2. Obras literárias Vestibular de
Verão 2012
Inocência, de Visconde de Taunay;
O Pagador de Promessas, de Dias Gomes;
A Cidade Ilhada, de Milton Hatoum;
Jorge, um brasileiro, de Oswaldo França
Júnior;
AMRIK, de Ana Miranda.
Maria Cristina A. Biagio
3.
4. Inocência – Período: Romantismo
– Romance Regionalista
Personagem Central: Inocência –
Protagonista.
Foco Narrativo: 3ª Pessoa. Embora haja
partes em 1ª pessoa – relato das falas
das personagens.
Local: Sertão de Santana do Parnaíba
(Mato Grosso).
Autor: Visconde de Taunay.
Maria Cristina A. Biagio
5. Personagens:
Inocência: Moça
jovem, simples, bonita, humilde. Perdeu a mãe
quando criança e vivia em companhia do pai –
quase não saía de casa, pois assim era o
costume da época.
É a verdadeira “filha dos sertões”.
Educada para ser dona de casa e mãe – não
sabia nem ler nem escrever
(Sociedade patriarcal)
É apresentada de várias maneiras:
burra, ingênua, escrava, submissa.
Maria Cristina A. Biagio
6. Cirino – Prático de farmácia – considerava-
se médico, embora não tivesse licença para
medicar. Nasceu em São Paulo.
É um homem jovem – 25 anos – anda pelo
sertão distribuindo suas ervas. Apaixona-se
por Inocência e morre em nome do amor.
Manecão – é o anti-herói, o vilão da história.
É o homem rude, macho, grosseiro, que em
nome da honra – mata Cirino de forma
covarde e cruel.
Maria Cristina A. Biagio
7. Tico – é o anão, apesar de mudo é ele
quem se transforma no grande fofoqueiro
da história. Tem a função de vigiar
Inocência.
Meyer – é o elemento estrangeiro –
viajante alemão que está no Brasil à
procura de insetos raros. É admirado por
Pereira que lhe tem confiança, devido à
carta de apresentação que trouxe do irmão
de Pereira. Encanta-se com a beleza de
Inocência e lhe faz uma grande
homenagem, batizando com o seu nome
uma borboleta rara que encontrou.
Maria Cristina A. Biagio
8. Maria Conga – Escrava de Pereira – era
responsável pelos cuidados com a casa.
Antônio Cesário: Padrinho de Inocência.
Como prestou favores ao Pai de
Inocência, poderia interceder por ela, mas
não houve tempo.
Pereira: pai de Inocência – um homem
autoritário, preferia ver a filha morta a ter de
desmanchar o compromisso assumido com
Manecão. Representa o sertanejo bruto do
Sertão Brasileiro.
Maria Cristina A. Biagio
9.
10. Jorge, um brasileiro, de Oswaldo França Júnior.
Literatura contemporânea – Gênero narrativo – romance
rodoviário.
Publicado em 1967.
Personagem central: Jorge (Narrador)
Foco narrativo: 1ª pessoa.
Espaço: várias cidades do Brasil (Belo Horizonte, Governador
Valadares, Caratinga, Ipatinga, Timóteo, Ponte Alta, entre outras.
Cita outros lugares: Brasília, Ilha do Bananal, Cuiabá, Jequié-Ba....
Enredo: Circular – Termina no mesmo ponto que começou.
Linguagem: Coloquial – uso abundante de conjunções
aditivas, pronomes relativos e conjunções subordinativas.
Locutor: O próprio leitor, ou um interlocutor a quem ele conta a sua
história.
Temas abordados: as estradas brasileiras, a construção de
Brasília, a relação entre patrões e funcionários, o capitalismo – a
sociedade vê, no lucro, seu principal fim.
Maria Cristina A. Biagio
11. Personagens:
Jorge: protagonista – é um caminhoneiro
humilde de homem de confiança do patrão.
Responsável, trabalhador e muito
determinado. Durante a narrativa, passa por
um processo de transformação – que
chamamos de metamorfose.
Senhor Mário: Patrão de Jorge – marido de
dona Helena a quem trai descaradamente.
Sandra: namorada de Jorge.
Caminhoneiros:
Fábio, Murta, Toledo, Téo, Luís, Antônio, Oliv
eira, Lauro. Maria Cristina A. Biagio
12. Altair: Ex-caminhoneiro e amigo de Jorge.
Rui: contador do Sr. Mário de quem Jorge
tem horror.
Destino da Carga: Bahia – Belo
Horizonte.
Os Caminhões ficam presos em Caratinga.
Problema: Chuva – Estradas interditadas –
pontes derrubadas.
Maria Cristina A. Biagio
13. Jorge, em tom coloquial, conta suas
aventuras pelas estradas brasileiras.
Jorge não é apenas Jorge, mas um
brasileiro, que ao andar pelas estradas
do país descobre a miséria, a
prostituição, o abandono de crianças, a
ambição, o desprezo.
Dedicou grande parte de sua vida ao
patrão – o patrão enriqueceu e ele não
tinha sequer um lar, uma família. Sua
vida era a estrada e os caminhões do
patrão.
Maria Cristina A. Biagio
14. O Jorge, do final do romance, não é o
Maria Cristina A. Biagio
mesmo Jorge do início. Ele não volta ao
ponto de partida, na realidade, o Jorge
que volta é outro – transformado. Embora
não tenha cumprido sua missão no prazo
determinado, não por incapacidade
sua, mas por barreiras da natureza, ele
se sente livre da opressão e num gesto
de extrema liberdade, beija a mulher do
patrão ( o que é uma forma de vingança
pelo desprezo com que foi tratado pelo
Sr. Mário).
