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METODOLOGIA E PROCESSO DA ALFABETIZAÇÃO
                                   NAS SÉRIES INICIAIS1


                                                                               Gabryela Kuffel Zarth
                                                                                 Carmen Prigol Cimi
                                                                                  Isaura Kuffel Zarth
                                                                                        Margani Zarth


RESUMO
Este estudo revela como deve acontecer o processo de alfabetização nas séries iniciais do
Ensino Fundamental e também durante toda a vida do ser humano. Por meio de questionário
respondido por professores das séries iniciais e coordenadores pedagógicos, entendemos que
as dificuldades na leitura e interpretação de textos acontecem principalmente porque ainda
persiste a falta de educação com qualidade que explore a linguagem oral e escrita desde a
Educação Infantil. Além disso, falta incentivo por parte dos pais e professores à leitura
diversificada, falta de interesse de autoridades, de pais e até de professores em disponibilizar
materiais e adequar condições para a pesquisa e construção de novos conhecimentos e as
condições sócio-econômicas e psicológicas presentes na realidade de muitas crianças fazem
gerar problemas físicos, emocionais, familiares e sociais. A metodologia da alfabetização
precisa estar adequada à realidade na qual o aluno convive e relacionada aos conhecimentos
que ele traz da vida familiar e social, pois uma criança aprende por meio das relações que
estabelece com seu ambiente. Reflete-se sobre as dificuldades de aprendizagem que muitas
crianças das escolas brasileiras apresentam, definindo quais os fatores que causam essa
deficiência e como proceder para que a alfabetização possa contribuir na construção do
conhecimento e preparar a criança para a vida. As atividades de fala, escrita e leitura são
muito importantes para adquirirmos mais conhecimentos. Portanto, analisando a literatura de
pesquisadores conhecidos por suas experiências com a alfabetização de crianças e também
com a formação de professores, compreendemos melhor o processo de alfabetizar. Eles
verificaram na prática como a criança age na sociedade quando é alfabetizada com a
utilização de tudo o que ela já conhece e como isso se reflete na vida familiar e social na qual
ela convive.
Palavras-chave: Alfabetização. Letramento. Séries Inicias. Dificuldades.
INTRODUÇÃO
        O processo de alfabetização tem sido um grande desafio a ser enfrentado pelo
professor-alfabetizador e pela sociedade que almeja uma educação de qualidade em nossas
escolas. Uma grande quantidade de nossos alunos tem demonstrado muita deficiência na
leitura, interpretação e redação de textos.
        Vários são os fatores que podem influenciar no surgimento desses problemas.
Entendemos que essa situação ainda persiste, porque há escolas que não oferecem formação

1
 Artigo apresentado na Disciplina de Estágio Curricular IV ao Curso de Graduação em Pedagogia – EAD, da
Universidade Luterana do Brasil, como requisito parcial para conclusão de Curso.
contínua para os seus professores, a metodologia utilizada para a alfabetização, à prática
pedagógica ou a forma como ela é conduzida pelo professor podem não estar condizentes ao
contexto social no qual os alunos estão inseridos.
       Existe também a possibilidade de que a insuficiência de investimentos do poder
público em programas de formação continuada, a falta de compreensão de como deve
acontecer à teoria e a prática no processo ensino-aprendizagem, as más condições sócio-
econômicas e psicológicas de nossos alunos e muitas decisões adotadas na educação podem
ter contribuído para que houvesse índices tão altos de dificuldades na aprendizagem ou
mesmo defasagem no ensino.
       As crianças necessitam do professor-alfabetizador experiente e competente, que venha
contribuir para a prática de um ensino interativo, contextualizado e muito bem planejado.
Assim, de posse dos conhecimentos e conteúdos necessários, ele incentiva a compreensão e
produção de novos conhecimentos, contribuindo na formação de seres humanos capazes de
gerar a construção dos saberes, a partir de suas reflexões e ações e da realidade que os cerca.
       As atividades de fala, escrita e leitura são muito importantes para adquirirmos mais
conhecimentos. Desde que nascemos, a linguagem está presente em todos os momentos da
vida. É importante então pensarmos sobre o que ela faz conosco e sobre o que fazemos com
ela.
       Diante dos problemas que enfrentamos no processo educacional, especialmente na
alfabetização das séries iniciais, nos deparamos com a urgência de soluções que contribuam
na construção do saber. Competir e estar aberto a todas as possibilidades que fazem parte do
aprendizado para a vida é um direito de todos e dever dos educadores na escola e na
sociedade, pois uma criança aprende por meio das relações que estabelece com seu ambiente.
Assim acontece no processo de alfabetização e aquisição de novos conhecimentos.
       É tarefa primordial do professor como mediador do conhecimento refletir sobre a
metodologia ideal que leva as crianças a compreenderem o funcionamento da língua e saber
utilizá-la cada vez melhor. Portanto, o que fazer para que a explorem com disposição,
curiosidade e prazer, tanto na modalidade oral como na escrita, faz parte da prática
pedagógica do docente que quer educação de qualidade em nossas escolas.
       Para quem pretende assumir os riscos dessa permanente revisão sobre o processo de
alfabetização, é fundamental que não deixe de ser sensível, criativo e crítico, porque há
muitos aspectos específicos a considerar e não se deve supor que todas as informações
necessárias à prática docente já estejam catalogadas e analisadas. É essencial que continuemos
a pesquisar e experimentar novos caminhos.
Conhecendo de perto os métodos de alfabetização e suas respectivas características,
comparando e avaliando o desempenho dos alunos alfabetizados com métodos diferentes e
também analisando a maneira que se processa a alfabetização nas séries iniciais, poderemos
definir com mais clareza porque acontece a defasagem na leitura, na escrita e na interpretação
textual, presentes em muitos de nossos alunos.
       A pesquisa referente ao tema foi feita através de revisão bibliográfica, mediante leitura
sistemática com fichamento de cada obra e ressaltando os pontos abordados pelos autores,
pertinentes ao assunto em questão. Foi realizada também uma pesquisa de campo numa das
escolas do município, onde já tinham sido feitas as observações e a prática docente de estágio
I do curso de Pedagogia supervisionado pela tutora da ULBRA.
       Mediante respostas a um questionário distribuído aos professores das séries iniciais do
ensino fundamental, especialmente os que atuam no 1º e 2º fases do 1º ciclo, e também para
coordenadores pedagógicos da instituição 13 de Maio, na qual estagiei, essa coleta de
opiniões contribuirá na luta efetiva por uma educação de qualidade, que ajude na construção
do saber e da sociedade na qual convivemos diariamente.
1 DEFICIÊNCIA NA LEITURA, NA ESCRITA E NA INTERPRETAÇÃO DE
TEXTOS
       Muito se tem falado a respeito do fracasso da alfabetização em grande parte das nossas
escolas. Verificando o resultado das avaliações nacionais podemos comprovar os sérios
problemas de aprendizagem existentes em grande parte das escolas de nosso país. Há também
muitas decisões adotadas na educação que podem ter contribuído para que houvesse índices
tão altos de dificuldades na aprendizagem ou mesmo defasagem no ensino.
       Necessitamos compreender o que está acontecendo com o processo de alfabetização
de nossos alunos das séries iniciais. Sabe-se que eles necessitam de mediadores do
conhecimento que venham contribuir para a prática de um ensino interativo, contextualizado e
muito bem planejado. Por isso, precisamos conhecer os métodos de alfabetização e suas
respectivas características, comparar e avaliar o desempenho dos alunos alfabetizados com
métodos diferentes e analisar a maneira que se processa a alfabetização no processo ensino-
aprendizagem.
       Para Emilia Ferreiro (2001), “os saberes que o aluno traz para a escola e como eles
devem ser trabalhados pelos professores, fazem parte da linguagem no processo de
alfabetização”. Diante disso, podemos observar que os processos de aquisição da leitura e da
língua escrita no contexto escolar devem considerar o desenvolvimento das crianças, pois este
começa muito antes da escolarização.
É útil se perguntar através de que tipo de práticas a criança é introduzida na língua
                        escrita, e como se apresenta este objeto no contexto escolar. Há práticas que levam a
                        criança à convicção de que o conhecimento é algo que os outros possuem e que só
                        se pode obter da boca dos outros, sem nunca ser participante na construção do
                        conhecimento. (EMÍLIA FERREIRO, 2001, p. 30).

        Nos dias de hoje, em que as sociedades do mundo inteiro estão cada vez mais
centradas na escrita, ser alfabetizado, isto é, saber ler e escrever, tem se revelado condição
insuficiente para responder adequadamente às demandas da sociedade contemporânea. É
preciso ir além da simples aquisição do código escrito e fazer uso da leitura e da escrita no
cotidiano apropriando-se da função social dessas duas práticas. Enfim, é preciso letrar-se, isto
é, buscar por meio de pesquisas e cursos de formação, as ações pedagógicas de reorganização
do ensino e reformulação dos modos de ensinar e fazê-las acontecer na prática em sala de
aula.
        Desde os tempos do Brasil Colônia, e até muito recentemente, o problema que
enfrentávamos em relação à cultura escrita era o analfabetismo. Esse problema foi
relativamente superado nas últimas décadas, ou seja, foi vencido de forma pelo menos
razoável. É necessário, portanto, não desmerecer a importância de ensinar a ler e a escrever,
reconhecendo que isso não basta. Mas isso não quer dizer que os dois processos, alfabetização
e letramento, sejam processos distintos; na verdade, não se distinguem, deve-se alfabetizar
letrando. Alfabetização e letramento se somam. Ou melhor, a alfabetização é um componente
do letramento.
        Analisando as experiências de Eglê Pontes Franchi, professora e pesquisadora, autora
recomendada pelo Professor Paulo Freire, conhecida por sua experiência com a alfabetização
de crianças e também com a formação de professores, compreendemos melhor o processo de
alfabetizar. Como muitos educadores, ela verificou na prática, como age na sociedade a
criança que é alfabetizada com a utilização de tudo o que ela já conhece e como isso se reflete
na vida familiar e social na qual ela convive.

