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Por que ensinar

Os deslocamentos territoriais por terra e por mar acompanham a espécie humana desde tempos remotos. Na atualidade,
as motivações para viajar relacionam-se à fruição de patrimônios culturais e ambientais, ao gosto pelo conhecimento da
diversidade cultural dos povos, ao lazer, à ocupação do tempo livre das viagens a negócios e participação em eventos.
As viagens turísticas vêm se firmando como estilo de vida de um número cada vez maior de pessoas.

O turismo hoje envolve grande complexidade: de um lado está o turista, suas motivações e práticas sociais. De outro lado, tem-se
o uso e o consumo dos lugares turistificados, ou em vias de turistificação, que exige a criação de infra-estruturas diversas, tais
como: saneamento, segurança, equipamentos de hospedagem, lazer, alimentação, meios de comunicações e transportes,
artesanato, recursos humanos, comércio que movimenta o setor de serviços e envolve, direta e indiretamente, mais de cinqüenta
tipos diferentes de empresas que lhe dá sustentação. O resultado é a construção de processos e formas espaciais características
de um espaço turístico.

Diante dessa nova realidade, é importante ressaltar que os educadores são também responsáveis em fomentar novas
mentalidades e comportamentos. É neste contexto que se torna relevante transversalizar a abordagem geográfica do fenômeno
turístico com os fios da educação patrimonial e ambiental, uma vez que os patrimônios natural e cultural são as matérias-primas
do que se constitui como atratividade dos lugares.

Condições para ensinar

O primeiro aspecto da geograficidade da prática turística é o necessário deslocamento territorial da pessoa até o destino turístico,
que pode ser uma cidade, o campo ou uma área de natureza preservada. O patrimônio cultural, traduzido em natureza preservada
e aspectos históricos (tradições, valores, crenças, festas, ritos, costumes) tudo isso se constitui como atratividade dos lugares e
matéria-prima para a turistificação dos lugares. Toda viagem turística envolve no mínimo um pernoite no lugar, seja em hotel ou
casa de amigos/parentes. Há também as experiências recreacionais, que são deslocamentos a lugares próximos com a duração
de um dia. Isto posto, organize de forma estimulante a apresentação do tópico. Leve para a classe uma maleta contendo um
banco de dados muito especial: mapas e roteiros turísticos, postais, revistas especializadas em turismo (e são muitas disponíveis
no mercado), souvenires, pacotes de viagens para os principais lugares do Brasil e do mundo, cadernos de turismo dos jornais de
circulação, paisagens diversas, entre outros. Deixe a turma manusear, fazer comentários. Compartilhem experiências como
turistas, suas percepções sobre os lugares visitados. O que a turma sabe sobre as viagens de turismo e lazer, no espaço de
vivência, em Minas Gerais, no Brasil e no mundo? Que perguntas curiosas trazem para o trabalho com este tópico?

Como esta é a avaliação diagnóstica, inicial não deixe de fazer seus registros. As perguntas curiosas serão as trilhas de pesquisa
individuais e/ou em grupo como forma de adentrarem ao estudo fascinante do turismo.

O que ensinar

• A relevância de um código de postura para uso e consumo dos espaços de turismo e lazer com vistas à preservação da natureza
e do patrimônio cultural dos lugares.

• Os parâmetros de turismo sustentável e insustentável explicando os impactos em nível sociocultural, socioambiental e
socioeconômico.

• Leitura de mapas lugares turísticos e de elaboração de mapeamentos turísticos.

Como ensinar

Não podem faltar no planejamento do tópico os seguintes itens:

1. Revisão conceitual valendo-se da leitura de textos indicados a seguir:

CRUZ, Rita de Cássia. Política de Turismo e Território. São Paulo: Contexto, 2000; MOLINA, E.Sergio. Turismo e ecologia. Bauru:
EDUSC, 2001; PORTUGUEZ, Anderson P. Consumo e espaço: turismo, lazer e outros temas. São Paulo: Roca, 2001;
RODRIGUES, Adyr B. Turismo e espaço: rumo a um Conhecimento Transdisciplinar. São Paulo: Hucitec, 1998.

2. Consulta a coleções didáticas.

3. Páginas eletrônicas de referência:

•http://feriasbrasil.terra.com.br/scripts/estado.cfm?estado=MG – traz informações sobre as destinações turísticas do estado
de Minas Gerais.

•http://www.terra.com.br/turismo/ - Portal do servidor Terra

•www1.folha.uol.com.br/folha/turismo -Caderno de turismo do jornal de Folha de S.Paulo
4. Levantamento de atividades e possibilidades de registros que poderão ser desenvolvidas de forma interdisciplinar com História,
Artes e Português.

5. Solicite ao Ministério do Meio Ambiente – cid@mma.gov.br - a obra Conhecimento e Representações Sociais das Unidades de
Conservação. No email> dap@mma.gov.br solicite o material didático “Conduta Consciente em ambientes naturais”.

Sugestão de seqüência didática

• Organização das trilhas de pesquisa a partir das perguntas curiosas apresentadas pela turma

a) Coleta de dados: entrevistas online / presencial com professores de faculdades de turismo. A profa. Nair A R. de Castro está
disponível para participar da atividade como entrevistada: nairarc1@uol.com. br; revistas e cadernos de turismo de circulação
nacional; portais eletrônicos usando como palavra chave “turismo”, visita aos portais eletrônicos: www.embratur.gov.br - Empresa
Brasileira de Turismo e http://www.turismo.gov.br/ - Ministério do Turismo - http:/ www.turismo.mg.gov.br/ Portal da Secretaria de
Turismo do Estado de Minas Gerais, entre outros.

b) Tratamento da informação e registros diversos.

•Viagem de turismo educativo

Planejamento: Os deslocamentos espaciais possibilitam o acesso da turma ao acervo cultural e turístico dos lugares, o
estreitamento das relações de amizade, vivências inovadoras de entretenimento e lazer, bem como do saber-fazer de turista. As
atividades serão realizadas ao ar livre/museu em dimensão interdisciplinar, com os combinados previamente estabelecidos e
clareza dos registros que deverão ser feitos. Não podem faltar os mapas do trajeto em pelo menos duas escalas e a
contextualização da dimensão conceitual em situações reais, práticas.

•Exercitando o protagonismo:
Na Assembléia Legislativa de vários estados da federação tem tramitado um projeto de lei com o objetivo possibilitar o acesso dos
alunos da escola pública ao acervo cultural artístico e turístico do estado, através de viagens e excursões às cidades turísticas,
áreas preservadas e cidades históricas. Por que não no estado de Minas Gerais? Consulte a página eletrônica que segue e
elaborem um modelo de projeto para encaminhar à presidência da Assembléia Legislativa de Minas Gerais.

•Atividades desafiantes: a natureza nos caminhos do turismo

Os fenômenos naturais relacionados ao clima, combinados com a geologia, a geomorfologia e as águas dos rios, constroem
paisagens de rara beleza cênica. As águas dos rios (erosão fluvial) agindo sobre rochas sedimentares – arenitos e argilas – dão
origem a formas exóticas de grande atratividade turística.

