SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 14
Adesão ao
Tratamento
Hipertensão Arterial
O que interfere na aderência ao
tratamento medicamentoso em
pacientes em acompanhamento na
atenção básica?
O que interfere na aderência ao
tratamento medicamentoso em
pacientes em acompanhamento na
atenção básica?
A falta de adesão ao tratamento anti-hipertensivo continua
constituindo um dos maiores problemas na área de
hipertensão arterial.
Buscar otimizar adesão do indivíduo ao tratamento é portanto
uma meta primordial no direcionamento das ações da equipe de
saúde junto ao hipertenso.
Que intervenções são efetivas para
aumentar a aderência ao
tratamento medicamentoso?
Que intervenções são efetivas para
aumentar a aderência ao
tratamento medicamentoso?
Considera-se que a aderência ocorre
quando a conduta do paciente em termos
de tomar medicamentos, seguir dietas e
executar mudanças no estilo de vida
coincide com a prescrição clínica.
Os conceitos de adesão variam muito, mas
pode-se definir como “a utilização dos
medicamentos prescritos ou outros
procedimentos em pelo menos 80% de seu
total, observando horários, doses, tempo de
tratamento”.
A opinião comum de que os
pacientes são unicamente
responsáveis por seguir seu
tratamento é enganadora e
reflete o equívoco mais comum
de como outros fatores afetam
o comportamento e a
capacidade da pessoa em
aderir a seu tratamento.
Para a OMS, adesão é um
fenômeno multidimensional
determinado pela interação de
cinco fatores (Figura 1),
denominados como
“dimensões”, no qual os
fatores relacionados ao
paciente são apenas um
determinante.
A aderência a tratamentos não se restringe a prescrever
um medicamento ou uma conduta e imaginar que,
mecanicamente, as pessoas seguirão o que está escrito
e o que foi falado.
Esse seguimento depende muito
mais do fato da prática clínica
estar desfocada do médico e
centrada na pessoa, princípio
basilar da medicina.
O aumento da aderência depende muito da melhoria da
comunicação do médico com seu paciente, sobretudo quando
aborda aspectos práticos da condição ou da doença e de seu
tratamento, assim como aspectos fisiopatológicos e efeitos
colaterais palpáveis do uso de medicamentos.
Sugere-se que o profissional aborde os efeitos colaterais, mesmo
que o paciente não expresse espontaneamente, e o emprego da
expressão efeitos palpáveis pode facilitar a comunicação entre
ambos. Além disso, o profissional de saúde deve reforçar os efeitos
benéficos dos tratamentos, mesmo quando surgem efeitos
colaterais. Esses efeitos não devem ser minimizados, mas se deve
demonstrar que é um dos indicadores do efeito do tratamento,
pois, para o paciente, indicam que o tratamento está dando
resultados.
Nenhuma intervenção simples é eficaz.
Recomenda-se, portanto a combinação de várias
estratégias:
• informação adequada,
• aconselhamento,
• auto monitoramento,
• lembretes,
• reforços periódicos,
• terapia familiar,
• psicoterapia,
• acompanhamento por telefone ,
• e outras formas cabíveis para cada caso.
Sugere-se aplicar a escala ROMI periodicamente, que já
está validada em português pelos estudos de Rosa e
colaboradores (2005).
A escala ROMI (Rating of Medication Influences - Escala
de Influências em Medicações) que pode ser aplicada
pelo próprio médico está dividida em duas partes. A
primeira é semi-estruturada e aborda questões sobre o
estilo de vida, local do tratamento, regime
medicamentoso prescrito, atitude do paciente perante
o tratamento, e a postura da família perante a condição
clínica e tratamentos e orientações indicadas.
A segunda envolve questões sobre as razões de
aderência ou não aderência.
Ambas as seções iniciam com uma questão aberta como
“Qual a sua motivação primária para tomar a
medicação?“
ou
“ Qual a sua motivação primária para não tomar a
medicação?”.
Na seqüência, as seções apresentam uma escala de
motivos para tomar ou não a medicação, sendo que o
paciente atribui um grau de influência, ou um “peso”,
para cada item; “nenhuma influência”, “moderada
influência” ou “forte influência” pontuando-se
respectivamente em 1, 2 ou 3 e 9 em caso de não ser
possível avaliar o grau de influência do item.
Opção semelhante é o método SIMPLE, a partir de revisão
narrativa, em que sugere o uso de abordagem combinada
para melhorar a aderência e para facilitar o
acompanhamento elaborou o seguinte acróstico:
S - Simplificação do regime terapêutico
I – Intensificar a oferta dos seus conhecimentos sobre
a condição do paciente
M – Modificar crenças e mitos.
P – Promover a melhoria da comunicação com
pacientes e familiares.
L – Levar em consideração aspectos demográficos
E – Evolução da aderência
Dalla MDB ; et al. São Paulo: Associação Médica Brasileira, 2009
Dalla MDB ; et al. São Paulo: Associação Médica Brasileira, 2009
Como foi visto no caso, o paciente Sérgio teve
dificuldade em aderir ao tratamento proposto
pela Drª Laís, com o uso de anti-hipertensivos.
Continue lendo o caso e verifique como ocorreu
a aplicação do método SIMPLE pela médica
direcionada ao paciente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
•Dalla MDB ; Stein, A. T. ; Castro-Filho ED ; Lopes AC ; Melo NR ;
Virmond MCL . Aderência a Tratamento Medicamentoso. São Paulo:
Associação Médica Brasileira, 2009 (Elaboração de Diretrizes
Clínicas). Disponível em:
http://www.projetodiretrizes.org.br/8_volume/02-Aderencia.pdf
•Gusmão J. L, Mion J. D. Adesão ao tratamento – conceitos. Rev.
Bras. Hipertens, São Paulo, v.13, n.1, p. 23-25, janeiro 2006.
Disponível em: http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/13-
1/06-adesao-ao-tratamento.pdf
•OMS - Organização Mundial da Saúde. Adherence to long-term
therapies- evidence for action, 2003. Disponível em:
http://whqlibdoc.who.int/publications/2003/9241545992.pdf
Este trabalho está licenciado sob uma licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-Compartilha
Igual 4.0 Internacional. Para ver uma cópia desta licença, visite http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Boas práticas: Cálculo seguro Volume I: Cálculo e diluição de medicamentos
Boas práticas: Cálculo seguro Volume I: Cálculo e diluição de medicamentosBoas práticas: Cálculo seguro Volume I: Cálculo e diluição de medicamentos
Boas práticas: Cálculo seguro Volume I: Cálculo e diluição de medicamentosLetícia Spina Tapia
 
