SlideShare a Scribd company logo
1 of 26
D. PEDRO e INÊS DE CASTRO
UMA HISTÓRIA DE AMOR Produção: Fernando Patronilo d’Araújo Formatação: RE
Uma história que foi imortalizada em poemas, novelas,  dramas, pinturas, esculturas, e até em composições musicais, e que, mesmo após 650 anos, continua encantando corações.  Dom Pedro e Inês de Castro viveram uma das  mais belas e trágicas histórias de amor.
O príncipe D.Pedro, filho de D.Afonso IV e de D.Beatriz de Castela,  nasceu em Coimbra, em 8 de Abril de 1320 e morreu em Lisboa,  em 18 de Janeiro de 1367.   Reinou de 1357 a 1367 (8º rei de Portugal), como D.Pedro I, o  justiceiro ,  cognome que lhe foi atribuído pelo povo por ter exercido uma justiça  exemplar, sem discriminações entre plebeus e nobres.
Em 1328, com apenas 8 anos de idade,  a princesa D.Branca de Castela, foi-lhe prometida em casamento. Porém o matrimónio não chegou  a consumar-se por debilidade física  e mental da noiva.  Novo consórcio foi tratado em 1334,  com a infanta D.Constança, filha de  D.João Manuel, infante de Castela.  A noiva veio para Portugal, em 1340, acompanhada por um séquito,  do qual fazia parte uma aia, sua parente, fidalga de origem bastarda, chamada  Inês de Castro, filha do fidalgo castelhano Pedro Fernandez de Castro.
Inês de Castro, segundo os poetas, era uma mulher  lindíssima, apelidada de  “colo de garça” .  O príncipe D. Pedro apaixonou-se perdidamente pela bela Inês,  esquecendo as conveniências e as reprovações.
Ela correspondeu-lhe e passou a ser a sua alma gêmea.  Por ela, D. Pedro desprezou as convenções da corte  e desafiou, frontalmente, tudo e todos.  A corte considerava uma afronta aquela ligação  indecorosa pelos problemas morais e religiosos que levantava,  bem como pelo perigo que a influência da família dos Castros  poderia trazer à coroa portuguesa.
Apesar disso tudo, Inês de Castro e D.Pedro  viviam, despreocupadamente, o seu idílio nas bucólicas  margens do Rio Mondego.
Embora o rei compreendesse as razões  daquela ligação perigosa, todo o enredo o levou  a tomar uma decisão drástica.  Todavia, as intrigas  que chegavam ao Rei D.Afonso IV,  o bravo,   apressavam o monarca a agir.
Nesta reunião, da qual estiveram presentes, entre outros,  Diogo Lopes Pacheco, Álvaro Gonçalves e Pêro Coelho, El-Rei  decidiu pela execução de Inês de Castro.  Uma reunião do seu Conselho, foi realizada  no Castelo de Motemor-o-Velho, em que o acusado, D.Pedro,  não esteve presente para se poder defender.
Deste modo, foi selado o destino de Inês,  sem sequer levarem em conta que ela era mãe  de 4 filhos do príncipe D.Pedro:  D.Afonso (que morreu de tenra idade), D.João, D.Diniz  e D.Beatriz (nascida em Coimbra em 1351).
Assim, na manhã sinistra de 7 de Janeiro de 1355,  os executores régios, aproveitando a ausência do infante D.Pedro,  nas suas habituais caçadas, penetraram no paço e ali mesmo decapitaram  aquela que depois de morta foi rainha de Portugal.  D. Inês de Castro tinha apenas 30 anos  e a sua filha apenas 4 anos.
Conseguiu aprisionar 2 deles:  Álvaro Gonçalves e Pêro Coelho. O terceiro, Diogo Pacheco, teria trocado de roupa com um mendigo e fugido para parte incerta. Inconsolável com a perda de Inês, D.Pedro chegou a declarar guerra ao pai. A Pêro Coelho, o Rei mandou retirar o coração pelo peito e  a Álvaro Gonçalves pelas costas, por os considerar homens  sem coração, que destruíram o seu grande amor… Dois anos depois, quando da  morte de D.Afonso IV  e de sua subida ao  trono, aos 37 anos, D.Pedro I  diligenciou  a captura dos assassinos de D. Inês.
para um túmulo  delicadamente lavrado, qual renda  de pedra, que mandou colocar no  Mosteiro de Alcobaça.  Cumprida a sua vingança,  D.Pedro I ordenou a translação do corpo de Inês, da campa modesta no Mosteiro de Santa Clara, em Coimbra, onde se encontrava,
Majestosas honras lhe foram prestadas, sendo o caixão  acompanhado por cavaleiros, fidalgos, muito povo, clero e donzelas  e homens empunhando círios acesos ao longo do percurso. Chegando ao Mosteiro de Alcobaça, foram celebradas muitas missas e  outras cerimônias solenes, até o depósito do caixão na arca tumular.
Mais tarde, D.Pedro I mandou esculpir outro monumento,  semelhante ao da sua amada, colocando-o em frente ao da sua Inês,  para, após a sua morte, permanecer ao lado do seu grande AMOR.
Procurando dignificar o nome de Inês de Castro, D.Pedro declarou  solenemente, apresentando como testemunhas D.Gil, Bispo da Guarda  e Estêvão Lobato, seu criado, que sete anos antes casara com ela  em Bragança, tendo esta afirmação pública sido proferida em  12 de Junho de 1360, em Cantanhede.
Este inquestionável amor foi imortalizado em poemas, novelas,  dramas, pinturas, esculturas, e até em composições musicais,  nacionais e estrangeiras, sendo de salientar:  “Terceiro Canto de Os Lusíadas, estrofes 120 a 129 ”, de Luís de Camões;  “Crónicas” de Garcia de Resende; “Castro”, de António Ferreira,  “Reinar después de morir”, Vélez de Guevara.  Mais modernamente, “La reine mort”, de H. de Monthernland, etc.
D.Inês de Castro e D.Pedro  continuam sepultados, até aos dias  de hoje, nos magníficos túmulos colocados no transepto da Igreja  do Mosteiro de Alcobaça,  que são considerados uma  das mais belas obras de arquitetura tumular do século XIV.