1. É o caso do Grand Canyon, no oeste americano, uma das paisagens mais visitadas do planeta. O mapa abaixo apresenta duas
vias de acesso ao Grande Canyon: Las Vegas e Tucson. Os grupos devem coletar dados sobre cada uma delas e, depois, decidir-
se sobre aquela via de acesso que considerar mais interessante para montar o roteiro de uma trilha e descrevê-la numa viagem
imaginária. Em compartilhamento da aventura ecoturística.




Os ventos (erosão eólica) agindo também sobre rochas sedimentares (arenitos e argilas) constroem formas de grande
beleza cênica – as dunas - cada vez mais territorializadas como atratividade turística.
2. Uma das paisagens mais grandiosas do Brasil construída, cotidianamente, há milhões de anos pela conjugação da dança dos
ventos alísios, correntes marítimas e o ciclo de chuvas são os Lençóis Maranhenses. As dunas se estendem como se fossem
imensos lençóis por mais de 50 km e chegam a atingir 20 metros de altura. Ali vive um povo quase nômade constituído de
pescadores. Esta unidade de conservação, localizada no litoral sul do Maranhão, entre os municípios de Barreirinhas e Primeira
Cruz, é um dos mais importantes destinos ecoturísticos do país. Observe sua localização no mapa abaixo:




3. A ação dos ventos e da chuva construiu uma cidade de pedra ao longo de milhões de anos em Vila Velha, município de Ponta
Grossa-PR. O conjunto, protegido pelo Parque Estadual de Vila Velha, exibe um aspecto ruiniforme de rara beleza, como a taça.
Observe-a a seguir.




Mas não é só: o vento também constrói paisagens belíssimas nas encostas da Chapada dos Guimarães (MT) alimentando a
imaginação dos esotéricos
•Maranhão, Paraná ou Mato Grosso: qual destino você escolherá para fazer uma viagem virtual e depois compartilhar suas
experiências com a turma?

Agora é com a turma, que deverá aguçar seu olhar geográfico sobre as paisagens geomorfológicas, combinadas com os ventos e
as águas de rios e chuvas notáveis do seu espaço de vivência para fazer um inventário do seu potencial turístico. Com fotos e
mapeamento da distribuição dos possíveis recursos turísticos.

É importante saber que uma “paisagem notável” por si só não garante a implantação geográfica de um destino turístico. Outros
atributos são necessários, tais como: distância dos centros emissivos; infra-estrutura de transportes e comunicações; hotéis e
restaurantes; proximidade de porto ou aeroporto; qualidade ambiental; capacitação profissional; divulgação dos atrativos turísticos;
estratégia política de investimentos privados; ações de planejamento físico-territorial, incluindo a avaliação e prevenção dos
impactos reais e potenciais no meio ambiente e transferência das idéias propostas para a prática. E o componente imaterial
indispensável à turistificação de um lugar: o mito. Ele deve ser entendido como uma forma de linguagem sedutora, nascido de
fotografias, textos, mensagens, palavras subliminares que compõem um sistema de comunicação, que passa a fazer parte das
representações mentais acerca de uma determinada “mercadoria” turística.

Tomando como referência os itens listados acima, inicie com a turma os estudos preliminares (visitas, entrevistas, inventário) para
transformar uma paisagem notável de seu município em produto turístico. Ao final, elaboração e encaminhamento de um
documento-síntese dos estudos realizados ao órgão municipal responsável pelo turismo no município/região.

Como avaliar

Aplicação de conhecimentos em uma nova situação.

Atividade de grupo

Primeira parte

• A turma será dividida em 4 grupos. Cada grupo reúne os participantes de uma expedição de pesquisadores-viajantes da ZONA
INTERTROPICAL dispostos a fazer um intercâmbio zonal. Escolha do critério para organização zonal dos quatro grupos.

A tarefa de cada grupo consta das seguintes atividades:

• Coleta de dados para levantamento dos biomas, da cultura e das atratividades turísticas dos territórios visitados nas Zonas
Térmicas Temperadas e Polares, ao Norte e ao Sul do Equador.

• Organização criativa dos dados no mapa-múndi que será construído coletivamente pela turma;

• Avaliação coletiva das expedições realizadas com exposição do mapa-múndi na escola e comunicação para os colegas dos
estudos propiciados pela viagem imaginária.

Segunda parte

Trata-se de uma expedição de estudantes-pesquisadores das latitudes médias e altas a um dos territórios das baixas latitudes, ou
seja, um país localizado na Zona Intertropical da Terra. São todos eles ecoturistas interessados em conhecer as áreas de
natureza preservada: os parques nacionais. E escolheram como destino turístico, o Brasil. Sua classe foi convocada para ser
guia de turismo dos estudantes-pesquisadores das outras latitudes. Depois de muita discussão, a turma optou em organizar os
grupos dos guias de turismo segundo o critério de divisão do território brasileiro em DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS, proposto
pelo Prof. Aziz Ab´Saber. Alguém foi à biblioteca e trouxe um mapa igual ao exemplar que segue. Confira-o. O primeiro desafio
que se coloca para a turma é estabelecer quantos grupos devem ser formados para desempenhar a tarefa de guia, que é: coletar
dados, selecioná-los e organizá-los sob a forma de um o roteiro a ser seguido pela expedição.

Pensando juntos:

Que referência deve nortear a decisão do número de grupos? As pistas foram dadas: 1) Mapa dos Domínios Morfoclimáticos. 2)
Os alunos de outras latitudes querem praticar o ecoturismo nos Parques Nacionais da Zona Intertropical do Brasil.Quantos grupos
são? Que domínio será destinado para cada grupo?




Um colega de outra turma que participou da outra expedição, e tem perfil de ecoturista - ama e respeita a natureza, seus sons,
paisagens preservadas, seus animais e flora, é crítico do consumismo e aprendiz de militante ambientalista - , resolveu dar uma
mãozinha na coleta de dados sobre os Parques Nacionais criados em cada um dos Domínios Morfoclimáticos, localizados na
faixa intertropical do território brasileiro.

