas
tecnologias digitais, por raça:
19




Ilustração 1. Porcentagem da população com acesso a algumas tecnologias digitais, por raça,
               2001

Fonte: IPA com base na PNAD-IBGE (apud MARTINS, 2004, p. 29)


          Percebemos que o percentual de negros (as) que não tem acesso é
consideravelmente maior. Em relação a estes dados Roberto Borges Martins8 faz a
seguinte observação:

                          os diferenciais observados são preocupantes, pois, se não forem
                          rapidamente revertidos, certamente se constituirão em mais um
                          poderoso mecanismo de geração de outras desigualdades e de
                          ampliação das exclusões já existentes. (MARTINS, 2004, p. 29)


          As organizações não governamentais e comunidades estão desenvolvendo
projetos para incluir a população de alunos excluídos da era digital. Mas estes
projetos são insuficientes para atender essa demanda. Por isso consideramos


8
     Roberto Borges Martins é economista e historiador, PhD in Economics (Vanderbilt University).
    Membro, representando a América Latina e o Caribe, do Grupo de Trabalho de Cinco Especialistas
    sobre Afrodescendentes, do Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU.
20



fundamental que a escola desenvolva metodologias de estudos utilizando a internet
como ferramenta de apoio ao processo de ensino e aprendizagem nas modalidades
de ensino.




H) METODOLOGIA/ESTRATÉGIAS DE AÇÃO


      O fato de alunos estarem distantes geograficamente, suas culturas tradições
e costumes são conhecidos apenas em suas localidades. Com a publicação de sua
cultura e história em rede será possível divulgar, conhecer, publicar e escrever
colaborativamente o cotidiano e a história das comunidades dos alunos da educação
de Jovens e Adultos.
      Este projeto de pesquisa propõe investigar questões relacionadas a história e
cultura afro-brasileira e africana e envolver alunos da educação de Jovens e Adultos
do ensino médio nesta discussão. Estes alunos estão matriculados no Colégio
Estadual Paulo Freire de Marechal Cândido Rondon, Paraná.
      Para possibilitar reflexões e ações referente a esta temática utilizaremos a
Internet e suas ferramentas bem como alguns materiais didáticos disponíveis na
escola como material de apoio ao processo de ensino e de aprendizagem, das
relações étnico-raciais e da história e da cultura afro-brasileira e africana. A seguir
apresentamos as estratégias de ação para a realização do projeto de pesquisa:
      estudar textos relacionados as diretrizes curriculares Nacionais para a
educação das relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura afro-
brasileira e africana, a lei 10639/03, cadernos temáticos e demais materiais que
abordem esta temática.
      analisar os livros didáticos que abordam a história e cultura afro-brasileira
e africana.
      produção de material on-line relacionado a história e cultura afro-brasileira e
africana e demais grupos étnicos raciais formadores da nação brasileira.
      Criação de uma home-page com atividades a serem desenvolvidas pelos
alunos da Educação de Jovens e Adultos


      Este projeto de intervenção pretende principalmente ouvir os Jovens e adultos
sobre suas falas, história, suas expectativas, a problematizar questões relacionadas
21



a diversidade étnico-racial presentes na Educação de Jovens e Adultos. Neste
sentido, é fundamental que a escola elabore um plano de ação que contemple
discussões para a educação das relações étnico-raciais e para o ensino da história e
cultura afro-brasileira, levando em consideração as realidades vividas pelos alunos.
      As ações efetivas só vão ocorrer a partir do momento em que a escola pública
e a sociedade como um todo reconhecerem os alunos e professores como sujeitos
do processo de ensino e aprendizagem. E enquanto sujeitos do sistema educacional
e cidadãos brasileiros, estes alunos e professores possuem o direito de acesso e
produção de conhecimento sobre sua história e cultura em rede.


I) CRONOGRAMA DE ATIVIDADES




   Atividades e      1º Semestre   2º Semestre     1º Semestre      2º Semestre
   datas             2010          2010            2011             2011

   Elaboração do     x             x               x
   pré- projeto

   Pesquisas         x             x               x
   relacionadas
   ao pré-projeto
   Elaboração do x                 x               x
   Projeto de
   intervenção na
   escola
   Conclusão e                                     x
   entrega do
   projeto de
   intervenção na
   escola
   Produção                        x               x
   Didático
   pedagógica
   Implementação                                                    x
   do projeto de
   intervenção
   pedagógica na
   escola
   Produção de                                     x                x
   Artigo científico
22




J) REFÊRENCIAS


ALCÂNTARA, P.; BEHENS, M. Metodologia de projetos em aprendizagem
colaborativa com tecnologias interativas. Teoria e Prática da Educação, v. 6, n. 14,
p. 469-481, 2003.

BRASIL. Lei 10.639 de 09 de janeiro de 2003. Altera a Lei no 9.394, de 20 de
dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para
incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História
e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências.. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2003/L10.639.htm>. Acesso em: mar
2010.

BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes curriculares nacionais para a
educação das relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura afro-
brasileira e africana. Brasília: MEC/SECAD, 2004.

CONFERÊNCIA INTERNACIONAL SOBRE EDUCAÇÃO DE ADULTOS, 5., 1997,
Hamburgo, Alemanha. Declaração de Hamburgo: agenda para o futuro. Brasília:
SESI/UNESCO, 1999.

FONTES, V. História, poder e práticas sociais. In: SIMPÓSIO EM HISTÓRIA DA
UNIOESTE, 8., 2005, Marechal Cândido Rondon. História, poder e práticas
sociais: anais. Marechal Cândido Rondon: 2005.

FREIRE, P.. Pedagogia da autonomia. 9.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998.

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido 30 anos depois. In: FREIRE. A. A.F. Pedagogia
dos sonhos possíveis. São Paulo: Unesp, 2001.

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

GOMES, N.L.; SILVA, P.B.G. e. O desafio da diversidade. Belo Horizonte
Autêntica, 2002.

GONÇALVES, J.R. dos S. O patrimônio como categoria de pensamento. Rio de
Janeiro: DP7A, 2003.

LÉVY, Pierre. Cibercultura. 34. ed. São Paulo: Trinta e quatro, 1999.

MAGDALENA, B.C.; COSTA, Í.E.T. Internet em sala de aula. Porto Alegre: Artmed,
2003.