                        Os alfabetizados, enquanto operam sobre a descoberta das letras, das sílabas e das
                        palavras iniciais de seu vocabulário escrito, já dominam amplamente a linguagem
                        rica e variada de que se servem na conversação e no diálogo. Por isso é que a
                        alfabetização deve ancorar-se na linguagem que as crianças dominam e nascer com
                        fortes marcas da oralidade. “Trata-se de considerar a prática oral das crianças como
                        o contexto em que as primeiras palavras e as primeiras frases escritas ganham
                        naturalidade”. (EGLÊ PONTES FRANCHI, 2001, p. 144)

        A formação continuada do professor vai muito além dos saberes teóricos em sala de
aula. O conhecimento das questões históricas, sociais e culturais que envolvem a prática
educacional, o desenvolvimento dos alunos nos aspectos afetivo, cognitivo e social, bem
como a reflexão crítica sobre o seu papel diante dos alunos e da sociedade, são elementos
indispensáveis no processo de alfabetização.

1.1 OBJETIVOS GERAIS

       Definir   se   o    desempenho     dos      alunos   na   leitura,   na   escrita   e   na
interpretação textual, é influenciado pelo método de alfabetização que o professor escolhe e
pela maneira que ele é aplicado em sala de aula.

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

   • Conhecer os métodos de alfabetização mais utilizados nas escolas de nosso município
       e que são recomendados pelos especialistas;
   • Identificar as principais características de cada um dos métodos pesquisados;
   • Analisar de que forma se processa a alfabetização das crianças nas séries iniciais;
   • Avaliar o desempenho de alunos sendo alfabetizados nas séries iniciais, com os
       métodos conhecidos e recomendados pelas pesquisas realizadas nessa área
       educacional;

2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 ALFABETIZAÇÃO EM PROCESSO
2.1.1 Métodos e técnicas
       Nas últimas décadas assistiu-se a um abandono na discussão sobre a eficácia de
processos e métodos de alfabetização, que passaram a ser identificados como propostas
tradicionais, e passou-se a discutir e analisar uma abordagem construtivista de grande impacto
conceitual nessa área. Assim, valorizar o diagnóstico dos conhecimentos prévios dos alunos e
a análise de seus erros como indicadores construtivos do processo de aprendizagem, como
também inserir a criança em práticas sociais que envolvem a escrita e a leitura, é a realização
efetiva de práticas docentes que defendem uma educação de qualidade e que preparam o ser
humano para a vida.
       Para Sanz (2003, p. 38) “método é a palavra grega para perseguição e prosseguimento,
com o sentido de esforço para alcançar um fim, investigação. O que nos permite compreendê-
lo como caminho para atingir um resultado”. Ele ainda diz que (2003, p. 39) “o método,
como estratégia, e a técnica, como tática, formam um par nobre”.
O Método Fônico enfatiza as relações símbolo-som, sendo que na linha sintética o
aluno conhece os sons representados pelas letras e combina esses sons para pronunciar
palavras e, na linha analítica o aluno aprende primeiro uma série de palavras e depois parte
para a associação entre o som e as partes das palavras.           O Método da Linguagem Total
defende que os sistemas linguísticos estão interligados e que a relação entre imagens e sons
deve ser evitada. Neste, são apresentados textos inteiros, porque acredita-se que se aprende
lendo. O professor lê textos para os alunos que o acompanham, assim se familiarizando com a
linguagem escrita, para posteriormente aprender palavras, em seguida as sílabas e depois as
letras.
          O Método Alfabético faz com que os alunos primeiro identifiquem as letras pelos
nomes, depois soletrem as sílabas e, em seguida, as palavras antes de lerem sentenças curtas e,
finalmente, histórias. Quando os alunos encontram palavras desconhecidas, as soletram até
decodificá-las.
          O Analítico parte de uma visão global para depois deter-se nos detalhes, e o Sintético
começa a ensinar por partes ou elementos das palavras, tais como letras, sons ou sílabas, para
depois combiná-los em palavras. A ênfase é a correspondência som-símbolo.
          A orientação dos Parâmetros Curriculares Nacionais enfatiza que é necessário se fazer
um diagnóstico prévio do aluno antes de optar por qualquer método. Algumas crianças entram
na primeira série sabendo ler. O professor lê textos em voz alta e é acompanhado pela classe.
Os alunos são estimulados a copiar textos com base em uma situação social pré-existente. A
leitura em voz alta por parte dos estudantes é substituída por encenações de situações que
foram lidas ou desenhos que ilustram os trechos lidos. As crianças aprendem a escrever em
letra de forma e a consciência fônica é uma consequência.
2.1.2 Mudanças na prática alfabetizadora
          Com base nas pesquisas e experiências de Emília Ferreiro, podemos discutir e analisar
que a prática alfabetizadora tem se centrado na polêmica sobre os métodos utilizados. Porém,
nenhuma dessas discussões levou em conta o conhecimento que as crianças já tem, antes
mesmo do início da escolarização.
                          Se aceitarmos que a criança não é uma tábua rasa onde se inscrevem as letras e as
                          palavras segundo determinado método; se aceitarmos que o “fácil” e o “difícil” não
                          podem ser definidos a partir da perspectiva do adulto, mas da de quem aprende; se
                          aceitarmos que qualquer informação deve ser assimilada, e, portanto transformada,
                          para ser operante, então deveríamos também aceitar que os métodos (como
                          consequência de passos ordenados para chegar a um fim) não oferecem mais do que
                          sugestões, incitações, quando não práticas rituais ou conjunto de proibições. O
                          método não pode criar conhecimento. (EMILIA FERREIRO, 2001, p. 29 e 30)
Tendo em conta a complexidade da realidade brasileira, pode-se observar que já
aconteceram muitas coisas para viabilizar melhorias em todos os setores do processo ensino-
aprendizagem, principalmente nas escolas públicas, que necessitam de maior atenção na
alfabetização das séries iniciais.
       Muitas mudanças em relação à escolarização vêm ocorrendo e mais crianças em idade
escolar estão nas salas de aula. Esse é o primeiro passo. Em seguida vem o desafio da
qualidade da aprendizagem. As mudanças têm se revelado muito lentas, pois convivemos
principalmente com sistemas educativos municipais e estaduais que tornam ainda mais difícil
a ocorrência de evoluções e transformações no processo educacional.
       Dentre as várias mudanças que ocorreram estão o incentivo à formação continuada dos
profissionais da educação e a implantação do Ensino Fundamental de nove anos. Este,
aprovado em fevereiro de 2006, com base na Lei 11.274/2006, que incentiva nove anos de
escolaridade obrigatória, com a inclusão das crianças de seis anos.
                         Ressalte-se que o ingresso da criança de seis anos no ensino fundamental não pode
                         constituir uma medida meramente administrativa. É preciso atenção ao processo de
                         desenvolvimento e aprendizagem das crianças, o que implica conhecimento e
                         respeito às suas características etárias, sociais, psicológicas e cognitivas.
                         (HADDAD; FERNANDES, 2006, p. 4)
       Não foi de um momento para outro que essas transformações ocorreram. Também não
foi pela vontade de um único legislador ou de um determinado governo que as mudanças se
processaram. Todo esse processo vem acontecendo com base em muita pesquisa e dedicação
de profissionais que convivem nessa sociedade tão carente de educação.
2.1.3 Alfabetizando com sucesso
       Para a professora e pesquisadora Emilia Ferreiro, citado por Denise Pellegrini (Revista
Nova Escola, Edição 143, jun/2001), “todo profissional deve querer saber sempre mais. Se
não há inquietude, repetimos coisas que podem estar ultrapassadas”. Desta forma, pode-se
observar que ela nos ensinou a revolucionar a alfabetização ao explicar como as crianças
aprendem, como também a defender recursos que estejam próximos à realidade do aluno.
       Sabendo que a alfabetização é um processo que nunca termina, faz-se necessário dar
atenção especial às séries iniciais do Ensino Fundamental. Desta forma, o professor que
alfabetiza se mostra como um ponto de referência para as mais diversas escolas e
profissionais, porque as ideias construtivistas acerca do processo de alfabetização vêm sendo
cada vez mais divulgadas, e as práticas tradicionais não mais encontram espaço onde se busca
uma alfabetização atualizada e de qualidade.
       As idéias apontadas por Emília Ferreiro e Ana Teberosky, citadas por Andréa Luize,
indicam como a criança aprende e como constrói seus conhecimentos sobre a língua. Assim,
para trabalhar os textos em sala de aula é preciso construir efetivamente intervenções
pedagógicas adequadas, consistentes e condizentes com os conhecimentos teóricos, o que só é
possível a partir de experiências, investigações e muita reflexão por parte dos professores.
       É importante afirmar que a opção por essa metodologia já se mostra inovadora nas
salas de aula onde foram feitas observações durante o estágio supervisionado do Curso de
Pedagogia. Percebe-se que o recurso mais favorável à aprendizagem da leitura e da escrita não
é apresentar textos desconexos apenas para garantir a memorização das famílias silábicas,
pois trabalhar com esse instrumento faz com que o ato de ler e escrever seja aprendido
mecanicamente através do treino, da cópia repetitiva e principalmente da memorização.
       Na prática, tudo isso pode concretizar-se em mudanças gradativas. Nas escolas em que
circulam diversos tipos de texto, como livros, jornais e revistas, os alunos lêem e escrevem
mais rapidamente e se tornam capazes de buscar as informações de que necessitam.
       O texto deve ser o elemento fundamental para inserir a criança no universo letrado.
Paralelamente, os diferentes tipos de textos precisam aparecer como objetos de análise em si
mesmos, permitindo aos alunos diferenciá-los, conhecer melhor suas funções e características
específicas.
       A escola brasileira percebe a necessidade de se aprimorar na tarefa de alfabetizar.
Cada vez mais se investe na capacitação docente e muitas delas adotam os ciclos que
aumentam o tempo para os pequenos aprenderem a ler e escrever. Nesse mesmo sentido vai a
aprovação do Ensino Fundamental de nove anos. Essa medida favorece uma parcela da
população que, por não ter acesso à Educação Infantil, estaria fora da escola e longe de um
ambiente alfabetizador.
       Para Patrícia Corsino et al. (2006, p. 61) “as crianças devem ser encorajadas a pensar,
a discutir, a conversar e, especialmente, a raciocinar sobre a escrita alfabética”. Por meio
disso, asseguramos o conhecimento sobre a natureza e o funcionamento do sistema de leitura
e escrita, compreendendo e se apropriando dos usos dessas linguagens nas suas mais diversas
funções.
        Ainda há muito o que aprimorar nessa área e a tarefa não é apenas dos professores das
primeiras séries. O sucesso ocorre nas escolas em que a leitura e a escrita são tratadas como
conteúdo central e um meio de inserir o estudante na sociedade. Um fator determinante para a
alfabetização é a crença do professor de que o aluno pode aprender independentemente de sua
condição social. Esse olhar do professor abre as portas do mundo da escrita para os que vêm
de ambientes com pouco material escrito.
O pouco acesso à cultura escrita se deve às condições sociais e econômicas em que
vive grande parte da população. O aluno que vê diariamente os pais folheando revistas,
assinando cheques, lendo correspondências e utilizando a internet tem muito mais facilidade
de aprender a língua escrita do que outro cujos pais são analfabetos ou têm pouca
escolaridade. Isso ocorre porque ao observar os adultos a criança percebe que a escrita é feita
com letras e incorpora alguns comportamentos como folhear livros, pegar na caneta para
brincar de escrever ou mesmo contar uma história ao virar as páginas de um gibi. Cabe à
escola oferecer essas práticas sociais aos estudantes que não têm acesso a elas.
       Outra medida para democratizar esses conhecimentos em sala de aula é ler diariamente
para a turma. A criança lê pelos olhos do professor porque ainda não pode fazer isso sozinha,
mas vai se familiarizando com a linguagem oral e escrita.
                         O que um alfabetizador não pode deixar de fazer em classe é ler em voz alta.
                         Especialmente se as turmas forem pobres, vindas de lugares em que há poucas
                         pessoas letradas. Essa poderá ser a primeira vez que ela passa por uma experiência
                         assim. O texto, no entanto, tem de ser bom e lido com convencimento. Esse aluno de
                         seis ou sete anos vai presenciar um ato quase mágico. Vai escutar um idioma
                         conhecido e ao mesmo tempo desconhecido, porque a língua, quando escrita, é
                         diferente. Essa maneira de trabalhar é muito melhor do que usar as cartilhas e as
                         famílias silábicas. (FERREIRO citado por PELEGRINI, Nova Escola, Edição 143,
                         jun/2001)
2.1.4 A prática da leitura
       Criança representa uma categoria identificada pela idade. Ela vive um momento
específico do desenvolvimento humano, no qual aprende a brincar, falar, andar e interagir no
meio em que vive. Já a infância é uma categoria social, marcada pelo tempo de ser criança,
que varia de acordo com as diferentes culturas, classes sociais e histórias pessoais de cada
uma e de cada família.
       Pode-se ressaltar então, que a leitura é uma prática e para ensinar precisa-se aprender
com quem faz. Porém, este é um problema sério que acontece com muitos pais e educadores,
ou seja, como formar leitores se o professor e os pais não lêem bem? E como ler bem se os
alunos saem de uma escola que não forma leitores? A solução é de longo prazo e requer
programas de educação continuada que tenham um trabalho sistemático nessa área e que seja
colocado na convivência familiar e na prática pedagógica diária.
       Muitas escolas concentram-se no ensino de gramática, em vez de investir na
competência leitora. Por isso há analfabetos funcionais com muitos anos de escolaridade.
Formar leitores e gente capaz de escrever é uma tarefa de coordenadores, gestores e
professores de todas as séries e disciplinas, sendo um processo contínuo que requer
planejamento, criatividade e dedicação constante.
Numa entrevista à Revista Nova Escola, a doutora Telma Weisz (edição 190,
mar/2006) destaca que “a alfabetização é um processo contínuo e que é responsabilidade da
escola combater o analfabetismo funcional”. Desta forma, ela nos faz compreender que a
leitura e a escrita são o conteúdo central da escola e têm a função de incorporar a criança à
cultura do grupo em que ela vive. Isso significa dar ao filho do analfabeto oportunidades
iguais às do filho do professor universitário, tornando o texto familiar, conhecendo suas
características e trazendo para a sala práticas de leitura do mundo onde ele vive.
                        Se a função da escola é dar instrumentos para o indivíduo exercer sua cidadania, é
                        preciso ensinar a ler jornal, literatura, textos científicos, textos de história, geografia,
                        biologia e outros. Consegue ler bem quem teve algum tipo de oportunidade fora da
                        escola. Os que dependem só dela são os analfabetos funcionais. E a escola faz isso
                        porque não compreende claramente a sua função. (TELMA WEISZ, Nova Escola,
                        edição 190, mar/2006)
2.1.5 A construção da linguagem pela humanidade
       Desde muito cedo, a criança está se construindo na interação entre fatores biológicos e
culturais e que gradativamente se estruturam de acordo com seus movimentos, inteligência,
identidade, memória, percepção, imaginação, função simbólica, pensamento verbal e outras
múltiplas linguagens. Esse entendimento ajuda-nos a buscar um caminho, uma ação
pedagógica que efetivamente contribua para o processo de desenvolvimento e aprendizagem
desses alunos.
       É de fundamental importância que não esqueçamos também que essas crianças,
quando chegam no ensino fundamental, já possuem um tempo de vida e, portanto,
experiências e aprendizagens. Isso é que determina que esses aspectos e essas funções estejam
em pleno desenvolvimento. Como elas são provenientes de diferentes ambientes familiares e
comunitários e a frequência a creches e pré-escolas não é obrigatória, é necessário também ter
clareza de que essas experiências podem ser bastante diferenciadas.
       Contudo, isso não deve ser visto como um obstáculo ao trabalho do professor. Ao
contrário, essas experiências são extremamente ricas para as trocas socioculturais e as
aprendizagens entre pessoas de contextos diferentes. É importante lembrar que não se deve
esperar que todas as crianças tenham vivências escolares comuns. Portanto, essa é a hora de
refletir seriamente na escolha da metodologia de alfabetização e que não se pode planejar todo
o trabalho sem antes conhecê-las.
       Como se pode perceber, não basta um conhecimento genérico, baseado apenas nos
livros, sobre as especificidades dos alunos dessa faixa etária. É fundamental conhecer a
criança com a qual se vai trabalhar, seus saberes, práticas e valores, nos quais ela está
crescendo socialmente. O importante é pensar que as crianças, independentemente do meio de
que provêm e de suas características pessoais, encontram-se em pleno processo de
desenvolvimento da linguagem.
                       E nós sabemos bem disso porque convivemos diariamente com crianças e
                       adolescentes que trazem experiências e histórias que não são encantadas, são vividas
                       concretamente, muitas vezes dramaticamente. Às vezes, preocupados em demasia
                       com os conteúdos de ensino, não paramos para conhecer nossos alunos, para ouvir
                       os conteúdos tão significativos de suas vidas. CECÍLIA GOULART et al. – 2006, p.
                       86 e 87)
         A linguagem é tudo quanto serve para expressar ideias, sentimentos e modos de
comportamento, como também, todo sistema de signos que serve de meio de comunicação
entre os indivíduos e pode ser percebido pelos diversos órgãos dos sentidos. Por meio dela,
compartilhamos nossas maneiras de pensar e de viver bem como nossos sentimentos,
necessidades e valores, produzimos cultura, construímos história e transformamos o mundo.
A linguagem nos humaniza e é um dos elementos fundamentais na construção de nossos
conhecimentos.
         Se voltarmos nosso olhar para a história da humanidade, poderemos compreender
melhor o processo vivido pela criança. Os homens, ao longo de sua trajetória, criaram
diferentes formas de representar, evocar ou tornar presente o que estava distante, separando-se
assim da situação imediata.
2.1.6 Aquisição das linguagens oral e escrita

