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CONTABILIDADE EM EXERCÍCIOS - AULA 08




                           CONTABILIDADE GERAL EM EXERCÍCIOS
                           CATHEDRA COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS
                           PROF. MORAES JR.
CONTABILIDADE EM EXERCÍCIOS
                           Diversas Bancas
Prezados Alunos,

Ao final de cada aula, disponibilizo as questões que serão comentadas durante a
aula. Caso você julgue conveniente, poderá testar seu conhecimento previamente
antes de ver os gabaritos e as resoluções comentadas. Você pode simular uma
situação real de prova: para calcular o tempo de duração das provas, considere
um tempo de 3 minutos por questão. Desta forma, utilizando esta metodologia,
seu aprendizado será muito mais eficaz.

Prova 9. TCU – 2008 - CESPE
                Questões Comentadas e Resolvidas

Com base nos conceitos e aplicações concernentes à análise de demonstrações
contábeis de empresas, com suporte na legislação específica e considerando as
prescrições da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), julgue os itens de 130 a
142.

130. De acordo com o que prescreve a CVM, a liquidez refere-se às
disponibilidades de caixa em diferentes períodos, independentemente dos
compromissos financeiros, e a solvência remete à disponibilidade para fazer face
a quaisquer obrigações remanescentes ou supervenientes.

Resolução

De acordo com a Deliberação CVM no 539, de 14 de março de 2008:

A posição patrimonial e financeira da entidade é afetada pelos recursos
econômicos que ela controla, sua estrutura financeira, sua liquidez e
solvência, e sua capacidade de adaptação às mudanças no ambiente em
que opera. As informações sobre os recursos econômicos controlados pela
entidade e a sua capacidade, no passado, de modificar esses recursos são úteis
para prever a capacidade que a entidade tem de gerar caixa e equivalentes de
caixa no futuro. Informações sobre a estrutura financeira são úteis para prever
as futuras necessidades de financiamento e como os lucros futuros e os fluxos
de caixa serão distribuídos entre aqueles que têm participação na entidade; são
também úteis para ajudar a avaliar a probabilidade de que a entidade seja bem-
sucedida no levantamento de financiamentos adicionais. As informações sobre
liquidez e solvência são úteis para prever a capacidade que a entidade tem de
cumprir com seus compromissos financeiros nos respectivos vencimentos.

Liquidez se refere à disponibilidade de caixa no futuro próximo, após
considerar os compromissos financeiros do respectivo período.

Solvência se refere à disponibilidade de caixa no longo prazo para


Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas   2
cumprir os compromissos financeiros nos respectivos vencimentos.

GABARITO: E

131. A estrutura conceitual para a elaboração e apresentação das demonstrações
contábeis da CVM recomenda que as incertezas que envolvem certos eventos e
circunstâncias sejam tratadas com prudência, não se superestimando ativos e
receitas, e não se subestimando passivos e despesas. O limite da prudência deve
ter em conta a neutralidade, a imparcialidade, de modo a evitar, por exemplo, a
formação de reservas ocultas ou provisões excessivas.

Resolução

De acordo com a Deliberação CVM no 539, de 14 de março de 2008:

- A Estrutura Conceitual aborda:

        (a) o objetivo das demonstrações contábeis;

        (b) as características qualitativas que determinam a utilidade das
        informações contidas nas demonstrações contábeis;

        (c) a definição, o reconhecimento e a mensuração dos elementos que
        compõem as demonstrações contábeis; e

        (d) os conceitos de capital e de manutenção do capital.

- Esta Estrutura Conceitual trata das demonstrações contábeis para fins gerais
(daqui por diante designadas como ―demonstrações contábeis‖), inclusive das
demonstrações contábeis consolidadas. Tais demonstrações contábeis são
preparadas e apresentadas pelo menos anualmente e visam atender às
necessidades comuns de informações de um grande número de usuários. Alguns
desses usuários talvez necessitem de informações, e tenham o poder de obtê-
las, além daquelas contidas nas demonstrações contábeis. Muitos usuários,
todavia, têm de confiar nas demonstrações contábeis como a principal fonte de
informações financeiras. Tais demonstrações, portanto, devem ser preparadas e
apresentadas tendo em vista essas necessidades. Estão fora do alcance desta
Estrutura Conceitual informações financeiras elaboradas para fins especiais,
como, por exemplo, aquelas incluídas em prospectos para lançamentos de ações
no mercado e ou elaboradas exclusivamente para fins fiscais. Não obstante, esta
Estrutura Conceitual pode ser aplicada na preparação dessas demonstrações
para fins especiais, quando as exigências de tais demonstrações o permitirem.

- As demonstrações contábeis são parte integrante das informações financeiras
divulgadas por uma entidade. O conjunto completo de demonstrações contábeis
inclui, normalmente, o balanço patrimonial, a demonstração do resultado, a


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demonstração das mutações na posição financeira (demonstração dos fluxos de
caixa, de origens e aplicações de recursos ou alternativa reconhecida e
aceitável), a demonstração das mutações do patrimônio líquido, notas
explicativas e outras demonstrações e material explicativo que são parte
integrante dessas demonstrações contábeis. Podem também incluir quadros e
informações suplementares baseados ou originados de demonstrações contábeis
que se espera sejam lidos em conjunto com tais demonstrações. Tais quadros e
informações suplementares podem conter, por exemplo, informações financeiras
sobre segmentos ou divisões industriais ou divisões situadas em diferentes locais
e divulgações sobre os efeitos das mudanças de preços. As demonstrações
contábeis não incluem, entretanto, itens como relatórios da administração,
relatórios do presidente da entidade, comentários e análises gerenciais e itens
semelhantes que possam ser incluídos em um relatório anual ou financeiro.

- Esta Estrutura Conceitual se aplica às demonstrações contábeis de todas as
entidades comerciais, industriais e outras de negócios que reportam, sejam no
setor público ou no setor privado. Entidade que reporta é aquela para a qual
existem usuários que se apóiam em suas demonstrações contábeis como fonte
principal de informações patrimoniais e financeiras sobre a entidade.

Prudência
Os preparadores de demonstrações contábeis se deparam com incertezas que
inevitavelmente envolvem certos eventos e circunstâncias, tais como a
possibilidade de recebimento de contas a receber de liquidação duvidosa, a vida
útil provável das máquinas e equipamentos e o número de reclamações cobertas
por garantias que possam ocorrer. Tais incertezas são reconhecidas pela
divulgação da sua natureza e extensão e pelo exercício de prudência na
preparação das demonstrações contábeis. Prudência consiste no emprego de
um certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às
estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos
ou receitas não sejam superestimados e que passivos ou despesas não
sejam subestimados. Entretanto, o exercício da prudência não permite,
por exemplo, a criação de reservas ocultas ou provisões excessivas, a
subavaliação deliberada de ativos ou receitas, a superavaliação
deliberada de passivos ou despesas, pois as demonstrações contábeis
deixariam de ser neutras e, portanto, não seriam confiáveis.

GABARITO: C




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132. O balanced scorecard é uma ferramenta gerencial que reflete o desafio que
uma organização tem de enfrentar para harmonizar os interesses de vários
grupos em torno de objetivos diversos. Neste sentido, o desempenho social
poderia ser objeto de um parecer de auditoria social, paralelamente ao tradicional
parecer de auditoria financeira, aplicável ao desempenho financeiro.

Resolução

Balanced Scorecard – BSC: é um conceito desenvolvido por Robert Kaplan e
David Norton, que constataram a incapacidade dos indicadores contábeis e
financeiros de medir as atividades criadoras de valor relacionadas principalmente
com os ativos intangíveis e com as habilidades, competências e tecnologia da
informação. Kaplan verificou que os focos exclusivamente financeiros dos
diversos sistemas de gestão não espelham a real situação da empresa e
normalmente apontam para os desempenhos passados, com o impacto no curto
prazo, eminentemente operacional.

O BSC é um instrumento de gestão que contribui para atingir propósitos de curto,
médio e longo prazos, de forma a integrar as perspectivas empresariais
relevantes. Seu principal foco é o alinhamento da organização, dos indivíduos e
das iniciativas interdepartamentais de maneira tal que sejam identificados novos
processos para o cumprimento da missão da entidade. A depender do modelo
utilizado, ações de responsabilidade social da empresa podem também ser
contempladas.

Ou seja, o Balanced Scorecard é uma ferramenta de controle gerencial que
permite a tradução da visão, da missão e da aspiração estratégica da empresa
em objetivos tangíveis e mensuráveis. Seu princípio é medir indicadores ligados
não somente às finanças da empresa, mas também à satisfação dos clientes, aos
processos internos e ao aprendizado e desenvolvimento dos funcionários, ligando
tudo isso à estratégia. Deste modo, o Balanced Scorecard é uma ferramenta
gerencial que reflete o desafio que uma organização tem de enfrentar
para harmonizar os interesses de vários grupos em torno de objetivos
diversos. Neste sentido, o desempenho social poderia ser objeto de um
parecer de auditoria social, paralelamente ao tradicional parecer de
auditoria financeira, aplicável ao desempenho financeiro.

GABARITO: C




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133. Considerando-se que os custos de oportunidade não são evidenciados pelos
sistemas contábeis convencionais, é correto afirmar que o tempo de espera de
um usuário dos serviços públicos em uma fila de atendimento de uma repartição
é um exemplo desse tipo de custo para o contribuinte que deixa de auferir uma
renda que o exercício de sua atividade profissional lhe proporcionaria durante o
tempo perdido na fila.

Resolução

Custo de oportunidade: é o valor proveniente dos investimentos deste recurso
na segunda melhor alternativa.

No exemplo concreto da questão, de fato, o tempo de espera de um usuário dos
serviços públicos em uma fila de atendimento de uma repartição corresponde a
custo para o contribuinte, pois o tempo perdido na fila poderia ser aproveitado no
exercício profissional do contribuinte para auferir renda.

Ou seja:
Tempo na Fila = Alternativa 1 (no momento, é a melhor alternativa, pois o
usuário necessita do serviço e precisa ficar na fila)

Exercício da Atividade Profissional = Alternativa 2 (segunda melhor alternativa
=> custo de oportunidade)

GABARITO: C

134. Considerando-se as atuais disposições da Lei das Sociedades por Ações, é
correto afirmar que as subvenções para investimentos passam a integrar o
resultado, constituindo, obrigatoriamente, base de cálculo para os tributos sobre
os lucros e para a distribuição dos dividendos.

Resolução

Com as alterações da Lei no 11.638/07, as doações e as subvenções para
investimento, que antes eram classificadas como Reservas de Capital
(Reserva de Doações para Investimento e Reserva Subvenções para
Investimento), a partir de 01/01/2008 passam a integrar o resultado do
exercício (receitas).

Além disso, devido ao novo artigo 195-A, as doações ou subvenções
governamentais para investimentos poderão ser destinadas a uma nova
reserva de lucros, chamada “Reserva de Incentivos Fiscais‖. O valor
transferido para esta reserva poderá ser excluído da base de cálculo do
dividendo obrigatório de que trata o art. 202, I.




Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas   6
Logo, as doações e subvenções para investimentos passam a integrar o
resultado, mas, se forem governamentais (e, normalmente, são),
poderão ser destinadas à Reservas de Incentivos Fiscais e poderão ser
excluídas da base de cálculo do dividendo obrigatório.

Exemplo:
Doações e Subvenções Governamentais = 100.000
Lucro Líquido do Exercício = 200.000 (sem considerar as Doações e Subvenções
Governamentais).

I – Lançamento antes das alterações trazidas pela Lei no 11.638/07:

      Caixa ou Bancos (Ativo Circulante)
      a Reserva de Capital (Patrimônio Líquido)            100.000

      Neste caso, o Lucro Líquido do Exercício seria de R$ 200.000,00.

II – Lançamento após as alterações trazidas pela Lei n o 11.638/07:

      Caixa ou Bancos (Ativo Circulante)
      a Receitas Não Operacionais (*) (Receita – Conta de Resultado) 100.000

(*) Aguardar confirmação da Receita Federal, quando da publicação do novo
Regulamento do Imposto de Renda. Contudo, volto a ressaltar que o mais lógico
seria considerá-las receitas não operacionais.

      II.1 – Transferência do Lucro Líquido do Exercício para o Patrimônio
      Líquido:

             Lucro Líquido do Exercício (Receita – Conta de Resultado)
             a Lucros Acumulados (Patrimônio Líquido)            300.000

      Supondo que a assembléia geral, por proposta dos órgãos de
      administração, deliberou que o valor do lucro líquido correspondente a
      doações ou subvenções governamentais fosse transferido para a conta
      ―Reserva de Incentivos Fiscais‖.

      II.1 – Transferência do valor correspondente a doações ou subvenções
      governamentais para a ―Reserva de Incentivos Fiscais‖:

             Lucros Acumulados (Patrimônio Líquido)
             a Reserva de Incentivos Fiscais (Patrimônio Líquido)                100.000

GABARITO: E
Aproveitando vamos relembrar o assunto Reservas de Capital:



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As Reservas de Capital correspondem a valores recebidos dos proprietários
ou de terceiros, isto é, são “receitas” que, entretanto, não são tratadas
desta maneira, visto que não transitam pelas contas de resultado, sendo
contabilizadas diretamente no Patrimônio Líquido.

De acordo com artigo 182, § 1°, da Lei n o 6.404/76, serão classificadas como
reservas de capital as contas que registrarem:

i) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e
a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que
ultrapassar a importância destinada à formação do capital social,
inclusive nos casos de conversão em ações de debêntures ou partes
beneficiárias (Reserva de Ágio na Emissão de Ações).

ii) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição
(Reserva de Alienação de Bônus de Subscrição e Reserva de Alienação de
Partes Beneficiárias).

      Bônus de Subscrição: são títulos de crédito emitidos por companhias no
      limite do capital autorizado no estatuto, que dão aos seus titulares o direito
      de subscreverem ações da companhia, mediante a apresentação do referido
      título e o pagamento do preço de emissão das ações (os atuais acionistas
      têm preferência na aquisição dos bônus).

      Partes Beneficiárias: são títulos de crédito sem valor nominal, emitidos
      por companhias fechadas, por um prazo máximo de dez anos, que
      conferem a seus titulares o direito de participação, no máximo em 10%,
      nos lucros das referidas companhias. Caso não sejam resgatados no prazo
      de sua emissão, serão convertidos em ações da companhia, podendo haver
      ágio na emissão de ações. Cabe ressaltar que as partes beneficiárias só
      darão origem à Reserva de Capital se forem vendidas, ou seja, se forem
      atribuídas gratuitamente a acionistas ou terceiros, não darão origem à
      Reserva de Capital.

iii) o prêmio recebido na emissão de debêntures (Reserva de Prêmios
Recebidos na Emissão de Debêntures – Ágio) – ATENÇÃO!!! Revogado
pela Lei no 11.638/07.

