O maior exercício militar da América Latina, chamado de CRUZEX V, irá ocorrer na região Nordeste brasileira até 20 de novembro. Mais de 3 mil militares e 92 aeronaves de seis nações simularão um conflito armado fictício para restaurar a paz em uma região afetada. O Brasil, Argentina, Chile, Uruguai, Estados Unidos e França formarão uma força de coalizão contra a invasão do país Vermelho sobre parte do país Amarelo.
1. Noticiário da Aeronáutica Ano XXXIII - nº 13 - 30 out 2010
CRUZEX V – O maior treinamento
aéreo da América Latina
Mais de três mil militares e 92
aeronaves de seis nações. Até 20
denovembro,océudaregiãoNordeste
será tomado pelo maior treinamento
de Forças Aéreas da América Latina, o
Exercício Cruzeiro do Sul (CRUZEX),
um conflito fictício com emprego real
de meios militares para a restauração
da paz em uma região atingida por um
grave conflito armado.
Os países participantes formam
uma força de coalizão para repelir a
invasão do país Vermelho, que tomou
parte do país Amarelo, em uma região
com conhecido potencial de recursos
minerais a serem explorados e com
histórico de problemas nas fronteiras.
Brasil, Argentina, Chile, Uru-
guai, Estados Unidos e França in-
tegram essa Força de Coalizão que
lidera os esforços mundiais para o
restabelecimento da paz, na quinta
edição do treinamento. Na vida real, o
exercício possibilita uma importante
interação e troca de experiências en-
tre as Forças Aéreas das nações parti-
cipantes. Neste ano, também estarão
presentes observadores militares da
Bolívia, Equador, Canadá, Peru, In-
glaterra, Colômbia e Paraguai.
“No dia-a-dia, os pilotos treinam,
isoladamente, os diversos tipos de
missões de caça. Na CRUZEX, esse
treinamento será colocado em práti-
ca”, explica o Major-Brigadeiro-do-Ar
Antonio Carlos Moretti Bermudez,
comandante da Terceira Força Aérea
(III FAE), responsável pelas aviações
de caça e de reconhecimento da Força
Aérea Brasileira (FAB).
No treinamento, as Bases Aéreas
de Natal, Fortaleza e Recife serão as
principais unidades operacionais, de
onde partirão todas as aeronaves en-
volvidas no conflito. Caças brasileiros
F-5 EM, F-2000 Mirage, A-1 e A-29
Super Tucano realizarão missões com
o reforço de Rafales (França), F-16
(Chile e Estados Unidos), A-4AR
(Argentina), A-37 e IA-58 (Uruguai).
Leia mais página 3.
2SJohnson/CECOMSAER
2. NOTAER nº 13 - 30 out 2010
2
ISSN 1518-8558.
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Chefe da Divisão de Produção e Divulgação: Ten Cel Av Marcelo Luis Freire Cardoso Tosta
Edição: 1º Ten QCOA CSO Luiz Claudio Ferreira, 1º Ten QCOA JOR Alessandro Paulo da Silva
e 2º Ten QCOA JOR Flávio Hisakasu Nishimori
Jornalista Responsável: 1º Ten QCOA CSO Luiz Claudio Ferreira
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AZUVER - Jogos de guerra envolvem escolas de
altos estudos militares no Rio de Janeiro
Pânico generalizado, violência e
vandalismo gerados por grupos
paramilitares têm sido registrados
em importante pólo petroquímico e
minerador. A região que herdou sé-
rios problemas de delimitação de suas
fronteiras é palco de inevitável conflito
armado. Tropas de ambos os lados já
se encontram posicionadas.
Esse é o cenário que cerca de
400 oficiais-alunos, das três escolas de
altos estudos militares das Forças Ar-
madas Brasileiras, a Escola de Guerra
Naval (EGN), a Escola de Comando e
Estado-Maior do Exército (ECEME) e
a Escola de Comando e Estado-Maior
da Aeronáutica (ECEMAR) utilizarão
para o exercício de campanha AZU-
VER, iniciado em outubro.
O AZUVER é um conflito ar-
Oficiais-alunos participam do exercício AZUVER, no Rio de Janeiro
mado fictício, motivado pela disputa
da região conhecida como Topázio e
realizado anualmente pelos oficiais-
alunos da EGN, ECEME e ECEMAR.
