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Estruturas de Aço
Profa. Aldecira Gadelha, M.Sc.
Considerações básicas:
● O aço é basicamente uma liga de ferro com baixo teor de
carbono (<1,7%) e outros elementos químicos que
aparecem com impurezas ou são adicionados para
fornecer propriedades desejadas.
● Estas adições também são feitas de baixas
porcentagens, por exemplo: manganês 1,65%, cobre
0,60%, etc.
Obtenção do aço:
● Para produzir aço, parte do ferro, que é encontrado na
natureza em forma de óxido e, na operação denominada
redução é transformado em metal.
● A operação de redução consiste em fornecer calor ao
minério de ferro, que combina o oxigênio existente nas
suas moléculas com carbono de carvão utilizado na
queima, deixando como produto, nos altos fornos ou em
fornos de redução direta, o metal básico ferro (ferro gusa).
Obtenção do aço:
● A seguir, o ferro gusa é transformado em aço mediante a
passagem de ar ou oxigênio puro no seu interior,
possibilitando a combinação com carbono existente.
● Ao mesmo tempo podem ser adicionados outros
elementos (silício, manganês, fósforo, enxofre, etc.),
gerando-se assim os mais diversos tipos de aço.
Obtenção do aço:
● Outro processo utilizado consiste em fundir sucata de
ferro em um forno elétrico.
● Após esta transformação, o aço pode ser moldado na
forma de chapas, barras, perfis, tubos, etc., num processo
chamado de laminação.
Classificação:
a) Segundo o teor de Carbono:
Classificação:
b) Aços estruturais:
I) Aço-carbono:
● É o aço mais indicado para estruturas metálicas, pois é fácil
de ser encontrado em todas as bitolas.
● Como exemplo de aço carbono fabricado no Brasil, o ASTM
A-36 ou simplesmente A-36.
● Numa terminologia menos técnica pode-se interpretar o aço
A-36 como aço comum.
● Os aços carbono apresentam taxas que variam
aproximadamente de 0,15% a 1,7% de carbono.
Tipos de Aço-carbono:
Classificação:
b) Aços estruturais:
● São aços de resistência mecânica mais elevadas,
possibilitando, assim, redução do peso próprio da
estrutura.
● Este tipo de aço tem também elevada resistência à
oxidação, não necessitando qualquer pintura de proteção.
II) Aços de baixa liga e alta resistência
mecânica e à corrosão
● Devem ser utilizados em obras especiais tais como viadutos
ou estruturas de grandes vãos, onde a redução do peso é
importante. Evidentemente, são perfis de custo mais elevado
que os comuns.
● As usinas nacionais produzem aço de alta resistência
mecânica e à corrosão atmosférica, com os seguintes nomes
comerciais:
II) Aços de baixa liga e alta resistência
mecânica e à corrosão
● Exemplo de aço de alta resistência:
ASTM A-242, fabricado pela CSN, sob o
nome comercial de aço COR-TEN.
● O aço de alta resistência, do tipo CORTEN (ou similar)
possui tensão de escoamento de 350 MPa.
Tipos de aços de baixa liga e alta resistência
mecânica e à corrosão:
Estruturas Metálicas
Classificação:
b) Aços estruturais:
Tanto os aços-carbono quanto os de baixa liga podem ter suas
resistências aumentadas pelo tratamento térmico, porém são
aços de soldagem mais difícil.
Os parafusos de alta resistência e os aços de baixa liga usados
em barras de protensão, recebem tratamento térmico.
Estruturas Metálicas
NORMAS TÉCNICAS
● ABNT – Projeto e execução de estruturas de aço de edifícios:
método dos estados limites – NBR 8800 (NB14). Rio de
Janeiro, ABNT, 1986.
● ASTM – American Society for Testing and Materials:
especificações para fabricação do aço, acabamento dos
perfis, etc.
● AISC – American Institute of Steel Construction:
especificações para projetos de prédios industriais ou
residenciais em estruturas metálicas.
NORMAS TÉCNICAS
● AASHO – American Association of State Highway Offcials:
especificações para projeto de pontes rodoviárias metálicas.
● Minimum Design Loads for Buildings and Other Structures
(ASCE 7-98) (American Society of Civil Engineers);
● Structural Welding Code: Steel: ANSI/AWS D1.1 2000 Vol. 1
(American Welding Society).
Além das normas de aço, outras normas devem ser
consultadas para a elaboração de projetos em estruturas
metálicas:
● NBR 6123 (NB599). Forças devidas ao vento em edificações,
1988.
● NBR 6120 (NB5). Cargas para o cálculo de estruturas de
edificações, 1980.
● NBR 9763 (EB1742). Aços para perfis laminados, chapas
grossas e barras, usados emestruturas fixas, 1987.
● NBR 7188 (NB6). Carga móvel em ponte rodoviária e
passarela de pedestre, 1984.
● NBR 7189 (NB7). Cargas móveis para projeto estrutural de
obras ferroviárias, 1989.