O episódio do coroamento e beija-mão da rainha morta,  que entrou para a literatura e se difundiu no conhecimento popular,  não tem base documental. Segundo o historiador António de Vasconcelos, trata-se de uma fantasia  surgida em 1577, quando o escritor castelhano Fr.Jerónimo Bermudez  deu largas à imaginação na exposição de cenas tétricas.
Dentre as obras literárias dedicadas à saga  de Inês de Castro, a mais famosa, sem dúvida, é a de Luís de Camões,  contida no Canto III dos LUSÍADAS, editado em 1572. As estrofes 120 a 129 do Terceiro Canto dos Lusíadas,  classificadas como as mais importantes,  são reproduzidas a seguir.
LUSÍADAS   Canto terceiro, estrofes120 a 129 Luís de Camões Estavas, linda Inês, posta em sossego, De teus anos colhendo o doce fruto, Naquele engano da alma, ledo e cego, Que a Fortuna não deixa durar muito; Nos saudosos campos do Mondego, De teus formosos olhos nunca enxuto, Aos montes ensinando e às ervinhas O nome que no peito escrito tinhas. Do teu príncipe ali te respondiam As lembranças que na alma lhe moravam, Que sempre ante seus olhos te traziam, Quando dos teus formosos se apartavam; De noite, em doces sonhos que mentiam, De dia, em pensamentos que voavam, E quanto enfim cuidava e quanto via Eram tudo memórias de alegria. Clique para avançar
De outras belas senhoras e princesas Os desejados tálamos enjeita, Que tudo enfim, tu, puro amor, desprezas, Quando um gesto suave te sujeita. Vendo estas namoradas estranhezas, O velho pai sesudo, que respeita O murmurar do povo e a fantasia Do filho, que casar-se não queria, Tirar Inês ao mundo determina, Por lhe tirar o filho que tem preso, Crendo co'o sangue só da morte indina Matar do firme amor o fogo aceso, Que furor consentiu que a espada fina, Que pôde sustentar o grande peso Do furor Mauro, fosse alevantada Contra uma fraca dama delicada? Traziam-na os horríficos algozes Ante o rei, já movido a piedade; Mas o povo, com falsas e ferozes Razões, à morte crua o persuade. Ela, com tristes e piedosas vozes, Saídas só da mágoa e saudade Do seu príncipe e filhos, que deixava, Que mais que a própria morte a magoava,
Para o céu cristalino alevantando Com lágrimas os olhos piedosos (Os olhos, porque as mãos lhe estava atando Um dos duros ministros rigorosos), E depois nos meninos atentando, Que tão queridos tinha e tão mimosos, Cuja orfandade como mãe temia, Para o avô cruel assim dizia: "Se já nas brutas feras, cuja mente Natura fez cruel de nascimento, E nas aves agrestes, que somente - Nas rapinas aéreas tem o intento, Com pequenas crianças viu a gente Terem tão piedoso sentimento, Como co'a mãe de Nino já mostraram E co'os irmãos que Roma edificaram,
Ó tu, que tens de humano o gesto e o peito (Se de humano é matar uma donzela Fraca e sem força, só por ter sujeito O coração a quem soube vencê-la), A estas criancinhas tem respeito, Pois o não tens à morte escura dela; Mova-te a piedade sua e minha, Pois te não move a culpa que não tinha. E se, vencendo a Maura resistência, A morte sabes dar com fogo e ferro, Sabe também dar vida com clemência A quem para perdê-la não fez erro; Mas, se to assim merece esta inocência, Põe-me em perpétuo e mísero desterro, Na Cítia fria ou lá na Líbia ardente, Onde em lágrimas viva eternamente.  Põe-me onde se use toda a feridade, Entre leões e tigres, e verei Se neles achar posso a piedade Que entre peitos humanos não achei, Ali, co'o amor intrínseco e vontade Naquele por quem morro, criarei Estas relíquias suas, que aqui viste, Que refrigério sejam da mãe triste."
FONTES TEXTO Dicionário Encicliopédico Ediclube, Volumes I e XIV, p.199,200 e 4717; GIL, A. Pedro, e tal. “Os grandes julgamentos – O processo de  D. Inês de Castro”, Edição dos Amigos do Livro, Editores, Lda, p.115 a 265; VIEIRA, Afonso Lopes, “A Paixão de Pedro, o Cru”, Lisboa, 1943; FERREIRA, Augusta Pablo Trindade, “Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça”, ELO-Publicidade, Artes Gráficas, Lda., IPPAR, 1993, p 1 a  17. www.arqnet.pt/portal/portugal/temashistoria/pedro1 http://www.hotel-dona-ines.pt/Geral/Historia.html http://www.ippar.pt/monumentos/conjunto_alcobaca.html IMAGENS D.Pedro I e D.Afonso IV : http://genealogia.sapo.pt/pessoas/pes_foto_all.php?start=64&idx=0&show=a Inês de Castro : montagem baseada na imagem de http//:estagioesdica.no.sapo.pt/ Membros da Corte : http://www.unav.es/ha/06-hist/trajes.htm  Rio Mondego : http://caneiro.no.sapo.pt/index1.htm  Castelo de Motemor-o-Velho: http://www.20six.fr/Lunaisy/archive/2004/07/  Assassinato de Inês :  http://www.ciberjob.org/mujeres/historia/ines/  Mosteiro de Santa Clara : http://papeldeparede.weblog.com.pt/arquivo/cat_aprender_portugal.html Mosteiro de Alcobaça : http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/momentos/medieval/ Túmulos de Inês e Pedro :  http://www.sights-and-ulture.com/Portugal/Alcobaca.html Inês de Castro em bronze :  http://www.malhatlantica.pt/.../ Hist%F3rico/ines/ Luís de Camões : http://www.instituto-camoes.pt/escritores/camoes/camoescoment.htm MÚSICA Kazaa – Concerto Nº 2 Adagio, de Rachmaninoff

