Este relatório apresenta a 1a Conferência Municipal de Políticas para as Mulheres de Feira de Santana. O documento descreve o contexto político e institucional do município, a situação das mulheres locais, e os objetivos e atividades da conferência. A conferência reuniu diversos segmentos da sociedade civil para debater propostas em áreas temáticas e eleger delegadas para a conferência estadual.
1. 2011
RELATÓRIO FINAL
1ª Conferência Municipal de Políticas para Mulheres
Governo Municipal de Feira de
Santana
Secretaria Municipal de
Desenvolvimento Social - SEDESO
Centro de Referência Maria
Quitéria - CRMQ
4. Impressão
Centro de Referência Maria Quitéria
Distribuição Gratuita
Feira de Santana, BA, 28 de setembro de 2011.
É permitida a reprodução parcial ou total deste documento, desde que citada à fonte.
5. Equipe do Centro de Referência Maria Quitéria - CRMQ
Maria Luiza da Silva Coelho Romilda Paim Bispo Thimoteo
Coordenadora Geral Serviços Gerais
Anna Carolina Freitas de Souza Ana Claúdia Cruz dos Santos
Advogada Vigilante
Daniela Souza Silva Antonio Neri de Jesus
Assistente Social Motorista
Dayana Lima Dantas Valverde Roosevelt Souza Pires Coelho
Psicóloga Motorista
Ideojane Melo Conceição
Pedagoga
Johene Silva Paim
Assistente Social
Laila Arapiraca Gomes Magalhães
Psicóloga
Maria Josailma Ferreira Lima Santos
Estagiária de Serviço Social
Mercia dos Santos Silva Nascimento
Estagiária de Serviço Social
Celiana de Araujo Machado
Técnica Administrativo
Elisnan Campos Lima
Técnica Administrativo
6. Siglas
APAEB Associação de Desenvolvimento Sustentável e Solidário da Região Sisaleira
APLB Sindicato dos Trabalhadores em educação dos Estado da Bahia
CGBT Central Geral dos Trabalhadores
CICAF Centro Integrado de Capacitação e Apoio ao Adolescente e à Família
CMDDM Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Mulher
CMPM Conferência Municipal de Políticas para as Mulheres
CRMQ Centro de Referência Maria Quitéria
CUT Central Única dos Trabalhadores
DEAM Delegacia Especializada de Atenção à Mulher
EBDA Empresa Baiana de Desenvolvimento Agricula
FAN Faculdade Nobre
FENACAB Federação Nacional do Culto Afro-Brasileiro
FETAG Federaçao dos Trabalhadores na Agricultura
FETRAF Federacao dos Trabalhadores na Agricultura Familiar
FTC Faculdade de Tecnologia e Ciências
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
MNU Movimento Negro Unificado
MOC Movimento Organizado Comunitário
MOMDEC Movimento de Organização de Mulheres em Defesa da Cidadania
MST Movimento dos Trabalhadores Sem Terra
MULIERIBUS Núcleo de Estudos das Mulher e Relação de Gênero
NENUEFS Núcleo de Estudantes Negros e Negras da UEFS
OAB Ordem dos Advogados do Brasil
ONDUGÊ
PEPPM Plano Estadual de Políticas para as Mulheres
SEDESO Secretaria de Desenvolvimento Social
SEPREV Secretaria de Prevenção à Violência
SINCOFS Sind. dos Trabalhadores Costura e Calçados de Feira de Santana
SINDACS Sind. de Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Comb. às Edemias
SINDAE Sindi. dos Trabs. de Água e Esgoto do Estado da Bahia
SME Secretaria Municipal de Educação
SMS Secretaria Municipal de Saúde
STR Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais
UEFS Universidade Estadual de Feira de Santana
UFRB Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
7. UNEGRO União de Negros Pela Igualdade
UNIASSELVI Centro Universitário Leonardo Da Vinci
UNOPAR Universidade do Norte do Pará
8. RELATÓRIO FINAL
Comissão Organizadora da 1ª Conferência Municipal de Políticas para as Mulheres
Ione Montenegro Mansur de Carvalho Urânia do Carmo Rodrigues Santa Bárbara
Secretaria de Desenvolvimento Social – Movimento Negro Unificado – MNU
SEDESO
Maria Clara Silva
Maria Luiza da Silva Coelho Sindicato dos Bancários de Feira de
Centro de Referência Maria Quitéria - Santana.
CRMQ
Sub Comissões
Ana Virgínia Oliveira Paim
Delegacia de Atenção à Mulher – DEAM Alvaiza Conceição Cerqueira da Cruz
Movimento de Organização de Mulheres
anização
Antonia Del Carmem Rios em Defesa da Cidadania – MOMDEC
Secretaria de Saúde – SMS
Christine Cerqueira da Cruz
Luciana Lima Flores Nascimento Movimento de Organização de Mulheres
Secretaria de Prevenção à Violência – em Defesa da Cidadania – MOMDEC
SEPREV
Elis Souza dos Santos
Nadjane Gonçalves de Oliveira Movimento Coletivo de Mulheres
Secretaria Municipal de Educação – SME
Ideojane Melo Conceição
Maria de Fátima Souza Centro de Referência Maria Quitéria -
Movimento de Organização de Mulheres CRMQ
em Defesa da Cidadania – MOMDEC
Adriana Lima Nascimento de Jesus
Sindicato dos Trabalhadores Rurais – STR
Ana Rita da Costa Oliveira
Movimento Coletivo de Mulheres
Marisete Cerqueira Vitória
Conselho Municipal de Defesa dos Direitos
da Mulher – CMDDM
9. Sumário
Introdução .............................................................................................................................................................. 10
Contexto Político Institucional ...................................................................................................................... 12
1. Breve Caracterização do Município ........................................................................................ 12
2. Situação da Mulher Feirense ...................................................................................................... 13
3. Antecedentes e Contextualização da 1ª Conferência Municipal de Políticas
para as Mulheres de Feira de Santana .................................................................................. 17
1ª Conferência Municipal de Políticas para as Mulheres de Feira de Santana ......................... 20
1. Objetivos .............................................................................................................................................. 20
2. Desenvolvimento das Atividades .............................................................................................. 20
3. Segmentos, Organizações e Grupos presentes .................................................................... 24
4. Eleição das Delegadas Municipais para a III Conferência Inter territorial
e Estadual de Políticas para as Mulheres ............................................................................... 24
5. Propostas Aprovadas dos Grupos Temáticos ...................................................................... 35
Considerações Finais ......................................................................................................................................... 40
Anexos
Anexo A- Regimento da Iª Conferência Municipal de Políticas para as Mulheres
Anexo B- Decreto nº 8376 de 13 de setembro de 2011
Anexo C – Decreto nº 8347 de 15 de agosto de 2011-
Anexo D – Portaria 953 de agosto de 2011
Anexo E –Reportagem do Jornal Folha do Estado de 29 de setembro de 2011
Anexo F –Reportagem do Jornal Folha do Estado de 28 de setembro de 2011
Anexo G – Reportagem do Jornal Folha do Estado de 23 de setembro de 2011
Anexo H – Folder parte Externa
Anexo I – Folder parte Interna
Anexo J – Release
Anexo K - Ficha de Inscrição
Anexo L - Certificado
Anexo M– Convite
10. Anexo N - Roteiro Para discussão nos eixos
Anexo O– Apresentação De Vanessa Cavalcanti
Anexo P – Apresentação de Nadjane Gonçalves de Oliveira
Anexo Q – Lista de Presença Geral
Anexo R – Lista de Eixos
Anexo S – Letra da Música
Anexos T - Monções
11. 11
RELATÓRIO FINAL
Introdução
O presente documento é o esforço coletivo das mulheres de Feira de Santana reunidas
lheres
na 1ª Conferencia Municipal de Política para as Mulheres de afirmação de valores,
princípios e objetivos constitucionais de promoção de uma sociedade livre, justa e solidária
ivos
para homens e mulheres. Representa, sobretudo, o reconhecimento e afirmação de lutas
Representa o
históricas dos movimentos feminista e de mulheres pela igualdade de oportunidades e o
feministas ela
compromisso entre governos e sociedade civil na construção do futuro.
nos ão
Aqui será apresentado o processo de discussão e a sistematização de um conjunto de
propostas em diferentes áreas temáticas que objetivam superar as desigualdades
superar de
estruturais e a transformação do próprio Estado para a realização plena de seu propósito na
garantia dos direitos fundamentais da pessoa humana. Portanto, representa um conjunto de
ações que permitem uma intervenção sistemática na realidade loc por parte Poder
local,
Executivo, Legislativo e Judiciário, em seus diferentes níveis, de caráter afirmativo e
Judiciário
transversal, na perspectiva da igualdade de gênero, étnico/racial, geracional, de orientação
,
sexual, de capacidade física em parceria com a sociedade civil organizada.
e
O texto que segue está dividido em dois capítulos, o primeiro trata do Contexto Político
gue
Institucional distribuído em uma breve caracterização do Município, a situação da Mulher
Feirense, seus antecedentes e contextualização da 1ª Conferência Municipal de Políticas
Conferência
para as Mulheres de Feira de Santana. O segundo diz respeito à 1ª Conferência Municipal de
Santana.
Políticas para as Mulheres de Feira de Santana destacando seus objetivos, as atividades
desenvolvidas, segmentos, organizações e grupos presentes, eleição das delegadas
grupo leição d
Municipais para a III Conferência Inter territorial e Estadual de Políticas para as Mulheres e
s territorial
as propostas aprovadas dos Grupos Temáticos. E finalmente as considerações finais e
anexos.
Este relatório é dedicado a todas as pessoas que com determinação política tem
edicado
buscado a construção de um futuro possível a partir das ações do presente que respeite à
as
diversidade em toda sua potencialidade e promova a equidade e justiça social, este
12. 12
RELATÓRIO FINAL
momento inaugura novas possibilidades para as mulheres feirenses. Que o sonho se faça
realidade.
13. 13
RELATÓRIO FINAL
Contexto Político Institucional
1. BREVE CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
Feira de Santana é um município brasileiro do Estado da Bahia situado a 107 km de
sua capital, Salvador, à qual se liga através da BR 324. Feira é a segunda cidade mais
populosa do Estado e maior cidade do interior nordestino em população, ou seja, é a maior
cidade de toda a região Nordeste do Brasil que não seja capital de um Estado. É também
sede da região metropolitana de mesmo nome, a Região Metropolitana de Feira de Santana
que é composta por quinze municípios. São eles: Riachão do Jacuípe, Candeal, Tanquinho,
Santa Bárbara, Santanópolis, Ipirá. Feira de Santana, Serra Preta, Coração de Maria,
Conceição do Jacuípe, Amélia Rodrigues, São Gonçalo dos Campos, Antônio Cardoso,
Ipecaetá e Anguera. A região metropolitana de Feira de Santana foi instituída pela Lei
Complementar n° 35, publicada no Diário Oficial de 7 de julho de 2011.