VANTAGENS
● Construção estruturas com boa precisão, possibilitando alto
controle de qualidade;
● Garantia de dimensões de propriedades dos materiais;
● Material resistente a choques e vibrações;
● Possibilidade de execução de obras mais rápidas e limpas;
● Possibilidade de desmontagens e de reaproveitamento das
peças estruturais;
VANTAGENS
● Alta resistência, o que implica em estruturas mais leves,
vencendo grandes vãos;
● Maior resistência mecânica: O módulo de elasticidade do aço é
aproximadamente igual a 10 (dez) vezes do concreto. Dessa
forma, consegue-se com a estrutura metálica maiores vãos de
vigamentos, colunas de menores dimensões e vigas com menor
altura;
VANTAGENS
● Maior rapidez de execução: Sendo a estrutura metálica
composta de peças pré-fabricadas, a montagem pode ser
executada com grande rapidez;
● Canteiro de obra mais organizado;
● Facilidade de modificação: Uma obra executada em estrutura
metálica, caso necessário, pode ser facilmente reforçado ou
ampliada;
VANTAGENS
● Possibilidade de reaproveitamento: A estrutura metálica,
principalmente quando as ligações são parafusadas, pode ser
desmontada e reaproveitada.
DESVANTAGENS
● Limitação da fabricação das peças em fábricas;
● Limitação do comprimento das peças devido aos meios de
transportes;
● Necessidade de tratamento anticorrosivo;
● Necessidade de mão de obra e equipamentos especializados;
● Limitação de dimensões dos perfis estruturais;
DESVANTAGENS
● Custos mais elevados: As estruturas em concreto armado
apresentam um custo global inferior ao do aço;
● Possibilidade de corrosão: Estima-se que 15% do custo total
da estrutura são gastos com conservação;
● Necessidade de mão-de-obra especializada.
RECOMENDAÇÕES
● Um valor econômico para vigas em concreto armado é 6m,
ou 1/10 do vão. Para estruturas metálicas o vão econômico é
de 13m a 25m ou aproximadamente 1/20 do vão.
● O valor de um projeto de estruturas metálicas é geralmente
cobrado 10% do custo do peso da estrutura.
RECOMENDAÇÕES
● Espessura mínima para peças estruturais:
A espessura mínima das peças metálicas está ligada à sua
proteção contra a corrosão.
sem necessidade de proteção contra corrosão: 3mm
com necessidade de proteção contra corrosão: 5mm
APLICAÇÕES
telhados;
pontes e viadutos;
postes;
edifícios comerciais;
pontes rolantes;
passarelas;
edifícios industriais;
reservatórios;
indústria naval;
residências;
torres;
escadas;
hangares;
guindastes;
mezaninos.
As aplicações do aço em Engenharia Civil são muitas como:
Propriedades dos aços estruturais
Ductilidade:
● É a capacidade do material de se deformar sob a ação de cargas
sem se romper.
● Quanto mais dúctil o aço, maior será a redução de área ou o
alongamento antes da ruptura.
● A ductilidade tem grande importância nas estruturas metálicas,
pois permite a redistribuição de tensões locais elevadas.
● As barras de aço sofrem grandes deformações antes de se
romper, o que na prática constitui um aviso da presença de
tensões elevadas;
Propriedades dos aços estruturais
Fragilidade:
● É o oposto da ductilidade. Os aços podem ter características de
elementos frágeis em baixas temperaturas;
Resiliência:
● É a capacidade do material de absorver energia mecânica em
regime elástico;
Tenacidade:
● É a capacidade do material de absorver energia mecânica com
deformações elásticas e plásticas;
Propriedades dos aços estruturais
Dureza:
● É a resistência ao risco ou abrasão. A dureza pode ser medida
pela resistência que sua superfície se opõe à introdução de uma
peça de maior dureza;
Resistência à Fadiga:
● É a capacidade do material suportar aplicações repetidas de
carga ou tensões.
● É usualmente expressa como um limite de tensão que causa a
falha sob condições de esforços repetidos.
● Esta tensão pode ocorrer em regime elástico.
Propriedades dos aços estruturais
Fluência ou creep:
● Redução da resistência e do módulo de elasticidade em
temperaturas elevadas.
Corrosão:
● Reação química do aço com o oxigênio do meio ambiente (ar,
água, solo).
Tensões residuais:
● Tensões causadas pelo resfriamento desigual da peça após o
processo de fabricação.
Tensões e deformações
● Os conceitos de tensão e deformação podem ser ilustrados,
de modo elementar, considerando-se o alongamento de uma
barra prismática (barra de eixo reto e de seção constante em
todo o comprimento).
Tensões e deformações
● Considere-se uma barra
prismática carregada nas
extremidades por forças
axiais P (forças que atuam
no eixo da barra), que
produzem alongamento
uniforme ou tração na
barra.
● Sob ação dessas forças
originam-se esforços
internos no interior da
barra.
Tensões e deformações
● Para o estudo dos esforços
internos, considere-se um
corte imaginário na seção
mm, normal a seu eixo.
● Removendo-se, por exemplo,
a parte direita do corpo, os
esforços internos na seção
mm transformam-se em
esforços externos.
● Supõe-se que estes esforços
estejam distribuídos
uniformemente sobre toda a
seção transversal.
