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Instituto de Química de São Carlos – IQSC
      Universidade de São Paulo




Biologia Molecular do Câncer


Disciplina: Biologia Molecular e Bioquímica Avançada
Docente: Profa. Dra. Fernanda Canduri
         Profa.


                                               2º Semestre 2009
O que é câncer?

• Conjunto de doenças que têm em comum o crescimento
  desordenado (maligno) de células que invadem os
  tecidos e órgãos, podendo espalhar-se para outras
  regiões do corpo - metástase.

• Também denominado neoplasia maligna.
Biologia do Câncer

• O câncer é um distúrbio clonal
• A maioria das neoplasias surgem de uma única célula que
  sofreu perturbação em seu mecanismo de regulação da
  proliferação e apoptose.
Biologia do Câncer

Lembrar que:

  O fenótipo de uma célula é o resultado das múltiplas interações
  não-lineares entre os genes dessa célula.




                                           É a diferenciação
                                           celular
Biologia do Câncer
• Quais são as diferenças entre as células normais e as células
  neoplásicas?
  – As células neoplásicas exibem simultaneamente seis
  fenótipos que conferem a essas células uma vantagem
  proliferativa:
   Auto-suficiência em sinais proliferativos (independem de fatores de
   crescimento);
  Insensibilidade aos sinais antiproliferativos (insensíveis aos inibidores de
  crescimento);
  Evasão da apoptose;
  Potencial replicativo ilimitado (imortalidade);
  Angiogênese sustentada;
  Invasão e metástase.
Biologia do Câncer

• Células normais podem exibir qualquer um desses fenótipos,
  mas deixam de ser normais quando os exibem
  simultaneamente.

  Exemplos “normais”:
  - Macrófagos: são capazes de invasão (migração para locais
  com inflamação);
  - Células-tronco: potencial replicativo ilimitado;
  - Algumas células requerem baixa quantidade de fatores de
  crescimento para proliferação.
Biologia do Câncer

• Como esse fenótipo maligno é adquirido?
  - Formação de interações específicas entre os genes, o que
  acaba resultando no aparecimento dos seis fenótipos
  apresentados;
  - Todos esses fenótipos não aparecem de uma vez - aparecem
  gradualmente, sem ordem definida.
Biologia do Câncer

Auto-suficiência em fatores de crescimento

Insensibilidade aos inibidores de crescimento

Evasão à apoptose

Imortalidade

Angiogênese sustentada

Capacidade de invasão
Biologia do Câncer

• Como ocorre o rearranjo das interações entre os genes para a
  formação de cada característica que constitui o fenótipo
  maligno?
  – Através de alterações bioquímicas de proteínas e de
  metabólitos (sem ocorrer alteração gênica);
  – Através de alterações em genes importantes na rede de
  interação gênica, que ocorre através de:
       1. Mutações somáticas;
       2. Translocações cromossômicas;
       3. Deleções;
       4. Inversões cromossômicas.
Biologia do Câncer

• Como ocorrem essas alterações?
  – Presença de carcinógenos, que promovem a formação do
  câncer:
       1. Substâncias químicas (por ex.: benzopireno no
       cigarro)
       2. Radiação Ionizante
• Inativação de genes responsáveis pela integridade do
  genoma também são importantes para a ocorrência dessas
  alterações.
• Presença de vírus (exemplo: HPV      câncer de cólo de
  útero)
Biologia do Câncer

• Quais são os genes importantes na rede de interações
  gênicas que contribuem para o aparecimento do câncer

  – Oncogenes;
  – Genes supressores de tumor;
  – Genes que codificam proteínas de reparo do DNA;
Biologia do Câncer
• ONCOGENES:
  – Genes normais envolvidos com o controle positivo da
  proliferação celular que, quando superexpressos, promovem
  o fenótipo maligno;