Localiza-se a 12°16'00" de latitude sul e 38°58'00" de longitude oeste, a uma altitude
de 234 metros. Sua população residente recenseada pelo censo do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística – IBGE em 2010 é de 556.642 habitantes.
A cidade encontra-se num dos principais entroncamentos de rodovias do Nordeste
brasileiro, é onde ocorre o encontro das BR’s 101, 116 e 324, funcionando como ponto de
passagem para o tráfego que vem do Sul e do Centro Oeste do país e se dirige para Salvador
e outras importantes cidades nordestinas.
Possui um importante e diversificado setor de comércio e serviços, além de
indústrias de transformação e a Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS, com 21
cursos, além de seis faculdades particulares, um aglomerado industrial focada na área
alimentícia e na produção de biodiesel e uma complexa fábrica de aviões ultraleves, ao lado
do pequeno aeroporto existente no município.
A grande heroína da independência, Maria Quitéria, nasceu na freguesia de São José
das Itapororocas quando esta pertencia ao Município de Cachoeira e configura-se em um
14. 14
RELATÓRIO FINAL
grande exemplo de força e determinação para os feirenses e principalmente para as
mulheres.
Em divisão territorial datada de 18 de agosto de1988, o município é constituído de
oito distritos: Feira de Santana, Bonfim da Feira, Governador Dr. João Durval Carneiro,
Humildes, Jaguara, Jaíba, Maria Quitéria e Tiquaruçu.
2. SITUAÇÃO DA MULHER FEIRENSE
A realidade da mulher em Feira de Santana não difere muito da realidade atual
brasileira, e tem como causas elementos estruturais que ordenam a nossa organização
social, de caráter histórico cultural, está presente em diferentes aspectos do cotidiano das
mulheres.
Os dados comprovam que a cada 15 minutos no Brasil uma mulher é agredida. A
Fundação Perseu Abramo (2001), aponta que aproximadamente 20% das mulheres já
foram vítimas de algum tipo de violência doméstica. Em pesquisa realizada pelo
DataSenado, em 2005, 17% das mulheres entrevistadas declararam já ter sofrido algum
tipo de violência doméstica, sendo que 80% constituíram atos de violência física. No que se
refere a este tipo de violência, a Bahia lidera o ranking nordestino como o estado onde há o
maior número de registros de Violência contra a Mulher, com 30% das ocorrências de
acordo o Observatório Nacional de Violência Contra á Mulher.
Em se tratando da violência doméstica no Território Portal do Sertão percebemos
que os índices apresentados pelos registros na Delegacia Especializada de Atenção à Mulher
– DEAM, em Feira de Santana, nos convoca a um olhar mais cuidadoso em relação a esta
temática desafiadora. O ano de 2010 encerrou-se com o registro de 5.638 queixas, sendo
estas 80% de violência doméstica contra a mulher. O ano de 2011 já nos 5 (cinco) primeiros
meses alcança o número de 1.527 queixas.
Nos últimos anos a política de atenção às mulheres tem ganhado força, com isso o
Nordeste é considerado a região onde o Movimento de Mulheres tem maior expressividade
em termos de organização. Muitos anos de luta dos Movimentos de Mulheres e Movimentos
15. 15
RELATÓRIO FINAL
Feministas vêm acumulando conquistas significativas para a diminuição das desigualdades
entre homens e mulheres na sociedade brasileira.
Entretanto, embora este tipo de violência demarcada pelo gênero seja um
fenômeno reconhecidamente presente na vida de muitas mulheres, ainda são poucas as
estatísticas oficiais que de fato apontam para a magnitude deste fenômeno, que pela
dimensão, já se configura como questão de saúde pública, mas que pela estrutura histórica,
cultural machista e patriarcal da sociedade brasileira, é ainda encarado por milhões de
mulheres e homens como um “problema de âmbito privado familiar” em que o estado não
deve intervir.
Outro grande avanço na política de defesa da Mulher é Lei Maria da Penha que
criou mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos
do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas
de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e
Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência
Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a
Lei de Execução Penal; e dá outras providências.
Com isso, a referida lei compreende como violência doméstica e familiar contra a
mulher “qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão,
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial”. (Art. 5º da Lei Maria
da Penha- Lei 11.340/06).
Em Feira de Santana os casos de violência ocorrem, na sua maioria, em pessoas do
sexo feminino (82 casos –59,86%), predominando em todas as faixas etárias, exceto de 15-
19 anos; enquanto o sexo masculino atinge 55 casos – 40,14%.
Segundo os registros oficiais, os casos de violência ocorrem com mais freqüência na
zona urbana, representando 84,28% e 15,72% na zona rural, onde a unidade que mais
realizou notificações foi a Policlínica do bairro Feira X com 17 notificações, seguida pela
Policlínica do bairro Tomba, Hospital Geral Cleriston Andrade - HGCA, CRMQ,
DST/HIV/AIDS e CREAS do bairro Kalilândia, todos com 05 notificações.
16. 16
RELATÓRIO FINAL
Com relação à zona urbana, os bairros onde foram notificados os maiores números
de violência foram: Feira X, George Américo, Jussara, Alto do Papagaio e Novo Horizonte.
Destacamos que na zona rural, a maior demanda foi no distrito de Humildes.
Em relação aos tipos de violência, o maior número registrado foi de violência física
(65), seguida da violência psicológica (31), sexual (12) e tortura (08).
O número de casos de violências por vínculo/grau de parentesco não diferem do
cenário nacional, onde a maioria das ocorrências dá-se no ambiente doméstico. Dos casos
notificados 52 foram praticados por familiares e pessoas próximas da vítima
(amigos/conhecidos, mãe, pai, conjugue e ex-cônjuge, irmão (a), filho (a), namorado(a),
padrasto e cuidador(a), 18 por pessoas desconhecidas.
Verificamos que em relação ao sexo do provável autor da agressão, predomina o
sexo masculino com 54 casos, seguida por de sexo ignorado, sexo feminino e de ambos os
sexos com 05 casos.
Segundo local de ocorrência das violências, o maior número é na residência (53),
seguido da via pública (12), ignorado (08), comércio/serviços (05), bar/similar (04),
indústrias/construção, habitação coletiva e outros (01).
Já em relação a agosto de 2010, foi observada queda de 10%, com 160 mil pessoas a
menos em busca de emprego. A população ocupada também não apresentou alteração na
passagem de um mês para o outro (22,6 milhões). Em relação a agosto do ano passado,
houve aumento de 2,2%, o que representa um acréscimo de 488 mil pessoas ocupando
postos no mercado de trabalho.
Podemos inferir a partir dos dados referentes ao número de mulheres privadas de
liberdade que a faixa-etária mais preocupante está entre os 18 e os 39 anos de idade, fato
este que nos leva a questionar a inexistência ou a inadequação de políticas públicas que
garantam investimentos na educação básica, na educação profissional, investimentos
direcionados para a preparação para o mercado de trabalho, com oferecimento de vagas
para o primeiro emprego, assim como também investimentos na cultura, incentivando as
artes em todas as suas formas de representações.
17. 17
RELATÓRIO FINAL
É urgente a necessidade de políticas públicas voltadas para a prática de esportes e
lazer para as mulheres em nossa cidade, pois até visualizamos alguns espaços
disponibilizados em alguns bairros, como campos de futebol e quadras esportivas,
entretanto, apenas esses espaços não contempla a real necessidade das mulheres.
Embora haja, cada vez mais, a presença da mulher no mercado de trabalho, sua
inserção para o exercício profissional continua a ser marcada por situações adversas, nas
quais diferenciações e discriminações fundadas na divisão sexual do trabalho, na origem
social, na raça/etnia, impõem às mulheres desigualdades expressivas em relação aos
homens em sua inserção produtiva.
O IBGE em 2008 apresenta que do total de desempregados nas regiões
metropolitanas pesquisadas, 1 milhão são mulheres, contra 779 mil homens na mesma
situação.
Infelizmente podemos concluir que o município de Feira de Santana ainda tem
muito por fazer no que diz respeito à autonomia e o direito a igualdade para as mulheres, e
um dos fatores que também corrobora com essa conclusão é o número de mulheres
envolvidas com o uso e o tráfico de drogas, pois o fato de muitas delas não terem concluído
o ensino médio, não terem emprego, não terem creches para seus filhos, contribui para o
aumento desse grave problema em nossa cidade.
Os dados apresentados referentes à morbidade da mulher em Feira de Santana
sinalizam que é preciso também, um maior investimento na área da saúde da mulher, pois
as doenças que mais as afetam são as do aparelho circulatório, seguida das doenças do
aparelho respiratório, sem desconsiderar os outros tipos de doenças, como as doenças do
aparelho geniturinário, as doenças originadas no período perinatal, gravidez, parto e
puerpério.
Necessitamos da existência de dados referentes às mortes e/ou complicações
maternas, por causas relacionadas à falta de acesso e serviços de pré-natal, parto e pós-
parto, como também, notificação de casos que envolva abortos. Precisamos garantir uma
melhor qualidade na assistência à mulher em situação de abortamento.
18. 18
RELATÓRIO FINAL
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, se ações preventivas não forem
desenvolvidas em todo o mundo, o câncer de modo geral deverá aumentar sua incidência
em 100% nos próximos 20 anos.
Já no Brasil, a alta mortalidade do câncer de mama está diretamente relacionada
com o diagnóstico tardio.
Em Feira de Santana não temos dados exatos de óbitos causados por câncer de
mama, mas sabemos que de 635 mortes de mulheres, 56 delas foram causadas por
neoplasias – tumores.
Somos cônscios de que os dados apresentados dizem respeito a apenas uma
parcela da população de mulheres em Feira de Santana, por isso, é preciso termos sempre o
cuidado de considerar que a totalidade pode ser ainda mais assustadora. Essa realidade nos
aponta a necessidade de termos em Feira de Santana um sistema de informação que nos
ofereça dados claros e reais referentes à situação da mulher em nosso município.