Grupos terapêuticos e intervenção em família
Grupos terapêuticos e intervenção em famíliaGrupos terapêuticos e intervenção em família
Grupos terapêuticos e intervenção em famíliaAroldo Gavioli
 
Educação para a Saúde
Educação para a SaúdeEducação para a Saúde
Educação para a SaúdeCatarina Regina
 
Planejamento de cardapios parte 2
Planejamento de cardapios   parte 2Planejamento de cardapios   parte 2
Planejamento de cardapios parte 2Romario Barros
 
Transtornos do pensamento: esquizofrenia
Transtornos do pensamento: esquizofreniaTranstornos do pensamento: esquizofrenia
Transtornos do pensamento: esquizofreniaAroldo Gavioli
 
Aula 8 mecanismos de coping
Aula 8 mecanismos de copingAula 8 mecanismos de coping
Aula 8 mecanismos de copingFuturos Medicos
 
Aula nasf
Aula nasfAula nasf
Aula nasfenfgabi
 
Teste de hipóteses - paramétricos
Teste de hipóteses - paramétricosTeste de hipóteses - paramétricos
Teste de hipóteses - paramétricosRodrigo Rodrigues
 
Psicopatologia e neurobiologia da depressão
Psicopatologia e neurobiologia da depressãoPsicopatologia e neurobiologia da depressão
Psicopatologia e neurobiologia da depressãoCaio Maximino
 
Hipertensão arterial sistêmica
Hipertensão arterial sistêmicaHipertensão arterial sistêmica
Hipertensão arterial sistêmicaj2012p
 
2015 - Escala de Risco Familiar de Coelho e Savassi e o e-SUS
2015 - Escala de Risco Familiar de Coelho e Savassi e o e-SUS2015 - Escala de Risco Familiar de Coelho e Savassi e o e-SUS
2015 - Escala de Risco Familiar de Coelho e Savassi e o e-SUSLeonardo Savassi
 
Anamnese psicopatologia diagn psiq
Anamnese psicopatologia diagn psiq   Anamnese psicopatologia diagn psiq
Anamnese psicopatologia diagn psiq Cláudio Costa
 

Mais procurados (20)

Boas práticas: Cálculo seguro Volume I: Cálculo e diluição de medicamentos
Boas práticas: Cálculo seguro Volume I: Cálculo e diluição de medicamentosBoas práticas: Cálculo seguro Volume I: Cálculo e diluição de medicamentos
Boas práticas: Cálculo seguro Volume I: Cálculo e diluição de medicamentos
 