  Exemplos:
  MYC: codifica fator de transcrição nuclear pró-proliferativo. Mutação pode
  aumentar a expressão deste gene e a proliferação celular.
  RET: codifica receptor celular que pode sofrer mutação e tornar-se ativo
  sem ligação do respectivo fator de crescimento.
  RAS: codifica proteína de transdução de sinal proliferativo que pode se
  tornar ativo mesmo sem receber sinal anterior (produzindo
  continuamente sinal)
Biologia do Câncer
• ONCOGENES:
  – Sua superexpressão pode ser causada por:
  1. Mutação (exemplo: gene RAS mutado na maioria dos tumores de
  cólon);
  2. Rearranjo cromossômico:
  *Posicionamento de um gene próximo a um promotor, aumentando
  a expressão deste;
  *Formação de um novo gene (como na leucemia mielóide crônica -
  fusão dos genes ABR e BCL) que promove proliferação.
  3. Amplificação gênica: geração de novas cópias do oncogene,
  aumentando sua expressão (exemplo: gene MYC).
Biologia do Câncer

• ONCOGENES:

  – Já foram descobertos cerca de 100 oncogenes;
  – Basta a superexpressão de uma das cópias de um
  oncogene para a produção do fenótipo maligno, mesmo na
  presença de uma cópia normal - (efeito dominante).
Biologia do Câncer
• GENES SUPRESSORES DE TUMOR (GSTs): :
  – Genes normais envolvidos com o controle negativo da
  proliferação celular que, quando não expressos, promovem o
  fenótipo maligno.
  Exemplos:
  *TGFBR: receptor que inibe o crescimento celular em resposta à citocina
  TGF beta (inibe a proliferação de linfócitos, e as funções de macrófagos)
  *Rb: regula o ciclo celular.
  *NF1: inibição da transdução de sinal proliferativo pelo RAS.
  *APC: inibe a transdução do sinal proliferativo.
  *p53: inibe crescimento e multiplicação celular se detectar danos do DNA.
  Promove reparação dos danos e caso esta não seja possível, desencadeia a
  morte celular programada - apoptose.
  *p16: inibe multiplicação celular de modo relacionado com p53.
Biologia do Câncer

• GENES SUPRESSORES DE TUMOR (GSTs):

   – Para que um GST não se expresse completamente, é
     necessário que ambas as cópias desses genes sejam
     mutadas, perdidas ou possuam suas regiões promotoras
     metiladas (efeito recessivo);

   – Sua subexpressão ou falta de expressão pode ser causada
     principalmente por perda de heterozigose.
Biologia do Câncer
PERDA DE HETEROZIGOSIDADE
Biologia do Câncer

• Para o estabelecimento de um câncer, são necessários 6
  etapas (6 mutações), pelo menos, de acordo com o
  aparecimento de cada característica do fenótipo maligno.

• Para que ocorra essas etapas, o genoma deve estar instável
  devido ao mal-funcionamento dos genes de reparo do DNA,
  caso contrário, tais eventos são raros.
Carcinogênese
• Portanto, defeitos nos genes de reparo do DNA, levam à
  carcinogênese
                         Auto-suficiência em fatores de crescimento

                         Insensibilidade aos inibidores de
                         crescimento
                         Evasão à apoptose

                         Imortalidade

                         Angiogênese sustentada

                         Capacidade de invasão
Carcinogênese

• Etapas da carcinogênese:

  – Auto-suficiência em fatores de crescimento:
      *Produção dos próprios fatores de crescimento (ação
      autócrina);
      * Ativação dos receptores de fatores de crescimento sem
      ligação desses fatores (mutação ou aumento da expressão);
      * Descontrole da sinalização após ativação dos receptores de
      crescimento (também por mutação ou aumento de
      expressão).
Etapas da carcinogênese

– Auto-suficiência em fatores de crescimento:
Exemplo (mutação ou aumento da expressão do gene RAS)

                                 RECEPTORES DE FATORES DE
                                 CRESCIMENTO

                                 SINALIZAÇÃO ATIVADA PELA
                                 LIGAÇÃO ENTRE FATORES DE
                                 CRESCIMENTO E SEUS
                                 RECEPTORES -> ATIVA O RAS