3. ANTECEDENTES E CONTEXTUALIZAÇÃO DA 1ª CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE
POLÍTICAS PARA AS MULHERES DE FEIRA DE SANTANA
As Conferências são espaços de diálogo entre o poder público e a sociedade civil,
com o objetivo de avaliar, discutir e propor políticas públicas de um determinado setor.
Assim, a I Conferência Municipal de Políticas para as Mulheres em Feira de Santana é um
marco histórico na cidade, foi o primeiro espaço coletivo em que as mulheres organizadas
de Feira de Santana dialogaram com o poder público local suas demandas e necessidades.
Entretanto, é importante lembrar que já foram realizadas duas Conferências de Mulheres
no município, mas as mesmas tiveram caráter regional e contaram com a participação de
mais municípios do Estado. Vale ressaltar, que esta Conferência tem por objetivo construir
propostas de políticas públicas municipais, além de representar uma das etapas
preparatória para a Conferência (Inter)territorial, que contempla o território Portal do
Sertão, Sisal e Bacia do Jacuípe, que por sua vez também será uma das etapas da III
Conferência Estadual e Nacional de Políticas para as Mulheres.
19. 19
RELATÓRIO FINAL
Em 2004, foi realizada em Brasília, a I Conferência Nacional de Políticas para as
Mulheres, que deu origem ao primeiro Plano Nacional de Políticas para as Mulheres. Neste
ano aconteceu a I Conferência Regional de Políticas Para as Mulheres que contou com a
representação de diversos municípios dos territórios do Portal do Sertão, Sisal e Bacia do
Jacuípe. Essa Conferência, porém, foi coordenada e construída por entidades da sociedade
civil organizada e não obteve o apoio do poder público local.
Em 2007 novamente em Brasília, aconteceu a II Conferência Nacional de Política
Para as Mulheres, que deu origem ao segundo Plano Nacional de Políticas para as Mulheres.
Assim, Feira de Santana realizou sua II Conferência Regional de Políticas para as Mulheres,
contando novamente com a participação dos municípios pertencentes aos territórios do
Portal do Sertão, Sisal e Bacia do Jacuípe.
Neste ano de 2011, será realizada a III Conferência Nacional de Políticas para as
Mulheres nos dias 11 e 12 de Novembro em Brasília. A Conferência desse ano acontece
numa conjuntura política especialmente oportuna para as lutas feminista e de mulheres,
pois conta com a presença de uma Mulher como, dirigente máxima de poder em nosso país.
A Comissão Organizadora dessa Conferência municipal foi composta de modo a
contemplar a diversidade de organizações de mulheres da Sociedade Civil, e do Poder
Público, sendo composta por: Ione Montenegro Mansur, representante da Secretaria de
Desenvolvimento Social – SEDESO; Maria Luiza da Silva Coelho, representante do Centro de
Referência Maria Quitéria – CRMQ; Ana Virgínia Oliveira Paim, representante da Delegacia
Especializada de Atenção é Mulher – DEAM; Antonia Del Carmem Rios, representante da
Secretaria Municipal de Saúde – SMS; Luciana Lima Flores, representante da Secretaria de
Prevenção á Violência – SEPREV; Nadjane Gonçalves de Oliveira, representante da
Secretaria Municipal de Educação – SME; Maria de Fátima Souza, representante do
Movimento de Organização de Mulheres em Defesa da Cidadania – MOMDEC; Adriana Lima
Nascimento de Jesus, representante do Sindicato dos Trabalhadores Rurais – STR; Ana Rita
da Costa Oliveira, representante do Movimento Coletivo de Mulheres; Marisete Cerqueira
Vitória, representante do Conselho da Mulher – CMDDM; Urania do Carmo Santa Bárbara,
20. 20
RELATÓRIO FINAL
representante do Movimento Negro Unificado - MNU e Maria Clara Silva, representante do
Sindicato dos Bancários de Feira de Santana.
Foram convidadas para colaborar com essas construções a muitas mãos, expertas
que realizaram palestras temáticas, mediadoras, relatoras e coordenadoras para conduzir
os trabalhos em grupo, além da instituição de subcomissões: Infraestrutura, Metodologia e
Relatoria, Divulgação e Mobilização e Mobilização de Recursos, que auxiliaram a Comissão
Organizadora e por ela foram coordenadas.
21. 21
RELATÓRIO FINAL
1ª Conferência Municipal de Políticas para as Mulheres de Feira de
Santana
1. OBJETIVOS
A 1ª Conferência Municipal de Políticas Públicas para Mulheres de Feira de Santana
convocada por Decreto Municipal nº 8.347, de 16 de agosto de 2011, teve como tema
central “Autonomia e Igualdade para as Mulheres” e por finalidade:
• Promover a análise da realidade social, econômica, política e cultural e, os
desafios para a erradicação da extrema pobreza e para o exercício pleno da
cidadania das mulheres no Município;
• Discutir e elaborar Políticas Públicas municipais voltadas à construção da
igualdade, tendo como base o fortalecimento da autonomia econômica, social,
cultural e política das mulheres no Município e;
• Elaborar uma plataforma de diretrizes para compor o III Plano Estadual de
Políticas Públicas para as Mulheres (PEPPM), na perspectiva da criação do
organismo executivo municipal de políticas para as mulheres e do conselho de
defesa dos direitos da mulher.
Para esse momento de discussão das necessidades locais e alinhamento das
propostas entre as três esferas de governo e a sociedade civil num Plano de Políticas
Públicas para as Mulheres, estiveram presentes Instituições Governamentais Instituições e
Organizações da Sociedade Civil que trabalhem com mulheres e/ou as relações sociais de
gênero, Grupos Organizados de Mulheres, Movimentos de Mulheres e Movimentos
Feministas.
2. DESENVOLVIMENTO DAS ATIVIDADES
A Conferência teve início com uma apresentação de Dança Afro com as dançarinas
Urania do Carmo Santa Bárbara e Flávia Santana Santos, do Movimento Negro Unificado de
22. 22
RELATÓRIO FINAL
Feira de Santana, ao som de “Mãe Natureza tens o brilho maior” do Bloco Afro Ilê Aiyê
(ANEXO P).
Em seguida foi composta a mesa de abertura, na qual contou com a presença de
representantes do Governo Municipal e Estadual e da Sociedade Civil. Estiveram presentes
para compor a mesa de aberta o Exmº Prefeito do Município, Tarcízio Suzart Pimenta
Júnior; a Ilmª Secretária Estadual da Secretaria de Políticas para as Mulheres – SPM, Vera
Lucia Barbosa; a Exmª Deputada Estadual, Maria das Graças Pessoa Pereira Pimenta; a Srª
Coordenadora do Centro de Referência Maria Quitéria e representante da Comissão
Organizadora desta Conferência, Maria Luiza da Silva Coelho; a Ilmª Secretária Municipal de
Desenvolvimento Social, Gerusa Maria Bastos Silva Sampaio; a representante do Conselho
Municipal de Defesa dos Direitos da Mulher, Srª Ione Montenegro Mansur de Carvalho; a
Srª. Belª Delegada Titular da Delegacia Especializada de Atenção á Mulher, Ana Virgínia
Cavalcante Paim; a representante do Movimento Organizado de Mulheres em Defesa da
Cidadania – MOMDEC, Sr ª Maria de Fátima Souza; a representante do Movimento Coletivo
de Mulheres, Srª Ana Rita da Costa Oliveira e a representante da Federação Nacional de
Cultura FENACAB, Srª Maria das Graças Ferreira Santos.
Antes de passar a palavra para as saudações iniciais da mesa de abertura foi
cantado o Hino de Feira de Santana por Mariete e, em seguida, foi exibido o vídeo com a
Ilmª Srª Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres/Presidência da República, Iryni
Lopes destacando a importância desse momento para as Mulheres de todo o Brasil.
Todas as representações institucionais destacaram em suas falas de abertura a luta
das mulheres para que suas necessidades fossem incorporadas como demandas na agenda
política do governo Municipal, Estadual e Federal e os avanços e conquistas empreendidos
até o momento, além da necessidade de continuar o fortalecimento e ampliação das
políticas públicas de atenção às mulheres para promover o desenvolvimento econômico,
político e cultural socialmente justo, inclusivo e a erradicação da extrema pobreza que
afetam estruturalmente as mulheres no Município.
Após as saudações iniciais foi desfeita a mesa de abertura e convidada a Srª Solange
Guerra e Ana Rita da Costa Oliveira para conduzirem a leitura e aprovação do regimento da
23. 23
RELATÓRIO FINAL
1ª Conferência Municipal de Políticas para as Mulheres. Foram apresentados 06 destaques
com reformulação de 04 artigos e aprovação final por unanimidade (ANEXO A). Em seguida,
foi feita uma pausa de 20min para o lanche com a sugestão de inversão na ordem da
programação, tendo em vista a possibilidade de maior aproveitamento pelas delegadas, da
Conferência Magna. Sendo está proposta aprovada por unanimidade, após o lanche foi
apresentado pela representante da Secretaria Municipal de Educação - SME, a Srª Nadjane
Gonçalves de Oliveira, o painel sobre o Panorama Atual das Políticas Públicas para as
Mulheres em Feira de Santana (ANEXO M), na perspectiva de oferecer subsídios às
participantes da 1ª Conferência em relação à situação das mulheres, do ponto de vista dos
dados estatísticos dos organismos oficiais.
Seguindo à programação, as participantes foram convidadas para o intervalo do
almoço ao som de Juliana Greice, com um repertório musical que marcou a trajetória de
lutas históricas das mulheres no Brasil.
À tarde, os trabalhos foram iniciados com um momento de silêncio em memória de
uma grande liderança feminina local, a Srª Paixão; e logo em seguida foi convidada a Srª
Vanessa Ribeiro Simon Cavalcanti, Pós Doutora em Humanidades pela Universidade de
Salamanca, atualmente professora e pesquisadora da Universidade Católica do Salvador -
UCSAL, no Doutorado e Mestrado em Família na Sociedade Contemporânea, com atuação e
pesquisas nas áreas de gênero, família, violência e políticas públicas, e integrante da
Associação Portuguesa de Mulheres Cientistas, para proferir a Conferência Magna, com o
tema : Autonomia e Igualdade para as mulheres (ANEXO L).
O segundo momento da tarde contou, mais uma vez, com a colaboração da Srª
Nadjane Gonçalves de Oliveira, com as orientações para os grupos temáticos que foram
distribuídos da seguinte maneira:
GT1 – Relações Étnico/Raciais
GT2 – Saúde das Mulheres, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos.