Abordagem Familiar
Abordagem FamiliarAbordagem Familiar
Abordagem Familiar
 
Grupos terapêuticos e intervenção em família
Grupos terapêuticos e intervenção em famíliaGrupos terapêuticos e intervenção em família
Grupos terapêuticos e intervenção em família
 
Educação para a Saúde
Educação para a SaúdeEducação para a Saúde
Educação para a Saúde
 
Planejamento de cardapios parte 2
Planejamento de cardapios   parte 2Planejamento de cardapios   parte 2
Planejamento de cardapios parte 2
 
CÂNCER EM IDOSOS
CÂNCER EM IDOSOSCÂNCER EM IDOSOS
CÂNCER EM IDOSOS
 
Transtornos do pensamento: esquizofrenia
Transtornos do pensamento: esquizofreniaTranstornos do pensamento: esquizofrenia
Transtornos do pensamento: esquizofrenia
 
Aula 8 mecanismos de coping
Aula 8 mecanismos de copingAula 8 mecanismos de coping
Aula 8 mecanismos de coping
 
Vigilancia em saude
Vigilancia em saude Vigilancia em saude
Vigilancia em saude
 
Aula nasf
Aula nasfAula nasf
Aula nasf
 
Samuel_Complicações_agudas
Samuel_Complicações_agudasSamuel_Complicações_agudas
Samuel_Complicações_agudas
 
Teste de hipóteses - paramétricos
Teste de hipóteses - paramétricosTeste de hipóteses - paramétricos
Teste de hipóteses - paramétricos
 
Psicopatologia e neurobiologia da depressão
Psicopatologia e neurobiologia da depressãoPsicopatologia e neurobiologia da depressão
Psicopatologia e neurobiologia da depressão
 
Saude mental aula 3
Saude mental aula 3Saude mental aula 3
Saude mental aula 3
 
Hipertensão arterial sistêmica
Hipertensão arterial sistêmicaHipertensão arterial sistêmica
Hipertensão arterial sistêmica
 
Psicologia e morte
Psicologia e mortePsicologia e morte
Psicologia e morte
 
2015 - Escala de Risco Familiar de Coelho e Savassi e o e-SUS
2015 - Escala de Risco Familiar de Coelho e Savassi e o e-SUS2015 - Escala de Risco Familiar de Coelho e Savassi e o e-SUS
2015 - Escala de Risco Familiar de Coelho e Savassi e o e-SUS
 
Módulo 1 - aula 2
Módulo 1 - aula 2Módulo 1 - aula 2
Módulo 1 - aula 2
 
Anamnese psicopatologia diagn psiq
Anamnese psicopatologia diagn psiq   Anamnese psicopatologia diagn psiq
Anamnese psicopatologia diagn psiq
 
Psicofarmacologia
PsicofarmacologiaPsicofarmacologia
Psicofarmacologia
 

Destaque

Sergio_HAS_tratamento_medicamentoso
Sergio_HAS_tratamento_medicamentosoSergio_HAS_tratamento_medicamentoso
Sergio_HAS_tratamento_medicamentosocomunidadedepraticas
 
Fator de risco_para_doenças_crônicas
Fator de risco_para_doenças_crônicasFator de risco_para_doenças_crônicas
Fator de risco_para_doenças_crônicassedis-suporte
 
Jose_Clemente_Aspectos_importantes_HAS_idoso
Jose_Clemente_Aspectos_importantes_HAS_idosoJose_Clemente_Aspectos_importantes_HAS_idoso
Jose_Clemente_Aspectos_importantes_HAS_idosocomunidadedepraticas
 
Samuel_Tratamento_farmacologico_DM
Samuel_Tratamento_farmacologico_DMSamuel_Tratamento_farmacologico_DM
Samuel_Tratamento_farmacologico_DMcomunidadedepraticas
 
Samuel_Complicações_microvasculares
Samuel_Complicações_microvascularesSamuel_Complicações_microvasculares
Samuel_Complicações_microvascularescomunidadedepraticas
 

Destaque (20)

Sergio_Componentes_rede
Sergio_Componentes_redeSergio_Componentes_rede
Sergio_Componentes_rede
 
Sergio_Framingham
Sergio_FraminghamSergio_Framingham
Sergio_Framingham
 
Joana_Prescrição_AF_hipertensos
Joana_Prescrição_AF_hipertensosJoana_Prescrição_AF_hipertensos
Joana_Prescrição_AF_hipertensos
 
Joana_Câncer_bucal_tabagismo
Joana_Câncer_bucal_tabagismoJoana_Câncer_bucal_tabagismo
Joana_Câncer_bucal_tabagismo
 
Joana_Atenção_centrada_pessoa
Joana_Atenção_centrada_pessoaJoana_Atenção_centrada_pessoa
Joana_Atenção_centrada_pessoa
 