         O professor com pouca experiência ou até mesmo aquele que já soma muitas
trajetórias no processo de alfabetização fica ansioso para entrar efetivamente nas questões
relativas ao aprendizado da linguagem escrita pela criança. Várias dúvidas devem rondar sua
mente, o que o leva a questionar sobre qual o melhor método para esse aprendizado, como a
linguagem oral interfere na aprendizagem da linguagem escrita, se vem antes a leitura ou a
escrita, que aspectos envolvem esse aprendizado, por onde começar, entre outros, que o
deixam             inseguro                na               hora                da                prática.
         Ao conversarmos com outras pessoas, percebemos que cada um viveu um processo
diferenciado. Nós aprendemos por diferentes caminhos e, embora as sociedades modernas e
contemporâneas tenham delegado à escola a responsabilidade por tal ensino, nem sempre e
nem tudo sobre a linguagem escrita é aprendido nessa instituição. Por isso, quando as crianças
chegam à escola, é fundamental que se saiba o que elas já conhecem e como aprenderam.
Também é importante investigar o que querem aprender acerca da linguagem escrita e para
que querem aprender a ler e a escrever. Com certeza haverá muitas surpresas com as respostas
e, a partir delas, buscar-se-á caminhos para trabalhar esses conhecimentos.
2.1.7 A linguagem escrita no processo de alfabetização