OsparticipantestrabalhamemdezEs-
tados-MaioresConjuntos,sendocinco
grupos do país Azul e outros cinco do
país Vermelho. O exercício é dividido
emtrêsfasesdistintas:planejamentodo
comando conjunto, planejamento das
forças componentes e interação.
A simulação é favorecida por
meio de um sofisticado sistema desen-
volvido pelo Centro de Computação
da Aeronáutica de São José dos Cam-
pos (CCA-SJ), denominado “Projeto
Marte”. Os oficiais-alunos também
contam com o auxílio de software para
o cenário, máquina de simulação e do
portal de resultados, que possibilitam
o planejamento de missões aéreas, o
confronto dos planejamentos e a vi-
sualização de todas as ações do AZU-
VER, inclusive na ECEME e na EGN.
Na ECEMAR, novas instalações
da sala dos jogos de guerra foram
inauguradas para a execução do exer-
cício simulado. O ambiente foi conce-
bido com “layout” e equipamentos de
tecnologia da informação e dispõe de
sala de controle do jogo, de avaliação
doutrinária e de arbitragem.
Os jogos são supervisionados e
estimulados pelo Ministério da Defesa
etemcomolema“avisãointegradaen-
tre as Forças Armadas para a solução
de operações militares”, e não podem
ser encarados como uma guerra com
vencedores e vencidos. Com esse tipo
de treinamento específico, o grande
objetivo é levar aos oficiais-alunos a
oportunidade de planejar e empregar
o poder militar de forma conjunta. O
exercício AZUVER prepara oficiais
superiores que irão compor os diver-
sos Estados-Maiores do Ministério da
Defesa e das Forças Armadas.
Paralelamente, é realizado outro
jogo de guerra exclusivamente para os
oficiais-alunos das Forças Armadas de
Nações Amigas: o jogo de guerra “Ara-
ribóia”. Sob a coordenação da EGN e
com a participação dos oficiais-alunos
daquela escola e da ECEMAR, o exer-
cício é um jogo de guerra seminário
e unilateral, no qual os participantes
buscarão um intercâmbio acadêmico,
profissional e a integração. Esta é a
primeira vez que se realiza a atividade
para oficiais estrangeiros do Curso de
Comando e Estado-Maior.
ECEMAR
3. ASAS QUE PROTEGEM O PAÍS
3
CRUZEX ajudou a revolucionar o
emprego da Força Aérea
“Em menos de dez anos a Força
Aérea Brasileira modificou
totalmente a sua forma de empregar
o poder aeroespacial. Até então, ope-
rávamos de forma semelhante ao que
foi empregado na guerra do Vietnã e
outras, das décadas de 70 e 80”, afirma
o Tenente-Brigadeiro-do-Ar Gilberto
Antonio Saboya Burnier, hoje à frente
do Comando-Geral de Operações
Aéreas (COMGAR), ao falar sobre
a importância dos conhecimentos
aprendidos com o Exercício Cruzeiro
do Sul (CRUZEX). O primeiro treina-
mento ocorreu em 2002.
“Por meio de um processo de
lições aprendidas, disseminamos
internamente, para todos os níveis,
manuais doutrinários, documentos
e normas operacionais que são adap-
tadas a cada novo conhecimento.
Criamos cursos e estágios para os
O Tenente-Brigadeiro-do-Ar Burnier, Co-
mandante do COMGAR
nossos militares, visando a especiali-
zação nas diversas atividades que são
desenvolvidas nas modernas opera-
ções aéreas em combate. Mas, talvez,
a maior mudança que realizamos foi
a adaptação do currículo do Curso
de Comando e Estado Maior, que é
ministrado na Escola de Comando e
Estado-Maior (ECEMAR) para todos
os oficiais superiores da Força Aérea.
A modernidade e os conhecimentos
que são ministrados neste curso não
ficam atrás do que é ensinado nas
melhores Forças Aéreas do mundo”,
afirma o Comandante do COMGAR,
um dos responsáveis pela criação do
exercício. Leia a íntegra da entrevista
com o Comandante do COMGAR na
edição deste mês da revista Aerovisão,
em www.fab.mil.br.
