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O pOder dO branding
                                   na gestãO
                                                                       Cesar Queiroz
                                                                Sócio e Estrategista da 2DA




                     Empresas eficazes têm muito claro qual o negócio em que atuam e a ‘teoria
                     da firma’ que as direcionam. O Branding1 ajuda organizações a entenderem
                     quem e como são. Esse entendimento traz clareza sobre o negócio e a
                     ‘teoria da firma’ de uma empresa, contribuindo de forma poderosa para sua
                     eficácia.

                     Apesar dos vários problemas gerenciais - desalinhamento de equipes, alta
                     rotatividade, baixo foco no consumidor, dificuldade de gerenciar informações
                     e priorizar o que fazer - esse é o principal desafio dos gestores: clareza.
                     Compreender profundamente o negócio e a ‘teoria da firma’.




01
                                                           Organizações eficazes têm
                                                           muito claro qual é o negócio
                                                           em que atuam e a teoria da
                                                           firma as direcionam, diz o
                                                           ‘pai da gestão’, o austríaco
                                                           peter drucker2.

     Peter Drucker


                     Tal entendimento ajuda a criar o contexto no qual, juntas, as pessoas
                     pertencem e participam de uma empreitada comum com uma visão,
                     objetivos e valores compartilhados. Para tal fim, a gestão não é sobre



                     1
                       Branding é um modelo de gestão em que a marca é colocada no centro das decisões
                     corporativas. É um processo contínuo que visa conectar pessoas e marcas através da gestão dos
                     significados em cada ponto de contato que tem com os públicos estratégicos.
                     2
                         DRUCKER, Peter (1993). Management - Tasks, Responsibilities, Practices. Harper Business.
técnicas, truques e artifícios, ou um conjunto de ferramentas analíticas,
                                    apesar de tudo isto ser, também, importante. Ela é sobre pessoas; e
                                    sobre a integração dessas pessoas em um empreendimento comum. Por
                                    isso é importante a compreensão da cultura, personalidade e história
                                    da empresa em função de seu caráter direcionador. Para entender pois,
                                    o negócio e a ‘teoria da firma’ de uma organização é preciso ter clareza
                                    sobre quem ela é.



                                    a ‘teoria da firma’

                                    A ‘teoria da firma’ é o conjunto de pressupostos e
                                    premissas que dão forma ao comportamento da
O poder do branding para a gestão




                                    empresa, ditam suas decisões sobre o que fazer e o
                                    que não fazer, e definem o que é ou não sucesso. Essas
                                    premissas são sobre os mercados, sobre entender os
                                    clientes e concorrentes, seus valores e comportamentos.
                                    Elas são sobre a tecnologia e sua dinâmica, sobre as
                                    fraquezas e forças. Elas são sobre o que a empresa
                                    pensa vender, diz Drucker3 .

                                    As organizações, sejam elas empresas ou não, operam
                                    baseadas em uma ‘teoria da firma’ construída sob um
                                    conjunto de pressupostos que as guiam e conduzem.
                                    Podem ser poderosos catalisadores de crescimento
                                    dependendo se dão ou não conta da realidade. É, pois,
                                    extremamente poderosa quando é clara, consistente e
                                    compartilhada por toda a organização. Direciona ações e
                                    decisões da equipe. Orienta a forma de olhar e se portar.

02                                  Por serem formados por grupos de pessoas,
                                    empreendimentos nascem e crescem sob a ‘teoria da
                                    firma’. Sem ela não há organização, mas um bando de
                                    indivíduos. O empreendedor individual é exceção. Não
                                    carece saber, analisar e explicitá-la. Sozinho, ele é quem
                                    pensa, analisa e executa.

                                    Porém, acordos e compromissos em grupo, se não
                                    firmados na ‘teoria da firma’, vão e vem, nascem e
                                    desaparecem. Requer portanto compromisso interno
                                    e com cada cliente. Envolve decisões sobre produtos e
                                    serviços, investimentos, instalações e principalmente
                                    pessoas.

                                    Ter clareza da ‘teoria da firma’ é portanto parte
                                    fundamental na eficácia e sucesso das organizações.




                                    3
                                      DRUCKER, Peter (1994), Theory Of The Business, Harvard Business Review, September-
                                    October, pp 95-106.
O negócio

                                    Para responder à pergunta, ‘qual é o nosso negócio?’,
                                    não há outra forma senão olhar para fora, onde se
                                    encontra a função, propósito e razão de existir da
                                    empresa: o cliente. Ele é uma pessoa, como nós, que
                                    respiramos, emocionamos e decidimos. É guiado por
                                    valores e motivações e formado por uma identidade.