       Por tudo o foi analisado e refletido até aqui deve ter ficado claro que o trabalho do
professor-alfabetizador no primeiro ano de escolaridade obrigatória não deve significar a
antecipação da aprendizagem da leitura e da escrita pelas crianças, e muito menos a
aceleração desse processo. Mesmo sabendo que elas estão construindo a linguagem da escrita
entre as suas múltiplas linguagens, essa não é a única maneira de a criança partilhar
significados e se inserir na cultura e deve ser ensinada no contexto das demais linguagens.
                       Muito antes de serem capazes de ler, no sentido convencional do termo, as crianças
                       tentam interpretar os diversos textos que encontram ao seu redor (livros, embalagens
                       comerciais, cartazes de rua), títulos (anúncios de televisão, estórias em quadrinhos,
                       etc.). (EMÍLIA FERREIRO, 1992, p. 69)
       Quando se fala em alfabetização e letramento, termos muito utilizados atualmente
quando se fala do processo de aprendizado da linguagem escrita pela criança, não se deve
deixar acontecer, como na grande maioria dos conhecimentos em educação, que o uso deles
vire moda passageira e até fiquem desgastados, sem que os professores tenham compreendido
seu real significado. Nesse sentido, vale a pena retomarmos esses conceitos e, sobretudo,
pensarmos em como praticá-los em sala de aula.
       Letramento seria é o estado ou a condição de quem não apenas sabe ler e escrever,
mas cultiva as práticas sociais que usam a escrita. Seria, portanto, o uso competente da
tecnologia da escrita nas situações de leitura e produção de textos reais, com sentido e
significado para quem lê e escreve.
       As crianças descobrem sobre a língua escrita antes de aprender a ler. Essa afirmativa
se baseia em estudos nos quais estabelece comparação entre a aquisição da linguagem oral e
da linguagem escrita. Assim como as crianças adquirem a linguagem oral quando envolvidas
em contextos comunicativos em que essa linguagem é significativa para elas, da mesma forma
o uso constante e significativo da linguagem escrita possibilita e enriquece o seu processo de
alfabetização.
2.1.8 A linguagem oral no processo de alfabetização
       A linguagem oral que abrange a fala, a escuta e a compreensão acompanha todas as
interações estabelecidas pelas crianças em suas práticas sociais. É assim que meninos e
meninas se apropriam da cultura escolar, desde o ingresso na instituição. É também por meio
da fala que as crianças adentram na escola, levando consigo as marcas de sua classe social, de
sua origem e identidade cultural, constituída por conhecimentos, crenças e valores. Trazem,
portanto, a variedade linguística do grupo social a que pertencem.
Nesse sentido, é importante lembrar que a população brasileira fala de diferentes
formas, em função dos espaços geográficos que ocupa, da classe social, da idade e do gênero
a que pertence.          Analisadas do ponto de vista linguístico, todas essas variedades são
legítimas e corretas, já que não temos uma gramática normativa da linguagem oral como a
que existe para a linguagem escrita. Assim, todos falamos corretamente. Contudo, do ponto
de vista social, essas variedades são valoradas de forma diferente: a linguagem popular tem
menor prestígio que a forma culta, ou seja, a linguagem padrão falada pelas pessoas das
classes mais favorecidas economicamente é que é considerada mais próxima da linguagem
escrita.
                          A escola, incorporando esse comportamento preconceituoso da sociedade em geral,
                          também rotula seus alunos pelos modos diferentes de falar. (...) Em outras palavras,
                          um se torna o aluno “certinho” porque é falante do dialeto de prestígio, o outro é um
                          aluno carente (“burro”) porque é falante de um dialeto estigmatizado pela sociedade.
                          (CAGLIARI, 1993, p. 82).
           Para que a escola possa efetivamente contribuir para a continuidade do processo de
aprendizagem das crianças e, ao mesmo tempo, considerar alguns paradigmas da educação
brasileira, como a inclusão e o reconhecimento à diversidade, é necessário livrar-se de
preconceitos relativos à fala das camadas populares e acolher as crianças com toda a bagagem
cultural que trazem para a escola.
3 METODOLOGIA
3.1 Pesquisa Bibliográficas
           O estudo foi feito com base nas dificuldades que grande parte de nossas crianças
apresentam na leitura e interpretação oral e escrita, para identificar o que causa essa
defasagem no processo ensino-aprendizagem.
3.2 Instrumentos utilizados
           A revisão bibliográfica é feita mediante leitura sistemática com fichamento de cada
obra e com pesquisa de campo nas escolas do município, por meio de questionário para
professores das séries iniciais do Ensino Fundamental, especialmente os que atuam no 1º e 2º
Fase do 1º Ciclo do Ensino Fundamental. Responderam também aos questionamentos os
coordenadores pedagógicos da Escola Estadual 13 de Maio.

4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

           Os questionamentos elaborados para essa análise e interpretação de dados buscam
respostas para definir porque temos presente tantas dificuldades em leitura e interpretação de
textos, numa grande quantidade das crianças de nosso país. Foram coletadas opiniões de
professores das séries iniciais da E. E. 13 de Maio. Além destes, os coordenadores
pedagógicos também responderam o questionário e participaram do debate com todos os
envolvidos nesse estudo. Quando perguntou-se sobre o alto nível de dificuldades na leitura e
interpretação presente nas crianças de grande parte das escolas de nosso país, os questionados
foram unânimes em responder que concordavam com a existência desses problemas. De
acordo com as opiniões levantadas, essa defasagem acontece principalmente porque ainda
persiste a falta de educação com qualidade que trabalhe a realidade do aluno e que explore a
linguagem oral na Educação Infantil, e ainda, porque falta incentivo por parte dos pais e
professores à leitura diversificada e contagem de histórias, existem más condições sócio-
econômicas e até psicológicas numa grande parte de crianças brasileiras que geram problemas
físicos e de má convivência familiar e social, e também porque ainda há falta de interesse de
autoridades, de pais e até de professores em disponibilizar materiais e adequar condições para
a pesquisa e construção de novos conhecimentos.

       O desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem com qualidade pode acontecer
com sucesso, quando as práticas pedagógicas, que deram certo, sejam atuantes e criativas em
todas as nossas escolas.
       Para a Mestra em Educação, Edna Castro de Oliveira, que escreveu a apresentação do
livro Pedagogia da Autonomia “de nada adianta o discurso competente se a ação pedagógica é
impermeável a mudanças” (1996, p.10). Assim, ela e Paulo Freire nos advertem para a
necessidade de assumirmos uma postura vigilante contra todas as práticas de desumanização e
mostrar interesse constante em querer transformar a educação e a sociedade.
       Quando perguntou-se se a metodologia de alfabetização pode influenciar na
deficiência de aprendizagem e na defasagem de ensino que os alunos e muitas das escolas
brasileiras ainda apresentam, ficou comprovada a convicção de grandes pesquisadores nessa
área quando defendem a valorização dos educandos em todo o processo educacional. Segundo
os entrevistados esse problema existe porque o método utilizado ainda se distancia da
realidade dos alunos, a escola e a família falham quando não assumem uma educação crítica,
criativa e competente que os prepare para a vida, como também, porque há falta de interesse
de professores que não planejam adequadamente suas aulas e vivem desmotivados, pois não
procuram a formação continuada que é necessária numa época em que a tecnologia avança
cada vez mais. Além disso, as más condições sócio-econômicas, a desumanização e a falta de
uma alimentação equilibrada, baixam o nível de aprendizagem das nossas crianças, provocam
evasão escolar e uso de práticas marginais.
Para Paulo Freire (1996, p. 50) “como professor crítico, sou um aventureiro
responsável, predisposto à mudança, à aceitação do diferente”. Dessa forma, pode-se observar
que somos capazes de intervir no mundo, decidir e escolher, realizar grandes ações, sempre
com exemplos de dignidade e ética. As mudanças poderão ser lentas e as situações podem até
piorar, mas é essencial que estejamos sempre atentos e dispostos a melhorá-las.
       Outra questão analisada refere-se à forma como o professor-alfabetizador aplica o
método de alfabetização em sala de aula. A entrevista revelou que essa é a causa principal da
deficiência de aprendizagem comprovada nos exames nacionais. Porém, todos comentaram
que as pesquisas realizadas nessa área, bem como as experiências e novas técnicas de ensino e
aprendizagem que os especialistas vêm realizando nas ultimas décadas, já estão ocorrendo
nessas escolas onde atuam. Assim, teremos muito trabalho pela frente, até efetivarmos as
melhorias que a nossa educação merece.
       Baseados em pesquisas de Emilia Ferreiro, o processo educacional que envolve o
aprender a aprender nunca termina. Ela nos diz que (2001, p. 103) “em vez de nos
perguntarmos se devemos ou não devemos ensinar, temos de nos preocupar em dar às
crianças ocasiões de aprender”.
       No último questionamento pediu-se a opinião sobre quais outros fatores podem causar
as dificuldades apresentadas nesse estudo. Em relação à essa questão firmaram-se ainda mais
as hipóteses levantadas no projeto de pesquisa. A falta de planejamento familiar, os
desvalores morais e sociais, a falta de bons exemplos de pais e professores como leitores e
incentivadores da leitura, pouco acompanhamento da família na escola, a desvalorização do
professor que pode começar por ele mesmo e a realidade econômica, são pontos negativos que
contribuem para que tenhamos médias baixas nas avaliações nacionais realizadas pelo
Ministério da Educação.
CONCLUSÃO
       Apesar da importância dos movimentos de renovação da educação, ainda persistem as
imensas dificuldades de leitura e o baixo índice de competências nas séries iniciais do ensino
fundamental.
       Através dos estágios e questionamento compreendemos melhor o que está
acontecendo na alfabetização de nossos alunos das séries iniciais, identificamos vários fatores
que influenciam o surgimento desses problemas. Percebe-se que a situação é real, porque há
escolas que não oferecem formação contínua para os seus professores, mas que também há
docentes que não planejam adequadamente o processo de alfabetização. Suas metodologias
utilizadas na prática pedagógica e a forma como são conduzidas na sala de aula, não
condizem com o contexto social no qual os alunos estão inseridos.
       As condições sócio-econômicas e psicológicas de nossos alunos e muitas decisões
adotadas na educação, também contribuíram para que houvesse índices tão altos de
dificuldades na aprendizagem e defasagem no ensino.
       Diante dos problemas que enfrentamos no processo educacional, especialmente na
alfabetização das séries iniciais, necessitamos de soluções que ajudem na construção do
conhecimento com educação de qualidade que prepara o ser humano para a vida, pois as
atividades de fala, escrita e leitura são muito importantes nesse processo.
       Para os educadores que pretendem assumir os riscos dessa revisão sobre o processo de
alfabetização, é fundamental que não deixem de ser criativos e críticos, porque há muitos
pontos a considerar. Também não se deve pensar que todas as informações, pesquisas e
experiências necessárias à prática docente já estejam analisadas.
       É interessante e essencial que o tema da alfabetização esteja sempre presente nas
reflexões sobre a prática pedagógica, nos questionamentos, nas pesquisas, nos seminários,
livros e artigos, para que a educação não seja só privilégio de poucos, mas tenha valor na vida
de todas as pessoas de nossa sociedade.


REFERÊNCIAS


BRASÍL. Ministério da Educação. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Ensino
Fundamental de Nove Anos. Orientações para a Inclusão da Criança de Seis Anos de
Idade. Brasília, 2006.

CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e Lingüística. São Paulo: Scipione, 1993.

CAVALCANTE, Meire. Alfabetização – Todos podem aprender. Revista Nova Escola, São
Paulo, edição 190, mar/2006. Disponível em:

FERREIRO, Emília. Reflexões sobre Alfabetização. São Paulo: Cortez, 2001.