More Related Content

What's hot

Análise de Os Lusíadas
Análise de Os Lusíadas Análise de Os Lusíadas
Análise de Os Lusíadas Lurdes Augusto
 
A Evolução do Ramalhete - Os Maias
A Evolução do Ramalhete - Os MaiasA Evolução do Ramalhete - Os Maias
A Evolução do Ramalhete - Os Maiasmauro dinis
 
Corrida de cavalos2
Corrida de cavalos2Corrida de cavalos2
Corrida de cavalos2Paula Rebelo
 
Mapa das viagens de ulisses
Mapa das viagens de ulissesMapa das viagens de ulisses
Mapa das viagens de ulissesLurdes Sousa
 
Os maias-resumo-e-analise
Os maias-resumo-e-analiseOs maias-resumo-e-analise
Os maias-resumo-e-analisekeve semedo
 
Categorias da Narrativa em "A Aia"
Categorias da Narrativa em "A Aia"Categorias da Narrativa em "A Aia"
Categorias da Narrativa em "A Aia"Maria João C. Conde
 
Os lusíadas - Canto I Estâncias 105 e 106
Os lusíadas - Canto I Estâncias 105 e 106Os lusíadas - Canto I Estâncias 105 e 106
Os lusíadas - Canto I Estâncias 105 e 106nanasimao
 
Telmo- Frei Luís de Sousa
Telmo- Frei Luís de SousaTelmo- Frei Luís de Sousa
Telmo- Frei Luís de Sousananasimao
 
Análise comparativa - Mostrengo e Adamastor
Análise comparativa - Mostrengo e AdamastorAnálise comparativa - Mostrengo e Adamastor
Análise comparativa - Mostrengo e AdamastorMarisa Ferreira
 
Os Maias - Capitulos XII, XV e XVI.
Os Maias - Capitulos XII, XV e XVI. Os Maias - Capitulos XII, XV e XVI.
Os Maias - Capitulos XII, XV e XVI. Rita Magalhães
 
Os Maias - a ação & titulo e subtítulo
Os Maias - a ação & titulo e subtítuloOs Maias - a ação & titulo e subtítulo
Os Maias - a ação & titulo e subtítuloDaniela Filipa Sousa
 
Despedidas em belém
Despedidas em belémDespedidas em belém
Despedidas em belémLurdes
 
Os maias jornalismo português
Os maias  jornalismo portuguêsOs maias  jornalismo português
Os maias jornalismo portuguêsTiago Ferreira
 
Análise Capitulo XV - Os Maias
Análise Capitulo XV -  Os MaiasAnálise Capitulo XV -  Os Maias
Análise Capitulo XV - Os Maiasmonicasantosilva
 
Crónica de Costumes - Jantar dos Gouvarinho
Crónica de Costumes - Jantar dos Gouvarinho Crónica de Costumes - Jantar dos Gouvarinho
Crónica de Costumes - Jantar dos Gouvarinho Marisa Ferreira
 
A formosura desta fresca serra
A formosura desta fresca serraA formosura desta fresca serra
A formosura desta fresca serraHelena Coutinho
 

What's hot (20)

Análise de Os Lusíadas
Análise de Os Lusíadas Análise de Os Lusíadas
Análise de Os Lusíadas
 
Teste 9º os lusíadas
Teste 9º os lusíadasTeste 9º os lusíadas
Teste 9º os lusíadas
 
A Evolução do Ramalhete - Os Maias
A Evolução do Ramalhete - Os MaiasA Evolução do Ramalhete - Os Maias
A Evolução do Ramalhete - Os Maias
 
Corrida de cavalos2
Corrida de cavalos2Corrida de cavalos2
Corrida de cavalos2
 
Ilha dos Amores
Ilha dos AmoresIlha dos Amores
Ilha dos Amores
 
Mapa das viagens de ulisses
Mapa das viagens de ulissesMapa das viagens de ulisses
Mapa das viagens de ulisses
 
Os maias-resumo-e-analise
Os maias-resumo-e-analiseOs maias-resumo-e-analise
Os maias-resumo-e-analise
 
Categorias da Narrativa em "A Aia"
Categorias da Narrativa em "A Aia"Categorias da Narrativa em "A Aia"
Categorias da Narrativa em "A Aia"
 
Os lusíadas - Canto I Estâncias 105 e 106
Os lusíadas - Canto I Estâncias 105 e 106Os lusíadas - Canto I Estâncias 105 e 106
Os lusíadas - Canto I Estâncias 105 e 106
 
Farsa de Inês Pereira
Farsa de Inês PereiraFarsa de Inês Pereira
Farsa de Inês Pereira
 
Telmo- Frei Luís de Sousa
Telmo- Frei Luís de SousaTelmo- Frei Luís de Sousa
Telmo- Frei Luís de Sousa
 
Análise comparativa - Mostrengo e Adamastor
Análise comparativa - Mostrengo e AdamastorAnálise comparativa - Mostrengo e Adamastor
Análise comparativa - Mostrengo e Adamastor
 
Os Maias - Capitulos XII, XV e XVI.
Os Maias - Capitulos XII, XV e XVI. Os Maias - Capitulos XII, XV e XVI.
Os Maias - Capitulos XII, XV e XVI.
 