Tensões e deformações
● Para que não se altere o equilíbrio, estes esforços devem ser
equivalentes à resultante, também axial, de intensidade P.
● Quando estas forças são distribuídas perpendiculares e
uniformemente sobre toda a seção transversal, recebem o nome
de tensão normal, sendo comumente designada pela letra grega
σ (sigma).
Tensões e deformações
● Pode-se ver facilmente que a tensão normal, em qualquer parte
da seção transversal é obtida dividindo-se o valor da força P pela
área da seção transversal, ou seja,
● A tensão possui a mesma unidade de pressão que, no Sistema
Internacional de Unidades, é o Pascal (Pa), o qual corresponde à
carga de 1N atuando sobre uma superfície de 1m², ou seja, Pa =
N/m².
Equação (1)
Tensões e deformações
● Como a unidade Pascal é muito pequena, costuma-se utilizar
com freqüência seus múltiplos: 1 MPa = N/mm² = (10^6.Pa),
GPa = kN/mm² = (10^9.Pa), etc.
● Em outros Sistemas de Unidades, a tensão ainda pode ser
expressa em quilograma força por centímetro quadrado
(kgf/cm²), libra por polegada quadrada (lb/in² ou psi), etc.
● Quando a barra é alongada pela força P, a tensão resultante é
uma tensão de tração; se as forças tiverem o sentido oposto,
comprimindo a barra, tem-se tensão de compressão.
● A condição necessária para validar a equação (1) é que a
tensão σ seja uniforme em toda a seção transversal da barra.
Tensões e deformações
● O alongamento ou encurtamento total de uma barra
submetida a uma força axial é designado pela letra grega Δl
ouδ (delta).
● O alongamento ou encurtamento por unidade de
comprimento, denominado deformação específica,
representada pela letra grega ε (epsilon), é dado pela seguinte
Equação:
● Lei de Hooke: os deslocamentos são proporcionais aos
esforços (dentro de certos limites).
Equação (2)
Tensões e deformações
● Lei de Hooke: os deslocamentos são proporcionais aos
esforços (dentro de certos limites).
δ = kF
E: módulo de elasticidade ( módulo de Young) , para o aço
E = 205.000 MPa
Equação (3)
Ensaios
● Para se conhecer o comportamento estrutural do aço
realizam-se ensaios em laboratório, utilizando-se corpos de
prova normalizados, com o intuito de se obter as
características mecânicas do material, tais como, módulo de
elasticidade, tensão de ruptura, etc.
● Estas características mecânicas são utilizadas nos projetos
estruturais.
Ensaios de tração:
● Nos ensaios de tração do aço distinguem-se dois casos: aços
que apresentam patamar de escoamento e os aços que não
apresentam.
● O ensaio de tração tem por objetivo o traçado da curva
tensão-deformação e a obtenção das características mecânicas
do material.
● Consiste em tracionar um corpo de prova em uma máquina
de ensaio e registrar sucessivamente as tensões (σ) aplicadas
e as correspondentes deformações unitárias (ε).
Diagrama tensão – deformação:
● As relações entre tensões e deformações para um
determinado material são encontradas por meio de ensaios de
tração.
●
Nestes ensaios são medidos os alongamentos δ,
correspondentes aos acréscimos de carga axial P, que se
aplicam à barra, até a sua ruptura.
●
Obtêm-se as tensões (σ) dividindo as forças pela área da
seção transversal da barra e as deformações específicas (ε)
dividindo o alongamento pelo comprimento ao longo do qual
a deformação é medida. Deste modo obtém-se um diagrama
tensão-deformação do material em estudo.
Diagrama tensão – deformação:
● Na Figura abaixo ilustra-se o diagrama tensão-deformação
típico do aço.
Região elástica:
● De 0 até A as tensões são diretamente proporcionais às
deformações; o material obedece a Lei de Hooke, mais à
frente enunciada, e o diagrama é linear.
● 0 ponto A é chamado limite de proporcionalidade, pois, a
partir desse ponto deixa de existir a proporcionalidade.
● Nesta fase, as deformações desaparecem quando retiradas as
cargas aplicadas.
● Portanto, não há deformação permanente nesta fase.
● Daí em diante inicia-se uma curva que se afasta da reta OA ,
até que em B inicia-se o fenômeno do escoamento.
Região plástica:
● É aquela situada após o ponto A até a ruptura.
● Nesta fase as deformações no material são permanentes.
● No ponto B inicia-se o escoamento, caracterizado por um
aumento considerável da deformação com pequeno aumento da
força de tração.
● A presença de um ponto de escoamento pronunciado, seguido
de grande deformação plástica é uma característica do aço, que é
o mais comum dos metais estruturais em uso atualmente.
● Tanto os aços quanto as ligas de alumínio podem sofrer grandes
deformações antes da ruptura.
Região plástica:
● Materiais que apresentam grandes deformações, antes da
ruptura, são classificados de materiais dúcteis.
● Outros materiais como o cobre, bronze, latão, níquel, etc,
também possuem comportamento dúctil.