Ele tomou como referência essencial três fontes:

1. Parques Nacionais – Brasil. Guia Philips. Empresa das Artes. Publifolha. 1999.

2. Pólos de Ecoturismo do Brasil. Embratur: Brasília:DF, 2001.

3. Páginas eletrônicas (sites):

•http://www.wwiuma.org.br - Universidade Livre da Mata Atlântica

•http://www.eco.ib.usp.br - Instituto de Biociências da USP - Cerrado

•http://www.mct.gov.br – Ministério de ciência e Tecnologia

•http://www.mma.gov.br – Ministério do Meio Ambiente

• http://www.ambientebrasil.com.br - Ambiente Brasil

• http://www.wwf.org.br - Fundo Mundial para a Vida Silvestre

Cada grupo deverá proceder a coleta dos dados do “seu” domínio e depois selecioná-los, analisá-los e organizá-los sob a forma
de um roteiro, em que nos itens do sumário deverá constar:
1. Nome do domínio morfoclimático;

2. Lista dos Parques Nacionais nele localizados de acordo com o banco de dados que segue: Banco de dados: Domínio
Amazônico: PN Serra do Divisor; PN Viruá; PN da Amazônia, PN do Jaú, PN Cabo Orange; PN Pico da Neblina; PN Monte
Roraima; PN Serra da Mocidade.Domínio Cerrado: PN Grande Sertão Veredas; PN Brasília; PN Chapada dos Guimarães; PN das
Emas: PN Chapada dos Veadeiros; PN Serra das Confusões; PN Serra da Canastra. Domínio Caatingas: PN Serra da Capivara;
PN Sete Cidades; PN Ubajara. Domínio Mares de Morros: PN Monte Pascoal; PN Chapada Diamantina; PN do Caparaó; PN Serra
dos Órgãos; PN Itatiaia; PN Serra da Bocaina; PN da Tijuca; PN Serra do Cipó; Faixas de Transição: PN do Pantanal Mato-
Grossense; PN Lençóis Maranhenses.

3. Como chegar lá;

4. Tesouros ecológicos e culturais preservados;

5. Aspectos relevantes de sua biodiversidade:

6. Infra-estrutura turística (hospedagem; alimentação; transportes);

7. Impactos ambientais:

8. City Tour nas cidades mais importantes da vizinhança dos Parques Nacionaise visita aos patrimônios turísticos nelas existentes,
conforme o banco de dados que segue: Domínio Amazônico: Belém e Manaus; Domínio Cerrado: Brasília, Cuiabá, Goiânia;
Domínio Caatinga: Teresina e Fortaleza; Domínio Mares de Morros: Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Belo Horizonte, Ilhéus,
Salvador; Pantanal: Campo Grande e Corumbá; Campos de Roraima: Boa Vista; Lençóis Maranhenses: São Luís.

9. Mapeamento: mapa político do Brasil espacializando o trajeto a ser percorrido.

• Apresentação dos grupos com dramatização dos roteiros.

•De volta, “visitantes” e “anfitriões” deverão avaliar a expedição aos domínios morfoclimáticos localizados na Zona Intertropical do
território brasileiro[1] e elaborar conclusões relativas às estruturas espaciais demandas pela atividade turística e seus impactos no
meio ambiente; o uso/consumo do espaço e a questão da sustentabilidade da atividade turística. Propostas e sugestões.

•A AVALIAÇÃO FINAL será a elaboração de um documento sobre NORMAS DE CONDUTA para visita aos Parques Nacionais.
Ele deverá ser divulgado no jornal da escola/cidade/região.




[1] - Os domínios morfoclimáticos localizados na Zona Intertropical do Brasil são os seguintes: Amazônico; Cerrado; Caatingas;
parte do Domínio Mares de Morros; e parte das Faixas de Transição, dentre elas, o Pantanal e os Campos de Roraima. A
referência para identificação é o Trópico de Capricórnio que passa à altura da cidade de São Paulo.

bjetivos:

- Explicar a relevância de um código de postura para o uso e consumo dos espaços turísticos e de lazer visando à
preservação da natureza e do patrimônio cultural dos lugares.
-Distinguir parâmetros de turismo sustentável e insustentável explicando os impactos em nível sociocultural,
socioambiental e socioeconômico.

Desdobramentos das habilidades:
- Identificar os patrimônios naturais e culturais do município.
- Descrever as condições ambientais, os equipamentos e serviços disponíveis para o empreendimento turístico.
- Organizar os dados coletados em texto.
- Localizar na planta da cidade e mapa do município os patrimônios naturais e culturais.
- Elaborar painéis sobre a história do lazer e entretenimento na cidade e município.
- Ler o uso e consumo do lazer nas suas contradições e segregações.
- Investigar sobre as políticas públicas de uso do patrimônio cultural e natural pela prefeitura.
- Identificar as possibilidades do turismo local.
- Elaborar de forma criativa as normas para um turismo sustentável baseadas no Conselho Municipal de Turismo.
-Demonstrar habilidades relacionadas à leitura de mapas e lugares turísticos.
- Criatividade na organização de uma feira turística dos produtos locais.

Providências para a realização da atividade:

Materiais:
Folha de papel xerocada, textos xerocados, mapa do município adquirido na Prefeitura, CEMIG ou EMATER; planta
da cidade adquirida na prefeitura; globo, gravador, máquina fotográfica, filme, jornal local, Normas do
Conselho Municipal de Turismo.

Pré-requisitos:

-Conhecer o arranjo espacial da cidade, identificando as diferenças entre campo e cidade.
-Saber diferenciar conceitualmente cidade e município.
- Ter noção de patrimônio natural e cultural
-Ler a cartografia local em mapas do município e planta da cidade.
- Saber investigar em órgãos públicos e tratar as informações em sala de aula com criatividade e crítica.
- Problematizar o uso e consumo do solo urbano e rural para o uso turístico.
- Trabalhar em grupo de forma solidária e cooperativa.
- Ser curioso e saber apresentar-se no coletivo sem conflitos.

Descrição dos procedimentos:


       Na atualidade, as viagens são motivadas pelo gosto de conhecer e de fruir os patrimônios culturais e
ambientais que revelam a diversidade cultural dos povos e da natureza. Elas se relacionam ao lazer, à ocupação do
tempo livre aos negócios e participação em eventos. As viagens turísticas vêm se firmando como estilo de vida de um
número cada vez maior de pessoas. Para descobrir como isso ocorre, na espacialidade do Brasil, sugerimos a
realização das atividades propostas na Orientação Pedagógica do tópico Turismo, eixo temático 2.
      Dando continuidade à construção do conceito desse tópico, propomos o roteiro de atividades sobre o turismo
local, ou seja, no município e na cidade sede. As seqüências didáticas propostas são :
1- ELABORANDO UM DIAGNÓSTICO TURÍSTICO DO ESPAÇO DE VIVÊNCIA
   Para descobrir no espaço de vivência do município a relação das pessoas com o lazer e o turismo, os alunos
devem se informar sobre questões básicas como:
a) -a integração do município ao PNMT (Política Nacional de Turismo);
b) - a possível estrutura turística do lugar;
c) - os atrativos turísticos que esse lugar possui.
   Para conhecer o espaço de lazer e de turismo do município a turma deve identificá-los na planta da cidade e no
mapa do município, além de consultar na prefeitura, o potencial e a segregação do turismo e lazer local, no uso e
consumo.
Primeiro momento
            Identificação de dados sobre o lazer e o turismo na planta da cidade e mapa do município:
1. Identificar e localizar no mapa do município os patrimônios naturais da localidade de vivência da turma:

         Cachoeiras, lagoas, praias, ilhas, parques estaduais/nacionais, horto florestal, grutas, sítios arqueológicos e
          paleontológicos, acidentes geográficos diversos.
         Distinguir os patrimônios localizados no campo e na cidade.;
2.   Identificar e localizar os equipamentos e serviços turísticos da cidade e do campo.
             Lugares de hospedagem, alimentação, agenciamento, informações, e outros serviços destinados ao
              atendimento ao turista, além de segurança.