Acompanhe as notícias do exer-
cício em: www.cruzex.aer.mil.br
CRUZEX - Entenda o conflito fictício Aeronaves de caça
brasileiras envolvidas
A-1
A-29
F-5EM
F- 2000
ASAS QUE PROTEGEM O PAÍS
3
S2Sérgio/CECOMSAER
4. NOTAER nº 13 - 30 out 2010
4
AMAZÔNIA SECA - Aeronaves militares transportam
600 toneladas de alimentos na região Norte
A Força Aérea Brasileira iniciou
em outubro uma operação de ajuda
humanitária às vítimas da seca na
Região Amazônica. A ação inclui o
transporte de alimentos, medicamen-
tos e kits de higiene arrecadados pela
Defesa Civil do Amazonas para os
municípios atingidos pela estiagem.
Aotodo,serãotransportadoscer-
ca de 600 toneladas de mantimentos
para os pólos de recepção da Defesa
Civil nos municípios de Tabatinga,
Cruzeiro do Sul e Tefé.
Até o dia 18 de outubro, a FAB já
havia transportado 500 toneladas, em-
pregandoduasaeronavesC-130Hércu-
les (1°/1° GT e 1° GTT) e dois C-105
Amazonas (1°/9° GAV) num esforço
aéreodeaproximadamente150horas-
o equivalente a pouco mais de seis dias
ininterruptos de voo, com a realização
de missões até nas madrugadas.
Cerca de 40 mil famílias do in-
terior do Amazonas, em municípios
que já se encontram em estado de
emergência, serão beneficiadas com
a distribuição de alimentos.
“O que mais me impressionou
foi a cena do rio completamente seco
perto da localidade de Tefé. Por isso
a importância da distribuição de ali-
mentos para a população ribeirinha,
que agora não pode mais contar com
as embarcações”, afirmou o Major
Alexandre Nogueira, comandante de
uma das aeronaves C-130 Hércules
que auxiliam na operação de ajuda
humanitária.
Força Aérea FM – Ouça entrevis-
tas em http://www.fab.mil.br/portal/
capa/index.php?page=forcaaereafm
&entrevista=119
Aeronaves da FAB trans-
portam alimentos que se-
rão distribuídos na região
Norte, para vítimas da seca
na Amazônia
7º/8ºGAV
1º/9ºGAV
COMARVII
5. ASAS QUE PROTEGEM O PAÍS
5
ELEIÇÕES - Força Aérea transporta urnas eleitorais
para 73 localidades isoladas em 6 Estados
Durante as eleições, aeronaves da
Força Aérea Brasileira transpor-
taram495urnaspara73localidadesde
difícil acesso no Acre, Amapá, Ama-
zonas, Pará, Maranhão e Pernambuco.
Aoperaçãoenvolveusetetiposde
aviões e helicópteros para o transporte
de equipamentos e de 1760 profissio-
nais dos tribunais regionais eleitorais,
infraestrutura necessária para que a
população dessas localidades pudesse
exercer o direito de votar.
Entre as regiões atendidas há
aldeias indígenas e cidades inacessí-
veis por estradas e rios. “Sem o apoio
da Aeronáutica, seria impossível que
brasileiros de pelo menos 10 locali-
dades votassem. Reconhecemos que
é realmente uma operação gigantesca,
deguerra,parafazervaleracidadania”,
disse o diretor do Tribunal Regional
EleitoraldoAcre,MaydanoFernandes.
As aeronaves levaram urnas para
localidades distantes, como Marechal
Thaumaturgo, a cerca de 600 quilô-
metros de Rio Branco, com 13 mil
habitantes,eparaSantaRosadoPurus,
a300quilômetrosdacapital,comapro-
ximadamente quatro mil moradores.
Em oito localidades na zona rural
de São Felix do Xingu e de Jacareacan-
ga,noPará,3.260brasileiros,amaioria
de origem indígena, puderam votar.
“É um esforço muito grande e impor-
tante. O apoio da Aeronáutica faz-se
imprescindível para que esse grande
momento se realize com sucesso. Para
nós, é uma grande alegria”, afirmou o
diretor de Logística do TRE-PA, José
Edgar Tocantins Melo.
No Maranhão, a FAB levou com
15 urnas a seis localidades. Numa
média climática de 35 graus centígra-
dos, os pilotos voaram mais de seis
horas por dia. “É muito gratificante
para todos nós saber que estamos
contribuindo para este momento
tão importante para o país “, disse o
comandante de umas das aeronaves,
Capitão Waldir Gava, do Esquadrão
Falcão (1º/8º GAV).