                                 QUANDO O RAS ESTÁ MUTADO
                                 OU SUPEREXPRESSO, NÃO
                                 PRECISA MAIS DA
                                 SINALIZAÇÃO ANTERIOR E A
                                 SINALIZAÇÃO POSTERIOR FICA
                                 SEMPRE ATIVADA
Etapas da carcinogênese

• Insensibilidade aos inibidores de crescimento:

  Corresponde à perturbação do controle do ciclo celular na
  transição da fase G1 para a fase S

• Os principais alvos são Rb (proteína retinoblastoma) e
  inibidores das Quinases Dependentes de Ciclinas (CDKI), que
  controlam o ciclo celular em G1/S , e ativam a proliferação.

• Numa célula normal...
Sinalização a partir de um fator de crescimento ao seu receptor



                    Expressão de Ciclinas D


              Formação do complexo ciclina D
                            +
              Quinase Dependente de Ciclina D
                     Fosforilação                 Expressão de
  Proteína Rb-E2F
           Rb-                   E2F             proteínas para
                                                    início da
                                                 replicação do
                      Liberação                       DNA
Etapas da carcinogênese

• Insensibilidade aos inibidores de crescimento:

  Numa célula doente, há a inibição da proliferação – o controle
  do ciclo celular em G1/S está comprometido
Sinalização a partir de um
Sinalização a partir de um fator
                                   inibidor de crescimento ao seu
de crescimento ao seu receptor
                                               receptor

                                                        p53
   Expressão de Ciclinas D
                                            Inibição da
                                   Quinase Dependente de Ciclina
Formação do complexo ciclina D +               INIBIÇÃO
Quinase Dependente de Ciclina D
                   NÃO HÁ
                   FOSFORILAÇÃO
                                             Expressão de
                                            proteínas para
    Proteína Rb-E2F
             Rb-                               início da
                                            replicação do
                                                 DNA
Etapas da carcinogênese

• Insensibilidade aos inibidores de crescimento:


       Controle do ciclo celular em G1/S numa célula
       neoplásica
Sinalização a partir de um
Sinalização a partir de um fator
                                         inibidor de crescimento ao seu
de crescimento ao seu receptor
                                                     receptor

                                                               p53
   Expressão de Ciclinas D
                                                  Ativação da
                                         Quinase Dependente de Ciclina
Formação do complexo ciclina D +                     INIBIÇÃO
Quinase Dependente de Ciclina D

                   Fosforilação contínua
                                                     Expressão de
Proteína Rb-E2F
         Rb-                       E2F              proteínas para
                                                       início da
                                                    replicação do
    Inativação       Liberação                           DNA
      da Rb          contínua
Etapas da carcinogênes

• Evasão à apoptose

  - Mais comum: inativação do gene supressor de tumor p53
  (50% dos tumores sólidos) este gene deflagra apoptose
  quando não é possível o reparo no DNA.
  - Superexpressão de oncogenes também pode contribuir para
  a inibição da apoptose.
Etapas da carcinogênese
• Imortalidade (ativação da telomerase)
• Qual a função da telomerase?
   – As DNA telomerases são ribonucleoproteínas cuja sequência de RNA
     liga-se à sequência complementar telomérica, usando-o como molde
     para catalisar a adição repetida de uma sequência específica rica em G
     à extremidade 3´ de uma molécula de DNA, formando o telômero.
   – O telômero é a extremidade de um cromossomo linear, que consiste de
     repetições consecutivas de uma pequena sequência rica em G na
     porção terminal 3´ e é complementar a sequência da porção terminal
     5´.
   – Isso tudo porque as extremidades dos cromossomos apresentam um
     problema para a maquinaria de replicação
   – A ausência da telomerase resultaria no encurtamento do cromossomo a
     cada etapa de replicação
Etapas da carcinogênese
• Imortalidade (ativação da telomerase) – o aumento da
  atividade telomerásica pode permitir a replicação e o
  crescimento celular descontrolados.
Biologia do câncer

• Angiogênese invasiva:

   – Formação de novos vasos sanguíneos a partir dos vasos
     já existentes
   – Estes novos vasos podem contribuir para a proliferação
     de células tumorais
Biologia do câncer

• Capacidade de invasão:

   – As células que tem a sua primeira progênie, e não a
     segunda, proliferando excessivamente, mas que se
     mantém unidas em uma única massa, forma um tumor
     benigno – pode ser removido completamente
   – Um tumor só é maligno quando suas células tem a
     capacidade de invadir os tecidos vizinhos. Estas células
     tumorais caem na circulação sanguínea ou vasos linfáticos,
     e formam tumores secundários ou metástases em outros
     locais do organismo.