3. Identificar e localizar os lugares de lazer na cidade e no campo e a qualidade:
     Espaços de convivência comunitários .
        Hotel Fazenda; pesque e pague; trilhas rurais; ecoturismo e outros
     Qualidade dos equipamentos e condições de conservação




            Investigar documentos na prefeitura, entrevistar moradores antigos e observar na paisagem da
             cidade:
1-Investigar os atrativos turísticos da cidade e do campo:
Museus, centros artesanais, casa de cultura, igrejas, objetos históricos, conjuntos arquitetônicos, acontecimentos de
interesse turístico, festas tradicionais de origem religiosa e agrária, espaços revitalizados, herança cultural, ou seja,
elementos que expressam as festas familiares, as religiosas, as políticas; o carnaval, os brinquedos e jogos; os contos,
músicas, teatros e danças populares,
           Distinguir os patrimônios culturais da cidade e do campo. <;/span>

2- Entrevistar avós, pais e habitantes mais antigos, indagando:

               Como era o lazer na mocidade?
               O que mudou e o que permaneceu?

3- Pesquisar sobrer a infra-estrutura de apoio turístico no município:
            As condições do sistema de transportes?
            A qualidade dos serviços urbanos de água, luz, sinalização , limpeza urbana, etc.
            O Plano Diretor que regula o uso do solo urbano e rural?
            O Orçamento Participativo?
            A inserção ou integrado ao PNMT ( Política Nacional de Turismo)

4- Observar os valores e hábitos culturais presentes no uso e no consumo dos lugares turísticos, de lazer e de
entretenimento:
        Como os habitantes usem esses lugares? E os turistas?
        São hábitos saudáveis? Eles demonstram culturas ecologizadas?

5.    Observar a exclusão e a segregação no espaço de lazer local:

            Quem freqüenta os espaços de lazer?

        O que a cidade oferece nos espaços de lazer e fruição à população pobre, aos idosos, às crianças e aos
         portadores de necessidades especiais?
        Qual a atuação da prefeitura nas festas comunitárias e populares?

Segundo momento - Leitura e tratamento dos dados coletados

Após a coleta de dados em atividades extra-classe, orientadas pelo professor, torna-se necessário o tratamento das
informações. Dividir a sala em grupos para estudo das categorias de análise investigadas pelos alunos.
Grupo 1 - Identificação e descrição dos patrimônios naturais e culturais do município em registros:
- os atrativos turísticos que esse lugar possui.
-Condições ambientais desses bens naturais e equipamentos disponíveis.
- Qualidade e quantidade de edificações e serviços destinados ao turismo.
- O que pode e deve ser revigorado por ser expressão da identidade do lugar?
            Localização dos patrimônios naturais e culturais na planta da cidade e no mapa do município.
Grupo 2 – Organização dos dados sobre as tradições, cultura, lazer, entretenimento da população do município.
- o possível aproveitamento do potencial cultural para a estrutura turística do lugar;
            Elaboração de painéis.


Grupo 3 - Descrição do uso do espaço para o lazer, entretenimento e consumo do patrimônio pelos habitantes.
- Leitura crítica da segregação
            Elaboração de texto


Grupo 4 – Discussão sobre as políticas da Prefeitura para o uso do patrimônio natural e cultural:
     -a integração do município ao PNMT (Política Nacional de Turismo);
- participação do Senac, SEBRAE, SENAI e Sistemas de TV em eventos comunitários;
  - Qualificação da mão-de-obra local;
  - qualidade dos serviços urbanos: saneamento básico, transporte, serviços de informação;
  - calendário de eventos organizados dentro do Plano Diretor;
  - Política de revitalização do patrimônio;
  - as intervenções no espaço.
Grupo 5 – Elaboração de normas para um turismo sustentável no município, refletindo:
- Como a população municipal deve usufruir seu patrimônio , preservando-o;
- A participação da população no Conselho municipal de turismo;
- A avaliação de áreas degradadas a ser revitalizadas ou recuperadas para o turismo.
- Participação comunitária e de propostas de paisagistas, floras locais, biólogos, artistas plásticos, escultores,
arquitetos, engenheiros, turismólogos, ecólogos, geógrafos e outros sujeitos de entendimento e intervenção
sustentável e solidária no turismo local;
- Orientação para o consumo e uso do espaço quanto ao lixo, preservação dos muros, pinturas, praças,
equipamentos de iluminação e comunicação públicos etc.
- criação de currículos escolares em escolas públicas para formação de guias turísticos.
Grupo 6 - Atividade de empreendedorismo turístico local
- organização e montagem de uma FEIRA CULTURAL de eventos turísticos compondo com o calendário municipal.
- participação da comunidade local e dos representantes da Prefeitura.
- Planejamento de ações de intervenção na realidade pautadas na compreensão e criação de um Conselho
Municipal de Turismocomo forma de garantir a participação da sociedade civil organizada nas políticas municipais
para o turismo;
Avaliação dos produtos resultantes da investigação e organização da feira cultural.

Possíveis dificuldades:

- Trabalho de investigação na Prefeitura e entrevistas com a população local.
- Cumprimento dos combinados nas datas marcadas.
- Trabalho e coletivo e solidário.
Glossário:

Programa Nacional de Municipalização do Turismo - PNMT - é um dos programas da Política Nacional de Turismo, empreendida
pela EMBRATUR e está presente em 1680 municípios brasileiros com potencial turístico.

Turismo com base local e sustentabilidade significa não admitir a exclusão social e a degradação ambiental. Desenvolvimento,
portanto, está relacionado com a noção de lugar, que para o geógrafo Milton Santos, é a extensão do acontecer solidário da vida
cotidiana.

Cultura turística ecologizada é conhecer previamente a geografia e a história de nossas destinações turísticas. Assim, a viagem
será mais proveitosa no sentido de ampliar esses conhecimentos prévios e de compreender e respeitar a diversidade cultural e o
ambiente dos povos dos lugares visitados, aprendendo, com isso, a se comportar como hóspede. Ter cultura turística
ecologizada é uma das formas de se prevenir os impactos ambientais negativos. É, portanto, proteção ambiental.

Cultura turística (A FALTA DE) : as pessoas que viajam se comportam de forma alienada em relação ao meio em que visitam -
acreditando não terem nenhuma responsabilidade na preservação da natureza e na originalidade das destinações.(...) para
Wheller a educação para o turismo voltado para a "arte de viajar"deve tornar-se uma "técnica cultural", e seus conhecimentos
deverão ser obrigatórios para os turistas. O turista deverá aprender a ser hóspede e a respeitar os povos e as localidades que
visita. O turismo está num ponto da sua história no qual é tempo de refletir sobre as consequências desse alto nível de proteção
ambiental, sobre o futuro da atividade no mundo. (RUSCHMANN,D. 1999).