      Debêntures: são títulos de crédito com valor nominal emitidos por
      companhias, os quais conferem a seus titulares (debenturistas) o direito de
      participação nos lucros da companhia (rendem juros e são atualizados
      monetariamente). Caso não sejam resgatados no seu prazo de emissão,
      serão convertidos em ações da companhia.




Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas    8
iv) as doações e as subvenções para investimento (Reserva de Doações
para Investimento e Reserva Subvenções para Investimento) –
ATENÇÃO!!! Revogado pela Lei no 11.638/07.

Resumindo (para a prova):

A partir de 01/01/2008, os incisos ―c‖ e ―d‖ do § 1 o do art. 182, da Lei no
6.404/76, foram revogados. Portanto, as doações e subvenções para
investimento e os prêmios na emissão de debêntures NÃO serão mais
classificados como reservas de capital, devendo ser registrados como
receitas do exercício.

135. Considere que o auditor de uma companhia aberta constate que ela detém
participações no capital de outras empresas.

Considere, ainda, que, dos registros dessa companhia, o auditor tenha extraído
os seguintes dados:
participação em coligadas . . . . . . . . . . R$ 150.000.000,00
participação em controladas . . . . . . . . R$ 150.000.000,00
capital social . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 500.000.000,00
patrimônio líquido . . . . . . . . . . . . . . R$ 1.000.000.000,00

Com base nas informações apresentadas, é correto afirmar que essa companhia
deve elaborar e divulgar demonstrações contábeis consolidadas.

Resolução

Demonstrações Contábeis Consolidadas: são aquelas resultantes da
agregação das demonstrações contábeis, estabelecidas pelas Normas
Brasileiras de Contabilidade, de duas ou mais entidades, das quais uma tem
o controle direto ou indireto sobre a(s) outra(s).

Uma entidade exerce o controle sobre outra quando detém, direta ou
indiretamente, por intermédio de outras entidades, direitos de sócia que lhe
assegurem, de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e o
poder de eleger ou destituir a maioria dos administradores. O controle é conjunto
quando os poderes são exercidos por duas ou mais entidades vinculadas por
acordo de votos.

A entidade que exerce o controle direto ou indireto sobre outra é denominada de
―controladora‖, e a entidade comandada, de ―controlada‖, inclusive quando esta
estiver sob controle conjunto.

A entidade que possuir investimento em entidades controladas, incluindo
as sob controle conjunto, deve elaborar demonstrações contábeis
consolidadas.


Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas   9
As demonstrações contábeis consolidadas abrangem entidades independentes
com patrimônios autônomos, não surgindo, pela consolidação, nova entidade,
mas tão-somente uma unidade de natureza econômico-contábil, segundo o que
estabelece o parágrafo único do artigo 4º da Resolução CFC nº 750, de 29 de
dezembro de 1993, tendo por objetivo apresentar a posição patrimonial e
financeira, os resultados das operações e as origens e aplicações de recursos do
conjunto, sem restringir-se a limitações legais e à personalidade jurídica das
entidades envolvidas.

Entende-se por unidade de natureza econômico-contábil o patrimônio, sem
personalidade jurídica própria, resultante da agregação de patrimônios
autônomos pertencentes a duas ou mais entidades.

As demonstrações contábeis consolidadas compreendem o balanço
patrimonial consolidado, a demonstração consolidada do resultado do
exercício e a demonstração consolidada das origens e aplicações de
recursos, complementados por notas explicativas e outros quadros
analíticos necessários ao esclarecimento da situação patrimonial e dos
resultados consolidados.

O objetivo das demonstrações consolidadas é apresentar os resultados das
operações e a posição patrimonial-financeira da sociedade controladora e das
suas controladas, como se o grupo fosse uma única empresa.

Obrigatoriedade

A companhia aberta que tiver mais de 30% (trinta por cento) do valor do
seu patrimônio líquido representado por investimentos em sociedades
controladas deverá elaborar e divulgar, juntamente com suas
demonstrações financeiras, demonstrações consolidadas (a CVM pode vir
a reduzir este percentual).

Para a determinação deste percentual de 30%, considera-se investimento a soma
algébrica dos seguintes valores:

      -   Valor da participação societária avaliado pelo método da equivalência
          patrimonial;
      -   Ágio ou deságio na aquisição do investimento; e
      -   Provisão para perdas prováveis na sua alienação.

A Comissão de Valores Mobiliários poderá expedir normas sobre as sociedades
cujas demonstrações devam ser abrangidas na consolidação, e:

      a) determinar a inclusão de sociedades que, embora não controladas,
         sejam financeira ou administrativamente dependentes da companhia;


Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas   10
b) autorizar, em casos especiais, a exclusão de uma ou mais sociedades
         controladas.

Pontos a ressaltar:
I - Os grupos de sociedades, organizados na forma preconizada nos artigos 265 a
277 da Lei no 6.404/76, ainda que a sociedade de comando não tenha a forma de
companhia, também está obrigado a elaborar demonstrações contábeis
consolidadas. Nesse caso, as demonstrações consolidadas deverão ser publicadas
juntamente com as da sociedade de comando.

II – As demonstrações contábeis consolidadas não substituem as demonstrações
das sociedades envolvidas na consolidação.

III – De acordo com o art. 21, da Instrução CVM n o 247/96, todas as
sociedades abertas que possuírem investimentos em sociedades
controladas deverão efetuar a consolidação das demonstrações
contábeis, independentemente do percentual que estes investimentos
representarem em relação ao patrimônio líquido da controladora.

Vamos à resolução da questão:

Considere, ainda, que, dos registros dessa companhia, o auditor tenha extraído
os seguintes dados:
participação em coligadas . . . . . . . . . . R$ 150.000.000,00
participação em controladas . . . . . . . . R$ 150.000.000,00
capital social . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 500.000.000,00
patrimônio líquido . . . . . . . . . . . . . . R$ 1.000.000.000,00

Percentual do PL representado por investimentos em controladas =
= 150.000/1.000.000 = 15% < 30%.

Logo, a companhia não estaria obrigada a apresentar demonstrações
consolidadas. Contudo, de acordo com o art. 21, da Instrução CVM n o
247/96, todas as sociedades abertas que possuírem investimentos em
sociedades    controladas  deverão  efetuar   a   consolidação  das
demonstrações contábeis, independentemente do percentual que estes
investimentos representarem em relação ao patrimônio líquido da
controladora.
GABARITO: C

136. Se uma empresa apresentar um lucro de R$ 400 milhões, antes das
despesas financeiras — previstas em R$ 80 milhões — e dos tributos sobre o
resultado, nessa situação, caso se calcule a alavancagem financeira dessa
empresa em termos de lucro por ação ordinária, a um acréscimo de 100% no



Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas   11
lucro antes das despesas financeiras e dos tributos                  sobre       o   resultado
corresponderá um acréscimo de 125% no lucro por ação.

Resolução

Grau de Alavancagem Financeira (GAF)
Este índice procura mensurar, para cada real ganho no giro ou emprego do ativo,
quantos reais serão em benefício do patrimônio líquido, ou seja, qual é o lucro
dos proprietários e acionistas para cada real ganho pela empresa nas
aplicação em ativo.

Pelas considerações acima, pode-se calcular este índice, simplesmente, por meio
da comparação entre as taxas de despesas financeiras e a taxa de retorno do
ativo. Ou seja, suponha que uma empresa consiga aplicar recursos em ativo de
forma que estas aplicações gerem um retorno de 30%. Por outro lado, a
porcentagem de despesas sobre o saldo médio da dívida é de 25%. Logo, pode-
se afirmar que a empresa possui uma alavancagem positiva, isto é, o efeito da
aplicação dos recursos de financiamento e empréstimo sobre o patrimônio líquido
é positivo.

GAF = (Rentabilidade do Capital Próprio com a utilização de Capitais de
Terceiros)/ (Rentabilidade do Capital Próprio sem a utilização de Capitais
de Terceiros)

      GAF = [(LLEx/PLM)]/[(LLEx + DF)/(ATM)]

      Onde,

      LLEx = Lucro Líquido do Exercício;
      PLM = Patrimônio Líquido Médio = (Saldo Inicial do PL + Saldo Final
      do PL - LLEx)/2
      DF = Despesas Financeiras
      ATM = Ativo Total Médio

      GAF > 1 => alavancagem financeira favorável (positiva), pois a utilização
      de capitais de terceiros aumentou a rentabilidade do patrimônio líquido.

      GAF = 1 => alavancagem financeira indiferente (nula), pois a utilização de
      capitais de terceiros não alterou a rentabilidade do patrimônio líquido.

      GAF < 1 => alavancagem financeira desfavorável (negativa), pois a
      utilização de capitais de terceiros diminuiu a rentabilidade do patrimônio
      líquido.




Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas              12
A interpretação isolada deste índice é a seguinte: quanto maior o grau de
alavancagem financeira, melhor, pois melhor será o efeito da aplicação
dos recursos de financiamento e empréstimo sobre o patrimônio líquido.

Vamos à resolução da questão: a questão pede para calcular a alavancagem
financeira em termos de lucro por ação ordinária.

Suponha, para a resolução, que o percentual de tributação sobre o resultado seja
de 10%.

I – Situação 1:
Lucro antes das Despesas Financeiras e dos Tributos = R$ 400.000.000,00
Despesas Financeiras = R$ 80.000.000,00
Ações Ordinárias = AO

Lucro Antes dos Tributos = 400.000.000 – 80.000.000              320.000.000
(-) Tributos = 10% x 320.000.000                                 (32.000.000)
Lucro Líquido do Exercício                                       288.000.000

Lucro por Ação Ordinária (1) = 288.000/AO

II – Situação 2:
Lucro antes das Despesas Financeiras e dos Tributos = R$ 400.000.000,00 + R$
400.000.000,00 = R$ 800.000.000,00 (acréscimo de 100%)
Despesas Financeiras = R$ 80.000.000,00
Ações Ordinárias = AO

Lucro Antes dos Tributos = 800.000.000 – 80.000.000              720.000.000
(-) Tributos = 10% x 720.000.000                                 (72.000.000)
Lucro Líquido do Exercício                                       648.000.000

Lucro por Ação Ordinária (2) = 648.000/AO

III – Relação:

Lucro por Ação Ordinária (2)/Lucro por Ação Ordinária (1) =
= [648.000/AO]/[288.000/AO]= 2,25

Percentual de Aumento = 2,25 – 1 = 1,25 = 125%

GABARITO: Anulada
Justificativa da Banca Examinadora: anulado, pois na situação hipotética
estabelecida não deixa clara a manutenção, ou não, do montante de
despesas financeiras.




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137. Caso o retorno sobre o patrimônio líquido (LL/PLm) de uma empresa seja
igual a




em que LL = lucro líquido, VL = vendas líquidas, Atm = ativo total médio e PLm =
patrimônio líquido médio, uma das formas de essa empresa melhorar o retorno
sem alterar o total do capital empregado (aplicado) será aumentar a relação
entre capitais próprios e de terceiros.

Resolução

Rentabilidade do Capital Próprio ou Retorno sobre o Patrimônio Líquido
(RSPL): Este índice mostra a rentabilidade da empresa em relação ao seu
capital próprio, representado pelo patrimônio líquido, ou seja, indica
quanto de prêmio os acionistas ou proprietários da empresa estão obtendo em
relação aos seus investimentos no empreendimento.

      RSPL = LLEx/PLM

      Onde,
      LLEx = Lucro Líquido do Exercício;
      PLM = Patrimônio Líquido Médio = (Saldo Inicial do PL + Saldo Final do PL -
      LLEx)/2

A interpretação isolada deste índice é a seguinte: quanto maior o retorno
sobre o patrimônio líquido, melhor o prêmio dos acionistas ou
proprietários em relação ao capital investido na empresa.

Vamos à resolução da questão:

LLEx/PL = LLEx/VL x VL/ATM x ATM/PL

Melhorar o retorno sem alterar o total do capital empregado (aplicado):

Capital Aplicado = Ativo Total = constante
ATM = constante

LLEx/PL = LLEx/VL x VL/ATM x ATM/PL

Possibilidades:

I – Aumentar o LLEx – contudo, se aumentarmos o lucro líquido do
exercício, o PL aumentaria, a relação entre capitais próprios (PL) e de
terceiros (PC + PELP) aumentaria, mas o ATM aumentaria, pois o ativo


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total é igual ao PC + PELP + PL. Logo, não é possível utilizar este
artifício.

II – Diminuir o PL, por exemplo, via distribuição de dividendos:

      Lucros Acumulados (PL)
      a Dividendos a Distribuir (PC)

      Nesta situação, o PL diminuiria, a relação entre o capital próprio e o
      capital de terceiros diminuiria e o ativo total ficaria constante

GABARITO: E

138. Considere que uma empresa apresente, em determinado período, os
seguintes dados:
vendas líquidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 1.000.000,00
lucro operacional líquido . . . . . . . . . . . . . R$ 100.000,00
ativo operacional médio . . . . . . . . . . . . . . R$ 500.000,00

Considere, ainda, que a administração dessa empresa, insatisfeita com o retorno
sobre o investimento operacional, estabeleça como meta aumentá-lo em 50%.

Nessa situação, para atingir tal objetivo, uma das opções da empresa será
aumentar as vendas em 50%, mantendo a margem de lucro, sem novos
investimentos.

Resolução

Margem Bruta (MB)

      MB = Lucro Bruto (LB)/Receita Líquida

      Exemplo:     Lucro Bruto = R$ 80.000,00
                   Receita Líquida de Vendas = R$ 160.000,00

                   MB = 80.000/160.000 = 0,5 = 50%

Nas operações de vendas de mercadorias, a empresa apresenta uma margem de
lucro bruto igual a 50%, ou seja, o lucro nas vendas corresponde a 50% da
Receita Líquida de Vendas.

Lucratividade sobre Vendas ou Margem Líquida (ML)

Este índice compara o lucro líquido do exercício em relação às vendas líquidas do
período, fornecendo o percentual de lucro que a empresa alcança em relação ao
seu faturamento.


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ML = LLEx/Receita Líquida

      Onde,

      LLEx = Lucro Líquido do Exercício

A interpretação isolada deste índice é a seguinte: quanto maior o índice de
retorno sobre vendas, melhor a eficiência da empresa.

   Considerando, por exemplo, os dados abaixo:

                            2001             2002             2003
   Lucro Líq. do            65.935,00        78.126,00       102.149,00
   Ex.

                           2001              2002             2003
   Receita Líquida        649.191,00        735.804,00       744.088,00

                            2001             2002              2003
   Margem                    10,16%           10,62%            13,73%
   Líquida

Em 2001, a margem líquida foi de 10,16%, representando que para cada R$
100,00 de vendas líquidas, sobraram para a empresa R$ 10,16. Já no ano de
2002, o índice foi de 10,62%, ou seja, para cada R$ 100,00 de vendas líquidas,
sobraram para a empresa R$ 10,62. Finalmente, em 2003, para cada R$ 100,00
de vendas líquidas, sobraram para a empresa R$ 13,73.