______. Alfabetização em Processo. 8ª ed. – São Paulo: Cortez, 1992

FRANCHI, Eglê Pontes. Pedagogia da Alfabetização: da oralidade à escrita. São Paulo:
Cortez, 2001.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
http://revistaescola.abril.com.br. Acesso em: 20 out. 2007
LUIZE, Andréa. Texto com sentido. Revista Vila XXI, São Paulo, Edição Especial do
Informativo do Centro de Estudos da Escola da Vila, janeiro 2000. Disponível em:
http://www.vila.org.br/revista_vila_21/alfabetizacao. Acesso em: 15 out. 2007.
PELLEGRINI, Denise. O ato de ler evolui. Revista Nova Escola, São Paulo, edição 143,
jun/2001. Disponível em: http://novaescola.abril.com.br. Acesso em: 12 set. 2007.

SANZ, Luiz Alberto. Procedimentos Metodológicos: fazendo caminhos. Rio de Janeiro:
Ed. Senac Nacional, 2003.

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Metodologia e alfabetização

  • 1. METODOLOGIA E PROCESSO DA ALFABETIZAÇÃO NAS SÉRIES INICIAIS1 Gabryela Kuffel Zarth Carmen Prigol Cimi Isaura Kuffel Zarth Margani Zarth RESUMO Este estudo revela como deve acontecer o processo de alfabetização nas séries iniciais do Ensino Fundamental e também durante toda a vida do ser humano. Por meio de questionário respondido por professores das séries iniciais e coordenadores pedagógicos, entendemos que as dificuldades na leitura e interpretação de textos acontecem principalmente porque ainda persiste a falta de educação com qualidade que explore a linguagem oral e escrita desde a Educação Infantil. Além disso, falta incentivo por parte dos pais e professores à leitura diversificada, falta de interesse de autoridades, de pais e até de professores em disponibilizar materiais e adequar condições para a pesquisa e construção de novos conhecimentos e as condições sócio-econômicas e psicológicas presentes na realidade de muitas crianças fazem gerar problemas físicos, emocionais, familiares e sociais. A metodologia da alfabetização precisa estar adequada à realidade na qual o aluno convive e relacionada aos conhecimentos que ele traz da vida familiar e social, pois uma criança aprende por meio das relações que estabelece com seu ambiente. Reflete-se sobre as dificuldades de aprendizagem que muitas crianças das escolas brasileiras apresentam, definindo quais os fatores que causam essa deficiência e como proceder para que a alfabetização possa contribuir na construção do conhecimento e preparar a criança para a vida. As atividades de fala, escrita e leitura são muito importantes para adquirirmos mais conhecimentos. Portanto, analisando a literatura de pesquisadores conhecidos por suas experiências com a alfabetização de crianças e também com a formação de professores, compreendemos melhor o processo de alfabetizar. Eles verificaram na prática como a criança age na sociedade quando é alfabetizada com a utilização de tudo o que ela já conhece e como isso se reflete na vida familiar e social na qual ela convive. Palavras-chave: Alfabetização. Letramento. Séries Inicias. Dificuldades. INTRODUÇÃO O processo de alfabetização tem sido um grande desafio a ser enfrentado pelo professor-alfabetizador e pela sociedade que almeja uma educação de qualidade em nossas escolas. Uma grande quantidade de nossos alunos tem demonstrado muita deficiência na leitura, interpretação e redação de textos. Vários são os fatores que podem influenciar no surgimento desses problemas. Entendemos que essa situação ainda persiste, porque há escolas que não oferecem formação 1 Artigo apresentado na Disciplina de Estágio Curricular IV ao Curso de Graduação em Pedagogia – EAD, da Universidade Luterana do Brasil, como requisito parcial para conclusão de Curso.
  • 2. contínua para os seus professores, a metodologia utilizada para a alfabetização, à prática pedagógica ou a forma como ela é conduzida pelo professor podem não estar condizentes ao contexto social no qual os alunos estão inseridos. Existe também a possibilidade de que a insuficiência de investimentos do poder público em programas de formação continuada, a falta de compreensão de como deve acontecer à teoria e a prática no processo ensino-aprendizagem, as más condições sócio- econômicas e psicológicas de nossos alunos e muitas decisões adotadas na educação podem ter contribuído para que houvesse índices tão altos de dificuldades na aprendizagem ou mesmo defasagem no ensino. As crianças necessitam do professor-alfabetizador experiente e competente, que venha contribuir para a prática de um ensino interativo, contextualizado e muito bem planejado. Assim, de posse dos conhecimentos e conteúdos necessários, ele incentiva a compreensão e produção de novos conhecimentos, contribuindo na formação de seres humanos capazes de gerar a construção dos saberes, a partir de suas reflexões e ações e da realidade que os cerca. As atividades de fala, escrita e leitura são muito importantes para adquirirmos mais conhecimentos. Desde que nascemos, a linguagem está presente em todos os momentos da vida. É importante então pensarmos sobre o que ela faz conosco e sobre o que fazemos com ela. Diante dos problemas que enfrentamos no processo educacional, especialmente na alfabetização das séries iniciais, nos deparamos com a urgência de soluções que contribuam na construção do saber. Competir e estar aberto a todas as possibilidades que fazem parte do aprendizado para a vida é um direito de todos e dever dos educadores na escola e na sociedade, pois uma criança aprende por meio das relações que estabelece com seu ambiente. Assim acontece no processo de alfabetização e aquisição de novos conhecimentos. É tarefa primordial do professor como mediador do conhecimento refletir sobre a metodologia ideal que leva as crianças a compreenderem o funcionamento da língua e saber utilizá-la cada vez melhor. Portanto, o que fazer para que a explorem com disposição, curiosidade e prazer, tanto na modalidade oral como na escrita, faz parte da prática pedagógica do docente que quer educação de qualidade em nossas escolas. Para quem pretende assumir os riscos dessa permanente revisão sobre o processo de alfabetização, é fundamental que não deixe de ser sensível, criativo e crítico, porque há muitos aspectos específicos a considerar e não se deve supor que todas as informações necessárias à prática docente já estejam catalogadas e analisadas. É essencial que continuemos a pesquisar e experimentar novos caminhos.
  • 3. Conhecendo de perto os métodos de alfabetização e suas respectivas características, comparando e avaliando o desempenho dos alunos alfabetizados com métodos diferentes e também analisando a maneira que se processa a alfabetização nas séries iniciais, poderemos definir com mais clareza porque acontece a defasagem na leitura, na escrita e na interpretação textual, presentes em muitos de nossos alunos. A pesquisa referente ao tema foi feita através de revisão bibliográfica, mediante leitura sistemática com fichamento de cada obra e ressaltando os pontos abordados pelos autores, pertinentes ao assunto em questão. Foi realizada também uma pesquisa de campo numa das escolas do município, onde já tinham sido feitas as observações e a prática docente de estágio I do curso de Pedagogia supervisionado pela tutora da ULBRA. Mediante respostas a um questionário distribuído aos professores das séries iniciais do ensino fundamental, especialmente os que atuam no 1º e 2º fases do 1º ciclo, e também para coordenadores pedagógicos da instituição 13 de Maio, na qual estagiei, essa coleta de opiniões contribuirá na luta efetiva por uma educação de qualidade, que ajude na construção do saber e da sociedade na qual convivemos diariamente. 1 DEFICIÊNCIA NA LEITURA, NA ESCRITA E NA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS Muito se tem falado a respeito do fracasso da alfabetização em grande parte das nossas escolas. Verificando o resultado das avaliações nacionais podemos comprovar os sérios problemas de aprendizagem existentes em grande parte das escolas de nosso país. Há também muitas decisões adotadas na educação que podem ter contribuído para que houvesse índices tão altos de dificuldades na aprendizagem ou mesmo defasagem no ensino. Necessitamos compreender o que está acontecendo com o processo de alfabetização de nossos alunos das séries iniciais. Sabe-se que eles necessitam de mediadores do conhecimento que venham contribuir para a prática de um ensino interativo, contextualizado e muito bem planejado. Por isso, precisamos conhecer os métodos de alfabetização e suas respectivas características, comparar e avaliar o desempenho dos alunos alfabetizados com métodos diferentes e analisar a maneira que se processa a alfabetização no processo ensino- aprendizagem. Para Emilia Ferreiro (2001), “os saberes que o aluno traz para a escola e como eles devem ser trabalhados pelos professores, fazem parte da linguagem no processo de alfabetização”. Diante disso, podemos observar que os processos de aquisição da leitura e da língua escrita no contexto escolar devem considerar o desenvolvimento das crianças, pois este começa muito antes da escolarização.
  • 4. É útil se perguntar através de que tipo de práticas a criança é introduzida na língua escrita, e como se apresenta este objeto no contexto escolar. Há práticas que levam a criança à convicção de que o conhecimento é algo que os outros possuem e que só se pode obter da boca dos outros, sem nunca ser participante na construção do conhecimento. (EMÍLIA FERREIRO, 2001, p. 30). Nos dias de hoje, em que as sociedades do mundo inteiro estão cada vez mais centradas na escrita, ser alfabetizado, isto é, saber ler e escrever, tem se revelado condição insuficiente para responder adequadamente às demandas da sociedade contemporânea. É preciso ir além da simples aquisição do código escrito e fazer uso da leitura e da escrita no cotidiano apropriando-se da função social dessas duas práticas. Enfim, é preciso letrar-se, isto é, buscar por meio de pesquisas e cursos de formação, as ações pedagógicas de reorganização do ensino e reformulação dos modos de ensinar e fazê-las acontecer na prática em sala de aula. Desde os tempos do Brasil Colônia, e até muito recentemente, o problema que enfrentávamos em relação à cultura escrita era o analfabetismo. Esse problema foi relativamente superado nas últimas décadas, ou seja, foi vencido de forma pelo menos razoável. É necessário, portanto, não desmerecer a importância de ensinar a ler e a escrever, reconhecendo que isso não basta. Mas isso não quer dizer que os dois processos, alfabetização e letramento, sejam processos distintos; na verdade, não se distinguem, deve-se alfabetizar letrando. Alfabetização e letramento se somam. Ou melhor, a alfabetização é um componente do letramento. Analisando as experiências de Eglê Pontes Franchi, professora e pesquisadora, autora recomendada pelo Professor Paulo Freire, conhecida por sua experiência com a alfabetização de crianças e também com a formação de professores, compreendemos melhor o processo de alfabetizar. Como muitos educadores, ela verificou na prática, como age na sociedade a criança que é alfabetizada com a utilização de tudo o que ela já conhece e como isso se reflete na vida familiar e social na qual ela convive. Os alfabetizados, enquanto operam sobre a descoberta das letras, das sílabas e das palavras iniciais de seu vocabulário escrito, já dominam amplamente a linguagem rica e variada de que se servem na conversação e no diálogo. Por isso é que a alfabetização deve ancorar-se na linguagem que as crianças dominam e nascer com fortes marcas da oralidade. “Trata-se de considerar a prática oral das crianças como o contexto em que as primeiras palavras e as primeiras frases escritas ganham naturalidade”. (EGLÊ PONTES FRANCHI, 2001, p. 144) A formação continuada do professor vai muito além dos saberes teóricos em sala de aula. O conhecimento das questões históricas, sociais e culturais que envolvem a prática educacional, o desenvolvimento dos alunos nos aspectos afetivo, cognitivo e social, bem