Os Maias - a ação & titulo e subtítulo
Os Maias - a ação & titulo e subtítuloOs Maias - a ação & titulo e subtítulo
Os Maias - a ação & titulo e subtítulo
 
Despedidas em belém
Despedidas em belémDespedidas em belém
Despedidas em belém
 
Os maias jornalismo português
Os maias  jornalismo portuguêsOs maias  jornalismo português
Os maias jornalismo português
 
Análise Capitulo XV - Os Maias
Análise Capitulo XV -  Os MaiasAnálise Capitulo XV -  Os Maias
Análise Capitulo XV - Os Maias
 
Analise os lusiadas 1
Analise os lusiadas 1Analise os lusiadas 1
Analise os lusiadas 1
 
Crónica de Costumes - Jantar dos Gouvarinho
Crónica de Costumes - Jantar dos Gouvarinho Crónica de Costumes - Jantar dos Gouvarinho
Crónica de Costumes - Jantar dos Gouvarinho
 
A formosura desta fresca serra
A formosura desta fresca serraA formosura desta fresca serra
A formosura desta fresca serra
 

Viewers also liked

Os lusiadas - camões
Os lusiadas - camõesOs lusiadas - camões
Os lusiadas - camõesjulykathy
 
Power Point Ines E éRica
Power Point   Ines E éRicaPower Point   Ines E éRica
Power Point Ines E éRicadmcb
 
Inesdecastro exposioconflitoedesenlace
Inesdecastro exposioconflitoedesenlaceInesdecastro exposioconflitoedesenlace
Inesdecastro exposioconflitoedesenlacearmindaalmeida
 
Pequenos resumos de dois dos episódios de os lusíadas
Pequenos resumos de dois dos episódios de os lusíadasPequenos resumos de dois dos episódios de os lusíadas
Pequenos resumos de dois dos episódios de os lusíadasRenata Sofia
 
Power Point Sobre InêS De Castro
Power Point Sobre InêS De CastroPower Point Sobre InêS De Castro
Power Point Sobre InêS De Castrodmcb
 
Os lusíadas ines de castro
Os lusíadas ines de castroOs lusíadas ines de castro
Os lusíadas ines de castroiCeteApanH
 
Um amor conquistado o mito do amor materno (pdf) (rev)
Um amor conquistado o mito do amor materno (pdf) (rev)Um amor conquistado o mito do amor materno (pdf) (rev)
Um amor conquistado o mito do amor materno (pdf) (rev)Fernanda Câmara
 
D.Pedro e Inês de Castro
D.Pedro e Inês de CastroD.Pedro e Inês de Castro
D.Pedro e Inês de CastroUmberto Pacheco
 
Diapositivos os lusíadas
Diapositivos os lusíadasDiapositivos os lusíadas
Diapositivos os lusíadasmariatpina
 
Inês de castro
Inês de castroInês de castro
Inês de castroLurdes
 
Os Lusíadas - epopeia e estrutura (revisões)
Os Lusíadas - epopeia e estrutura (revisões)Os Lusíadas - epopeia e estrutura (revisões)
Os Lusíadas - epopeia e estrutura (revisões)lurdesmartins
 
Tudo sobre "Os lusíadas"
Tudo sobre "Os lusíadas"Tudo sobre "Os lusíadas"
Tudo sobre "Os lusíadas"Inês Santos
 
Os Lusíadas: sistematização dos Cantos
Os Lusíadas: sistematização dos CantosOs Lusíadas: sistematização dos Cantos
Os Lusíadas: sistematização dos Cantossin3stesia
 

Viewers also liked (19)

Inês de Castro
Inês de CastroInês de Castro
Inês de Castro
 
Os lusiadas - camões
Os lusiadas - camõesOs lusiadas - camões
Os lusiadas - camões
 
Power Point Ines E éRica
Power Point   Ines E éRicaPower Point   Ines E éRica
Power Point Ines E éRica
 
Inesdecastro exposioconflitoedesenlace
Inesdecastro exposioconflitoedesenlaceInesdecastro exposioconflitoedesenlace
Inesdecastro exposioconflitoedesenlace
 
Biografia d. pedro
Biografia d. pedroBiografia d. pedro
Biografia d. pedro
 
Pequenos resumos de dois dos episódios de os lusíadas
Pequenos resumos de dois dos episódios de os lusíadasPequenos resumos de dois dos episódios de os lusíadas
Pequenos resumos de dois dos episódios de os lusíadas
 
D. inês e d. pedro
D. inês e d. pedroD. inês e d. pedro
D. inês e d. pedro
 
Power Point Sobre InêS De Castro
Power Point Sobre InêS De CastroPower Point Sobre InêS De Castro
Power Point Sobre InêS De Castro
 
Os lusíadas ines de castro
Os lusíadas ines de castroOs lusíadas ines de castro
Os lusíadas ines de castro
 
Um amor conquistado o mito do amor materno (pdf) (rev)
Um amor conquistado o mito do amor materno (pdf) (rev)Um amor conquistado o mito do amor materno (pdf) (rev)
Um amor conquistado o mito do amor materno (pdf) (rev)
 
D.Pedro e Inês de Castro
D.Pedro e Inês de CastroD.Pedro e Inês de Castro
D.Pedro e Inês de Castro
 
Diapositivos os lusíadas
Diapositivos os lusíadasDiapositivos os lusíadas
Diapositivos os lusíadas
 