Forças Aéreas treinam para situações de catástrofes
Militares da Força Aérea Brasi-
leira (FAB) participaram, no
Chile, da Operação Cooperación I,
o primeiro exercício de integração
entre forças aéreas americanas cujo
objetivo é fortalecer a cooperação
entre os países membros do Sistema
de Cooperação entre as Forças Aéreas
Americanas (SICOFAA).
O Brasil enviou 62 militares e três
aeronaves, um avião C-105 Amazonas
e dois helicópteros H-60 BlackHawk.
Ao todo, 44 aeronaves de treze
países e mais de 35 aviões civis do
país anfitrião completaram o cenário
do treinamento da operação, que teve
como pano de fundo uma catástrofe
ocorrida na região sul do Chile, em
consequência de um abalo sísmico e
de um tsunami (fictício).
Aestruturafornecidapelos13pa-
íses participantes - Argentina, Bolívia,
Brasil,Canadá,Chile,Colômbia,Equa-
dor,EstadosUnidos,Panamá,Paraguai,
Peru,RepúblicaDominicanaeUruguai
– foi empregada no apoio às vítimas
desse cenário fictício de tragédia.
O exercício terminou com mais
de 750 horas voadas, cinco mil passa-
geiros transportados e 60 toneladas
de carga distribuídas. O objetivo do
treinamento foi padronizar procedi-
mentos e definir uma metodologia de
trabalho comum. Helicóptero da FAB sobrevoa os Andes
Aeronaves da Força Aérea apoiaram o transporte de urnas eleitorais
1º/8ºGAV
SDSilvaLopes/CECOMSAER
6. COMEMORAÇÕES - Portões abertos atraem 190 mil pessoas
Aescolha do Dia do Aviador e da
Força Aérea Brasileira lembra o
feito do inventor Alberto Santos Du-
mont que, em 1906, alçou voo, pela
primeira vez, a bordo de um aparelho
mais pesado que o ar, o 14-Bis. Ao
longo do mês de outubro, mais de 190
milpessoasacompanharamosportões
abertos realizados pelas Bases Aéreas
de Brasília, Florianópolis, Santa Maria
e Campo Grande, além do Centro de
Instrução e Adaptação da Aeronáutica
(CIAAR), em Belo Horizonte.
NOTAER nº 13 - 30 out 2010
6
Senadores e deputados federais homenageiam a
Aeronáutica em sessão solene
No telão da Câmara dos Deputa-
dos, a decolagem,ovoodetantas
máquinas, a defesa aérea, o trabalho
humano, operacional, profissional.
A sessão do dia 20 de outubro nem
havia começado e, no plenário, todos
já olhavam para o alto. Olhavam tam-
bém para dentro de uma instituição
prestes a completar 70 anos e que
seria a homenageada por deputados
federais e senadores - 23 de outubro
é o Dia do Aviador e da Força Aérea
Brasileira (FAB).
A sessão solene no Congresso
Nacional foi proposta pelo senador
Inácio Arruda e do deputado federal
Marco Maia. O evento contou com
a presença do General-de-Exército
Enzo Martins Peri, Comandante do
Exército e que também representou
o Ministro da Defesa, do Tenente-
Brigadeiro-do-Ar Juniti Saito, do
Comandante do 7º Distrito Naval,
Vice-Almirante Walter Carrara Lou-
reiro,alémdeoficiais-generaisdastrês
Forças Armadas. Catorze deputados
e senadores discursaram durante o
evento.“Orgulha-nos contar com
uma Força Aérea apta a atuar em
qualquer cenário e que conta com
profissionais compromissados com o
Brasil”, disse o deputado Marco Maia.
O senador Inácio Arruda destacou
o papel das iniciativas da FAB no
desenvolvimento do país. “O Correio
Aéreo Nacional, por exemplo, tem
uma história de integração do nosso
território continental. O Congresso
tem uma profunda admiração pela
bravura desses profissionais de rara
dedicação à pátria”, afirmou.
O deputado Emanuel Fernandes,
engenheiro formado pelo Instituto
Tecnológico da Aeronáutica (ITA),
destacou os avanços nas áreas de ci-
ência e tecnologia promovidos pela
instituição. “Pela minha convivência
nesse ambiente, conheço a capacidade
transformadora e a colaboração com a
indústria nacional”, contou. O senador
Adelmir Santana também discursou
e lembrou a missão da FAB no Haiti.