MARTINS, R.B. Desigualdades raciais e políticas de inclusão racial: um
Sumário da experiência brasileira recente. Santiago de Chile: CEPAL, 2004.
Disponível em: <http://www.eclac.org/publicaciones/xml/8/14728/Serie82_P.pdf>.
Acesso em: 26.set.2010.
23



MORAN, J.M. Gestão Inovadora com Tecnologia. In: VIEIRA, A. T. et al. Gestão
educacional e tecnologia. São Paulo: Avercamp, 2003.

MUNANGA, K.; GOMES, N.L. Para entender negro no Brasil de hoje: histórias,
realidades, problemas e caminhos. São Paulo: Global, 2004.

PARANÁ. Conselho Estadual de Educação. Deliberação nº 04/06. Normas
Complementares às Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das
Relações Étnico-Raciais e para o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e
Africana. Curitiba, 02 ago. 2006. Disponível em <http://www.diaadia.pr.gov.br/
nerea/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=14>. Acesso em: mar 2010.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.
Diretrizes curriculares de história. Curitiba: SEED, 2008.

SILVA, A.C. A desconstrução da discriminação do negro no livro didático. In:
MUNANGA, K. (org.) Superando o racismo na escola. 2.ed. Brasília: Ministério da
Educação; Secretaria de Educação e Diversidade, 2008. Disponível em:
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me4575.pdf>. Acesso em: mar.
2010.

SOUZA, A.L.S. Ensino médio. In: BRASIL. Ministério da Educação. Orientações
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TERUYA, T.K. Trabalho e educação na era midiática: um estudo sobre o mundo
do trabalho na era da mídia e seus reflexos na educação. Maringá-Pr: Eduem, 2006.