● Por outro lado, os materiais frágeis ou quebradiços são aqueles
que se deformam relativamente pouco antes de romper-se, como
por exemplo, o ferro fundido, concreto, vidro, porcelana,
cerâmica, gesso, entre outros.
● O ponto C é o final do escoamento o material começa a oferecer
resistência adicional ao aumento de carga, atingindo o valor
máximo ou tensão máxima no ponto D, denominado limite
máximo de resistência.
Região plástica:
● A partir do ponto C verifica-se outro fenômeno físico, chamado
encruamento.
● O aumento de resistência das ligas metálicas ocorrida após o
escoamento é chamado encruamento.
● A fase plástica caracteriza-se pelo endurecimento por
deformação a frio, ou seja, pelo encruamento do material.
● Além deste ponto, maiores deformações são acompanhadas por
reduções da carga, ocorrendo, finalmente, a ruptura do corpo-
de-prova no ponto E do diagrama.
Região plástica:
● O limite de resistência corresponde ao valor máximo de tensão
que o material pode suportar (ponto D).
● Depois de atingida esta carga máxima, inicia-se a fase de
ruptura caracterizada pelo fenômeno da Estricção.
● A Estricção é uma diminuição acentuada da seção transversal do
corpo de prova até a sua ruptura.
● No ponto E, verifica-se a ruptura da peça após a estricção, que
teve início em D.
● Observa-se, também, queda no valor da tensão aparente entre D
e E.
Ensaios de compressão:
● Na determinação das características mecânicas dos aços
estruturais, não é freqüente o emprego do ensaio de
compressão, dando-se preferência ao ensaio de tração.
● Existem dificuldades neste tipo de ensaio, como a
possibilidade de flambagem do corpo de prova e outros
problemas práticos ligados especificamente ao ensaio.
● Os ensaios de compressão são realizados quase sempre no
campo da pesquisa, visando comparar seus resultados com os
ensaios de tração.
● Quando se ensaia à compressão obtém-se também a curva
tensão-deformação, os limites de proporcionalidade e de
escoamento, módulos de elasticidade, etc.
Ensaios de compressão:
● Quando se ensaia à compressão obtém-se também a curva
tensão-deformação, os limites de proporcionalidade e de
escoamento, módulos de elasticidade, etc.
● Os valores encontrados para estas propriedades são
aproximadamente iguais aos obtidos num ensaio de tração.
● Nos estudos teóricos e cálculos, admitem-se que as
propriedades mecânicas citadas são as mesmas, quando o
material trabalha à tração ou à compressão.
● Na verdade, as diferenças ocasionalmente encontradas para
certos tipos de aço são pequenas.
Ensaios de compressão:
● Assim, a validade da Lei de Hooke ocorre tanto para peças
comprimidas como para tracionadas, admitindo-se a mesma
curva tensão – deformação, com os mesmos valores, nos dois
casos.
● O módulo de elasticidade, limites de escoamento e de
elasticidade, etc, apresentam conseqüentemente, os mesmos
números para tração ou compressão.
Ensaio de cisalhamento simples:
Experimentalmente,
verificou-se que fv = 0,60 fy ,
sendo fv a tensão de
escoamento ao cisalhamento.
Coeficiente de Poisson
● Quando uma barra é tracionada, o alongamento axial é
acompanhado por uma contração lateral, isto é, a
largura da barra torna-se menor enquanto cresce seu
comprimento. Quando a barra é comprimida, a largura
da barra aumenta.
Coeficiente de Poisson
● A relação entre as deformações transversal e longitudinal é
constante dentro da região elástica, e é conhecida como
relação ou coeficiente de Poisson (v); definido como:
● Esse coeficiente é assim conhecido em razão do famoso
matemático francês S. D. Poisson (1781-1840).
● Para os materiais que possuem as mesmas propriedades
elásticas em todas as direções, denominados isotrópicos,
Poisson achou ν ≈ 0,25. Experiências com metais mostram
que o valor de v usualmente encontra-se entre 0,25 e 0,35.
Equação (4)
Coeficiente de Poisson
● Se o material em estudo possuir as mesmas propriedades
qualquer que seja a direção escolhida, no ponto considerado,
então é denominado, material isótropico.
● Se o material não possuir qualquer espécie de simetria
elástica, então é denominado material anisotrópico. Um
exemplo de material anisotrópico é a madeira pois, na
direção de suas fibras a madeira é mais resistente.
Exemplos
1. Determinar a tensão de tração “σ”, a deformação específica
“ε” e o alongamento “δ de uma barra prismática de
comprimento L=5,0m, seção transversal circular com diâmetro
d=5cm e módulo de elasticidade E=20.000 kN/cm², submetida a
uma força axial de tração P=30 kN.
Exemplos
2. A barra da figura é constituída de 3 trechos: trecho AB=300
cm e seção transversal com área A=10cm²; trecho BC=200cm e
seção transversal com área A=15cm² e trecho CD=200cm e
seção transversal com área A=18cm² é solicitada pelo sistema de
forças indicado na Figura. Determinar as tensões “σ” e as
deformações “ε” em cada trecho, bem como o alongamento
total. Dado E=21.000 kN/cm².