GT3 – Educação Inclusiva, Não Sexista, Não Racista, Não Homofóbica e Não
Lesbofóbica
24. 24
RELATÓRIO FINAL
GT4 – Cultura, Comunicação e Mídias Igualitárias, Democráticas e Não
Discriminatórias.
GT5 – Autonomia, Participação Política e Poder.
GT6 – Prevenção e Enfrentamento a Violência a todas as Formas de Violência
contra as Mulheres.
Os seis grupos temáticos aconteceram de forma simultânea e tiveram 2h (duas)
horas de trabalho, conforme roteiro de discussão (ANEXO K). Cada GT contou com a
contribuição de uma painelista que buscou apresentar de forma provocativa um balanço
das políticas setoriais existentes no nível Federal, Estadual e Municipal quando foi o caso,
seus avanços e limites. Após esse momento, cada grupo debateu sua temática específica
com ênfase na experiência de cada participante e elaborou para superar os desafios
levantados na discussão. De acordo com o parágrafo único, do artigo 10 do Regimento
Interno da 1ª Conferência, ficou definido que todos os grupos deveriam obrigatoriamente
incorporar as dimensões associadas à gestão da política da mulher no município, bem como
elementos étnico/racial, geracional, livre orientação sexual, de classe e da laicidade do
Estado. As propostas levantadas foram consensuadas e sistematizadas por uma relatora
designada pela Comissão Organizadora e uma sub-relatora escolhida no interior de cada
grupo temático e submetida à Plenária Final.
Os elementos fundamentais de cada eixo temático e as propostas levantadas em
cada GT foram apresentadas e discutidas na Plenária Final, onde as participantes tiveram a
possibilidade de debater, acrescentar, excluir ou reelaborar as propostas construídas nos
grupos temáticos. Segue neste processo, a priorização e aprovação das propostas de
políticas públicas a serem encaminhadas a 3ª Conferência Inter Territorial de Políticas para
as Mulheres na perspectiva de comporem os principais eixos das diretrizes para o Plano
Estadual e Nacional de Políticas para as Mulheres que deverá contemplar a diversidade
regional.
25. 25
RELATÓRIO FINAL
3. SEGUIMENTOS, ORGANIZAÇÕES E GRUPOS PRESENTES.
Do total de 220 vagas destinadas as delegadas, 88 foram direcionadas ao poder
público que equivale a 40% e 132 vagas para sociedade civil organizada que corresponde a
60% desse total.
As vagas destinadas ao poder público foram divididas entre: secretarias municipais
de Feira de Santana, Poder Judiciário, Poder Legislativo, Conselhos e Universidade Pública.
As vagas que competiam à sociedade civil foram direcionadas para: movimentos de
mulheres, movimento negro, blocos afros e afoxés, movimentos sociais, sindicatos,
federações, associações, ONG’s, pastorais e movimentos religiosos e protestantes e
faculdades particulares.
4. ELEIÇÃO DAS DELEGADAS MUNICIPAIS PARA A CONFERÊNCIA (INTER)
TERRITORIAL E ESTADUAL
O processo de escolha das delegadas ocorreu de pleno acordo com as orientações
regimentais da 1ª Conferência. Houve a escolha de 60% de representantes da sociedade
civil e 40% de representantes do poder público municipal presentes.
De acordo com o regimento estadual, o município de Feira de Santana, tem direito a
32 delegadas para a Conferência (Inter) territorial e Estadual, sendo 19 delegadas da
sociedade civil e 13 delegadas do poder público.
Além disso, o regimento estadual orientou as Conferências Municipais para a
existência de cotas na eleição de delegadas, para alguns segmentos historicamente
excluídos da representatividade nos espaços de poder e decisão (sendo estes a população
de terreiro, indígenas, ribeirinhas, ciganas, entre outras). Nesse sentido, a 1ª Conferência
Municipal de Feira de Santana, nesta distribuição do número de delegadas contou com 08
delegadas advindas das cotas, sendo que destas, algumas vagas foram remanejadas por não
termos o segmento referido nas cotas propostas pelo Estado.
26. 26
RELATÓRIO FINAL
Por isso, dentro dessa divisão das cotas, foram eleitas 02 mulheres representando o
povo de terreiro e comunidade quilombola, 01 de cada segmento, e por ausência da
representatividade dos outros segmentos previstos no regimento, na Conferência fizemos o
remanejamento para as mulheres negras que estavam numa quantidade mais expressiva de
representação, adotamos o critério de eleger as mulheres que além de serem negras estão
inseridas em alguma organização do Movimento Negro no município, sendo assim, foram
eleitas 05 mulheres neste segmento.
Contudo, ainda nesta Conferência, incluímos nas cotas para a eleição de delegadas,
uma cota para mulheres com deficiência, cota esta, não prevista pelo regimento estadual,
entretanto incluímos este critério no regimento municipal. Dessa forma, foi eleita uma
delegada com deficiência visual, membro do Movimento União de Cegos da Bahia.
Assim, a eleição das delegadas na 1ª Conferência Municipal de Políticas públicas,
ocorreu como previsto no regimento da mesma, além das cotas restaram 11 vagas que
foram eleitas de forma democrática e participativa. A Comissão Organizadora para garantir
uma ampla representatividade dos segmentos presentes de organizações de mulheres e
feministas, optou pela metodologia de eleição por segmento, sendo estes (Movimentos
Sociais, Associações, Movimentos de mulheres, ONG´s , Movimento religioso e Sindicatos)
Segue abaixo, os nomes e os dados das delegadas eleitas da sociedade civil na 1ª
Conferência Municipal de Política para as Mulheres.
TOTAL DE DELEGADAS: 13
O poder público de forma autônoma se reuniu e decidiu democraticamente que as
delegadas seriam decididas por seguimentos ali representados, foram eles: Secretaria de
Educação, Secretaria de Prevenção a Violência, Secretaria de Desenvolvimento Social,
Centro de Referência Maria Quitéria e Agricultura.
• Representante da Secretaria de Educação
Nome: Sônia lima de carvalho (titular)
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RELATÓRIO FINAL
Entidade: Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS
Nome: Nadjane Gonçalves de Oliveira (titular)
Entidade: Secretaria de Educação
Nome: Helly Pedreira da Silva (Suplente)
Entidade: Secretaria de Educação
• Representante da Agricultura
Nome: Celene Souza Pires (titular)
Entidade: Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola - EBDA
• Secretaria de Desenvolvimento Social
Nome: Ruth Gusmão Ribeiro do Amaral (titular)
Entidade: Rua Tô Fora
Nome: Aline Magalhães do Amaral (Titular)
Entidade: Rua Tô Fora
Nome: Maria Regis Ferreira de Lima (titular)
Entidade: Parlamento Juvenil
Nome: Ione Mansur (titular)
Entidade: SEDESO
Nome: Luciene de Araújo (Suplente)
Entidade: Centro Integrado de Capacitação e Apoio ao Adolescente e à Família- CICAF
• Secretaria de Prevenção a Violência
Nome: Luciana Flores (titular)
Entidade: SEPREV
Nome: Cássia Dias de Jesus (titular)
Entidade: SEPREV
Nome: Irani Cardoso de Santana (Suplente)
Entidade: SEPREV
28. 28
RELATÓRIO FINAL
• Centro de Referência Maria Quitéria
Nome: Maria Luiza da Silva Coelho (titular)
Entidade: Centro de Referência Maria Quitéria
Nome: Celiana Araújo Machado (titular)
Entidade: Centro de Referência Maria Quitéria
Nome: Johene Silva Paim (titular)
Entidade: Centro de Referência Maria Quitéria
Nome: Ideojane Melo Conceição ( titular)
Entidade: CRMQ
Nome: Ana Claúdia Cruz dos Santos (Suplente)
Entidade: CRMQ
Nome: Dayana Lima Dantas Valverde (Suplente)
Entidade: Centro de Referência Maria Quitéria
Nome: Anna Carolina Freitas de Souza (Suplente)
Entidade: Centro de Referência Maria Quitéria
Nome: Laila Arapiraca Gomes Magalhães
Entidade: Centro de Referência Maria Quitéria
TOTAL DE VAGAS SOCIEDADE CIVIL: 19
COTAS – 8
• Representante de comunidades quilombolas
Nome: Silveria Almeida Santos (titular)
Entidade: Associação da comunidade quilombola da Matinha
Nome: Justina Teles de Jesus (suplente)
29. 29
RELATÓRIO FINAL
Entidade: Associação da comunidade quilombola da Matinha
• Representante dos povos de terreiro
Nome: Maria das Graças Ferreira Santos (titular)
Entidade: FENACAB
Nome: Barbara de Cassia Cunha da Silva Nascimento (suplente)
Entidade: FENACAB
• Representantes da população negra
Nome: Ana Lúcia Maria de Jesus Sampaio (titular)
Entidade: Afoxé Filhos da luz
Nome: Raimunda Celia Lima da Anunciação (suplente)
Entidade: Afoxé Filhos da Luz
Nome: Hélia Márcia S. Almeida (titular)
Entidade: Movimento Negro
Nome: Gerson Lima Araújo (suplente)
Entidade: UNEGRO
Nome: Maria de Lourdes Souza Santana ( titular)
Entidade: Odungê
Nome: Sheila Klícia Silva da Conceição ( suplente)
Nome: Mariana Pinto dos Santos Ferreira (titular)
Entidade: NENNUEFS
Nome: Railma dos Santos Souza (suplente)
Entidade: NENNUEFS
Nome: Urania do Carmo Rodrigues Santa Bárbara (titular)
Entidade: MNU
30. 30
RELATÓRIO FINAL
Nome: Flávia Santana Santos (suplente)
Entidade: MNU
• Representante da mulher com deficiência
Nome: Luciene Souza de Oliveira
Entidade: União baiana de cegos
Sociedade civil – fora das cotas
Movimento de Mulheres (2)
MOMDEC : Maria de Fátima (titular)
MOMDEC: Maria de Lourdes Oliveira da Anunciação (suplente)
Coletivo de Mulheres: Elis Souza dos Santos (titular)
Coletivo de Mulheres: Diclécia (suplente)
OAB
Nome: Marizete
Entidade: OAB
Movimentos Sociais
Nome: Anisia Gonçalves Dias Neta (titular)
Entidade: MOC
Nome: Bernadete Mariene carneiro Santos (suplente)
Entidade: MOC
Nome: Marilene Oliveira Nascimento Souza (titular)
Entidade: MST
Nome: Arlete Silva do Nascimento (suplente)
Entidade: MST
Associações
Nome: Justa Gonzaga dos Santos ( titular)
Entidade: União Por Moradia Popular
Nome: Wilma da Silva (suplente)
31. 31
RELATÓRIO FINAL
Entidade: União Por Moradia Popular
Nome: Licia Maria Jorge (titular)
Entidade: Associação dos artesãos
Nome: Marizete Ferreira da Silva
Entidade: Associação dos artesãos
Sindicatos
Nome: Hilda Pereira Vitorio (titular)
Entidade: STR
Nome: Taísa Manuela Almeida de Sena (suplente)
Entidade: CUT
Nome: Jussara Silva Lopes (titular)
Entidade: Central Geral dos Trabalhadores - CGTB
Nome: Elisângela de Jesus Cerqueira Santos (suplente)
Entidade: CUT
Nome Patrícia Jesus Lima (titular)
Entidade: Central Única dos Trabalhadores
Movimento Religioso
Nome: Renilza Amaral de Jesus dos Santos
Entidade: Pastoral da Criança
5. PROPOSTAS DOS GRUPOS TEMÁTICOS
As propostas apresentadas a seguir foram elaboradas, discutidas e votadas nos
seus respectivos grupos de trabalho. Sendo que as três primeiras da lista de cada eixo foram
apresentadas e referendadas em Plenária Final, sendo votadas pelas delegadas da 1ª
Conferência Municipal de Políticas para as Mulheres.