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  • 1. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ – UNIOESTE CAMPUS DE MARECHAL CÂNDIDO RONDON – PARANÁ PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE SONIA AUGUSTA DE MORAES A INTERNET E O ENSINO DE HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E AFRICANA Marechal Cândido Rondon 2011
  • 2. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ – UNIOESTE CAMPUS DE MARECHAL CÂNDIDO RONDON – PARANÁ PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE SONIA AUGUSTA DE MORAES A INTERNET E O ENSINO DE HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E AFRICANA Projeto apresentado à Secretaria de Estado da Educação SEED como requisito parcial de participação no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE na área de História.Orientador: Profº. Dr. Marcio Antônio Both da Silva. Marechal Cândido Rondon 2011
  • 3. SUMÁRIO A) DADOS DE IDENTIFICAÇÃO ................................................................................ 3 B) TEMA DE ESTUDO DO PROFESSOR PDE.......................................................... 3 C) TÍTULO................................................................................................................... 3 D) JUSTIFICATIVA DO TEMA DE ESTUDO .............................................................. 4 E) PROBLEMA/PROBLEMATIZAÇÃO ...................................................................... 7 F) OBJETIVO GERAL E ESPECÍFICOS .................................................................. 14 G) FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA / REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................... 15 H) METODOLOGIA/ESTRATÉGIAS DE AÇÃO ....................................................... 20 I) CRONOGRAMA .................................................................................................... 22 J)REFERÊNCIAS.......................................................................................................23
  • 4. PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA A) DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Professor PDE: Sonia Augusta de Moraes Área PDE: História e Cultura afro-brasileira e africana NRE: Toledo Professor Orientador IES: Marcio Antônio Both da Silva IES vinculada: Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Unioeste – Campus de Marechal Cândido Rondon Pr. Escola de Implementação : Colégio Estadual Paulo Freire - Ensino fundamental e Médio Público objeto da intervenção: Jovens e Adultos do ensino Médio. B) TEMA DE ESTUDO DO PROFESSOR PDE Uma das grandes tarefas da educação atualmente é contribuir com a discussão sobre a igualdade racial, reconhecimento e valorização da história, cultura e identidade dos descendentes afro-brasileiros e africanos. Tendo como marco legal a Lei 10.639/2003 e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana. Este projeto de pesquisa pretende investigar como as tecnologias de informação e comunicação (Internet) podem contribuir com o processo de ensino e aprendizagem da história e da cultura afro-brasileira e africana na educação de Jovens e Adultos. A intenção é estudar, discutir, trocar experiências com os alunos Jovens e Adultos em relação a diversidade étnico-racial brasileira. C) TÍTULO A Internet e o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana
  • 5. 4 D) JUSTIFICATIVA DO TEMA DE ESTUDO Os dispositivos legais, reivindicações e propostas do Movimento Negro que refere-se a história e cultura afro-brasileira e africana, fazem parte de um processo histórico construído ao longo do século XX. A lei 10.639/03 determina a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares. A lei também estabelece que os conteúdos referentes a história e cultura afro-brasileira sejam trabalhados no contexto do currículo escolar, especialmente no âmbito das disciplinas de Educação Artística, Literatura e História Brasileiras. O interesse pelo ensino da história e cultura afro-brasileira e africana mediado pelas tecnologias (Internet) faz parte de um processo histórico construído ao longo da minha carreira profissional enquanto educadora da rede pública estadual de ensino. Buscando melhorar a prática pedagógica, passei a estudar questões ligadas ao uso do computador e a internet no processo educacional e posteriormente sobre a lei 10639/03. No ano de 2004 ingressei no curso de Mestrado em Educação pela Universidade Estadual de Maringá, tendo como linha de pesquisa o uso da internet na prática docente1. Atualmente trabalho com ambientes virtuais que auxiliam no processo de ensino e aprendizagem nas disciplinas curriculares. O interesse por esta temática teve como marco fundamental a formação das equipes multidisciplinares2 no Colégio Estadual Paulo Freire – Ensino Fundamental e Médio no ano de 2006 onde atuava como professora na modalidade de ensino da Educação de Jovens e Adultos. A determinação da formação das equipes multidisciplinares nas escolas teve como respaldo legal no estado do Paraná a deliberação nº 04/06 aprovada em 02/08/06 e a instrução 017/06 que institui normas complementares às Diretrizes 1 MORAES, Sonia Augusta. O uso da internet na prática docente: reflexões e uma pesquisadora em ação. Maringá, 2006. 107f .Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Estadual de Maringá. 2 Equipes Multidisciplinares são instâncias de organização do trabalho escolar, preferencialmente coordenadas pela equipe pedagógica, e instituídas por Instrução da Superintendência da Educação e Secretaria do Estado da Educação, de acordo com o disposto no art. 8º da Deliberação nº 04/06 – CEE/PR, com a finalidade de orientar e auxiliar o desenvolvimento das ações relativas à Educação das Relações Étnico-Raciais e ao Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena nas escolas ao longo do período letivo. (resolução n°. 3399 / 2010 – GS/SEED).
  • 6. 5 Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. A seguir destaco o artigo 8º da deliberação 04/06 que orienta para a formação de equipes multidisciplinares no estabelecimento escolar: Cada unidade escolar/instituição deverá compor equipe Interdisciplinar que estará encarregada da supervisão e desenvolvimento de ações que dêem conta da aplicação efetiva das diretrizes estabelecidas por esta Deliberação ao longo do período letivo e não apenas em datas festivas, pontuais, deslocadas do quotidiano da escola. (PARANÁ, 2006, p.3). Apesar da resolução e da instrução estabelecer a formação das equipes multidisciplinares, não houve entendimento satisfatório por parte dos professores e equipe pedagógica, em relação a finalidade e ao seu funcionamento na escola. Não havia até então uma regimentação legal para a formação, funcionamento e atribuições das equipes multidisciplinares nas escolas públicas do estado do Paraná. As discussões em reuniões pedagógicas sobre a história e cultura afro-brasileira e africana, não eram suficientes para envolver todos os profissionais da educação. A resolução 04/06 apresenta no art. 3º a seguinte orientação: As mantenedoras tomarão providências efetivas e sistemáticas no sentido de qualificar os educadores no que diz respeito à temática da presente Deliberação, promovendo cursos, seminários, oficinas, durante o período letivo, garantindo-se a participação dos educadores sem nenhum prejuízo funcional ou salarial. (PARANÁ, 2006, p. 2). Apesar da deliberação 04/06 determinar a qualificação dos educadores, a formação continuada do professor em serviço é restrita, em função da, entre outras coisas, pouca oferta de vagas para cursos sobre a história e cultura afro-brasileira e africana. O trabalho realizado nas escolas é um trabalho individualizado, ou seja apenas alguns professores desenvolvem projetos ou conteúdos sobre a história e cultura afro-brasileira e africana nas disciplinas curriculares. Em alguns casos os professores abordam superficialmente esta temática, afirmando não ter a formação necessária, bem como dificuldades de acesso a cursos de aperfeiçoamentos, em função dessa realidade, possuem limitações para trabalhar em sua disciplina conteúdos relacionados a história e cultura afro-brasileira e Africana.