Desenvolvimento sustentável é "um processo de transformação, no qual a exploração de recursos, a direção dos investimentos, a
orientação da evolução tecnológica e a mudança institucional se harmonizam e reforçam o potencial presente e futuro, a fim de
atender às necessidades e aspirações humanas" (Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, 1991, p.49.)

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Ensinar turismo sustentável

  • 1. Por que ensinar Os deslocamentos territoriais por terra e por mar acompanham a espécie humana desde tempos remotos. Na atualidade, as motivações para viajar relacionam-se à fruição de patrimônios culturais e ambientais, ao gosto pelo conhecimento da diversidade cultural dos povos, ao lazer, à ocupação do tempo livre das viagens a negócios e participação em eventos. As viagens turísticas vêm se firmando como estilo de vida de um número cada vez maior de pessoas. O turismo hoje envolve grande complexidade: de um lado está o turista, suas motivações e práticas sociais. De outro lado, tem-se o uso e o consumo dos lugares turistificados, ou em vias de turistificação, que exige a criação de infra-estruturas diversas, tais como: saneamento, segurança, equipamentos de hospedagem, lazer, alimentação, meios de comunicações e transportes, artesanato, recursos humanos, comércio que movimenta o setor de serviços e envolve, direta e indiretamente, mais de cinqüenta tipos diferentes de empresas que lhe dá sustentação. O resultado é a construção de processos e formas espaciais características de um espaço turístico. Diante dessa nova realidade, é importante ressaltar que os educadores são também responsáveis em fomentar novas mentalidades e comportamentos. É neste contexto que se torna relevante transversalizar a abordagem geográfica do fenômeno turístico com os fios da educação patrimonial e ambiental, uma vez que os patrimônios natural e cultural são as matérias-primas do que se constitui como atratividade dos lugares. Condições para ensinar O primeiro aspecto da geograficidade da prática turística é o necessário deslocamento territorial da pessoa até o destino turístico, que pode ser uma cidade, o campo ou uma área de natureza preservada. O patrimônio cultural, traduzido em natureza preservada e aspectos históricos (tradições, valores, crenças, festas, ritos, costumes) tudo isso se constitui como atratividade dos lugares e matéria-prima para a turistificação dos lugares. Toda viagem turística envolve no mínimo um pernoite no lugar, seja em hotel ou casa de amigos/parentes. Há também as experiências recreacionais, que são deslocamentos a lugares próximos com a duração de um dia. Isto posto, organize de forma estimulante a apresentação do tópico. Leve para a classe uma maleta contendo um banco de dados muito especial: mapas e roteiros turísticos, postais, revistas especializadas em turismo (e são muitas disponíveis no mercado), souvenires, pacotes de viagens para os principais lugares do Brasil e do mundo, cadernos de turismo dos jornais de circulação, paisagens diversas, entre outros. Deixe a turma manusear, fazer comentários. Compartilhem experiências como turistas, suas percepções sobre os lugares visitados. O que a turma sabe sobre as viagens de turismo e lazer, no espaço de vivência, em Minas Gerais, no Brasil e no mundo? Que perguntas curiosas trazem para o trabalho com este tópico? Como esta é a avaliação diagnóstica, inicial não deixe de fazer seus registros. As perguntas curiosas serão as trilhas de pesquisa individuais e/ou em grupo como forma de adentrarem ao estudo fascinante do turismo. O que ensinar • A relevância de um código de postura para uso e consumo dos espaços de turismo e lazer com vistas à preservação da natureza e do patrimônio cultural dos lugares. • Os parâmetros de turismo sustentável e insustentável explicando os impactos em nível sociocultural, socioambiental e socioeconômico. • Leitura de mapas lugares turísticos e de elaboração de mapeamentos turísticos. Como ensinar Não podem faltar no planejamento do tópico os seguintes itens: 1. Revisão conceitual valendo-se da leitura de textos indicados a seguir: CRUZ, Rita de Cássia. Política de Turismo e Território. São Paulo: Contexto, 2000; MOLINA, E.Sergio. Turismo e ecologia. Bauru: EDUSC, 2001; PORTUGUEZ, Anderson P. Consumo e espaço: turismo, lazer e outros temas. São Paulo: Roca, 2001; RODRIGUES, Adyr B. Turismo e espaço: rumo a um Conhecimento Transdisciplinar. São Paulo: Hucitec, 1998. 2. Consulta a coleções didáticas. 3. Páginas eletrônicas de referência: •http://feriasbrasil.terra.com.br/scripts/estado.cfm?estado=MG – traz informações sobre as destinações turísticas do estado de Minas Gerais. •http://www.terra.com.br/turismo/ - Portal do servidor Terra •www1.folha.uol.com.br/folha/turismo -Caderno de turismo do jornal de Folha de S.Paulo
  • 2. 4. Levantamento de atividades e possibilidades de registros que poderão ser desenvolvidas de forma interdisciplinar com História, Artes e Português. 5. Solicite ao Ministério do Meio Ambiente – cid@mma.gov.br - a obra Conhecimento e Representações Sociais das Unidades de Conservação. No email> dap@mma.gov.br solicite o material didático “Conduta Consciente em ambientes naturais”. Sugestão de seqüência didática • Organização das trilhas de pesquisa a partir das perguntas curiosas apresentadas pela turma a) Coleta de dados: entrevistas online / presencial com professores de faculdades de turismo. A profa. Nair A R. de Castro está disponível para participar da atividade como entrevistada: nairarc1@uol.com. br; revistas e cadernos de turismo de circulação nacional; portais eletrônicos usando como palavra chave “turismo”, visita aos portais eletrônicos: www.embratur.gov.br - Empresa Brasileira de Turismo e http://www.turismo.gov.br/ - Ministério do Turismo - http:/ www.turismo.mg.gov.br/ Portal da Secretaria de Turismo do Estado de Minas Gerais, entre outros. b) Tratamento da informação e registros diversos. •Viagem de turismo educativo Planejamento: Os deslocamentos espaciais possibilitam o acesso da turma ao acervo cultural e turístico dos lugares, o estreitamento das relações de amizade, vivências inovadoras de entretenimento e lazer, bem como do saber-fazer de turista. As atividades serão realizadas ao ar livre/museu em dimensão interdisciplinar, com os combinados previamente estabelecidos e clareza dos registros que deverão ser feitos. Não podem faltar os mapas do trajeto em pelo menos duas escalas e a contextualização da dimensão conceitual em situações reais, práticas. •Exercitando o protagonismo: Na Assembléia Legislativa de vários estados da federação tem tramitado um projeto de lei com o objetivo possibilitar o acesso dos alunos da escola pública ao acervo cultural artístico e turístico do estado, através de viagens e excursões às cidades turísticas, áreas preservadas e cidades históricas. Por que não no estado de Minas Gerais? Consulte a página eletrônica que segue e elaborem um modelo de projeto para encaminhar à presidência da Assembléia Legislativa de Minas Gerais. •Atividades desafiantes: a natureza nos caminhos do turismo Os fenômenos naturais relacionados ao clima, combinados com a geologia, a geomorfologia e as águas dos rios, constroem paisagens de rara beleza cênica. As águas dos rios (erosão fluvial) agindo sobre rochas sedimentares – arenitos e argilas – dão origem a formas exóticas de grande atratividade turística. 