Joana_Prevençao_quartenaria
Joana_Prevençao_quartenariaJoana_Prevençao_quartenaria
Joana_Prevençao_quartenaria
 
Sergio_HAS_diagnostico
Sergio_HAS_diagnosticoSergio_HAS_diagnostico
Sergio_HAS_diagnostico
 
Sergio_HAS_tratamento_medicamentoso
Sergio_HAS_tratamento_medicamentosoSergio_HAS_tratamento_medicamentoso
Sergio_HAS_tratamento_medicamentoso
 
Joana_Entrevista_motivacional
Joana_Entrevista_motivacionalJoana_Entrevista_motivacional
Joana_Entrevista_motivacional
 
Fator de risco_para_doenças_crônicas
Fator de risco_para_doenças_crônicasFator de risco_para_doenças_crônicas
Fator de risco_para_doenças_crônicas
 
Joana_Abordagem_nutricional_HAS
Joana_Abordagem_nutricional_HASJoana_Abordagem_nutricional_HAS
Joana_Abordagem_nutricional_HAS
 
Sergio_Redes_Atencao
Sergio_Redes_AtencaoSergio_Redes_Atencao
Sergio_Redes_Atencao
 
Joana_Autocuidado
Joana_AutocuidadoJoana_Autocuidado
Joana_Autocuidado
 
Jose_Clemente_Apoio_matricial
Jose_Clemente_Apoio_matricialJose_Clemente_Apoio_matricial
Jose_Clemente_Apoio_matricial
 
Samuel_Saude_bucal_DM
Samuel_Saude_bucal_DMSamuel_Saude_bucal_DM
Samuel_Saude_bucal_DM
 
Jose_Clemente_Aspectos_importantes_HAS_idoso
Jose_Clemente_Aspectos_importantes_HAS_idosoJose_Clemente_Aspectos_importantes_HAS_idoso
Jose_Clemente_Aspectos_importantes_HAS_idoso
 
Samuel_Tratamento_farmacologico_DM
Samuel_Tratamento_farmacologico_DMSamuel_Tratamento_farmacologico_DM
Samuel_Tratamento_farmacologico_DM
 
Jose_Clemente_Aconselhamento
Jose_Clemente_AconselhamentoJose_Clemente_Aconselhamento
Jose_Clemente_Aconselhamento
 
Joana_Grupos_terapeuticos
Joana_Grupos_terapeuticosJoana_Grupos_terapeuticos
Joana_Grupos_terapeuticos
 
Samuel_Complicações_microvasculares
Samuel_Complicações_microvascularesSamuel_Complicações_microvasculares
Samuel_Complicações_microvasculares
 

Semelhante a Sergio_Adesao_tratamento

Atenção farmacêutica a grupos de risco
Atenção farmacêutica a grupos de riscoAtenção farmacêutica a grupos de risco
Atenção farmacêutica a grupos de riscoNemesio Silva
 
13 PRINCÍPIOS PARA TRATAMENTO EFICAZ DA SPA
13 PRINCÍPIOS PARA TRATAMENTO EFICAZ DA SPA13 PRINCÍPIOS PARA TRATAMENTO EFICAZ DA SPA
13 PRINCÍPIOS PARA TRATAMENTO EFICAZ DA SPAKhaleb Bueno
 
13 Princípios de Tratamento Eficaz para SPA
13 Princípios de Tratamento Eficaz para SPA 13 Princípios de Tratamento Eficaz para SPA
13 Princípios de Tratamento Eficaz para SPA Khaleb Bueno
 
Martins Baía Sales; Buzi Figlie:Revisão de literatura sobre a aplicação d...
Martins Baía Sales; Buzi Figlie:Revisão de literatura sobre a aplicação d...Martins Baía Sales; Buzi Figlie:Revisão de literatura sobre a aplicação d...
Martins Baía Sales; Buzi Figlie:Revisão de literatura sobre a aplicação d...Flora Couto
 
atencao-farmaceutica farmacia clinica.pdf
atencao-farmaceutica farmacia clinica.pdfatencao-farmaceutica farmacia clinica.pdf
atencao-farmaceutica farmacia clinica.pdfNaidilene Aguilar
 
Apostila tratamento da dependência química
Apostila   tratamento da dependência químicaApostila   tratamento da dependência química
Apostila tratamento da dependência químicakarol_ribeiro
 
Apostila tratamento da dependência química
Apostila   tratamento da dependência químicaApostila   tratamento da dependência química
Apostila tratamento da dependência químicakarol_ribeiro
 
Em relação às ações de promoção
Em relação às ações de promoçãoEm relação às ações de promoção
Em relação às ações de promoçãoadrianomedico
 