Há que se ressaltar algumas observações que podem gerar distorções no cálculo
da margem líquida:

          -   tanto o lucro líquido do exercício quanto as vendas líquidas, em
              períodos de inflação, podem causar distorções no cálculo do índice
              caso não estejam atualizados monetariamente;

          -   o lucro líquido do exercício pode conter valores expressivos relativos a
              despesas ou receitas não operacionais;

          -   o critério de avaliação dos estoques e de apropriação de custos pode
              interferir no cálculo do Custo das Mercadorias Vendidas e, portanto,
              no lucro.

Margem Operacional (MOP)

      MOP = Lucro Operacional (LOL)/Receita Líquida


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Exemplo:     Lucro Operacional = R$ 40.000,00
                   Receita Líquida de Vendas = R$ 160.000,00

                   MB = 40.000/160.000 = 0,24 = 25%

Nas operações de vendas de mercadorias, a empresa apresenta uma margem
operacional igual a 25%, ou seja, o lucro operacional líquido corresponde a 25%
da Receita Líquida de Vendas.

(*) Receita Líquida de Vendas = Receita Operacional Líquida

Rentabilidade do Ativo ou Retorno sobre o Ativo (RSA)

Este índice mostra a rentabilidade da empresa em                            relação    aos
investimentos totais, representados pelo ativo total médio.

      RSA = LLEx/ATM

      Onde,

LLEx = Lucro Líquido do Exercício;
ATM = Ativo Total Médio = (Saldo Inicial do Ativo Total + Saldo Final do
Ativo Total)/2

A interpretação isolada deste índice é a seguinte: quanto maior o retorno
sobre o ativo, melhor o aproveitamento dos recursos aplicados no ativo,
isto é, o índice mostra o nível de eficiência em que são utilizados os recursos
aplicados na empresa (ativo total) para proporcionar lucros.

   Considerando, por exemplo, os dados abaixo:

     Ativo Total          2000            2001              2002             2003
   Saldo Final (SF)     528.164,00       628.601,00        643.734,00       677.719,00
   Saldo Inicial (SI)         -----      528.164,00        628.601,00       643.734,00
   Média = (SI+                          578.382,50        636.167,50       660.726,50
   SF)/2

                           2000            2001             2002             2003
   Lucro Líq. do              xxxx         65.935,00        78.126,00       102.149,00
   Ex.

                           2000            2001             2002                 2003
   Retorno sobre              xxxx          11,40%           12,28%               15,46%
   o Ativo



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Em 2001, o retorno do ativo foi de 11,40%, representando que para cada R$
100,00 do ativo total médio, a empresa obteve um ganho de R$ 11,40. Já no ano
de 2002, o índice foi de 12,28%, ou seja, para cada R$ 100,00 do ativo total
médio, a empresa obteve um ganho de R$ 12,28. Finalmente, em 2003, para
cada R$ 100,00 do ativo total médio, a empresa obteve um ganho de R$ 15,46.

Observe que o retorno do ativo também pode ser representado pelo produto do
giro do ativo pela margem líquida, conforme pode ser observado abaixo:

RSA = LLEx/ATM = LLEx/ROL * VL/ATM = Margem Líquida x Giro do
Ativo

      Onde,

      ROL = Receita Operacional Líquida (Vendas Líquidas)

Da fórmula acima, pode-se concluir que, quanto maior a Margem Líquida,
maior o Retorno sobre o Ativo. Analogamente, quanto maior o Giro do
Ativo, maior o Retorno sobre o Ativo.

Também é possível calcular o retorno sobre o ativo utilizando o lucro operacional
líquido. Deste modo, a fórmula ficaria da seguinte maneira:

      RSA = LOL/ATM

      Onde,

      LOL = Lucro Operacional Líquido;
      ATM = Ativo Total Médio = (Saldo Inicial do Ativo Total + Saldo Final do
      Ativo Total)/2

             OU

RSA = LOL/ATM = LOL/VL x VL/ATM = Margem Operacional x Giro do
Ativo


Vamos à resolução da questão:

Dados:
vendas líquidas = R$ 1.000.000,00
lucro operacional líquido = R$ 100.000,00
ativo operacional médio = R$ 500.000,00

Retorno sobre o ativo (sobre o investimento operacional):
RSA = LOL/ATM = LOL/VL x VL/ATM = 100.000/500.000 = 20%


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Margem Operacional
MOP = Lucro Operacional Líquido/Receita Líquida =100.000/1.000.000 = 10%

Objetivo: aumentar o retorno sobre o ativo em 50%, mantendo a margem
operacional constante.

1 – Aumento das Vendas em 50%:
Vendas líquidas = R$ 1.000.000,00 + 50% x R$ 1.000.000,00 = R$ 1.500.000,00

MOP = Lucro Operacional Líquido/Receita Líquida =LOL/1.500.000 = 10% =>
           LOL = 150.000

RSA = LOL/ATM = LOL/VL x VL/ATM = 150.000/500.000 = 30%

Ou seja, houve um aumento do retorno sobre o ativo operacional de 50%
(20% + 50% x 20% = 30%).

GABARITO: C

139. Se, ao analisar a margem operacional de uma empresa, um consultor
verificar que essa margem se situa abaixo da média do setor, e se esse quociente
for o mais sensível às variações do retorno sobre o investimento operacional,
nessa situação, esse consultor deve sugerir, para a melhoria da rentabilidade da
empresa, uma das seguintes opções: reduzir as despesas não-operacionais;
aumentar as vendas, ainda que a margem de lucro seja sacrifícada; ou ampliar a
capacidade produtiva.

Resolução

Margem Operacional
MOP = Lucro Operacional Líquido/Receita Líquida

Retorno sobre o ativo (sobre o investimento operacional):
RSA = LOL/ATM = LOL/VL x VL/ATM

Se a margem operacional está abaixo da média do setor, temos duas opções:

1 – Aumentar o lucro operacional líquido: o aumento do lucro operacional líquido
deve ser obtido por meio da redução das despesas operacionais ou aumento
das receitas operacionais.

2 – Diminuir a receita líquida de vendas: poderá ser realizada uma redução da
receita líquida de vendas, desde que esta redução gere uma redução menor do
lucro operacional líquido. Desta forma, a margem operacional aumentaria.



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GABARITO: E

140. Caso uma empresa apure um lucro operacional de R$ 1.500.000,00, antes
das despesas financeiras e dos tributos sobre os resultados, e tais despesas
financeiras atinjam R$ 250.000,00, o índice de cobertura dessas despesas
permite que se afirme que o lucro operacional dessa empresa seria capaz de
cobrir cinco vezes esses encargos.

Resolução

Índice de Cobertura de Juros (ICJ)

O índice de cobertura de juros relaciona o lucro operacional com as
despesas financeiras da empresa no período, e tem o objetivo de identificar a
capacidade de a empresa pagar suas despesas financeiras. Este índice é
muito utilizado por empresas especializadas em prestação de serviços de
classificação, bancos, investidores e analistas.


      ICJ = LOL/DF

      Onde,

      LOL = Lucro Operacional Líquido (*);
      DF = Despesas Financeiras.

(*) Lucro operacional líquido a ser utilizado é o resultado antes das
despesas financeiras (essas despesas, portanto, devem ser somadas ao
Lucro Operacional da DRE para se obter o valor a ser utilizado na
fórmula).

A interpretação isolada deste índice é a seguinte: quanto maior o índice de
cobertura dos juros, melhor, pois mostra que a empresa possui condições
de pagar suas despesas financeiras.

      Considerando, por exemplo, os dados abaixo:

                                               2001             2002             2003
   LOL (antes das despesas                      46.094            70.751           94.734
   financeiras)
   Despesas Financeiras                                0            2.133           3.557
   ICJ                                               Não            33,17           26,63
                                               calculado

Em 2001, como não houve despesas financeiras, não faz sentido calcular o
referido índice. Em 2002, o índice de cobertura dos juros foi de 33,17, ou seja, o


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lucro operacional líquido foi capaz de cobrir as despesas financeiras 33,17 vezes.
Em 2003, o índice de cobertura dos juros foi de 26,63, ou seja, o lucro
operacional líquido foi capaz de cobrir as despesas financeiras 26,63 vezes.

Vamos à resolução da questão:

ICJ = LOL/DF

lucro operacional = R$ 1.500.000,00, antes das despesas financeiras e dos
tributos sobre os resultados

Despesas financeiras = R$ 250.000,00

ICJ = 1.500.000/250.000 = 6

GABARITO: C (O gabarito foi alterado pela Banca Examinadora.
Justificativa: Como o lucro operacional da empresa é capaz de cobrir 6
vezes os encargos, é capaz de cobrir 5 vezes, conforme assevera o item).

141. Na análise dos índices de liquidez, o analista de controle externo deve estar
atento a certos aspectos que podem mascarar uma situação aparentemente
favorável. Nesse sentido, ele deve considerar com mais rigor a exigibilidade
efetiva dos passivos que a possibilidade de realização dos ativos e assegurar-se
de que os prazos de realização dos ativos são maiores que os de vencimento dos
passivos.

Resolução

Análise de Liquidez

Índice de Liquidez Corrente: mostra o quanto a empresa possui em
dinheiro, bens e direitos realizáveis no curto prazo, para fazer face as
suas dívidas a serem pagas no mesmo período. Ou seja, mostra a
capacidade de a empresa pagar suas dívidas de curto prazo.

O índice de Liquidez Corrente está diretamente associado ao ciclo operacional da
empresa. Uma empresa comercial, normalmente, deve ter um índice de liquidez
corrente maior que uma empresa prestadora de serviços, pois esta não possui
estoques, que em uma empresa comercial, ainda teriam que ser vendidos para se
transformarem em disponibilidades ou créditos. Analogamente, nas empresas
industriais, os índices de liquidez corrente devem ser maiores que nas empresas
comerciais, pois seu ciclo operacional é maior ainda e grande parte do ativo
circulante corresponde a estoques de matérias-primas, produtos em fabricação e
produtos prontos. Resumindo, quando maior o ciclo operacional, maior o índice
de liquidez corrente.



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Ciclo Operacional: tempo que a empresa leva para renovar seus estoques,
somado ao tempo de recebimento das vendas a prazo.

      LC = AC/PC

      Onde,

      AC = Ativo Circulante;
      PC = Passivo Circulante.

A interpretação isolada deste índice é a seguinte: quanto maior a liquidez
corrente, melhor, pois mostra que a empresa possui condições de pagar
suas dívidas de curto prazo.

      Se:

LC > 1 => o Ativo Circulante é mais que suficiente para pagar as dívidas de curto
prazo.
LC = 1 => o Ativo Circulante é igual ao Passivo Circulante.
LC < 1 => o Ativo Circulante é insuficiente para pagar as dívidas de curto prazo.

      Considerando, por exemplo, os dados abaixo:

                           2001              2002             2003
   Ativo Circulante       335.676,00        246.043,00       220.188,00
   Passivo                223.692,00        210.159,00       210.793,00
   Circulante
   CCL                    111.984,00         35.884,00          9.395,00
   LC                           1,50              1,17              1,04

Em 2001, a liquidez corrente foi de 1,50, representando que para cada R$ 1,00
de dívida de curto prazo, a empresa dispõe de R$ 1,50 em disponibilidades mais
direitos realizáveis no curto prazo. Em 2002, a liquidez corrente foi de 1,17,
representando que para cada R$ 1,00 de dívida de curto prazo, a empresa dispõe
de R$ 1,17 em disponibilidades mais direitos realizáveis no curto prazo. Em 2003,
a liquidez corrente foi de 1,04, representando que para cada R$ 1,00 de dívida de
curto prazo, a empresa dispõe de R$ 1,04 em disponibilidades mais direitos
realizáveis no curto prazo.

Índice de Liquidez Imediata: mostra o quanto a empresa possui em
dinheiro, para fazer face as suas dívidas a serem pagas no curto prazo.
Ou seja, mostra o percentual de dívidas de curto prazo que a empresa tem
condições de liquidar imediatamente.

Normalmente, as empresas que pagam a maior parte de suas obrigações à vista
possuem maior necessidade de elevados índices de liquidez imediata.


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LI = DISP/PC

      Onde,

      DISP = Disponível: Caixa + Depósitos Bancários à Vista +
      Numerários em Trânsito + Aplicações de Liquidez Imediata;

      PC = Passivo Circulante.

A interpretação isolada deste índice é a seguinte: quanto maior a liquidez
imediata, melhor, pois mostra que a empresa possui condições de pagar
suas dívidas de curto prazo. Entretanto, nem sempre um elevado índice de
liquidez imediata representa uma situação favorável, pois, em países de elevados
índices de inflação, uma elevada liquidez imediata representa dinheiro não
aplicado no mercado financeiro ou em estoques, ocasionando prejuízos em função
da perda do poder aquisitivo da moeda.

   Considerando, por exemplo, os dados abaixo:

                           2001              2002             2003
   Disponível             151.917,00         53.705,00        19.639,00
   Passivo                223.692,00        210.159,00       210.793,00
   Circulante
   LI                             0,68              0,26             0,09

Em 2001, a liquidez imediata foi de 0,68, representando que para cada R$ 1,00
de dívida de curto prazo, a empresa dispõe de R$ 0,68 em dinheiro para pagar.
Em 2002, a liquidez imediata foi de 0,26, representando que para cada R$ 1,00
de dívida de curto prazo, a empresa dispõe de R$ 0,26 em dinheiro para pagar.
Em 2003, a liquidez corrente foi de 0,09, representando que para cada R$ 1,00
de dívida de curto prazo, a empresa dispõe de R$ 0,09 em dinheiro para pagar.

Índice de Liquidez Seca ou Liquidez Ácida: mostra a porcentagem de
dívidas de curto prazo que podem ser liquidadas com a utilização de itens
monetários de maior liquidez do ativo circulante.

O índice de liquidez seca pode ser considerado um aprimoramento do índice
de liquidez corrente, visto que não considera os estoques, que, como são
necessários à própria atividade da empresa, podem ser considerados como uma
espécie de investimento permanente do ativo circulante.

      LS = (AC – Estoques)/PC




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A interpretação isolada deste índice é a seguinte: quanto maior a liquidez
seca, melhor, pois mostra que a empresa possui condições de pagar suas
dívidas de curto prazo.

