O documento discute a importância da história local e regional no ensino de história. Ele explora três vetores que influenciaram a diminuição das diferenças regionais ao longo dos séculos, como o desenvolvimento da economia global e a consolidação dos estados modernos. Também aborda como a história regional pode ser ensinada de forma a reconhecer semelhanças, diferenças e transformações no presente e passado da localidade dos alunos.
5. 1º Vetor: Deslocamento na vida das pessoas associado
ao desenvolvimento da economia global;
Entre os séculos XV e XVII, as grandes navegações e o sistema colonial
conectaram organicamente a Europa, a América e ao litoral Africano, ao
mesmo tempo ampliaram os intercâmbios comerciais com a Ásia. A
expansão da economia foi suficiente para gerar forças unificadoras. Dessa
forma, processo de abertura e assimilação de novas influências (hábitos,
gostos, técnicas, ideias e valores) que se aproximaram e aplainaram as
diferenças regionais. (p.136)
6. 2º Vetor: A Constituição e consolidação do Estado
Moderno;
Desde o final da Idade Média, um processo histórico complexo logrou a
eliminação de centenas de casas principescas mudando toda a paisagem
coloridas, que cederam lugar a algumas dezenas de Estados Modernos
que se alimentaram impulsos homogeneizadores com a intenção de
alcançar a condição de lugar principal, ou seja, se organizaram as
identidades, as lealdades individuais e coletivas para investirem no
nacionalismo.
7. 3º Vetor: Duas correntes: Iluministas e Marxistas
As ideias iluministas apostaram firmemente na uniformização das
sociedades, como resultante da marcha história sob a égide (proteção)
do progresso material, científico e moral da sociedade, ou seja, todos
súditos de um rei com direitos de igualdade e liberdade - pensar na
humanidade enquanto totalidade devido aos padrões muito similares de
instituições econômicas, politicas e culturais.
No decurso do século XIX tanto os pensamentos europeus conservadores
quanto os de esquerda acreditavam que as diferenças entre os povos e
as regiões diminuiriam continuamente, Todos os espaços do mapa
ficariam preenchidos com indústrias.
8. A renovada importância do regional
O desenvolvimento do capitalismo provoca transformações.
9. Região: uma categoria histórica
História regional é aquela que toma espaço como terreno de estudo, que
enxerga as dinâmicas históricas no espaço e através do espaço,
obrigando o historiador a lidar com os processos de diferenciação de
áreas. A História Regional é a que vê o lugar, a região e o território como
a natureza da sociedade e da história e não apenas como o palco imóvel
onde a vida acontece. Ela é história econômica, social, demográfica,
cultural, política etc.
10. • Embate entre o tempo do mundo e o tempo dos lugares
Segundo Fernand Braudel o tempo do mundo remete a noção de um
tempo uniforme, comum a todos os espaços. Já o tempo dos lugares,
indica que na história sempre há muitos tempos sociais que convivem na
realidade do mundo e do e cabe ao “historiador regionalista”
compreender esse jogo de tempo do mundo e tempo dos lugares.
11. A História Regional na sala de aula
Os professores precisam se tornar pesquisadores, não se desanimar e
buscar ampliar suas leituras, prestar atenção às especificidades Local e
Regional, visitar museus e arquivos existentes nas áreas onde residem,
acumular informações diversas sobre suas localidades, municípios,
regiões e estados.
12. Sugestões apresentadas com o objetivo de estimular o trabalho
com a história regional e local em nossas escolas:
• Análise de cronografias*, memórias e sites;
• Crítica dos textos da “Macro-História”;
• Observação direta de sobrevivências e permanências;
• Leitura da literatura regional e de relatos de viajantes;
• Análise dos temas e formas do artesanato, música e arte;
• Exibição comentada de documentários e programas de TV.
14. O ensino e aprendizagem da história estão voltados inicialmente para as
atividades em que os alunos possam compreender as semelhanças e as
diferenças, as permanências e as transformações do modo de vida social,
cultural e econômico de sua localidade, no presente e no passado através
de leitura de diferentes obras humanas. No primeiro ciclo as crianças
estão no inicio da alfabetização e por isso deve dar se preferencias aos
trabalhos com fontes orais e iconográficas a partir dai desenvolver
trabalhos com linguagem escrita. Deve-se também utilizar fontes
documentais fotografias, mapas, filmes etc...
O trabalho do professor consiste em introduzir o aluno na leitura das
diversas fontes de informação para que adquira pouca a pouco,
autonomia intelectual.