[E book gratuito] os 7 erros comuns da terapia medicamentosa
[E book gratuito] os 7 erros comuns da terapia medicamentosa[E book gratuito] os 7 erros comuns da terapia medicamentosa
[E book gratuito] os 7 erros comuns da terapia medicamentosaDiego Medeiros Guedes
 
Pechansky; Williams; Meyer - Desenvolvimento de um jogo terapêutico para pre...
Pechansky; Williams; Meyer - Desenvolvimento de um jogo terapêutico para pre...Pechansky; Williams; Meyer - Desenvolvimento de um jogo terapêutico para pre...
Pechansky; Williams; Meyer - Desenvolvimento de um jogo terapêutico para pre...Flora Couto
 
Atividade integradora
Atividade integradoraAtividade integradora
Atividade integradorajessikassl
 
04 análise crítica de artigos científicos - foco nos ensaios clínicos contr...
04   análise crítica de artigos científicos - foco nos ensaios clínicos contr...04   análise crítica de artigos científicos - foco nos ensaios clínicos contr...
04 análise crítica de artigos científicos - foco nos ensaios clínicos contr...gisa_legal
 
Atenção farmacêutica aos pacientes com tuberculose
Atenção farmacêutica aos pacientes com tuberculoseAtenção farmacêutica aos pacientes com tuberculose
Atenção farmacêutica aos pacientes com tuberculosehttp://bvsalud.org/
 
Como motivar usuarios de risco
Como motivar usuarios de riscoComo motivar usuarios de risco
Como motivar usuarios de riscoFlora Couto
 

Semelhante a Sergio_Adesao_tratamento (20)

13 princpios nida
13 princpios nida13 princpios nida
13 princpios nida
 
Capacitação alcool e drogas
Capacitação alcool e drogasCapacitação alcool e drogas
Capacitação alcool e drogas
 
Atenção farmacêutica a grupos de risco
Atenção farmacêutica a grupos de riscoAtenção farmacêutica a grupos de risco
Atenção farmacêutica a grupos de risco
 
13 PRINCÍPIOS PARA TRATAMENTO EFICAZ DA SPA
13 PRINCÍPIOS PARA TRATAMENTO EFICAZ DA SPA13 PRINCÍPIOS PARA TRATAMENTO EFICAZ DA SPA
13 PRINCÍPIOS PARA TRATAMENTO EFICAZ DA SPA
 
13 Princípios de Tratamento Eficaz para SPA
13 Princípios de Tratamento Eficaz para SPA 13 Princípios de Tratamento Eficaz para SPA
13 Princípios de Tratamento Eficaz para SPA
 
Martins Baía Sales; Buzi Figlie:Revisão de literatura sobre a aplicação d...
Martins Baía Sales; Buzi Figlie:Revisão de literatura sobre a aplicação d...Martins Baía Sales; Buzi Figlie:Revisão de literatura sobre a aplicação d...
Martins Baía Sales; Buzi Figlie:Revisão de literatura sobre a aplicação d...
 
atencao-farmaceutica farmacia clinica.pdf
atencao-farmaceutica farmacia clinica.pdfatencao-farmaceutica farmacia clinica.pdf
atencao-farmaceutica farmacia clinica.pdf
 
Apostila tratamento da dependência química
Apostila   tratamento da dependência químicaApostila   tratamento da dependência química
Apostila tratamento da dependência química
 
Apostila tratamento da dependência química
Apostila   tratamento da dependência químicaApostila   tratamento da dependência química
Apostila tratamento da dependência química
 
Trabalho
TrabalhoTrabalho
Trabalho
 
Aula 1
Aula 1Aula 1
Aula 1
 
Em relação às ações de promoção
Em relação às ações de promoçãoEm relação às ações de promoção
Em relação às ações de promoção
 
Aula 2 - AF
Aula 2 - AFAula 2 - AF
Aula 2 - AF
 
[E book gratuito] os 7 erros comuns da terapia medicamentosa
[E book gratuito] os 7 erros comuns da terapia medicamentosa[E book gratuito] os 7 erros comuns da terapia medicamentosa
[E book gratuito] os 7 erros comuns da terapia medicamentosa
 
Pechansky; Williams; Meyer - Desenvolvimento de um jogo terapêutico para pre...
Pechansky; Williams; Meyer - Desenvolvimento de um jogo terapêutico para pre...Pechansky; Williams; Meyer - Desenvolvimento de um jogo terapêutico para pre...
Pechansky; Williams; Meyer - Desenvolvimento de um jogo terapêutico para pre...
 