32. 32
RELATÓRIO FINAL
GT 1 - RELAÇÕES ÉTNICO/RACIAS (Palestrante: Suely Souza Santos - Especialista
em Educação e Desigualdade Racial pela Universidade Federal da Bahia - UFBA;
Coordenação: Railma dos Santos Souza; Relatoria: Maria Santana de Araújo; Sub-relatoria:
Patrícia Jesus Lima).
1 Tipificação do perfil (raça, cor, condição sócio-econômica) de mulheres
atendidas em todas as instituições de atendimento à mulher.
2 Garantir nos programas de habitação popular o atendimento prioritário a
mulheres vítimas de violência.
3 Garantia dos direitos Trabalhistas das Trabalhadoras domésticas.
4 Criar e garantir o Observatório de Igualdade Racial e Gênero.
5 Implantar no prazo de 01 (um) ano, a partir da Conferência Municipal de
Políticas para Mulheres creches em bairros com no mínimo 20.000 habitantes, com
prioridade fora das periferias e zona rural.
6 Aprovar o Projeto de Lei para cotas étnico-raciais para negros/quilombolas,
indígenas, ciganos nos concursos do município.
7 Criar e garantir instrumentos/estratégias que possibilitem a ampliação e
garantia das ações do CRMQ privilegiando mulheres da zona rural e urbana onde há
prevalência de população negra, indígena e cigana.
8 Garantir o recorte étnico-racial no quadro funcional das instituições públicas e
debate do Racismo Institucional
9 Inserir no conteúdo curricular das escolas municipais a temática do racismo
com recorte de gênero.
10 Garantia da Diversidade do Plano Nacional de Educação com a real
aplicabilidade da lei 10.639 e 11.645.
11 Garantir a formação dos professores municipais para trabalhar no conteúdo
curricular a temática do racismo com recorte de gênero.
12 Criar e garantir o Comitê de Equidade no município.
33. 33
RELATÓRIO FINAL
13 Realizar estudos sobre as condições de saúde, moradia e educação nas
comunidades quilombolas para a construção de políticas específicas.
14 Criar o Programa de Saúde da mulher negra com enfoque em doenças
prevalentes.
15 Criar instrumentos para divulgação das dos serviços disponibilizados às
mulheres.
16 Criar e garantir a elaboração do Plano Municipal da Igualdade Racial a cada
dois anos e atualizá-lo a cada dois anos.
17 Promoção de Atenção às mulheres encarceradas.
GT 2 – SAÚDE DAS MULHERES, DIREITOS SEXUAIS E DIREITOS
REPRODUTIVOS (Palestrante: Zanetty Conceição Silva do Nascimento – Mestra em
Enfermagem com Ênfase em Saúde da Mulher pela Universidade Federal da Bahia - UFBA;
Coordenação: Mª das Graças Mascarenhas Fonseca; Relatoria: Laila Arapiraca Gomes
Magalhães).
1. Efetivar a política de humanização do parto (lei do acompanhante, casa de
parto, ampliação dos leitos de obstetrícia, diminuição de intervenções
desnecessárias no corpo feminino e acesso aos serviços).
2. Integralidade, acolhimento e direito ao acesso (gestão participativa dos
serviços com a comunidade, intérprete de libras no serviço, acessibilidade,
ampliação dos serviços especializados – ultrassom, exames laboratoriais e
consultas com médicos especialistas, terapias complementares, climatério e
menopausa, estruturar o tratamento oncológico para as mulheres com
aquisição do aparelho moderno de radioterapia).
3. Ações de Prevenção e assistência para gravidez na adolescência e aborto
(contratação de profissionais especializados, atividades esportivas e culturais,
parceria com as escolas).
34. 34
RELATÓRIO FINAL
GT 3 - EDUCAÇÃO INCLUSIVA, NÃO SEXISTA, NÃO RACISTA, NÃO HOMOFÓBICA
E NÃO LESBOFÓBICA (Palestrante: Luciana Nascimento Santos, Mestra em Educação e
Contemporaneidade pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB; Coordenação: Nadjane
Gonçalves de Oliveira; Relatoria: Maria das Neves Cerqueira da Cruz; Sub-relatoria: Sônia
Lima de Carvalho).
1. Implementar uma proposta curricular que contemple a formação para a
diversidade observando as especificidades do campo/cidade, as questões de
gênero, etnia, raça, geração e classe.
2. Garantir a ampliação de atendimento de 05 anos em instituições de educação
infantil (creches) e escolas de ensino fundamental em tempo integral.
3. Criar centro de diagnóstico de educação inclusiva para acompanhamento das
dificuldades de aprendizagem tendo como foco a multidisciplinaridade,
interdisciplinaridade e transdisciplinaridade, nas ações entre escolas, família e
comunidade.
GT 4 – CULTURA, COMUNICAÇÃO E MÍDIA IGUALITÁRIAS, DEMOCRÁTICAS E
NÃO DISCRIMINATÓRIAS (Palestrante: Elis Souza dos Santos, Graduada em Pedagogia
pela Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS; Relatoria: Lívia Souza dos Santos).
1. Criação de um programa municipal de incentivo e democratização da cultura
local, com ênfase em atividades culturais que ajudem na (dês) construção do
machismo.
2. Incentivo dos governos para a criação e manutenção de rádios comunitárias,
contendo programas específicos para a questão de gênero.
3. Valorização e visibilidade do circuito quilombola na Micareta de Feira de
Santana.
4. Campanha Municipal de valorização da imagem da Mulher na mídia.
35. 35
RELATÓRIO FINAL
GT 5 - AUTONOMIA, PARTICIPAÇÃO POLÍTICA E PODER (Palestrante: Alvaiza
Conceição Cerqueira da Cruz, Mestra em Desenvolvimento Local Sustentável pela
Universidad Politécnica de Madrid/Espanha; Relatoria: Litza Pereira Sub-Relatoria: Joseane
de Assis Santos, Alaide Carneiro de Oliveira, Paula R ).
1. Criação de uma Secretaria Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres.
2. A Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres em conjunto com sociedade
civil promoverá debates propositivos no âmbito Nacional, Estadual e Municipal
sobre reforma política garantindo a paridade de participação entre mulheres e
homens. Além de ampla campanha de incentivo a participação de mulheres em
cargos eletivos.
3. Criar, ampliar e garantir o atendimento especializado de 100% das crianças em
creches e pré-escolas, bem como, a oferta de escolas em tempo integral Rural e
Urbana.
4. Garantir a implementação das Leis 10.639/03 e 11.645/08 em toda rede
municipal de educação.
5. Criação de um programa de incentivo a participação de mulheres na gestão
pública municipal.
Recomendação: Criação do Dia da Mulher com deficiência para debate, reflexões
sobre as necessidades desse segmento.
GT 6 - PREVENÇÃO E ENFRENTAMENTO A TODAS AS FORMAS DE VIOLÊNCIA
CONTRA AS MULHERES (Palestrante: Vanessa Ribeiro Simon Cavalcanti, Pós doutora em
Humanidades pela Universidade de Salamanca/Espanha; Coordenação e Relatoria: Ideojane
Melo Conceição)
1. Fortalecimento dos equipamentos e dos órgãos/instituições que compõem a
rede de atenção e proteção a Mulher (DEAM, CRMQ, CRAS, CREAS, Vara
Especializada, Defensoria Pública) e criação de Coordenação/Secretaria
Municipal de políticas públicas e Casa Abrigo para as Mulheres, bem como a
implantação do observatório da Lei Maria da Penha;
36. 36
RELATÓRIO FINAL
2. Educação formal e informal através de capacitação em diversos níveis, ações e
grupos, inclusive etário e de gênero (homens e mulheres); Formação de
multiplicadores nas áreas de políticas sociais com ênfase nas Escolas;
3. Maior e efetiva representação dos movimentos sociais nas ações de
enfrentamento das violências contra a Mulher;
4. Incentivo a comunicação social: campanhas educativas, informação e acesso
(vozes das próprias mulheres);
5. Criação de uma atividade cultural e de mobilização relacionado ao tema
“violência”.
6. Executar estratégias de prevenção de violência.
Considerações Finais
A realização da 1ª Conferência Municipal de Políticas para as Mulheres de Feira de
Santana cujo tema foi “Autonomia e Igualdade para as Mulheres” possibilitou reunir o poder
público e sociedade civil organizada local, através de suas respectivas representações, para
avaliar a realidade social, econômica, política e cultural das mulheres do e no Município e
propor políticas que respondam as demandas identificadas na perspectiva da elaboração do
I Plano Municipal de Políticas para as Mulheres de Feira de Santana, além de contribuir na
construção do III Plano Estadual e Nacional de Políticas para as Mulheres.
A que se pensar na forma de avaliação, monitoramento e controle social das
políticas elaboradas para que de fato haja efetividade na sua execução , tendo em vista que a
Conferência enquanto lugar de diálogo e concertação não se esgota em si mesma
demandado um trabalho contínuo de retroalimentação.