  • 5. como a reflexão crítica sobre o seu papel diante dos alunos e da sociedade, são elementos indispensáveis no processo de alfabetização. 1.1 OBJETIVOS GERAIS Definir se o desempenho dos alunos na leitura, na escrita e na interpretação textual, é influenciado pelo método de alfabetização que o professor escolhe e pela maneira que ele é aplicado em sala de aula. 1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS • Conhecer os métodos de alfabetização mais utilizados nas escolas de nosso município e que são recomendados pelos especialistas; • Identificar as principais características de cada um dos métodos pesquisados; • Analisar de que forma se processa a alfabetização das crianças nas séries iniciais; • Avaliar o desempenho de alunos sendo alfabetizados nas séries iniciais, com os métodos conhecidos e recomendados pelas pesquisas realizadas nessa área educacional; 2 REVISÃO DA LITERATURA 2.1 ALFABETIZAÇÃO EM PROCESSO 2.1.1 Métodos e técnicas Nas últimas décadas assistiu-se a um abandono na discussão sobre a eficácia de processos e métodos de alfabetização, que passaram a ser identificados como propostas tradicionais, e passou-se a discutir e analisar uma abordagem construtivista de grande impacto conceitual nessa área. Assim, valorizar o diagnóstico dos conhecimentos prévios dos alunos e a análise de seus erros como indicadores construtivos do processo de aprendizagem, como também inserir a criança em práticas sociais que envolvem a escrita e a leitura, é a realização efetiva de práticas docentes que defendem uma educação de qualidade e que preparam o ser humano para a vida. Para Sanz (2003, p. 38) “método é a palavra grega para perseguição e prosseguimento, com o sentido de esforço para alcançar um fim, investigação. O que nos permite compreendê- lo como caminho para atingir um resultado”. Ele ainda diz que (2003, p. 39) “o método, como estratégia, e a técnica, como tática, formam um par nobre”.
  • 6. O Método Fônico enfatiza as relações símbolo-som, sendo que na linha sintética o aluno conhece os sons representados pelas letras e combina esses sons para pronunciar palavras e, na linha analítica o aluno aprende primeiro uma série de palavras e depois parte para a associação entre o som e as partes das palavras. O Método da Linguagem Total defende que os sistemas linguísticos estão interligados e que a relação entre imagens e sons deve ser evitada. Neste, são apresentados textos inteiros, porque acredita-se que se aprende lendo. O professor lê textos para os alunos que o acompanham, assim se familiarizando com a linguagem escrita, para posteriormente aprender palavras, em seguida as sílabas e depois as letras. O Método Alfabético faz com que os alunos primeiro identifiquem as letras pelos nomes, depois soletrem as sílabas e, em seguida, as palavras antes de lerem sentenças curtas e, finalmente, histórias. Quando os alunos encontram palavras desconhecidas, as soletram até decodificá-las. O Analítico parte de uma visão global para depois deter-se nos detalhes, e o Sintético começa a ensinar por partes ou elementos das palavras, tais como letras, sons ou sílabas, para depois combiná-los em palavras. A ênfase é a correspondência som-símbolo. A orientação dos Parâmetros Curriculares Nacionais enfatiza que é necessário se fazer um diagnóstico prévio do aluno antes de optar por qualquer método. Algumas crianças entram na primeira série sabendo ler. O professor lê textos em voz alta e é acompanhado pela classe. Os alunos são estimulados a copiar textos com base em uma situação social pré-existente. A leitura em voz alta por parte dos estudantes é substituída por encenações de situações que foram lidas ou desenhos que ilustram os trechos lidos. As crianças aprendem a escrever em letra de forma e a consciência fônica é uma consequência. 2.1.2 Mudanças na prática alfabetizadora Com base nas pesquisas e experiências de Emília Ferreiro, podemos discutir e analisar que a prática alfabetizadora tem se centrado na polêmica sobre os métodos utilizados. Porém, nenhuma dessas discussões levou em conta o conhecimento que as crianças já tem, antes mesmo do início da escolarização. Se aceitarmos que a criança não é uma tábua rasa onde se inscrevem as letras e as palavras segundo determinado método; se aceitarmos que o “fácil” e o “difícil” não podem ser definidos a partir da perspectiva do adulto, mas da de quem aprende; se aceitarmos que qualquer informação deve ser assimilada, e, portanto transformada, para ser operante, então deveríamos também aceitar que os métodos (como consequência de passos ordenados para chegar a um fim) não oferecem mais do que sugestões, incitações, quando não práticas rituais ou conjunto de proibições. O método não pode criar conhecimento. (EMILIA FERREIRO, 2001, p. 29 e 30)
  • 7. Tendo em conta a complexidade da realidade brasileira, pode-se observar que já aconteceram muitas coisas para viabilizar melhorias em todos os setores do processo ensino- aprendizagem, principalmente nas escolas públicas, que necessitam de maior atenção na alfabetização das séries iniciais. Muitas mudanças em relação à escolarização vêm ocorrendo e mais crianças em idade escolar estão nas salas de aula. Esse é o primeiro passo. Em seguida vem o desafio da qualidade da aprendizagem. As mudanças têm se revelado muito lentas, pois convivemos principalmente com sistemas educativos municipais e estaduais que tornam ainda mais difícil a ocorrência de evoluções e transformações no processo educacional. Dentre as várias mudanças que ocorreram estão o incentivo à formação continuada dos profissionais da educação e a implantação do Ensino Fundamental de nove anos. Este, aprovado em fevereiro de 2006, com base na Lei 11.274/2006, que incentiva nove anos de escolaridade obrigatória, com a inclusão das crianças de seis anos. Ressalte-se que o ingresso da criança de seis anos no ensino fundamental não pode constituir uma medida meramente administrativa. É preciso atenção ao processo de desenvolvimento e aprendizagem das crianças, o que implica conhecimento e respeito às suas características etárias, sociais, psicológicas e cognitivas. (HADDAD; FERNANDES, 2006, p. 4) Não foi de um momento para outro que essas transformações ocorreram. Também não foi pela vontade de um único legislador ou de um determinado governo que as mudanças se processaram. Todo esse processo vem acontecendo com base em muita pesquisa e dedicação de profissionais que convivem nessa sociedade tão carente de educação. 2.1.3 Alfabetizando com sucesso Para a professora e pesquisadora Emilia Ferreiro, citado por Denise Pellegrini (Revista Nova Escola, Edição 143, jun/2001), “todo profissional deve querer saber sempre mais. Se não há inquietude, repetimos coisas que podem estar ultrapassadas”. Desta forma, pode-se observar que ela nos ensinou a revolucionar a alfabetização ao explicar como as crianças aprendem, como também a defender recursos que estejam próximos à realidade do aluno. Sabendo que a alfabetização é um processo que nunca termina, faz-se necessário dar atenção especial às séries iniciais do Ensino Fundamental. Desta forma, o professor que alfabetiza se mostra como um ponto de referência para as mais diversas escolas e profissionais, porque as ideias construtivistas acerca do processo de alfabetização vêm sendo cada vez mais divulgadas, e as práticas tradicionais não mais encontram espaço onde se busca uma alfabetização atualizada e de qualidade. As idéias apontadas por Emília Ferreiro e Ana Teberosky, citadas por Andréa Luize, indicam como a criança aprende e como constrói seus conhecimentos sobre a língua. Assim,
  • 8. para trabalhar os textos em sala de aula é preciso construir efetivamente intervenções pedagógicas adequadas, consistentes e condizentes com os conhecimentos teóricos, o que só é possível a partir de experiências, investigações e muita reflexão por parte dos professores. É importante afirmar que a opção por essa metodologia já se mostra inovadora nas salas de aula onde foram feitas observações durante o estágio supervisionado do Curso de Pedagogia. Percebe-se que o recurso mais favorável à aprendizagem da leitura e da escrita não é apresentar textos desconexos apenas para garantir a memorização das famílias silábicas, pois trabalhar com esse instrumento faz com que o ato de ler e escrever seja aprendido mecanicamente através do treino, da cópia repetitiva e principalmente da memorização. Na prática, tudo isso pode concretizar-se em mudanças gradativas. Nas escolas em que circulam diversos tipos de texto, como livros, jornais e revistas, os alunos lêem e escrevem mais rapidamente e se tornam capazes de buscar as informações de que necessitam. O texto deve ser o elemento fundamental para inserir a criança no universo letrado. Paralelamente, os diferentes tipos de textos precisam aparecer como objetos de análise em si mesmos, permitindo aos alunos diferenciá-los, conhecer melhor suas funções e características específicas. A escola brasileira percebe a necessidade de se aprimorar na tarefa de alfabetizar. Cada vez mais se investe na capacitação docente e muitas delas adotam os ciclos que aumentam o tempo para os pequenos aprenderem a ler e escrever. Nesse mesmo sentido vai a aprovação do Ensino Fundamental de nove anos. Essa medida favorece uma parcela da população que, por não ter acesso à Educação Infantil, estaria fora da escola e longe de um ambiente alfabetizador. Para Patrícia Corsino et al. (2006, p. 61) “as crianças devem ser encorajadas a pensar, a discutir, a conversar e, especialmente, a raciocinar sobre a escrita alfabética”. Por meio disso, asseguramos o conhecimento sobre a natureza e o funcionamento do sistema de leitura e escrita, compreendendo e se apropriando dos usos dessas linguagens nas suas mais diversas funções. Ainda há muito o que aprimorar nessa área e a tarefa não é apenas dos professores das primeiras séries. O sucesso ocorre nas escolas em que a leitura e a escrita são tratadas como conteúdo central e um meio de inserir o estudante na sociedade. Um fator determinante para a alfabetização é a crença do professor de que o aluno pode aprender independentemente de sua condição social. Esse olhar do professor abre as portas do mundo da escrita para os que vêm de ambientes com pouco material escrito.
