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CONCORRÊNCIA ENTRE OS VEÍCULOS DE
MÍDIA E CONTROLE DA INFORMAÇÃO
 O mercado brasileiro de jornalismo movimenta-
se no sentido de forte competição;
 A concorrência entre veículos jornalísticos não
é, em si, um fato novo, mas o que atrai atenção
é o acirramento desta competição em anos
recentes. Isso pode ser constatado pelos
seguintes indicadores:
 Surgimento de novos canais de televisão por
assinatura;
 Aumento da oferta de novas revistas semanais,
quinzenais e mensais;
 Aumento da oferta de novos jornais;
 Especialização da programação jornalística de
emissoras de rádio e de televisão por
assinatura, e também de jornais e revistas;
 Oferta de novos serviços de informação,
impressa ou via internet, por empresas
jornalísticas;
 Intensificação da cobertura regional por
veículos nacionais;
 Intensificação da cobertura local por veículos
regionais.
 Tudo isso amplia as possibilidades de escolha
da audiência, seja de meios impressos, seja de
meios eletrônicos.
 Multiplicam-se as bancas de revistas e jornais –
o mercado físico do jornalismo impresso –, que
assumem cada vez mais importância como
pontos de distribuição dos mais diversos
produtos, jornalísticos ou não.
 Também por conta de espaços físicos, a
audiência encontra na mídia eletrônica, como
televisão (tanto aberta como por assinatura),
rádio e Internet, uma oferta extremamente
generosa de produtos jornalísticos.
 Nesta ampliação da oferta de produtos e
serviços jornalísticos e, por extensão, na
concorrência que se intensifica, observam-se
estratégias de marketing que vão desde o
acoplamento de produtos diversos no produto
jornalístico impresso, dos tipos fitas de vídeo,
enciclopédias, livros, CDs etc., até a redução de
preços
 Ao mesmo tempo, na televisão, telejornais
disputam audiência com programas não
jornalísticos e as emissoras de rádio buscam
audiência através de publicidade;
 Por outro lado, a especialização dos veículos,
impressos e eletrônicos, é incrementada na
procura e consolidação de nichos de mercado,
e pelo menos duas novas formas de
informação, serviço e auto-ajuda, são cada vez
mais privilegiadas.
 São criados cargos para jornalistas
representarem a audiência. Enfim, o jornalismo
mostra um movimento em direção à
competição, sintonizado, como tudo leva a crer,
no ambiente econômico competitivo que se
estabelece no país.
 Como qualquer ramo da atividade econômica, o
jornalismo está sujeito às leis do mercado. Uma
direção que este mercado toma é a
oligopolização, que apresenta concorrência
interna pela natureza deste ramo
 Ao mesmo tempo, o jornalismo, também por
sua natureza, é uma atividade que permite a
atuação política-ideológica mais intensa, já que
forma a opinião pública.
 Neste sentido, há possibilidade de mostrar-se
como um oligopólio de consenso em
determinadas posições políticas. O jornalismo,
enfim, é o resultado de uma combinação entre
interesses políticos e econômicos. Ele tem um
papel institucional, mas também é um negócio
informacional.
 Veículos de comunicação (TV, rádio) X veículos
jornalísticos (jornal e revista);
 Audiência é a palavra-chave nas decisões
jornalísticas sob enfoque de mercado. A audiência
dos veículos impressos é de dois tipos: assinantes
ou não assinantes.
 Na busca de contratos de assinatura, as formas
típicas de captura de audiência são a publicidade,
brindes, demonstração de economia no custo e
facilidades de pagamento (prestações, carnês,
cartões de crédito, contas telefônicas). Desta
maneira, os veículos competem via publicidade,
brindes, condições de preços e pagamento.
 O problema aqui, e no caso de veículos
impressos, é o seguinte: como fazer a audiência
livre escolher dentre as publicações
concorrentes? No caso de veículos eletrônicos
o problema é semelhante: como ter – e manter –
audiência livre em determinados telejornais e
radiojornais? Estas são as questões principais
que a decisão jornalística num ambiente de
concorrência deve procurar solucionar em
termos de segmentação e diferenciação
mercadológica.