Diante do exposto, firma-se o compromisso público do Poder Público e da
Sociedade Civil aqui representadas pela sua delegação de defender as propostas elaboradas
e aprovadas nesta Conferência na etapa Inter territorial, Estadual e quisá Nacional, além de
implementá-las no âmbito local.
39. RELATÓRIO FINAL
ANEXO – A
REGIMENTO PARA A I CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE POLÍTICAS PARA
MULHERES EM FEIRA DE SANTANA
CAPÍTULO I
DO REGIMENTO
Art. 1º - A leitura do Regimento dar-se-á no início da Conferência após a abertura oficial.
I. Cada destaque solicitado terá o tempo limite de 2 minutos.
CAPÍTULO II
DOS OBJETIVOS
Art. 2º - A 1ª Conferência Municipal de Políticas para as Mulheres de Feira de Santana,
convocada pelo Decreto Municipal de Feira de Santana de número 8.347, publicado no
Jornal Folha do Estado, edição número 3.572, de 15 de agosto de 2011, terá os seguintes
objetivos:
I. Promover a análise da realidade social, econômica, política e cultural e, os desafios
para a erradicação da extrema pobreza e para o exercício pleno da cidadania das
mulheres no Município.
II. Discutir e elaborar Políticas Públicas municipais voltadas à construção da igualdade,
tendo como base o fortalecimento da autonomia econômica, social, cultural e política
das mulheres no município.
III. Elaborar uma plataforma de diretrizes para compor o III Plano Estadual de Políticas
Públicas para as Mulheres (PEPPM), na perspectiva da criação e do organismo
executivo municipal de políticas para as mulheres e do conselho de defesa dos
direitos da mulher.
IV. Elaborar uma plataforma de diretrizes para compor a Conferencia territorial, o III
Plano Estadual e o Plano Nacional de Políticas Públicas para as Mulheres (PEPPM),
na perspectiva da criação e do executivo municipal de políticas para as mulheres e a
revitalização do conselho de defesa dos direitos da mulher.
40. RELATÓRIO FINAL
CAPÍTULO II
DA REALIZAÇÃO
Art. 3º - A 1ª Conferência Municipal de Política para as Mulheres, será realizada durante o
dia 28 de setembro de 2011, na Fundação Senhor dos Passos localizada na Rua Dederaldo
Alves Costa nº 171, Baraúnas, com inicio às 07h30 e término previsto para às 20h00.
Art. 4º - A abrangência da 1ª Conferência Municipal de Políticas para as Mulheres é
municipal, assim como as suas análises, formulações e proposições.
Art. 5º- A convocação da etapa municipal deverá ser realizada pelo Conselho Municipal de
Defesa dos Direitos da Mulher (CMDDM), juntamente com o poder público local ou
legislativo.
Parágrafo único – Nos casos de não existir Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da
Mulher, bem como organismos institucionais, as etapas municipais poderão ser promovidas
por outras entidades, e/ou organizações que trabalhem com a questão da igualdade de
gênero.
Art. 6º - A 1ª Conferência Municipal de Políticas para as Mulheres, será organizada e
coordenada pela Comissão Organizadora da Conferência Municipal, que será representada
pelos diversos segmentos de gênero no município, poder público e sociedade civil de forma
paritária e foi estabelecida pela portaria de número 953, publicada no dia 16 de agosto de
2011.
Art. 7º - Poderão ser realizadas Conferências Temáticas.
Art. 8º- A 3ª CEPM será realizada obedecendo ao seguinte cronograma:
I.Etapa Municipal – de 1º de julho a 30 de setembro de 2011;
II.Etapa Territorial – de 1º de outubro a 20 de outubro de 2011;
III.Etapa Estadual – 30, 31 de outubro e 1º de novembro de 2011
IV. As Conferências Temáticas poderão ser realizadas no período de 1º de julho a 31 de
outubro de 2011
V. Etapa Nacional – de 12 a 14 de dezembro de 2011
§ 1º - As Conferências Temáticas poderão ser realizadas em nível municipal, territorial,
estadual ou nacional e não elegem delegadas.
41. RELATÓRIO FINAL
§ 2º - As Conferências Temáticas são livres e poderão ser organizadas em diferentes
formatos, tendo como objetivo contribuir para o debate das demais conferências.
§ 3º As delegadas que participarão da etapa territorial deverão obrigatoriamente ter
participado da etapa municipal.
§ 4º - A observância dos prazos para a realização das Conferências Municipais é
condicionante para a participação das delegadas correspondentes na etapa territorial.
§ 5º - Serão garantidos na 1ª CMPM, os recursos de acessibilidade para a equiparação de
oportunidades entre pessoas com e sem deficiência de acordo com as determinações legais
e normas técnicas em vigor.
CAPÍTULO III
DO TEMÁRIO E DOS EIXOS
Art. 9º - Nos termos deste Regimento e para dar cumprimento ao disposto no seu artigo 1°,
a 1ª CMPM adotará o seguinte temário:
I- análise da realidade social, econômica, política, cultural e os desafios para a
construção da igualdade e equidade sócio-racial de gênero, na perspectiva do
fortalecimento da autonomia econômica, cultural e política das mulheres, e
contribuição para a erradicação da pobreza extrema e para o exercício pleno da
cidadania pelas mulheres baianas.
Art. 10 - A 1ª CMPM será orientada pelos seguintes eixos estratégicos:
Eixo I – Relações Étnico/Raciais
Eixo II – Saúde da Mulher, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos
Eixo III – Educação Inclusiva, Não Sexista, Não Racista, Não Homofóbica e Não
Lesbofóbica
Eixo IV – Cultura, Comunicação e Mídia Igualitárias, Democráticas e Não
Discriminatórias
Eixo V – Autonomia, participação política e poder
Eixo VI – Prevenção e Enfrentamento a todas as Formas de Violência contra as
mulheres
42. RELATÓRIO FINAL
Parágrafo único - Todas as discussões do temário e os documentos da 1ª CMPM deverão
obrigatoriamente incorporar as dimensões associadas à gestão da política da mulher no
município, bem como os elementos étnico/racial, geracional, livre orientação sexual, de
classe e da laicidade do Estado.
Art. 11 - O temário proposto para a 1ª CMPM deverá ser discutido na etapa municipal,
considerando as especificidades da realidade local, o reconhecimento das diferenças
intragênero, do racismo e da discriminação racial, como fatores de produção e reprodução das
desigualdades sociais experimentadas pelas mulheres na Bahia, além disso, levar em conta a
realidade dos municípios. O III PEPPM deve considerar tais necessidades de políticas
específicas para as mulheres negras, para a equalização das oportunidades sociais.
Art. 12 - A 1ª CMPM deverá propiciar o debate amplo e democrático e, seu relatório final
deverá refletir a opinião das mulheres do município expressada no processo da
Conferência.
CAPÍTULO IV
DA ORGANIZAÇÃO
Art. 13 - A Conferência Municipal deverá aprovar uma plataforma de políticas públicas para
as mulheres como base para a elaboração do III PEPPM e na perspectiva da criação do
organismo de políticas para as mulheres de Feira de Santana.
Parágrafo único - A organização da 1ª Conferência Municipal deverá garantir a ampla
participação dos movimentos de mulheres, movimentos feministas, diversos movimentos
sociais, conselho de defesa dos direitos da mulher e demais entidades, representações da
sociedade civil, representações da Rede de atenção e proteção a mulher e do poder público
municipal.
Art. 14 - A 1ª CMPM será presidida pela presidente da Comissão Organizadora da 1ª
Conferência Municipal de Políticas para as Mulheres, diante da inexistência de
representação do organismo executivo de políticas para as mulheres do Município e do
impedimento eventual do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Mulher de Feira de
Santana.
43. RELATÓRIO FINAL
§ 1º - As discussões no âmbito da 1ª CMPM se desenvolverão sob a forma de painéis,
debates na plenária e nos grupos de trabalho.
§ 2º - Serão elaboradas três propostas prioritárias em cada eixo, que serão debatidos
exaustivamente no próprio eixo. As propostas serão apresentadas à Plenária Final e
submetidas à votação. Serão consideradas aprovadas as propostas que atingirem quorum
de, no mínimo, 50% mais um das delegadas presentes.
§ 3º - Nos casos omissos relacionados às propostas advindas dos eixos a Comissão
Organizadora tomará as decisões necessárias.
Art. 15 - Para a organização, implementação e desenvolvimento das atividades da 1ª CMPM
deverá ser constituída uma Comissão Organizadora Municipal paritária composta por
representantes do CMDDM, outras representações da sociedade civil e do poder público.
Parágrafo único - A Comissão Organizadora Municipal será a responsável pela interlocução
e troca de informações com a Comissão Organizadora Territorial da Conferência de Políticas
Públicas para as Mulheres.
Seção I
Estrutura e composição da Comissão Organizadora Municipal
Art. 16 – A Comissão organizadora terá sob sua coordenação as seguintes comissões:
I - Comissão de Infraestrutura
II - Comissão de Metodologia e Relatoria
III - Comissão de Divulgação e Mobilização
IV - Comissão de Mobilização de Recursos
Seção II
Das atribuições da Comissão Organizadora e demais comissões
Art. 17 – À Comissão Organizadora da 1ª CMPM compete:
I - Organizar, acompanhar e avaliar a realização da 1ª CMPM;
II - Coordenar as comissões previstas no Art. 16;
III - Definir a metodologia de elaboração dos documentos de discussão bem como do
relatório final da 1ª CMPM;
44. RELATÓRIO FINAL
IV - Definir o formato das atividades da 1ª CMPM, bem como o critério para a participação
das convidadas/expositoras dos temas a serem discutidos;
V – Acompanhar a organização da estrutura necessária à 1ª CMPM;
VI – Designar as integrantes das comissões, podendo ampliar a composição desta sempre
que houver necessidade;
VII – Deliberar sobre todas as questões referentes à 1ª CMPM que não estejam previstas
nesse regimento.
Art. 18 - À Comissão de Infraestrutura compete:
I - Viabilizar os instrumentos necessários para a garantia da infraestrutura na realização da
1ª CMPM;
II - Organizar o credenciamento das/os participantes da 1ª CMPM;
III - Organizar as pastas que serão entregues aos participantes e os materiais de cada eixo
temático da 1ª CMPM;
IV - Viabilizar os equipamentos audiovisuais necessários para 1ª CMPM;
V - Organizar distribuição da alimentação na 1ª CMPM.