  • 7. 6 Um fator importante em relação a formação das equipes multidisciplinares, ocorreu no ano de 2009. Neste ano alguns professores da rede pública de ensino e representantes dos núcleos regionais de educação do estado do Paraná foram convidados pela Secretaria Estadual da Educação (NEREA) para a elaboração da regimentação das equipes multidisciplinares no Estado do Paraná. Em função do trabalho que desenvolvia com Jovens e Adultos em sala de aula, fui convidada a participar desta equipe de trabalho. As reuniões abordaram principalmente os problemas e dificuldades em relação aplicabilidade da lei 10639/03 e ao funcionamento das equipes multidisciplinares nas escolas, pois como já citamos anteriormente as equipes já existiam, mas não funcionavam plenamente. O envolvimento da escola em relação a história e cultura afro-brasileira e africana ainda eram insatisfatórias. No mês de novembro de 2010 o Núcleo de Educação das Relações Etnicorraciais e Afro-Descendência (NEREA) fez um chamamento para uma nova formação das equipes multidisciplinares nas escolas públicas do Estado do Paraná. Mas agora o diferencial é que existe respaldo legal (resolução n°. 3399/2010 – GS/SEED, orientação nº 002/2010 – DEDI/SEED e instrução n° 010/2010 – SUED/SEED) definindo os critérios de composição, organização e funcionamento das equipes multidisciplinares de Educação das Relações Étnico-Raciais nos núcleos regionais de ensino e nos estabelecimentos de ensino da rede estadual de educação. A resolução n°. 3399/2010 – GS/SEED define a importância da formação das equipes multidisciplinares nas escolas: As equipes Multidisciplinares se constituem por meio da articulação das disciplinas da Base Nacional Comum, em consonância com as Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica e Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, com vistas a tratar da História e Cultura da África, dos Africanos, Afrodescendentes e Indígenas no Brasil, na perspectiva de contribuir para que o aluno negro e indígena mire-se positivamente, pela valorização da história de seu povo, da cultura, da contribuição para o país e para a humanidade. (PARANÁ, 2010, p.1). Consideramos um grande avanço a regimentação das equipes multidisciplinares no estado do Paraná. Esperamos que estas equipes realmente possam articular juntamente com os professores, equipe pedagógica, funcionários e comunidade, discussões em torno da lei 10639/03. Assim resta saber se a partir
  • 8. 7 destas mudanças, as equipes multidisciplinares, vão realmente poder cumprir e realizar o que determina a lei 10639/03. É incontestável o avanço da lei 10639/03, e demais regimentações que refere-se as relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura afro- brasileira e africana. A lei determina a inclusão de conteúdos referente a História e Cultura Afro-Brasileira no currículo escolar, mas isso não é suficiente para garantir a sua implementação na prática, é preciso envolver a comunidade escolar em debates e reflexões sobre a lei 10639/03 e sua aplicabilidade em sala de aula. Na tentativa de promover discussões sobre esta temática, esse projeto de pesquisa tem como o objeto de estudo: a internet como ferramenta de apoio ao processo de ensino e aprendizagem de história e cultura afro brasileira e africana na Educação de Jovens e Adultos. Diante destas realidades apresentadas nós constatamos que faltam ações efetivas no âmbito escolar e mais especificamente na Educação de Jovens e Adultos, que abordem satisfatoriamente a diversidade étnico-raciais dos alunos. As ações efetivas só vão ocorrer a partir do momento em que as escolas considerarem os alunos e os professores como sujeitos do processo de ensino e aprendizagem da educação para as relações étnico-raciais da história e da cultura afro-brasileira e africana. E) PROBLEMA/PROBLEMATIZAÇÃO Nesta perspectiva este projeto de pesquisa tem o objetivo de investigar como o avanço das tecnologias de comunicação e informação (Internet) podem, a partir de políticas públicas, contribuir para a inclusão digital de jovens e adultos nas escolas públicas. Com a finalidade de promover reflexões sobre a diversidade étnico-racial brasileira. A Declaração de Hamburgo sobre Educação de Adultos é um documento que resultou da V Conferência Internacional sobre Educação de Adultos (V Confintea) e estabelece ações importantes relacionadas aos princípios de uma educação anti- racista. Para Confintea (1997) a Educação de Jovens e Adultos enfrenta um grande desafio, que consiste:
  • 9. 8 Em preservar e documentar o conhecimento oral e cultural dos diferentes grupos. A educação intercultural deve promover o aprendizado e o intercâmbio de conhecimento entre e sobre diferentes culturas, em favor da paz, dos direitos humanos, das liberdades fundamentais, da democracia, da justiça, coexistência pacífica e da diversidade cultural. (CONFINTEA, 1999, p. 2 ). As diferenças regionais e a diversidade étnico-cultural, fazem parte da realidade brasileira. Diante desta constatação este projeto de pesquisa apresenta as seguintes problemáticas: As produções ético-culturais dos diversos grupos formadores da nação brasileira têm sido incorporadas aos conhecimentos escolares? Os costumes, as tradições e suas culturas tem sido considerados como suporte para seu aprendizado? Que metodologias são usadas na escola para proporcionar aos alunos de diferentes etnias, diálogos presenciais, síncronos e assíncronos sobre sua história e sua cultura? Como as tecnologias de informação e comunicação (internet e suas ferramentas) estão contribuindo para a produção de conhecimentos desses alunos? Estes questionamentos devem estar presentes nas discussões de todos (as) profissionais da educação. Nesta perspectiva, ao conhecer suas dificuldades, necessidades e realidades, alunos jovens e adultos, não serão excluídos e muito menos agentes passivos, ou meramente ouvintes da sua história e cultura. Para Ana Lúcia Silva Souza (2006, p. 89): A escola deve desenvolver ações para que todos (as) negros(as) e não-negros(as), construam suas identidades individuais e coletivas, garantindo o direito de aprender e de ampliar seus conhecimentos, sem serem obrigados a negar a si próprios ou ao grupo étnico-racial a que pertencem. É na perspectiva da valorização da diversidade que se localiza o trabalho com a questão racial, tendo como referência a participação efetiva de sujeitos negros (as) e não- negros (as). A Modalidade de ensino da Educação de Jovens e Adultos está contemplada no Plano Nacional de implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das Relações étnico-raciais e para o ensino de História e Cultura Afro- Brasileira e Africana3. O principal objetivo é o de: 3 O Plano Nacional de Implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação para as Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2009) é resultado de seis encontros denominados Diálogos Regionais sobre a Implementação da Lei 10639/2003.
