Este documento discute o ensino de cartografia no ensino fundamental inicial, com base em uma experiência didática com alunas de pedagogia. A autora desenvolveu uma unidade didática integrando literatura, história e geografia usando mapas históricos para ensinar sobre correntes marítimas. Isso mostrou que as alunas tiveram pouca formação em cartografia, explicando as dificuldades de professores lecionarem o tema nas séries iniciais.
1. A CARTOGRAFIA NO ENSINO DE GEOGRAFIA NAS SÉRIES INICIAIS - UMA
EXPERIÊNCIA DIDÁTICA COM ALUNAS DO CURSO DE PEDAGOGIA
Silvia Aparecida de Sousa Fernandes
Programa de Mestrado em Educação – Centro Universitário Moura Lacerda – Ribeirão Preto/SP
RESUMO
Este trabalho tem por objetivo discutir o papel da cartografia no ensino de Geografia nas séries
iniciais da educação básica, a partir de uma experiência de ensino com alunas do segundo ano do curso
de Pedagogia. Tomando como referência as orientações apontadas nos Parâmetros Curriculares
Nacionais - PCN de Geografia e História para as séries iniciais, no que se refere ao ensino integrado
dos temas sociedade e natureza, a possibilidade de integração com o ensino de literatura e a
compreensão das relações local-global (PCN, 1994, p. 77), desenvolvemos uma unidade didática com
o objetivo de evidenciar tal possibilidade de articulação temática e metodológica tendo como elemento
integrador o ensino de cartografia.
Inicialmente apresentamos como proposta o estudo da obra literária “Cem dias entre céu e
mar” de Amyr Klink em que o autor narra sua experiência de travessia do oceano atlântico desde o
continente africano até a costa brasileira. Os capítulos iniciais destinam-se ao relato da preparação da
viagem, o que exigiu o estudo de cartas náuticas. A certa altura o autor descreve o que foi, para ele,
uma grande descoberta de cunho histórico e geográfico: o uso das correntes marítimas para o
deslocamento das embarcações durante o período colonial. Tomando essa narrativa como ponto de
partida e a descrição que faz da ação das correntes marítimas na trajetória da viagem que realizou,
propusemos o estudo de cartas portulanas do século XVI, mapas históricos das rotas marítimas do
período colonial e do mapa de correntes marítimas apresentados em 2 diferentes Atlas para estudar: a)
a diferença entre mapas antigos e modernos; b) os elementos presentes nos mapas, o contexto em que
foram produzidos e a que se destinavam; c) o uso da linguagem cartográfica no segundo ciclo do
Ensino Fundamental I. A segunda fase do trabalho implicou na proposição de atividades aplicadas
junto a alunos do quinto ano do ensino fundamental I, desenvolvidas pelas alunas.
Concluímos, a partir de relatos apresentados e atividades avaliativas aplicadas, que grande
parte das alunas envolvidas tiveram apenas no curso de formação inicial a possibilidade de
alfabetização cartográfica, o que explica, em parte, a dificuldade dos professores da educação básica
trabalharem com a linguagem cartográfica nas séries iniciais.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: História e
Geografia. v.5. Brasília: MEC/SEF, 1997.
SANTOS, Cíntia Bastos. FERREIRA, Saionara S. Cartografia do ensino fundamental. Pesquisa e
práticas educativas. 23 jan. 2006. Disponível em: <
http://www.cereja.org.br/arquivos_upload/cartografia_cintiasantos_saionaraferreira.pdf> Acesso em 8
fev. 09.
PALAVRAS CHAVE:
Formação de professores, cartografia nas séries iniciais, ensino de geografia.
FORMA DE APRESENTAÇÃO: Comunicação Oral