15. Considerações Importantes:
“Jorge não é apenas Jorge, mas
também um brasileiro. Brasileiros são
os espaços, as estradas, as
árvores, as cidades, os
restaurantes, as comidas, as
palavras! Como fluem as palavras. E
como são brasileiras as palavras.” (
Antônio Olinto)
Maria Cristina A. Biagio
16. AMRIK, de Ana Miranda
No final do século XIX, muitos cristãos
libaneses pobres emigraram para a
América - Amrik, em libanês. Mas
nada era simples. "Os libaneses
saíam do Líbano, pensavam que
estavam indo para a América do Norte
[...] e desembarcavam na América do
Sul. Quando iam reclamar que
estavam na América errada, o estafeta
dizia: 'Tudo é América!' " A São Paulo
do final do século passado retratada
pelos olhos de uma dessas imigrantes
- a bela Amina, dançarina "dona de um
narizinho de serpent of the Nile" -, na
prosa de uma de nossas mais
talentosas escritoras.
Maria Cristina A. Biagio
17. Amrik, de Ana Miranda
Escola Literária: Literatura contemporânea
Ano de Publicação: 1997
Gênero narrativo – Romance.
Tema: Imigração árabe no Brasil.
Palavras-chave: Imigração - Displaced Person
(sem lugar) – Preconceito.
Espaço: Uma parte na Líbia (memória) , outra na
América do Norte (Amina) e outra no Brasil – São
Paulo
Foco Narrativo: 1ª pessoa ( Amina conta sua
história)
Final: Aberto (Qual seria a resposta de Amina ao tio
Naim?)
Maria Cristina A. Biagio
18. Enredo: Não-linear ( circular) A narrativa inicia e termina no
Jardim da Luz, em São Paulo, com o tio Naim Cristina A. Biagio
Maria perguntando à
sobrinha se ela aceita se casar com o mascate Abraão.
Linguagem: A linguagem é extremamente contemporânea –
não respeita a pontuação tradicional – o que para alguns
dificulta o entendimento. Um ponto positivo é que o livro é
divido em partes – não em capítulos, mas cada parte recebe
um título.
Há palavras de origem árabe em várias partes do
livro, assim como o registro da cultura libanesa.
Uso de figuras de linguagem, principalmente de
onomatopeias.
19. Personagens:
Amina Salum: é a protagonista desta história. Ela vive em busca
Maria Cristina A. Biagio
da liberdade. Desconhece o que aconteceu com sua mãe – a
família se recusa a lhe contar. O passado é uma ferida aberta em
seu coração.
Foi a escolhida entre vários irmãos a acompanhar o tio Naim –
provavelmente, por sua condição de mulher.
Nos Estados Unidos vive só – recebe as cartas de tio Naim – pois
foram separados – ela ficou na América do Norte e ele foi enviado
para a América do Sul. Amina, ao ler as cartas do tio, sente que o
Brasil é um lugar melhor do que os Estados Unidos – decide partir
para São Paulo.
Apaixona-se por Chafic, envolve-se em muitas confusões, como o
caso do mascate, que abandona a noiva por ter se apaixonado por
Amina. É acusada de ter sido a causa do suicídio da noiva.
20. Naim Salun: Tio de Amina. É obrigado a fugir de seu
país, caso contrário, seria um homem morto.Cristina A. Biagio e
Maria
Escritor
poeta, perdeu a visão na guerra contra os turcos e os
muçulmanos.
Tem verdadeira admiração por Amina. “Tio Naim me via
sem ver meu rosto sem ver meu corpo me via verdadeira
me via através de minha alma ou meu perfume me ouvia
falar e via mais fundo minha cara parecia de ferro
ninguém podia entrar, meu pai disse que fui feita de fogo
para incendiar e destruir os homens como todas as
mulheres menos a mãe dele. Como me vê tio Naim?
(Miranda, 2011, p. 55).
Tio Naim, embora cego, era o único capaz de enxergar
Amina exatamente como ela era. Era seu anjo da
guarda, seu amigo e protetor.
21. Considerações:
Ao contrário do que ocorre nos relatos de viagem
tradicionais, o tempo não é registrado, mas se sentir nas
transformações que a personagem sofre, de menina a
mulher, ao longo do romance.
O dado histórico é incorporado à
ficção, principalmente, no relato da passagem por
Beirute, na imagem da multidão amontoada no porto.
Quando Amina deixa para trás sua casa, a avó lhe dá
seus tesouros: um tamborzinho de mão, os címbalos e o
pandeiro, herança que selaria o seu destino.
A avó de Amina, Farida, representa o símbolo da
transgressão, uma vez que lhe ensina a dançar às
escondidas, ensina-lhe também as tradições ancestrais:
as danças, a culinária, as lendas, o repertório da memória
coletiva de seu povo passado de geração a geração.
Maria Cristina A. Biagio
22. Ana Miranda, para compor a personagem
Amina, inspirou-se em Raquel
Naveira, Leila Mohamed Y. Kuczynsky e
também em Samia Zadi, além de cartas da
viajante inglesa Elisabeth M. Anderson que
esteve no Líbano em 1886.
Maria Cristina A. Biagio
23. Queridos alunos... 301 e 302
Creio que o Pagador de Promessas todos vão se lembrar –
afinal, vocês já leram e foi a Peça que apresentamos.
A Cidade Ilhada também – foi o último livro lido.
Caso tenham alguma dúvida, é só me enviar por e-mail.
Beijo no coração.
Boa Prova!!!!
Maria Cristina A. Biagio