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Estruturas de aço_aula1

  • 1. Estruturas de Aço Profa. Aldecira Gadelha, M.Sc.
  • 2. Considerações básicas: ● O aço é basicamente uma liga de ferro com baixo teor de carbono (<1,7%) e outros elementos químicos que aparecem com impurezas ou são adicionados para fornecer propriedades desejadas. ● Estas adições também são feitas de baixas porcentagens, por exemplo: manganês 1,65%, cobre 0,60%, etc.
  • 3. Obtenção do aço: ● Para produzir aço, parte do ferro, que é encontrado na natureza em forma de óxido e, na operação denominada redução é transformado em metal. ● A operação de redução consiste em fornecer calor ao minério de ferro, que combina o oxigênio existente nas suas moléculas com carbono de carvão utilizado na queima, deixando como produto, nos altos fornos ou em fornos de redução direta, o metal básico ferro (ferro gusa).
  • 4. Obtenção do aço: ● A seguir, o ferro gusa é transformado em aço mediante a passagem de ar ou oxigênio puro no seu interior, possibilitando a combinação com carbono existente. ● Ao mesmo tempo podem ser adicionados outros elementos (silício, manganês, fósforo, enxofre, etc.), gerando-se assim os mais diversos tipos de aço.
  • 5. Obtenção do aço: ● Outro processo utilizado consiste em fundir sucata de ferro em um forno elétrico. ● Após esta transformação, o aço pode ser moldado na forma de chapas, barras, perfis, tubos, etc., num processo chamado de laminação.
  • 6. Classificação: a) Segundo o teor de Carbono:
  • 8. I) Aço-carbono: ● É o aço mais indicado para estruturas metálicas, pois é fácil de ser encontrado em todas as bitolas. ● Como exemplo de aço carbono fabricado no Brasil, o ASTM A-36 ou simplesmente A-36. ● Numa terminologia menos técnica pode-se interpretar o aço A-36 como aço comum. ● Os aços carbono apresentam taxas que variam aproximadamente de 0,15% a 1,7% de carbono.
  • 10. Classificação: b) Aços estruturais: ● São aços de resistência mecânica mais elevadas, possibilitando, assim, redução do peso próprio da estrutura. ● Este tipo de aço tem também elevada resistência à oxidação, não necessitando qualquer pintura de proteção.
  • 11. II) Aços de baixa liga e alta resistência mecânica e à corrosão ● Devem ser utilizados em obras especiais tais como viadutos ou estruturas de grandes vãos, onde a redução do peso é importante. Evidentemente, são perfis de custo mais elevado que os comuns. ● As usinas nacionais produzem aço de alta resistência mecânica e à corrosão atmosférica, com os seguintes nomes comerciais:
  • 12. II) Aços de baixa liga e alta resistência mecânica e à corrosão ● Exemplo de aço de alta resistência: ASTM A-242, fabricado pela CSN, sob o nome comercial de aço COR-TEN. ● O aço de alta resistência, do tipo CORTEN (ou similar) possui tensão de escoamento de 350 MPa.
  • 13. Tipos de aços de baixa liga e alta resistência mecânica e à corrosão:
  • 14. Estruturas Metálicas Classificação: b) Aços estruturais: Tanto os aços-carbono quanto os de baixa liga podem ter suas resistências aumentadas pelo tratamento térmico, porém são aços de soldagem mais difícil. Os parafusos de alta resistência e os aços de baixa liga usados em barras de protensão, recebem tratamento térmico.
  • 16. NORMAS TÉCNICAS ● ABNT – Projeto e execução de estruturas de aço de edifícios: método dos estados limites – NBR 8800 (NB14). Rio de Janeiro, ABNT, 1986. ● ASTM – American Society for Testing and Materials: especificações para fabricação do aço, acabamento dos perfis, etc. ● AISC – American Institute of Steel Construction: especificações para projetos de prédios industriais ou residenciais em estruturas metálicas.
  • 17. NORMAS TÉCNICAS ● AASHO – American Association of State Highway Offcials: especificações para projeto de pontes rodoviárias metálicas. ● Minimum Design Loads for Buildings and Other Structures (ASCE 7-98) (American Society of Civil Engineers); ● Structural Welding Code: Steel: ANSI/AWS D1.1 2000 Vol. 1 (American Welding Society).
  • 18. Além das normas de aço, outras normas devem ser consultadas para a elaboração de projetos em estruturas metálicas: ● NBR 6123 (NB599). Forças devidas ao vento em edificações, 1988. ● NBR 6120 (NB5). Cargas para o cálculo de estruturas de edificações, 1980. ● NBR 9763 (EB1742). Aços para perfis laminados, chapas grossas e barras, usados emestruturas fixas, 1987. ● NBR 7188 (NB6). Carga móvel em ponte rodoviária e passarela de pedestre, 1984. ● NBR 7189 (NB7). Cargas móveis para projeto estrutural de obras ferroviárias, 1989.