Art. 19 – Metodologia e Relatoria compete:
I - Organizar os termos de referencia do tema central e eixos temáticos, visando subsidiar a
apresentação das expositoras na conferência;
II - Elaborar a relação de subtemas e os roteiros para os eixos temáticos;
III - Propor e/ou elaborar textos de subsídios de discussões para a 1ª CMPM;
IV - Formular a proposta de metodologia para consolidação dos relatórios de cada eixo;
V - Elaborar e organizar a construção do relatório final da 1ª CMPM;
VI - Elaborar o roteiro de apresentação da plenária final da 1ª CMPM.
Art. 20 - Divulgação e Mobilização:
I - Definir instrumentos e mecanismos de divulgação da 1ª CMPM;
II - Orientar as atividades de comunicação de toda conferencia;
III - Promover o registro audiovisual e a cobertura midiática de toda conferência visando a
divulgação, bem como o arquivamento de sua memória;
IV - Promover espaços de mobilização da sociedade civil e poder publico para a 1ª CMPM;
V - Distribuir os convites para as entidades e instituições.
Art. 21 - Mobilização de Recursos:
45. RELATÓRIO FINAL
I - Construir uma planilha de orçamento dos gastos previstos para a realização da 1ª CMPM;
II - Buscar parcerias necessárias para garantia de toda infraestrutura da 1ª CMPM;
III - Mediar o dialogo com a prefeitura Municipal de Feira de Santana para aquisição dos
materiais disponíveis para a 1ª CMPM.
CAPÍTULO V
Da Elaboração e Encaminhamento dos Relatórios
Art. 22 - O relatório da Conferência Municipal deve ser elaborado a partir do temário da 1ª
CMPM, levando em consideração as deliberações aprovadas.
§ 1º - As contribuições das Conferências Temáticas poderão ser encaminhadas para as
Conferências Municipais, Territoriais e para a Conferência Estadual.
§ 2º Caberá a comissão organizadora divulgar digitalmente e de forma impressa para todas
as inscritas, o relatório final dessa conferência.
Art. 23 - As Comissões Organizadoras das etapas Municipais devem encaminhar os
relatórios à Comissão Organizadora Territorial até no máximo 10 dias antes da realização
da Conferência Territorial da respectiva região com o objetivo de subsidiar a mesma.
Art. 24 - Caberá à Comissão Organizadora Municipal definir os métodos, critérios e
procedimentos para os trabalhos da Conferência Municipal.
Art. 25 - Os debates e trabalhos realizados durante a Conferência Municipal visam elaborar
considerações a partir dos eixos temáticos, consolidando proposições que serão submetidas
ao plenário, para compor o relatório final.
Parágrafo Único – As propostas aprovadas na 1ª CMPM serão encaminhadas à Comissão
Organizadora Territorial, através do seu Relatório Final.
Art. 26 – As representações da sociedade civil nas Conferencias Municipais serão oriundas:
dos movimentos de mulheres, movimento feminista, outras organizações que atuem na área
de mulher e gênero, membros do CMDDM e entidades de atuação relevante no município no
campo das Políticas de promoção da igualdade de gênero.
46. RELATÓRIO FINAL
Art. 27 - A Comissão Organizadora da 1ª CMPM deverá encaminhar com antecedência
mínima de 10 dias à realização da Conferência Territorial, as atas comprobatórias da
eleição das delegadas nos eventos municipais, junto com relatório contendo número de
participantes, delegadas eleitas e temas complementares que subsidiarão a elaboração do
documento final da conferência territorial, para efeito de validação da delegação municipal
pela Comissão Organizadora Territorial.
Parágrafo único - O não cumprimento dos prazos para a entrega da lista das delegadas
municipais resultará no não reconhecimento e validação da delegação do município na
Conferência Territorial.
Art. 28 – Os municípios participarão das suas respectivas conferências territoriais,
obedecendo aos critérios de representação e proporcionalidade indicados dando ênfase aos
órgãos e entidades vinculados à temática de Políticas de promoção da igualdade de gênero.
SECÇÃO I
DELEGADAS
Art. 29 - A distribuição das vagas destinadas ao município de Feira de Santana para
participação na Conferência Territorial de Políticas para as Mulheres baseia-se na seguinte
proporção:
I - 32 vagas distribuídas proporcionalmente ao peso da população do município em
relação à população total do território, baseado nos dados do Censo IBGE 2010;
II- Destas 32 vagas, 19 vagas são destinadas á sociedade civil organizada.
III – 13 vagas para o poder público municipal
§ 1º - Das 19 vagas destinadas a sociedade civil organizada, 6 vagas deverão ser
indicadas pelo critérios de cotas estabelecidos pelo regimento estadual. Sendo estes:
a) 18,2% que equivale aproximadamente a uma vaga, de representantes dos povos
indígenas, com base em dados disponibilizados pela Fundação Nacional de Saúde Indígena –
FUNASA, em novembro de 2010;
b) 18,2% que equivale aproximadamente a uma vaga, de representantes de
comunidades quilombolas com base na lista de comunidades certificadas pela Fundação
cultural Palmares 2010;
c) 18,2% que equivale aproximadamente a uma vaga, de representantes de povos de
terreiro, de acordo com o mapeamento feito pela Secretaria de Desenvolvimento Social e
47. RELATÓRIO FINAL
Combate a Pobreza, no Seminário de Povos e Comunidades de Terreiro e de acordo com o
documento do Programa de desenvolvimento social dos povos e comunidades tradicionais;
d) 36,4% que equivale aproximadamente a três vagas, de representantes da
população negra em geral, com base nos dados do Censo 2010 – IBGE.
e) 9% que equivale aproximadamente a uma vaga, de representantes para mulheres
com necessidades educativas especiais.
§ 2º - Os municípios onde o número de vagas não permita a distribuição exata
baseada no critério de proporcionalidade deverão priorizar a escolha de representantes da
sociedade civil na distribuição das vagas restantes;
§ 3º - As vagas reservadas para as cotas, eventualmente não preenchidas, não
poderão ser destinadas àquelas que não compõe os segmentos das cotas, podendo, no
entanto, serem redistribuídas entre estes segmentos;
CAPÍTULO VI
DO CUSTEIO
Art. 30 – As despesas com a organização da Conferência Municipal de Políticas para as
Mulheres do Município ocorrerão à conta da dotação orçamentária consignada à Secretaria
de Desenvolvimento Social responsável pela execução de políticas para as mulheres no
município.
Art. 31 - As despesas de deslocamento das delegadas para a Conferência territorial e
Estadual de Políticas para as Mulheres será de responsabilidade da Secretaria de
Desenvolvimento Social de Feira de Santana.
CAPÍTILO VII
DAS MOÇÕES
Art. 32 - As moções poderão ser encaminhadas exclusivamente por delegadas, e serão
apresentadas à Comissão Organizadora da 1ª Conferência Municipal de Políticas para as
Mulheres, até 14 horas do dia 28/09/2011, com no mínimo de 50 assinaturas das delegadas
presentes.
48. RELATÓRIO FINAL
CAPÍTULO VII
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 33 - A 1ª CMPM aprovará em sua sessão de abertura o regulamento que norteará seus
trabalhos.
Parágrafo único - Durante a 1ª CMPM serão realizados trabalhos em grupo, para discussão e
aprovação das propostas dentro do respectivo grupo;
Art. 34 - Os casos omissos neste Regimento serão resolvidos pela Comissão Organizadora
da 1ª CMPM.
Feira de Santana, 28 de setembro de 2011
57. RELATÓRIO FINAL
ANEXO – J
RELEASE
No século XX a inquietação das mulheres tornou-se grande a ponto de se
mobilizarem e construírem o movimento feminista e de mulheres em prol da conquista da
sua voz e da sua autonomia. A partir daí, novas formas de poder foram construídas pelas
mesmas na sociedade civil e com o poder público.
Hoje, o nosso país está sendo governado pela primeira presidenta mulher da nossa
história, mas, ainda assim a luta não para. Por isso o poder público convoca a primeira
etapa da III Conferência Nacional de Políticas Públicas para as mulheres. A I Conferência
Municipal de Políticas para as Mulheres.
O evento reunirá a sociedade civil e do poder público local para deliberar diretrizes
e propriedades que serão levadas para as etapas territorial, estadual e nacional.
O que é? I Conferência Municipal de Políticas Públicas para as mulheres. “Autonomia e
Igualdade para as mulheres”.
Onde? Fundação Senhor dos Passos: Rua Dederaldo Alves Costa, 171, Baraúnas, Feira de
Santana – BA.
Quando? Dia 28 de setembro de 2011, ás 7 horas.
58. RELATÓRIO FINAL
ANEXO – K
FICHA DE INSCRIÇÃO
APRESENTE-SE:
Nome: _______________________________________________________________________________________________________
RG: ____________________________________________ Órgão Expedidor: _____________________________________________
Naturalidade: ____________________________Cor/Raça: _________________________ Religião: ___________________________
Endereço Residencial: __________________________________________________________________________________nº: ______
Bairro: ____________________________ Cidade: ____________________________ Tel.: __________________________________
Tel. Celular: _______________________________________ E-mail:_____________________________________________________
Pessoa com Deficiência: ( ) Sim ( ) Não
Característica da deficiência: _____________________________________________________________________________________
Precisa de algum auxílio especial? ________________________________________________________________________________
APRESENTE A SUA ENTIDADE:
Nome do Órgão ou Entidade: _____________________________________________________________________________________
Nome do(a) responsável pela entidade: _____________________________________________________________________________
Endereço da sede: ___________________________________________________________________________ nº: _______________
Bairro: ____________________________________ Cidade: ____________________________ Tel.: __________________________
E-mail:_______________________________________________________________________________________________________
GRUPO DE TRABALHO (Escolha o tema de sua preferência e enumere 03 opções por ordem de prioridade).