                                    Ele jamais considera como valor um produto ou serviço
                                    em si. Para ele, o importante é o que tais produtos,
                                    serviços e organizações representam e significam.
O poder do branding para a gestão




                                                             Não me ofereça coisas...
                                                             Não me ofereça sapatos.
                                                             Ofereça-me a comodidade para meus pés e o
                                                             prazer de caminhar.
                                                             Não me ofereça casa.
                                                             Ofereça-me segurança, conforto e um lugar que
                                                             prime pela limpeza e felicidade.
                                                             Não me ofereça livros.
                                                             Ofereça-me horas de prazer e o benefício do
                                                             conhecimento.
                                                             Não me ofereça discos.
                                                             Ofereça-me lazer e a sonoridade da música.
                                                             Não me ofereça ferramentas.
                                                             Ofereça-me o benefício e o prazer de fazer
03                                                           coisas bonitas.
                                                             Não me ofereça móveis.
                                                             Ofereça-me conforto e tranquilidade de um
                                                             ambiente aconchegante.
                                                             Não me ofereça coisas.
                                                             Ofereça-me idéias, emoções, ambiência,
                                                             sentimentos e benefícios.
                                                             Por favor, não me ofereça coisas...
                                                                                           Autor desconhecido


                                    Portanto quem determina o negócio de uma empresa,
                                    somos nós, clientes. O que ela pensa produzir muitas
                                    vezes é irrelevante. Porém ganham relevância negócios
                                    que expressam quem somos, que representam nossa
                                    identidade, que diz sobre nós e assim conectam conosco.
                                    Ter claro e visível qual é o negócio é, pois, fundamental
                                    para a eficácia das empresas.
Como o branding traz clareza para
                                    os desafios da gestão?
                                    Para entender qual o negócio e a ‘teoria da firma’ é necessário
                                    compreender quem e como é a empresa. O branding é um processo pelo
                                    qual as organizações continuamente questionam-se quem e como são.
                                    Ele revela a identidade de um grupo, as conexões estabelecidas dentro e
                                    fora e os sentidos construídos. Indico três pontos em que o branding traz
                                    clareza e ajuda a entender o negócio e a ‘teoria da firma’ e assim contribui
                                    para a eficácia do negócio.
O poder do branding para a gestão




                                    1. O branding revela a identidade organizacional

                                    Qual a identidade da empresa, sua essência, personalidade, ‘alma’, o
                                    ‘sangue que corre em suas veias’? Não existe organização ou grupo de
                                    pessoas unido por uma razão sem a cola, o imã que traz pertencimento,
                                    que aponta o propósito, a razão de existir. Qual o movimento, a causa, a
                                    revolução, a luta, que dá sentido, significado, que estabelece vínculos, que
                                    emociona e conecta, que aponta aonde chegar?

                                    Esse é o ponto de partida do branding. Não a superficialidade, mas o que
                                    está no fundo, o que rege os pensamentos e ambições. As premissas,
                                    valores e normas, visões, ideais, a cultura. Quem nós somos? O que
                                    nos define? Como enxergamos o mundo e a nós mesmos? Em que
                                    acreditamos? Estamos em busca de que?

                                    O branding busca, pois, entender a identidade e o que conecta interna
04                                  e externamente as pessoas. Compreende os significados e sentidos
                                    construídos, acessa os valores e motivações das equipes e clientes.
                                    Equipes não estão em busca de dinheiro. Clientes não compram produtos
                                    ou serviços. Buscam e compram sonhos, esperança, sentimentos,
                                    emoções, experiências, possibilidades.

                                    2. O branding direciona a estrutura da empresa e suas marcas

                                    Como a empresa é organizada? É centralizada ou decentralizada? Até que
                                    ponto? Tem divisões, unidades, marcas? Como as partes se relacionam e
                                    são apresentadas como um todo?

                                    A arquitetura de marca é a estruturação da empresa, suas divisões e
                                    marcas em um organização coerente que otimiza sua gestão e promove
                                    entendimento pelos clientes e partes interessadas (mídia, parceiros,
                                    fornecedores, governo, associações). Gera valor ao promover a coerência do
                                    conjunto. Deve portanto, ajudar clientes e interessados a entenderem, sem
                                    esforço, a empresa.