  • 19. VANTAGENS ● Construção estruturas com boa precisão, possibilitando alto controle de qualidade; ● Garantia de dimensões de propriedades dos materiais; ● Material resistente a choques e vibrações; ● Possibilidade de execução de obras mais rápidas e limpas; ● Possibilidade de desmontagens e de reaproveitamento das peças estruturais;
  • 20. VANTAGENS ● Alta resistência, o que implica em estruturas mais leves, vencendo grandes vãos; ● Maior resistência mecânica: O módulo de elasticidade do aço é aproximadamente igual a 10 (dez) vezes do concreto. Dessa forma, consegue-se com a estrutura metálica maiores vãos de vigamentos, colunas de menores dimensões e vigas com menor altura;
  • 21. VANTAGENS ● Maior rapidez de execução: Sendo a estrutura metálica composta de peças pré-fabricadas, a montagem pode ser executada com grande rapidez; ● Canteiro de obra mais organizado; ● Facilidade de modificação: Uma obra executada em estrutura metálica, caso necessário, pode ser facilmente reforçado ou ampliada;
  • 22. VANTAGENS ● Possibilidade de reaproveitamento: A estrutura metálica, principalmente quando as ligações são parafusadas, pode ser desmontada e reaproveitada.
  • 23. DESVANTAGENS ● Limitação da fabricação das peças em fábricas; ● Limitação do comprimento das peças devido aos meios de transportes; ● Necessidade de tratamento anticorrosivo; ● Necessidade de mão de obra e equipamentos especializados; ● Limitação de dimensões dos perfis estruturais;
  • 24. DESVANTAGENS ● Custos mais elevados: As estruturas em concreto armado apresentam um custo global inferior ao do aço; ● Possibilidade de corrosão: Estima-se que 15% do custo total da estrutura são gastos com conservação; ● Necessidade de mão-de-obra especializada.
  • 25. RECOMENDAÇÕES ● Um valor econômico para vigas em concreto armado é 6m, ou 1/10 do vão. Para estruturas metálicas o vão econômico é de 13m a 25m ou aproximadamente 1/20 do vão. ● O valor de um projeto de estruturas metálicas é geralmente cobrado 10% do custo do peso da estrutura.
  • 26. RECOMENDAÇÕES ● Espessura mínima para peças estruturais: A espessura mínima das peças metálicas está ligada à sua proteção contra a corrosão. sem necessidade de proteção contra corrosão: 3mm com necessidade de proteção contra corrosão: 5mm
  • 27. APLICAÇÕES telhados; pontes e viadutos; postes; edifícios comerciais; pontes rolantes; passarelas; edifícios industriais; reservatórios; indústria naval; residências; torres; escadas; hangares; guindastes; mezaninos. As aplicações do aço em Engenharia Civil são muitas como:
  • 28. Propriedades dos aços estruturais Ductilidade: ● É a capacidade do material de se deformar sob a ação de cargas sem se romper. ● Quanto mais dúctil o aço, maior será a redução de área ou o alongamento antes da ruptura. ● A ductilidade tem grande importância nas estruturas metálicas, pois permite a redistribuição de tensões locais elevadas. ● As barras de aço sofrem grandes deformações antes de se romper, o que na prática constitui um aviso da presença de tensões elevadas;
  • 29. Propriedades dos aços estruturais Fragilidade: ● É o oposto da ductilidade. Os aços podem ter características de elementos frágeis em baixas temperaturas; Resiliência: ● É a capacidade do material de absorver energia mecânica em regime elástico; Tenacidade: ● É a capacidade do material de absorver energia mecânica com deformações elásticas e plásticas;
  • 30. Propriedades dos aços estruturais Dureza: ● É a resistência ao risco ou abrasão. A dureza pode ser medida pela resistência que sua superfície se opõe à introdução de uma peça de maior dureza; Resistência à Fadiga: ● É a capacidade do material suportar aplicações repetidas de carga ou tensões. ● É usualmente expressa como um limite de tensão que causa a falha sob condições de esforços repetidos. ● Esta tensão pode ocorrer em regime elástico.
  • 31. Propriedades dos aços estruturais Fluência ou creep: ● Redução da resistência e do módulo de elasticidade em temperaturas elevadas. Corrosão: ● Reação química do aço com o oxigênio do meio ambiente (ar, água, solo). Tensões residuais: ● Tensões causadas pelo resfriamento desigual da peça após o processo de fabricação.
  • 32. Tensões e deformações ● Os conceitos de tensão e deformação podem ser ilustrados, de modo elementar, considerando-se o alongamento de uma barra prismática (barra de eixo reto e de seção constante em todo o comprimento).
  • 33. Tensões e deformações ● Considere-se uma barra prismática carregada nas extremidades por forças axiais P (forças que atuam no eixo da barra), que produzem alongamento uniforme ou tração na barra. ● Sob ação dessas forças originam-se esforços internos no interior da barra.
  • 34. Tensões e deformações ● Para o estudo dos esforços internos, considere-se um corte imaginário na seção mm, normal a seu eixo. ● Removendo-se, por exemplo, a parte direita do corpo, os esforços internos na seção mm transformam-se em esforços externos. ● Supõe-se que estes esforços estejam distribuídos uniformemente sobre toda a seção transversal.