000820491
000820491000820491
000820491
 
Atividade integradora
Atividade integradoraAtividade integradora
Atividade integradora
 
04 análise crítica de artigos científicos - foco nos ensaios clínicos contr...
04   análise crítica de artigos científicos - foco nos ensaios clínicos contr...04   análise crítica de artigos científicos - foco nos ensaios clínicos contr...
04 análise crítica de artigos científicos - foco nos ensaios clínicos contr...
 
Atenção farmacêutica aos pacientes com tuberculose
Atenção farmacêutica aos pacientes com tuberculoseAtenção farmacêutica aos pacientes com tuberculose
Atenção farmacêutica aos pacientes com tuberculose
 
Como motivar usuarios de risco
Como motivar usuarios de riscoComo motivar usuarios de risco
Como motivar usuarios de risco
 

Mais de comunidadedepraticas

Programa Academia da Saúde - Informações Básicas
Programa Academia da Saúde - Informações BásicasPrograma Academia da Saúde - Informações Básicas
Programa Academia da Saúde - Informações Básicascomunidadedepraticas
 
Descrição e Características das Práticas Corporais e Mentais da MTC
Descrição e Características das Práticas Corporais e Mentais da MTCDescrição e Características das Práticas Corporais e Mentais da MTC
Descrição e Características das Práticas Corporais e Mentais da MTCcomunidadedepraticas
 
Conceitos da MTC Aplicados às Práticas Corporais e Mentais
Conceitos da MTC Aplicados às Práticas Corporais e MentaisConceitos da MTC Aplicados às Práticas Corporais e Mentais
Conceitos da MTC Aplicados às Práticas Corporais e Mentaiscomunidadedepraticas
 
Histórico das Práticas Corporais da Medicina Tradicional Chinesa
Histórico das Práticas Corporais da Medicina Tradicional ChinesaHistórico das Práticas Corporais da Medicina Tradicional Chinesa
Histórico das Práticas Corporais da Medicina Tradicional Chinesacomunidadedepraticas
 
Apresentacao aprendizagem colaborativa
Apresentacao aprendizagem colaborativaApresentacao aprendizagem colaborativa
Apresentacao aprendizagem colaborativacomunidadedepraticas
 
Interação: ensinando e aprendendo na CdP
Interação: ensinando e aprendendo na CdPInteração: ensinando e aprendendo na CdP
Interação: ensinando e aprendendo na CdPcomunidadedepraticas
 
Plantas medicinais usadas em infecções respiratórias
Plantas medicinais usadas em infecções respiratóriasPlantas medicinais usadas em infecções respiratórias
Plantas medicinais usadas em infecções respiratóriascomunidadedepraticas
 
Remédio caseiros com plantas medicinais
Remédio caseiros com plantas medicinaisRemédio caseiros com plantas medicinais
Remédio caseiros com plantas medicinaiscomunidadedepraticas
 
Plantas medicinais usadas para o tratamento contra infestação de piolhos
Plantas medicinais usadas para o tratamento contra infestação de piolhosPlantas medicinais usadas para o tratamento contra infestação de piolhos
Plantas medicinais usadas para o tratamento contra infestação de piolhoscomunidadedepraticas
 
Plantas medicinais antissépticas e cicatrizantes usadas em doenças de pele
Plantas medicinais antissépticas e cicatrizantes usadas em doenças de pelePlantas medicinais antissépticas e cicatrizantes usadas em doenças de pele
Plantas medicinais antissépticas e cicatrizantes usadas em doenças de pelecomunidadedepraticas
 
Plantas medicinais antidiarréicas
Plantas medicinais antidiarréicasPlantas medicinais antidiarréicas
Plantas medicinais antidiarréicascomunidadedepraticas
 
Introdução a fitoterapia - informações básicas
Introdução a fitoterapia - informações básicasIntrodução a fitoterapia - informações básicas
Introdução a fitoterapia - informações básicascomunidadedepraticas
 
Marco Histórico Internacional da MTC
Marco Histórico Internacional da MTCMarco Histórico Internacional da MTC
Marco Histórico Internacional da MTCcomunidadedepraticas
 

Mais de comunidadedepraticas (20)

Tutorial InovaSUS
Tutorial  InovaSUSTutorial  InovaSUS
Tutorial InovaSUS
 
Programa Academia da Saúde - Informações Básicas
Programa Academia da Saúde - Informações BásicasPrograma Academia da Saúde - Informações Básicas
Programa Academia da Saúde - Informações Básicas
 
Descrição e Características das Práticas Corporais e Mentais da MTC
Descrição e Características das Práticas Corporais e Mentais da MTCDescrição e Características das Práticas Corporais e Mentais da MTC
Descrição e Características das Práticas Corporais e Mentais da MTC
 