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Biologia molecular-do-cancer

  • 1. Instituto de Química de São Carlos – IQSC Universidade de São Paulo Biologia Molecular do Câncer Disciplina: Biologia Molecular e Bioquímica Avançada Docente: Profa. Dra. Fernanda Canduri Profa. 2º Semestre 2009
  • 2. O que é câncer? • Conjunto de doenças que têm em comum o crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se para outras regiões do corpo - metástase. • Também denominado neoplasia maligna.
  • 3. Biologia do Câncer • O câncer é um distúrbio clonal • A maioria das neoplasias surgem de uma única célula que sofreu perturbação em seu mecanismo de regulação da proliferação e apoptose.
  • 4. Biologia do Câncer Lembrar que: O fenótipo de uma célula é o resultado das múltiplas interações não-lineares entre os genes dessa célula. É a diferenciação celular
  • 5. Biologia do Câncer • Quais são as diferenças entre as células normais e as células neoplásicas? – As células neoplásicas exibem simultaneamente seis fenótipos que conferem a essas células uma vantagem proliferativa: Auto-suficiência em sinais proliferativos (independem de fatores de crescimento); Insensibilidade aos sinais antiproliferativos (insensíveis aos inibidores de crescimento); Evasão da apoptose; Potencial replicativo ilimitado (imortalidade); Angiogênese sustentada; Invasão e metástase.
  • 6. Biologia do Câncer • Células normais podem exibir qualquer um desses fenótipos, mas deixam de ser normais quando os exibem simultaneamente. Exemplos “normais”: - Macrófagos: são capazes de invasão (migração para locais com inflamação); - Células-tronco: potencial replicativo ilimitado; - Algumas células requerem baixa quantidade de fatores de crescimento para proliferação.
  • 7. Biologia do Câncer • Como esse fenótipo maligno é adquirido? - Formação de interações específicas entre os genes, o que acaba resultando no aparecimento dos seis fenótipos apresentados; - Todos esses fenótipos não aparecem de uma vez - aparecem gradualmente, sem ordem definida.
  • 8. Biologia do Câncer Auto-suficiência em fatores de crescimento Insensibilidade aos inibidores de crescimento Evasão à apoptose Imortalidade Angiogênese sustentada Capacidade de invasão
  • 9. Biologia do Câncer • Como ocorre o rearranjo das interações entre os genes para a formação de cada característica que constitui o fenótipo maligno? – Através de alterações bioquímicas de proteínas e de metabólitos (sem ocorrer alteração gênica); – Através de alterações em genes importantes na rede de interação gênica, que ocorre através de: 1. Mutações somáticas; 2. Translocações cromossômicas; 3. Deleções; 4. Inversões cromossômicas.
  • 10. Biologia do Câncer • Como ocorrem essas alterações? – Presença de carcinógenos, que promovem a formação do câncer: 1. Substâncias químicas (por ex.: benzopireno no cigarro) 2. Radiação Ionizante • Inativação de genes responsáveis pela integridade do genoma também são importantes para a ocorrência dessas alterações. • Presença de vírus (exemplo: HPV câncer de cólo de útero)
  • 11. Biologia do Câncer • Quais são os genes importantes na rede de interações gênicas que contribuem para o aparecimento do câncer – Oncogenes; – Genes supressores de tumor; – Genes que codificam proteínas de reparo do DNA;
  • 12. Biologia do Câncer • ONCOGENES: – Genes normais envolvidos com o controle positivo da proliferação celular que, quando superexpressos, promovem o fenótipo maligno; Exemplos: MYC: codifica fator de transcrição nuclear pró-proliferativo. Mutação pode aumentar a expressão deste gene e a proliferação celular. RET: codifica receptor celular que pode sofrer mutação e tornar-se ativo sem ligação do respectivo fator de crescimento. RAS: codifica proteína de transdução de sinal proliferativo que pode se tornar ativo mesmo sem receber sinal anterior (produzindo continuamente sinal)