SEGMENTAÇÃO DO MERCADO
JORNALÍSTICO
 São classificados em nacional, regionais e
locais;
 Por mercado regional entende-se o
compreendido por estados da federação;
 Por mercado local entende-se o compreendido
por municípios;
 Por mercado nacional é o somatório dos
mercados regionais e, esses, por sua vez, são o
somatório dos mercados locais;
 Enquanto veículos nacionais, competem entre si:
televisão, rádio, revistas semanais, quinzenais e
mensais de informação, jornais; enquanto veículos
regionais, competem entre si: televisão, rádio,
jornais; já nos mercados locais a existência de
veículos, e a competição, depende do município
(desde uma capital até um pequeno município).
Mas, ao mesmo tempo, todos estes veículos
competem entre si, em maior ou menor intensidade
(Exemplificando: um jornal nacional compete com
um jornal regional dentro da área de atuação desse
último, mas um jornal regional não compete com
um jornal nacional fora de sua área de atuação).
 Considerando a trama desta competição, que
os mercados locais são disputados pelos
veículos regionais e nacionais; logo, o mercado
regional é disputado pelos veículos nacionais.
 Mas, é interessante notar que jornais regionais,
mesmo dedicando preferência à cobertura de
fatos regionais, mostram uma tendência de
disputa com jornais nacionais, via manchetes
de fatos nacionais;
 Nos veículos nacionais o que ocorre é uma
imbricação, superposição como são colocadas
as telhas, de informação jornalística cuja
origem são fatos nacionais/regionais/locais,
forçando a competição com os veículos
regionais. Como resultado, tem-se a tendência
de uma oligopolização dos veículos nacionais
em relação aos veículos regionais.
 E tem-se, também, uma tendência de
oligopolização, com concorrência entre si, dos
veículos regionais em relação aos veículos
locais.
RESUMINDO
 A dinâmica desta competição, em resumo, é a
seguinte: os veículos nacionais procuram
ampliar sua audiência penetrando no mercado
dos veículos regionais e, esses, por sua vez,
procuram ampliar sua audiência penetrando no
mercado dos veículos locais.
 A audiência (público) pode ser classificada
conforme critérios gerais como renda,
escolaridade, idade, sexo, tipo de
trabalho/funções, distribuição demográfica
(capitais, municípios de grande, médio e
pequeno porte, distritos) e em critérios
específicos como interesses por determinados
assuntos (categorizados como são as editorias:
economia, finanças, negócios, política,
esportes, ciência, cultura, polícia, saúde,
ecologia, etc., etc.) e aspirações
políticas/ideológicas.
 Fatias do mercado de audiência são segmentos,
ou públicos. A formação de audiência tem num
extremo somente um público e em outro
extremo o total de públicos. Teoricamente, por
isso, um veículo pode ter como audiência um
público, mas também pode aglutinar o total dos
públicos - neste caso, haveria a monopolização
da audiência. O que ocorre, de fato, é que cada
veículo tem seu público-alvo, que pode ser
formado por apenas um público ou por um
conjunto de públicos.
 Dois conceitos devem ser levados em conta no
mercado dos veículos: elasticidade e
inelasticidade. No primeiro caso, o mercado
ainda apresenta frações de audiência potencial,
não atendidas; no segundo, o mercado não
apresenta estas frações, estando assim
saturado.