Inês de castro
Inês de castroInês de castro
Inês de castro
 
Episodios lusiadas
Episodios lusiadasEpisodios lusiadas
Episodios lusiadas
 
Os Lusíadas - epopeia e estrutura (revisões)
Os Lusíadas - epopeia e estrutura (revisões)Os Lusíadas - epopeia e estrutura (revisões)
Os Lusíadas - epopeia e estrutura (revisões)
 
Os Lusíadas - a estrutura
Os Lusíadas - a estruturaOs Lusíadas - a estrutura
Os Lusíadas - a estrutura
 
Materia do 9º ano portugues
Materia do 9º ano portuguesMateria do 9º ano portugues
Materia do 9º ano portugues
 
Tudo sobre "Os lusíadas"
Tudo sobre "Os lusíadas"Tudo sobre "Os lusíadas"
Tudo sobre "Os lusíadas"
 
Os Lusíadas: sistematização dos Cantos
Os Lusíadas: sistematização dos CantosOs Lusíadas: sistematização dos Cantos
Os Lusíadas: sistematização dos Cantos
 

Similar to D.Pedro & Inês de Castro

Biografia de Inês de Castro
Biografia de Inês de CastroBiografia de Inês de Castro
Biografia de Inês de CastroAnaRita9
 
D. pedro i e d. inês de castro trabalho de grupo de história ppt
D. pedro i e d. inês de castro   trabalho de grupo de história pptD. pedro i e d. inês de castro   trabalho de grupo de história ppt
D. pedro i e d. inês de castro trabalho de grupo de história pptAna Paiva
 
D. pedro i e d. inês de castro trabalho de grupo de história ppt
D. pedro i e d. inês de castro   trabalho de grupo de história pptD. pedro i e d. inês de castro   trabalho de grupo de história ppt
D. pedro i e d. inês de castro trabalho de grupo de história pptAna Paiva
 
D. pedro i e d. inês de castro trabalho de grupo de história ppt
D. pedro i e d. inês de castro   trabalho de grupo de história pptD. pedro i e d. inês de castro   trabalho de grupo de história ppt
D. pedro i e d. inês de castro trabalho de grupo de história pptAna Paiva
 
D. pedro i e d. inês de castro trabalho de grupo de história ppt
D. pedro i e d. inês de castro   trabalho de grupo de história pptD. pedro i e d. inês de castro   trabalho de grupo de história ppt
D. pedro i e d. inês de castro trabalho de grupo de história pptAna Paiva
 
O contexto sócio-cultural de Pedro & Inês
O contexto sócio-cultural de Pedro & InêsO contexto sócio-cultural de Pedro & Inês
O contexto sócio-cultural de Pedro & InêsGonçalo Silva
 
O Amor de Pedro por Ines
O Amor de  Pedro por InesO Amor de  Pedro por Ines
O Amor de Pedro por InesGloriaAccioly
 
Era uma vez a história de Pedro e Inês
Era uma vez a história de Pedro e InêsEra uma vez a história de Pedro e Inês
Era uma vez a história de Pedro e InêsAmadeu Sousa
 
O Amor De Pedro Por Ines
O Amor De Pedro Por InesO Amor De Pedro Por Ines
O Amor De Pedro Por Inesguest296a9f8
 
O Amor De Pedro Por Ines
O Amor De Pedro Por InesO Amor De Pedro Por Ines
O Amor De Pedro Por Inesguest686530
 
Pedro e ines
Pedro e inesPedro e ines
Pedro e inescab3032
 

Similar to D.Pedro & Inês de Castro (20)

Pedro E InêS
Pedro E InêSPedro E InêS
Pedro E InêS
 
Pedro e inês
Pedro e inêsPedro e inês
Pedro e inês
 
Inês de castro e pedro
Inês de castro e pedroInês de castro e pedro
Inês de castro e pedro
 
Inês de Castro e Pedro
Inês de Castro e PedroInês de Castro e Pedro
Inês de Castro e Pedro
 
Biografia de Inês de Castro
Biografia de Inês de CastroBiografia de Inês de Castro
Biografia de Inês de Castro
 
D. pedro i e d. inês de castro trabalho de grupo de história ppt
D. pedro i e d. inês de castro   trabalho de grupo de história pptD. pedro i e d. inês de castro   trabalho de grupo de história ppt
D. pedro i e d. inês de castro trabalho de grupo de história ppt
 
D. pedro i e d. inês de castro trabalho de grupo de história ppt
D. pedro i e d. inês de castro   trabalho de grupo de história pptD. pedro i e d. inês de castro   trabalho de grupo de história ppt
D. pedro i e d. inês de castro trabalho de grupo de história ppt
 
D. pedro i e d. inês de castro trabalho de grupo de história ppt
D. pedro i e d. inês de castro   trabalho de grupo de história pptD. pedro i e d. inês de castro   trabalho de grupo de história ppt
D. pedro i e d. inês de castro trabalho de grupo de história ppt
 
D. pedro i e d. inês de castro trabalho de grupo de história ppt
D. pedro i e d. inês de castro   trabalho de grupo de história pptD. pedro i e d. inês de castro   trabalho de grupo de história ppt
D. pedro i e d. inês de castro trabalho de grupo de história ppt
 
Pedroe ines
Pedroe inesPedroe ines
Pedroe ines
 
O contexto sócio-cultural de Pedro & Inês
O contexto sócio-cultural de Pedro & InêsO contexto sócio-cultural de Pedro & Inês
O contexto sócio-cultural de Pedro & Inês
 
O Amor de Pedro por Ines
O Amor de  Pedro por InesO Amor de  Pedro por Ines
O Amor de Pedro por Ines
 
O Romance
O RomanceO Romance
O Romance
 
O Romance
O RomanceO Romance
O Romance
 
Inês de castro
Inês de castroInês de castro
Inês de castro
 
Era uma vez a história de Pedro e Inês
Era uma vez a história de Pedro e InêsEra uma vez a história de Pedro e Inês
Era uma vez a história de Pedro e Inês
 