  • 10. 9 colaborar para que todo o sistema de ensino e as instituições educacionais brasileiras cumpram as determinações legais com vistas a enfrentar todas as formas de preconceito, racismo e discriminação para garantir o direito de aprender e à equidade educacional afim de promover uma sociedade mais justa e solidária. (BRASIL, 2009, p.23). Entre as ações principais para a Educação de Jovens e Adultos estabelecidas o Plano Nacional inclui implementar ações de pesquisa, desenvolvimento e aquisição de materiais didático-pedagógico que respeitem, valorizem e promovam a diversidade, a fim de subsidiar práticas pedagógicas adequadas à educação das relações étnico-raciais. Incluir na formação de educadores de Eja a temática da promoção da igualdade etnicorracial e combate ao racismo. (BRASIL, 2004, p.55). As Políticas de Reparações, de Reconhecimento e Valorização, de Ações Afirmativas voltadas para a educação dos negros são fundamentais para garantir a essa população, o ingresso, permanência e sucesso na educação escolar. Não podemos mais ignorar esta realidade no qual os alunos (as) principalmente negros (as) e indígenas sofrem em sala de aula, em função de práticas preconceituosas e racistas. Práticas estas que ainda infelizmente contribuem para desqualificar os afro- descendentes e indígenas em sala de aula, na escola e na sociedade em geral. O parecer CNE/CP n.º 03/044, indica alguns caminhos possíveis para subsidiar a escola na implementação das políticas de Reparações, de Reconhecimento e Valorização, de Ações Afirmativas levando em consideração as relações étnico raciais dos alunos jovens e adultos. Para que isso ocorra é preciso: valorizar o patrimônio histórico-cultural afro-brasileiro, [...] bem como valorização da diversidade daquilo que distingue os negros dos outros grupos que compõem a população brasileira [...] buscando-se especificamente desconstruir o mito da democracia racial na sociedade brasileira. [...] Adotar políticas educacionais e de estratégias pedagógicas de valorização da diversidade, a fim de superar a desigualdade étnico-racial presente na educação escolar brasileira, nos diferentes níveis de ensino. Questionar relações étnico-raciais baseadas em preconceitos que desqualificam os negros e salientam estereótipos depreciativos, palavras e atitudes que, velada ou explicitamente violentas. [...] Divulgar e respeitar os processos históricos de resistência negra desencadeados pelos africanos escravizados no Brasil e por seus descendentes na 4 Esse parecer estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Aprovada em 10.03.2004.
  • 11. 10 contemporaneidade. [...] Criar condições para que os estudantes negros não sejam rejeitados em virtude da cor da sua pele. (BRASIL, 2004, p. 11- 12). A Constituição Federal de 1988 em seu artigo 205 determina que o estado promova e incentive as políticas de reparações. As políticas públicas de combate a desigualdade racial e social no Brasil, tem como objetivo “reparar” as mazelas sociais construídas historicamente por relações sociais que são atravessadas por conflitos e desigualdades. Neste sentido, é necessário analisar estas políticas a partir de sua inserção em um conjunto de relações mais amplas, lembrando que historicamente a sociedade brasileira é atravessada por desigualdades sociais que não estão isentas de participarem e definirem o modo como são pensadas e aplicadas estas políticas. Assim, como mostra Virgínia Fontes, devemos levar em conta que É nas relações sociais, econômicas, políticas, culturais, organizativas, de cotidiano onde se implanta e se exerce a desigualdade como condição de existência, que se originam os meios de coerção para assegurar a desigualdade. (FONTES, 2005, p.12) . Ou seja, não podemos naturalizar a relação entre Estado e Movimento Negro. Pois as políticas públicas em relação à história e cultura afro-brasileira são oriundas de uma desigualdade construída historicamente, sendo que o Estado muitas vezes cria legislações com o intuito de silenciar e abafar as reivindicações (lutas sociais) do Movimento Negro e comunidade em geral para legitimar o seu poder e dos grupos de interesses que ele defende. Apesar de todas estas legislações sobre a história e cultura afro-brasileira e africana, entre os professores existem muitas dúvidas em relação, principalmente sobre como proceder para que estas políticas de Reparações, de Reconhecimento e Valorização, de Ações Afirmativas sejam realmente efetivadas em sala de aula. E quais conteúdos trabalhar em sua disciplina (principalmente as disciplinas como matemática, química, física, biologia e ciências). Em relação aos conteúdos do ensino de história e cultura afro-brasileira e africana que poderão ser abordados em sala de aula pelas disciplinas curriculares, as diretrizes curriculares nacionais para a
  • 12. 11 educação das relações étnico-raciais e para o ensino de história e Cultura Afro- Brasileira e Africana5 apresentam algumas sugestões: trabalhar às relações entre as culturas e as histórias dos povos do continente africano e os da diáspora; - à formação compulsória da diáspora, vida e existência cultural e histórica dos africanos e seus descendentes fora da África; - à diversidade da diáspora, hoje, nas Américas, Caribe, Europa e Ásia. abordar celebrações como: congadas, moçambiques, ensaios, maracatus, rodas de samba, entre outras. incluir a história dos quilombos, a começar pelo de Palmares, e de remanescentes de quilombos. abordar sobre as tecnologias de agricultura, de beneficiamento de cultivos, de mineração e de edificações trazidas pelos escravizados, bem como a produção científica, artística política, na atualidade. promover um estudo da participação dos africanos e de seus descendentes em episódios da história do Brasil, na construção econômica, social e cultural da nação, destacando-se a atuação de negros em diferentes áreas do conhecimento, de atuação profissional, de criação tecnológica e artística, de luta social. Após oito anos da publicação da lei 10639/03 ainda constatamos que existem várias dúvidas e questionamentos por parte dos profissionais da educação que atuam na Educação de Jovem e Adultos em relação a lei 10639/03. Consideramos ainda outro fator agravante o fato de algumas escolas orientarem os professores para trabalharem apenas no dia 20 de novembro 6 conteúdos sobre a história e cultura afro-brasileira, sendo que anterior e posteriormente a esta data são poucas as ações ou reflexões que abordem esta temática. Em algumas escolas o silêncio pedagógico da história e da cultura afro- brasileira e africana, historicamente vem se constituindo em um dos principais motivos para a não efetivação da lei 10639/03 na escola pública e mais especificamente em sala de aula. Esse silêncio só é quebrado quando o professor questiona sobre a obrigatoriedade de trabalhar os conteúdos da história e cultura 5 Destacamos apenas alguns conteúdos proposto pelo documento, para obter os conteúdos na íntegra consulte as diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-raciais e para o ensino de História e Cultura afro-brasileira e Africana (BRASIL, 2004, p. 21-23). 6 Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como “Dia Nacional da Consciência Negra”. (BRASIL, 2003).