 "cada empresa que entra no mercado
procurará alguma posição, localizando-se
próximo a um concorrente ou em um segmento
não ocupado" (Kotler, 1996)
 Esta situação movimenta todo o setor,
obrigando os veículos tradicionais a melhorias
e coagindo os veículos novos a fortalecer a
posição já conquistada. A dinâmica desta
competição implica num rearranjo desta
audiência, com uma segmentação mais
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  • 1. CONCORRÊNCIA ENTRE OS VEÍCULOS DE MÍDIA E CONTROLE DA INFORMAÇÃO
  • 2.  O mercado brasileiro de jornalismo movimenta- se no sentido de forte competição;  A concorrência entre veículos jornalísticos não é, em si, um fato novo, mas o que atrai atenção é o acirramento desta competição em anos recentes. Isso pode ser constatado pelos seguintes indicadores:
  • 3.  Surgimento de novos canais de televisão por assinatura;  Aumento da oferta de novas revistas semanais, quinzenais e mensais;  Aumento da oferta de novos jornais;  Especialização da programação jornalística de emissoras de rádio e de televisão por assinatura, e também de jornais e revistas;
  • 4.  Oferta de novos serviços de informação, impressa ou via internet, por empresas jornalísticas;  Intensificação da cobertura regional por veículos nacionais;  Intensificação da cobertura local por veículos regionais.
  • 5.  Tudo isso amplia as possibilidades de escolha da audiência, seja de meios impressos, seja de meios eletrônicos.  Multiplicam-se as bancas de revistas e jornais – o mercado físico do jornalismo impresso –, que assumem cada vez mais importância como pontos de distribuição dos mais diversos produtos, jornalísticos ou não.
  • 6.  Também por conta de espaços físicos, a audiência encontra na mídia eletrônica, como televisão (tanto aberta como por assinatura), rádio e Internet, uma oferta extremamente generosa de produtos jornalísticos.  Nesta ampliação da oferta de produtos e serviços jornalísticos e, por extensão, na concorrência que se intensifica, observam-se estratégias de marketing que vão desde o acoplamento de produtos diversos no produto jornalístico impresso, dos tipos fitas de vídeo, enciclopédias, livros, CDs etc., até a redução de preços
  • 7.  Ao mesmo tempo, na televisão, telejornais disputam audiência com programas não jornalísticos e as emissoras de rádio buscam audiência através de publicidade;  Por outro lado, a especialização dos veículos, impressos e eletrônicos, é incrementada na procura e consolidação de nichos de mercado, e pelo menos duas novas formas de informação, serviço e auto-ajuda, são cada vez mais privilegiadas.
  • 8.  São criados cargos para jornalistas representarem a audiência. Enfim, o jornalismo mostra um movimento em direção à competição, sintonizado, como tudo leva a crer, no ambiente econômico competitivo que se estabelece no país.  Como qualquer ramo da atividade econômica, o jornalismo está sujeito às leis do mercado. Uma direção que este mercado toma é a oligopolização, que apresenta concorrência interna pela natureza deste ramo
  • 9.  Ao mesmo tempo, o jornalismo, também por sua natureza, é uma atividade que permite a atuação política-ideológica mais intensa, já que forma a opinião pública.  Neste sentido, há possibilidade de mostrar-se como um oligopólio de consenso em determinadas posições políticas. O jornalismo, enfim, é o resultado de uma combinação entre interesses políticos e econômicos. Ele tem um papel institucional, mas também é um negócio informacional.
  • 10.  Veículos de comunicação (TV, rádio) X veículos jornalísticos (jornal e revista);  Audiência é a palavra-chave nas decisões jornalísticas sob enfoque de mercado. A audiência dos veículos impressos é de dois tipos: assinantes ou não assinantes.  Na busca de contratos de assinatura, as formas típicas de captura de audiência são a publicidade, brindes, demonstração de economia no custo e facilidades de pagamento (prestações, carnês, cartões de crédito, contas telefônicas). Desta maneira, os veículos competem via publicidade, brindes, condições de preços e pagamento.
  • 11.  O problema aqui, e no caso de veículos impressos, é o seguinte: como fazer a audiência livre escolher dentre as publicações concorrentes? No caso de veículos eletrônicos o problema é semelhante: como ter – e manter – audiência livre em determinados telejornais e radiojornais? Estas são as questões principais que a decisão jornalística num ambiente de concorrência deve procurar solucionar em termos de segmentação e diferenciação mercadológica.