O Amor De Pedro Por Ines
O Amor De Pedro Por InesO Amor De Pedro Por Ines
O Amor De Pedro Por Ines
 
Pedro Por Ines
Pedro Por InesPedro Por Ines
Pedro Por Ines
 
O Amor De Pedro Por Ines
O Amor De Pedro Por InesO Amor De Pedro Por Ines
O Amor De Pedro Por Ines
 
Pedro e ines
Pedro e inesPedro e ines
Pedro e ines
 

More from Chuck Gary

Aviões privados
Aviões privadosAviões privados
Aviões privadosChuck Gary
 
Music Zorba The Greek - Cuidados
Music Zorba The Greek - CuidadosMusic Zorba The Greek - Cuidados
Music Zorba The Greek - CuidadosChuck Gary
 
Fátima - Portugal
Fátima - PortugalFátima - Portugal
Fátima - PortugalChuck Gary
 
Preikestolen pulpito di_roccia
Preikestolen pulpito di_rocciaPreikestolen pulpito di_roccia
Preikestolen pulpito di_rocciaChuck Gary
 
De mi Colombia con amor
De mi Colombia con amorDe mi Colombia con amor
De mi Colombia con amorChuck Gary
 
Redneck Crossing
Redneck CrossingRedneck Crossing
Redneck CrossingChuck Gary
 
Europe flyover
Europe flyoverEurope flyover
Europe flyoverChuck Gary
 
Cidade do Cairo
Cidade do CairoCidade do Cairo
Cidade do CairoChuck Gary
 
L'aiguille du midi
L'aiguille du midiL'aiguille du midi
L'aiguille du midiChuck Gary
 
Hiroshima ou Detroit
Hiroshima ou DetroitHiroshima ou Detroit
Hiroshima ou DetroitChuck Gary
 
Les Meilleurs Photos
Les Meilleurs PhotosLes Meilleurs Photos
Les Meilleurs PhotosChuck Gary
 
Buddhist temple - dhammakaya thai
Buddhist temple - dhammakaya thai Buddhist temple - dhammakaya thai
Buddhist temple - dhammakaya thai Chuck Gary
 
National geographic photos
National geographic photosNational geographic photos
National geographic photosChuck Gary
 
Nature's best photography
Nature's best photographyNature's best photography
Nature's best photographyChuck Gary
 
El hornero (o joão de-barro)
El hornero (o joão de-barro)El hornero (o joão de-barro)
El hornero (o joão de-barro)Chuck Gary
 
Guiné Equatorial
Guiné EquatorialGuiné Equatorial
Guiné EquatorialChuck Gary
 
Quelque part en_france
Quelque part en_franceQuelque part en_france
Quelque part en_franceChuck Gary
 

More from Chuck Gary (20)

Aviões privados
Aviões privadosAviões privados
Aviões privados
 
Music Zorba The Greek - Cuidados
Music Zorba The Greek - CuidadosMusic Zorba The Greek - Cuidados
Music Zorba The Greek - Cuidados
 
Fátima - Portugal
Fátima - PortugalFátima - Portugal
Fátima - Portugal
 
Preikestolen pulpito di_roccia
Preikestolen pulpito di_rocciaPreikestolen pulpito di_roccia
Preikestolen pulpito di_roccia
 
De mi Colombia con amor
De mi Colombia con amorDe mi Colombia con amor
De mi Colombia con amor
 
Redneck Crossing
Redneck CrossingRedneck Crossing
Redneck Crossing
 
Europe flyover
Europe flyoverEurope flyover
Europe flyover
 
Cidade do Cairo
Cidade do CairoCidade do Cairo
Cidade do Cairo
 
Paradise
ParadiseParadise
Paradise
 
L'aiguille du midi
L'aiguille du midiL'aiguille du midi
L'aiguille du midi
 
Hiroshima ou Detroit
Hiroshima ou DetroitHiroshima ou Detroit
Hiroshima ou Detroit
 
Les Meilleurs Photos
Les Meilleurs PhotosLes Meilleurs Photos
Les Meilleurs Photos
 
Tailandia
TailandiaTailandia
Tailandia
 
Buddhist temple - dhammakaya thai
Buddhist temple - dhammakaya thai Buddhist temple - dhammakaya thai
Buddhist temple - dhammakaya thai
 
National geographic photos
National geographic photosNational geographic photos
National geographic photos
 
Nature's best photography
Nature's best photographyNature's best photography
Nature's best photography
 
El hornero (o joão de-barro)
El hornero (o joão de-barro)El hornero (o joão de-barro)
El hornero (o joão de-barro)
 
Guiné Equatorial
Guiné EquatorialGuiné Equatorial
Guiné Equatorial
 
Nabucco
NabuccoNabucco
Nabucco
 
Quelque part en_france
Quelque part en_franceQuelque part en_france
Quelque part en_france
 