1. É o caso do Grand Canyon, no oeste americano, uma das paisagens mais visitadas do planeta. O mapa abaixo apresenta duas vias de acesso ao Grande Canyon: Las Vegas e Tucson. Os grupos devem coletar dados sobre cada uma delas e, depois, decidir- se sobre aquela via de acesso que considerar mais interessante para montar o roteiro de uma trilha e descrevê-la numa viagem imaginária. Em compartilhamento da aventura ecoturística. Os ventos (erosão eólica) agindo também sobre rochas sedimentares (arenitos e argilas) constroem formas de grande beleza cênica – as dunas - cada vez mais territorializadas como atratividade turística.
  • 3. 2. Uma das paisagens mais grandiosas do Brasil construída, cotidianamente, há milhões de anos pela conjugação da dança dos ventos alísios, correntes marítimas e o ciclo de chuvas são os Lençóis Maranhenses. As dunas se estendem como se fossem imensos lençóis por mais de 50 km e chegam a atingir 20 metros de altura. Ali vive um povo quase nômade constituído de pescadores. Esta unidade de conservação, localizada no litoral sul do Maranhão, entre os municípios de Barreirinhas e Primeira Cruz, é um dos mais importantes destinos ecoturísticos do país. Observe sua localização no mapa abaixo: 3. A ação dos ventos e da chuva construiu uma cidade de pedra ao longo de milhões de anos em Vila Velha, município de Ponta Grossa-PR. O conjunto, protegido pelo Parque Estadual de Vila Velha, exibe um aspecto ruiniforme de rara beleza, como a taça. Observe-a a seguir. Mas não é só: o vento também constrói paisagens belíssimas nas encostas da Chapada dos Guimarães (MT) alimentando a imaginação dos esotéricos
  • 4. •Maranhão, Paraná ou Mato Grosso: qual destino você escolherá para fazer uma viagem virtual e depois compartilhar suas experiências com a turma? Agora é com a turma, que deverá aguçar seu olhar geográfico sobre as paisagens geomorfológicas, combinadas com os ventos e as águas de rios e chuvas notáveis do seu espaço de vivência para fazer um inventário do seu potencial turístico. Com fotos e mapeamento da distribuição dos possíveis recursos turísticos. É importante saber que uma “paisagem notável” por si só não garante a implantação geográfica de um destino turístico. Outros atributos são necessários, tais como: distância dos centros emissivos; infra-estrutura de transportes e comunicações; hotéis e restaurantes; proximidade de porto ou aeroporto; qualidade ambiental; capacitação profissional; divulgação dos atrativos turísticos; estratégia política de investimentos privados; ações de planejamento físico-territorial, incluindo a avaliação e prevenção dos impactos reais e potenciais no meio ambiente e transferência das idéias propostas para a prática. E o componente imaterial indispensável à turistificação de um lugar: o mito. Ele deve ser entendido como uma forma de linguagem sedutora, nascido de fotografias, textos, mensagens, palavras subliminares que compõem um sistema de comunicação, que passa a fazer parte das representações mentais acerca de uma determinada “mercadoria” turística. Tomando como referência os itens listados acima, inicie com a turma os estudos preliminares (visitas, entrevistas, inventário) para transformar uma paisagem notável de seu município em produto turístico. Ao final, elaboração e encaminhamento de um documento-síntese dos estudos realizados ao órgão municipal responsável pelo turismo no município/região. Como avaliar Aplicação de conhecimentos em uma nova situação. Atividade de grupo Primeira parte • A turma será dividida em 4 grupos. Cada grupo reúne os participantes de uma expedição de pesquisadores-viajantes da ZONA INTERTROPICAL dispostos a fazer um intercâmbio zonal. Escolha do critério para organização zonal dos quatro grupos. A tarefa de cada grupo consta das seguintes atividades: • Coleta de dados para levantamento dos biomas, da cultura e das atratividades turísticas dos territórios visitados nas Zonas Térmicas Temperadas e Polares, ao Norte e ao Sul do Equador. • Organização criativa dos dados no mapa-múndi que será construído coletivamente pela turma; • Avaliação coletiva das expedições realizadas com exposição do mapa-múndi na escola e comunicação para os colegas dos estudos propiciados pela viagem imaginária. Segunda parte Trata-se de uma expedição de estudantes-pesquisadores das latitudes médias e altas a um dos territórios das baixas latitudes, ou seja, um país localizado na Zona Intertropical da Terra. São todos eles ecoturistas interessados em conhecer as áreas de natureza preservada: os parques nacionais. E escolheram como destino turístico, o Brasil. Sua classe foi convocada para ser guia de turismo dos estudantes-pesquisadores das outras latitudes. Depois de muita discussão, a turma optou em organizar os
  • 5. grupos dos guias de turismo segundo o critério de divisão do território brasileiro em DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS, proposto pelo Prof. Aziz Ab´Saber. Alguém foi à biblioteca e trouxe um mapa igual ao exemplar que segue. Confira-o. O primeiro desafio que se coloca para a turma é estabelecer quantos grupos devem ser formados para desempenhar a tarefa de guia, que é: coletar dados, selecioná-los e organizá-los sob a forma de um o roteiro a ser seguido pela expedição. Pensando juntos: Que referência deve nortear a decisão do número de grupos? As pistas foram dadas: 1) Mapa dos Domínios Morfoclimáticos. 2) Os alunos de outras latitudes querem praticar o ecoturismo nos Parques Nacionais da Zona Intertropical do Brasil.Quantos grupos são? Que domínio será destinado para cada grupo? Um colega de outra turma que participou da outra expedição, e tem perfil de ecoturista - ama e respeita a natureza, seus sons, paisagens preservadas, seus animais e flora, é crítico do consumismo e aprendiz de militante ambientalista - , resolveu dar uma mãozinha na coleta de dados sobre os Parques Nacionais criados em cada um dos Domínios Morfoclimáticos, localizados na faixa intertropical do território brasileiro. Ele tomou como referência essencial três fontes: 1. Parques Nacionais – Brasil. Guia Philips. Empresa das Artes. Publifolha. 1999. 2. Pólos de Ecoturismo do Brasil. Embratur: Brasília:DF, 2001. 3. Páginas eletrônicas (sites): •http://www.wwiuma.org.br - Universidade Livre da Mata Atlântica •http://www.eco.ib.usp.br - Instituto de Biociências da USP - Cerrado •http://www.mct.gov.br – Ministério de ciência e Tecnologia •http://www.mma.gov.br – Ministério do Meio Ambiente • http://www.ambientebrasil.com.br - Ambiente Brasil • http://www.wwf.org.br - Fundo Mundial para a Vida Silvestre Cada grupo deverá proceder a coleta dos dados do “seu” domínio e depois selecioná-los, analisá-los e organizá-los sob a forma de um roteiro, em que nos itens do sumário deverá constar:
  • 6. 1. Nome do domínio morfoclimático; 2. Lista dos Parques Nacionais nele localizados de acordo com o banco de dados que segue: Banco de dados: Domínio Amazônico: PN Serra do Divisor; PN Viruá; PN da Amazônia, PN do Jaú, PN Cabo Orange; PN Pico da Neblina; PN Monte Roraima; PN Serra da Mocidade.Domínio Cerrado: PN Grande Sertão Veredas; PN Brasília; PN Chapada dos Guimarães; PN das Emas: PN Chapada dos Veadeiros; PN Serra das Confusões; PN Serra da Canastra. Domínio Caatingas: PN Serra da Capivara; PN Sete Cidades; PN Ubajara. Domínio Mares de Morros: PN Monte Pascoal; PN Chapada Diamantina; PN do Caparaó; PN Serra dos Órgãos; PN Itatiaia; PN Serra da Bocaina; PN da Tijuca; PN Serra do Cipó; Faixas de Transição: PN do Pantanal Mato- Grossense; PN Lençóis Maranhenses. 3. Como chegar lá; 4. Tesouros ecológicos e culturais preservados; 5. Aspectos relevantes de sua biodiversidade: 6. Infra-estrutura turística (hospedagem; alimentação; transportes); 7. Impactos ambientais: 8. City Tour nas cidades mais importantes da vizinhança dos Parques Nacionaise visita aos patrimônios turísticos nelas existentes, conforme o banco de dados que segue: Domínio Amazônico: Belém e Manaus; Domínio Cerrado: Brasília, Cuiabá, Goiânia; Domínio Caatinga: Teresina e Fortaleza; Domínio Mares de Morros: Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Belo Horizonte, Ilhéus, Salvador; Pantanal: Campo Grande e Corumbá; Campos de Roraima: Boa Vista; Lençóis Maranhenses: São Luís. 9. Mapeamento: mapa político do Brasil espacializando o trajeto a ser percorrido. • Apresentação dos grupos com dramatização dos roteiros. •De volta, “visitantes” e “anfitriões” deverão avaliar a expedição aos domínios morfoclimáticos localizados na Zona Intertropical do território brasileiro[1] e elaborar conclusões relativas às estruturas espaciais demandas pela atividade turística e seus impactos no meio ambiente; o uso/consumo do espaço e a questão da sustentabilidade da atividade turística. Propostas e sugestões. •A AVALIAÇÃO FINAL será a elaboração de um documento sobre NORMAS DE CONDUTA para visita aos Parques Nacionais. Ele deverá ser divulgado no jornal da escola/cidade/regi&atilde;o. [1] - Os domínios morfoclimáticos localizados na Zona Intertropical do Brasil são os seguintes: Amazônico; Cerrado; Caatingas; parte do Domínio Mares de Morros; e parte das Faixas de Transição, dentre elas, o Pantanal e os Campos de Roraima. A referência para identificação é o Trópico de Capricórnio que passa à altura da cidade de São Paulo. bjetivos: - Explicar a relevância de um código de postura para o uso e consumo dos espaços turísticos e de lazer visando à preservação da natureza e do patrimônio cultural dos lugares. -Distinguir parâmetros de turismo sustentável e insustentável explicando os impactos em nível sociocultural, socioambiental e socioeconômico. Desdobramentos das habilidades: - Identificar os patrimônios naturais e culturais do município. - Descrever as condições ambientais, os equipamentos e serviços disponíveis para o empreendimento turístico. - Organizar os dados coletados em texto. - Localizar na planta da cidade e mapa do município os patrimônios naturais e culturais. - Elaborar painéis sobre a história do lazer e entretenimento na cidade e município. - Ler o uso e consumo do lazer nas suas contradições e segregações. - Investigar sobre as políticas públicas de uso do patrimônio cultural e natural pela prefeitura. - Identificar as possibilidades do turismo local. - Elaborar de forma criativa as normas para um turismo sustentável baseadas no Conselho Municipal de Turismo. -Demonstrar habilidades relacionadas à leitura de mapas e lugares turísticos. - Criatividade na organização de uma feira turística dos produtos locais. Providências para a realização da atividade: Materiais:
  • 7. Folha de papel xerocada, textos xerocados, mapa do município adquirido na Prefeitura, CEMIG ou EMATER; planta da cidade adquirida na prefeitura; globo, gravador, máquina fotográfica, filme, jornal local, Normas do Conselho Municipal de Turismo. Pré-requisitos: -Conhecer o arranjo espacial da cidade, identificando as diferenças entre campo e cidade. -Saber diferenciar conceitualmente cidade e município. - Ter noção de patrimônio natural e cultural -Ler a cartografia local em mapas do município e planta da cidade. - Saber investigar em órgãos públicos e tratar as informações em sala de aula com criatividade e crítica. - Problematizar o uso e consumo do solo urbano e rural para o uso turístico. - Trabalhar em grupo de forma solidária e cooperativa. - Ser curioso e saber apresentar-se no coletivo sem conflitos. Descrição dos procedimentos: Na atualidade, as viagens são motivadas pelo gosto de conhecer e de fruir os patrimônios culturais e ambientais que revelam a diversidade cultural dos povos e da natureza. Elas se relacionam ao lazer, à ocupação do tempo livre aos negócios e participação em eventos. As viagens turísticas vêm se firmando como estilo de vida de um número cada vez maior de pessoas. Para descobrir como isso ocorre, na espacialidade do Brasil, sugerimos a realização das atividades propostas na Orientação Pedagógica do tópico Turismo, eixo temático 2. Dando continuidade à construção do conceito desse tópico, propomos o roteiro de atividades sobre o turismo local, ou seja, no município e na cidade sede. As seqüências didáticas propostas são : 1- ELABORANDO UM DIAGNÓSTICO TURÍSTICO DO ESPAÇO DE VIVÊNCIA Para descobrir no espaço de vivência do município a relação das pessoas com o lazer e o turismo, os alunos devem se informar sobre questões básicas como: a) -a integração do município ao PNMT (Política Nacional de Turismo); b) - a possível estrutura turística do lugar; c) - os atrativos turísticos que esse lugar possui. Para conhecer o espaço de lazer e de turismo do município a turma deve identificá-los na planta da cidade e no mapa do município, além de consultar na prefeitura, o potencial e a segregação do turismo e lazer local, no uso e consumo. Primeiro momento  Identificação de dados sobre o lazer e o turismo na planta da cidade e mapa do município: 1. Identificar e localizar no mapa do município os patrimônios naturais da localidade de vivência da turma: Cachoeiras, lagoas, praias, ilhas, parques estaduais/nacionais, horto florestal, grutas, sítios arqueológicos e paleontológicos, acidentes geográficos diversos.  Distinguir os patrimônios localizados no campo e na cidade.; 2. Identificar e localizar os equipamentos e serviços turísticos da cidade e do campo.  Lugares de hospedagem, alimentação, agenciamento, informações, e outros serviços destinados ao atendimento ao turista, além de segurança. 3. Identificar e localizar os lugares de lazer na cidade e no campo e a qualidade:  Espaços de convivência comunitários .  Hotel Fazenda; pesque e pague; trilhas rurais; ecoturismo e outros  Qualidade dos equipamentos e condições de conservação  Investigar documentos na prefeitura, entrevistar moradores antigos e observar na paisagem da cidade:
  • 8. 1-Investigar os atrativos turísticos da cidade e do campo: Museus, centros artesanais, casa de cultura, igrejas, objetos históricos, conjuntos arquitetônicos, acontecimentos de interesse turístico, festas tradicionais de origem religiosa e agrária, espaços revitalizados, herança cultural, ou seja, elementos que expressam as festas familiares, as religiosas, as políticas; o carnaval, os brinquedos e jogos; os contos, músicas, teatros e danças populares,  Distinguir os patrimônios culturais da cidade e do campo. <;/span> 2- Entrevistar avós, pais e habitantes mais antigos, indagando:  Como era o lazer na mocidade?  O que mudou e o que permaneceu? 3- Pesquisar sobrer a infra-estrutura de apoio turístico no município:  As condições do sistema de transportes?  A qualidade dos serviços urbanos de água, luz, sinalização , limpeza urbana, etc.  O Plano Diretor que regula o uso do solo urbano e rural?  O Orçamento Participativo?  A inserção ou integrado ao PNMT ( Política Nacional de Turismo) 4- Observar os valores e hábitos culturais presentes no uso e no consumo dos lugares turísticos, de lazer e de entretenimento:  Como os habitantes usem esses lugares? E os turistas?  São hábitos saudáveis? Eles demonstram culturas ecologizadas? 5. Observar a exclusão e a segregação no espaço de lazer local:  Quem freqüenta os espaços de lazer?  O que a cidade oferece nos espaços de lazer e fruição à população pobre, aos idosos, às crianças e aos portadores de necessidades especiais?  Qual a atuação da prefeitura nas festas comunitárias e populares? Segundo momento - Leitura e tratamento dos dados coletados Após a coleta de dados em atividades extra-classe, orientadas pelo professor, torna-se necessário o tratamento das informações. Dividir a sala em grupos para estudo das categorias de análise investigadas pelos alunos. Grupo 1 - Identificação e descrição dos patrimônios naturais e culturais do município em registros: - os atrativos turísticos que esse lugar possui. -Condições ambientais desses bens naturais e equipamentos disponíveis. - Qualidade e quantidade de edificações e serviços destinados ao turismo. - O que pode e deve ser revigorado por ser expressão da identidade do lugar?  Localização dos patrimônios naturais e culturais na planta da cidade e no mapa do município. Grupo 2 – Organização dos dados sobre as tradições, cultura, lazer, entretenimento da população do município. - o possível aproveitamento do potencial cultural para a estrutura turística do lugar;  Elaboração de painéis. Grupo 3 - Descrição do uso do espaço para o lazer, entretenimento e consumo do patrimônio pelos habitantes. - Leitura crítica da segregação  Elaboração de texto Grupo 4 – Discussão sobre as políticas da Prefeitura para o uso do patrimônio natural e cultural: -a integração do município ao PNMT (Política Nacional de Turismo);
  • 9. - participação do Senac, SEBRAE, SENAI e Sistemas de TV em eventos comunitários; - Qualificação da mão-de-obra local; - qualidade dos serviços urbanos: saneamento básico, transporte, serviços de informação; - calendário de eventos organizados dentro do Plano Diretor; - Política de revitalização do patrimônio; - as intervenções no espaço. Grupo 5 – Elaboração de normas para um turismo sustentável no município, refletindo: - Como a população municipal deve usufruir seu patrimônio , preservando-o; - A participação da população no Conselho municipal de turismo; - A avaliação de áreas degradadas a ser revitalizadas ou recuperadas para o turismo. - Participação comunitária e de propostas de paisagistas, floras locais, biólogos, artistas plásticos, escultores, arquitetos, engenheiros, turismólogos, ecólogos, geógrafos e outros sujeitos de entendimento e intervenção sustentável e solidária no turismo local; - Orientação para o consumo e uso do espaço quanto ao lixo, preservação dos muros, pinturas, praças, equipamentos de iluminação e comunicação públicos etc. - criação de currículos escolares em escolas públicas para formação de guias turísticos. Grupo 6 - Atividade de empreendedorismo turístico local - organização e montagem de uma FEIRA CULTURAL de eventos turísticos compondo com o calendário municipal. - participação da comunidade local e dos representantes da Prefeitura. - Planejamento de ações de intervenção na realidade pautadas na compreensão e criação de um Conselho Municipal de Turismocomo forma de garantir a participação da sociedade civil organizada nas políticas municipais para o turismo; Avaliação dos produtos resultantes da investigação e organização da feira cultural. Possíveis dificuldades: - Trabalho de investigação na Prefeitura e entrevistas com a população local. - Cumprimento dos combinados nas datas marcadas. - Trabalho e coletivo e solidário. Glossário: Programa Nacional de Municipalização do Turismo - PNMT - é um dos programas da Política Nacional de Turismo, empreendida pela EMBRATUR e está presente em 1680 municípios brasileiros com potencial turístico. Turismo com base local e sustentabilidade significa não admitir a exclusão social e a degradação ambiental. Desenvolvimento, portanto, está relacionado com a noção de lugar, que para o geógrafo Milton Santos, é a extensão do acontecer solidário da vida cotidiana. Cultura turística ecologizada é conhecer previamente a geografia e a história de nossas destinações turísticas. Assim, a viagem será mais proveitosa no sentido de ampliar esses conhecimentos prévios e de compreender e respeitar a diversidade cultural e o ambiente dos povos dos lugares visitados, aprendendo, com isso, a se comportar como hóspede. Ter cultura turística ecologizada é uma das formas de se prevenir os impactos ambientais negativos. É, portanto, proteção ambiental. Cultura turística (A FALTA DE) : as pessoas que viajam se comportam de forma alienada em relação ao meio em que visitam - acreditando não terem nenhuma responsabilidade na preservação da natureza e na originalidade das destinações.(...) para Wheller a educação para o turismo voltado para a "arte de viajar"deve tornar-se uma "técnica cultural", e seus conhecimentos deverão ser obrigatórios para os turistas. O turista deverá aprender a ser hóspede e a respeitar os povos e as localidades que visita. O turismo está num ponto da sua história no qual é tempo de refletir sobre as consequências desse alto nível de proteção ambiental, sobre o futuro da atividade no mundo. (RUSCHMANN,D. 1999). Desenvolvimento sustentável é "um processo de transformação, no qual a exploração de recursos, a direção dos investimentos, a orientação da evolução tecnológica e a mudança institucional se harmonizam e reforçam o potencial presente e futuro, a fim de atender às necessidades e aspirações humanas" (Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, 1991, p.49.)