                                    Basicamente a arquitetura de marca pode ser dividida em: corporativa,
                                    endossada e multimarcas. Existem, claro, múltiplas variantes dessas
                                    estruturas primárias. O importante é que ela favoreça a gestão e a
                                    simplicidade na percepção da empresa e suas marcas.
BSN
                                                                                       Na Corporativa, ou Monolítica, apenas um nome
                                                                                       e uma identidade visual é usada para descrever
                                                                                       tudo que a organização faz. Muitas empresas
                                       BSN         BSN            BSN      BSN         japonesas, como a Mitsubishi, se estruturam
                                     Engenharia   Química         Metal   Plástico     nesse modelo. No Brasil, a Usiminas, desde 2009,
                                                                                       tem se reorganizado de uma estrutura
                                                                                       multimarca para uma monolítica.

                                                            BSN                        A Endossada é o caso de organizações que se
                                                                                       dispõem de uma série de marcas, cada qual com
                                                                                       seu nome e identidade visual, mas vistas como
                                                                                       parte de um todo. A Duratex, por exemplo, com
                                                                                       suas marcas Deca e Hydra.
O poder do branding para a gestão




                                     BROWNS       SMITHS          JONES   CLARK
                                     Engenharia   Químico         Metal   Plástico
                                                                                       A Multimarca, é aquela em que cada marca ou
                                                                                       unidade é projetada separadamente para os
                                                            BSN                        clientes que a enxergam de forma independente.
                                                                                       Cada produto ou serviço dispõe assim de uma
                                                                                       marca individual sem relação com as outras. O
                                                                                       grupo SBF, por exemplo, é pouco conhecido mas
                                     BROWNS       SMITHS          JONES   CLARK        detêm importantes marcas: Centauro, By Tennis
                                     Engenharia   Químico         Metal   Plástico
                                                                                       e Almax Sports.
                                    Três formas básicas de estruturar a empresa e
                                    suas marcas. Adaptado de Olins, 1989




                                                             3. O branding ajuda a empresa a se expressar
                                                             e influencia a forma como é percebida
05
                                                             O branding não apenas tem como ponto de partida a identidade
                                                             organizacional, os sentidos firmados com as pessoas, clientes, e o
                                                             alinhamento entre gestores e equipes. O que adianta ter clareza sobre
                                                             quem é a empresa e ela se expressar de outra forma?

                                                             A cada contato, pessoas devem sentir a coerência organizacional. Em cada
                                                             ponto tocado sentir que é o mesmo grupo, com sua personalidade própria e
                                                             distinta.

                                                                                         Em uma marca, toda a experiência, desde o
                                                                                         primeiro contato, deve reforçar e sublinhar
                                                                                         confiança. Tudo deve se conectar. Cada
                                                                                         pedacinho deve reforçar todo o resto. A
                                                                                         marca deve sempre ser sentida como a
                                                                                         mesma, onde quer que você a toque, ou
                                                                                         entre em contato com ela. Seja na compra,
                                                                                         na venda, firmando parceria ou entrando
                                                                                         em contato com ela de alguma forma. Deve
                                                                                         sempre haver coerência de atitude, estilo, e
                                                                                         cultura. E isso significa que nada deve estar
                                                                                         fora do lugar. Nada pode escapar.


                                    Wally Olins
Os quatro vetores4 da expressão da identidade organizacional ajudam a
                                                       focar nos pontos cruciais de interação:


                                    1. produto/serviços         O que a empresa faz ou vende

                                    2. ambiente                 Onde a empresa faz ou vende –                       O lugar ou contexto físico

                                    3. Comunicação              Como a empresa descreve e diz o que faz

                                    4. Comportamento            Como comportam as pessoas da empresa entre si e com os de fora.


                                                       1. O que a empresa faz ou vende deve
                                                       expressar quem ela é. O som ao fechar a
O poder do branding para a gestão




                                                       porta de um veículo diz muito sobre quem
                                                       o criou. Seu cheiro, acabamento, detalhes,
                                                       diz e revela como a empresa pensa, o que a
                                                       preocupa e direciona.

                                                       2. Onde a empresa cria e desenvolve
                                                       produtos e serviços deve comunicar
                                                       sua identidade. A iluminação, textura,
                                                       organização do espaço, diz muito sobre
                                                       seu jeito de ser. O sentimento do ambiente
                                                       estimula as pessoas, deve portanto carregar
                                                       a visão e a ‘alma’ da organização.