  • 9. O pouco acesso à cultura escrita se deve às condições sociais e econômicas em que vive grande parte da população. O aluno que vê diariamente os pais folheando revistas, assinando cheques, lendo correspondências e utilizando a internet tem muito mais facilidade de aprender a língua escrita do que outro cujos pais são analfabetos ou têm pouca escolaridade. Isso ocorre porque ao observar os adultos a criança percebe que a escrita é feita com letras e incorpora alguns comportamentos como folhear livros, pegar na caneta para brincar de escrever ou mesmo contar uma história ao virar as páginas de um gibi. Cabe à escola oferecer essas práticas sociais aos estudantes que não têm acesso a elas. Outra medida para democratizar esses conhecimentos em sala de aula é ler diariamente para a turma. A criança lê pelos olhos do professor porque ainda não pode fazer isso sozinha, mas vai se familiarizando com a linguagem oral e escrita. O que um alfabetizador não pode deixar de fazer em classe é ler em voz alta. Especialmente se as turmas forem pobres, vindas de lugares em que há poucas pessoas letradas. Essa poderá ser a primeira vez que ela passa por uma experiência assim. O texto, no entanto, tem de ser bom e lido com convencimento. Esse aluno de seis ou sete anos vai presenciar um ato quase mágico. Vai escutar um idioma conhecido e ao mesmo tempo desconhecido, porque a língua, quando escrita, é diferente. Essa maneira de trabalhar é muito melhor do que usar as cartilhas e as famílias silábicas. (FERREIRO citado por PELEGRINI, Nova Escola, Edição 143, jun/2001) 2.1.4 A prática da leitura Criança representa uma categoria identificada pela idade. Ela vive um momento específico do desenvolvimento humano, no qual aprende a brincar, falar, andar e interagir no meio em que vive. Já a infância é uma categoria social, marcada pelo tempo de ser criança, que varia de acordo com as diferentes culturas, classes sociais e histórias pessoais de cada uma e de cada família. Pode-se ressaltar então, que a leitura é uma prática e para ensinar precisa-se aprender com quem faz. Porém, este é um problema sério que acontece com muitos pais e educadores, ou seja, como formar leitores se o professor e os pais não lêem bem? E como ler bem se os alunos saem de uma escola que não forma leitores? A solução é de longo prazo e requer programas de educação continuada que tenham um trabalho sistemático nessa área e que seja colocado na convivência familiar e na prática pedagógica diária. Muitas escolas concentram-se no ensino de gramática, em vez de investir na competência leitora. Por isso há analfabetos funcionais com muitos anos de escolaridade. Formar leitores e gente capaz de escrever é uma tarefa de coordenadores, gestores e professores de todas as séries e disciplinas, sendo um processo contínuo que requer planejamento, criatividade e dedicação constante.
  • 10. Numa entrevista à Revista Nova Escola, a doutora Telma Weisz (edição 190, mar/2006) destaca que “a alfabetização é um processo contínuo e que é responsabilidade da escola combater o analfabetismo funcional”. Desta forma, ela nos faz compreender que a leitura e a escrita são o conteúdo central da escola e têm a função de incorporar a criança à cultura do grupo em que ela vive. Isso significa dar ao filho do analfabeto oportunidades iguais às do filho do professor universitário, tornando o texto familiar, conhecendo suas características e trazendo para a sala práticas de leitura do mundo onde ele vive. Se a função da escola é dar instrumentos para o indivíduo exercer sua cidadania, é preciso ensinar a ler jornal, literatura, textos científicos, textos de história, geografia, biologia e outros. Consegue ler bem quem teve algum tipo de oportunidade fora da escola. Os que dependem só dela são os analfabetos funcionais. E a escola faz isso porque não compreende claramente a sua função. (TELMA WEISZ, Nova Escola, edição 190, mar/2006) 2.1.5 A construção da linguagem pela humanidade Desde muito cedo, a criança está se construindo na interação entre fatores biológicos e culturais e que gradativamente se estruturam de acordo com seus movimentos, inteligência, identidade, memória, percepção, imaginação, função simbólica, pensamento verbal e outras múltiplas linguagens. Esse entendimento ajuda-nos a buscar um caminho, uma ação pedagógica que efetivamente contribua para o processo de desenvolvimento e aprendizagem desses alunos. É de fundamental importância que não esqueçamos também que essas crianças, quando chegam no ensino fundamental, já possuem um tempo de vida e, portanto, experiências e aprendizagens. Isso é que determina que esses aspectos e essas funções estejam em pleno desenvolvimento. Como elas são provenientes de diferentes ambientes familiares e comunitários e a frequência a creches e pré-escolas não é obrigatória, é necessário também ter clareza de que essas experiências podem ser bastante diferenciadas. Contudo, isso não deve ser visto como um obstáculo ao trabalho do professor. Ao contrário, essas experiências são extremamente ricas para as trocas socioculturais e as aprendizagens entre pessoas de contextos diferentes. É importante lembrar que não se deve esperar que todas as crianças tenham vivências escolares comuns. Portanto, essa é a hora de refletir seriamente na escolha da metodologia de alfabetização e que não se pode planejar todo o trabalho sem antes conhecê-las. Como se pode perceber, não basta um conhecimento genérico, baseado apenas nos livros, sobre as especificidades dos alunos dessa faixa etária. É fundamental conhecer a criança com a qual se vai trabalhar, seus saberes, práticas e valores, nos quais ela está crescendo socialmente. O importante é pensar que as crianças, independentemente do meio de
  • 11. que provêm e de suas características pessoais, encontram-se em pleno processo de desenvolvimento da linguagem. E nós sabemos bem disso porque convivemos diariamente com crianças e adolescentes que trazem experiências e histórias que não são encantadas, são vividas concretamente, muitas vezes dramaticamente. Às vezes, preocupados em demasia com os conteúdos de ensino, não paramos para conhecer nossos alunos, para ouvir os conteúdos tão significativos de suas vidas. CECÍLIA GOULART et al. – 2006, p. 86 e 87) A linguagem é tudo quanto serve para expressar ideias, sentimentos e modos de comportamento, como também, todo sistema de signos que serve de meio de comunicação entre os indivíduos e pode ser percebido pelos diversos órgãos dos sentidos. Por meio dela, compartilhamos nossas maneiras de pensar e de viver bem como nossos sentimentos, necessidades e valores, produzimos cultura, construímos história e transformamos o mundo. A linguagem nos humaniza e é um dos elementos fundamentais na construção de nossos conhecimentos. Se voltarmos nosso olhar para a história da humanidade, poderemos compreender melhor o processo vivido pela criança. Os homens, ao longo de sua trajetória, criaram diferentes formas de representar, evocar ou tornar presente o que estava distante, separando-se assim da situação imediata. 2.1.6 Aquisição das linguagens oral e escrita O professor com pouca experiência ou até mesmo aquele que já soma muitas trajetórias no processo de alfabetização fica ansioso para entrar efetivamente nas questões relativas ao aprendizado da linguagem escrita pela criança. Várias dúvidas devem rondar sua mente, o que o leva a questionar sobre qual o melhor método para esse aprendizado, como a linguagem oral interfere na aprendizagem da linguagem escrita, se vem antes a leitura ou a escrita, que aspectos envolvem esse aprendizado, por onde começar, entre outros, que o deixam inseguro na hora da prática. Ao conversarmos com outras pessoas, percebemos que cada um viveu um processo diferenciado. Nós aprendemos por diferentes caminhos e, embora as sociedades modernas e contemporâneas tenham delegado à escola a responsabilidade por tal ensino, nem sempre e nem tudo sobre a linguagem escrita é aprendido nessa instituição. Por isso, quando as crianças chegam à escola, é fundamental que se saiba o que elas já conhecem e como aprenderam. Também é importante investigar o que querem aprender acerca da linguagem escrita e para que querem aprender a ler e a escrever. Com certeza haverá muitas surpresas com as respostas e, a partir delas, buscar-se-á caminhos para trabalhar esses conhecimentos.
  • 12. 2.1.7 A linguagem escrita no processo de alfabetização Por tudo o foi analisado e refletido até aqui deve ter ficado claro que o trabalho do professor-alfabetizador no primeiro ano de escolaridade obrigatória não deve significar a antecipação da aprendizagem da leitura e da escrita pelas crianças, e muito menos a aceleração desse processo. Mesmo sabendo que elas estão construindo a linguagem da escrita entre as suas múltiplas linguagens, essa não é a única maneira de a criança partilhar significados e se inserir na cultura e deve ser ensinada no contexto das demais linguagens. Muito antes de serem capazes de ler, no sentido convencional do termo, as crianças tentam interpretar os diversos textos que encontram ao seu redor (livros, embalagens comerciais, cartazes de rua), títulos (anúncios de televisão, estórias em quadrinhos, etc.). (EMÍLIA FERREIRO, 1992, p. 69) Quando se fala em alfabetização e letramento, termos muito utilizados atualmente quando se fala do processo de aprendizado da linguagem escrita pela criança, não se deve deixar acontecer, como na grande maioria dos conhecimentos em educação, que o uso deles vire moda passageira e até fiquem desgastados, sem que os professores tenham compreendido seu real significado. Nesse sentido, vale a pena retomarmos esses conceitos e, sobretudo, pensarmos em como praticá-los em sala de aula. Letramento seria é o estado ou a condição de quem não apenas sabe ler e escrever, mas cultiva as práticas sociais que usam a escrita. Seria, portanto, o uso competente da tecnologia da escrita nas situações de leitura e produção de textos reais, com sentido e significado para quem lê e escreve. As crianças descobrem sobre a língua escrita antes de aprender a ler. Essa afirmativa se baseia em estudos nos quais estabelece comparação entre a aquisição da linguagem oral e da linguagem escrita. Assim como as crianças adquirem a linguagem oral quando envolvidas em contextos comunicativos em que essa linguagem é significativa para elas, da mesma forma o uso constante e significativo da linguagem escrita possibilita e enriquece o seu processo de alfabetização. 2.1.8 A linguagem oral no processo de alfabetização A linguagem oral que abrange a fala, a escuta e a compreensão acompanha todas as interações estabelecidas pelas crianças em suas práticas sociais. É assim que meninos e meninas se apropriam da cultura escolar, desde o ingresso na instituição. É também por meio da fala que as crianças adentram na escola, levando consigo as marcas de sua classe social, de sua origem e identidade cultural, constituída por conhecimentos, crenças e valores. Trazem, portanto, a variedade linguística do grupo social a que pertencem.