Considerando, por exemplo, os dados abaixo:

                            2001             2002             2003
   Disponibilidades         4.846,00          5.380,00         5.495,00
   Aplicações             147.071,00         48.325,00        14.144,00
   Financeiras
   Duplic. a Receber        96.398,00       104.186,00        92.912,00
   Liq.
   Estoques               100.000,00         85.000,00        93.000,00
   Passivo Circulante     223.692,00        210.159,00       210.793,00
   LS                           1,23              0,75             0,53

Em 2001, a liquidez seca foi de 1,23, representando que para cada R$ 1,00 de
dívida de curto prazo, a empresa dispõe de R$ 1,23 em disponibilidades,
aplicações financeiras e duplicatas a receber líquidas. Em 2002, a liquidez seca foi
de 0,75, representando que para cada R$ 1,00 de dívida de curto prazo, a
empresa dispõe de R$ 0,75 em disponibilidades, aplicações financeiras e
duplicatas a receber líquidas. Em 2003, a liquidez seca foi de 0,53, representando
que para cada R$ 1,00 de dívida de curto prazo, a empresa dispõe de R$ 0,53 em
disponibilidades, aplicações financeiras e duplicatas a receber líquidas.




Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas   24
Índice de Liquidez Geral: mostra o quanto a empresa possui em dinheiro,
bens e direitos realizáveis a curto e longo prazo, para fazer face as suas
dívidas totais.

      LG = (AC + ARLP)/(PC + PELP)

      Onde,

      AC = Ativo Circulante;
      ARLP = Ativo Realizável a Longo Prazo;
      PC = Passivo Circulante;
      PELP = Passivo Exigível a Longo Prazo (*)

(*) Alterado, pela MP no 449/08, para passivo não circulante.

A interpretação isolada deste índice é a seguinte: quanto maior a liquidez
geral, melhor, pois mostra que a empresa possui condições de pagar
suas dívidas totais. Regra geral, para considerar uma empresa com condição
favorável, é necessário que a liquidez geral seja maior que 1.

Considerando, por exemplo, os dados abaixo:

                                   2001             2002             2003
   Ativo Circulante               335.676,00       246.043,00       220.188,00
   ARLP                            82.303,00       104.362,00       119.045,00
   Passivo Circulante             223.692,00       210.159,00       210.793,00
   Passivo Não Circulante          77.166,00       101.106,00       125.952,00
   LG                                   1,39             1,13             1,01

Em 2001, a liquidez geral foi de 1,39, representando que para cada R$ 1,00 de
dívida (de curto e longo prazo), a empresa dispõe de R$ 1,39 em disponibilidades
mais direitos realizáveis a curto e a longo prazo. Em 2002, para cada R$ 1,00 de
dívida (de curto e longo prazo), a empresa dispõe de R$ 1,13 em disponibilidades
mais direitos realizáveis a curto e a longo prazo. Finalmente, em 2003, R$ 1,00
de dívida (de curto e longo prazo), a empresa dispõe de R$ 1,01 em
disponibilidades mais direitos realizáveis a curto e a longo prazo.

Supondo que a empresa obteve lucro no período de 2001 a 2003, seria esperado
uma melhoria da liquidez geral, fato que não ocorreu, provavelmente porque a
empresa distribuiu dividendos, adquiriu participações societárias e bens do ativo
permanente, piorando, conseqüentemente, a liquidez da empresa.




Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas   25
Índice de Solvência ou Margem de Garantia: representa a capacidade de a
empresa pagar suas dívidas de curto e longo prazo com os recursos
totais do ativo.

      MG = (AC + ARLP + AP)/(PC + PELP)

      Onde,

      AP = Ativo Permanente
      AC = Ativo Circulante;
      ARLP = Ativo Realizável a Longo Prazo;
      PC = Passivo Circulante;
      PELP = Passivo Exigível a Longo Prazo (*)

(*) Alterado, pela MP no 449/08, para passivo não circulante.

A interpretação isolada deste índice é a seguinte: quanto maior a margem de
garantia, melhor, pois mostra que a empresa possui condições de pagar
suas dívidas totais.

Considerando, por exemplo, os dados abaixo:

                                   2001             2002             2003
   Ativo Circulante               335.676,00       246.043,00       220.188,00
   ARLP                            82.303,00       104.362,00       119.045,00
   Ativo Permanente               100.000,00       120.000,00       130.000,00
   Passivo Circulante             223.692,00       210.159,00       210.793,00
   Passivo Não Circulante          77.166,00       101.106,00       125.952,00
   MG                                   1,72             1,51             1,39

Em 2001, a margem de garantia foi de 1,72, representando que para cada R$
1,00 de dívida (de curto e longo prazo), a empresa dispõe de R$ 1,72 de recursos
aplicados no ativo. Em 2002, a margem de garantia foi de 1,51, representando
que para cada R$ 1,00 de dívida (de curto e longo prazo), a empresa dispõe de
R$ 1,51 de recursos aplicados no ativo. Em 2003, a margem de garantia foi de
1,39, representando que para cada R$ 1,00 de dívida (de curto e longo prazo), a
empresa dispõe de R$ 1,39 de recursos aplicados no ativo.

OBS: O objetivo dos índices de liquidez é medir a capacidade que uma
empresa possui de pagar suas dívidas utilizando recursos aplicados no
ativo. Logo, um cálculo mais correto destes índices seria realizado excluindo do
ativo os valores que não possam ser convertidos em disponibilidades, tais como
despesas antecipadas e despesas diferidas, que serão apropriadas, quando
ocorrer o fato gerador, em despesas do período. Logo, as fórmulas ficariam da
seguinte maneira:



Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas   26
LC = (AC – Despesas Antecipadas)/PC
       LS = (AC – Estoques – Despesas Antecipadas)/PC
       LG = (AC + ARLP – Despesas Antecipadas)/(PC + PELP)
       MG = (Ativo – Despesas Antecipadas – Despesas Diferidas)/(PC – PELP)
       Ativo Real = Ativo – Despesas Antecipadas – Despesas Diferidas

Vamos à resolução da questão:

Na análise dos índices de liquidez, o analista de controle externo deve estar
atento a certos aspectos que podem mascarar uma situação aparentemente
favorável. Nesse sentido, ele deve considerar com mais rigor a exigibilidade
efetiva dos passivos que a possibilidade de realização dos ativos e assegurar-se
de que os prazos de realização dos ativos são menores que os de vencimento
dos passivos.

GABARITO: E

142. Considere que uma empresa apresente, ao longo de três exercícios, a
seguinte situação, relativa ao comportamento de suas despesas financeiras:

exercício 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 150.000,00
exercício 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 180.000,00
exercício 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 360.000,00

Com base nessas informações, é correto afirmar que, na análise horizontal,
utilizando-se base móvel, o índice correspondente ao exercício 3 será igual a 200.

Resolução

Análise Horizontal ou de Evolução
O objetivo principal da análise horizontal ou de evolução é permitir o exame da
evolução histórica de cada uma das contas que compõem as diversas
demonstrações contábeis, ou seja, ela avalia o aumento ou a diminuição
dos valores que expressam os elementos patrimoniais ou do resultado,
em uma determinada série histórica de exercícios.

Uma vez que os balanços estejam expressos em moeda de poder aquisitivo na
mesma data, a análise horizontal assume certa significância e pode acusar
imediatamente áreas de maior interesse para a investigação. Caso os balanços
não estejam expresso em moeda de poder aquisitivo constante, o analista
precisará, no mínimo, do índice de inflação do período para realizar a atualização
monetária.

Normalmente, em uma análise horizontal ou de evolução considera-se o primeiro
exercício como base 100 a evolução dos demais exercícios ocorre em relação ao
exercício estabelecido como base.


Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas   27
Ou seja, a fórmula geral para a análise horizontal será:

AH em 20Xi = (Conta em análise em 20Xi)/(Conta em análise no Ano-
Base)


A análise horizontal ou de evolução pode ser nominal, quando não
considera a inflação do período, ou real, quando considera a inflação do
período.

      Considere o seguinte exemplo:

        Total do Ativo            2005              2006
       Valor                   R$ 1.150,00       R$ 1.532,00
       Percentuais                100%              133%
       Crescimento                                   33%

O crescimento nominal de 33% pode não representar algo ou não, tendo em vista
que a inflação do período pode ter sido igual, inferior ou superior a tal percentual
de crescimento.

Suponha, no exemplo acima, que a inflação do período seja de 25%. Logo,
considerando o quadro atualizado pelo índice inflacionário teríamos:

      R$ 1.150,00 x 1,25 = R$ 1.437,00

        Total do Ativo            2005              2006
       Valor                   R$ 1.437,00       R$ 1.532,00
       Percentuais                100%              106%
       Crescimento                                   6%

Ou seja, considerando a inflação de período, houve um crescimento real no valor
do Ativo de 6%.

Também há a possibilidade de utilizar a análise horizontal com a base
móvel, ou seja, o cálculo será realizado sempre em relação ao ano
imediatamente anterior.




Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas   28
Vamos à resolução da questão:

Considere que uma empresa apresente, ao longo de três exercícios, a seguinte
situação, relativa ao comportamento de suas despesas financeiras:

exercício 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 150.000,00
exercício 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 180.000,00
exercício 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 360.000,00

Análise Horizontal (Base Móvel):

Exercício 2/Exercício 1 = 180.000/150.000 = 1,2 ou 120%

Exercício 3/Exercício 2 = 360.000/180.000 = 2 ou 200%

GABARITO: C

Bons estudos a todos e até a próxima aula,

Moraes Junior




Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas   29
Prova 9. TCU – 2008 - CESPE

                 Lista de Questões Comentadas Nesta Aula

Com base nos conceitos e aplicações concernentes à análise de demonstrações
contábeis de empresas, com suporte na legislação específica e considerando as
prescrições da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), julgue os itens de 130 a
142.

130. De acordo com o que prescreve a CVM, a liquidez refere-se às
disponibilidades de caixa em diferentes períodos, independentemente dos
compromissos financeiros, e a solvência remete à disponibilidade para fazer face
a quaisquer obrigações remanescentes ou supervenientes.

131. A estrutura conceitual para a elaboração e apresentação das demonstrações
contábeis da CVM recomenda que as incertezas que envolvem certos eventos e
circunstâncias sejam tratadas com prudência, não se superestimando ativos e
receitas, e não se subestimando passivos e despesas. O limite da prudência deve
ter em conta a neutralidade, a imparcialidade, de modo a evitar, por exemplo, a
formação de reservas ocultas ou provisões excessivas.

132. O balanced scorecard é uma ferramenta gerencial que reflete o desafio que
uma organização tem de enfrentar para harmonizar os interesses de vários
grupos em torno de objetivos diversos. Neste sentido, o desempenho social
poderia ser objeto de um parecer de auditoria social, paralelamente ao tradicional
parecer de auditoria financeira, aplicável ao desempenho financeiro.

133. Considerando-se que os custos de oportunidade não são evidenciados pelos
sistemas contábeis convencionais, é correto afirmar que o tempo de espera de
um usuário dos serviços públicos em uma fila de atendimento de uma repartição
é um exemplo desse tipo de custo para o contribuinte que deixa de auferir uma
renda que o exercício de sua atividade profissional lhe proporcionaria durante o
tempo perdido na fila.

134. Considerando-se as atuais disposições da Lei das Sociedades por Ações, é
correto afirmar que as subvenções para investimentos passam a integrar o
resultado, constituindo, obrigatoriamente, base de cálculo para os tributos sobre
os lucros e para a distribuição dos dividendos.




Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas   30
135. Considere que o auditor de uma companhia aberta constate que ela detém
participações no capital de outras empresas.

Considere, ainda, que, dos registros dessa companhia, o auditor tenha extraído
os seguintes dados:
participação em coligadas . . . . . . . . . . R$ 150.000.000,00
participação em controladas . . . . . . . . R$ 150.000.000,00
capital social . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 500.000.000,00
patrimônio líquido . . . . . . . . . . . . . . R$ 1.000.000.000,00

Com base nas informações apresentadas, é correto afirmar que essa companhia
deve elaborar e divulgar demonstrações contábeis consolidadas.

136. Se uma empresa apresentar um lucro de R$ 400 milhões, antes das
despesas financeiras — previstas em R$ 80 milhões — e dos tributos sobre o
resultado, nessa situação, caso se calcule a alavancagem financeira dessa
empresa em termos de lucro por ação ordinária, a um acréscimo de 100% no
lucro antes das despesas financeiras e dos tributos sobre o resultado
corresponderá um acréscimo de 125% no lucro por ação.

137. Caso o retorno sobre o patrimônio líquido (LL/PLm) de uma empresa seja
igual a




em que LL = lucro líquido, VL = vendas líquidas, Atm = ativo total médio e PLm =
patrimônio líquido médio, uma das formas de essa empresa melhorar o retorno
sem alterar o total do capital empregado (aplicado) será aumentar a relação
entre capitais próprios e de terceiros.

138. Considere que uma empresa apresente, em determinado período, os
seguintes dados:
vendas líquidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 1.000.000,00
lucro operacional líquido . . . . . . . . . . . . . R$ 100.000,00
ativo operacional médio . . . . . . . . . . . . . . R$ 500.000,00

Considere, ainda, que a administração dessa empresa, insatisfeita com o retorno
sobre o investimento operacional, estabeleça como meta aumentá-lo em 50%.
Nessa situação, para atingir tal objetivo, uma das opções da empresa será
aumentar as vendas em 50%, mantendo a margem de lucro, sem novos
investimentos.




Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas   31
139. Se, ao analisar a margem operacional de uma empresa, um consultor
verificar que essa margem se situa abaixo da média do setor, e se esse quociente
for o mais sensível às variações do retorno sobre o investimento operacional,
nessa situação, esse consultor deve sugerir, para a melhoria da rentabilidade da
empresa, uma das seguintes opções: reduzir as despesas não-operacionais;
aumentar as vendas, ainda que a margem de lucro seja sacrifícada; ou ampliar a
capacidade produtiva.

140. Caso uma empresa apure um lucro operacional de R$ 1.500.000,00, antes
das despesas financeiras e dos tributos sobre os resultados, e tais despesas
financeiras atinjam R$ 250.000,00, o índice de cobertura dessas despesas
permite que se afirme que o lucro operacional dessa empresa seria capaz de
cobrir cinco vezes esses encargos.

141. Na análise dos índices de liquidez, o analista de controle externo deve estar
atento a certos aspectos que podem mascarar uma situação aparentemente
favorável. Nesse sentido, ele deve considerar com mais rigor a exigibilidade
efetiva dos passivos que a possibilidade de realização dos ativos e assegurar-se
de que os prazos de realização dos ativos são maiores que os de vencimento dos
passivos.

142. Considere que uma empresa apresente, ao longo de três exercícios, a
seguinte situação, relativa ao comportamento de suas despesas financeiras:

exercício 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 150.000,00
exercício 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 180.000,00
exercício 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 360.000,00

Com base nessas informações, é correto afirmar que, na análise horizontal,
utilizando-se base móvel, o índice correspondente ao exercício 3 será igual a 200.




Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas   32
GABARITO – AULA 08:

130   –   E
131   –   C
132   –   C
133   –   C
134   –   E
135   –   C
136   –   Anulada
137   –   E
138   –   C
139   –   E
140   –   C
141   –   E
142   –   C




Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas   33
Bibliografia

Lei das Sociedades Anônimas com as alterações trazidas pela Lei n o 11.638/07.

FERREIRA, Ricardo J. Contabilidade Avançada e Intermediária. Rio de Janeiro.
Editora Ferreira.

FERREIRA, Ricardo J. Contabilidade Básica. 3 a Edição. Rio de Janeiro. Editora
Ferreira. 2004.

FIPECAFI, Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações (aplicável as
demais sociedades). 6a Edição. São Paulo. Editora Atlas. 2003.

LUIZ FERRARI, Ed. Contabilidade Geral – Série Provas e Concursos. 5a Edição. 3a
Tiragem. Elsevier Editora. 2005.

MOURA RIBEIRO, Osni. Contabilidade Geral Fácil – Para cursos de contabilidade e
concursos em geral. 4a Edição. 4a Tiragem (2005). São Paulo. Editora Saraiva.
2002.

VICECONTI, Paulo Eduardo Vilchez & NEVES, Silvério das. Contabilidade
Avançada e Análise das Demonstrações Financeiras. 12 a Edição. São Paulo.
Editora Frase. 2003.




Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas   34

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Contabilidade em exercícios - Aula 08