                                                       3. A forma como a empresa fala sobre si,
                                                       deve expressar sua personalidade. O tom
                                                       de voz, conteúdo e imagens revela como ela
06                                                     pensa e decide, o que prioriza, como enxerga
                                                       a si mesma e sua importância para cada
                                                       pessoa.

                                                       4. O comportamento das equipes deve
                                                       expressar os valores e o que move a
                                                       empresa. A forma de escutar e falar revela,
                                                       profundamente, sobre seu compromisso
                                                       e promessa. Diz muito sobre o que ela
                                                       compreende dos clientes e seus sonhos.



                                                       O branding, portanto, é um olhar e um processo que ajuda a compreender
                                                       a identidade e personalidade de uma empresa, sua estrutura e expressão.
                                                       Essa compreensão traz clareza sobre seu negócio e ‘teoria da firma’.
                                                       O branding portanto não é sobre estética e preferencia pessoal, ao
                                                       contrário, é um processo e jornada em busca de respostas existenciais
                                                       que contribuem para a eficácia dos negócios.




                                                       4
                                                           OLINS, Wally (1989). Corporate Identity - Making Business Strategy Visible Through Design.
www.2da.com.br
2da@2da.com.br

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O poder do branding para trazer clareza sobre o negócio e a teoria da firma