  • 13. Biologia do Câncer • ONCOGENES: – Sua superexpressão pode ser causada por: 1. Mutação (exemplo: gene RAS mutado na maioria dos tumores de cólon); 2. Rearranjo cromossômico: *Posicionamento de um gene próximo a um promotor, aumentando a expressão deste; *Formação de um novo gene (como na leucemia mielóide crônica - fusão dos genes ABR e BCL) que promove proliferação. 3. Amplificação gênica: geração de novas cópias do oncogene, aumentando sua expressão (exemplo: gene MYC).
  • 14. Biologia do Câncer • ONCOGENES: – Já foram descobertos cerca de 100 oncogenes; – Basta a superexpressão de uma das cópias de um oncogene para a produção do fenótipo maligno, mesmo na presença de uma cópia normal - (efeito dominante).
  • 15. Biologia do Câncer • GENES SUPRESSORES DE TUMOR (GSTs): : – Genes normais envolvidos com o controle negativo da proliferação celular que, quando não expressos, promovem o fenótipo maligno. Exemplos: *TGFBR: receptor que inibe o crescimento celular em resposta à citocina TGF beta (inibe a proliferação de linfócitos, e as funções de macrófagos) *Rb: regula o ciclo celular. *NF1: inibição da transdução de sinal proliferativo pelo RAS. *APC: inibe a transdução do sinal proliferativo. *p53: inibe crescimento e multiplicação celular se detectar danos do DNA. Promove reparação dos danos e caso esta não seja possível, desencadeia a morte celular programada - apoptose. *p16: inibe multiplicação celular de modo relacionado com p53.
  • 16. Biologia do Câncer • GENES SUPRESSORES DE TUMOR (GSTs): – Para que um GST não se expresse completamente, é necessário que ambas as cópias desses genes sejam mutadas, perdidas ou possuam suas regiões promotoras metiladas (efeito recessivo); – Sua subexpressão ou falta de expressão pode ser causada principalmente por perda de heterozigose.
  • 17. Biologia do Câncer PERDA DE HETEROZIGOSIDADE
  • 18. Biologia do Câncer • Para o estabelecimento de um câncer, são necessários 6 etapas (6 mutações), pelo menos, de acordo com o aparecimento de cada característica do fenótipo maligno. • Para que ocorra essas etapas, o genoma deve estar instável devido ao mal-funcionamento dos genes de reparo do DNA, caso contrário, tais eventos são raros.
  • 19. Carcinogênese • Portanto, defeitos nos genes de reparo do DNA, levam à carcinogênese Auto-suficiência em fatores de crescimento Insensibilidade aos inibidores de crescimento Evasão à apoptose Imortalidade Angiogênese sustentada Capacidade de invasão
  • 20. Carcinogênese • Etapas da carcinogênese: – Auto-suficiência em fatores de crescimento: *Produção dos próprios fatores de crescimento (ação autócrina); * Ativação dos receptores de fatores de crescimento sem ligação desses fatores (mutação ou aumento da expressão); * Descontrole da sinalização após ativação dos receptores de crescimento (também por mutação ou aumento de expressão).
  • 21. Etapas da carcinogênese – Auto-suficiência em fatores de crescimento: Exemplo (mutação ou aumento da expressão do gene RAS) RECEPTORES DE FATORES DE CRESCIMENTO SINALIZAÇÃO ATIVADA PELA LIGAÇÃO ENTRE FATORES DE CRESCIMENTO E SEUS RECEPTORES -> ATIVA O RAS QUANDO O RAS ESTÁ MUTADO OU SUPEREXPRESSO, NÃO PRECISA MAIS DA SINALIZAÇÃO ANTERIOR E A SINALIZAÇÃO POSTERIOR FICA SEMPRE ATIVADA