  • 13. Nesse sentido, é importante lembrar que a população brasileira fala de diferentes formas, em função dos espaços geográficos que ocupa, da classe social, da idade e do gênero a que pertence. Analisadas do ponto de vista linguístico, todas essas variedades são legítimas e corretas, já que não temos uma gramática normativa da linguagem oral como a que existe para a linguagem escrita. Assim, todos falamos corretamente. Contudo, do ponto de vista social, essas variedades são valoradas de forma diferente: a linguagem popular tem menor prestígio que a forma culta, ou seja, a linguagem padrão falada pelas pessoas das classes mais favorecidas economicamente é que é considerada mais próxima da linguagem escrita. A escola, incorporando esse comportamento preconceituoso da sociedade em geral, também rotula seus alunos pelos modos diferentes de falar. (...) Em outras palavras, um se torna o aluno “certinho” porque é falante do dialeto de prestígio, o outro é um aluno carente (“burro”) porque é falante de um dialeto estigmatizado pela sociedade. (CAGLIARI, 1993, p. 82). Para que a escola possa efetivamente contribuir para a continuidade do processo de aprendizagem das crianças e, ao mesmo tempo, considerar alguns paradigmas da educação brasileira, como a inclusão e o reconhecimento à diversidade, é necessário livrar-se de preconceitos relativos à fala das camadas populares e acolher as crianças com toda a bagagem cultural que trazem para a escola. 3 METODOLOGIA 3.1 Pesquisa Bibliográficas O estudo foi feito com base nas dificuldades que grande parte de nossas crianças apresentam na leitura e interpretação oral e escrita, para identificar o que causa essa defasagem no processo ensino-aprendizagem. 3.2 Instrumentos utilizados A revisão bibliográfica é feita mediante leitura sistemática com fichamento de cada obra e com pesquisa de campo nas escolas do município, por meio de questionário para professores das séries iniciais do Ensino Fundamental, especialmente os que atuam no 1º e 2º Fase do 1º Ciclo do Ensino Fundamental. Responderam também aos questionamentos os coordenadores pedagógicos da Escola Estadual 13 de Maio. 4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS Os questionamentos elaborados para essa análise e interpretação de dados buscam respostas para definir porque temos presente tantas dificuldades em leitura e interpretação de textos, numa grande quantidade das crianças de nosso país. Foram coletadas opiniões de
  • 14. professores das séries iniciais da E. E. 13 de Maio. Além destes, os coordenadores pedagógicos também responderam o questionário e participaram do debate com todos os envolvidos nesse estudo. Quando perguntou-se sobre o alto nível de dificuldades na leitura e interpretação presente nas crianças de grande parte das escolas de nosso país, os questionados foram unânimes em responder que concordavam com a existência desses problemas. De acordo com as opiniões levantadas, essa defasagem acontece principalmente porque ainda persiste a falta de educação com qualidade que trabalhe a realidade do aluno e que explore a linguagem oral na Educação Infantil, e ainda, porque falta incentivo por parte dos pais e professores à leitura diversificada e contagem de histórias, existem más condições sócio- econômicas e até psicológicas numa grande parte de crianças brasileiras que geram problemas físicos e de má convivência familiar e social, e também porque ainda há falta de interesse de autoridades, de pais e até de professores em disponibilizar materiais e adequar condições para a pesquisa e construção de novos conhecimentos. O desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem com qualidade pode acontecer com sucesso, quando as práticas pedagógicas, que deram certo, sejam atuantes e criativas em todas as nossas escolas. Para a Mestra em Educação, Edna Castro de Oliveira, que escreveu a apresentação do livro Pedagogia da Autonomia “de nada adianta o discurso competente se a ação pedagógica é impermeável a mudanças” (1996, p.10). Assim, ela e Paulo Freire nos advertem para a necessidade de assumirmos uma postura vigilante contra todas as práticas de desumanização e mostrar interesse constante em querer transformar a educação e a sociedade. Quando perguntou-se se a metodologia de alfabetização pode influenciar na deficiência de aprendizagem e na defasagem de ensino que os alunos e muitas das escolas brasileiras ainda apresentam, ficou comprovada a convicção de grandes pesquisadores nessa área quando defendem a valorização dos educandos em todo o processo educacional. Segundo os entrevistados esse problema existe porque o método utilizado ainda se distancia da realidade dos alunos, a escola e a família falham quando não assumem uma educação crítica, criativa e competente que os prepare para a vida, como também, porque há falta de interesse de professores que não planejam adequadamente suas aulas e vivem desmotivados, pois não procuram a formação continuada que é necessária numa época em que a tecnologia avança cada vez mais. Além disso, as más condições sócio-econômicas, a desumanização e a falta de uma alimentação equilibrada, baixam o nível de aprendizagem das nossas crianças, provocam evasão escolar e uso de práticas marginais.
  • 15. Para Paulo Freire (1996, p. 50) “como professor crítico, sou um aventureiro responsável, predisposto à mudança, à aceitação do diferente”. Dessa forma, pode-se observar que somos capazes de intervir no mundo, decidir e escolher, realizar grandes ações, sempre com exemplos de dignidade e ética. As mudanças poderão ser lentas e as situações podem até piorar, mas é essencial que estejamos sempre atentos e dispostos a melhorá-las. Outra questão analisada refere-se à forma como o professor-alfabetizador aplica o método de alfabetização em sala de aula. A entrevista revelou que essa é a causa principal da deficiência de aprendizagem comprovada nos exames nacionais. Porém, todos comentaram que as pesquisas realizadas nessa área, bem como as experiências e novas técnicas de ensino e aprendizagem que os especialistas vêm realizando nas ultimas décadas, já estão ocorrendo nessas escolas onde atuam. Assim, teremos muito trabalho pela frente, até efetivarmos as melhorias que a nossa educação merece. Baseados em pesquisas de Emilia Ferreiro, o processo educacional que envolve o aprender a aprender nunca termina. Ela nos diz que (2001, p. 103) “em vez de nos perguntarmos se devemos ou não devemos ensinar, temos de nos preocupar em dar às crianças ocasiões de aprender”. No último questionamento pediu-se a opinião sobre quais outros fatores podem causar as dificuldades apresentadas nesse estudo. Em relação à essa questão firmaram-se ainda mais as hipóteses levantadas no projeto de pesquisa. A falta de planejamento familiar, os desvalores morais e sociais, a falta de bons exemplos de pais e professores como leitores e incentivadores da leitura, pouco acompanhamento da família na escola, a desvalorização do professor que pode começar por ele mesmo e a realidade econômica, são pontos negativos que contribuem para que tenhamos médias baixas nas avaliações nacionais realizadas pelo Ministério da Educação. CONCLUSÃO Apesar da importância dos movimentos de renovação da educação, ainda persistem as imensas dificuldades de leitura e o baixo índice de competências nas séries iniciais do ensino fundamental. Através dos estágios e questionamento compreendemos melhor o que está acontecendo na alfabetização de nossos alunos das séries iniciais, identificamos vários fatores que influenciam o surgimento desses problemas. Percebe-se que a situação é real, porque há escolas que não oferecem formação contínua para os seus professores, mas que também há docentes que não planejam adequadamente o processo de alfabetização. Suas metodologias
  • 16. utilizadas na prática pedagógica e a forma como são conduzidas na sala de aula, não condizem com o contexto social no qual os alunos estão inseridos. As condições sócio-econômicas e psicológicas de nossos alunos e muitas decisões adotadas na educação, também contribuíram para que houvesse índices tão altos de dificuldades na aprendizagem e defasagem no ensino. Diante dos problemas que enfrentamos no processo educacional, especialmente na alfabetização das séries iniciais, necessitamos de soluções que ajudem na construção do conhecimento com educação de qualidade que prepara o ser humano para a vida, pois as atividades de fala, escrita e leitura são muito importantes nesse processo. Para os educadores que pretendem assumir os riscos dessa revisão sobre o processo de alfabetização, é fundamental que não deixem de ser criativos e críticos, porque há muitos pontos a considerar. Também não se deve pensar que todas as informações, pesquisas e experiências necessárias à prática docente já estejam analisadas. É interessante e essencial que o tema da alfabetização esteja sempre presente nas reflexões sobre a prática pedagógica, nos questionamentos, nas pesquisas, nos seminários, livros e artigos, para que a educação não seja só privilégio de poucos, mas tenha valor na vida de todas as pessoas de nossa sociedade. REFERÊNCIAS BRASÍL. Ministério da Educação. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Ensino Fundamental de Nove Anos. Orientações para a Inclusão da Criança de Seis Anos de Idade. Brasília, 2006. CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e Lingüística. São Paulo: Scipione, 1993. CAVALCANTE, Meire. Alfabetização – Todos podem aprender. Revista Nova Escola, São Paulo, edição 190, mar/2006. Disponível em: FERREIRO, Emília. Reflexões sobre Alfabetização. São Paulo: Cortez, 2001. ______. Alfabetização em Processo. 8ª ed. – São Paulo: Cortez, 1992 FRANCHI, Eglê Pontes. Pedagogia da Alfabetização: da oralidade à escrita. São Paulo: Cortez, 2001. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996. http://revistaescola.abril.com.br. Acesso em: 20 out. 2007
  • 17. LUIZE, Andréa. Texto com sentido. Revista Vila XXI, São Paulo, Edição Especial do Informativo do Centro de Estudos da Escola da Vila, janeiro 2000. Disponível em: http://www.vila.org.br/revista_vila_21/alfabetizacao. Acesso em: 15 out. 2007. PELLEGRINI, Denise. O ato de ler evolui. Revista Nova Escola, São Paulo, edição 143, jun/2001. Disponível em: http://novaescola.abril.com.br. Acesso em: 12 set. 2007. SANZ, Luiz Alberto. Procedimentos Metodológicos: fazendo caminhos. Rio de Janeiro: Ed. Senac Nacional, 2003.