“Foi uma missão inesquecível de soli-
dariedade reconhecida no Brasil e no
mundo”, enfatizou.
A senadora Serys Slhessarenko
exemplificouque,nestasemana,aFAB
realizou transporte de mantimentos
para áreas isoladas na Região Amazô-
nica por conta da seca. “A Aeronáutica
tem trabalhado tanto durante secas
como enchentes, mobilizando mili-
tares para atuar nas mais diferentes
situações. Parabéns, vocês são heróis
da Pátria.”
SOPrieto/EDA
Parlamentares destacaram as diferentes atividades da FAB e enalteceram profissionais
SDSérgio/CECOMSAER
7. ASAS QUE PROTEGEM O PAÍS
7
Simpósio discute
reaparelhamento das
Forças Armadas
O Ministro da Defesa, Nelson Jobim,
participou de evento na FIESP, em São Paulo
Mascote dos Jogos Mundiais
Militares vai se chamar “Arion”
“Arion”.Assimseráchamadaamas-
cotedoRio2011.Emvotaçãoque
mobilizou, durante 22 dias, 81.537 pes-
soas em todo o Brasil, e até do exterior,
o nome escolhido venceu com 41.069
votos, o que significa uma diferença de
15.730 votos em relação ao segundo
colocado,Turi,queobteve25.339votos.
Em terceiro lugar ficou Super-Pax, com
15.129 votos. Arion, de origem grega,
significa: “o que tem energia”.
As três opções que estavam em
votação foram selecionadas a par-
tir de uma pesquisa que pretendeu
apresentar um nome que expressasse
os valores e pontos fortes das Forças
Armadas: probidade, abnegação, pa-
triotismo, veracidade, imparcialidade
e a imagem soldado-herói.
Os 5º Jogos Mundiais do Conse-
lho Internacional do Esporte Militar
(CISM) - Rio 2011 tem como tema
central a promoção da paz por meio
do esporte. Assim, usando o símbolo
mágicodapombabranca,odesenhista
Mauricio de Sousa, usou como inspi-
ração um menino que se transforma
em um superatleta militar futurista
para ilustrar essa idéia.
Segundo o autor, a pomba acom-
panha o menino em todos os seus
momentos e dá vida aos seus desenhos
de soldadinhos da infância, criando a
Tropa da Paz.
Para o Coordenador Geral dos
Jogos Mundiais Militares, General
Jamil Megid Junior, o público teve
uma participação especial na escolha
do nome da mascote. “Foi importante
a participação do público na seleção
do nome que simboliza o espírito
esportivo, a energia brasileira e a
determinação do atleta para vencer.”
O menino e sua tropa da paz –
representando as Formas Armadas
e Forças Auxiliares – estarão juntos
para encantar a todos e transformar
os Jogos Rio 2011 em um experiência
cheia de aventuras e magia.
Dentro do projeto de criação do
Arion, estão previstos desenhos em
3D, animação gráfica de 30 segundos
e revista em quadrinhos, assim como
diversos produtos licenciados com
a exposição da mascote como: jogo
da memória, quebra-cabeça, imãs de
geladeira e papelaria, entre muitos
outros. (Assessoria Rio 2011)
AFederação das Indústrias do
Estado de São Paulo (FIESP),
por meio de seu Departamento da
Indústria de Defesa (COMDEFESA),
realizou (6/10) simpósio para discutir
o reaparelhamento das Forças Arma-
das. Além de empresários do setor, o
evento reuniu o Ministro da Defesa,
Nelson Jobim, os Comandantes da
Marinha, do Exército, da Aeronáutica
e o Chefe do Estado-Maior Conjunto
das Forças Armadas.
No simpósio, o Ministro da
Defesa ressaltou a posição estratégica
de cooperação do Brasil na América
do Sul detalhando que a Estratégia
Nacional de Defesa está assentada em
três eixos principais: reorganização
das Forças Armadas, reestruturação
da indústria de defesa e composição
do efetivo das Forças Armadas.
O ministro adiantou ações estra-
tégicas que estão sendo planejadas.
“Entre essas medidas podemos citar
a formação de um quadro de especia-
listas de defesa; o fomento de pesquisa
de materiais e equipamentos com a
utilização de tecnologia nacional e
o início de uma operação de paz no
Líbano, a exemplo do que ocorre no
Haiti. Nesse tipo de missão a intenção
não é fazer a paz, mas sim auxiliar na
manutenção da paz.”