  • 22. Etapas da carcinogênese • Insensibilidade aos inibidores de crescimento: Corresponde à perturbação do controle do ciclo celular na transição da fase G1 para a fase S • Os principais alvos são Rb (proteína retinoblastoma) e inibidores das Quinases Dependentes de Ciclinas (CDKI), que controlam o ciclo celular em G1/S , e ativam a proliferação. • Numa célula normal...
  • 23. Sinalização a partir de um fator de crescimento ao seu receptor Expressão de Ciclinas D Formação do complexo ciclina D + Quinase Dependente de Ciclina D Fosforilação Expressão de Proteína Rb-E2F Rb- E2F proteínas para início da replicação do Liberação DNA
  • 24. Etapas da carcinogênese • Insensibilidade aos inibidores de crescimento: Numa célula doente, há a inibição da proliferação – o controle do ciclo celular em G1/S está comprometido
  • 25. Sinalização a partir de um Sinalização a partir de um fator inibidor de crescimento ao seu de crescimento ao seu receptor receptor p53 Expressão de Ciclinas D Inibição da Quinase Dependente de Ciclina Formação do complexo ciclina D + INIBIÇÃO Quinase Dependente de Ciclina D NÃO HÁ FOSFORILAÇÃO Expressão de proteínas para Proteína Rb-E2F Rb- início da replicação do DNA
  • 26. Etapas da carcinogênese • Insensibilidade aos inibidores de crescimento: Controle do ciclo celular em G1/S numa célula neoplásica
  • 27. Sinalização a partir de um Sinalização a partir de um fator inibidor de crescimento ao seu de crescimento ao seu receptor receptor p53 Expressão de Ciclinas D Ativação da Quinase Dependente de Ciclina Formação do complexo ciclina D + INIBIÇÃO Quinase Dependente de Ciclina D Fosforilação contínua Expressão de Proteína Rb-E2F Rb- E2F proteínas para início da replicação do Inativação Liberação DNA da Rb contínua
  • 28. Etapas da carcinogênes • Evasão à apoptose - Mais comum: inativação do gene supressor de tumor p53 (50% dos tumores sólidos) este gene deflagra apoptose quando não é possível o reparo no DNA. - Superexpressão de oncogenes também pode contribuir para a inibição da apoptose.
  • 29. Etapas da carcinogênese • Imortalidade (ativação da telomerase) • Qual a função da telomerase? – As DNA telomerases são ribonucleoproteínas cuja sequência de RNA liga-se à sequência complementar telomérica, usando-o como molde para catalisar a adição repetida de uma sequência específica rica em G à extremidade 3´ de uma molécula de DNA, formando o telômero. – O telômero é a extremidade de um cromossomo linear, que consiste de repetições consecutivas de uma pequena sequência rica em G na porção terminal 3´ e é complementar a sequência da porção terminal 5´. – Isso tudo porque as extremidades dos cromossomos apresentam um problema para a maquinaria de replicação – A ausência da telomerase resultaria no encurtamento do cromossomo a cada etapa de replicação
  • 30. Etapas da carcinogênese • Imortalidade (ativação da telomerase) – o aumento da atividade telomerásica pode permitir a replicação e o crescimento celular descontrolados.
  • 31. Biologia do câncer • Angiogênese invasiva: – Formação de novos vasos sanguíneos a partir dos vasos já existentes – Estes novos vasos podem contribuir para a proliferação de células tumorais
  • 32. Biologia do câncer • Capacidade de invasão: – As células que tem a sua primeira progênie, e não a segunda, proliferando excessivamente, mas que se mantém unidas em uma única massa, forma um tumor benigno – pode ser removido completamente – Um tumor só é maligno quando suas células tem a capacidade de invadir os tecidos vizinhos. Estas células tumorais caem na circulação sanguínea ou vasos linfáticos, e formam tumores secundários ou metástases em outros locais do organismo.