  • 1. CONTABILIDADE EM EXERCÍCIOS - AULA 08 CONTABILIDADE GERAL EM EXERCÍCIOS CATHEDRA COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS PROF. MORAES JR.
  • 2. CONTABILIDADE EM EXERCÍCIOS Diversas Bancas Prezados Alunos, Ao final de cada aula, disponibilizo as questões que serão comentadas durante a aula. Caso você julgue conveniente, poderá testar seu conhecimento previamente antes de ver os gabaritos e as resoluções comentadas. Você pode simular uma situação real de prova: para calcular o tempo de duração das provas, considere um tempo de 3 minutos por questão. Desta forma, utilizando esta metodologia, seu aprendizado será muito mais eficaz. Prova 9. TCU – 2008 - CESPE Questões Comentadas e Resolvidas Com base nos conceitos e aplicações concernentes à análise de demonstrações contábeis de empresas, com suporte na legislação específica e considerando as prescrições da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), julgue os itens de 130 a 142. 130. De acordo com o que prescreve a CVM, a liquidez refere-se às disponibilidades de caixa em diferentes períodos, independentemente dos compromissos financeiros, e a solvência remete à disponibilidade para fazer face a quaisquer obrigações remanescentes ou supervenientes. Resolução De acordo com a Deliberação CVM no 539, de 14 de março de 2008: A posição patrimonial e financeira da entidade é afetada pelos recursos econômicos que ela controla, sua estrutura financeira, sua liquidez e solvência, e sua capacidade de adaptação às mudanças no ambiente em que opera. As informações sobre os recursos econômicos controlados pela entidade e a sua capacidade, no passado, de modificar esses recursos são úteis para prever a capacidade que a entidade tem de gerar caixa e equivalentes de caixa no futuro. Informações sobre a estrutura financeira são úteis para prever as futuras necessidades de financiamento e como os lucros futuros e os fluxos de caixa serão distribuídos entre aqueles que têm participação na entidade; são também úteis para ajudar a avaliar a probabilidade de que a entidade seja bem- sucedida no levantamento de financiamentos adicionais. As informações sobre liquidez e solvência são úteis para prever a capacidade que a entidade tem de cumprir com seus compromissos financeiros nos respectivos vencimentos. Liquidez se refere à disponibilidade de caixa no futuro próximo, após considerar os compromissos financeiros do respectivo período. Solvência se refere à disponibilidade de caixa no longo prazo para Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas 2
  • 3. cumprir os compromissos financeiros nos respectivos vencimentos. GABARITO: E 131. A estrutura conceitual para a elaboração e apresentação das demonstrações contábeis da CVM recomenda que as incertezas que envolvem certos eventos e circunstâncias sejam tratadas com prudência, não se superestimando ativos e receitas, e não se subestimando passivos e despesas. O limite da prudência deve ter em conta a neutralidade, a imparcialidade, de modo a evitar, por exemplo, a formação de reservas ocultas ou provisões excessivas. Resolução De acordo com a Deliberação CVM no 539, de 14 de março de 2008: - A Estrutura Conceitual aborda: (a) o objetivo das demonstrações contábeis; (b) as características qualitativas que determinam a utilidade das informações contidas nas demonstrações contábeis; (c) a definição, o reconhecimento e a mensuração dos elementos que compõem as demonstrações contábeis; e (d) os conceitos de capital e de manutenção do capital. - Esta Estrutura Conceitual trata das demonstrações contábeis para fins gerais (daqui por diante designadas como ―demonstrações contábeis‖), inclusive das demonstrações contábeis consolidadas. Tais demonstrações contábeis são preparadas e apresentadas pelo menos anualmente e visam atender às necessidades comuns de informações de um grande número de usuários. Alguns desses usuários talvez necessitem de informações, e tenham o poder de obtê- las, além daquelas contidas nas demonstrações contábeis. Muitos usuários, todavia, têm de confiar nas demonstrações contábeis como a principal fonte de informações financeiras. Tais demonstrações, portanto, devem ser preparadas e apresentadas tendo em vista essas necessidades. Estão fora do alcance desta Estrutura Conceitual informações financeiras elaboradas para fins especiais, como, por exemplo, aquelas incluídas em prospectos para lançamentos de ações no mercado e ou elaboradas exclusivamente para fins fiscais. Não obstante, esta Estrutura Conceitual pode ser aplicada na preparação dessas demonstrações para fins especiais, quando as exigências de tais demonstrações o permitirem. - As demonstrações contábeis são parte integrante das informações financeiras divulgadas por uma entidade. O conjunto completo de demonstrações contábeis inclui, normalmente, o balanço patrimonial, a demonstração do resultado, a Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas 3
  • 4. demonstração das mutações na posição financeira (demonstração dos fluxos de caixa, de origens e aplicações de recursos ou alternativa reconhecida e aceitável), a demonstração das mutações do patrimônio líquido, notas explicativas e outras demonstrações e material explicativo que são parte integrante dessas demonstrações contábeis. Podem também incluir quadros e informações suplementares baseados ou originados de demonstrações contábeis que se espera sejam lidos em conjunto com tais demonstrações. Tais quadros e informações suplementares podem conter, por exemplo, informações financeiras sobre segmentos ou divisões industriais ou divisões situadas em diferentes locais e divulgações sobre os efeitos das mudanças de preços. As demonstrações contábeis não incluem, entretanto, itens como relatórios da administração, relatórios do presidente da entidade, comentários e análises gerenciais e itens semelhantes que possam ser incluídos em um relatório anual ou financeiro. - Esta Estrutura Conceitual se aplica às demonstrações contábeis de todas as entidades comerciais, industriais e outras de negócios que reportam, sejam no setor público ou no setor privado. Entidade que reporta é aquela para a qual existem usuários que se apóiam em suas demonstrações contábeis como fonte principal de informações patrimoniais e financeiras sobre a entidade. Prudência Os preparadores de demonstrações contábeis se deparam com incertezas que inevitavelmente envolvem certos eventos e circunstâncias, tais como a possibilidade de recebimento de contas a receber de liquidação duvidosa, a vida útil provável das máquinas e equipamentos e o número de reclamações cobertas por garantias que possam ocorrer. Tais incertezas são reconhecidas pela divulgação da sua natureza e extensão e pelo exercício de prudência na preparação das demonstrações contábeis. Prudência consiste no emprego de um certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos ou receitas não sejam superestimados e que passivos ou despesas não sejam subestimados. Entretanto, o exercício da prudência não permite, por exemplo, a criação de reservas ocultas ou provisões excessivas, a subavaliação deliberada de ativos ou receitas, a superavaliação deliberada de passivos ou despesas, pois as demonstrações contábeis deixariam de ser neutras e, portanto, não seriam confiáveis. GABARITO: C Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas 4
  • 5. 132. O balanced scorecard é uma ferramenta gerencial que reflete o desafio que uma organização tem de enfrentar para harmonizar os interesses de vários grupos em torno de objetivos diversos. Neste sentido, o desempenho social poderia ser objeto de um parecer de auditoria social, paralelamente ao tradicional parecer de auditoria financeira, aplicável ao desempenho financeiro. Resolução Balanced Scorecard – BSC: é um conceito desenvolvido por Robert Kaplan e David Norton, que constataram a incapacidade dos indicadores contábeis e financeiros de medir as atividades criadoras de valor relacionadas principalmente com os ativos intangíveis e com as habilidades, competências e tecnologia da informação. Kaplan verificou que os focos exclusivamente financeiros dos diversos sistemas de gestão não espelham a real situação da empresa e normalmente apontam para os desempenhos passados, com o impacto no curto prazo, eminentemente operacional. O BSC é um instrumento de gestão que contribui para atingir propósitos de curto, médio e longo prazos, de forma a integrar as perspectivas empresariais relevantes. Seu principal foco é o alinhamento da organização, dos indivíduos e das iniciativas interdepartamentais de maneira tal que sejam identificados novos processos para o cumprimento da missão da entidade. A depender do modelo utilizado, ações de responsabilidade social da empresa podem também ser contempladas. Ou seja, o Balanced Scorecard é uma ferramenta de controle gerencial que permite a tradução da visão, da missão e da aspiração estratégica da empresa em objetivos tangíveis e mensuráveis. Seu princípio é medir indicadores ligados não somente às finanças da empresa, mas também à satisfação dos clientes, aos processos internos e ao aprendizado e desenvolvimento dos funcionários, ligando tudo isso à estratégia. Deste modo, o Balanced Scorecard é uma ferramenta gerencial que reflete o desafio que uma organização tem de enfrentar para harmonizar os interesses de vários grupos em torno de objetivos diversos. Neste sentido, o desempenho social poderia ser objeto de um parecer de auditoria social, paralelamente ao tradicional parecer de auditoria financeira, aplicável ao desempenho financeiro. GABARITO: C Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas 5
  • 6. 133. Considerando-se que os custos de oportunidade não são evidenciados pelos sistemas contábeis convencionais, é correto afirmar que o tempo de espera de um usuário dos serviços públicos em uma fila de atendimento de uma repartição é um exemplo desse tipo de custo para o contribuinte que deixa de auferir uma renda que o exercício de sua atividade profissional lhe proporcionaria durante o tempo perdido na fila. Resolução Custo de oportunidade: é o valor proveniente dos investimentos deste recurso na segunda melhor alternativa. No exemplo concreto da questão, de fato, o tempo de espera de um usuário dos serviços públicos em uma fila de atendimento de uma repartição corresponde a custo para o contribuinte, pois o tempo perdido na fila poderia ser aproveitado no exercício profissional do contribuinte para auferir renda. Ou seja: Tempo na Fila = Alternativa 1 (no momento, é a melhor alternativa, pois o usuário necessita do serviço e precisa ficar na fila) Exercício da Atividade Profissional = Alternativa 2 (segunda melhor alternativa => custo de oportunidade) GABARITO: C 134. Considerando-se as atuais disposições da Lei das Sociedades por Ações, é correto afirmar que as subvenções para investimentos passam a integrar o resultado, constituindo, obrigatoriamente, base de cálculo para os tributos sobre os lucros e para a distribuição dos dividendos. Resolução Com as alterações da Lei no 11.638/07, as doações e as subvenções para investimento, que antes eram classificadas como Reservas de Capital (Reserva de Doações para Investimento e Reserva Subvenções para Investimento), a partir de 01/01/2008 passam a integrar o resultado do exercício (receitas). Além disso, devido ao novo artigo 195-A, as doações ou subvenções governamentais para investimentos poderão ser destinadas a uma nova reserva de lucros, chamada “Reserva de Incentivos Fiscais‖. O valor transferido para esta reserva poderá ser excluído da base de cálculo do dividendo obrigatório de que trata o art. 202, I. Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas 6
  • 7. Logo, as doações e subvenções para investimentos passam a integrar o resultado, mas, se forem governamentais (e, normalmente, são), poderão ser destinadas à Reservas de Incentivos Fiscais e poderão ser excluídas da base de cálculo do dividendo obrigatório. Exemplo: Doações e Subvenções Governamentais = 100.000 Lucro Líquido do Exercício = 200.000 (sem considerar as Doações e Subvenções Governamentais). I – Lançamento antes das alterações trazidas pela Lei no 11.638/07: Caixa ou Bancos (Ativo Circulante) a Reserva de Capital (Patrimônio Líquido) 100.000 Neste caso, o Lucro Líquido do Exercício seria de R$ 200.000,00. II – Lançamento após as alterações trazidas pela Lei n o 11.638/07: Caixa ou Bancos (Ativo Circulante) a Receitas Não Operacionais (*) (Receita – Conta de Resultado) 100.000 (*) Aguardar confirmação da Receita Federal, quando da publicação do novo Regulamento do Imposto de Renda. Contudo, volto a ressaltar que o mais lógico seria considerá-las receitas não operacionais. II.1 – Transferência do Lucro Líquido do Exercício para o Patrimônio Líquido: Lucro Líquido do Exercício (Receita – Conta de Resultado) a Lucros Acumulados (Patrimônio Líquido) 300.000 Supondo que a assembléia geral, por proposta dos órgãos de administração, deliberou que o valor do lucro líquido correspondente a doações ou subvenções governamentais fosse transferido para a conta ―Reserva de Incentivos Fiscais‖. II.1 – Transferência do valor correspondente a doações ou subvenções governamentais para a ―Reserva de Incentivos Fiscais‖: Lucros Acumulados (Patrimônio Líquido) a Reserva de Incentivos Fiscais (Patrimônio Líquido) 100.000 GABARITO: E Aproveitando vamos relembrar o assunto Reservas de Capital: Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas 7
  • 8. As Reservas de Capital correspondem a valores recebidos dos proprietários ou de terceiros, isto é, são “receitas” que, entretanto, não são tratadas desta maneira, visto que não transitam pelas contas de resultado, sendo contabilizadas diretamente no Patrimônio Líquido. De acordo com artigo 182, § 1°, da Lei n o 6.404/76, serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem: i) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias (Reserva de Ágio na Emissão de Ações). ii) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição (Reserva de Alienação de Bônus de Subscrição e Reserva de Alienação de Partes Beneficiárias). Bônus de Subscrição: são títulos de crédito emitidos por companhias no limite do capital autorizado no estatuto, que dão aos seus titulares o direito de subscreverem ações da companhia, mediante a apresentação do referido título e o pagamento do preço de emissão das ações (os atuais acionistas têm preferência na aquisição dos bônus). Partes Beneficiárias: são títulos de crédito sem valor nominal, emitidos por companhias fechadas, por um prazo máximo de dez anos, que conferem a seus titulares o direito de participação, no máximo em 10%, nos lucros das referidas companhias. Caso não sejam resgatados no prazo de sua emissão, serão convertidos em ações da companhia, podendo haver ágio na emissão de ações. Cabe ressaltar que as partes beneficiárias só darão origem à Reserva de Capital se forem vendidas, ou seja, se forem atribuídas gratuitamente a acionistas ou terceiros, não darão origem à Reserva de Capital. iii) o prêmio recebido na emissão de debêntures (Reserva de Prêmios Recebidos na Emissão de Debêntures – Ágio) – ATENÇÃO!!! Revogado pela Lei no 11.638/07. Debêntures: são títulos de crédito com valor nominal emitidos por companhias, os quais conferem a seus titulares (debenturistas) o direito de participação nos lucros da companhia (rendem juros e são atualizados monetariamente). Caso não sejam resgatados no seu prazo de emissão, serão convertidos em ações da companhia. Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas 8
  • 9. iv) as doações e as subvenções para investimento (Reserva de Doações para Investimento e Reserva Subvenções para Investimento) – ATENÇÃO!!! Revogado pela Lei no 11.638/07. Resumindo (para a prova): A partir de 01/01/2008, os incisos ―c‖ e ―d‖ do § 1 o do art. 182, da Lei no 6.404/76, foram revogados. Portanto, as doações e subvenções para investimento e os prêmios na emissão de debêntures NÃO serão mais classificados como reservas de capital, devendo ser registrados como receitas do exercício. 135. Considere que o auditor de uma companhia aberta constate que ela detém participações no capital de outras empresas. Considere, ainda, que, dos registros dessa companhia, o auditor tenha extraído os seguintes dados: participação em coligadas . . . . . . . . . . R$ 150.000.000,00 participação em controladas . . . . . . . . R$ 150.000.000,00 capital social . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 500.000.000,00 patrimônio líquido . . . . . . . . . . . . . . R$ 1.000.000.000,00 Com base nas informações apresentadas, é correto afirmar que essa companhia deve elaborar e divulgar demonstrações contábeis consolidadas. Resolução Demonstrações Contábeis Consolidadas: são aquelas resultantes da agregação das demonstrações contábeis, estabelecidas pelas Normas Brasileiras de Contabilidade, de duas ou mais entidades, das quais uma tem o controle direto ou indireto sobre a(s) outra(s). Uma entidade exerce o controle sobre outra quando detém, direta ou indiretamente, por intermédio de outras entidades, direitos de sócia que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger ou destituir a maioria dos administradores. O controle é conjunto quando os poderes são exercidos por duas ou mais entidades vinculadas por acordo de votos. A entidade que exerce o controle direto ou indireto sobre outra é denominada de ―controladora‖, e a entidade comandada, de ―controlada‖, inclusive quando esta estiver sob controle conjunto. A entidade que possuir investimento em entidades controladas, incluindo as sob controle conjunto, deve elaborar demonstrações contábeis consolidadas. Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas 9
  • 10. As demonstrações contábeis consolidadas abrangem entidades independentes com patrimônios autônomos, não surgindo, pela consolidação, nova entidade, mas tão-somente uma unidade de natureza econômico-contábil, segundo o que estabelece o parágrafo único do artigo 4º da Resolução CFC nº 750, de 29 de dezembro de 1993, tendo por objetivo apresentar a posição patrimonial e financeira, os resultados das operações e as origens e aplicações de recursos do conjunto, sem restringir-se a limitações legais e à personalidade jurídica das entidades envolvidas. Entende-se por unidade de natureza econômico-contábil o patrimônio, sem personalidade jurídica própria, resultante da agregação de patrimônios autônomos pertencentes a duas ou mais entidades. As demonstrações contábeis consolidadas compreendem o balanço patrimonial consolidado, a demonstração consolidada do resultado do exercício e a demonstração consolidada das origens e aplicações de recursos, complementados por notas explicativas e outros quadros analíticos necessários ao esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados consolidados. O objetivo das demonstrações consolidadas é apresentar os resultados das operações e a posição patrimonial-financeira da sociedade controladora e das suas controladas, como se o grupo fosse uma única empresa. Obrigatoriedade A companhia aberta que tiver mais de 30% (trinta por cento) do valor do seu patrimônio líquido representado por investimentos em sociedades controladas deverá elaborar e divulgar, juntamente com suas demonstrações financeiras, demonstrações consolidadas (a CVM pode vir a reduzir este percentual). Para a determinação deste percentual de 30%, considera-se investimento a soma algébrica dos seguintes valores: - Valor da participação societária avaliado pelo método da equivalência patrimonial; - Ágio ou deságio na aquisição do investimento; e - Provisão para perdas prováveis na sua alienação. A Comissão de Valores Mobiliários poderá expedir normas sobre as sociedades cujas demonstrações devam ser abrangidas na consolidação, e: a) determinar a inclusão de sociedades que, embora não controladas, sejam financeira ou administrativamente dependentes da companhia; Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas 10