D.Pedro & Inês de Castro

  • 1. D. PEDRO e INÊS DE CASTRO
  • 2. UMA HISTÓRIA DE AMOR Produção: Fernando Patronilo d’Araújo Formatação: RE
  • 3. Uma história que foi imortalizada em poemas, novelas, dramas, pinturas, esculturas, e até em composições musicais, e que, mesmo após 650 anos, continua encantando corações. Dom Pedro e Inês de Castro viveram uma das mais belas e trágicas histórias de amor.
  • 4. O príncipe D.Pedro, filho de D.Afonso IV e de D.Beatriz de Castela, nasceu em Coimbra, em 8 de Abril de 1320 e morreu em Lisboa, em 18 de Janeiro de 1367. Reinou de 1357 a 1367 (8º rei de Portugal), como D.Pedro I, o justiceiro , cognome que lhe foi atribuído pelo povo por ter exercido uma justiça exemplar, sem discriminações entre plebeus e nobres.
  • 5. Em 1328, com apenas 8 anos de idade, a princesa D.Branca de Castela, foi-lhe prometida em casamento. Porém o matrimónio não chegou a consumar-se por debilidade física e mental da noiva. Novo consórcio foi tratado em 1334, com a infanta D.Constança, filha de D.João Manuel, infante de Castela. A noiva veio para Portugal, em 1340, acompanhada por um séquito, do qual fazia parte uma aia, sua parente, fidalga de origem bastarda, chamada Inês de Castro, filha do fidalgo castelhano Pedro Fernandez de Castro.
  • 6. Inês de Castro, segundo os poetas, era uma mulher lindíssima, apelidada de “colo de garça” . O príncipe D. Pedro apaixonou-se perdidamente pela bela Inês, esquecendo as conveniências e as reprovações.
  • 7. Ela correspondeu-lhe e passou a ser a sua alma gêmea. Por ela, D. Pedro desprezou as convenções da corte e desafiou, frontalmente, tudo e todos. A corte considerava uma afronta aquela ligação indecorosa pelos problemas morais e religiosos que levantava, bem como pelo perigo que a influência da família dos Castros poderia trazer à coroa portuguesa.
  • 8. Apesar disso tudo, Inês de Castro e D.Pedro viviam, despreocupadamente, o seu idílio nas bucólicas margens do Rio Mondego.
  • 9. Embora o rei compreendesse as razões daquela ligação perigosa, todo o enredo o levou a tomar uma decisão drástica. Todavia, as intrigas que chegavam ao Rei D.Afonso IV, o bravo, apressavam o monarca a agir.
  • 10. Nesta reunião, da qual estiveram presentes, entre outros, Diogo Lopes Pacheco, Álvaro Gonçalves e Pêro Coelho, El-Rei decidiu pela execução de Inês de Castro. Uma reunião do seu Conselho, foi realizada no Castelo de Motemor-o-Velho, em que o acusado, D.Pedro, não esteve presente para se poder defender.
  • 11. Deste modo, foi selado o destino de Inês, sem sequer levarem em conta que ela era mãe de 4 filhos do príncipe D.Pedro: D.Afonso (que morreu de tenra idade), D.João, D.Diniz e D.Beatriz (nascida em Coimbra em 1351).
  • 12. Assim, na manhã sinistra de 7 de Janeiro de 1355, os executores régios, aproveitando a ausência do infante D.Pedro, nas suas habituais caçadas, penetraram no paço e ali mesmo decapitaram aquela que depois de morta foi rainha de Portugal. D. Inês de Castro tinha apenas 30 anos e a sua filha apenas 4 anos.
  • 13. Conseguiu aprisionar 2 deles: Álvaro Gonçalves e Pêro Coelho. O terceiro, Diogo Pacheco, teria trocado de roupa com um mendigo e fugido para parte incerta. Inconsolável com a perda de Inês, D.Pedro chegou a declarar guerra ao pai. A Pêro Coelho, o Rei mandou retirar o coração pelo peito e a Álvaro Gonçalves pelas costas, por os considerar homens sem coração, que destruíram o seu grande amor… Dois anos depois, quando da morte de D.Afonso IV e de sua subida ao trono, aos 37 anos, D.Pedro I diligenciou a captura dos assassinos de D. Inês.
  • 14. para um túmulo delicadamente lavrado, qual renda de pedra, que mandou colocar no Mosteiro de Alcobaça. Cumprida a sua vingança, D.Pedro I ordenou a translação do corpo de Inês, da campa modesta no Mosteiro de Santa Clara, em Coimbra, onde se encontrava,
  • 15. Majestosas honras lhe foram prestadas, sendo o caixão acompanhado por cavaleiros, fidalgos, muito povo, clero e donzelas e homens empunhando círios acesos ao longo do percurso. Chegando ao Mosteiro de Alcobaça, foram celebradas muitas missas e outras cerimônias solenes, até o depósito do caixão na arca tumular.
  • 16. Mais tarde, D.Pedro I mandou esculpir outro monumento, semelhante ao da sua amada, colocando-o em frente ao da sua Inês, para, após a sua morte, permanecer ao lado do seu grande AMOR.
  • 17. Procurando dignificar o nome de Inês de Castro, D.Pedro declarou solenemente, apresentando como testemunhas D.Gil, Bispo da Guarda e Estêvão Lobato, seu criado, que sete anos antes casara com ela em Bragança, tendo esta afirmação pública sido proferida em 12 de Junho de 1360, em Cantanhede.
  • 18. Este inquestionável amor foi imortalizado em poemas, novelas, dramas, pinturas, esculturas, e até em composições musicais, nacionais e estrangeiras, sendo de salientar: “Terceiro Canto de Os Lusíadas, estrofes 120 a 129 ”, de Luís de Camões; “Crónicas” de Garcia de Resende; “Castro”, de António Ferreira, “Reinar después de morir”, Vélez de Guevara. Mais modernamente, “La reine mort”, de H. de Monthernland, etc.
  • 19. D.Inês de Castro e D.Pedro continuam sepultados, até aos dias de hoje, nos magníficos túmulos colocados no transepto da Igreja do Mosteiro de Alcobaça, que são considerados uma das mais belas obras de arquitetura tumular do século XIV.