15. Objetivos de história para o primeiro ciclo
• Comparar acontecimentos no tempo, tendo como referencia
anterioridade posterioridade e simultaneidade;
• Reconhecer algumas semelhanças e diferenças sociais,
econômicas e culturais, de dimensão cotidiana, existentes no seu
grupo de convívio escolar e na sua localidade;
• Estabelecer relações entre o presente e o passado; e
• Identificar alguns documentos históricos e fontes de informações
discernindo algumas de suas funções.
17. • “A preocupação com os estudos de historia local é a de que os alunos
ampliem a capacidade de observar o seu entorno para a compressão de
relações social e econômica existentes no seu próprio tempo e reconheçam
a presença de outros tempos no seu dia-a-dia”. (p.40)
• “Os estudos da historia local conduzem aos estudos dos diferentes
modos de viver no presente e outros tempos, que existem ou que existiram
no mesmo espaço”. (p.40)
• “A preocupação em identificar os grupos indígenas que habitam ou
habitava na região próxima do convívio dos alunos é a de possibilitar a
compreensão da existência de diferenças entre os próprios grupos indígenas,
com especificidades de costumes, línguas diferentes, evitando criar a
imagem do índio como povo único e sem historia”. (p.41)
19. “Levantamento de diferenças e semelhanças individuais, sociais, econômicas e
culturais entre os alunos da classe e entre eles e as demais pessoas que
convivem e trabalham na escola”. (p. 41)
“Identificação de transformações e permanências dos costumes das famílias
das crianças (pais, avós e bisavós) e nas instituições escolares”. (p. 41)
“Levantamento de diferenças e semelhanças entre as pessoas e os grupos
sociais que convivem na coletividade, nos aspectos sociais, econômicos e
culturais”. (p. 42)
“Identificação de transformação e permanências nas vivências culturais
(materiais e artísticas) da coletividade no tempo”. (p.42)
21. Estágio/ano: 5° ano.
Conteúdo(s): História e Geografia: História Local e do Cotidiano.
Objetivo(s): Reconhecer algumas semelhanças, diferenças, permanências e
transformações sociais, econômicas e culturais de dimensões cotidianas, existentes na
sua família, no seu grupo de convívio escolar e na sua localidade, estabelecendo
relações entre o presente e o passado.
22. Estratégias/Desenvolvimento: A aula será dividida em quatro etapas:
Primeira etapa: O professor, em sala de aula, realizará uma roda de conversa com os
alunos para explicar o conceito de história e de história local, utilizando como exemplo a
história da escola e a sua história de vida;
Segunda etapa: O professor deverá solicitar para que os alunos preencham, junto com
os seus familiares, um questionário que possui perguntas que visam identificar a origem
das pessoas que são próximas a eles;
Terceira etapa: Os alunos, em sala de aula, irão apresentar as respostas de seu
questionário. Na apresentação, os alunos poderão trazer fotos antigas de seus familiares
ou de pessoas próximas a eles;
Quarta etapa: O professor solicitará para que cada aluno pesquise a história do bairro
onde a escola se localiza, e, se possível, fotos do passado e atuais de tal bairro. Após as
pesquisas serem realizadas, o professor formará uma roda de conversa para que as
pesquisas sejam apresentas.
23. Duração: Dez aulas - aprox. cinco semanas.
Recursos/Materiais: Livros didáticos, computadores/tablets, fotos e folhas sulfites.
Avaliação: A avaliação será realizada pela observação e pelos registros, com base nas
pesquisas feitas pelos alunos.
31. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O risco a evitar no trabalho da História Regional em sala de aula é o de
conjurar “idades de ouro”, favorecendo o retorno de localismos e
regionalismos agressivos, a fabricação de representações distorcidas e
negativas sobre o “outro”, seja ele estrangeiro ou forasteiro.
Enfim, o professor, com estratégias diversificadas e aulas bem
preparadas, tem que ajudar os estudantes a descobrir o segredo:
qualquer coisa que diga algo sobre o presente ou o passado do nosso
espaço vivido fala mais sobre as nossas vidas e o estado de espírito de
cada um. Afirmar que o lugar e a região não tem outro centro que não
nós.
32. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental.
Parâmetros Curriculares Nacionais: História e Geografia (primeiro ciclo do
Ensino Fundamental). Brasília: MEC/SEF, 1997.
MARTINS, Marcos Lobato. Novos temas nas aulas de história – História
regional. 1° Ed. São Paulo: Editora Contexto, 2009.
35. ADRIANA CRISTINA SILVEIRA DE CARVALHO – RA 6378149
ANDRESSA ALVES AVELAR – RA 6425610
DIEGO DE JESUS MIRANDA – RA 4785809
MARIA GABRIELA NAFALSKI – RA 5589499
SUELI APARECIDA DE FREITAS CHURCHILL – RA 6348335
VIVIANE DUO SILVA – RA 6392690
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