António Ramos Rosa foi um poeta português nascido em 1924 que faleceu em 2013. Recebeu vários prêmios literários incluindo o Prémio Pessoa em 1988. Seu último livro publicado foi "Cada árvore é um ser para ser em nós". Sua obra poética inclui diversos livros como "Viagem através duma nebulosa" e "Volante verde".
3. António Ramos Rosa
Poeta
Nasceu em 17 de Outubro de 1924,
Morreu a 23 de Setembro de 2013, com 88 anos.
Recebeu o Prémio Pessoa em 1988,
Grande Prémio de Poesia da APE, 1989,
Prémio Sophia de Mello Breyner, 2005.
4. «O dia é alto quando na mesa nada espera que não seja poesia.»
António Ramos Rosa
O último livro que editou intitula-se :
“Cada árvore é um ser para ser em nós”
5. Não Posso Adiar o Amor
Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas
Não posso adiar este abraço
que é uma arma de dois gumes
amor e ódio
Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração
António Ramos Rosa, in "Viagem Através de uma Nebulosa"
6. Para um Amigo
Tenho sempre
Para um amigo tenho sempre um relógio
esquecido em qualquer fundo de algibeira.
Mas esse relógio não marca o tempo inútil.
São restos de tabaco e de ternura rápida.
É um arco-íris de sombra, quente e trémulo.
É um copo de vinho com o meu sangue e o sol.
António Ramos Rosa, in "Viagem Através de uma
Nebulosa"
7. A Festa do Silêncio
Escuto na palavra a festa do silêncio.
Tudo está no seu sítio. As aparências apagaram-se.
As coisas vacilam tão próximas de si mesmas.
Concentram-se, dilatam-se as ondas silenciosas.
É o vazio ou o cimo? É um pomar de espuma.
Uma criança brinca nas dunas, o tempo acaricia, o ar
prolonga.
A brancura é o caminho.
No centro do dia há uma fonte de água clara.
Se digo árvore a árvore em mim respira.
António Ramos Rosa, in "Volante Verde"
8. OBRA POÉTICA DE ANTÓNIO RAMOS ROSA
• Cada árvore é um ser para ser em nós;
• Viagem através duma nebulosa;
• Sobre o rosto da terra;
• Ocupação do espaço;
• Estou vivo e escrevo sol;
• A pedra nua;
• As marcas no deserto;
• A nuvem sobre a página;
• Círculo aberto; Clareiras;
• Volante verde;
• A rosa esquerda;
• Facilidade do ar;
• A intacta ferida; (…)