  • 35. Tensões e deformações ● Para que não se altere o equilíbrio, estes esforços devem ser equivalentes à resultante, também axial, de intensidade P. ● Quando estas forças são distribuídas perpendiculares e uniformemente sobre toda a seção transversal, recebem o nome de tensão normal, sendo comumente designada pela letra grega σ (sigma).
  • 36. Tensões e deformações ● Pode-se ver facilmente que a tensão normal, em qualquer parte da seção transversal é obtida dividindo-se o valor da força P pela área da seção transversal, ou seja, ● A tensão possui a mesma unidade de pressão que, no Sistema Internacional de Unidades, é o Pascal (Pa), o qual corresponde à carga de 1N atuando sobre uma superfície de 1m², ou seja, Pa = N/m². Equação (1)
  • 37. Tensões e deformações ● Como a unidade Pascal é muito pequena, costuma-se utilizar com freqüência seus múltiplos: 1 MPa = N/mm² = (10^6.Pa), GPa = kN/mm² = (10^9.Pa), etc. ● Em outros Sistemas de Unidades, a tensão ainda pode ser expressa em quilograma força por centímetro quadrado (kgf/cm²), libra por polegada quadrada (lb/in² ou psi), etc. ● Quando a barra é alongada pela força P, a tensão resultante é uma tensão de tração; se as forças tiverem o sentido oposto, comprimindo a barra, tem-se tensão de compressão. ● A condição necessária para validar a equação (1) é que a tensão σ seja uniforme em toda a seção transversal da barra.
  • 38. Tensões e deformações ● O alongamento ou encurtamento total de uma barra submetida a uma força axial é designado pela letra grega Δl ouδ (delta). ● O alongamento ou encurtamento por unidade de comprimento, denominado deformação específica, representada pela letra grega ε (epsilon), é dado pela seguinte Equação: ● Lei de Hooke: os deslocamentos são proporcionais aos esforços (dentro de certos limites). Equação (2)
  • 39. Tensões e deformações ● Lei de Hooke: os deslocamentos são proporcionais aos esforços (dentro de certos limites). δ = kF E: módulo de elasticidade ( módulo de Young) , para o aço E = 205.000 MPa Equação (3)
  • 40. Ensaios ● Para se conhecer o comportamento estrutural do aço realizam-se ensaios em laboratório, utilizando-se corpos de prova normalizados, com o intuito de se obter as características mecânicas do material, tais como, módulo de elasticidade, tensão de ruptura, etc. ● Estas características mecânicas são utilizadas nos projetos estruturais.
  • 41. Ensaios de tração: ● Nos ensaios de tração do aço distinguem-se dois casos: aços que apresentam patamar de escoamento e os aços que não apresentam. ● O ensaio de tração tem por objetivo o traçado da curva tensão-deformação e a obtenção das características mecânicas do material. ● Consiste em tracionar um corpo de prova em uma máquina de ensaio e registrar sucessivamente as tensões (σ) aplicadas e as correspondentes deformações unitárias (ε).
  • 42. Diagrama tensão – deformação: ● As relações entre tensões e deformações para um determinado material são encontradas por meio de ensaios de tração. ● Nestes ensaios são medidos os alongamentos δ, correspondentes aos acréscimos de carga axial P, que se aplicam à barra, até a sua ruptura. ● Obtêm-se as tensões (σ) dividindo as forças pela área da seção transversal da barra e as deformações específicas (ε) dividindo o alongamento pelo comprimento ao longo do qual a deformação é medida. Deste modo obtém-se um diagrama tensão-deformação do material em estudo.
  • 43. Diagrama tensão – deformação: ● Na Figura abaixo ilustra-se o diagrama tensão-deformação típico do aço.
  • 44. Região elástica: ● De 0 até A as tensões são diretamente proporcionais às deformações; o material obedece a Lei de Hooke, mais à frente enunciada, e o diagrama é linear. ● 0 ponto A é chamado limite de proporcionalidade, pois, a partir desse ponto deixa de existir a proporcionalidade. ● Nesta fase, as deformações desaparecem quando retiradas as cargas aplicadas. ● Portanto, não há deformação permanente nesta fase. ● Daí em diante inicia-se uma curva que se afasta da reta OA , até que em B inicia-se o fenômeno do escoamento.
  • 45. Região plástica: ● É aquela situada após o ponto A até a ruptura. ● Nesta fase as deformações no material são permanentes. ● No ponto B inicia-se o escoamento, caracterizado por um aumento considerável da deformação com pequeno aumento da força de tração. ● A presença de um ponto de escoamento pronunciado, seguido de grande deformação plástica é uma característica do aço, que é o mais comum dos metais estruturais em uso atualmente. ● Tanto os aços quanto as ligas de alumínio podem sofrer grandes deformações antes da ruptura.