Conceitos da MTC Aplicados às Práticas Corporais e Mentais
Conceitos da MTC Aplicados às Práticas Corporais e MentaisConceitos da MTC Aplicados às Práticas Corporais e Mentais
Conceitos da MTC Aplicados às Práticas Corporais e Mentais
 
Histórico das Práticas Corporais da Medicina Tradicional Chinesa
Histórico das Práticas Corporais da Medicina Tradicional ChinesaHistórico das Práticas Corporais da Medicina Tradicional Chinesa
Histórico das Práticas Corporais da Medicina Tradicional Chinesa
 
Diagnóstico em MTC
Diagnóstico em MTCDiagnóstico em MTC
Diagnóstico em MTC
 
Apresentacao aprendizagem colaborativa
Apresentacao aprendizagem colaborativaApresentacao aprendizagem colaborativa
Apresentacao aprendizagem colaborativa
 
Interação: ensinando e aprendendo na CdP
Interação: ensinando e aprendendo na CdPInteração: ensinando e aprendendo na CdP
Interação: ensinando e aprendendo na CdP
 
Plantas medicinais usadas em infecções respiratórias
Plantas medicinais usadas em infecções respiratóriasPlantas medicinais usadas em infecções respiratórias
Plantas medicinais usadas em infecções respiratórias
 
Cadastramento e-SUS
Cadastramento e-SUSCadastramento e-SUS
Cadastramento e-SUS
 
Plantas tóxicas
Plantas tóxicasPlantas tóxicas
Plantas tóxicas
 
Plantas e gravidez
Plantas e gravidezPlantas e gravidez
Plantas e gravidez
 
Remédio caseiros com plantas medicinais
Remédio caseiros com plantas medicinaisRemédio caseiros com plantas medicinais
Remédio caseiros com plantas medicinais
 
Plantas medicinais usadas para o tratamento contra infestação de piolhos
Plantas medicinais usadas para o tratamento contra infestação de piolhosPlantas medicinais usadas para o tratamento contra infestação de piolhos
Plantas medicinais usadas para o tratamento contra infestação de piolhos
 
Plantas medicinais antissépticas e cicatrizantes usadas em doenças de pele
Plantas medicinais antissépticas e cicatrizantes usadas em doenças de pelePlantas medicinais antissépticas e cicatrizantes usadas em doenças de pele
Plantas medicinais antissépticas e cicatrizantes usadas em doenças de pele
 
Plantas medicinais antidiarréicas
Plantas medicinais antidiarréicasPlantas medicinais antidiarréicas
Plantas medicinais antidiarréicas
 
Introdução a fitoterapia - informações básicas
Introdução a fitoterapia - informações básicasIntrodução a fitoterapia - informações básicas
Introdução a fitoterapia - informações básicas
 
Passos para Implantação de PICs
Passos para Implantação de PICsPassos para Implantação de PICs
Passos para Implantação de PICs
 
Marco Histórico Internacional da MTC
Marco Histórico Internacional da MTCMarco Histórico Internacional da MTC
Marco Histórico Internacional da MTC
 
Marco Histórico Nacional da MTC
Marco Histórico Nacional da MTCMarco Histórico Nacional da MTC
Marco Histórico Nacional da MTC
 