  • 11. b) autorizar, em casos especiais, a exclusão de uma ou mais sociedades controladas. Pontos a ressaltar: I - Os grupos de sociedades, organizados na forma preconizada nos artigos 265 a 277 da Lei no 6.404/76, ainda que a sociedade de comando não tenha a forma de companhia, também está obrigado a elaborar demonstrações contábeis consolidadas. Nesse caso, as demonstrações consolidadas deverão ser publicadas juntamente com as da sociedade de comando. II – As demonstrações contábeis consolidadas não substituem as demonstrações das sociedades envolvidas na consolidação. III – De acordo com o art. 21, da Instrução CVM n o 247/96, todas as sociedades abertas que possuírem investimentos em sociedades controladas deverão efetuar a consolidação das demonstrações contábeis, independentemente do percentual que estes investimentos representarem em relação ao patrimônio líquido da controladora. Vamos à resolução da questão: Considere, ainda, que, dos registros dessa companhia, o auditor tenha extraído os seguintes dados: participação em coligadas . . . . . . . . . . R$ 150.000.000,00 participação em controladas . . . . . . . . R$ 150.000.000,00 capital social . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 500.000.000,00 patrimônio líquido . . . . . . . . . . . . . . R$ 1.000.000.000,00 Percentual do PL representado por investimentos em controladas = = 150.000/1.000.000 = 15% < 30%. Logo, a companhia não estaria obrigada a apresentar demonstrações consolidadas. Contudo, de acordo com o art. 21, da Instrução CVM n o 247/96, todas as sociedades abertas que possuírem investimentos em sociedades controladas deverão efetuar a consolidação das demonstrações contábeis, independentemente do percentual que estes investimentos representarem em relação ao patrimônio líquido da controladora. GABARITO: C 136. Se uma empresa apresentar um lucro de R$ 400 milhões, antes das despesas financeiras — previstas em R$ 80 milhões — e dos tributos sobre o resultado, nessa situação, caso se calcule a alavancagem financeira dessa empresa em termos de lucro por ação ordinária, a um acréscimo de 100% no Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas 11
  • 12. lucro antes das despesas financeiras e dos tributos sobre o resultado corresponderá um acréscimo de 125% no lucro por ação. Resolução Grau de Alavancagem Financeira (GAF) Este índice procura mensurar, para cada real ganho no giro ou emprego do ativo, quantos reais serão em benefício do patrimônio líquido, ou seja, qual é o lucro dos proprietários e acionistas para cada real ganho pela empresa nas aplicação em ativo. Pelas considerações acima, pode-se calcular este índice, simplesmente, por meio da comparação entre as taxas de despesas financeiras e a taxa de retorno do ativo. Ou seja, suponha que uma empresa consiga aplicar recursos em ativo de forma que estas aplicações gerem um retorno de 30%. Por outro lado, a porcentagem de despesas sobre o saldo médio da dívida é de 25%. Logo, pode- se afirmar que a empresa possui uma alavancagem positiva, isto é, o efeito da aplicação dos recursos de financiamento e empréstimo sobre o patrimônio líquido é positivo. GAF = (Rentabilidade do Capital Próprio com a utilização de Capitais de Terceiros)/ (Rentabilidade do Capital Próprio sem a utilização de Capitais de Terceiros) GAF = [(LLEx/PLM)]/[(LLEx + DF)/(ATM)] Onde, LLEx = Lucro Líquido do Exercício; PLM = Patrimônio Líquido Médio = (Saldo Inicial do PL + Saldo Final do PL - LLEx)/2 DF = Despesas Financeiras ATM = Ativo Total Médio GAF > 1 => alavancagem financeira favorável (positiva), pois a utilização de capitais de terceiros aumentou a rentabilidade do patrimônio líquido. GAF = 1 => alavancagem financeira indiferente (nula), pois a utilização de capitais de terceiros não alterou a rentabilidade do patrimônio líquido. GAF < 1 => alavancagem financeira desfavorável (negativa), pois a utilização de capitais de terceiros diminuiu a rentabilidade do patrimônio líquido. Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas 12
  • 13. A interpretação isolada deste índice é a seguinte: quanto maior o grau de alavancagem financeira, melhor, pois melhor será o efeito da aplicação dos recursos de financiamento e empréstimo sobre o patrimônio líquido. Vamos à resolução da questão: a questão pede para calcular a alavancagem financeira em termos de lucro por ação ordinária. Suponha, para a resolução, que o percentual de tributação sobre o resultado seja de 10%. I – Situação 1: Lucro antes das Despesas Financeiras e dos Tributos = R$ 400.000.000,00 Despesas Financeiras = R$ 80.000.000,00 Ações Ordinárias = AO Lucro Antes dos Tributos = 400.000.000 – 80.000.000 320.000.000 (-) Tributos = 10% x 320.000.000 (32.000.000) Lucro Líquido do Exercício 288.000.000 Lucro por Ação Ordinária (1) = 288.000/AO II – Situação 2: Lucro antes das Despesas Financeiras e dos Tributos = R$ 400.000.000,00 + R$ 400.000.000,00 = R$ 800.000.000,00 (acréscimo de 100%) Despesas Financeiras = R$ 80.000.000,00 Ações Ordinárias = AO Lucro Antes dos Tributos = 800.000.000 – 80.000.000 720.000.000 (-) Tributos = 10% x 720.000.000 (72.000.000) Lucro Líquido do Exercício 648.000.000 Lucro por Ação Ordinária (2) = 648.000/AO III – Relação: Lucro por Ação Ordinária (2)/Lucro por Ação Ordinária (1) = = [648.000/AO]/[288.000/AO]= 2,25 Percentual de Aumento = 2,25 – 1 = 1,25 = 125% GABARITO: Anulada Justificativa da Banca Examinadora: anulado, pois na situação hipotética estabelecida não deixa clara a manutenção, ou não, do montante de despesas financeiras. Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas 13
  • 14. 137. Caso o retorno sobre o patrimônio líquido (LL/PLm) de uma empresa seja igual a em que LL = lucro líquido, VL = vendas líquidas, Atm = ativo total médio e PLm = patrimônio líquido médio, uma das formas de essa empresa melhorar o retorno sem alterar o total do capital empregado (aplicado) será aumentar a relação entre capitais próprios e de terceiros. Resolução Rentabilidade do Capital Próprio ou Retorno sobre o Patrimônio Líquido (RSPL): Este índice mostra a rentabilidade da empresa em relação ao seu capital próprio, representado pelo patrimônio líquido, ou seja, indica quanto de prêmio os acionistas ou proprietários da empresa estão obtendo em relação aos seus investimentos no empreendimento. RSPL = LLEx/PLM Onde, LLEx = Lucro Líquido do Exercício; PLM = Patrimônio Líquido Médio = (Saldo Inicial do PL + Saldo Final do PL - LLEx)/2 A interpretação isolada deste índice é a seguinte: quanto maior o retorno sobre o patrimônio líquido, melhor o prêmio dos acionistas ou proprietários em relação ao capital investido na empresa. Vamos à resolução da questão: LLEx/PL = LLEx/VL x VL/ATM x ATM/PL Melhorar o retorno sem alterar o total do capital empregado (aplicado): Capital Aplicado = Ativo Total = constante ATM = constante LLEx/PL = LLEx/VL x VL/ATM x ATM/PL Possibilidades: I – Aumentar o LLEx – contudo, se aumentarmos o lucro líquido do exercício, o PL aumentaria, a relação entre capitais próprios (PL) e de terceiros (PC + PELP) aumentaria, mas o ATM aumentaria, pois o ativo Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas 14
  • 15. total é igual ao PC + PELP + PL. Logo, não é possível utilizar este artifício. II – Diminuir o PL, por exemplo, via distribuição de dividendos: Lucros Acumulados (PL) a Dividendos a Distribuir (PC) Nesta situação, o PL diminuiria, a relação entre o capital próprio e o capital de terceiros diminuiria e o ativo total ficaria constante GABARITO: E 138. Considere que uma empresa apresente, em determinado período, os seguintes dados: vendas líquidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 1.000.000,00 lucro operacional líquido . . . . . . . . . . . . . R$ 100.000,00 ativo operacional médio . . . . . . . . . . . . . . R$ 500.000,00 Considere, ainda, que a administração dessa empresa, insatisfeita com o retorno sobre o investimento operacional, estabeleça como meta aumentá-lo em 50%. Nessa situação, para atingir tal objetivo, uma das opções da empresa será aumentar as vendas em 50%, mantendo a margem de lucro, sem novos investimentos. Resolução Margem Bruta (MB) MB = Lucro Bruto (LB)/Receita Líquida Exemplo: Lucro Bruto = R$ 80.000,00 Receita Líquida de Vendas = R$ 160.000,00 MB = 80.000/160.000 = 0,5 = 50% Nas operações de vendas de mercadorias, a empresa apresenta uma margem de lucro bruto igual a 50%, ou seja, o lucro nas vendas corresponde a 50% da Receita Líquida de Vendas. Lucratividade sobre Vendas ou Margem Líquida (ML) Este índice compara o lucro líquido do exercício em relação às vendas líquidas do período, fornecendo o percentual de lucro que a empresa alcança em relação ao seu faturamento. Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas 15
  • 16. ML = LLEx/Receita Líquida Onde, LLEx = Lucro Líquido do Exercício A interpretação isolada deste índice é a seguinte: quanto maior o índice de retorno sobre vendas, melhor a eficiência da empresa. Considerando, por exemplo, os dados abaixo: 2001 2002 2003 Lucro Líq. do 65.935,00 78.126,00 102.149,00 Ex. 2001 2002 2003 Receita Líquida 649.191,00 735.804,00 744.088,00 2001 2002 2003 Margem 10,16% 10,62% 13,73% Líquida Em 2001, a margem líquida foi de 10,16%, representando que para cada R$ 100,00 de vendas líquidas, sobraram para a empresa R$ 10,16. Já no ano de 2002, o índice foi de 10,62%, ou seja, para cada R$ 100,00 de vendas líquidas, sobraram para a empresa R$ 10,62. Finalmente, em 2003, para cada R$ 100,00 de vendas líquidas, sobraram para a empresa R$ 13,73. Há que se ressaltar algumas observações que podem gerar distorções no cálculo da margem líquida: - tanto o lucro líquido do exercício quanto as vendas líquidas, em períodos de inflação, podem causar distorções no cálculo do índice caso não estejam atualizados monetariamente; - o lucro líquido do exercício pode conter valores expressivos relativos a despesas ou receitas não operacionais; - o critério de avaliação dos estoques e de apropriação de custos pode interferir no cálculo do Custo das Mercadorias Vendidas e, portanto, no lucro. Margem Operacional (MOP) MOP = Lucro Operacional (LOL)/Receita Líquida Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas 16
  • 17. Exemplo: Lucro Operacional = R$ 40.000,00 Receita Líquida de Vendas = R$ 160.000,00 MB = 40.000/160.000 = 0,24 = 25% Nas operações de vendas de mercadorias, a empresa apresenta uma margem operacional igual a 25%, ou seja, o lucro operacional líquido corresponde a 25% da Receita Líquida de Vendas. (*) Receita Líquida de Vendas = Receita Operacional Líquida Rentabilidade do Ativo ou Retorno sobre o Ativo (RSA) Este índice mostra a rentabilidade da empresa em relação aos investimentos totais, representados pelo ativo total médio. RSA = LLEx/ATM Onde, LLEx = Lucro Líquido do Exercício; ATM = Ativo Total Médio = (Saldo Inicial do Ativo Total + Saldo Final do Ativo Total)/2 A interpretação isolada deste índice é a seguinte: quanto maior o retorno sobre o ativo, melhor o aproveitamento dos recursos aplicados no ativo, isto é, o índice mostra o nível de eficiência em que são utilizados os recursos aplicados na empresa (ativo total) para proporcionar lucros. Considerando, por exemplo, os dados abaixo: Ativo Total 2000 2001 2002 2003 Saldo Final (SF) 528.164,00 628.601,00 643.734,00 677.719,00 Saldo Inicial (SI) ----- 528.164,00 628.601,00 643.734,00 Média = (SI+ 578.382,50 636.167,50 660.726,50 SF)/2 2000 2001 2002 2003 Lucro Líq. do xxxx 65.935,00 78.126,00 102.149,00 Ex. 2000 2001 2002 2003 Retorno sobre xxxx 11,40% 12,28% 15,46% o Ativo Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas 17
  • 18. Em 2001, o retorno do ativo foi de 11,40%, representando que para cada R$ 100,00 do ativo total médio, a empresa obteve um ganho de R$ 11,40. Já no ano de 2002, o índice foi de 12,28%, ou seja, para cada R$ 100,00 do ativo total médio, a empresa obteve um ganho de R$ 12,28. Finalmente, em 2003, para cada R$ 100,00 do ativo total médio, a empresa obteve um ganho de R$ 15,46. Observe que o retorno do ativo também pode ser representado pelo produto do giro do ativo pela margem líquida, conforme pode ser observado abaixo: RSA = LLEx/ATM = LLEx/ROL * VL/ATM = Margem Líquida x Giro do Ativo Onde, ROL = Receita Operacional Líquida (Vendas Líquidas) Da fórmula acima, pode-se concluir que, quanto maior a Margem Líquida, maior o Retorno sobre o Ativo. Analogamente, quanto maior o Giro do Ativo, maior o Retorno sobre o Ativo. Também é possível calcular o retorno sobre o ativo utilizando o lucro operacional líquido. Deste modo, a fórmula ficaria da seguinte maneira: RSA = LOL/ATM Onde, LOL = Lucro Operacional Líquido; ATM = Ativo Total Médio = (Saldo Inicial do Ativo Total + Saldo Final do Ativo Total)/2 OU RSA = LOL/ATM = LOL/VL x VL/ATM = Margem Operacional x Giro do Ativo Vamos à resolução da questão: Dados: vendas líquidas = R$ 1.000.000,00 lucro operacional líquido = R$ 100.000,00 ativo operacional médio = R$ 500.000,00 Retorno sobre o ativo (sobre o investimento operacional): RSA = LOL/ATM = LOL/VL x VL/ATM = 100.000/500.000 = 20% Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas 18
  • 19. Margem Operacional MOP = Lucro Operacional Líquido/Receita Líquida =100.000/1.000.000 = 10% Objetivo: aumentar o retorno sobre o ativo em 50%, mantendo a margem operacional constante. 1 – Aumento das Vendas em 50%: Vendas líquidas = R$ 1.000.000,00 + 50% x R$ 1.000.000,00 = R$ 1.500.000,00 MOP = Lucro Operacional Líquido/Receita Líquida =LOL/1.500.000 = 10% =>  LOL = 150.000 RSA = LOL/ATM = LOL/VL x VL/ATM = 150.000/500.000 = 30% Ou seja, houve um aumento do retorno sobre o ativo operacional de 50% (20% + 50% x 20% = 30%). GABARITO: C 139. Se, ao analisar a margem operacional de uma empresa, um consultor verificar que essa margem se situa abaixo da média do setor, e se esse quociente for o mais sensível às variações do retorno sobre o investimento operacional, nessa situação, esse consultor deve sugerir, para a melhoria da rentabilidade da empresa, uma das seguintes opções: reduzir as despesas não-operacionais; aumentar as vendas, ainda que a margem de lucro seja sacrifícada; ou ampliar a capacidade produtiva. Resolução Margem Operacional MOP = Lucro Operacional Líquido/Receita Líquida Retorno sobre o ativo (sobre o investimento operacional): RSA = LOL/ATM = LOL/VL x VL/ATM Se a margem operacional está abaixo da média do setor, temos duas opções: 1 – Aumentar o lucro operacional líquido: o aumento do lucro operacional líquido deve ser obtido por meio da redução das despesas operacionais ou aumento das receitas operacionais. 2 – Diminuir a receita líquida de vendas: poderá ser realizada uma redução da receita líquida de vendas, desde que esta redução gere uma redução menor do lucro operacional líquido. Desta forma, a margem operacional aumentaria. Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas 19
  • 20. GABARITO: E 140. Caso uma empresa apure um lucro operacional de R$ 1.500.000,00, antes das despesas financeiras e dos tributos sobre os resultados, e tais despesas financeiras atinjam R$ 250.000,00, o índice de cobertura dessas despesas permite que se afirme que o lucro operacional dessa empresa seria capaz de cobrir cinco vezes esses encargos. Resolução Índice de Cobertura de Juros (ICJ) O índice de cobertura de juros relaciona o lucro operacional com as despesas financeiras da empresa no período, e tem o objetivo de identificar a capacidade de a empresa pagar suas despesas financeiras. Este índice é muito utilizado por empresas especializadas em prestação de serviços de classificação, bancos, investidores e analistas. ICJ = LOL/DF Onde, LOL = Lucro Operacional Líquido (*); DF = Despesas Financeiras. (*) Lucro operacional líquido a ser utilizado é o resultado antes das despesas financeiras (essas despesas, portanto, devem ser somadas ao Lucro Operacional da DRE para se obter o valor a ser utilizado na fórmula). A interpretação isolada deste índice é a seguinte: quanto maior o índice de cobertura dos juros, melhor, pois mostra que a empresa possui condições de pagar suas despesas financeiras. Considerando, por exemplo, os dados abaixo: 2001 2002 2003 LOL (antes das despesas 46.094 70.751 94.734 financeiras) Despesas Financeiras 0 2.133 3.557 ICJ Não 33,17 26,63 calculado Em 2001, como não houve despesas financeiras, não faz sentido calcular o referido índice. Em 2002, o índice de cobertura dos juros foi de 33,17, ou seja, o Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas 20
  • 21. lucro operacional líquido foi capaz de cobrir as despesas financeiras 33,17 vezes. Em 2003, o índice de cobertura dos juros foi de 26,63, ou seja, o lucro operacional líquido foi capaz de cobrir as despesas financeiras 26,63 vezes. Vamos à resolução da questão: ICJ = LOL/DF lucro operacional = R$ 1.500.000,00, antes das despesas financeiras e dos tributos sobre os resultados Despesas financeiras = R$ 250.000,00 ICJ = 1.500.000/250.000 = 6 GABARITO: C (O gabarito foi alterado pela Banca Examinadora. Justificativa: Como o lucro operacional da empresa é capaz de cobrir 6 vezes os encargos, é capaz de cobrir 5 vezes, conforme assevera o item). 141. Na análise dos índices de liquidez, o analista de controle externo deve estar atento a certos aspectos que podem mascarar uma situação aparentemente favorável. Nesse sentido, ele deve considerar com mais rigor a exigibilidade efetiva dos passivos que a possibilidade de realização dos ativos e assegurar-se de que os prazos de realização dos ativos são maiores que os de vencimento dos passivos. Resolução Análise de Liquidez Índice de Liquidez Corrente: mostra o quanto a empresa possui em dinheiro, bens e direitos realizáveis no curto prazo, para fazer face as suas dívidas a serem pagas no mesmo período. Ou seja, mostra a capacidade de a empresa pagar suas dívidas de curto prazo. O índice de Liquidez Corrente está diretamente associado ao ciclo operacional da empresa. Uma empresa comercial, normalmente, deve ter um índice de liquidez corrente maior que uma empresa prestadora de serviços, pois esta não possui estoques, que em uma empresa comercial, ainda teriam que ser vendidos para se transformarem em disponibilidades ou créditos. Analogamente, nas empresas industriais, os índices de liquidez corrente devem ser maiores que nas empresas comerciais, pois seu ciclo operacional é maior ainda e grande parte do ativo circulante corresponde a estoques de matérias-primas, produtos em fabricação e produtos prontos. Resumindo, quando maior o ciclo operacional, maior o índice de liquidez corrente. Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas 21
