1. Escreve
Escreve. Não é um pedido, é uma ordem.
Escreve. Tens de escrever. E necessário que
escrevas. Exigem que escrevas. Precisam da tua
escrita.
Escreve, e se não conseguires, persiste. Pois
terás que escrever. Escreve sobre o mes, o frio,
o amor, o sexo. Aquele tão suculento que
qualquer um gostaria de ter. Sexo, sim, bom
tema. Então, escreve.
Alias, escreve antes sobre o amor. Sexo e
pecado. Amor e amor. E amor todos nos
precisamos. Pois escreve! Escreve hoje que
amanha já se torna tarde. Alias, escreve agora
que daqui a uma hora já é tarde. Daqui a cinco
minutos já é tarde. Agora já é tarde. Por isso,
tens de escrever! Escreve, Caralho! Que custa?
Merda, escreve…Abre as asas da tua
imaginação, ou então não abras, ou não faças
nada, mas escreve…Se escreveres, dou-te um
premio. Se escreveres, serei teu para sempre...
Fodasse não escreves? Está bem! Não escrevas.
Outro o fará em teu lugar...
«Desculpa, mas já não sei escrever...Perdi o
jeito, se o tinha. Perdi o vagar. Perdi,
essencialmente, a caneta com que escrevia. E
foi como se ela me levasse a inspiração. Por
isso, não escrevo. Pois não posso. Por agora.
Por amanha. Por ontem.»