  • 1. O pOder dO branding na gestãO Cesar Queiroz Sócio e Estrategista da 2DA Empresas eficazes têm muito claro qual o negócio em que atuam e a ‘teoria da firma’ que as direcionam. O Branding1 ajuda organizações a entenderem quem e como são. Esse entendimento traz clareza sobre o negócio e a ‘teoria da firma’ de uma empresa, contribuindo de forma poderosa para sua eficácia. Apesar dos vários problemas gerenciais - desalinhamento de equipes, alta rotatividade, baixo foco no consumidor, dificuldade de gerenciar informações e priorizar o que fazer - esse é o principal desafio dos gestores: clareza. Compreender profundamente o negócio e a ‘teoria da firma’. 01 Organizações eficazes têm muito claro qual é o negócio em que atuam e a teoria da firma as direcionam, diz o ‘pai da gestão’, o austríaco peter drucker2. Peter Drucker Tal entendimento ajuda a criar o contexto no qual, juntas, as pessoas pertencem e participam de uma empreitada comum com uma visão, objetivos e valores compartilhados. Para tal fim, a gestão não é sobre 1 Branding é um modelo de gestão em que a marca é colocada no centro das decisões corporativas. É um processo contínuo que visa conectar pessoas e marcas através da gestão dos significados em cada ponto de contato que tem com os públicos estratégicos. 2 DRUCKER, Peter (1993). Management - Tasks, Responsibilities, Practices. Harper Business.
  • 2. técnicas, truques e artifícios, ou um conjunto de ferramentas analíticas, apesar de tudo isto ser, também, importante. Ela é sobre pessoas; e sobre a integração dessas pessoas em um empreendimento comum. Por isso é importante a compreensão da cultura, personalidade e história da empresa em função de seu caráter direcionador. Para entender pois, o negócio e a ‘teoria da firma’ de uma organização é preciso ter clareza sobre quem ela é. a ‘teoria da firma’ A ‘teoria da firma’ é o conjunto de pressupostos e premissas que dão forma ao comportamento da O poder do branding para a gestão empresa, ditam suas decisões sobre o que fazer e o que não fazer, e definem o que é ou não sucesso. Essas premissas são sobre os mercados, sobre entender os clientes e concorrentes, seus valores e comportamentos. Elas são sobre a tecnologia e sua dinâmica, sobre as fraquezas e forças. Elas são sobre o que a empresa pensa vender, diz Drucker3 . As organizações, sejam elas empresas ou não, operam baseadas em uma ‘teoria da firma’ construída sob um conjunto de pressupostos que as guiam e conduzem. Podem ser poderosos catalisadores de crescimento dependendo se dão ou não conta da realidade. É, pois, extremamente poderosa quando é clara, consistente e compartilhada por toda a organização. Direciona ações e decisões da equipe. Orienta a forma de olhar e se portar. 02 Por serem formados por grupos de pessoas, empreendimentos nascem e crescem sob a ‘teoria da firma’. Sem ela não há organização, mas um bando de indivíduos. O empreendedor individual é exceção. Não carece saber, analisar e explicitá-la. Sozinho, ele é quem pensa, analisa e executa. Porém, acordos e compromissos em grupo, se não firmados na ‘teoria da firma’, vão e vem, nascem e desaparecem. Requer portanto compromisso interno e com cada cliente. Envolve decisões sobre produtos e serviços, investimentos, instalações e principalmente pessoas. Ter clareza da ‘teoria da firma’ é portanto parte fundamental na eficácia e sucesso das organizações. 3 DRUCKER, Peter (1994), Theory Of The Business, Harvard Business Review, September- October, pp 95-106.
  • 3. O negócio Para responder à pergunta, ‘qual é o nosso negócio?’, não há outra forma senão olhar para fora, onde se encontra a função, propósito e razão de existir da empresa: o cliente. Ele é uma pessoa, como nós, que respiramos, emocionamos e decidimos. É guiado por valores e motivações e formado por uma identidade. Ele jamais considera como valor um produto ou serviço em si. Para ele, o importante é o que tais produtos, serviços e organizações representam e significam. O poder do branding para a gestão Não me ofereça coisas... Não me ofereça sapatos. Ofereça-me a comodidade para meus pés e o prazer de caminhar. Não me ofereça casa. Ofereça-me segurança, conforto e um lugar que prime pela limpeza e felicidade. Não me ofereça livros. Ofereça-me horas de prazer e o benefício do conhecimento. Não me ofereça discos. Ofereça-me lazer e a sonoridade da música. Não me ofereça ferramentas. Ofereça-me o benefício e o prazer de fazer 03 coisas bonitas. Não me ofereça móveis. Ofereça-me conforto e tranquilidade de um ambiente aconchegante. Não me ofereça coisas. Ofereça-me idéias, emoções, ambiência, sentimentos e benefícios. Por favor, não me ofereça coisas... Autor desconhecido Portanto quem determina o negócio de uma empresa, somos nós, clientes. O que ela pensa produzir muitas vezes é irrelevante. Porém ganham relevância negócios que expressam quem somos, que representam nossa identidade, que diz sobre nós e assim conectam conosco. Ter claro e visível qual é o negócio é, pois, fundamental para a eficácia das empresas.