  • 22. Ciclo Operacional: tempo que a empresa leva para renovar seus estoques, somado ao tempo de recebimento das vendas a prazo. LC = AC/PC Onde, AC = Ativo Circulante; PC = Passivo Circulante. A interpretação isolada deste índice é a seguinte: quanto maior a liquidez corrente, melhor, pois mostra que a empresa possui condições de pagar suas dívidas de curto prazo. Se: LC > 1 => o Ativo Circulante é mais que suficiente para pagar as dívidas de curto prazo. LC = 1 => o Ativo Circulante é igual ao Passivo Circulante. LC < 1 => o Ativo Circulante é insuficiente para pagar as dívidas de curto prazo. Considerando, por exemplo, os dados abaixo: 2001 2002 2003 Ativo Circulante 335.676,00 246.043,00 220.188,00 Passivo 223.692,00 210.159,00 210.793,00 Circulante CCL 111.984,00 35.884,00 9.395,00 LC 1,50 1,17 1,04 Em 2001, a liquidez corrente foi de 1,50, representando que para cada R$ 1,00 de dívida de curto prazo, a empresa dispõe de R$ 1,50 em disponibilidades mais direitos realizáveis no curto prazo. Em 2002, a liquidez corrente foi de 1,17, representando que para cada R$ 1,00 de dívida de curto prazo, a empresa dispõe de R$ 1,17 em disponibilidades mais direitos realizáveis no curto prazo. Em 2003, a liquidez corrente foi de 1,04, representando que para cada R$ 1,00 de dívida de curto prazo, a empresa dispõe de R$ 1,04 em disponibilidades mais direitos realizáveis no curto prazo. Índice de Liquidez Imediata: mostra o quanto a empresa possui em dinheiro, para fazer face as suas dívidas a serem pagas no curto prazo. Ou seja, mostra o percentual de dívidas de curto prazo que a empresa tem condições de liquidar imediatamente. Normalmente, as empresas que pagam a maior parte de suas obrigações à vista possuem maior necessidade de elevados índices de liquidez imediata. Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas 22
  • 23. LI = DISP/PC Onde, DISP = Disponível: Caixa + Depósitos Bancários à Vista + Numerários em Trânsito + Aplicações de Liquidez Imediata; PC = Passivo Circulante. A interpretação isolada deste índice é a seguinte: quanto maior a liquidez imediata, melhor, pois mostra que a empresa possui condições de pagar suas dívidas de curto prazo. Entretanto, nem sempre um elevado índice de liquidez imediata representa uma situação favorável, pois, em países de elevados índices de inflação, uma elevada liquidez imediata representa dinheiro não aplicado no mercado financeiro ou em estoques, ocasionando prejuízos em função da perda do poder aquisitivo da moeda. Considerando, por exemplo, os dados abaixo: 2001 2002 2003 Disponível 151.917,00 53.705,00 19.639,00 Passivo 223.692,00 210.159,00 210.793,00 Circulante LI 0,68 0,26 0,09 Em 2001, a liquidez imediata foi de 0,68, representando que para cada R$ 1,00 de dívida de curto prazo, a empresa dispõe de R$ 0,68 em dinheiro para pagar. Em 2002, a liquidez imediata foi de 0,26, representando que para cada R$ 1,00 de dívida de curto prazo, a empresa dispõe de R$ 0,26 em dinheiro para pagar. Em 2003, a liquidez corrente foi de 0,09, representando que para cada R$ 1,00 de dívida de curto prazo, a empresa dispõe de R$ 0,09 em dinheiro para pagar. Índice de Liquidez Seca ou Liquidez Ácida: mostra a porcentagem de dívidas de curto prazo que podem ser liquidadas com a utilização de itens monetários de maior liquidez do ativo circulante. O índice de liquidez seca pode ser considerado um aprimoramento do índice de liquidez corrente, visto que não considera os estoques, que, como são necessários à própria atividade da empresa, podem ser considerados como uma espécie de investimento permanente do ativo circulante. LS = (AC – Estoques)/PC Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas 23
  • 24. A interpretação isolada deste índice é a seguinte: quanto maior a liquidez seca, melhor, pois mostra que a empresa possui condições de pagar suas dívidas de curto prazo. Considerando, por exemplo, os dados abaixo: 2001 2002 2003 Disponibilidades 4.846,00 5.380,00 5.495,00 Aplicações 147.071,00 48.325,00 14.144,00 Financeiras Duplic. a Receber 96.398,00 104.186,00 92.912,00 Liq. Estoques 100.000,00 85.000,00 93.000,00 Passivo Circulante 223.692,00 210.159,00 210.793,00 LS 1,23 0,75 0,53 Em 2001, a liquidez seca foi de 1,23, representando que para cada R$ 1,00 de dívida de curto prazo, a empresa dispõe de R$ 1,23 em disponibilidades, aplicações financeiras e duplicatas a receber líquidas. Em 2002, a liquidez seca foi de 0,75, representando que para cada R$ 1,00 de dívida de curto prazo, a empresa dispõe de R$ 0,75 em disponibilidades, aplicações financeiras e duplicatas a receber líquidas. Em 2003, a liquidez seca foi de 0,53, representando que para cada R$ 1,00 de dívida de curto prazo, a empresa dispõe de R$ 0,53 em disponibilidades, aplicações financeiras e duplicatas a receber líquidas. Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas 24
  • 25. Índice de Liquidez Geral: mostra o quanto a empresa possui em dinheiro, bens e direitos realizáveis a curto e longo prazo, para fazer face as suas dívidas totais. LG = (AC + ARLP)/(PC + PELP) Onde, AC = Ativo Circulante; ARLP = Ativo Realizável a Longo Prazo; PC = Passivo Circulante; PELP = Passivo Exigível a Longo Prazo (*) (*) Alterado, pela MP no 449/08, para passivo não circulante. A interpretação isolada deste índice é a seguinte: quanto maior a liquidez geral, melhor, pois mostra que a empresa possui condições de pagar suas dívidas totais. Regra geral, para considerar uma empresa com condição favorável, é necessário que a liquidez geral seja maior que 1. Considerando, por exemplo, os dados abaixo: 2001 2002 2003 Ativo Circulante 335.676,00 246.043,00 220.188,00 ARLP 82.303,00 104.362,00 119.045,00 Passivo Circulante 223.692,00 210.159,00 210.793,00 Passivo Não Circulante 77.166,00 101.106,00 125.952,00 LG 1,39 1,13 1,01 Em 2001, a liquidez geral foi de 1,39, representando que para cada R$ 1,00 de dívida (de curto e longo prazo), a empresa dispõe de R$ 1,39 em disponibilidades mais direitos realizáveis a curto e a longo prazo. Em 2002, para cada R$ 1,00 de dívida (de curto e longo prazo), a empresa dispõe de R$ 1,13 em disponibilidades mais direitos realizáveis a curto e a longo prazo. Finalmente, em 2003, R$ 1,00 de dívida (de curto e longo prazo), a empresa dispõe de R$ 1,01 em disponibilidades mais direitos realizáveis a curto e a longo prazo. Supondo que a empresa obteve lucro no período de 2001 a 2003, seria esperado uma melhoria da liquidez geral, fato que não ocorreu, provavelmente porque a empresa distribuiu dividendos, adquiriu participações societárias e bens do ativo permanente, piorando, conseqüentemente, a liquidez da empresa. Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas 25
  • 26. Índice de Solvência ou Margem de Garantia: representa a capacidade de a empresa pagar suas dívidas de curto e longo prazo com os recursos totais do ativo. MG = (AC + ARLP + AP)/(PC + PELP) Onde, AP = Ativo Permanente AC = Ativo Circulante; ARLP = Ativo Realizável a Longo Prazo; PC = Passivo Circulante; PELP = Passivo Exigível a Longo Prazo (*) (*) Alterado, pela MP no 449/08, para passivo não circulante. A interpretação isolada deste índice é a seguinte: quanto maior a margem de garantia, melhor, pois mostra que a empresa possui condições de pagar suas dívidas totais. Considerando, por exemplo, os dados abaixo: 2001 2002 2003 Ativo Circulante 335.676,00 246.043,00 220.188,00 ARLP 82.303,00 104.362,00 119.045,00 Ativo Permanente 100.000,00 120.000,00 130.000,00 Passivo Circulante 223.692,00 210.159,00 210.793,00 Passivo Não Circulante 77.166,00 101.106,00 125.952,00 MG 1,72 1,51 1,39 Em 2001, a margem de garantia foi de 1,72, representando que para cada R$ 1,00 de dívida (de curto e longo prazo), a empresa dispõe de R$ 1,72 de recursos aplicados no ativo. Em 2002, a margem de garantia foi de 1,51, representando que para cada R$ 1,00 de dívida (de curto e longo prazo), a empresa dispõe de R$ 1,51 de recursos aplicados no ativo. Em 2003, a margem de garantia foi de 1,39, representando que para cada R$ 1,00 de dívida (de curto e longo prazo), a empresa dispõe de R$ 1,39 de recursos aplicados no ativo. OBS: O objetivo dos índices de liquidez é medir a capacidade que uma empresa possui de pagar suas dívidas utilizando recursos aplicados no ativo. Logo, um cálculo mais correto destes índices seria realizado excluindo do ativo os valores que não possam ser convertidos em disponibilidades, tais como despesas antecipadas e despesas diferidas, que serão apropriadas, quando ocorrer o fato gerador, em despesas do período. Logo, as fórmulas ficariam da seguinte maneira: Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas 26
  • 27. LC = (AC – Despesas Antecipadas)/PC LS = (AC – Estoques – Despesas Antecipadas)/PC LG = (AC + ARLP – Despesas Antecipadas)/(PC + PELP) MG = (Ativo – Despesas Antecipadas – Despesas Diferidas)/(PC – PELP) Ativo Real = Ativo – Despesas Antecipadas – Despesas Diferidas Vamos à resolução da questão: Na análise dos índices de liquidez, o analista de controle externo deve estar atento a certos aspectos que podem mascarar uma situação aparentemente favorável. Nesse sentido, ele deve considerar com mais rigor a exigibilidade efetiva dos passivos que a possibilidade de realização dos ativos e assegurar-se de que os prazos de realização dos ativos são menores que os de vencimento dos passivos. GABARITO: E 142. Considere que uma empresa apresente, ao longo de três exercícios, a seguinte situação, relativa ao comportamento de suas despesas financeiras: exercício 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 150.000,00 exercício 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 180.000,00 exercício 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 360.000,00 Com base nessas informações, é correto afirmar que, na análise horizontal, utilizando-se base móvel, o índice correspondente ao exercício 3 será igual a 200. Resolução Análise Horizontal ou de Evolução O objetivo principal da análise horizontal ou de evolução é permitir o exame da evolução histórica de cada uma das contas que compõem as diversas demonstrações contábeis, ou seja, ela avalia o aumento ou a diminuição dos valores que expressam os elementos patrimoniais ou do resultado, em uma determinada série histórica de exercícios. Uma vez que os balanços estejam expressos em moeda de poder aquisitivo na mesma data, a análise horizontal assume certa significância e pode acusar imediatamente áreas de maior interesse para a investigação. Caso os balanços não estejam expresso em moeda de poder aquisitivo constante, o analista precisará, no mínimo, do índice de inflação do período para realizar a atualização monetária. Normalmente, em uma análise horizontal ou de evolução considera-se o primeiro exercício como base 100 a evolução dos demais exercícios ocorre em relação ao exercício estabelecido como base. Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas 27
  • 28. Ou seja, a fórmula geral para a análise horizontal será: AH em 20Xi = (Conta em análise em 20Xi)/(Conta em análise no Ano- Base) A análise horizontal ou de evolução pode ser nominal, quando não considera a inflação do período, ou real, quando considera a inflação do período. Considere o seguinte exemplo: Total do Ativo 2005 2006 Valor R$ 1.150,00 R$ 1.532,00 Percentuais 100% 133% Crescimento 33% O crescimento nominal de 33% pode não representar algo ou não, tendo em vista que a inflação do período pode ter sido igual, inferior ou superior a tal percentual de crescimento. Suponha, no exemplo acima, que a inflação do período seja de 25%. Logo, considerando o quadro atualizado pelo índice inflacionário teríamos: R$ 1.150,00 x 1,25 = R$ 1.437,00 Total do Ativo 2005 2006 Valor R$ 1.437,00 R$ 1.532,00 Percentuais 100% 106% Crescimento 6% Ou seja, considerando a inflação de período, houve um crescimento real no valor do Ativo de 6%. Também há a possibilidade de utilizar a análise horizontal com a base móvel, ou seja, o cálculo será realizado sempre em relação ao ano imediatamente anterior. Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas 28
  • 29. Vamos à resolução da questão: Considere que uma empresa apresente, ao longo de três exercícios, a seguinte situação, relativa ao comportamento de suas despesas financeiras: exercício 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 150.000,00 exercício 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 180.000,00 exercício 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 360.000,00 Análise Horizontal (Base Móvel): Exercício 2/Exercício 1 = 180.000/150.000 = 1,2 ou 120% Exercício 3/Exercício 2 = 360.000/180.000 = 2 ou 200% GABARITO: C Bons estudos a todos e até a próxima aula, Moraes Junior Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas 29
  • 30. Prova 9. TCU – 2008 - CESPE Lista de Questões Comentadas Nesta Aula Com base nos conceitos e aplicações concernentes à análise de demonstrações contábeis de empresas, com suporte na legislação específica e considerando as prescrições da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), julgue os itens de 130 a 142. 130. De acordo com o que prescreve a CVM, a liquidez refere-se às disponibilidades de caixa em diferentes períodos, independentemente dos compromissos financeiros, e a solvência remete à disponibilidade para fazer face a quaisquer obrigações remanescentes ou supervenientes. 131. A estrutura conceitual para a elaboração e apresentação das demonstrações contábeis da CVM recomenda que as incertezas que envolvem certos eventos e circunstâncias sejam tratadas com prudência, não se superestimando ativos e receitas, e não se subestimando passivos e despesas. O limite da prudência deve ter em conta a neutralidade, a imparcialidade, de modo a evitar, por exemplo, a formação de reservas ocultas ou provisões excessivas. 132. O balanced scorecard é uma ferramenta gerencial que reflete o desafio que uma organização tem de enfrentar para harmonizar os interesses de vários grupos em torno de objetivos diversos. Neste sentido, o desempenho social poderia ser objeto de um parecer de auditoria social, paralelamente ao tradicional parecer de auditoria financeira, aplicável ao desempenho financeiro. 133. Considerando-se que os custos de oportunidade não são evidenciados pelos sistemas contábeis convencionais, é correto afirmar que o tempo de espera de um usuário dos serviços públicos em uma fila de atendimento de uma repartição é um exemplo desse tipo de custo para o contribuinte que deixa de auferir uma renda que o exercício de sua atividade profissional lhe proporcionaria durante o tempo perdido na fila. 134. Considerando-se as atuais disposições da Lei das Sociedades por Ações, é correto afirmar que as subvenções para investimentos passam a integrar o resultado, constituindo, obrigatoriamente, base de cálculo para os tributos sobre os lucros e para a distribuição dos dividendos. Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas 30
  • 31. 135. Considere que o auditor de uma companhia aberta constate que ela detém participações no capital de outras empresas. Considere, ainda, que, dos registros dessa companhia, o auditor tenha extraído os seguintes dados: participação em coligadas . . . . . . . . . . R$ 150.000.000,00 participação em controladas . . . . . . . . R$ 150.000.000,00 capital social . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 500.000.000,00 patrimônio líquido . . . . . . . . . . . . . . R$ 1.000.000.000,00 Com base nas informações apresentadas, é correto afirmar que essa companhia deve elaborar e divulgar demonstrações contábeis consolidadas. 136. Se uma empresa apresentar um lucro de R$ 400 milhões, antes das despesas financeiras — previstas em R$ 80 milhões — e dos tributos sobre o resultado, nessa situação, caso se calcule a alavancagem financeira dessa empresa em termos de lucro por ação ordinária, a um acréscimo de 100% no lucro antes das despesas financeiras e dos tributos sobre o resultado corresponderá um acréscimo de 125% no lucro por ação. 137. Caso o retorno sobre o patrimônio líquido (LL/PLm) de uma empresa seja igual a em que LL = lucro líquido, VL = vendas líquidas, Atm = ativo total médio e PLm = patrimônio líquido médio, uma das formas de essa empresa melhorar o retorno sem alterar o total do capital empregado (aplicado) será aumentar a relação entre capitais próprios e de terceiros. 138. Considere que uma empresa apresente, em determinado período, os seguintes dados: vendas líquidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 1.000.000,00 lucro operacional líquido . . . . . . . . . . . . . R$ 100.000,00 ativo operacional médio . . . . . . . . . . . . . . R$ 500.000,00 Considere, ainda, que a administração dessa empresa, insatisfeita com o retorno sobre o investimento operacional, estabeleça como meta aumentá-lo em 50%. Nessa situação, para atingir tal objetivo, uma das opções da empresa será aumentar as vendas em 50%, mantendo a margem de lucro, sem novos investimentos. Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas 31
  • 32. 139. Se, ao analisar a margem operacional de uma empresa, um consultor verificar que essa margem se situa abaixo da média do setor, e se esse quociente for o mais sensível às variações do retorno sobre o investimento operacional, nessa situação, esse consultor deve sugerir, para a melhoria da rentabilidade da empresa, uma das seguintes opções: reduzir as despesas não-operacionais; aumentar as vendas, ainda que a margem de lucro seja sacrifícada; ou ampliar a capacidade produtiva. 140. Caso uma empresa apure um lucro operacional de R$ 1.500.000,00, antes das despesas financeiras e dos tributos sobre os resultados, e tais despesas financeiras atinjam R$ 250.000,00, o índice de cobertura dessas despesas permite que se afirme que o lucro operacional dessa empresa seria capaz de cobrir cinco vezes esses encargos. 141. Na análise dos índices de liquidez, o analista de controle externo deve estar atento a certos aspectos que podem mascarar uma situação aparentemente favorável. Nesse sentido, ele deve considerar com mais rigor a exigibilidade efetiva dos passivos que a possibilidade de realização dos ativos e assegurar-se de que os prazos de realização dos ativos são maiores que os de vencimento dos passivos. 142. Considere que uma empresa apresente, ao longo de três exercícios, a seguinte situação, relativa ao comportamento de suas despesas financeiras: exercício 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 150.000,00 exercício 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 180.000,00 exercício 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 360.000,00 Com base nessas informações, é correto afirmar que, na análise horizontal, utilizando-se base móvel, o índice correspondente ao exercício 3 será igual a 200. Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas 32
  • 33. GABARITO – AULA 08: 130 – E 131 – C 132 – C 133 – C 134 – E 135 – C 136 – Anulada 137 – E 138 – C 139 – E 140 – C 141 – E 142 – C Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas 33
  • 34. Bibliografia Lei das Sociedades Anônimas com as alterações trazidas pela Lei n o 11.638/07. FERREIRA, Ricardo J. Contabilidade Avançada e Intermediária. Rio de Janeiro. Editora Ferreira. FERREIRA, Ricardo J. Contabilidade Básica. 3 a Edição. Rio de Janeiro. Editora Ferreira. 2004. FIPECAFI, Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações (aplicável as demais sociedades). 6a Edição. São Paulo. Editora Atlas. 2003. LUIZ FERRARI, Ed. Contabilidade Geral – Série Provas e Concursos. 5a Edição. 3a Tiragem. Elsevier Editora. 2005. MOURA RIBEIRO, Osni. Contabilidade Geral Fácil – Para cursos de contabilidade e concursos em geral. 4a Edição. 4a Tiragem (2005). São Paulo. Editora Saraiva. 2002. VICECONTI, Paulo Eduardo Vilchez & NEVES, Silvério das. Contabilidade Avançada e Análise das Demonstrações Financeiras. 12 a Edição. São Paulo. Editora Frase. 2003. Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas 34