  • 13. 12 afro-brasileira e africana. Estes questionamentos não devem ser interpretados como uma afronta a lei, mas como um pedido de ajuda que deve servir de alerta para todos os envolvidos no processo educacional. Apesar do apoio institucional restrito (cursos, aperfeiçoamentos, discussões, reflexões, leituras de textos, materiais didáticos impressos) o professor ainda desenvolve bons trabalhos em sala de aula em relação a história e cultura afro-brasileira e africana. Para a lei 10639/03 chegar no chão da escola o professor deve buscar subsídios teóricos- metodológicos para abordar os conteúdos da história e da cultura afro-brasileira e africana, desprovidos de preconceitos que reforçam uma imagem esteriotipada do Continente Africano e seus descendentes. Não queremos com isso, afirmar que apenas o professor é responsável pela aplicabilidade da lei, antes de atribuirmos responsáveis, precisamos analisar situação numa visão macro-institucional. É necessário como destacamos anteriormente, que o professor tenha uma formação continuada sobre a história e cultura afro-brasileira e africana. E esta formação é atribuição dos órgãos governamentais (SEED e demais instituições envolvidas na implementação da lei 10639/03). Estas instituições também precisam segundo a lei possibilitar o envolvimento do professor por meio de cursos e de uma formação continuada. Sabemos que a lei 10639/03 é resultado de um processo histórico construído, por órgão governamentais, não governamentais, Movimento Negro, militantes individualmente, Conselhos Estaduais e Municipais de Educação, Secretaria da Educação, comunidades quilombolas, fóruns entre tantos outros. O professor precisa ser envolvido (envolver não significa apenas comunicar ao professor a existência da lei) caso contrário a lei ficará apenas no papel. Envolver requer: estudos, cursos, leituras, debates, reflexões, elaboração de materiais didáticos impressos ou on-line. Acreditamos que esta ainda seja a grande lacuna que impede o avanço mais rápido para obtenção de êxito em relação ao ensino da história e cultura afro-brasileira e africana. As diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico- raciais e para o ensino de história e Cultura Afro-Brasileira e Africana além de sugerir alguns conteúdos para serem trabalhados nas disciplinas curriculares, também fazem um alerta em relação de como trabalhar a História e cultura afro- brasileira e africana. Pois alguns livros didáticos trabalhados nas disciplinas de história, apresentam textos recortados e imagens que contribuem para uma análise
  • 14. 13 superficial do continente africano, seus países e povos. Nesse sentido Ana Célia Silva comenta sobre as possíveis seqüelas sofridas pela população negra, quando sua imagem nos livros didáticos reforçam os esteriótipos. A presença dos estereótipos nos materiais pedagógicos e especificamente nos livros didáticos, pode promover a exclusão, a cristalização do outro em funções e papéis estigmatizados pela sociedade, a auto-rejeição e a baixa auto-estima, que dificultam a organização política do grupo estigmatizado. O professor pode vir a ser um mediador inconsciente dos estereótipos se for formado com uma visão acrítica das instituições e por uma ciência tecnicista e positivista, que não contempla outras formas de ação e reflexão. (SILVA, 2008, p.24) As imagens e textos presentes no livro didático e também em outros meios de comunicação (Internet) que apresentam os negros apenas escravizados ou em situação degradante, trabalhos forçados, vendidos como mercadorias nos comércios de escravos ou sendo punidos, devem ser o ponto de partida para uma análise crítica do processo histórico da história e cultura afro-brasileira e africana. Em relação a essa situação presente no livro didático e outros meios de informação (internet) Silva (2008, p. 21) comenta: A presença do negro nos livros, freqüentemente como escravo, sem referência ao seu passado de homem livre antes da escravidão e às lutas de libertação que desenvolveu no período da escravidão e desenvolve hoje por direitos de cidadania, pode ser corrigida se o professor contar a história de Zumbi dos Palmares, dos quilombos, das revoltas e insurreições ocorridas durante a escravidão; contar algo do que foi a organização sócio-político econômica e cultural na África pré-colonial; e também sobre a luta das organizações negras, hoje, no Brasil e nas Américas. Constatamos que a falta de material didático impresso, que aborde conhecimentos significativos, positivos, livres de preconceitos e esteriótipos sobre a história e cultura afro-brasileira e Africana , ainda são empecilhos para o trabalho do professor na Educação de Jovens e Adultos. O livro didático é apenas um referencial para o processo de ensino e aprendizagem. Ao utilizá-lo o professor precisa analisar criticamente seus conteúdos, principalmente aqueles que referem-se a história africana e seus afro- descendentes. Este projeto de intervenção pedagógica propõe trabalhar os conteúdos da história e da cultura afro-brasileira e africana mediados não apenas
  • 15. 14 pelo livro didático, mas também pelas tecnologias de informação e comunicação (Internet e suas ferramentas). A Internet, assim como os livros didáticos também apresentam em seus conteúdos, textos e imagens preconceituosas em relação a cultura afro-brasileira e africana. A grande variedade e quantidade de materiais on-line: vídeos, softwares, textos, charges, imagens, teses, dissertações, bibliotecas, museus, mapas disponíveis em rede, poderão auxiliar o professor no ensino da história e da cultura afro-brasileira e africana em sala de aula. Outro aspecto a ser considerado é que todos esses recursos multimídias despertam o interesse do aluno pelo processo de ensino e aprendizagem. A internet e suas ferramentas possibilitam: publicação em rede do patrimônio cultural dos grupos que compõem a formação étnico racial do Brasil, diálogos síncronos e assíncronos sobre temas relacionados ao racismo, preconceito e discriminação, inclusão digital, registrar, documentar, preservar, divulgar relatos e histórias de vida dos alunos. O trabalho utilizado corretamente com as mídias poderá ser uma fonte alternativa para produção e acesso aos materiais relacionados a diversidade étnico- racial brasileira. Mas segundo Teruya (2006, p.94) “é preciso uma interpretação crítica dos conteúdos que circulam nos diversos meios de comunicação”. Na perspectiva de contribuir para a valorização da diversidade étnico-racial e para que o aluno negro-descendente mire-se “positivamente”, apresentamos o projeto de intervenção pedagógica: A internet como ferramenta pedagógica de apoio ensino da história e cultura afro-brasileira e africana na Educação de Jovens e Adultos. F) OBJETIVO GERAL E ESPECÍFICOS As diretrizes curriculares da educação básica da disciplina de História do Estado do Paraná determinam que seja considerado a diversidade cultural e a memória paranaenses, destacando: o cumprimento da lei n. 10639/03, que inclui no currículo oficial a obrigatoriedade da História e Cultura Afro-Brasileira, seguida das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das relações étnico-raciais e para o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. (PARANÁ, 2008, p.44-45).