  • 46. Região plástica: ● Materiais que apresentam grandes deformações, antes da ruptura, são classificados de materiais dúcteis. ● Outros materiais como o cobre, bronze, latão, níquel, etc, também possuem comportamento dúctil. ● Por outro lado, os materiais frágeis ou quebradiços são aqueles que se deformam relativamente pouco antes de romper-se, como por exemplo, o ferro fundido, concreto, vidro, porcelana, cerâmica, gesso, entre outros. ● O ponto C é o final do escoamento o material começa a oferecer resistência adicional ao aumento de carga, atingindo o valor máximo ou tensão máxima no ponto D, denominado limite máximo de resistência.
  • 47. Região plástica: ● A partir do ponto C verifica-se outro fenômeno físico, chamado encruamento. ● O aumento de resistência das ligas metálicas ocorrida após o escoamento é chamado encruamento. ● A fase plástica caracteriza-se pelo endurecimento por deformação a frio, ou seja, pelo encruamento do material. ● Além deste ponto, maiores deformações são acompanhadas por reduções da carga, ocorrendo, finalmente, a ruptura do corpo- de-prova no ponto E do diagrama.
  • 48. Região plástica: ● O limite de resistência corresponde ao valor máximo de tensão que o material pode suportar (ponto D). ● Depois de atingida esta carga máxima, inicia-se a fase de ruptura caracterizada pelo fenômeno da Estricção. ● A Estricção é uma diminuição acentuada da seção transversal do corpo de prova até a sua ruptura. ● No ponto E, verifica-se a ruptura da peça após a estricção, que teve início em D. ● Observa-se, também, queda no valor da tensão aparente entre D e E.
  • 49.
  • 50.
  • 51. Ensaios de compressão: ● Na determinação das características mecânicas dos aços estruturais, não é freqüente o emprego do ensaio de compressão, dando-se preferência ao ensaio de tração. ● Existem dificuldades neste tipo de ensaio, como a possibilidade de flambagem do corpo de prova e outros problemas práticos ligados especificamente ao ensaio. ● Os ensaios de compressão são realizados quase sempre no campo da pesquisa, visando comparar seus resultados com os ensaios de tração. ● Quando se ensaia à compressão obtém-se também a curva tensão-deformação, os limites de proporcionalidade e de escoamento, módulos de elasticidade, etc.
  • 52. Ensaios de compressão: ● Quando se ensaia à compressão obtém-se também a curva tensão-deformação, os limites de proporcionalidade e de escoamento, módulos de elasticidade, etc. ● Os valores encontrados para estas propriedades são aproximadamente iguais aos obtidos num ensaio de tração. ● Nos estudos teóricos e cálculos, admitem-se que as propriedades mecânicas citadas são as mesmas, quando o material trabalha à tração ou à compressão. ● Na verdade, as diferenças ocasionalmente encontradas para certos tipos de aço são pequenas.
  • 53. Ensaios de compressão: ● Assim, a validade da Lei de Hooke ocorre tanto para peças comprimidas como para tracionadas, admitindo-se a mesma curva tensão – deformação, com os mesmos valores, nos dois casos. ● O módulo de elasticidade, limites de escoamento e de elasticidade, etc, apresentam conseqüentemente, os mesmos números para tração ou compressão.
  • 54. Ensaio de cisalhamento simples: Experimentalmente, verificou-se que fv = 0,60 fy , sendo fv a tensão de escoamento ao cisalhamento.
  • 55. Coeficiente de Poisson ● Quando uma barra é tracionada, o alongamento axial é acompanhado por uma contração lateral, isto é, a largura da barra torna-se menor enquanto cresce seu comprimento. Quando a barra é comprimida, a largura da barra aumenta.
  • 56. Coeficiente de Poisson ● A relação entre as deformações transversal e longitudinal é constante dentro da região elástica, e é conhecida como relação ou coeficiente de Poisson (v); definido como: ● Esse coeficiente é assim conhecido em razão do famoso matemático francês S. D. Poisson (1781-1840). ● Para os materiais que possuem as mesmas propriedades elásticas em todas as direções, denominados isotrópicos, Poisson achou ν ≈ 0,25. Experiências com metais mostram que o valor de v usualmente encontra-se entre 0,25 e 0,35. Equação (4)
  • 57. Coeficiente de Poisson ● Se o material em estudo possuir as mesmas propriedades qualquer que seja a direção escolhida, no ponto considerado, então é denominado, material isótropico. ● Se o material não possuir qualquer espécie de simetria elástica, então é denominado material anisotrópico. Um exemplo de material anisotrópico é a madeira pois, na direção de suas fibras a madeira é mais resistente.
  • 58. Exemplos 1. Determinar a tensão de tração “σ”, a deformação específica “ε” e o alongamento “δ de uma barra prismática de comprimento L=5,0m, seção transversal circular com diâmetro d=5cm e módulo de elasticidade E=20.000 kN/cm², submetida a uma força axial de tração P=30 kN.
  • 59. Exemplos 2. A barra da figura é constituída de 3 trechos: trecho AB=300 cm e seção transversal com área A=10cm²; trecho BC=200cm e seção transversal com área A=15cm² e trecho CD=200cm e seção transversal com área A=18cm² é solicitada pelo sistema de forças indicado na Figura. Determinar as tensões “σ” e as deformações “ε” em cada trecho, bem como o alongamento total. Dado E=21.000 kN/cm².