  • 12. SEGMENTAÇÃO DO MERCADO JORNALÍSTICO  São classificados em nacional, regionais e locais;  Por mercado regional entende-se o compreendido por estados da federação;  Por mercado local entende-se o compreendido por municípios;  Por mercado nacional é o somatório dos mercados regionais e, esses, por sua vez, são o somatório dos mercados locais;
  • 13.  Enquanto veículos nacionais, competem entre si: televisão, rádio, revistas semanais, quinzenais e mensais de informação, jornais; enquanto veículos regionais, competem entre si: televisão, rádio, jornais; já nos mercados locais a existência de veículos, e a competição, depende do município (desde uma capital até um pequeno município). Mas, ao mesmo tempo, todos estes veículos competem entre si, em maior ou menor intensidade (Exemplificando: um jornal nacional compete com um jornal regional dentro da área de atuação desse último, mas um jornal regional não compete com um jornal nacional fora de sua área de atuação).
  • 14.
  • 15.  Considerando a trama desta competição, que os mercados locais são disputados pelos veículos regionais e nacionais; logo, o mercado regional é disputado pelos veículos nacionais.  Mas, é interessante notar que jornais regionais, mesmo dedicando preferência à cobertura de fatos regionais, mostram uma tendência de disputa com jornais nacionais, via manchetes de fatos nacionais;
  • 16.  Nos veículos nacionais o que ocorre é uma imbricação, superposição como são colocadas as telhas, de informação jornalística cuja origem são fatos nacionais/regionais/locais, forçando a competição com os veículos regionais. Como resultado, tem-se a tendência de uma oligopolização dos veículos nacionais em relação aos veículos regionais.  E tem-se, também, uma tendência de oligopolização, com concorrência entre si, dos veículos regionais em relação aos veículos locais.
  • 17. RESUMINDO  A dinâmica desta competição, em resumo, é a seguinte: os veículos nacionais procuram ampliar sua audiência penetrando no mercado dos veículos regionais e, esses, por sua vez, procuram ampliar sua audiência penetrando no mercado dos veículos locais.
  • 18.
  • 19.  A audiência (público) pode ser classificada conforme critérios gerais como renda, escolaridade, idade, sexo, tipo de trabalho/funções, distribuição demográfica (capitais, municípios de grande, médio e pequeno porte, distritos) e em critérios específicos como interesses por determinados assuntos (categorizados como são as editorias: economia, finanças, negócios, política, esportes, ciência, cultura, polícia, saúde, ecologia, etc., etc.) e aspirações políticas/ideológicas.
  • 20.  Fatias do mercado de audiência são segmentos, ou públicos. A formação de audiência tem num extremo somente um público e em outro extremo o total de públicos. Teoricamente, por isso, um veículo pode ter como audiência um público, mas também pode aglutinar o total dos públicos - neste caso, haveria a monopolização da audiência. O que ocorre, de fato, é que cada veículo tem seu público-alvo, que pode ser formado por apenas um público ou por um conjunto de públicos.
  • 21.  Dois conceitos devem ser levados em conta no mercado dos veículos: elasticidade e inelasticidade. No primeiro caso, o mercado ainda apresenta frações de audiência potencial, não atendidas; no segundo, o mercado não apresenta estas frações, estando assim saturado.  "cada empresa que entra no mercado procurará alguma posição, localizando-se próximo a um concorrente ou em um segmento não ocupado" (Kotler, 1996)
  • 22.  Esta situação movimenta todo o setor, obrigando os veículos tradicionais a melhorias e coagindo os veículos novos a fortalecer a posição já conquistada. A dinâmica desta competição implica num rearranjo desta audiência, com uma segmentação mais acentuada dos públicos, e disputa por fatias de mercado dominadas por veículos concorrentes.
  • 23. FIM