( ) GT 1 - Relações Étnico/Raciais
( ) GT 2 - Saúde das Mulheres, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos
( ) GT 3 - Educação Inclusiva, Não Sexista, Não Racista, Não Homofóbica e Não Lesbofóbica
( ) GT 4 - Cultura, Comunicação e Mídia Igualitárias, Democráticas e Não Discriminatórias
( ) GT 5 - Autonomia, Participação Política e Poder
( ) GT 6 - Prevenção e Enfrentamento a todas as Formas de Violência contra as Mulheres
CONDIÇÃO DE PARTICIPAÇÃO:
( ) 1 - Sociedade Civil
( ) 2 - Poder Público
( ) 3 - Convidada
( ) 4 - Observadora
59. RELATÓRIO FINAL
Data ___/___/___ Assinatura _________________________________________
______________________
OBS.: 1 - A ficha de inscrição, devidamente preenchida, datada e assinada, deverá ser entregue no Centro de Referência Maria Quitéria
ou scaneada e enviada para o e-mail crmariaquiteria@pmfs.ba.gov.br até o dia 23/09.
mail
2 - Para uma distribuição equitativa dos grupos de trabalho, fica a participante sujeita ao remanejamento temático pela Comissão
Organizadora, segundo ordem de prioridade indicado na Ficha de Inscrição.
anizadora,
CENTRO DE REFERÊNCIA MARIA QUITÉRIA – CRMQ
Rua Venezuela, n° 387 - Bairro Capuchinhos
CEP 44076-120 Feira de Santana - Bahia
Telfax.: 75 3616 3433 E-mail: crmariaquiteria@pmfs.ba.gov.br
iteria@pmfs.ba.gov.br
61. RELATÓRIO FINAL
ANEXO – M
CONVITE
A Prefeitura Municipal de Feira de Santana, através da
Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e do Centro de
Referência Maria Quitéria, têm a honra de convidar V.Sa. para
participar da 1ª Conferência Municipal de Políticas para
as Mulheres de Feira de Santana.
Local: Fundação Senhor dos Passos
Rua Ederaldo Alves Costa nº 171, Baraúnas
Data: 28 de setembro de 2011
Horário: 8h00 às 17h00
62. RELATÓRIO FINAL
ANEXO -N
ROTEIRO PARA DISCUSSÕES TEMÁTICAS
O presente roteiro tem como objetivo auxiliar as expositoras, coordenadoras e
relatoras da 1ª. Conferência Municipal de Políticas para as Mulheres na condução dos
grupos de trabalho, tendo em vista que estes terão duas horas para a apresentação temática
por uma experta da área, a discussão e avaliação do panorama atual e a sistematização das
propostas prioritárias com foco na realidade local.
Para contribuir com cada eixo temático está disponível na pasta de cada participante
a versão resumida do II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres e alguns dados
estatísticos do nosso município. Dessa forma, é possível utilizar as informações contidas
nestes documentos para identificar as nossas conquistas e traçar os desafios para o
fortalecimento da autonomia econômica, social, cultural e política das mulheres e a da
justiça de gênero no município.
A etapa municipal desta consulta pública terá como finalidade:
I - Promover a análise da realidade social, econômica, política e cultural e, os desafios
para a erradicação da extrema pobreza e para o exercício pleno da cidadania das
mulheres no Município.
II - Discutir e elaborar Políticas Públicas municipais voltadas à construção da
igualdade, tendo como base o fortalecimento da autonomia econômica, social, cultural
e política das mulheres no município.
III - Elaborar uma plataforma de diretrizes para compor o III Plano Estadual de
Políticas Públicas para as Mulheres (PEPPM), na perspectiva da criação do organismo
executivo municipal de políticas para as mulheres e do conselho de defesa dos direitos
da mulher.
Para orientar os trabalhos dos GT´s sugerimos que as Coordenadora de cada eixo
siga o roteiro abaixo:
13:00 Acolhida e apresentação das participantes
Eleição de uma Relatora e Sub-coordenadora do eixo que irão apresentar
13:15 Exposição temática
63. RELATÓRIO FINAL
13:45 Debate
14: 30 Elaboração de propostas do GT
14:45 Votação das 03 proposta prioritárias
13:00 Encerramento do GT.
O debate terá como eixo as duas questões fundamentais:
O que já temos? Debate entre as conferencistas sobre a existência de Políticas, Programas,
Projetos, Leis com ênfase no Município.
• Recomendações no nível nacional, estadual e municipal.
O que pretendemos conquistar ou ampliar? Debate entre as conferencistas. O grupo
poderá ser subdividido para que os itens dos temas possam ser aprofundados. Exemplo: a)
Educação Inclusiva e não Sexista: Implementação de novas metodologias, cursos (quais?) e
Orientação Sexual. b) Sobre direitos sexuais e reprodutivos: Aborto, Humanização no Parto,
Mortalidade Materna e outros.
• Recomendações no nível nacional, estadual e municipal.
Como vamos concretizar as propostas? Debate entre as conferencistas sobre a
implantação e/ou implementação da política sugeria.
• Recomendações no nível nacional, estadual e municipal.
O relatório do GT deverá ser digitado no modelo disponível no computador do grupo
e apresentado na plenária final pela Relatora e a Sub-coordenadora do eixo contendo uma
síntese das discussões e as propostas aprovadas pelo GT.
64. RELATÓRIO FINAL
ANEXO - O
EM QUE PONTO ESTAMOS?
Acesso à justiça e à cidadania
(Direitos Humanos, Mulheres e “um conhecimento prudente para
Políticas públicas no Brasil) uma vida decente”
Dra. Vanessa Cavalcanti SANTOS, Boaventura de S. Princípios
para uma ciência pós-moderna. São
UCSal, Capes, Brasil Paulo: Edusp, 2000.
“ser sujeito é construir-se e constituir-se
como capaz de autonomia numa relação
tal que as coisas e os demais não se
ofereçam como determinantes do que
somos e fazemos”
(CHAUI, 1985, p. 36).
“tomar consciência de seu potencial,
reconheçam o poder como elemento de
mudança e legitimem o desejo de
participar dele”
(ARENDT, 2003, p. 132).
Vanessa Ribeiro Simon Cavalcanti
65. RELATÓRIO FINAL
A igualdade de gênero é um tema transversal de todos os Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio. Porém, o lugar mais adequado para ela ainda
deve ser claramente definido em metas, indicadores e estratégias, de modo a
atingir os Objetivos no nível nacional. Felizmente, a CEDAW e a Plataforma
de Ação de Pequim oferecem orientações detalhadas sobre toda a variedade
de questões relevantes de igualdade de gênero, e podem ser utilizadas para
ajustar as agendas de ODM. O primeiro passo para usar ambos os
1. Erradicar a pobreza extrema e a fome documentos para esse fim é identificar formas específicas de
2. Promover a educação primária universal correspondência e apoio mútuo entre esses três marcos de referência.
A seguir, apresentamos um mapeamento preliminar de questões de
3. Promover a igualdade entre gêneros e a igualdade de gênero envolvidas em cada Objetivo, bem como os
autonomia da mulher compromissos e obrigações correspondentes no âmbito da CEDAW e da
4. Reduzir a mortalidade infantil Plataforma de Ação de Pequim. Evidentemente, as prioridades, desafios e
respostas mais apropriadas irão variar entre regiões e países. Os
5. Melhorar a saúde materna comentários finais do Comitê da CEDAW para cada país e os planos de ação
6. Combater a AIDS, o paludismo e outras e revisões nacionais no âmbito de Pequim são outras referências importantes
enfermidades para vincular a CEDAW e a Plataforma de Ação aos ODM, de tal forma que
espelhe as realidades dos diferentes países.
7. Garantir a sustentabilidade do meio ambiente
8. Fomentar uma associação mundial para o Waldorf, Lee. Rumo à Igualdade de Gênero. Brasília: Fundo de
Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher, ISBN: 1-932827-17-X
desenvolvimento
Desenvolvimento Humano e Empoderamento feminino:
Disparidades (Igualdade) Os resultados da “contra-maré”
As grandes disparidades de gênero em
direitos humanos básicos, recursos,
ONU
oportunidades econômicas, e em política
1975/2015: ações nas são inseridas em todo o mundo, apesar
áreas da educação e saúde
das recentes vantagens. Essas
(Metas do Milênio)
disparidades estão relacionadas com a
pobreza. Em um nível, a pobreza exacerba
PNAD/IBGE (2008): para as disparidades de gênero, em outro, as
40 horas semanais desigualdades de gênero ocultam, por sua
HB R$ 727 vez, o desenvolvimento sustentável
MB R$ 573 (The World Bank, 2001, p. III).
HN R$ 337
MN R$ 289
66. RELATÓRIO FINAL
INSERÇÃO DAS MULHERES NO
MERCADO DE TRABALHO EDUCAÇÃO – GÊNERO(S)
Quando se fala na desejável parceria escola–
- caracterizada pela precariedade família e se convoca a participação dos pais
- 2004: cerca de 36% da força de trabalho feminina ou 10 (termo genérico para pais e mães) na
educação, como estratégia de promoção do
milhões de mulheres situavam-se em nichos precários do sucesso escolar, não se consideram:
mercado de trabalho, seja como trabalhadoras • as relações de poder variáveis e de mão
domésticas – atividades remuneradas ou trabalhos dupla, relações de classe, raça/etnia,
gênero e idade que, combinadas,
destinados ao consumo próprio ou do grupo familiar. estruturam as interações entre essas
instituições e seus agentes;
- contraste: há um desfavorecimento dessa colocação • a diversidade de arranjos familiares e as
desvantagens materiais e culturais de
feminina quando é confrontada com os homens: 10% uma parte considerável das famílias;
deles se encontravam naquelas situações • as relações de gênero que estruturam as
relações e a divisão de trabalho em casa
e na escola.
BRUSCHINI, C. Gênero e Trabalho no Brasil: novas conquistas ou persistência da discriminação?
Fonte: CARVALHO, Maria Eulina. Modos de educação, gênero e relações escola–
In: ROCHA, M.(org.) Trabalho e Gênero - Mudanças, permanências e desafios. 2000, pp.13-18 família. Cadernos de Pesquisa, v. 34, n. 121, jan./abr. 2004, p. 42.
MARCO LEGAL-CONSTITUCIONAL AÇÕES GOVERNAMENTAIS – 1ª DÉCADA
DO SÉCULO XXI
Artigo 3º - Promover o bem de todos e todas sem a. Plano de Desenvolvimento da Educação –
preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e PDE (2007);
quaisquer outras formas de discriminação. b. Programa Brasil Sem Homofobia –
Programa de Combate à Violência e à
Artigo 5º - Todos são iguais perante a lei sem Discriminação contra GLTB e de Promoção
distinção de qualquer natureza da Cidadania Homossexual (2004);
c. Política Nacional de Promoção da Igualdade
Racial (2003);
Artigo 227º - É dever da família,da sociedade e do
d. Plano Nacional de Educação em Direitos
Estado assegurar à criança e ao adolescente ... O
Humanos (2003 e 2006)
direito à vida, à saúde ... À dignidade,, ao respeito à
liberdade ... Além de colocá-los a salvo de toda e. Planos Estaduais de Direitos Humanos
forma de negligência, discriminação... Violência, (2010)
crueldade e opressão .