  • 20. O episódio do coroamento e beija-mão da rainha morta, que entrou para a literatura e se difundiu no conhecimento popular, não tem base documental. Segundo o historiador António de Vasconcelos, trata-se de uma fantasia surgida em 1577, quando o escritor castelhano Fr.Jerónimo Bermudez deu largas à imaginação na exposição de cenas tétricas.
  • 21. Dentre as obras literárias dedicadas à saga de Inês de Castro, a mais famosa, sem dúvida, é a de Luís de Camões, contida no Canto III dos LUSÍADAS, editado em 1572. As estrofes 120 a 129 do Terceiro Canto dos Lusíadas, classificadas como as mais importantes, são reproduzidas a seguir.
  • 22. LUSÍADAS Canto terceiro, estrofes120 a 129 Luís de Camões Estavas, linda Inês, posta em sossego, De teus anos colhendo o doce fruto, Naquele engano da alma, ledo e cego, Que a Fortuna não deixa durar muito; Nos saudosos campos do Mondego, De teus formosos olhos nunca enxuto, Aos montes ensinando e às ervinhas O nome que no peito escrito tinhas. Do teu príncipe ali te respondiam As lembranças que na alma lhe moravam, Que sempre ante seus olhos te traziam, Quando dos teus formosos se apartavam; De noite, em doces sonhos que mentiam, De dia, em pensamentos que voavam, E quanto enfim cuidava e quanto via Eram tudo memórias de alegria. Clique para avançar
  • 23. De outras belas senhoras e princesas Os desejados tálamos enjeita, Que tudo enfim, tu, puro amor, desprezas, Quando um gesto suave te sujeita. Vendo estas namoradas estranhezas, O velho pai sesudo, que respeita O murmurar do povo e a fantasia Do filho, que casar-se não queria, Tirar Inês ao mundo determina, Por lhe tirar o filho que tem preso, Crendo co'o sangue só da morte indina Matar do firme amor o fogo aceso, Que furor consentiu que a espada fina, Que pôde sustentar o grande peso Do furor Mauro, fosse alevantada Contra uma fraca dama delicada? Traziam-na os horríficos algozes Ante o rei, já movido a piedade; Mas o povo, com falsas e ferozes Razões, à morte crua o persuade. Ela, com tristes e piedosas vozes, Saídas só da mágoa e saudade Do seu príncipe e filhos, que deixava, Que mais que a própria morte a magoava,
  • 24. Para o céu cristalino alevantando Com lágrimas os olhos piedosos (Os olhos, porque as mãos lhe estava atando Um dos duros ministros rigorosos), E depois nos meninos atentando, Que tão queridos tinha e tão mimosos, Cuja orfandade como mãe temia, Para o avô cruel assim dizia: "Se já nas brutas feras, cuja mente Natura fez cruel de nascimento, E nas aves agrestes, que somente - Nas rapinas aéreas tem o intento, Com pequenas crianças viu a gente Terem tão piedoso sentimento, Como co'a mãe de Nino já mostraram E co'os irmãos que Roma edificaram,
  • 25. Ó tu, que tens de humano o gesto e o peito (Se de humano é matar uma donzela Fraca e sem força, só por ter sujeito O coração a quem soube vencê-la), A estas criancinhas tem respeito, Pois o não tens à morte escura dela; Mova-te a piedade sua e minha, Pois te não move a culpa que não tinha. E se, vencendo a Maura resistência, A morte sabes dar com fogo e ferro, Sabe também dar vida com clemência A quem para perdê-la não fez erro; Mas, se to assim merece esta inocência, Põe-me em perpétuo e mísero desterro, Na Cítia fria ou lá na Líbia ardente, Onde em lágrimas viva eternamente. Põe-me onde se use toda a feridade, Entre leões e tigres, e verei Se neles achar posso a piedade Que entre peitos humanos não achei, Ali, co'o amor intrínseco e vontade Naquele por quem morro, criarei Estas relíquias suas, que aqui viste, Que refrigério sejam da mãe triste."
  • 26. FONTES TEXTO Dicionário Encicliopédico Ediclube, Volumes I e XIV, p.199,200 e 4717; GIL, A. Pedro, e tal. “Os grandes julgamentos – O processo de D. Inês de Castro”, Edição dos Amigos do Livro, Editores, Lda, p.115 a 265; VIEIRA, Afonso Lopes, “A Paixão de Pedro, o Cru”, Lisboa, 1943; FERREIRA, Augusta Pablo Trindade, “Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça”, ELO-Publicidade, Artes Gráficas, Lda., IPPAR, 1993, p 1 a 17. www.arqnet.pt/portal/portugal/temashistoria/pedro1 http://www.hotel-dona-ines.pt/Geral/Historia.html http://www.ippar.pt/monumentos/conjunto_alcobaca.html IMAGENS D.Pedro I e D.Afonso IV : http://genealogia.sapo.pt/pessoas/pes_foto_all.php?start=64&idx=0&show=a Inês de Castro : montagem baseada na imagem de http//:estagioesdica.no.sapo.pt/ Membros da Corte : http://www.unav.es/ha/06-hist/trajes.htm Rio Mondego : http://caneiro.no.sapo.pt/index1.htm Castelo de Motemor-o-Velho: http://www.20six.fr/Lunaisy/archive/2004/07/ Assassinato de Inês : http://www.ciberjob.org/mujeres/historia/ines/ Mosteiro de Santa Clara : http://papeldeparede.weblog.com.pt/arquivo/cat_aprender_portugal.html Mosteiro de Alcobaça : http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/momentos/medieval/ Túmulos de Inês e Pedro : http://www.sights-and-ulture.com/Portugal/Alcobaca.html Inês de Castro em bronze : http://www.malhatlantica.pt/.../ Hist%F3rico/ines/ Luís de Camões : http://www.instituto-camoes.pt/escritores/camoes/camoescoment.htm MÚSICA Kazaa – Concerto Nº 2 Adagio, de Rachmaninoff