OdiretordoCOMDEFESA,Jairo
Cândido, afirmou que a finalidade do
Departamento da Indústria de Defesa
da FIESP é atuar no desenvolvimento
de projetos de defesa.
FIESP
8. Homenagem
1960 2010
NOTAER nº 13 - 30 out 2010
8
Academia da Força Aérea:
50 anos de uma história de pioneiros
Amarcha e as palavras ecoadas dos
cadetes encontram-se com os
olhos antigos, que insistem em ficar
molhados. A vista assiste a duas his-
tórias, como se fossem “filmes”. Uma,
presente, de cenário transformado.
Outra, memória, do ano de 1960, de
terra, grama, tratores, construções.
Os “filmes” que passam pela cabeça e
pelo coração desses homens contam
a mesma história. Cinquenta anos de-
pois, pioneiros da implementação do
destacamento em Pirassununga (SP),
do que viria a se tornar a Academia da
Força Aérea (AFA), voltaram ao lugar
que ajudaram a erguer e se emociona-
ram com homenagens que receberam.
Era unânime entre eles que tudo es-
tava diferente, mas que, também, em
cadapedaçodaquelechão,pareciaque
o tempo não havia passado.
“Voltar aqui é muito emocionan-
te para todos nós. O que nós fizemos
foi um trabalho de desbravadores.
Foi tudo muito difícil e especial-
mente gratificante”, disse o Tenente-
Brigadeiro João Felippe Sampaio de
Lacerda Júnior, hoje na reserva, e um
dos pioneiros da construção da nova
escola de aviação da Aeronáutica. Em
Pirassununga,sóhaviadoishangarese
salas vazias. Antes, os aviadores eram
formados no lendário Campo dos
Afonsos (RJ) e que, com o aumento
do tráfego aéreo na capital fluminense,
a escola teve que ser transferida para
um lugar de menor volume de aviões.
Um dos comandantes do desta-
camento foi o então Capitão Rivaldo
Gusmão de Oliveira Lima. “Passei
oito anos aqui. Antes, participei dos
trabalhos do destacamento de Brasília.
Foi parecido. O espaço era cercado de
plantações. Havia apenas a vontade e
a convicção dos militares e civis que
atuaram nesse lugar”, disse o coronel
aposentado.
Trabalhava com o Capitão, o
Cabo José de Vargas Soares. Ele lem-
bra que, além de dois hangares, havia
apenas estradas de terra e mato. Ele
era mecânico. “´E muito importante
imaginar que participamos disso tudo
aqui”, comentou. Ele lembra ainda do
cheiro de querosene na pista das ae-
ronaves que chegavam com materiais
para construção da nova escola.
Saudade – O Brigadeiro Roberto
de Carvalho Rangel lembra que, du-
rante a construção, os militares troca-
vam algumas vezes a farda durante o
dia tamanho era o volume de poeira.
“É muito gostoso ver tudo pronto. Fui
muito feliz aqui e fiquei muito sensibi-
lizado ao assistir ao desfile. Não pude
conter as lágrimas”, disse.
O hoje Coronel Neri Nacimento
também ficou sensibilizado em voltar
à Academia. “Acho que surgiu uma
escola muito maior e melhor do que
imaginávamos. Claro que bate uma
saudade muito grande de tudo aqui.
Quem veio depois fez obras maravi-
lhosas”. Ele serviu na época da cons-
trução e depois durante a década de
70 como instrutor e no setor de apoio.
“Se pudesse voltar, faria tudo de novo.
Com a idade que eu tenho ou com a
idade que eu tinha”.
Um dos pioneiros e também ex-
comandante da AFA, o Major-Briga-
deiro Lauro Ney Menezes agradeceu a
oportunidade e as homenagens que a
escolafazia.“Gostariadelhesconfessar
a emoção que toma conta do peito do
velho aviador”. Esse momento traz de
volta esses homens que foram desta-
cados para o campo de Pirassununga.
O atual Comandante da Acade-
mia da Força Aérea, Brigadeiro-do-Ar
Roberto Carvalho, disse que foi uma
honra receber os pioneiros do desta-
camento precursor da Academia da
Força Aérea. “Nada que existe hoje
aconteceria sem que esses homens
tivessem trabalhado há 50 anos”.
NOTAER nº 13 - 30 out 2010
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