Sergio_Adesao_tratamento

  • 2. O que interfere na aderência ao tratamento medicamentoso em pacientes em acompanhamento na atenção básica? O que interfere na aderência ao tratamento medicamentoso em pacientes em acompanhamento na atenção básica? A falta de adesão ao tratamento anti-hipertensivo continua constituindo um dos maiores problemas na área de hipertensão arterial. Buscar otimizar adesão do indivíduo ao tratamento é portanto uma meta primordial no direcionamento das ações da equipe de saúde junto ao hipertenso. Que intervenções são efetivas para aumentar a aderência ao tratamento medicamentoso? Que intervenções são efetivas para aumentar a aderência ao tratamento medicamentoso?
  • 3. Considera-se que a aderência ocorre quando a conduta do paciente em termos de tomar medicamentos, seguir dietas e executar mudanças no estilo de vida coincide com a prescrição clínica. Os conceitos de adesão variam muito, mas pode-se definir como “a utilização dos medicamentos prescritos ou outros procedimentos em pelo menos 80% de seu total, observando horários, doses, tempo de tratamento”.
  • 4. A opinião comum de que os pacientes são unicamente responsáveis por seguir seu tratamento é enganadora e reflete o equívoco mais comum de como outros fatores afetam o comportamento e a capacidade da pessoa em aderir a seu tratamento. Para a OMS, adesão é um fenômeno multidimensional determinado pela interação de cinco fatores (Figura 1), denominados como “dimensões”, no qual os fatores relacionados ao paciente são apenas um determinante.
  • 5. A aderência a tratamentos não se restringe a prescrever um medicamento ou uma conduta e imaginar que, mecanicamente, as pessoas seguirão o que está escrito e o que foi falado. Esse seguimento depende muito mais do fato da prática clínica estar desfocada do médico e centrada na pessoa, princípio basilar da medicina.
  • 6. O aumento da aderência depende muito da melhoria da comunicação do médico com seu paciente, sobretudo quando aborda aspectos práticos da condição ou da doença e de seu tratamento, assim como aspectos fisiopatológicos e efeitos colaterais palpáveis do uso de medicamentos. Sugere-se que o profissional aborde os efeitos colaterais, mesmo que o paciente não expresse espontaneamente, e o emprego da expressão efeitos palpáveis pode facilitar a comunicação entre ambos. Além disso, o profissional de saúde deve reforçar os efeitos benéficos dos tratamentos, mesmo quando surgem efeitos colaterais. Esses efeitos não devem ser minimizados, mas se deve demonstrar que é um dos indicadores do efeito do tratamento, pois, para o paciente, indicam que o tratamento está dando resultados.
  • 7. Nenhuma intervenção simples é eficaz. Recomenda-se, portanto a combinação de várias estratégias: • informação adequada, • aconselhamento, • auto monitoramento, • lembretes, • reforços periódicos, • terapia familiar, • psicoterapia, • acompanhamento por telefone , • e outras formas cabíveis para cada caso.
  • 8. Sugere-se aplicar a escala ROMI periodicamente, que já está validada em português pelos estudos de Rosa e colaboradores (2005). A escala ROMI (Rating of Medication Influences - Escala de Influências em Medicações) que pode ser aplicada pelo próprio médico está dividida em duas partes. A primeira é semi-estruturada e aborda questões sobre o estilo de vida, local do tratamento, regime medicamentoso prescrito, atitude do paciente perante o tratamento, e a postura da família perante a condição clínica e tratamentos e orientações indicadas. A segunda envolve questões sobre as razões de aderência ou não aderência.
  • 9. Ambas as seções iniciam com uma questão aberta como “Qual a sua motivação primária para tomar a medicação?“ ou “ Qual a sua motivação primária para não tomar a medicação?”. Na seqüência, as seções apresentam uma escala de motivos para tomar ou não a medicação, sendo que o paciente atribui um grau de influência, ou um “peso”, para cada item; “nenhuma influência”, “moderada influência” ou “forte influência” pontuando-se respectivamente em 1, 2 ou 3 e 9 em caso de não ser possível avaliar o grau de influência do item.
  • 10. Opção semelhante é o método SIMPLE, a partir de revisão narrativa, em que sugere o uso de abordagem combinada para melhorar a aderência e para facilitar o acompanhamento elaborou o seguinte acróstico: S - Simplificação do regime terapêutico I – Intensificar a oferta dos seus conhecimentos sobre a condição do paciente M – Modificar crenças e mitos. P – Promover a melhoria da comunicação com pacientes e familiares. L – Levar em consideração aspectos demográficos E – Evolução da aderência Dalla MDB ; et al. São Paulo: Associação Médica Brasileira, 2009
  • 11. Dalla MDB ; et al. São Paulo: Associação Médica Brasileira, 2009
  • 12. Como foi visto no caso, o paciente Sérgio teve dificuldade em aderir ao tratamento proposto pela Drª Laís, com o uso de anti-hipertensivos. Continue lendo o caso e verifique como ocorreu a aplicação do método SIMPLE pela médica direcionada ao paciente.
  • 13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS •Dalla MDB ; Stein, A. T. ; Castro-Filho ED ; Lopes AC ; Melo NR ; Virmond MCL . Aderência a Tratamento Medicamentoso. São Paulo: Associação Médica Brasileira, 2009 (Elaboração de Diretrizes Clínicas). Disponível em: http://www.projetodiretrizes.org.br/8_volume/02-Aderencia.pdf •Gusmão J. L, Mion J. D. Adesão ao tratamento – conceitos. Rev. Bras. Hipertens, São Paulo, v.13, n.1, p. 23-25, janeiro 2006. Disponível em: http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/13- 1/06-adesao-ao-tratamento.pdf •OMS - Organização Mundial da Saúde. Adherence to long-term therapies- evidence for action, 2003. Disponível em: http://whqlibdoc.who.int/publications/2003/9241545992.pdf
  • 14. Este trabalho está licenciado sob uma licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-Compartilha Igual 4.0 Internacional. Para ver uma cópia desta licença, visite http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/