  • 4. Como o branding traz clareza para os desafios da gestão? Para entender qual o negócio e a ‘teoria da firma’ é necessário compreender quem e como é a empresa. O branding é um processo pelo qual as organizações continuamente questionam-se quem e como são. Ele revela a identidade de um grupo, as conexões estabelecidas dentro e fora e os sentidos construídos. Indico três pontos em que o branding traz clareza e ajuda a entender o negócio e a ‘teoria da firma’ e assim contribui para a eficácia do negócio. O poder do branding para a gestão 1. O branding revela a identidade organizacional Qual a identidade da empresa, sua essência, personalidade, ‘alma’, o ‘sangue que corre em suas veias’? Não existe organização ou grupo de pessoas unido por uma razão sem a cola, o imã que traz pertencimento, que aponta o propósito, a razão de existir. Qual o movimento, a causa, a revolução, a luta, que dá sentido, significado, que estabelece vínculos, que emociona e conecta, que aponta aonde chegar? Esse é o ponto de partida do branding. Não a superficialidade, mas o que está no fundo, o que rege os pensamentos e ambições. As premissas, valores e normas, visões, ideais, a cultura. Quem nós somos? O que nos define? Como enxergamos o mundo e a nós mesmos? Em que acreditamos? Estamos em busca de que? O branding busca, pois, entender a identidade e o que conecta interna 04 e externamente as pessoas. Compreende os significados e sentidos construídos, acessa os valores e motivações das equipes e clientes. Equipes não estão em busca de dinheiro. Clientes não compram produtos ou serviços. Buscam e compram sonhos, esperança, sentimentos, emoções, experiências, possibilidades. 2. O branding direciona a estrutura da empresa e suas marcas Como a empresa é organizada? É centralizada ou decentralizada? Até que ponto? Tem divisões, unidades, marcas? Como as partes se relacionam e são apresentadas como um todo? A arquitetura de marca é a estruturação da empresa, suas divisões e marcas em um organização coerente que otimiza sua gestão e promove entendimento pelos clientes e partes interessadas (mídia, parceiros, fornecedores, governo, associações). Gera valor ao promover a coerência do conjunto. Deve portanto, ajudar clientes e interessados a entenderem, sem esforço, a empresa. Basicamente a arquitetura de marca pode ser dividida em: corporativa, endossada e multimarcas. Existem, claro, múltiplas variantes dessas estruturas primárias. O importante é que ela favoreça a gestão e a simplicidade na percepção da empresa e suas marcas.
  • 5. BSN Na Corporativa, ou Monolítica, apenas um nome e uma identidade visual é usada para descrever tudo que a organização faz. Muitas empresas BSN BSN BSN BSN japonesas, como a Mitsubishi, se estruturam Engenharia Química Metal Plástico nesse modelo. No Brasil, a Usiminas, desde 2009, tem se reorganizado de uma estrutura multimarca para uma monolítica. BSN A Endossada é o caso de organizações que se dispõem de uma série de marcas, cada qual com seu nome e identidade visual, mas vistas como parte de um todo. A Duratex, por exemplo, com suas marcas Deca e Hydra. O poder do branding para a gestão BROWNS SMITHS JONES CLARK Engenharia Químico Metal Plástico A Multimarca, é aquela em que cada marca ou unidade é projetada separadamente para os BSN clientes que a enxergam de forma independente. Cada produto ou serviço dispõe assim de uma marca individual sem relação com as outras. O grupo SBF, por exemplo, é pouco conhecido mas BROWNS SMITHS JONES CLARK detêm importantes marcas: Centauro, By Tennis Engenharia Químico Metal Plástico e Almax Sports. Três formas básicas de estruturar a empresa e suas marcas. Adaptado de Olins, 1989 3. O branding ajuda a empresa a se expressar e influencia a forma como é percebida 05 O branding não apenas tem como ponto de partida a identidade organizacional, os sentidos firmados com as pessoas, clientes, e o alinhamento entre gestores e equipes. O que adianta ter clareza sobre quem é a empresa e ela se expressar de outra forma? A cada contato, pessoas devem sentir a coerência organizacional. Em cada ponto tocado sentir que é o mesmo grupo, com sua personalidade própria e distinta. Em uma marca, toda a experiência, desde o primeiro contato, deve reforçar e sublinhar confiança. Tudo deve se conectar. Cada pedacinho deve reforçar todo o resto. A marca deve sempre ser sentida como a mesma, onde quer que você a toque, ou entre em contato com ela. Seja na compra, na venda, firmando parceria ou entrando em contato com ela de alguma forma. Deve sempre haver coerência de atitude, estilo, e cultura. E isso significa que nada deve estar fora do lugar. Nada pode escapar. Wally Olins
  • 6. Os quatro vetores4 da expressão da identidade organizacional ajudam a focar nos pontos cruciais de interação: 1. produto/serviços O que a empresa faz ou vende 2. ambiente Onde a empresa faz ou vende – O lugar ou contexto físico 3. Comunicação Como a empresa descreve e diz o que faz 4. Comportamento Como comportam as pessoas da empresa entre si e com os de fora. 1. O que a empresa faz ou vende deve expressar quem ela é. O som ao fechar a O poder do branding para a gestão porta de um veículo diz muito sobre quem o criou. Seu cheiro, acabamento, detalhes, diz e revela como a empresa pensa, o que a preocupa e direciona. 2. Onde a empresa cria e desenvolve produtos e serviços deve comunicar sua identidade. A iluminação, textura, organização do espaço, diz muito sobre seu jeito de ser. O sentimento do ambiente estimula as pessoas, deve portanto carregar a visão e a ‘alma’ da organização. 3. A forma como a empresa fala sobre si, deve expressar sua personalidade. O tom de voz, conteúdo e imagens revela como ela 06 pensa e decide, o que prioriza, como enxerga a si mesma e sua importância para cada pessoa. 4. O comportamento das equipes deve expressar os valores e o que move a empresa. A forma de escutar e falar revela, profundamente, sobre seu compromisso e promessa. Diz muito sobre o que ela compreende dos clientes e seus sonhos. O branding, portanto, é um olhar e um processo que ajuda a compreender a identidade e personalidade de uma empresa, sua estrutura e expressão. Essa compreensão traz clareza sobre seu negócio e ‘teoria da firma’. O branding portanto não é sobre estética e preferencia pessoal, ao contrário, é um processo e jornada em busca de respostas existenciais que contribuem para a eficácia dos negócios. 4 OLINS, Wally (1989). Corporate Identity - Making Business Strategy Visible Through Design.