  • 16. 15 Este projeto de pesquisa tem como objetivo geral promover na Educação de Jovens e Adultos uma reflexão da diversidade étnico-raciais. E a partir destas reflexões, utilizar as tecnologias da informação e comunicação para a construção de conhecimentos significativos sobre a história e cultura afro-brasileira e Africana. A opção por este estudo deu-se em função da falta de material didático sobre esta temática na Educação de Jovens e Adultos. O material7 disponível para uso do aluno e professor nas disciplinas curriculares , são apostilas que foram elaboradas no ano de 2004 e distribuídas gratuitamente pelo Departamento de Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná. Estas apostilas apresentam os conteúdos fragmentados e descontextualizados, não possibilitando ao aluno e professor uma análise crítica dos conteúdos da história e da cultura afro-brasileira e africana. A seguir destacamos os objetivos específicos: incluir nos conteúdos desenvolvidos na Educação de Jovens e adultos a temática da igualdade étnico-racial e do combate a práticas racistas, discriminatórias e preconceituosas . possibilitar a preservação da memória cultural de alunos da Educação de Jovens e Adultos e a divulgação e produção textual da história destes alunos por meio do uso das tecnologias de informação e comunicação. elaborar um blog, utilizando a ferramenta Wiki, para publicação de texto, vídeos, fotos, slides da história e cultura afro-brasileira e africana e da diversidade cultural da população brasileira. produzir música, vídeos, textos, jornais e exposições referente a diversidade cultural da população do Brasil. analisar e interpretar textos e imagens na internet e livro didático em relação a história e cultura afro brasileira e africana. G) FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA / REVISÃO BIBLIOGRÁFICA O computador e os recursos da Internet são usados para vários fins, e a sua utilização chegou também à área da educação e isto tem gerado muitas discussões. Para alguns autores o uso do computador e de seus recursos na educação pode 7 Esse material foi elaborado pelo departamento de educação de Jovens e adultos do Estado do Paraná.
  • 17. 16 ampliar o mundo daqueles que a utilizam, abrindo novas possibilidades tanto para professores como para alunos. Outros até apoiam o uso do computador na educação, mas consideram que se deve ter cautela ao trabalhar com esse recurso e há ainda aqueles que não veem com bons olhos a utilização do computador na sala de aula, ou podemos dizer, no processo educativo do aluno. Por isso é pertinente avaliar quais as competências necessárias para lidar com as novas tecnologias? A competência do professor não refere apenas a aspectos técnicos do manuseio dos instrumentos. Há atualmente muitos cursos que ajudam a trabalhar com os diversos tipos de “software”. A competência se refere ao uso pedagógico das novas tecnologias, buscar formas alternativas de se relacionar com o conhecimento, com os outros e com o mundo, numa perspectiva colaborativa. É preciso usar os computadores em situações em que os conteúdos trabalhados nas disciplinas curriculares façam sentido ao aluno, nas quais as produções escolares sejam significativas. Na concepção de Freire (1998, p. 96): a educação constitui-se em um ato coletivo, solidário, uma troca de experiências, em que cada envolvido discute suas idéias e concepções. A dialogicidade constitui-se no princípio fundamental da relação entre educador e educando. O que importa é que os professores e os alunos se assumam epistemologicamente curiosos. A curiosidade é fator fundamental para que o professor possa buscar novas formas de incorporar as tecnologias de informação e comunicação em sua prática docente: faço questão de ir me tornando um homem do meu tempo. Como indivíduo, recuso o computador porque acredito muito na minha mão. Mas como educador, acho que o computador, o vídeo, tudo isso é muito importante. (FREIRE, 2001, p. 198). As tecnologias, por si só, não respondem aos questionamentos que fazem parte do processo histórico, tanto da sociedade quanto da escola, geradas e impulsionadas por seres humanos em suas manifestações, propostas, reivindicações, lutas e conquistas ao longo da história da humanidade. Mas podem ser uma ferramenta de apoio, aos professores e alunos na criação, construção e publicação de conhecimentos significativos em relação a sociedade brasileira. Os professores devem romper com as práticas da “educação bancária”, de ser um depositador de conhecimentos. Essa forma de educação, segundo Paulo
  • 18. 17 Freire (1987) reflete a sociedade opressora e a “cultura do silêncio”, não dando espaço para o diálogo e a criatividade. Sinalizando para a potencialidade destas mudanças, já podemos verificar alterações até na estrutura física da escola, pois o modelo presencial de ensino que marcou toda a história da educação, hoje já abre espaço para o que alguns autores chamam de aprendizagem virtual colaborativa (ALCÂNTARA; BEHENS, 2003). Moran (2003. p.3), recomenda que a escola precisa mostrar sua “cara”, para que a sociedade conheça os projetos que são desenvolvidos. Além da escola, mostrar o que está fazendo, o professor pode usar este recurso para proporcionar aos seus alunos um espaço virtual de troca e construção de conhecimentos. Contudo, devemos alertar os alunos quanto alguns problemas relacionados ao uso da internet na educação. Pois na Internet também encontramos textos, frases, charges e vídeos que propagam práticas racistas preconceituosas e discriminatórias em relação a história e cultura afro-brasileira e africana. Mas também a Internet pode ser uma ferramenta onde as experiências vivenciadas pelo professor e pelo aluno em relação a sua história e cultura sejam divulgadas nos espaços virtuais. Lévy (1999, p.16), trabalha com a noção de virtual e afirma que: O virtual não se opõe ao real, mas sim ao atual. Contrariamente ao possível, estático e ao constituído, o virtual é como o complexo problemático, o nó de tendências ou forças que acompanha uma situação, um acontecimento, um objeto ou uma entidade qualquer, e que chama um processo de resolução: a atualização. [...] O virtual constitui a entidade [...] A atualização é criação, invenção de uma forma a partir de uma configuração dinâmica de forças e de finalidades. Essa escola virtual já é realidade, embora para um número ainda pequeno de alunos, que por meio de comunidades virtuais, passam a estabelecer novas formas de aprendizagem, intercambiando conhecimentos e informações. Mas cabe aqui destacar a importância do papel do professor na formação intelectual do aluno. Pois o professor por meio dos conhecimentos científicos poderá conduzir diálogos críticos sobre saberes referentes as tecnologias e sua função na sociedade. A citação a seguir destaca a importância dos saberes técnicos e científicos na educação brasileira A educação não se reduz à técnica, mas não se faz educação sem ela. Utilizar computadores na educação, em lugar de reduzir, pode
  • 19. 18 expandir a capacidade crítica e criativa de nossos meninos e meninas. Dependendo de quem o usa, a favor de que e de quem e para quê. O homem concreto deve se instrumentar com o recurso da ciência e da tecnologia para melhor lutar pela causa de sua humanização e de sua libertação (FREIRE, 2001, p.98). Quando ouvimos o discurso sobre as tecnologias aplicadas a escola virtual, dá a impressão de que a maioria das escolas, dos alunos da educação de Jovens e Adultos já tem ou terão, em pouco tempo, acesso aos recursos tecnológicos, principalmente ao computador conectado a internet. No entanto é importante registrar nesse momento a “exclusão digital” entre brancos e negros. De acordo com levantamento do PNAD realizado em 2001 da porcentagem da população de brancos e negros com acesso a algumas tecnologias digitais, a população negra apresenta uma considerável desigualdade em relação ao acesso aos computadores. Abaixo, apresentamos a porcentagem da população com acesso a algumas tecnologias digitais, por raça:
  • 20. 19 Ilustração 1. Porcentagem da população com acesso a algumas tecnologias digitais, por raça, 2001 Fonte: IPA com base na PNAD-IBGE (apud MARTINS, 2004, p. 29) Percebemos que o percentual de negros (as) que não tem acesso é consideravelmente maior. Em relação a estes dados Roberto Borges Martins8 faz a seguinte observação: os diferenciais observados são preocupantes, pois, se não forem rapidamente revertidos, certamente se constituirão em mais um poderoso mecanismo de geração de outras desigualdades e de ampliação das exclusões já existentes. (MARTINS, 2004, p. 29) As organizações não governamentais e comunidades estão desenvolvendo projetos para incluir a população de alunos excluídos da era digital. Mas estes projetos são insuficientes para atender essa demanda. Por isso consideramos 8 Roberto Borges Martins é economista e historiador, PhD in Economics (Vanderbilt University). Membro, representando a América Latina e o Caribe, do Grupo de Trabalho de Cinco Especialistas sobre Afrodescendentes, do Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU.
  • 21. 20 fundamental que a escola desenvolva metodologias de estudos utilizando a internet como ferramenta de apoio ao processo de ensino e aprendizagem nas modalidades de ensino. H) METODOLOGIA/ESTRATÉGIAS DE AÇÃO O fato de alunos estarem distantes geograficamente, suas culturas tradições e costumes são conhecidos apenas em suas localidades. Com a publicação de sua cultura e história em rede será possível divulgar, conhecer, publicar e escrever colaborativamente o cotidiano e a história das comunidades dos alunos da educação de Jovens e Adultos. Este projeto de pesquisa propõe investigar questões relacionadas a história e cultura afro-brasileira e africana e envolver alunos da educação de Jovens e Adultos do ensino médio nesta discussão. Estes alunos estão matriculados no Colégio Estadual Paulo Freire de Marechal Cândido Rondon, Paraná. Para possibilitar reflexões e ações referente a esta temática utilizaremos a Internet e suas ferramentas bem como alguns materiais didáticos disponíveis na escola como material de apoio ao processo de ensino e de aprendizagem, das relações étnico-raciais e da história e da cultura afro-brasileira e africana. A seguir apresentamos as estratégias de ação para a realização do projeto de pesquisa: estudar textos relacionados as diretrizes curriculares Nacionais para a educação das relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura afro- brasileira e africana, a lei 10639/03, cadernos temáticos e demais materiais que abordem esta temática. analisar os livros didáticos que abordam a história e cultura afro-brasileira e africana. produção de material on-line relacionado a história e cultura afro-brasileira e africana e demais grupos étnicos raciais formadores da nação brasileira. Criação de uma home-page com atividades a serem desenvolvidas pelos alunos da Educação de Jovens e Adultos Este projeto de intervenção pretende principalmente ouvir os Jovens e adultos sobre suas falas, história, suas expectativas, a problematizar questões relacionadas
  • 22. 21 a diversidade étnico-racial presentes na Educação de Jovens e Adultos. Neste sentido, é fundamental que a escola elabore um plano de ação que contemple discussões para a educação das relações étnico-raciais e para o ensino da história e cultura afro-brasileira, levando em consideração as realidades vividas pelos alunos. As ações efetivas só vão ocorrer a partir do momento em que a escola pública e a sociedade como um todo reconhecerem os alunos e professores como sujeitos do processo de ensino e aprendizagem. E enquanto sujeitos do sistema educacional e cidadãos brasileiros, estes alunos e professores possuem o direito de acesso e produção de conhecimento sobre sua história e cultura em rede. I) CRONOGRAMA DE ATIVIDADES Atividades e 1º Semestre 2º Semestre 1º Semestre 2º Semestre datas 2010 2010 2011 2011 Elaboração do x x x pré- projeto Pesquisas x x x relacionadas ao pré-projeto Elaboração do x x x Projeto de intervenção na escola Conclusão e x entrega do projeto de intervenção na escola Produção x x Didático pedagógica Implementação x do projeto de intervenção pedagógica na escola Produção de x x Artigo científico
  • 23. 22 J) REFÊRENCIAS ALCÂNTARA, P.; BEHENS, M. Metodologia de projetos em aprendizagem colaborativa com tecnologias interativas. Teoria e Prática da Educação, v. 6, n. 14, p. 469-481, 2003. BRASIL. Lei 10.639 de 09 de janeiro de 2003. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências.. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2003/L10.639.htm>. Acesso em: mar 2010. BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura afro- brasileira e africana. Brasília: MEC/SECAD, 2004. CONFERÊNCIA INTERNACIONAL SOBRE EDUCAÇÃO DE ADULTOS, 5., 1997, Hamburgo, Alemanha. Declaração de Hamburgo: agenda para o futuro. Brasília: SESI/UNESCO, 1999. FONTES, V. História, poder e práticas sociais. In: SIMPÓSIO EM HISTÓRIA DA UNIOESTE, 8., 2005, Marechal Cândido Rondon. História, poder e práticas sociais: anais. Marechal Cândido Rondon: 2005. FREIRE, P.. Pedagogia da autonomia. 9.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998. FREIRE, P. Pedagogia do oprimido 30 anos depois. In: FREIRE. A. A.F. Pedagogia dos sonhos possíveis. São Paulo: Unesp, 2001. FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. GOMES, N.L.; SILVA, P.B.G. e. O desafio da diversidade. Belo Horizonte Autêntica, 2002. GONÇALVES, J.R. dos S. O patrimônio como categoria de pensamento. Rio de Janeiro: DP7A, 2003. LÉVY, Pierre. Cibercultura. 34. ed. São Paulo: Trinta e quatro, 1999. MAGDALENA, B.C.; COSTA, Í.E.T. Internet em sala de aula. Porto Alegre: Artmed, 2003. MARTINS, R.B. Desigualdades raciais e políticas de inclusão racial: um Sumário da experiência brasileira recente. Santiago de Chile: CEPAL, 2004. Disponível em: <http://www.eclac.org/publicaciones/xml/8/14728/Serie82_P.pdf>. Acesso em: 26.set.2010.
  • 24. 23 MORAN, J.M. Gestão Inovadora com Tecnologia. In: VIEIRA, A. T. et al. Gestão educacional e tecnologia. São Paulo: Avercamp, 2003. MUNANGA, K.; GOMES, N.L. Para entender negro no Brasil de hoje: histórias, realidades, problemas e caminhos. São Paulo: Global, 2004. PARANÁ. Conselho Estadual de Educação. Deliberação nº 04/06. Normas Complementares às Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Curitiba, 02 ago. 2006. Disponível em <http://www.diaadia.pr.gov.br/ nerea/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=14>. Acesso em: mar 2010. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Diretrizes curriculares de história. Curitiba: SEED, 2008. SILVA, A.C. A desconstrução da discriminação do negro no livro didático. In: MUNANGA, K. (org.) Superando o racismo na escola. 2.ed. Brasília: Ministério da Educação; Secretaria de Educação e Diversidade, 2008. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me4575.pdf>. Acesso em: mar. 2010. SOUZA, A.L.S. Ensino médio. In: BRASIL. Ministério da Educação. Orientações ações para a educação das relações étnico-raciais. Brasília: SECAD, 2006. TERUYA, T.K. Trabalho e educação na era midiática: um estudo sobre o mundo do trabalho na era da mídia e seus reflexos na educação. Maringá-Pr: Eduem, 2006.